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1 Prof. Esp. Fabiano Fagundes Projeto de Sistemas de Esgotos Sanitários Aula 8 – Concepção de Estações de Tratamento de Esgoto Sanitário – Parte II TRATAMENTO DO ESGOTO 2 • Primário: remove sólidos em suspensão sedimentáveis, materiais flutuantes (óleos e graxas) e parte da matéria orgânica em suspensão; • Secundários: remove matéria orgânica dissolvida e matéria orgânica em suspensão não removida no tratamento primário; • Terciário: remove poluentes específicos e/ou poluentes não suficientemente removidos no tratamento secundário. Ex: nutrientes ou organismos patogênicos. Existem inúmeros tipos de tratamento de esgoto doméstico: Processos Físicos, Químicos e Biológicos, Aeróbios e Anaeróbios são aplicados com uma série de aspectos positivos e negativos. TRATAMENTO DO ESGOTO 3 Esses processos utilizam organismos que se proliferam na água, otimizando o tratamento e minimizando custos, para que se consiga a maior eficiência possível. As tecnologias de tratamento de efluentes são um aperfeiçoamento do processo de depuração da natureza, e buscam: • Menor tempo de duração; e • Maior capacidade de absorção, com o mínimo de recursos em instalações e operação, e melhor qualidade do efluente lançado. Classificação do sistema basicamente, em 2 grupos: tecnologias de sistemas simplificados e sistemas mecanizados; 4 5 DECANTAÇÃO PRIMÁRIA Definição: Operação unitária concebida com o objetivo principal de garantir a remoção de parte dos sólidos em suspensão totais passíveis de serem removidas da fase líquida por ação da gravidade; • Emprego de decantadores convencionais: Lodos ativados convencional; Filtros biológicos. 6 DECANTAÇÃO PRIMÁRIA Classificação dos Processos de Sedimentação 7 DECANTAÇÃO PRIMÁRIA Sedimentação Discreta (Tipo 1) 8 DECANTAÇÃO PRIMÁRIA Sedimentação Floculenta (Tipo 2) 9 TIPOS DE DECANTADORES Quanto a geometria Decantadores retangulares de fluxo horizontal; Decantadores circulares em planta, de escoamento radial Quanto ao dispositivo de remoção de lodo Remoção mecanizada de lodo; Remoção hidráulica de lodo 10 11 EFICIÊNCIA DOS DECANTADORES PRIMÁRIOS Produção de lodo Produção “per-capita”de SST: 60 g/hab/dia (Esgoto Bruto) População: 10.000 hab Eficiência do decantador primário: 60 % Tanque de Aeração 12 Neste sistema, o esgoto vai para tanques de aeração onde as bactérias existentes no próprio esgoto se alimentam da matéria orgânica e consomem oxigênio. Para que essas bactérias se desenvolvam mais rapidamente e acelerem o processo de decomposição, recebem oxigênio através dos aeradores. Tanque de Aeração 13 PROCESSO DE LODOS ATIVADOS CONVENCIONAL 14 Grade Caixa de areia Decantador Primário Tanque de Aeração Decantador Secundário Adensamento Digestão Secagem Lodo “Seco” Rio Líquidos removidos do lodo ETE BARUERI 15 PROCESSO DE LODOS ATIVADOS COM AERAÇÃO PROLONGADA 16 Grade Caixa de areia Tanque de Aeração Decantador Secundário Adensamento Secagem Lodo “Seco” Rio 17 Por meio de aeração artificial (lodos ativados) consegue-se introduzir oxigênio suficiente para os microrganismos sobreviverem, apesar de sua aglomeração; A agitação provocada na água evita a deposição dos flocos em lugares onde os organismos morreriam por falta de oxigênio (por exemplo, nos cantos do reator). LODOS ATIVADOS 18 Devido a aceleração da digestão por introdução de oxigênio, as bactérias se agrupam, eliminando a matéria orgânica, e passam para o tanque de decantação, formando um lodo. Esse lodo é recirculado para o tanque de aeração, e o excedente é descartado através dos leitos de secagem. PROCESSO DE LODOS ATIVADOS COM AERAÇÃO PROLONGADA EM BATELADA 19 Grade Caixa de areia Tanque deAeração Decantador Secundário Adensamento Secagem Lodo “Seco” Rio PROCESSO DE LODOS ATIVADOS COM AERAÇÃO PROLONGADA EM BATELADA O processo de Batelada consiste de um reator onde ocorrem todas as etapas do tratamento. Isto é conseguido através do estabelecimento de ciclos de operação com durações definidas. A massa biológica permanece no reator durante todos os ciclos, eliminando dessa forma a necessidade de decantadores individuais. 20 SISTEMAS DE LAGOAS AERADAS MECANICAMENTE SEGUIDAS DE LAGOAS DE DECANTAÇÃO 21 Grade Caixa de areia Lagoas aeradas Lagoas de decantação Rio Lodo SISTEMAS DE LAGOAS AERADAS MECANICAMENTE SEGUIDAS DE LAGOAS DE DECANTAÇÃO 22 SISTEMAS DE LAGOAS AERADAS FACULTATIVAS 23 SISTEMAS DE FILTROS BIOLÓGICOS AERÓBIOS 24 Grade Caixa de areia Decantador Primário Filtros Biológicos Decantador Secundário Adensamento Digestão Secagem Lodo “Seco” Rio 25 TRATAMENTO SECUNDÁRIO • Após tratamento primário, o esgoto contém sólidos dissolvidos e finos sólidos suspensos que não decantam; • Para remover essas partículas utilizam-se microrganismos que se alimentam dessa matéria orgânica suspensa ou solúvel; • Os microrganismos mais importantes para o tratamento dos esgotos são as bactérias; • Fornecer condições para que as bactérias sobrevivam e utilizem o esgoto da forma mais eficiente possível; • Exemplos de tratamento: lagoas de estabilização. SISTEMAS DE LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO 26 Grade Caixa de areia Lagoa anaeróbia Lagoa facultativa Rio •Sistema australiano •Lagoa facultativa primária Grade Caixa de areia Lagoa facultativa Lagoa de maturação Rio Lodo Lodo Lodo Lodo Lagoa de maturação SISTEMAS DE LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO 27 28 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO • Adequada para regiões tropicais e subtropicais, onde há disponibilidade de terrenos a custos baixos, com condições climáticas favoráveis ao processo de biodegradação (temperatura elevada e luz solar abundante durante todo o ano); • Requerem cuidados mínimos para uma boa operação e manutenção (seus processos biológicos são naturais e não necessitam de equipamento eletromecânico, combustível nem de energia elétrica); • Limitações: o custo e a disponibilidade de grandes extensões de terrenos; • Necessidades de terreno podem ser minimizadas em sistemas de lagoas de estabilização em série. 29 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO • Grandes escavações taludadas propiciando tempos de detenção hidráulico elevados dos esgotos, tratando-os sem introdução artificial de energia eletromecânica. 30 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO • Há diversas variantes dos sistemas de lagoas de estabilização, por exemplo: Lagoas Anaeróbias; Lagoas Facultativas; Lagoas de Estabilização Sistemas de Lagoas Anaeróbias seguida de Facultativa; Lagoas aeradas Facultativas; Lagoas de Maturação; Lagoas de Polimento. 31 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO • LAGOAS DE MATURAÇÃO Opção tecnológica para se alcançar plenamente o objetivo da “ausência de patógenos”; Elevada eficiência na remoção de parasitos (ovos de helmintos e cistos de protozoários), vírus e bactérias patogênicas; Nenhum sistema convencional pode competir econômicamente com a eficiência de remoção de microorganismos das lagoas de maturação (exceto em casos de áreas muito valorizadas e neste caso com uso de algum produto químico ao processo de desinfecção). 32 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO • LAGOAS DE MATURAÇÃO Escavações com profundidadesde 0,8 a 1,0 metro, permitindo elevado tempo de detenção hidráulico dos esgotos e decaimento de coliformes por metabolismo endógeno e pela incidência de radiação ultravioleta proveniente da luz solar. Principal finalidade: remoção de organismos patogênicos, sólidos em suspensão e nutrientes; Promove a nitrificação dos esgotos; Tempo de detenção hidráulico típico: 7 dias. 33 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO • LAGOAS DE MATURAÇÃO Os sistemas de lagoas além da depuração da matéria orgânica tem-se ótima eficiência na remoção de patógenos. • Remoção de Coliformes 34 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO • LAGOAS ANAERÓBIAS Escavações de 3,0 a 5,0 metros de profundidade útil recebendo carga orgânica contínua de esgotos de modo a manter condições de anaerobiose. Eficiência na remoção de DBO: 40 % a 50 % Tempo de detenção hidráulico: 3 dias a 6 dias; 35 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO • LAGOAS ANAERÓBIAS Formação de Ácidos (bactérias acidogênicas) Formação de Metano (bactérias metanogênicas) Sensibilidade às condições ambientais Países quentes: melhor reprodução das bactérias Preocupação com mau cheiro de lagoa aneróbia, pH deve estar neutro 36 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO • LAGOA FACULTATIVA Região Oxipausa Produção de O2 = Consumo de O2 Diversidade de Bactérias. Retirada do lodo de fundo > 20 anos Duração do processo é > 20 dias Influência das Algas Sua concentração é maior que das bactérias, por isso a cor verde da lagoa; Produção O2 15 vezes maior que consumo. 37 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO • LAGOA FACULTATIVA Escavações com profundidades úteis de 1,5 metros a 2,0 metros, permitindo a penetração de luz e a produção fotossintética de oxigênio para a decomposição de matéria orgânica. Parte dos sólidos presentes nos esgotos sedimentam e são biodegradados por via anaeróbia. Eficiência na remoção de DBO: Superior a 80%. Efluentes com DBO inferior a 60 mg/l;. Eficiência na remoção de coliformes: Aproximadamente 99 % 38 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO • LAGOA FACULTATIVA 39 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO • LAGOA FACULTATIVA Profundidade típica: 1,8 metros. Relação L/B: 3 a 5 Taxa de aplicação superficial limite de DBO 40 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO • LAGOA AERADA Escavações taludadas dotadas de sistemas de aeração. A potência de aeração é dimensionada para garantir mistura completa, caracterizando reator aeróbio. Tempo de detenção hidráulica na lagoa aerada: 2,5 a 4,0 dias (Função da temperatura). 41 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO • LAGOA DE DECANTAÇÃO (SECUNDÁRIA) Escavações sem aeração, destinadas à separação dos flocos formados nas lagoas aeradas, armazenando-os por um período de tempo estabelecido em projeto para posterior remoção, após sofrer digestão. Tempo de detenção hidráulico mínimo de 1 dia mais o volume para o acúmulo de lodo por um período de aproximadamente 2 anos. 42 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO SISTEMAS DE TRATAMENTO CONJUGADO ANAERÓBIO-AERÓBIO 43 Grade Caixa de areia UASB Lagoas de estabilização Lagoas aeradas Filtros Biológicos Convencional Processos físico-químicos Filtros Biológicos Aerado Submerso Lodos ativados REATOR UASB (RAFA) Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente 44 Reator UASB + Filtro Biológico Aeróbio 45 PHDPHD -- 2411 Saneamento I2411 Saneamento I 1818 SISTEMAS DE FILTROS BIOLÓGICOS SISTEMAS DE FILTROS BIOLÓGICOS AERÓBIOSAERÓBIOS Grade Caixa de areia Reator UASB Filtros Biológicos Decantador Secundário Secagem Lodo “Seco” Rio Lodo Retorno de Lodo SISTEMAS COMBINADOS Reator UASB + Lagoas de Polimento 46 SISTEMAS COMBINADOS Reator UASB + Lagoas de Polimento 47 SISTEMAS COMBINADOS Reator UASB + Aplicação no Solo 48 A disposição de esgoto doméstico no solo como processo de tratamento comunitário é uma prática já antiga adotada pelo homem. Neste processo, o esgoto é absorvido pela camada de solo através de bacias de infiltração. SISTEMAS COMBINADOS Reator UASB + Lodos Ativados 49 Sistemas de Tratamento 50 Sistemas de Desinfecção 51 52 53 54 Vista aérea da ETE em São José dos Campos. O sistema possui capacidade de 405 l/s e atende 170 mil habitantes Maio/2017
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