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PENAS Profª. Camila Martins de Oliveira 1) REFERÊNCIA LEGISLATIVA BÁSICA Art. 32 ao art. 90, do Código Penal, princípios penais constitucionais e Lei de Execução Penal (Lei 7.210/1984). 2) CONCEITO BÁSICO SANÇÃO PENAL PENA (retribuição e prevenção). MEDIDA DE SEGURANÇA (caráter preventivo e curativo). OBS: descriminalização X despenalização X abolicionismo penal 3) PENAS (art. 32, CP) As penas se dividem em: privativas de liberdade, restritivas de direitos e multa. 4) FINS/FUNDAMENTOS DAS PENAS 4.1) Teorias absolutas/ retributivas Retribuição, reprovação e castigo ao mal praticado pelo indivíduo. Pena como um fim em si própria. 4.2) Teorias relativas/ preventivas Prevenção geral (dirigida à sociedade) Negativa –intimidação social / pena serve com exemplo social Positiva –consciência social de respeito à norma / fidelidade ao Direito Prevenção especial (dirigida ao infrator) Negativa – neutralização do agente Positiva – caráter ressocializador / reabilitação 4.3) Teoria mista/ unificadora (art. 59 do CP) A pena tem como função tanto a reprovação ao delito praticado como a prevenção a futuros delitos. 5) PRINCÍPIOS RELATIVOS ÀS PENAS a) Legalidade b) Anterioridade c) Personalidade/ Intranscendência d) Inderrogabilidade/ Inevitabilidade e) Humanidade das penas f) Proporcionalidade g) Individualização A Lei 13.964/19, conhecida como pacote anticrime, modificou a redação do art. 75 do CP alterando para 40 o máximo da pena privativa de liberdade que antes era de 30 anos. 6) PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE 6.1) ESPÉCIES a) Reclusão – a pena deve ser cumprida nos regimes fechado, semiaberto ou aberto. b) Detenção – a pena pode ser cumprida tanto no regime semiaberto quanto no regime aberto. A parte final do art. 33 do CP dispõe que há possibilidade de que o preso submetido a detenção cumpra a pena no regime fechado nos casos de necessidade. c) Prisão simples – o preso deve ser separado dos outros regimes em um estabelecimento sem rigor prisional. 6.2) REGIMES PENITENCIÁRIOS/ REGIMES DE CUMPRIMENTO DE PENA (art. 33, § 1˚, CP) a) Regime fechado (art. 34 do CP) A pena é cumprida em estabelecimento de segurança máxima ou média no qual o preso prestará trabalho interno. OBS: o condenado por crime hediondo sempre deverá iniciar o cumprimento da pena em regime fechado conforme dispõe a Lei 8.072/1990. b) Regime semiaberto (art. 35 do CP) A pena deve cumprida em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. O trabalho do preso é interno, salvo nas hipóteses estabelecidas no art. 35, § 2˚, CP. c) Regime aberto (art. 36 do CP) O preso cumpre a pena em casa de albergado ou estabelecimento similar. Autodisciplina e responsabilidade. OBS: o regime inicial de cumprimento de pena deverá ser estabelecido pelo juiz sentenciante (art. 59, III combinado com art. 33, § 2˚, ambos do CP) Monitoração Eletrônica O juiz pode autorizar nos casos de (art. 146-B da Lei 7.210/84): saída temporária no regime semiaberto; prisão domiciliar; Art. 33, § 2º - “As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri- la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.” 6.3) REGIME ESPECIAL Conforme o art. 37 do CP as mulheres devem cumprir a pena em estabelecimento próprio observadas as condições femininas e aplicando- se, no que couber, as regras relativas aos presos de sexo masculino. 6.3) AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA (arts. 120 ao 125, da LEP) a) Permissão de saída Concessão: diretor do estabelecimento prisional aos presos submetidos aos regimes fechado e semiaberto Motivo: falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão; necessidade de tratamento médico. Regras: Deverá ser realizada com auxílio de escolta e se dará pelo tempo necessário ao fim almejado. b) Saída temporária Concessão: juiz aos presos submetidos ao regime semiaberto Motivo: visita à familia, frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior; participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. Regras: com duração de até sete dias (é possível a renovação) e sem vigilância direta. A Lei 13.964/19, conhecida como pacote anticrime, acrescentou ao artigo 22 da LEP o § 2º com a seguinte redação: “§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste artigo o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado morte.” 6.4) PROGRESSÃO DE REGIME (art. 33, § 2˚, do CP) mérito pessoal do condenado (bom comportamento) + tempo mínimo de cumprimento conforme art. 112 da Lei 7.201/84 (modificação pelo pacote anticrime) ANTES Bom comportamento + Cumprimento de 1/6, 2/5 (crime hediondo) e 3/5 (reincidente em crime hediondo) da pena no regime anterior AGORA Bom comportamento + Cumprimento de % dos incisos I ao VIII da Lei (16% a 70% dependendo do tipo de crime e de outros elementos) Caso especial (Crime Organizado) Lei 7.210, art. 112, § 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa não poderá progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento condicional ou outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem a manutenção do vínculo associativo.” PROGRESSÃO DE REGIME POR SALTO o Não é admitida pela doutrina e jurisprudência brasileiras em virtude do disposto no Item 120 da Exposição de Motivos da LEP (Lei 7.210/1984). “120. Se o condenado estiver no regime fechado não poderá ser transferido diretamente para o regime aberto. Esta progressão depende do cumprimento mínimo de um sexto da pena no regime semi-aberto, além da demonstração do mérito, compreendido tal vocábulo como aptidão, capacidade e merecimento, demonstrados no curso da execução.” Obs: mudança no tempo de cumprimento da pena com o pacote anticrime Regressão de regime por salto É admitida LEP, art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111). § 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta. 6.5) TRABALHO Características O trabalho dos presos tem caráter educativo e produtivo O trabalho é remunerado (art. 29 da LEP) Entre 6h e 8h Obrigatório, mas nunca forçado Não trabalhar, quando possível, constitui falta disciplinar grave conforme o disposto no art. 50, VI da LEP 6.6) REMIÇÃO E DETRAÇÃO A remição é o desconto no tempo de cumprimento da pena em virtude do período de estudo ou trabalho exercidos pelos presos em regime fechado ou semiaberto. Regra: 3 dias de trabalho/ 12 horas de estudo – 1 dia de remição (arts. 126 ao 130 da LEP) A detração é o cômputo na pena do tempo em que o condenado esteve preso a título provisório(art. 42 do CP) 6.7) REINCIDÊNCIA (art. 63 do CP) O agente comete novo crime no prazo de 5 anos contados da data da extinção/cumprimento da pena. Geram reincidência: Contravenção + contravenção (art. 7º, LCP) Crime + crime (art. 63, CP) Crime + contravenção Não gera reincidência: Contravenção + crime Contravenção (praticada no exterior)+ contravenção Reincidência é agravante (art. 61, I, CP) 6.8) REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (art. 52 da LEP) Se destina a: presos de “alto risco” para a ordem e segurança, chefes ou participantes de organizações criminosas.
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