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MECÂNICA DAS ROCHAS Aula 4: Intemperismo AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Temas desta aula Intemperismo das rochas e perfis intempéricos Alterabilidade das rochas Revisão geral sobre minerais e rochas AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina O processo de intemperismo É o conjunto de modificações de ordem física (desagregação), química (decomposição), e biológica que a rocha sofre ao aflorar na superfície da Terra. A ação do calor, da umidade e da biosfera sobre as rochas altera progressivamente seus minerais. Forma-se o chamado manto de intemperismo, onde predominam rochas alteradas e solo, o qual, de maneira geral, será tão mais profundo quanto mais quente e úmido for o clima. AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Fatores que controlam o intemperismo Rocha Fator passivo, reage à ação dos outros agentes em função de sua composição química e mineralógica, textura e estrutura. Clima Fator ativo + importante na formação de materiais inconsolidados, condicionando sua distribuição no globo. Atua na quantidade e temperatura das águas. Define o tipo da hidrólise. Relevo Atua sobre as condições hidrodinâmicas do meio (velocidade de fluxo), sobre as condições de transporte (erosão) e sobre as condições climáticas. Organismos Influenciam no pH da água de alteração; rochas colonizadas por líquens e algas são mais facilmente alteradas. Tempo Fator importante para o desenvolvimento do manto de alteração. AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Intemperismo e formação de minerais secundários Alguns minerais primários sofrem transformações originando minerais secundários, quando há alteração da fórmula química original do mineral. Conforme o processo evolui, desaparecem quase todos os minerais primários quimicamente menos resistentes, restando sesquióxidos e silicatos mais ou menos hidratados de formação secundária, originando argilas. Há concomitância dos processos geológicos de intemperismo, erosão, transporte e deposição dos materiais com processos de formação de solos (pedogenéticos). AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Relação com o ciclo das rochas Extrema importância no ciclo geológico: O intemperismo disponibiliza material inconsolidado que pode formar solos residuais; Material intemperizado e solo estão sujeitos a processos do ciclo supérgeno (erosão, transporte e sedimentação), que criam depósitos sedimentares; Rochas sedimentares podem, enfim, ser geradas. AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Erosão: Remoção das partículas produzidas pelo intemperismo. Transporte: Mecânico: Suspensão, saltação, arrasto, rolamento e tração. Químico: Dissolução. Deposição de sedimentos: Clásticos: Transporte sobrepujado pela ação da gravidade. Químicos: Supersaturação do soluto. Biogênicos: Atividade ou morte de organismos. Grau de metamorfismo e minerais tipomórficos Ação de água, vento, gelo, gravidade e outros, responsáveis pela origem dos sedimentos. AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Desagregação das rochas, com separação dos grãos minerais antes coesos. Com sua fragmentação, a rocha inalterada transforma-se em material descontínuo e friável. Consequências: - Conservação da fórmula química original; - Alteração no tamanho e formato dos materiais; - Desagregação em fragmentos cada vez menores; - Maior exposição ao intemperismo químico. Intemperismo físico AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Processos de intemperismo físico Variações de temperatura; Alívio de pressão; Crescimento de cristais; Hidratação física de minerais; Processos físico-biológicos. AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Variações de temperatura Termoclastia Fragmentação de rochas por variação de temperatura; As variações podem ser diárias e/ou sazonais, ocorrendo dilatação por aumento de temperatura e contração por resfriamento; Como distintos minerais possuem diferentes coeficientes dilatação, ocorre deslocamento de minerais e perda de coesão. AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Ocorre com corpos rochosos que estiveram em profundidade: plutônicas intrusivas (batólitos), metamórficas, sedimentares. O material de superfície é retirado (por erosão, movimentos isostáticos etc), havendo alívio de pressão por retirada de sobrepeso do maciço anteriormente soterrado. O maciço se fratura. Característica mais evidente: conjunto de fraturas mais ou menos paralelas à superfície do maciço rochoso, aparente esfoliação em placas. Variações de temperatura AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Sais (cloretos, sulfatos, carbonatos) acumulados em poros e/ou fendas nas rochas, principalmente solubilizados em água, ou a própria água nas fendas e poros, podem gerar: Congelamento, aumento de volume da água, aumento de pressão com alargamento de poros e fendas – crioclastia; Aumento de temperatura com evaporação da água de percolação, com expansão de cristais de sais, aumento de volume e de pressão gerando alargamento de fendas e poros – haloclastia. Veio de halita cristalina grossa em testemunho de dolomita fraturada, coletado na Bacia de Joana d'Arc, nos Grandes Bancos (plataforma marinha) da Terra Nova, Canadá. Crescimento de cristais AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Hidratação física de minerais A água aumenta o volume dos minerais, ocasiona expansão de fraturas, forçando à fragmentação. Não ocorre alteração da mineralogia: A água não é incorporada à estrutura cristalina; Há apenas atração entre as moléculas de água e a superfície dos grãos. AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Intemperismo biofísico A fauna e/ou flora se instala em fendas pré-existentes no maciço rochoso ou bloco. A ação mecânica (de raízes ou organismos vivos variados) causa pressa, expansão, e fragmentação. AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Intemperismo químico O ambiente da superfície da Terra, caracterizado por baixas pressão e temperatura, e riqueza de água e oxigênio, é bastante distinto da maioria dos ambientes onde as rochas foram formadas. Esse desequilíbrio, através de uma série de reações químicas, acaba por transformar a rocha e seus minerais em outros minerais mais estáveis a este novo ambiente. Consequências: Adaptação a novas condições ambientais; Formação de minerais neoformados; Formação de argilominerais; Comportamento físico-químico diferenciado (especialmente argilas). AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Fases no intemperismo químico: solúvel e residual Fase solúvel*: os constituintes mais solúveis das rochas intemperizadas são transportados pelas águas que drenam o perfil de alteração. Fase residual: o material que resta no perfil torna-se progressivamente enriquecido nos constituintes menos solúveis, presentes nos minerais primários residuais resistentes ao intemperismo, e nos minerais secundários que formaram o perfil. *Solubilidade: capacidade de uma substância dissolver-se em outra, estando uma delas no estado líquido. AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Hidratação; Dissolução; Oxirredução; Hidrólise; Processos químico-biológicos. Processos de intemperismo químico AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Hidratação química ANIDRITA GIPSITA Entrada de moléculas de água na estrutura de um mineral CaSO4 (anidrita) + 2H2O (água) = CaSO4.2H2O (gipsita) AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Dissolução Solubilização completa (minerais altamente solúveis). Maior suscetibilidade é das rochas calcárias: Ácido carbônico (H2CO3) da chuva reage com calcita (CaCO3), produzindo bicarbonato de cálcio Ca(HCO3)2. CaCO3 + H2CO3 = Ca++ + 2HCO3- Rochas com alto potencial de infiltração: contaminação de rios subterrâneos por rápida infiltração de poluentes. Bicarbonatos são sais que contêm o ânion HCO3-. Calcita AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Oxirredução Oxidação e redução ocorrem juntas, transferindo elétrons entre substâncias, alterando o número de oxidação (Nox) das substâncias. Oxidar significa perder elétrons => Nox aumenta; reduzir significa ganhar elétrons => Nox diminui. Reações do ferro: mais comuns da oxirredução Ambientes oxidantes (boa drenagem), ferro reduzido: Fe++ => Fe+++ (mais biodisponível); Ambientes redutores (saturação), ferro oxidado: Fe+++ => Fe++ (mais solúvel). Oxirredução de piroxênios: liberação de ferro Piroxênio (FeSiO3) libera sílica (SiO2) e íons de ferro (Fe3+), que se combinam com oxigênio (O2) e água (H20), formando goethita (FeOOH) e hematita (Fe2O3). AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Hidrólise Reação química de quebra de uma molécula por água (pH 5 a 9); Al imóvel, Si e bases tem comportamento variável em função fluxo das soluções; Mecanismo dominante em regiões tropicais, equatoriais e temperadas quentes; Alteração envolvendo fluido aquoso com íons de hidrogênio (H+) ou de hidroxila (OH-), substituindo outros íons que são liberados para a solução. AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Solubilidade na hidrólise conforme o pH Remoção da alumina (Al2O3) em condições muito específicas (4 ou 10). Remoção da sílica em larga faixa (a partir de 5): dessilificação + comum no processo. Solubilidade (milimóis por litro) da sílica, alumina e ferro em função do pH (Mason, B. Principles of geochemistry. 3. Ed. New York: Wiley, 1966) AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Decomposição de minerais silicatados e formação de argilominerais Moléculas se reúnem e formam carbonatos (x-CO3) e hidróxidos (x-OH), com remoção de sílica e alcalinos (Ca+, Mg+, Na+, K+). Feldspato potássico → caulinita (perda de potássio). 4KAlSi3O8(K-fedspato)+22H2O → Al2Si2O5(OH)4(caulinita)+4K++4OH-+8H4SiO4 (ácido ortosilícico). CO2: dióxido de carbono; H2CO3: ácido carbono; HCO3: bicarbonato; SiO2: dióxido de silício (sílica). Principal atuação da hidrólise AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Lixiviação crescente (mais pluviosidade e drenagem), com hidrólise do ortoclásio (feldspato alcalino) em presença de água, liberando ácido ortosilícico, hidroxilas, potássio, e formando minerais da fração argila Hidrólise parcial (sialitização) Bissialitização: eliminação de 87% de bases e 46% da sílica. Al imóvel. 2,3KAlSi3O8 + 8,4H2O => Si3,7Al0,3O10Al2(OH)2K0,3 (esmectita) + 3HrSiO4 + 2K+ + 2OH- Monossialitização: eliminação de 100% de bases e 66% de sílica. Al imóvel. KAlSi3O8 + 8H2O => Al2Si2O5(OH)4 (caulinita) + 3H4SiO4 + K+ + OH- Hidrólise total (laterização = alitização ou ferritização) Eliminação de 100% de sílica e de bases KAlSi3O8 + 8H2O => Al(OH)3 (gibbsita) + 3H4SiO4 + K+ + OH- Sequência de hidrólise crescente AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Solubilidade na hidrólise conforme o pH Ação de flora e fauna (macro a micro); Liberação substâncias (CO2, M.O., excreções etc.); Aumento da acidez ou da alcalinidade; Potencializador do intemperismo químico. Liberação de substâncias por organismos colonizadores na placa de ágar (Petri cultivada) AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Inicialmente, a rocha intemperizada sofre alguma perda de Si e bases; Al e Fe permanecem no perfil. Formam-se aluminossilicatos (sialitização): argilominerais que podem ser 1:1 (caulinita = monossialitização) ou 2:1 (esmectitas = bissialitização). Em condições extremas, formam-se hidróxidos de ferro (ferritização) e Al (alitização). Essas condições extremas formam lateritas. A laterização é um conjunto de processos responsáveis por associações minerais, em que a hidrólise cumpre papel fundamental, concentrando óxi-hidróxidos de ferro e alumínio nos solos. Atuação da hidrólise na formação do manto de intemperismo AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Conforme a Regra de Van't Hoff, ressaltando-se exceções, a cada aumento de 10 graus Celsius na temperatura de um sistema, a velocidade de reação química será duplicada. Por conta dessa regra, o intemperismo químico, e até mesmo o físico e o biológico, são tão mais intensos quanto mais quente e úmido é o clima de um local. O que interfere na profundidade dos mantos de intemperismo: Climas tropicais e equatoriais úmidos apresentam os mais profundos mantos de intemperismo; Climas temperados úmidos apresentam mantos de intemperismo de profundidade média; Climas quentes e secos, ou gelados, apresentam os mantos de intemperismo menos profundos – rocha praticamente aflorante à superfície, basicamente fraturada. Formação do manto de intemperismo AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Sugestões de leitura para aprofundamento Debater estrutura acadêmica e conteúdo científico de trabalho aplicado. Relações entre intemperismo e evolução do relevo: https://www.researchgate.net/profile/Julio_Mendes3/publication/299864072_VARIACAO_ESPACIAL_DO_INTEMPERISMO_NA_BACIA_DO_RIO_TURVO_MEDIO_VALE_DO_RIO_PARAIBA_DO_SUL_RJ_-_SUBSIDIOS_AO_ENTENDIMENTO_DO_BALANCO_DE_DENUDACAO_QUIMICA_E_MECANICA/links/5706801d08aecbf68ba9d91e.pdf Assistir aos vídeos: Grand Canyon – Rio Colorado: a ação erosiva do rio formando o desfiladeiro https://www.youtube.com/watch?v=Vk_qHvuh_kA Deconstructing History: Grand Canyon | History: video curto em inglês https://www.youtube.com/watch?v=ueVfUAbWqxg Saiba mais AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Unidade 1: Revisão geral sobre minerais e rochas Identificação de características mecânicas de rochas; Identificação de intemperismo das rochas. AULA 4: INTEMPERISMO Mecânica das rochas AULA 01: NOME DA AULA Disciplina
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