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DIREITO PENAL II

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DIREITO PENAL II - PRESCRIÇÃO PENAL 
PRESCRIÇÃO PENAL
ESTRUTURA DE CONTEÚDO
1. Introdução. 
1.1 Conceito e Natureza Jurídica. 
1.2. Espécies de Prescrição – distinção e efeitos. 
2. Prescrição da Pretensão Punitiva. 
      2.1 Conceito. 
      2.2 Oportunidade da Declaração. 
      2.3 Termo Inicial e Regras para Contagem do Prazo. 
2.4. Espécies.
2.5 Causas Suspensivas e Interruptivas 
1. Introdução 
1.1 Conceito e Natureza Jurídica. 
“Perda do direito-poder-dever de punir do Estado em face do não exercício da pretensão punitiva (interesse em aplicar a pena) ou da pretensão executória (interesse em executá-la) durante certo tempo.” (CAPEZ, Fernando. Material Didático, pp. 611/612).
Configura-se como causa extintiva de punibilidade elencada no rol do art.107, do Código Penal. Diferencia-se da Decadência, pois, enquanto nesta é atingido o próprio direito de ação, a prescrição atinge o direito de punir do Estado.
Extinção da punibilidade. Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
Obs. Infrações Penais Imprescritíveis: A Prescrição é direito público subjetivo previsto constitucionalmente a todo acusado, haja vista, face ao Sistema Penal Garantista, o fato do poder de punir do Estado não ser ilimitado e eterno. Entretanto, para fins de efetividade dos direitos e garantias fundamentais, a própria Constituição da República de 1988 selecionou, em caráter excepcional e imutável (art.60,§4º, IV, CRFB/88), infrações penais imprescritíveis, a saber: crimes de racismo (art.5º, XLVII, CRFB/88 e Lei n. 7716/1989) e as ações de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (art.5º, XLIV, CRFB/88 e Lei n. 7170/1983 – Lei de Segurança Nacional)
1.2. Espécies de Prescrição: 
Prescrição da Pretensão Punitiva: 
Prescrição da Pretensão Executória.
Distinção. A Prescrição da Pretensão Punitiva, por atingir o interesse em aplicar a pena somente pode ocorrer em momento anterior ao trânsito em julgado da sentença; por outro lado, a Prescrição da Pretensão Executória, afeta ao interesse em executar a pena, somente ocorre após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Efeitos. Prescrição da Pretensão Punitiva 
impede o início ou interrompe a persecução penal em juízo;
afasta todos os efeitos da condenação;
  Prescrição da Pretensão Executória: apenas extingue a pena principal; desta forma, permanecem os efeitos secundários da condenação – penais e extrapenais.
2. Prescrição da Pretensão Punitiva. 
      2.1 Conceito: perda do direito de punir do Estado antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. 
      2.2 Oportunidade da Declaração: seu reconhecimento configura verdadeiro exame de mérito; desta forma pode ser declarada a qualquer tempo, de ofício ou mediante requerimento das partes (art. 61, caput, CPP)
      2.3 Termo Inicial e Regras para Contagem do Prazo.
Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
I - do dia em que o crime se consumou;  
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; 
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.
Obs. A contagem do prazo prescricional é feita de acordo com o disposto no art.10, do CP, sendo tal prazo improrrogável.
Contagem de prazo Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
Obs. O prazo prescricional deve ser calculado com base na maior pena abstratamente aplicável. O art.109, CP estabelece os respectivos prazos.
Obs. As circunstâncias judiciais, as circunstâncias agravantes e atenuantes genéricas, salvo o disposto no art.115, do CP, não influem no cálculo da PPP. No que concerne à reincidência o Superior Tribunal de Justiça já pacificou este entendimento por meio do Verbete de Súmula n. 220: “ a reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva”.
Cuidado! Art. 115, CP - Redução dos prazos de prescrição
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
Com relação às causas de aumento ou diminuição, por terem o condão de alterar as penas de modo a extrapolarem os parâmetros legais (aquém ou além), alteram o prazo prescricional da PPP – neste caso, deverá o juiz considerar sempre a pior possibilidade.
Obs. Segundo Damásio de Jesus (Prescrição Penal. 17 ed., pp 34-35), os prazos prescricionais da pretensão punitiva podem decorrer segundo os seguintes período nos crimes que não forem de competência do Tribunal do Júri:
Entre a data da consumação do crime e a do recebimento da denúncia ou queixa.
Entre a data do recebimento da denúncia ou queixa e da publicação da sentença final.
a partir da publicação da sentença condenatória.
2.4. Espécies
a) propriamente dita: é calculada com base na maior pena prevista abstratamente.
Art.109, caput, CP.
b) intercorrente ou superveniente à sentença condenatória: é calculada com base na pena efetivamente aplicada pelo juiz sendo aplicável após a condenação em primeira instância. “tem por base o período que medeia a sentença condenatória, com trânsito em julgado para a acusação (ou se improvido seu recurso), e o trânsito em julgado da defesa”. (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 6 ed. pp, 612).
Art. 110,§1º, CP
Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. 
§ 1o  A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.  
Neste caso, ainda é possível levar-se em consideração o prazo entre a publicação da sentença condenatória e a publicação do acórdão condenatório para fins de cômputo de prazo prescricional da pretensão punitiva intercorrente (art.110, §1º, CP) – tendo por base a pena concreta aplicada.
c) antecipada ou virtual: “é reconhecida antecipadamente, com base na provável pena fixada na futura condenação”.
d) retroativa : art.110, §2º, CP – revogada pela lei n. 12234 de 05 de maio de 2010.
2.5 Causas Suspensivas e Interruptivas
As causas interruptivas da prescrição obstam seu curso e fazem com o seu período de contagem reinicie do zero. Por outro lado, as causas suspensivas, são aquelas que “sustam o prazo prescricional, fazendo com que recomece a correr apenas pelo que restar, aproveitando o tempo anteriormente decorrido”.
Causas interruptivas da prescrição
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: 
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; 
II - pela pronúncia; 
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; 
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; 
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
VI - pela reincidência. 
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. 
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. 
Causas impeditivas da prescrição
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: 
I - enquanto não resolvida, em outro processo,questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; 
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. 
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. 
Obs. Hipótese de suspensão parlamentar do processo (Art. 53,§§ 3º a 5º, CRFB/1988, com a redação dada pela EC n. 35/2001) – “a suspensão do processo suspenderá a prescrição, enquanto durar o mandato”.
CONTINUAÇÃO PRESCRIÇÃO PENAL
OBJETIVOS DA SEMANA DE AULA
►Reconhecer, nos casos concretos apresentados, a ocorrência do instituto da prescrição penal, nas suas diversas modalidades. 
► Identificar, nos casos concretos apresentados, as espécies de prescrição penal, termos inicial e final, aplicação, causas interruptivas e suspensivas e respectivos efeitos.
Prescrição da Pretensão Executória 
Conceito
“Perda do direito-poder-dever de punir do Estado de executar a sanção imposta face à inércia do Estado, durante determinado lapso.” (CAPEZ, Fernando. Material Didático, pp. 629).
      1.2. Prazos e Forma de Contagem
Termo Inicial.
Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: 
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; 
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. 
Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional
Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.  
Contagem de Prazo
É realizado a partir da pena concreta fixada respeitando os prazos estabelecidos no art.109, CP. 
      1.3. Efeitos
Apenas extingue a pena principal; desta forma, permanecem os efeitos secundários da condenação – penais e extrapenais.
1.4.Causas Interruptivas.
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: 
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
VI - pela reincidência.
Atenção! No caso de reincidência, a interrupção da prescrição ocorre na data em que novo crime é praticado e não na data que transita em julgado a sentença condenatória pela prática desse novo crime” (CAPEZ, Fernando. Material Didático, pp 630).
Atenção! Diferentemente do que ocorre na PPP, na PPE, a sua interrupção em relação a um dos autores não produz efeitos em relação aos demais.
Art. 117 § 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime.
2. Disposições Gerais.
2.1. Prescrição da Pena de Multa.
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá:
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; 
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. 
Para o Prof. Fernando Capez, a prescrição da pena de multa não mais é regulada pelo Código Penal, mas sim, pela Vara de Fazenda Pública, sendo de 05 anos, haja vista o Código Penal estabelecer que a referida pena converte-se em dívida de valor. Contrariamente entendem os Prof. Cezar Roberto Bitencourt e Rogério Greco ao sustentarem que o prazo prescricional da pena de multa continua sendo regulado pelo Código Penal, sendo os referidos prazos afetos tanto à pretensão punitiva, quanto à pretensão executória (GRECO, Rogério. Código Penal Comentado. 4 ed., pp 228)
2.2. Aumento de prazo prescricional.
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.
Atenção! “A reincidência interrompe o prazo prescricional da condenação anterior, mas só aumenta o prazo da prescrição da condenação em que o réu foi reconhecido como reincidente” (CAPEZ, Fernando. Material Didático, pp 633) 
Verbete de Súmula n.220, do Superior Tribunal de Justiça.
“A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva”.
2.3. Prescrição no Caso de Concurso de Crimes.
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente
Verbete de Súmula 497, do Supremo Tribunal Federal
“ Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação”.
Obs. Verbete de Súmula n.146, do Supremo Tribunal Federal.
“A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada na sentença, quando não há recurso da acusação”.
Obs. Verbete de Súmula n.604, do Supremo Tribunal Federal.
“A prescrição pela pena em concreto é somente da pretensão executória da pena privativa de liberdade”.
Obs. Verbete de Súmula n.338, do Superior Tribunal de Justiça.
“A prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-educativas”.
Obs. Verbete de Súmula n.438, do Superior Tribunal de Justiça.
“É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal”.
DIREITO PENAL II CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE. 
DIREITO PENAL II
CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE.
OBJETIVOS DA AULA
►Aplicar os institutos previstos na parte geral do Código Penal aos crimes em espécie.
 ► Identificar, nos casos concretos apresentados, a ocorrência de causas extintivas de punibilidade de modo a contemplar as missões da aplicação da sanção penal, pena ou medida de segurança, no Estado Democrático de Direito.
► Diferenciar as causas extintivas abstrata e concreta de punibilidade e seus respectivos consectários.
CONTEÚDO.
1. Conceito. Causas Extintivas de Punibilidade.
      1.1 Abstrata
      1.2. Concreta
2. Disposições Gerais acerca das Causas Extintivas de Punibilidade.
 
CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE ABSTRATA E CONCRETA – DISTINÇÃO.
Para que possamos estudar as causas extintivas de punibilidade faz-se necessária, inicialmente, a análise, já realizada em Direito Penal I, acerca da compreensão de punibilidade.
“As causas de extinção da punibilidade implicam renúncia, pelo Estado, do exercício do direito de punir, seja pela não imposição de pena, seja pela não execução ou interrupção do cumprimento daquela já aplicada”. (GARCIA MARTIN, L.et alii APUD, PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. v.1. 9 ed. pp 653)
As causas extintivas da Punibilidade Concreta encontram-se previstas no art.107, incisos I a IX, do Código Penal, sendo, entretanto, o referido rol exemplificativo, haja vista a previsão em outros dispositivos legais, tais como: art. 82, 90, 236, 312,§3º, todos do CP, dentre outros.
Para Guilherme de Souza Nucci compreende-se por extinção de punibilidade o “desaparecimento da pretensão punitiva ou executória do Estado, em razão de específicos obstáculos previstos em lei”. Ainda, salienta o autor que “não há que se confundir extinção de punibilidade com condição objetiva de punibilidade, condição negativa de punibilidade e condição de procedibilidade, embora sejam institutos interligados”. (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 6 ed. pp. 577). 
Entretanto, tal confusão é comum, haja vista o fato de estarem previstas no mesmo dispositivo legal – art.107, CP.
Fernando Capez sintetiza que causas de extinção de punibilidade “são aquelas que extinguem o direito de punir do Estado”. (CAPEZ, Fernando. Material Didático. pp 586).
     1.1 Abstrata
Escusas absolutórias
Na verdade, configuram condições negativas pessoais de punibilidade, ou seja, são causas especiais de isenção de pena aplicadas a determinadas pessoas e não se comunicam no caso de concurso de agentes. Podem ser absolutas ou relativas, conforme excluam a imposição de pena outransformem-se em condições de procedibilidade da ação penal – art.181 e 182, do Código.
Concreta (art.107, I a IX, CP)
            a) Morte do agente: princípio da pessoalidade da pena - art.5º, XLV, CRFB/1988. Questão controvertida: falsidade de declaração de óbito apresentada no caso de sentença extintiva de punibilidade transitada em julgado: face ao princípio que veda a revisão criminal pro societate o melhor entendimento é no sentido de que só resta ao Estado responsabilizar os agentes pela falsidade.
            b)Anistia graça e indulto: espécies de indulgência soberana, na qual o Estado “desiste” de exercer o seu direito de punir. 
Podemos dividir em duas espécies: de um lado a anistia, cuja competência é da União e privativa do Congresso Nacional; de outro a graça e indulto, o primeiro de caráter individual e o segundo, coletivo; são de competência do Presidente da República e apenas atingem os efeitos principais da condenação.
	
	ANISTIA
	GRAÇA E INDULTO
	Natureza jurídica
	Lei penal de efeito retroativo
	Ato administrativo (Decreto Presidencial)
	Competência
	Congresso Nacional (art.48, VIII, CRFB/88)
	Presidente da República (art. 84, parágrafo único, CRFB/88)
	Procedimento e Revogação
	Lei Federal;
Irrevogável
	O indulto é concedido espontaneamente e a graça deve ser solicitada (art.188, LEP)
	Natureza delitos
	Em regra crimes políticos
	Crimes comuns
            c) Abolitio criminis. (art.2º, caput, CP).
            d)Decadência: é a perda do direito de ação de iniciativa privada ou do direito de representação, por não terem sido exercidos no período estabelecido em lei.
            e)Perempção: é a perda do direito de prosseguir com a ação penal de iniciativa privada em decorrência da inércia do querelante (art.60, CPP).
f) Renúncia e perdão do ofendido: a renúncia configura a falta de interesse do ofendido em exercer o direito de queixa, portanto, antes da propositura da ação penal; configura ato unilateral e se comunica no caso de concurso de agentes (extende-se a todos os agentes). Por outro lado, o perdão do ofendido, ocorre no curso da ação penal de iniciativa privada e depende da aceitação do ofendido.
            f) Retratação:“pela retratação o agente reconsidera a afirmação anterior e, assim, procura impedir o dano que poderia resultar de sua falsidade” (BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 5 ed. pp 279). Aplica-se, por exemplo, aos delitos de calúnia e difamação (Art. 143, CP - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena).
Obs. No mesmo sentido, vide art.342,§º,CP – falso testemunho e falsa perícia.
g) Perdão judicial: direito público subjetivo do réu de caráter unilateral, no qual o Estado-juiz deixa de aplicar a pena em circunstâncias expressamente previstas em lei; ex. art.121, §5º e art. 129,§8º, CP.
Questão controvertida: natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial.
1ª corrente: decisão condenatória; subsistem todos os efeitos secundários da condenação (lançamento do nome no rol dos culpados para fins de reincidência e maus antecedentes, bem como obrigação de reparar o dano (Magalhães Noronha, Guilherme de Souza Nucci); para Guilherme de Souza Nucci é possível, inclusive, que o réu interponha recurso pleiteando a absolvição por negativa de autoria ou por ausência de culpa em relação ao evento danoso como forma de afastar os efeitos secundários da condenação. (NUCCI, op.cit. pp 590)
2ª corrente: decisão absolutória imprópria, pois subsistem todos os efeitos secundários da condenação (Frederico Marques).
3ª corrente: declaratória de extinção de punibilidade não gerando qualquer conseqüência para o réu – Verbete de Súmula n.18, do Superior Tribunal de Justiça.
Obs. Art.120, do Código Penal. “ A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência”.
Obs. Acerca do tema, Fernando Capez (Material Didático, pp 601 e 602), sustenta que a extinção de punibilidade não atinge apenas o crime no qual se verificou a circunstância excepcional, mas todos os crimes praticados no mesmo contexto. Desta forma, as consequências da infração abrangem tanto as de ordem física, quanto moral; atingem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torna desnecessária; atingem o agente e seus familiares, ou os seus familiares ou amigos íntimos. 
Ainda, o autor cita as hipóteses legais de incidência do perdão judicial, a saber:
Art.121, §5º, 129,§8º, 140,§1º, I e II, 180,§5º, 249, §2º, todos do Código Penal.
2. DISPOSIÇÕES GERAIS ACERCA DAS CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE.
2.1. Momentos de Ocorrência.
Antes do trânsito em julgado da sentença condenatória: desaparecem todos os efeitos do processo ou da sentença condenatória. 
Após o trânsito em julgado da sentença condenatória: apenas desaparece a obrigação de imposição de pena, desta forma, permanecem apenas os efeitos primários da condenação, subsistindo os efeitos secundários.
DIREITO PENAL II CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE. 
DIREITO PENAL II
CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE.
OBJETIVOS DA AULA
►Aplicar os institutos previstos na parte geral do Código Penal aos crimes em espécie.
 ► Identificar, nos casos concretos apresentados, a ocorrência de causas extintivas de punibilidade de modo a contemplar as missões da aplicação da sanção penal, pena ou medida de segurança, no Estado Democrático de Direito.
► Diferenciar as causas extintivas abstrata e concreta de punibilidade e seus respectivos consectários.
CONTEÚDO.
1. Conceito. Causas Extintivas de Punibilidade.
      1.1 Abstrata
      1.2. Concreta
2. Disposições Gerais acerca das Causas Extintivas de Punibilidade.
 
CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE ABSTRATA E CONCRETA – DISTINÇÃO.
Para que possamos estudar as causas extintivas de punibilidade faz-se necessária, inicialmente, a análise, já realizada em Direito Penal I, acerca da compreensão de punibilidade.
“As causas de extinção da punibilidade implicam renúncia, pelo Estado, do exercício do direito de punir, seja pela não imposição de pena, seja pela não execução ou interrupção do cumprimento daquela já aplicada”. (GARCIA MARTIN, L.et alii APUD, PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. v.1. 9 ed. pp 653)
As causas extintivas da Punibilidade Concreta encontram-se previstas no art.107, incisos I a IX, do Código Penal, sendo, entretanto, o referido rol exemplificativo, haja vista a previsão em outros dispositivos legais, tais como: art. 82, 90, 236, 312,§3º, todos do CP, dentre outros.
Para Guilherme de Souza Nucci compreende-se por extinção de punibilidade o “desaparecimento da pretensão punitiva ou executória do Estado, em razão de específicos obstáculos previstos em lei”. Ainda, salienta o autor que “não há que se confundir extinção de punibilidade com condição objetiva de punibilidade, condição negativa de punibilidade e condição de procedibilidade, embora sejam institutos interligados”. (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 6 ed. pp. 577). 
Entretanto, tal confusão é comum, haja vista o fato de estarem previstas no mesmo dispositivo legal – art.107, CP.
Fernando Capez sintetiza que causas de extinção de punibilidade “são aquelas que extinguem o direito de punir do Estado”. (CAPEZ, Fernando. Material Didático. pp 586).
     1.1 Abstrata
Escusas absolutórias
Na verdade, configuram condições negativas pessoais de punibilidade, ou seja, são causas especiais de isenção de pena aplicadas a determinadas pessoas e não se comunicam no caso de concurso de agentes. Podem ser absolutas ou relativas, conforme excluam a imposição de pena ou transformem-se em condições de procedibilidade da ação penal – art.181 e 182, do Código.
Concreta (art.107, I a IX, CP)
            a) Morte do agente: princípio da pessoalidade da pena - art.5º, XLV, CRFB/1988. Questão controvertida: falsidade de declaração de óbito apresentada no caso de sentença extintiva de punibilidade transitadaem julgado: face ao princípio que veda a revisão criminal pro societate o melhor entendimento é no sentido de que só resta ao Estado responsabilizar os agentes pela falsidade.
            b)Anistia graça e indulto: espécies de indulgência soberana, na qual o Estado “desiste” de exercer o seu direito de punir. 
Podemos dividir em duas espécies: de um lado a anistia, cuja competência é da União e privativa do Congresso Nacional; de outro a graça e indulto, o primeiro de caráter individual e o segundo, coletivo; são de competência do Presidente da República e apenas atingem os efeitos principais da condenação.
	
	ANISTIA
	GRAÇA E INDULTO
	Natureza jurídica
	Lei penal de efeito retroativo
	Ato administrativo (Decreto Presidencial)
	Competência
	Congresso Nacional (art.48, VIII, CRFB/88)
	Presidente da República (art. 84, parágrafo único, CRFB/88)
	Procedimento e Revogação
	Lei Federal;
Irrevogável
	O indulto é concedido espontaneamente e a graça deve ser solicitada (art.188, LEP)
	Natureza delitos
	Em regra crimes políticos
	Crimes comuns
            c) Abolitio criminis. (art.2º, caput, CP).
            d)Decadência: é a perda do direito de ação de iniciativa privada ou do direito de representação, por não terem sido exercidos no período estabelecido em lei.
            e)Perempção: é a perda do direito de prosseguir com a ação penal de iniciativa privada em decorrência da inércia do querelante (art.60, CPP).
f) Renúncia e perdão do ofendido: a renúncia configura a falta de interesse do ofendido em exercer o direito de queixa, portanto, antes da propositura da ação penal; configura ato unilateral e se comunica no caso de concurso de agentes (extende-se a todos os agentes). Por outro lado, o perdão do ofendido, ocorre no curso da ação penal de iniciativa privada e depende da aceitação do ofendido.
            f) Retratação:“pela retratação o agente reconsidera a afirmação anterior e, assim, procura impedir o dano que poderia resultar de sua falsidade” (BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 5 ed. pp 279). Aplica-se, por exemplo, aos delitos de calúnia e difamação (Art. 143, CP - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena).
Obs. No mesmo sentido, vide art.342,§º,CP – falso testemunho e falsa perícia.
g) Perdão judicial: direito público subjetivo do réu de caráter unilateral, no qual o Estado-juiz deixa de aplicar a pena em circunstâncias expressamente previstas em lei; ex. art.121, §5º e art. 129,§8º, CP.
Questão controvertida: natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial.
1ª corrente: decisão condenatória; subsistem todos os efeitos secundários da condenação (lançamento do nome no rol dos culpados para fins de reincidência e maus antecedentes, bem como obrigação de reparar o dano (Magalhães Noronha, Guilherme de Souza Nucci); para Guilherme de Souza Nucci é possível, inclusive, que o réu interponha recurso pleiteando a absolvição por negativa de autoria ou por ausência de culpa em relação ao evento danoso como forma de afastar os efeitos secundários da condenação. (NUCCI, op.cit. pp 590)
2ª corrente: decisão absolutória imprópria, pois subsistem todos os efeitos secundários da condenação (Frederico Marques).
3ª corrente: declaratória de extinção de punibilidade não gerando qualquer conseqüência para o réu – Verbete de Súmula n.18, do Superior Tribunal de Justiça.
Obs. Art.120, do Código Penal. “ A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência”.
Obs. Acerca do tema, Fernando Capez (Material Didático, pp 601 e 602), sustenta que a extinção de punibilidade não atinge apenas o crime no qual se verificou a circunstância excepcional, mas todos os crimes praticados no mesmo contexto. Desta forma, as consequências da infração abrangem tanto as de ordem física, quanto moral; atingem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torna desnecessária; atingem o agente e seus familiares, ou os seus familiares ou amigos íntimos. 
Ainda, o autor cita as hipóteses legais de incidência do perdão judicial, a saber:
Art.121, §5º, 129,§8º, 140,§1º, I e II, 180,§5º, 249, §2º, todos do Código Penal.
2. DISPOSIÇÕES GERAIS ACERCA DAS CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE.
2.1. Momentos de Ocorrência.
Antes do trânsito em julgado da sentença condenatória: desaparecem todos os efeitos do processo ou da sentença condenatória. 
Após o trânsito em julgado da sentença condenatória: apenas desaparece a obrigação de imposição de pena, desta forma, permanecem apenas os efeitos primários da condenação, subsistindo os efeitos secundários.
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
DIREITO PENAL II CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE. 
DIREITO PENAL II
CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE.
OBJETIVOS DA AULA
►Aplicar os institutos previstos na parte geral do Código Penal aos crimes em espécie.
 ► Identificar, nos casos concretos apresentados, a ocorrência de causas extintivas de punibilidade de modo a contemplar as missões da aplicação da sanção penal, pena ou medida de segurança, no Estado Democrático de Direito.
► Diferenciar as causas extintivas abstrata e concreta de punibilidade e seus respectivos consectários.
CONTEÚDO.
1. Conceito. Causas Extintivas de Punibilidade.
      1.1 Abstrata
      1.2. Concreta
2. Disposições Gerais acerca das Causas Extintivas de Punibilidade.
 
CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE ABSTRATA E CONCRETA – DISTINÇÃO.
Para que possamos estudar as causas extintivas de punibilidade faz-se necessária, inicialmente, a análise, já realizada em Direito Penal I, acerca da compreensão de punibilidade.
“As causas de extinção da punibilidade implicam renúncia, pelo Estado, do exercício do direito de punir, seja pela não imposição de pena, seja pela não execução ou interrupção do cumprimento daquela já aplicada”. (GARCIA MARTIN, L.et alii APUD, PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. v.1. 9 ed. pp 653)
As causas extintivas da Punibilidade Concreta encontram-se previstas no art.107, incisos I a IX, do Código Penal, sendo, entretanto, o referido rol exemplificativo, haja vista a previsão em outros dispositivos legais, tais como: art. 82, 90, 236, 312,§3º, todos do CP, dentre outros.
Para Guilherme de Souza Nucci compreende-se por extinção de punibilidade o “desaparecimento da pretensão punitiva ou executória do Estado, em razão de específicos obstáculos previstos em lei”. Ainda, salienta o autor que “não há que se confundir extinção de punibilidade com condição objetiva de punibilidade, condição negativa de punibilidade e condição de procedibilidade, embora sejam institutos interligados”. (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 6 ed. pp. 577). 
Entretanto, tal confusão é comum, haja vista o fato de estarem previstas no mesmo dispositivo legal – art.107, CP.
Fernando Capez sintetiza que causas de extinção de punibilidade “são aquelas que extinguem o direito de punir do Estado”. (CAPEZ, Fernando. Material Didático. pp 586).
     1.1 Abstrata
Escusas absolutórias
Na verdade, configuram condições negativas pessoais de punibilidade, ou seja, são causas especiais de isenção de pena aplicadas a determinadas pessoas e não se comunicam no caso de concurso de agentes. Podem ser absolutas ou relativas, conforme excluam a imposição de pena ou transformem-se em condições de procedibilidade da ação penal – art.181 e 182, do Código.
Concreta (art.107, I a IX, CP)
            a) Morte do agente: princípio da pessoalidade da pena - art.5º, XLV, CRFB/1988. Questão controvertida: falsidade de declaração de óbito apresentada no caso de sentença extintiva de punibilidade transitada em julgado: face ao princípio que veda a revisão criminal pro societate o melhor entendimento é no sentido de que só resta ao Estado responsabilizar os agentes pela falsidade.
            b)Anistia graça e indulto: espécies de indulgência soberana, na qual o Estado “desiste” de exercer o seu direitode punir. 
Podemos dividir em duas espécies: de um lado a anistia, cuja competência é da União e privativa do Congresso Nacional; de outro a graça e indulto, o primeiro de caráter individual e o segundo, coletivo; são de competência do Presidente da República e apenas atingem os efeitos principais da condenação.
	
	ANISTIA
	GRAÇA E INDULTO
	Natureza jurídica
	Lei penal de efeito retroativo
	Ato administrativo (Decreto Presidencial)
	Competência
	Congresso Nacional (art.48, VIII, CRFB/88)
	Presidente da República (art. 84, parágrafo único, CRFB/88)
	Procedimento e Revogação
	Lei Federal;
Irrevogável
	O indulto é concedido espontaneamente e a graça deve ser solicitada (art.188, LEP)
	Natureza delitos
	Em regra crimes políticos
	Crimes comuns
            c) Abolitio criminis. (art.2º, caput, CP).
            d)Decadência: é a perda do direito de ação de iniciativa privada ou do direito de representação, por não terem sido exercidos no período estabelecido em lei.
            e)Perempção: é a perda do direito de prosseguir com a ação penal de iniciativa privada em decorrência da inércia do querelante (art.60, CPP).
f) Renúncia e perdão do ofendido: a renúncia configura a falta de interesse do ofendido em exercer o direito de queixa, portanto, antes da propositura da ação penal; configura ato unilateral e se comunica no caso de concurso de agentes (extende-se a todos os agentes). Por outro lado, o perdão do ofendido, ocorre no curso da ação penal de iniciativa privada e depende da aceitação do ofendido.
            f) Retratação:“pela retratação o agente reconsidera a afirmação anterior e, assim, procura impedir o dano que poderia resultar de sua falsidade” (BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 5 ed. pp 279). Aplica-se, por exemplo, aos delitos de calúnia e difamação (Art. 143, CP - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena).
Obs. No mesmo sentido, vide art.342,§º,CP – falso testemunho e falsa perícia.
g) Perdão judicial: direito público subjetivo do réu de caráter unilateral, no qual o Estado-juiz deixa de aplicar a pena em circunstâncias expressamente previstas em lei; ex. art.121, §5º e art. 129,§8º, CP.
Questão controvertida: natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial.
1ª corrente: decisão condenatória; subsistem todos os efeitos secundários da condenação (lançamento do nome no rol dos culpados para fins de reincidência e maus antecedentes, bem como obrigação de reparar o dano (Magalhães Noronha, Guilherme de Souza Nucci); para Guilherme de Souza Nucci é possível, inclusive, que o réu interponha recurso pleiteando a absolvição por negativa de autoria ou por ausência de culpa em relação ao evento danoso como forma de afastar os efeitos secundários da condenação. (NUCCI, op.cit. pp 590)
2ª corrente: decisão absolutória imprópria, pois subsistem todos os efeitos secundários da condenação (Frederico Marques).
3ª corrente: declaratória de extinção de punibilidade não gerando qualquer conseqüência para o réu – Verbete de Súmula n.18, do Superior Tribunal de Justiça.
Obs. Art.120, do Código Penal. “ A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência”.
Obs. Acerca do tema, Fernando Capez (Material Didático, pp 601 e 602), sustenta que a extinção de punibilidade não atinge apenas o crime no qual se verificou a circunstância excepcional, mas todos os crimes praticados no mesmo contexto. Desta forma, as consequências da infração abrangem tanto as de ordem física, quanto moral; atingem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torna desnecessária; atingem o agente e seus familiares, ou os seus familiares ou amigos íntimos. 
Ainda, o autor cita as hipóteses legais de incidência do perdão judicial, a saber:
Art.121, §5º, 129,§8º, 140,§1º, I e II, 180,§5º, 249, §2º, todos do Código Penal.
2. DISPOSIÇÕES GERAIS ACERCA DAS CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE.
2.1. Momentos de Ocorrência.
Antes do trânsito em julgado da sentença condenatória: desaparecem todos os efeitos do processo ou da sentença condenatória. 
Após o trânsito em julgado da sentença condenatória: apenas desaparece a obrigação de imposição de pena, desta forma, permanecem apenas os efeitos primários da condenação, subsistindo os efeitos secundários.
DIREITO PELA ll -APLICAÇÃO DA PENA CRIMINAL 
APLICAÇÃO DA PENA CRIMINAL. 
ESTRUTURA DE CONTEÚDO
1 – Individualização da Pena. 
1.1 Princípios norteadores
1.2 Vedação da dupla valoração de uma mesma circunstância (bis in idem)
2 - Sistema trifásico de Aplicação de Pena.
2.1. Pena-Base: Teoria das Circunstâncias Judiciais
2.2 Pena-Provisória: Teoria das Circunstâncias Legais.
2.3 Pena Definitiva
- distinção entre elementares e circunstâncias.
3 – Fixação da Pena-Base. Teoria das Circunstâncias Judiciais.
Individualização da Pena. 
legislativa;
1.1 Momentos judicial;
executória.
Sistema adotado pelo Código Penal vigente.
Relativa Determinação: “ a individualização legislativa é complementada pela judicial” (PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro, v.1, 9 ed. pp. 587).
O juiz,(...) deve eleger o quantum ideal, valendo-se do seu livre convencimento (discricionariedade), embora com fundamentada exposição de seu raciocínio (juridicamente vinculada). (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal, 6 ed., pp.440).
1.2. Princípios norteadores.
► Individualização da Pena – art.5º, XLVI, CRFB/1988;
► Culpabilidade;
► Proporcionalidade das Penas.
► Vedação da dupla valoração de uma mesma circunstância (bis in idem) 
2. Sistema trifásico de Aplicação de Pena.
Pena-Base: Teoria das Circunstâncias Judiciais.
Pena-Provisória: Teoria das Circunstâncias Legais.
  Pena Definitiva
Obs. Existência de demais fases?
Súmula, 231, STJ
A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.
3. Fixação da Pena-Base. Teoria das Circunstâncias Judiciais.
3.1. Culpabilidade.
3.2. Antecedentes.
Súmula n. 444, STJ. É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.
3.3. Conduta Social.
3.4. Personalidade do Agente.
3.5. Motivos do Crime.
3.6. Circunstâncias do Crime.
3.7. Consequências do Crime.
3.8. Comportamento da vítima.
► Teorias Mistas (Unitárias) – ART.59, do Código Penal.
Há a conciliação entre as finalidades de prevenção geral e especial e o caráter retributivo da pena.
Cálculo da pena
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento
DIREITO PENAL II
CONTINUAÇÃO. APLICAÇÃO DA PENA CRIMINAL
CONTEÚDO
1. Circunstâncias Legais.
2. Causas de Aumento e Diminuição de Pena.
3. Qualificadoras.
4. Confronto entre Agravantes e Atenuantes.
1.Circunstâncias Legais
- rol taxativo e sua aplicação é obrigatória;
- o quantum de alteração de pena não vem predeterminado em lei, logo caberá ao juiz, fundamentadamente, fixá-lo mediante o princípio da razoabilidade.
- não alteram a descrição típica da conduta e somente são aplicadas quando não constituem ou qualificam o crime.
1.1. Circunstâncias Agravantes Genéricas – art.61 e 62, CP.
Art.61 I. reincidência - c/c art.63 e 64, CP. Súmula n.241, STJ.
II. Circunstâncias aplicáveis somente aos crimes dolosos.
OBS. Sentenças que não geram reincidência: perdão judicial (art.120, CP);medida de segurança; transação penal, composição civil dos danos e sursis processual (art.76,§4º, 74 e 89, da Lei n.9099/1995).
Art.62 Agravantes no caso de concurso de pessoas.
1.2. Circunstâncias Atenuantes Genéricas – art.65 e 66, CP.
No art.66, CP, “encontra-se a chamada circunstância atenuante inominada, a qual, embora não prevista expressamente em lei, pode ser considerada em razão de algum outro dado relevante” (CAPEZ, Fernando. Material Didáticopp. 490).
OBS. O verbete de Súmula n.231, do Superior Tribunal de Justiça aplica-se às duas primeiras fases de dosimetria de pena.
2. Causas de Aumento e Diminuição de Pena.
- rol taxativo e sua aplicação é obrigatória; dividem-se em gerais e especiais, conforme estejam previstas, respectivamente, na parte geral ou especial.
- o quantum de alteração de pena vem predeterminado em lei, por meio de frações.
- não alteram a descrição típica da conduta e somente são aplicadas quando não constituem ou qualificam o crime.
OBS. Nesta fase, a pena poderá extrapolar os limites legais; neste sentido já se manifestou o Supremo Tribunal Federal, a saber: “prevendo o tipo penal os indicies mínimo e máximo para o agravamento da pena, em decorrência de causa especial de aumento, não pode a sentença adotar o índice máximo sem fundamentação específica”. (CAPEZ, Fernando. Material Didático pp. 494/495).
3. Qualificadoras.
Apresentam uma nova pena abstrata, logo não se aplicam em nenhuma das fases de aplicação de pena.
OBS. Concurso entre qualificadoras.
Somente uma será utilizada para fins de fixação de nova pena abstrata, as demais serão utilizadas como circunstâncias agravantes (2ª fase da dosimetria – pena provisória) ou, caso não estejam previstas em lei como tal, como circunstâncias judiciais previstas no art.59, do Código Penal (1ª fase – pena-base).
4. Confronto entre Agravantes e Atenuantes.
4.1.Circunstâncias Preponderantes.
Art. 67, CP. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.
OBS. “Parte da doutrina e da jurisprudência admite, inclusive, que se declare a neutralização ou compensação de uma ou mais agravantes ou de uma ou mais atenuantes.” (QUEIROZ, Paulo. Direito Penal – Parte Geral. 6.ed. Lumen Juris, pp.370).
“O legislador optou por dar prevalência às circunstâncias de caráter subjetivo, as quais possuem preferência sobre as de caráter objetivo”. (CAPEZ, Fernando. Material Didático pp. 496).
4.2. Concurso entre circunstâncias agravantes e atenuantes
Adota-se, inicialmente, o critério da preponderância de circunstâncias de caráter pessoal.
4.3 Concurso entre causas de aumento e diminuição previstas na parte geral e especial do Código Penal.
Ambas serão aplicadas.
No concurso de causas de aumento, aplica-se, inicialmente, a causa de aumento da parte especial e, a partir da pena já aumentada, aplica-se a causa de aumento prevista na parte geral.
No concurso de causas de diminuição, aplica-se, inicialmente, a causa de diminuição da parte especial e, a partir da pena já diminuída, aplica-se a causa de diminuição prevista na parte geral.
4.4. Concurso entre causas de aumento e diminuição previstas na parte especial do Código Penal.
Consoante o disposto no parágrafo único do art.68, do Código Penal, o juiz pode limitar-se a uma só causa de aumento ou a uma só causa de diminuição, aplicando a causa que mais aumente ou que mais diminua.
DIREITO PELA ll -APLICAÇÃO DA PENA CRIMINAL 
APLICAÇÃO DA PENA CRIMINAL. 
ESTRUTURA DE CONTEÚDO
1 – Individualização da Pena. 
1.1 Princípios norteadores
1.2 Vedação da dupla valoração de uma mesma circunstância (bis in idem)
2 - Sistema trifásico de Aplicação de Pena.
2.1. Pena-Base: Teoria das Circunstâncias Judiciais
2.2 Pena-Provisória: Teoria das Circunstâncias Legais.
2.3 Pena Definitiva
- distinção entre elementares e circunstâncias.
3 – Fixação da Pena-Base. Teoria das Circunstâncias Judiciais.
Individualização da Pena. 
legislativa;
1.1 Momentos judicial;
executória.
Sistema adotado pelo Código Penal vigente.
Relativa Determinação: “ a individualização legislativa é complementada pela judicial” (PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro, v.1, 9 ed. pp. 587).
O juiz,(...) deve eleger o quantum ideal, valendo-se do seu livre convencimento (discricionariedade), embora com fundamentada exposição de seu raciocínio (juridicamente vinculada). (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal, 6 ed., pp.440).
1.2. Princípios norteadores.
► Individualização da Pena – art.5º, XLVI, CRFB/1988;
► Culpabilidade;
► Proporcionalidade das Penas.
► Vedação da dupla valoração de uma mesma circunstância (bis in idem) 
2. Sistema trifásico de Aplicação de Pena.
Pena-Base: Teoria das Circunstâncias Judiciais.
Pena-Provisória: Teoria das Circunstâncias Legais.
  Pena Definitiva
Obs. Existência de demais fases?
Súmula, 231, STJ
A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.
3. Fixação da Pena-Base. Teoria das Circunstâncias Judiciais.
3.1. Culpabilidade.
3.2. Antecedentes.
Súmula n. 444, STJ. É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.
3.3. Conduta Social.
3.4. Personalidade do Agente.
3.5. Motivos do Crime.
3.6. Circunstâncias do Crime.
3.7. Consequências do Crime.
3.8. Comportamento da vítima.
► Teorias Mistas (Unitárias) – ART.59, do Código Penal.
Há a conciliação entre as finalidades de prevenção geral e especial e o caráter retributivo da pena.
Cálculo da pena
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento
DIREITO PENAL II
CONTINUAÇÃO. APLICAÇÃO DA PENA CRIMINAL
CONTEÚDO
1. Circunstâncias Legais.
2. Causas de Aumento e Diminuição de Pena.
3. Qualificadoras.
4. Confronto entre Agravantes e Atenuantes.
1.Circunstâncias Legais
- rol taxativo e sua aplicação é obrigatória;
- o quantum de alteração de pena não vem predeterminado em lei, logo caberá ao juiz, fundamentadamente, fixá-lo mediante o princípio da razoabilidade.
- não alteram a descrição típica da conduta e somente são aplicadas quando não constituem ou qualificam o crime.
1.1. Circunstâncias Agravantes Genéricas – art.61 e 62, CP.
Art.61 I. reincidência - c/c art.63 e 64, CP. Súmula n.241, STJ.
II. Circunstâncias aplicáveis somente aos crimes dolosos.
OBS. Sentenças que não geram reincidência: perdão judicial (art.120, CP);medida de segurança; transação penal, composição civil dos danos e sursis processual (art.76,§4º, 74 e 89, da Lei n.9099/1995).
Art.62 Agravantes no caso de concurso de pessoas.
1.2. Circunstâncias Atenuantes Genéricas – art.65 e 66, CP.
No art.66, CP, “encontra-se a chamada circunstância atenuante inominada, a qual, embora não prevista expressamente em lei, pode ser considerada em razão de algum outro dado relevante” (CAPEZ, Fernando. Material Didático pp. 490).
OBS. O verbete de Súmula n.231, do Superior Tribunal de Justiça aplica-se às duas primeiras fases de dosimetria de pena.
2. Causas de Aumento e Diminuição de Pena.
- rol taxativo e sua aplicação é obrigatória; dividem-se em gerais e especiais, conforme estejam previstas, respectivamente, na parte geral ou especial.
- o quantum de alteração de pena vem predeterminado em lei, por meio de frações.
- não alteram a descrição típica da conduta e somente são aplicadas quando não constituem ou qualificam o crime.
OBS. Nesta fase, a pena poderá extrapolar os limites legais; neste sentido já se manifestou o Supremo Tribunal Federal, a saber: “prevendo o tipo penal os indicies mínimo e máximo para o agravamento da pena, em decorrência de causa especial de aumento, não pode a sentença adotar o índice máximo sem fundamentação específica”. (CAPEZ, Fernando. Material Didático pp. 494/495).
3. Qualificadoras.
Apresentam uma nova pena abstrata, logo não se aplicam em nenhuma das fases de aplicação de pena.
OBS. Concurso entre qualificadoras.
Somente uma será utilizada para fins de fixação de nova pena abstrata, as demais serão utilizadas como circunstâncias agravantes (2ª fase da dosimetria – pena provisória) ou, caso não estejam previstas em lei como tal, comocircunstâncias judiciais previstas no art.59, do Código Penal (1ª fase – pena-base).
4. Confronto entre Agravantes e Atenuantes.
4.1.Circunstâncias Preponderantes.
Art. 67, CP. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.
OBS. “Parte da doutrina e da jurisprudência admite, inclusive, que se declare a neutralização ou compensação de uma ou mais agravantes ou de uma ou mais atenuantes.” (QUEIROZ, Paulo. Direito Penal – Parte Geral. 6.ed. Lumen Juris, pp.370).
“O legislador optou por dar prevalência às circunstâncias de caráter subjetivo, as quais possuem preferência sobre as de caráter objetivo”. (CAPEZ, Fernando. Material Didático pp. 496).
4.2. Concurso entre circunstâncias agravantes e atenuantes
Adota-se, inicialmente, o critério da preponderância de circunstâncias de caráter pessoal.
4.3 Concurso entre causas de aumento e diminuição previstas na parte geral e especial do Código Penal.
Ambas serão aplicadas.
No concurso de causas de aumento, aplica-se, inicialmente, a causa de aumento da parte especial e, a partir da pena já aumentada, aplica-se a causa de aumento prevista na parte geral.
No concurso de causas de diminuição, aplica-se, inicialmente, a causa de diminuição da parte especial e, a partir da pena já diminuída, aplica-se a causa de diminuição prevista na parte geral.
4.4. Concurso entre causas de aumento e diminuição previstas na parte especial do Código Penal.
Consoante o disposto no parágrafo único do art.68, do Código Penal, o juiz pode limitar-se a uma só causa de aumento ou a uma só causa de diminuição, aplicando a causa que mais aumente ou que mais diminua.
DIREITO PENAL ll - DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE.( Material de Estudo) 
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE.
As Penas Privativas de Liberdade
Arts. 33 a 42 e 53 do Código Penal.
A Pena Privativa de Liberdade
1. Conceito
2. Espécies e Regimes de cumprimento de Pena.
3. Progressão e regressão de Regimes. 
4. Detração Penal.
5. Remição Penal. 
Conceito.
Como estudado no encontro anterior, a partir do Século XIX, a “prisão” ganhou o status de pena definitiva, todavia, com o passar do tempo, os estudiosos de política criminal perceberam a ineficácia das penas privativas de liberdade de curta duração no que concerne às suas missões, mormente a de ressocialização e reinserção social do condenado.
A Reforma Penal Brasileira de 1984 manteve a Pena Privativa de Liberdade como gênero e, a reclusão e detenção, como espécies. Ontologicamente não há distinção entre estas, mas, na verdade, estas residem nas conseqüências da adoção destes regimes de execução de penas.
Art. 33, do Código Penal. 
A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. 
Obs. A pena de prisão simples e o Dec. Lei. n.3688/1941.
2. Espécies – Principais distinções.
         A reclusão aplica-se aos delitos mais graves e somente pode ser iniciado seu cumprimento em regime fechado.
2.1. Início de cumprimento de pena – no caso de reclusão, somente em regime fechado.
2.2. A reclusão pode acarretar, como efeito principal da condenação, a incapacidade para o exercício do poder familiar (art.92, II, CP).
2.3. Nos casos de aplicação de medida de segurança (art.97, CP), a reclusão pode acarretar a internação , já a detenção, a adoção de tratamento ambulatorial.
2.4. Prioridade na ordem da execução (art.69 e 76, ambos do Código Penal).
Regimes de cumprimento de Pena.
São determinados pela espécie e quantidade de pena, à reincidência, bem como ao mérito do condenado, de forma progressiva, sendo admitida, todavia, em casos expressos em lei, a regressão para o regime mais gravoso de pena. (Art. 33 a 37, do Código Penal; art. 110 a 119, da Lei n.7210/1984).
Fixação de regime Inicial de Cumprimento de Pena – ART.59, III, do CP
Lei n.7210/1984. Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.
Verbete de Súmula n.718, do Supremo Tribunal Federal. “ A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo que o permitido segundo a pena aplicada”. 
a) Fechado – características
- estabelecimentos de segurança máxima ou média (Art. 33, §1º, a, CP);
- Condenação à pena superior a 8 anos (Art. 33, §2º, a, CP);
- Condenado reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos;
- Verbete de Súmula n.269, do Superior Tribunal de Justiça. “ é admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4 (quatro) anos se favoráveis as circunstâncias judiciais”.
- Regras do regime fechado - Art. 34, caput, §§ 1º,2º e 3º, do Código Penal, art. 87 e 88 da Lei n.7210/1984.
* Exame Criminológico - aplicabilidade do art. 8º, da Lei n.7210/1984.
         b) Semi-aberto – características
I. Execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; (Art. 33, §1º, b, CP);
II. Condenado não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto (Art. 33, §2º, b, CP);
- Regras do regime semi-aberto - Art. 35, caput, §§ 1º e 2º, do Código Penal, art. 91 e 92 da Lei n.7210/1984.
         c) Aberto – características
I. Execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado (Art. 33, §1º,c, CP);
II. o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. (Art. 33, §2º, c, CP);
III. baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. (Art. 36, caput, CP);
- Regras do regime semi-aberto - Art. 36, caput, §§ 1º e 2º, do Código Penal, art. 93 a 95 e 113 a 115 da Lei n.7210/1984.
         d) Regime Disciplinar Diferenciado - controvérsias. Lei n. 10792/2003.
Regime Disciplinar Diferenciado – Análise e Constitucionalidade.
Lei n. 10792/2003 – Art. 52, caput, §1ºe 2º, da Lei n.7210/1984
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: 
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; 
II - recolhimento em cela individual; 
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; 
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. 
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. 
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. 
 3. Progressão e regressão de Regimes.
a) Conceito. Hipóteses de incidência.
“ Ampliação ou redução do status libertatis do condenado”
► ART.33,§2º, do CP e art.112, da lei n.7210/1984.
§ 2º - As Penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso(...)
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o presotiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. 
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor.
b) A progressão de Regimes e a Lei de Crimes Hediondos – Lei n. 8072/1990.
►   Verbete de Súmula 471 do Superior Tribunal de Justiça. 
“Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional” .
  ► Progressão de regimes e antecipação dos efeitos da condenação.
Verbete de Súmula 716 do Supremo Tribunal Federal.
“ Admite-se a progressão de regime de cumprimento de pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória”. 
CASOS CONCRETOS
Questão n. 1) Ângela das Dores, foi condenada a uma pena unificada de onze anos, um mês e quinze dias de reclusão, em regime fechado, pela prática do delito de tráfico de entorpecentes tipificado no artigo 12, por duas vezes, e artigo 18, ambos da Lei n. 6.368/76, na data de 22 de novembro de 2005. Do feito, permaneceu presa no período de 31 de outubro de 2002 a 22 de outubro de 2007, tendo cumprido mais de um terço da pena imposta, razão pela qual pleiteou, face ao juízo de execuções penais a concessão para a progressão de regimes, o que foi negado sob o fundamento da entrada em vigor da Lei n.11464/2007, segundo a qual, o requisito temporal de cumprimento de pena para fins de progressão de regimes ao condenado pela prática de crimes hediondos e assemelhadas seria de, no mínimo, dois quintos de cumprimento de pena, no caso de réu primário. Inconformada com a decisão impetra habeas corpus e pugna pela concessão da ordem sob o argumento de que o requisito temporal estabelecido na nova redação da Lei 8.072/90 não pode retroagir aos casos ocorridos antes da edição da Lei 11.464/07, pois não é benéfico.
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre a Lei Penal no Penal e os regimes de cumprimento de pena privativa de liberdade, deverá a ordem ser concedida?
Acerca do tema, vide decisão proferida, em sede de HC, pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, in verbis:
“os novos prazos para progressão de regime não se aplicam aos crimes cometidos antes da Lei 11.464/2007, posto que não se admite a retroatividade da lei penal, salvo para beneficiar o réu (art. 5º, XL, da CF)”... “Se o crime hediondo foi cometido antes da Lei 11.464/2007, a progressão de regime de cumprimento da pena se faz depois de efetivamente cumprido um sexto da punição privativa de liberdade no regime anterior, desde que presentes os demais requisitos objetivos e subjetivos. (STJ, HC 100154 /TO, Sexta Turma, Rel. Min. Jane Silva, julgado em 04/03/2008).
Questão n. 2) Antônio, réu primário, sofreu condenação já transitada em julgado pela prática do crime previsto no art. 273 do CP, consistente na falsificação de produto destinado a fins terapêuticos, praticado em janeiro de 2009. Em face dessa situação hipotética e com base na legislação e na jurisprudência aplicáveis ao caso, assinale a opção correta.: (Exame OAB/ Cespe-UnB – 2009.2.)
a) Antônio cometeu crime hediondo e, portanto, não poderá progredir de regime.
b) Antônio não cometeu crime hediondo e poderá progredir de regime de pena privativa de liberdade após o cumprimento de um sexto da pena, caso ostente bom comportamento carcerário comprovado pelo diretor do estabelecimento prisional, mediante decisão fundamentada precedida de manifestação do MP e do defensor.
c) Antônio cometeu crime hediondo, mas poderá progredir de regime de pena privativa de liberdade após o cumprimento de um sexto da pena, caso ostente bom comportamento carcerário comprovado pelo diretor do estabelecimento prisional.
d) Antônio cometeu crime hediondo, de forma que só poderá progredir de regime de pena privativa de liberdade após o cumprimento de dois quintos da pena, caso atendidos os demais requisitos legais.
OBS. Critérios para a regressão aregime mais rigoroso de cumprimento de pena – 
- art. 111, 118, I e II, da Lei n.7210/1984.
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
4. Detração Penal.
► Art.42, do Código Penal e art.111, da lei n.7210/1984 
“Art.42 Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.” 
5. Remição Penal. 
► Conceito: “É o resgate da pena pelo trabalho, permitindo-se o abatimento do montante da condenação, periodicamente, desde que se constate estar o preso em atividade laborativa” (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 6.ed, pp.412).
► art. 39, CP. “O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social”.
► Art.126, LEP. “Art. 126.  O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011). 
§ 1o  A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) 
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) 
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) 
§ 2o  As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados.  (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) 
§ 3o  Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem.  (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) 
► Verbete de Súmula 341 do Superior Tribunal de Justiça. 
A freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto.
DIREITO PENAL ll - DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE.( Material de Estudo) 
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE.
As Penas Privativas de Liberdade
Arts. 33 a 42 e 53 do Código Penal.
A Pena Privativa de Liberdade
1. Conceito
2. Espécies e Regimes de cumprimento de Pena.
3. Progressão e regressão de Regimes. 
4. Detração Penal.
5. Remição Penal. 
Conceito.
Como estudado no encontro anterior, a partir do Século XIX, a “prisão” ganhou o status de pena definitiva, todavia, com o passar do tempo, os estudiosos de política criminal perceberam a ineficácia das penas privativas de liberdade de curta duração no que concerne às suas missões, mormente a de ressocialização e reinserção social do condenado.
A Reforma Penal Brasileira de 1984 manteve a Pena Privativa de Liberdade como gênero e, a reclusão e detenção, como espécies. Ontologicamente não há distinção entre estas, mas, na verdade, estas residem nas conseqüências da adoção destes regimes de execução de penas.
Art. 33, do Código Penal. 
A pena de reclusãodeve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. 
Obs. A pena de prisão simples e o Dec. Lei. n.3688/1941.
2. Espécies – Principais distinções.
         A reclusão aplica-se aos delitos mais graves e somente pode ser iniciado seu cumprimento em regime fechado.
2.1. Início de cumprimento de pena – no caso de reclusão, somente em regime fechado.
2.2. A reclusão pode acarretar, como efeito principal da condenação, a incapacidade para o exercício do poder familiar (art.92, II, CP).
2.3. Nos casos de aplicação de medida de segurança (art.97, CP), a reclusão pode acarretar a internação , já a detenção, a adoção de tratamento ambulatorial.
2.4. Prioridade na ordem da execução (art.69 e 76, ambos do Código Penal).
Regimes de cumprimento de Pena.
São determinados pela espécie e quantidade de pena, à reincidência, bem como ao mérito do condenado, de forma progressiva, sendo admitida, todavia, em casos expressos em lei, a regressão para o regime mais gravoso de pena. (Art. 33 a 37, do Código Penal; art. 110 a 119, da Lei n.7210/1984).
Fixação de regime Inicial de Cumprimento de Pena – ART.59, III, do CP
Lei n.7210/1984. Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.
Verbete de Súmula n.718, do Supremo Tribunal Federal. “ A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo que o permitido segundo a pena aplicada”. 
a) Fechado – características
- estabelecimentos de segurança máxima ou média (Art. 33, §1º, a, CP);
- Condenação à pena superior a 8 anos (Art. 33, §2º, a, CP);
- Condenado reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos;
- Verbete de Súmula n.269, do Superior Tribunal de Justiça. “ é admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4 (quatro) anos se favoráveis as circunstâncias judiciais”.
- Regras do regime fechado - Art. 34, caput, §§ 1º,2º e 3º, do Código Penal, art. 87 e 88 da Lei n.7210/1984.
* Exame Criminológico - aplicabilidade do art. 8º, da Lei n.7210/1984.
         b) Semi-aberto – características
I. Execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; (Art. 33, §1º, b, CP);
II. Condenado não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto (Art. 33, §2º, b, CP);
- Regras do regime semi-aberto - Art. 35, caput, §§ 1º e 2º, do Código Penal, art. 91 e 92 da Lei n.7210/1984.
         c) Aberto – características
I. Execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado (Art. 33, §1º,c, CP);
II. o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. (Art. 33, §2º, c, CP);
III. baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. (Art. 36, caput, CP);
- Regras do regime semi-aberto - Art. 36, caput, §§ 1º e 2º, do Código Penal, art. 93 a 95 e 113 a 115 da Lei n.7210/1984.
         d) Regime Disciplinar Diferenciado - controvérsias. Lei n. 10792/2003.
Regime Disciplinar Diferenciado – Análise e Constitucionalidade.
Lei n. 10792/2003 – Art. 52, caput, §1ºe 2º, da Lei n.7210/1984
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: 
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; 
II - recolhimento em cela individual; 
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; 
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. 
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. 
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. 
 3. Progressão e regressão de Regimes.
a) Conceito. Hipóteses de incidência.
“ Ampliação ou redução do status libertatis do condenado”
► ART.33,§2º, do CP e art.112, da lei n.7210/1984.
§ 2º - As Penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso(...)
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. 
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor.
b) A progressão de Regimes e a Lei de Crimes Hediondos – Lei n. 8072/1990.
►   Verbete de Súmula 471 do Superior Tribunal de Justiça. 
“Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional” .
  ► Progressão de regimes e antecipação dos efeitos da condenação.
Verbete de Súmula 716 do Supremo Tribunal Federal.
“ Admite-se a progressão de regime de cumprimento de pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória”. 
CASOS CONCRETOS
Questão n. 1) Ângela das Dores, foi condenada a uma pena unificada de onze anos, um mês e quinze dias de reclusão, em regime fechado, pela prática do delito de tráfico de entorpecentes tipificado no artigo 12, por duas vezes, e artigo 18, ambos da Lei n. 6.368/76, na data de 22 de novembro de 2005. Do feito, permaneceu presa no período de 31 de outubro de 2002 a 22 de outubro de 2007, tendo cumprido mais de um terço da pena imposta, razão pela qual pleiteou, face ao juízo de execuções penais a concessão para a progressão de regimes, o que foi negado sob o fundamento da entrada em vigor da Lei n.11464/2007, segundo a qual, o requisito temporal de cumprimento de pena para fins de progressão de regimes ao condenado pela prática de crimes hediondos e assemelhadas seria de, no mínimo, dois quintos de cumprimento de pena, no caso de réu primário. Inconformada com a decisão impetra habeas corpus e pugna pela concessão da ordem sob o argumento de que o requisito temporal estabelecido na nova redação da Lei 8.072/90 não pode retroagir aos casos ocorridos antes da edição da Lei 11.464/07, pois não é benéfico.
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre a Lei Penal no Penal e os regimes de cumprimento de pena privativa de liberdade, deverá a ordem ser concedida?
Acerca do tema, vide decisão proferida, em sede de HC, pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, in verbis:
“os novos prazos para progressão de regime não se aplicam aos crimes cometidos antes da Lei 11.464/2007, posto que não se admite a retroatividade da lei penal, salvo para beneficiar o réu (art. 5º, XL, da CF)”... “Se o crime hediondo foi cometido antes da Lei 11.464/2007, a progressão de regime de cumprimento da pena se faz depois de efetivamente cumprido um sexto da punição privativa de liberdade no regime anterior, desde que presentes os demais requisitos objetivos e subjetivos.(STJ, HC 100154 /TO, Sexta Turma, Rel. Min. Jane Silva, julgado em 04/03/2008).
Questão n. 2) Antônio, réu primário, sofreu condenação já transitada em julgado pela prática do crime previsto no art. 273 do CP, consistente na falsificação de produto destinado a fins terapêuticos, praticado em janeiro de 2009. Em face dessa situação hipotética e com base na legislação e na jurisprudência aplicáveis ao caso, assinale a opção correta.: (Exame OAB/ Cespe-UnB – 2009.2.)
a) Antônio cometeu crime hediondo e, portanto, não poderá progredir de regime.
b) Antônio não cometeu crime hediondo e poderá progredir de regime de pena privativa de liberdade após o cumprimento de um sexto da pena, caso ostente bom comportamento carcerário comprovado pelo diretor do estabelecimento prisional, mediante decisão fundamentada precedida de manifestação do MP e do defensor.
c) Antônio cometeu crime hediondo, mas poderá progredir de regime de pena privativa de liberdade após o cumprimento de um sexto da pena, caso ostente bom comportamento carcerário comprovado pelo diretor do estabelecimento prisional.
d) Antônio cometeu crime hediondo, de forma que só poderá progredir de regime de pena privativa de liberdade após o cumprimento de dois quintos da pena, caso atendidos os demais requisitos legais.
OBS. Critérios para a regressão aregime mais rigoroso de cumprimento de pena – 
- art. 111, 118, I e II, da Lei n.7210/1984.
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
4. Detração Penal.
► Art.42, do Código Penal e art.111, da lei n.7210/1984 
“Art.42 Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.” 
5. Remição Penal. 
► Conceito: “É o resgate da pena pelo trabalho, permitindo-se o abatimento do montante da condenação, periodicamente, desde que se constate estar o preso em atividade laborativa” (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 6.ed, pp.412).
► art. 39, CP. “O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social”.
► Art.126, LEP. “Art. 126.  O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011). 
§ 1o  A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) 
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) 
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) 
§ 2o  As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados.  (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) 
§ 3o  Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem.  (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) 
► Verbete de Súmula 341 do Superior Tribunal de Justiça. 
A freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto.
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quarta-feira, 25 de setembro de 2013
DIREITO PENAL ll - Concurso de Crimes ( Material Estudo) 
DIREITO PENAL Il
AULAS 3.
CONCURSO DE CRIMES
CONTEÚDO.
1. Conceitos e Sistemas de Aplicação de Pena.
2. Concurso de Crimes e Conflito Aparente de Normas – distinção.
3 . Espécies de Concurso de Crimes: Material, Formal e Crime Continuado (ou Continuidade Delitiva)
Conceitos e Sistemas de Aplicação de Pena.
1.1.Conceitos
“ O Concurso de Delitos se verifica quando o agente, por meio de uma ou mais ações ou omissões, pratica dois ou mais delitos. Isso significa uma pluralidade delitiva.” (PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro.v.1.9 ed. pp. 471).
“(...) No concurso de vários delitos cometidos por uma só pessoa se perguntará: que pena deverá aplicar-se a esta por todos os delitos que por ela foram praticados? É necessário determinar, pois, qual é o regime penal a que dever ser submetido o que incorre em diversos delitos? (...) ( MAGGIORE, Giuseppe. Derecho Penal, vol.2, pp153).
1.2. Sistema de Aplicação de Pena. 
a)Exasperação de Pena: Aplica-se ao concurso formal perfeito e à continuidade delitiva (art. 70, caput, 1ª parte e art.71, ambos do CP).
b)Cúmulo Material: Aplica-se ao concurso formal imperfeito e ao concurso material de crimes (art. 70, caput, 2ª parte e art.69, ambos do CP).
2. Concurso de Crimes e Conflito Aparente de Normas – distinção.
Concurso de Crimes Conflito Aparente de Normas
Unidade ou Pluralidade de normas Pluralidade aparente de condutas 
Pluralidade de Resultados Unidade de Resultado
Espécies de Concurso de Crimes: Material, Formal e Crime Continuado (ou Continuidade Delitiva).
art.69, CP art.70, CP art.71, CP
Material Formal Crime Continuado
Pluralidade Unidade Pluralidade
de condutas de conduta de condutas
Pluralidade Pluralidade Pluralidade 
de resultados de resultados de resultados 
3. Concurso Material ou Real. ART.69, do Código Penal. 
3.1. Conceito. “Quando dois ou mais delitos são praticados mediante mais de uma conduta”. ( PRADO Luiz Regis. Op. Cit. pp.481)
3.2.Requisitos. 
- Pluralidade de condutas;
- Pluralidade de resultados;
3.3. Espécies. - Homogêneo
- Heterogêneo 
3.4. Sistema de Aplicação de Pena: Cúmulo Material.
4. Concurso Formal ou Ideal. ART.70, do Código Penal.
4.1. Conceito. “Quando dois ou mais delitos são praticados mediante uma só conduta”. ( PRADO Luiz Regis. Op. Cit. pp.481).
4.2.Requisitos. 
- Unidade de conduta;
- Pluralidade de resultados;
4.3. Espécies. 
- Homogêneo
► Quanto aos
Resultados - Heterogêneo 
Desígnios autônomos – Só ocorrem em delitos dolosos e “caracterizam-se pela unidade de ação e multiplicidade de determinação de vontade, com diversas individualizações” (BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 5ed. Saraiva, pp. 205)
4.4.Sistema de Aplicação de Pena. 
► REGRA. Exasperação da pena. Concurso Perfeito.
Homogêneo. Heterogêneo
► EXCEÇÃO – CÚMULO MATERIAL – CONCURSO IMPERFEITO.
O Sistema de Cúmulo Material e o Concurso Material Benéfico - Art. 70, parágrafo único, Código Penal.
Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.
5. Continuidade Delitiva. Art. 71, do Código Penal.
5.1. Conceito.
5.2. Natureza Jurídica. Teorias.
Unidade Real: “ unidade de intenção que se reflete na unidade de lesão”. 
Ficção Jurídica: “unidade delitiva como criação da lei”. 
Mista ou unidade jurídica: “unidade de crimes como realidade jurídica e não como mera ficção”
(PRADO, idem, pp 481).
Teoria adotada pelo Código Penal : Ficção Jurídica
5.3. Requisitos
Pluralidade de condutas
Pluralidade de crimes da mesma espécie 
Nexo de continuidade.
Controvérsias
► Crimes da mesma espécie:

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