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Estágio Supervisionado II - Peça I - Reclamação Trabalhista (Caso Helena Nunes e Eduardo Macedo)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA XXª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE BELÉM/PA
 
Helena Nunes, brasileira, divorciada, desempregada, portadora do RG de n° XX.XXX.XXX, e CPF n° 111.222.333-00, atualmente residente e domiciliada na rua Nazaré, n° 350, Centro, CEP 500550-050, Belém-PA, vem, respeitosamente a presença de Vossa Excelência, por seu advogado constituído, que esta subscreve, propor a:
AÇÃO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Em face de Eduardo Macedo, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG de n° XX.XXX.XXX, e CPF n° 111.222.333-00, atualmente residente e domiciliado na Avenida das Docas, n° 3000, Curuzu, CEP 500520-020, Belém-PA pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir e no final requer.:
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Cumpre salientar que a reclamante não possui condições financeiras de arcar com custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 4º da Lei 1.060/50, com redação introduzida pela Lei 7.510/86.
I – DOS FATOS
Helena Nunes, já qualificada nos autos do processo, foi contratada pelo Sr. Eduardo Macedo para cuidar de seu filho Pedro, de três anos de idade. Foi acordado entre as partes, a contratação por dois dias da semana, sem assinatura da CTPS e com pagamento de R$ 150,00 por diária. A situação perdurou durante 6 meses, com início em 04/10/2021 e finalizado em 16/03/2022.
A reclamante esclarece que embora o ajustado entre as partes fosse apenas duas vezes na semana, as terças e quintas, ela sempre prestou serviços três vezes por semana, sendo assim, cuidando de Pedro também às sextas-feiras, sempre no mesmo horário das 08:00h às 16:30h, com intervalo de 30 minutos para refeições e descanso, pois o Sr. Eduardo ia almoçar na residência e ficava com seu filho.
Salienta-se também, que Helena viajou com a família de Eduardo, entre os dias 10/01/2022 e 14/01/2022, onde cuidava de Pedro no horário habitual e nos demais horários, não foi demandada a cuidar da criança. Ocorre que no dia 16/03/2022, foi informado a ela que não seria mais necessário a prestação de seu serviço já que Pedro tinha entrado na escola integral. 
Tendo em vista os argumentos jurídicos a seguir apresentados, interpõe-se a presente Reclamação Trabalhista no intuito de serem satisfeitos todos os direitos da Reclamante.
II – DO DIREITO 
1 – DO VINCULO EMPREGATICIO
Tendo em vista o entendimento do art. 1°, da Lei Complementar 150/15, empregado doméstico é aquele que presta serviço de forma continua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 dias por semana.
Logo sendo, Helena, reconhecida como empregada doméstica, em suma, a reclamante cumpria jornada de trabalho delimitada pelo empregador, além do que trabalhava três vezes na semana, exclusivamente para o reclamado, não podendo ser substituída, e mediante ânimo subjetivo de perceber uma contraprestação mensal de R$ 150,00.
Conforme se pode observar pelo que foi relatado à presente inicial, o vínculo empregatício existente entre a Reclamada e a Reclamante é inegável, tendo em vista que esta laborava de forma subordinada, pessoal, onerosa e não eventual.
2 – ANOTAÇÃO NA CTPS
Destaque-se que, como o contrato entre as partes era “clandestino”, a reclamante jamais teve sua CTPS assinada pelo reclamado, tampouco teve seus direitos trabalhistas respeitados, vindo por meio desta buscar ser ressarcida ao que lhe foi ilicitamente usurpado.
No art. 3º da CLT, o legislador trouxe o conceito de empregado estabelecendo todos os requisitos necessários para que um indivíduo seja reconhecido como empregado:
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Dessa forma, para ser considerado, é necessário que todos os requisitos trazidos pela legislação estejam preenchidos cumulativamente.
Dessa forma, requer que seja reconhecido o vínculo empregatício, para que a reclamada proceda à anotação da CTPS da reclamante, surtindo todos os efeitos legais, como pagamento referente a todas as verbas rescisórias e indenizatórias, advindas da rescisão do contrato de trabalho sem justa causa, bem como a liberação das guias de seguro desemprego ou pagamento de indenização correspondente, sem mencionar a compensação de todos os encargos trabalhistas e sócias já vencidos, os quais o reclamante possuía o direito durante o seu labor.
3 – DO INTERVALO INTRAJORNADA
Nos três dias trabalhados pela reclamante, o intervalo intrajornada não era respeitado, visto que a reclamante trabalhava por 9 horas e tinha apenas 30 minutos para descansar e fazer suas refeições, consequentemente, não tendo seu tempo respeitado, havendo assim, a supressão parcial do intervalo intrajornada da reclamante, de acordo com o art. 71, 4 da CLT e reconhecido por sumula do TRT:
INTERVALOS INTRAJORNADA. CONCESSÃO PARCIAL. PAGAMENTO INTEGRAL DO PERÍODO CORRESPONDENTE AO INTERVALO MÍNIMO - 1 HORA - COMO HORA EXTRA. SÚMULA 437, I, DO TST. De conformidade com o entendimento assentado no item I da Súmula 437 do TST, quando o empregador concede apenas parcialmente o intervalo intrajornada, é devido o pagamento, como hora extra, da integralidade do intervalo mínimo de 1 hora, e não apenas do adicional de horas extras incidente sobre o lapso suprimido. (RO 0000629-45.2013.5.12.0038, SECRETARIA DA 3A TURMA, TRT12, JOSE ERNESTO MANZI, publicado no TRTSC/DOE em 18/12/2014)
4 - DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO
Tendo em vista a inexistência de justa causa para a rescisão do contrato de trabalho, surge para o Reclamante o direito ao Aviso Prévio indenizado, prorrogado o término do contrato para o mês de março de 2022, uma vez que o § 1º do art. 487, da CLT, estabelece que a não concessão de aviso prévio pelo empregador dá direito ao pagamento dos salários do respectivo período, integrando-se ao seu tempo de serviço para todos os fins legais. 
Haja vista o reclamante ter laborado por seis meses para o Sr. Eduardo Macedo, sendo demitida sem justo motivo, a reclamante faz jus, portanto, ao recebimento do Aviso Prévio Indenizado, já que a data de saída realizada no dia 16/03/2022, deveria ser o termino do aviso, por força da Orientação Jurisprudencial n° 82, da SBDI-I do TST.
 
5 - DAS FÉRIAS VENCIDAS E PROPORCIONAIS + 1/3 CONSTITUCIONAL
A reclamante tem direito a receber as férias vencidas dos meses trabalhados (2021/2022), acrescido do terço constitucional, em conformidade com o art. 146, parágrafo único da CLT e art. 7º, XVII da CF/88, haja vista o aviso prévio transfere a data de demissão para março de 2022.
O parágrafo único do art. 146 da CLT, prevê o direito do empregado ao período de férias na proporção de 1/12 por mês trabalhado ou fração superior a 14 dias.
Sendo assim, como a justiça permite, o reclamante faz jus as férias vencidas, bem como das proporcionais referentes a dois meses trabalhados do último ano.
6- DO FGTS + MULTA DE 40%
Diz o art. 15 da lei 8036/90 que todo empregador deverá depositar até o dia 7 de cada mês na conta vinculada do empregado a importância correspondente a 8% de sua remuneração devida no mês anterior.
Sendo assim, Vossa Exa. Deverá condenar o Reclamado a efetuar os depósitos correspondentes todo o período da relação de emprego desde seu início até o final, tendo em vista que a CTPS da Reclamante não foi sequer assinada.
Além disso, por conta da rescisão injusta do contrato de trabalho, deverá ser paga uma multa de 40% sobre o valor total a ser depositado a título de FGTS, de acordo com § 1º do art. 18 da lei 8036/90 c/c art. 7º, I, CF/88.
7 - MULTA DO ART. 477 DA CLT
No prazo estabelecido no art. 477, §6º, da CLT, nada foi pago ao Reclamante pelo que se impõe o pagamento de uma multa equivalente a um mês de salário revertida em favor da Reclamante, conforme § 8º do mesmo artigo.
Dessa forma, protesta a Reclamante pelo pagamento de todas as parcelas incontroversasna primeira audiência.
III – DOS PEDIDOS 
Diante do exposto acima, requer:
1. Que seja deferido o benefício da assistência judiciaria gratuita, devido a situação econômica da reclamante que não possui condições de custear o processo
2. Que notifique-se o reclamado para que o mesmo possa comparecer à audiência a ser designada e apresentar sua defesa a presente reclamação trabalhista
3. Que seja a presente Reclamação totalmente procedente, declarando o vínculo empregatício entre as partes e condenando o reclamado a:
4. 
a) Reconhecer o vínculo empregatício anotando a CTPS da reclamante no período de 04/10/2021 a 16/03/2022.
b) Pagar o Aviso Prévio indenizado (30 dias), bem como às férias vencidas e o proporcional acrescido de 1/3 constitucional; os depósitos de FGTS de todo o período acrescido de multa de 40% à título de indenização.
c) Além disso, condenar a Reclamada ao pagamento da multa prevista no § 8º, do art. 477 da CLT, e, em não sendo pagas as parcelas incontroversas na primeira audiência, seja aplicada multa do art. 467 da CLT, tudo acrescido de correção monetária e juros moratórios.
Requer, ainda, seja o Reclamado condenado ao pagamento das contribuições previdenciárias devido em face das verbas acima requeridas, visto que caso tiverem sido pagas na época oportuna, não acarretariam a incidência da contribuição previdenciária.
Protesta provar o alegado por todos os meios no Direito permitidos, notadamente oitiva de testemunhas e depoimento pessoal.
Nestes termos,
Pede deferimento,
Belém/PA, XX de XXXX de XXXX.
Advogado – OAB/XX. XXX.XXX

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