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CASOS CONCETOS PRATICA SIMULADA 2 para a prova 4

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SEMANA 4:
Descrição Felisberto Magnanimo dos Santos, brasileiro, casado, filho de Felisbento dos Santos e Albertina Magnanimo, portador da carteira de identidade nº 123456-9, expedida pelo DETRAN/SP, e da CTPS nº 123456, série 125-RJ, inscrito no CPF/MF sob o nº 123.456.789-11, residente e domiciliado sito à rua dos mortos, nº 121, CEP 20.000-000, Resende, Rio de Janeiro, foi admitido há exatos dois anos, seis meses e vinte e dois dias, pela empresa Bom Caminhão S.A., inscrita no CNPJ/MF sob o nº 33.000.556/0001-00, com sede na rua dos montadores de veículos, s/nº, Porto Real, Rio de Janeiro, CEP 22.000-111, para exercer a função de auxiliar administrativo I, percebendo o salário mensal no valor de R$ 3.000,00. A jornada de trabalho contratada foi de 44 horas semanais, sendo 8 (oito) horas de segunda à sexta-feira e de 04 (quatro) horas aos sábados. Por certo, no curso do contrato de trabalho, devidamente anotado na CTPS, Felisberto teve recolhido corretamente o seu FGTS, contribuição previdenciária e, ainda, percebeu diárias de viagens nunca excedentes à 50% de seu salário mensal, assim como, eventualmente, as horas extras que realizava. Contudo, hoje, Felisberto sofreu um mau súbito, vindo a falecer no translado de sua residência à fábrica. Com o falecimento do funcionário, a empresa Bom Caminhão S.A. entra em contato com seu escritório solicitando os serviços advocatícios, informando que gostaria de efetuar o pagamento das verbas rescisórias do funcionário. A empresa, ainda, informou que o funcionário nunca gozou férias na empresa, bem como o mesmo era casado com Magdalena Mortícia dos Santos, portadora da cédula de identidade nº 121121121, expedida pelo DETRAN/RJ e inscrita no CPF/MF sob o nº 125.154.178-97, e que o casal não possuía filhos, estando os ascendentes do de cujus já falecidos. Diante do caso narrado, elabore a peça processual cabível ao caso concreto, que você, como advogado da reclamada, proporia em juízo, descriminando todas as parcelas e os fundamentos pertinentes
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DA REGIONAL DE PORTO REAL-RIO DE JANEIRO-RJ
	Empresa BOM CAMINHÃO S.A., inscrita no CNPJ/MF sob o nº 33.000.556/0001-00, com sede na Rua dos Montadores de Veículos s/n, Porto Real-RJ,CEP22.000.111, Endereço eletrônico xxx, vem por intermédio de seu advogado xxxx,OAB xxxx, com escritório profissional localizado na Rua xxxx, Bairro xxx, CEP 00.000-00, nesta cidade, para fins do artº 106, inciso I, NCPC, propor a presente
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
	Pelo rito especial, em face de FELISBERTO MAGNANIMO DOS SANTOS, brasileiro, filho de Felisbento dos Santos e Albertina Magnanimo, portador da carteira de identidade nº 123456-9, expedida pelo DETRAN/SP, e da CTPS nº 123456, série 125-RJ, inscrito no CPF/MF sob o nº 123.456.789-11, residente e domiciliado sito à rua dos mortos, nº 121, CEP 20.000-000, Resende, Rio de Janeiro, Endereço eletrônico xxx, pelos fatos a fundamentos a seguir aduzidos:
I-DOS FATOS
	O credor (Felisberto Magnanimo) foi admitido há exatamente dois anos, seis meses e vinte dias nesta empresa, exercendo a função de Auxiliar Administrativo, recebendo salário mensal de R$3.000,00(Três Mil Reais). No contrato expresso consta que sua jornada de trabalho era de 44(quarenta e quatro) horas semanais, sendo 8(oito) horas de segunda- feira a sexta-feira e de 04(quatro ) horas aos sábados, conforme consta no contrato de trabalho anexo. Ressalta que todas as anotações eram devidamente anotadas na CTPS.
	O FGTS a que tem direito o empregado, assim como o recolhimento a previdência Social foram recolhidos a seu tempo e de modo regular, conforme documentos anexos.
 O credor recebia além de seus proventos mensais, algumas diárias de viagem, nunca superiores a 50% do seu salário mensal , o que caracteriza a não integração como salário, assim como horas extras eventuais na vigência do contrato.
	O credor sofreu um mau súbito, vindo a falecer no translado de sua residência à fábrica..
 A consignante (devedor) consulta seus advogados sobre a forma do correto pagamento das verbas rescisória a que tinha direito o credor, informando inclusive que ele não havia gozado nenhum período de férias a que tinha direito . Informa ainda que era casado com Magdalena Mortícia dos Santos e que não tinha filhos e nem parentes na linha ascendente.
II -DOS FUNDAMENTOS
DA COMPETÊNCIA
Art. 651, CLT. 
A competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro lugar ou no estrangeiro.
	Embora o reclamante tenha residência fixa em Resende, Estado do Rio de Janeiro seus serviços foram prestados em Porto Real, Rio de Janeiro, o que, portanto, torna a Vara de trabalho da referida cidade competente para julgar o pleito. 
	De acordo com os fatos narrados, não há uma cronologia temporal para admissão até o falecimento do credor, desta forma a base para calculo correto para pagamento das verbas rescisória a que tinha direito o credor será o tempo de trabalho de dois anos, seis meses e vinte dias nesta empresa, exercendo a função de Auxiliar Administrativo, recebendo salário mensal de R$3.000,00(Três Mil Reais).
	
	Para que se possa dar quitação ao pagamento das verbas rescisória do de cujus, optou-se pela AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, com base no art. 535 do Código Civil. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a ele não imputável.
TRF-2 - APELAÇÃO CIVEL AC 345044 RJ 2000.51.01.017170-6 (TRF-2) 
Data de publicação: 19/11/2008 
Ementa: EMENTA PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO SFH. CEF. APELAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA. 1- A ação de consignação em pagamento tem natureza declaratória e destina-se a liberar o devedor da obrigação assumida, por meio do depósito de coisa ou da importância devida. 2- Para o acolhimento de sua pretensão, a parte autora deve demonstrar, por meio de provas, que os valores depositados correspondem aos devidos. 3- Julgado procedente em parte, o pedido, foi determinada a revisão dos reajustes das prestações mensais, fixando-se um valor, com base no Laudo Pericial apresentado na ação ordinária, em anexo. 4- Em apelação, tanto a CEF, como os Autores não se insurgiram quanto às matérias afetas à consignatória. Em alegações, apenas discutiram, novamente, as mesmas questões tratadas e apreciadas na ação ordinária nº 2001.51.01.010493-0, apensa aos presentes autos. 5- Negado provimento às apelações 
Encontrado em: (a). OITAVA TURMA ESPECIALIZADA APELAÇÃO CIVEL AC 345044 RJ 2000.51.01.017170-6 (TRF-2) Desembargador Federal RALDÊNIO BONIFACIO COSTA 
CALCULO DAS VERBAS
SALDO DE SALÁRIO
	O credor laborou em seu último mês de trabalho, vinte e dois dias, logo deverá receber o valor de R$ 2200,00 (dois mil e duzentos reais).
 
FÉRIAS VENCIDAS E VINCENDAS + ADICIONAL DE 1/3
	O credor foi admitido há exatamente dois anos, seis meses e vinte dias na empresa, exercendo a função de Auxiliar Administrativo, recebendo salário mensal de R$3.000,00(Três Mil Reais). 
DO DIREITO A FÉRIAS
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, o empregador que não conceder as férias para o empregado ou que o fizer fora do período concessivo, é obrigado a pagar o valor equivalente em dobro, conforme o disposto nos artigos 134 e 137, podendo ainda sofrer sanções administrativas impostas pelo Ministério do Trabalho quando da fiscalização.
Art. 134. As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.
Art. 137. Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o artigo 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.Após o primeiro ano o credor passa o ter direito a um período aquisitivo de férias, como este período não houve gozo, nem pagamento deve ser pago em dobro, no valor de R$ 6000,00 (seis mil reais).
Período aquisitivo: o período aquisitivo de férias é o período de 12 (doze) meses a contar da data de admissão do empregado que, uma vez completados, gera o direito ao empregado de gozar os 30 (trinta) dias de férias.
Período Concessivo: o período concessivo de férias é o prazo que a lei estabelece para que o empregador conceda as férias ao empregado. Este prazo equivale aos 12 (doze) meses subsequentes a contar da data do período aquisitivo completado.
	Após o segundo ano o credor passa o ter direito a um período aquisitivo de férias vincendas, como este período não houve gozo, nem pagamento deve ser paga de forma normal salário, mais o adicional de 1/3, no valor de R$ 4000,00 (quatro mil reais).
Partindo deste raciocínio, quando se inicia o período concessivo de 12 (doze) meses após o primeiro período aquisitivo completado, inicia-se também um novo ciclo de período aquisitivo (2º período), que uma vez completado, irá gerar o direito ao empregado a mais 30 (trinta) dias de férias e assim sucessivamente.
	Após o período de seis meses e vinte dias o credor passa a ter o direito a férias proporcionais de 7/12, no valor de 1750,00 (hum mil setecentos e cinquenta reais).
DECIMO TERCEIRO SALÁRIO PROPORCIONAL
DOUTRINA
A gratificação natalina (o popular décimo terceiro) foi instituída no Brasil no ano de 1962. Tal benefício garante que o trabalhador receba, o correspondente a 1/12 (um doze avos) da remuneração por mês trabalhado durante o ano ou por fração maior ou igual a 15 dias.
Todo trabalhador que tem a carteira de trabalho assinada faz jus ao décimo terceiro salário. O cálculo de tal benefício é feito da seguinte maneira: divide-se o salário integral do trabalhador por doze e multiplica-se o resultado pelo número de meses trabalhados. As horas extras, adicionais noturno e de insalubridade e comissões adicionais também entram no cálculo da gratificação. Se o trabalhador tiver mais de quinze faltas não justificadas em um mês de trabalho ele deixa de ter direito ao 1/12 avos relativos àquele mês.
Conforme estabelece a lei que regula o décimo terceiro salário o pagamento deve ser feito em duas parcelas: a primeira, correspondente a metade do salário do empregador, deve ser paga entre dia 1º de fevereiro e o dia 30 de novembro. A segunda parcela deve ser paga até o dia 20 de dezembro, tendo como base de cálculo o salário de dezembro menos o valor adiantado na primeira parcela.
O empregado pode receber a primeira parcela por ocasião de suas férias, devendo solicitar por escrito ao empregador até o mês de janeiro do respectivo ano.
Caso a data máxima de pagamento do décimo terceiro caia em um domingo ou feriado, o empregador deve antecipar o pagamento para o último dia útil anterior. O pagamento da gratificação em uma única parcela, como feito por muitos empregadores, normalmente em dezembro, é ilegal, estando o empregador sujeito a multa.
O trabalhador também terá direito a receber a gratificação quando da extinção do contrato de trabalho, seja por prazo determinado, por pedido de dispensa pelo empregado, ou por dispensa do empregador, mesmo ocorrendo antes do mês de dezembro. Só não tem direito ao décimo terceiro o empregado dispensado por justa causa.
Neste caso o credor trabalho 6 meses e 22 dias, logo terá direito a 7/12 proporcionais, no valor de 1750,00 (hum mil setecentos e cinquenta reais).
GUIA DO FGTS
		
		 DOUTRINA
Os depósitos mensais para o FGTS são de responsabilidade do patrão e devem ser realizados, obrigatoriamente, na conta do FGTS de cada trabalhador. Quando o patrão começa a recolher o dinheiro para o fundo, a Caixa abre uma conta do FGTS do trabalhador.
Os valores devem ser recolhidos até o dia 7 do mês seguinte ao mês trabalhado. Se o empregador depositar depois desse dia, terá de pagar juros e correção monetária.
O valor será o correspondente a 8% do total bruto das verbas salariais recebidas pelo empregado (salário, horas extras, adicional noturno, entre outras). Para os contratos de aprendizagem, o porcentual é reduzido para 2%.
Por lei, todas as empresas têm um aplicativo distribuído pela Caixa que é o Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (Sefip). Nesse programa, mensalmente, o patrão preenche os dados do trabalhador e envia essas informações para a Caixa pela internet por meio do programa Conectividade Social.
Pelo Sefip, o patrão emite e imprime na própria empresa a Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (GFIP) por meio da qual paga o FGTS em uma agência da CEF.
O devedor deverá emitir e imprimir na própria empresa a Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (GFIP) por meio da qual paga o FGTS em uma agência da CEF.
	Entende-se que como o credor faleceu sem testamento, ou o testamento deixado caducou, ou é ineficaz. Há uma relação preferencial das pessoas que são chamadas a suceder o de cujus. Como não deixou testamento, nem deixou descendentes, ou ascendentes os direitos de sucessão passam aos herdeiros legítimos, no caso a cônjuge. 
	
	Desta forma as verbas rescisórias calculada em conformidade com a Legislação Trabalhista vigente, e constantes expressamente nesta AÇÃO, correspondem a totalidade do valor a que a Lei confere como direito a ser depositado à Magdalena Mortícia dos Santos , viúva de Felisberto (cônjuge), portadora da cédula de identidade nº 121.121.121, expedida pelo DETRAN/RJ e inscrita no CPF/MF sob o nº 125.154.178-97, por ser ela única beneficiada na sucessão:
DOUTRINA
SUCESSÃO LEGÍTIMA
Arts 1829 – 1844 do Código Civil. Sucessão Legítima é aquela em que o de cujus faleceu sem testamento (ou ab intestato), ou o testamento deixado caducou, ou é ineficaz. Há uma relação preferencial das pessoas que são chamadas a suceder o finado. Se deixou testamento, mas havia herdeiro necessário, é possível que ocorra uma redução das disposições testamentárias para respeitar a quota dos mesmos, prevista em lei.
Portanto, na sucessão legítima os herdeiros são apresentados pelo legislador e essa seqüência é denominada ordem de vocação hereditária.
VOCAÇÃO DOS HERDEIROS LEGÍTIMOS
Arts 1829 – 1844 do Código Civil. O chamamento dos sucessores é feito de acordo com uma seqüência denominada ordem de vocação hereditária, que é uma relação preferencial, estabelecida pela lei, das pessoas que são chamadas para suceder o de cujus na sucessão legítima.
Classes: 1ª descendentes + cônjuge; 2ª ascendentes + cônjuge; 3ª cônjuge; 4ª colaterais até 4º grau. (Art 1829)
Descendentes: mais próximos excluem mais remotos. Os de mesmo grau sucedem nos mesmos direitos, sucessão por cabeça e não por estirpe.
Ascendentes: mais próximos excluem remotos. Não há distinção entre linha materna e paterna (Art 1836, § 2º), o que interessa é o grau. Não há direito de representação para ascendentes (Art 1852).
Colaterais: mais próximos excluem mais remotos, exceção: direito de representação para filho de irmão pré-morto. Irmãos germanos ou bilaterais e irmãos unilaterais: os últimos têm metade do quinhão dos primeiros (Art 1841 e ss). Tio e sobrinho são colaterais de 3º grau, na falta de outros herdeiros, a herança deveria ser dividida entre eles, porém o direito sucessório estabelece que sobrinho exclui tio da sucessão, pois, devido ao direito de representação, o sobrinho entra no lugar do irmão pré-morto, que é um colateral de 2º grau, enquanto o tio, por ser ascendente, não possui direito de representação, se mantendo no 3º grau, como mais próximos afastam mais remotos, logo, sobrinho exclui tio (Arts 1840, 1843 caput e 1851 ss).
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) Deferimento da Proposta de AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO E PAGAMENTO, com fundamento no art. 535 dp Código Civil vigente;
b) Decisão sobre a legitimidade dos cálculosutilizados para aferição de pagamento das verbas rescisórias, objeto desta AÇÃO, no valor de R$ 15.700,00 (Quinze Mil e Setecentos Reais).
c) Seja liberada a Guia de Recolhimento do FGTS para apresentação na Caixa Econômica Federal.
d) Seja determinada a citação da consignada no endereço do de cujus declinado acima, para vir a juízo comprovar o seu direito e receber a importância depositada.
e) Seja a presente julgada procedente com a consequente liberação da obrigação por parte da consignante e extinção dessa da ação;
f) Se necessário for, a produção de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial a juntada de novos documentos, depoimento pessoal das consignadas, depoimento de testemunhas, etc.
Dá-se à presente causa o valor de R$ 15.700,00 (Quinze Mil e Setecentos Reais).
Nestes Termos,
Pede Deferimento
Rio de Janeiro, ----/ ----/ -----.
..................
Advogado OAB/...
Belém
Março/2016��

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