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Cinema Novo Alemão - Resumo com infográficos

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O cinema novo alemão 
O contexto alemão: do pós-guerra aos 
anos 60 
Dois blocos político-
econômicos antagônicos: 
Alemanha Ocidental 
(RFA), capitalista, e 
Alemanha Oriental 
(RDA), socialista 
Algumas ações/fatos importantes:
 • [1945] Conferência de Potsdam 
▫ Desnazificar; Desmilitarizar; Descentralizar a 
economia e Reeducar a Alemanha para a 
democracia 
• [1946] Plano Marshall 
▫ 1,4 bilhões de dólares de 1948 a 1952 para a RFA 
▫ União das zonas ocupadas pelos aliados na 
Alemanha Ocidental 
• [Entre 1949 e 1961] 
▫ Cerca de 3 milhões de pessoas fugiram da 
Alemanha Oriental para os setores ocidentais de 
Berlim. 
• [julho de 1961] 
▫ 30 mil pessoas escaparam 
• [agosto de 1961] 
▫ Começa a ser construído o Muro de Berlim 
 
 
• Em decorrência, a Alemanha teria demorado a 
dar uma resposta cinematográfica significativa 
no pós-guerra. 
 
• Apesar de tardio, o Cinema Novo Alemão 
articulou em rede o público, os realizadores e os 
investidores, promovendo um cinema motivado 
culturalmente e economicamente viável e 
superando o tom de improviso e vulnerabilidade 
da década de 50. 
 
 
Década de 60 
• Principais nomes: Rainer Werner Fassbinder, 
Alexander Kluge, Werner Herzog, Wim Wenders 
} renovação da 7ª arte na Alemanha. 
 
• Antes do Cinema Novo Alemão, porém: 
• Destruição/reconstrução 
• Indústria cinematográfica afetada 
• Criação, na RDA, da DEFA (Deutsche Film AG) 
• Empresa estatal, grandes estúdios, rigor técnico, 
estética acadêmica 
• Temas: denúncia do Nazismo e propaganda do novo 
regime 
• EX: Os assassinos estão entre nós (1946) Wolfgang 
Staudte [01:10] [01:17] 
 
 
• Na Alemanha Ocidental, o propósito não era 
exatamente o de reconstruir a indústria 
cinematográfica nativa, mas o de assegurar 
MERCADO para seus próprios produtos diante do 
alto consumo de produções estrangeiras. 
 
“Até meados dos anos 1960, a posição do governo da 
Alemanha Ocidental diante dos cineastas locais foi 
ambígua e frustrante: num esforço para revigorar o 
cinema nacional, garantiu crédito para os 
realizadores, criando impostos para incentivar a 
produção, mas essas providências levaram a uma 
certa burocratização do processo e favoreceram o 
controle estatal dos produtos cinematográficos.” 
(CÁNEPA) 
• Encorajavam-se apenas filmes baratos e inócuos. Houve 
protesto por parte de intelectuais, mas, na realidade, 
poucos filmes da Alemanha Ocidental na década de 1950 
tiveram impacto de crítica e de público. 
 
“Tais filmes, em sua maior parte dramas familiares e comédias 
cotidianas, encaixavam-se no modelo conhecido como 
Heimatfilm ("filme da terra natal“ ou "filme de pátria"), 
nascido na década de 1930 e incentivado pelo regime nazista 
como forma de evocação de uma vida provinciana idealizada. 
Mais de 300 Heimatfilmes foram produzidos nesse período - 
e distribuídos no país por empresas norte-americanas. 
Muitos tiveram sucesso, entre eles A jovem da Floresta Negra 
(Hans Deppe, 1950) e A doutora do povoado (Paul May, 
1958).” 
No rol das exceções: 
“Os trabalhos de Bernhard Wicki, diretor de 
Aponte (1959); do veterano Georg Pabst, que 
realizou Aconteceu em 20 de julho (1955) e de 
Staudte, então instalado do lado ocidental, que 
dirigiu Rosas para o perseguidor (1959). Em 
suas obras, houve a tentativa de debater 
questões relativas à guerra e à história recente 
do país.” 
O manifesto de Oberhausen 
• Em fevereiro de 1962, durante o 8º Festival Nacional de 
Curtas-Metragens de Oberhausen, 26 cineastas 
publicaram o manifesto, tratando-se de uma reação ao 
contexto da época. 
 
Declaramos que nossa ambição é criar o novo filme de longa-
metragem alemão. Esse novo filme exige liberdade. Liberdade 
das convenções da realização cinematográfica. Liberdade das 
 influências comerciais. Liberdade da dominação do interesse 
de grupos. Nós temos idéias intelectuais, estruturais e 
econômicas realistas sobre a produção do Cinema Novo 
alemão. Nós estamos prontos a correr os riscos econômicos. O 
velho cinema está morto. Nós acreditamos no novo cinema. 
Nos anos que precederam o manifesto, o país 
enfrentara várias crises internas. Em agosto de 
1961, fora erguido o Muro de Berlim. 
No mesmo ano, o julgamento de Eichmann, em 
Jerusalém, havia revelado detalhes brutais dos 
crimes praticados pelo regime nazista. 
Além disso, a censura à liberdade de expressão 
comandada pelo chanceler Konrad Adenauer, 
causara uma onda de protestos. 
Presença de técnicos ligados ao cinema nazista – 
cerca de 40% em 1960. 
Redução do mercado exibidor com a TV. Perda de 
mais de ¾ do público nos cinemas. 
Primeira fase 
• Importantes aliados, destaque para a crítica Lotte 
Eisner. 
• Influência na formulação de políticas de incentivo 
(criado o Comitê do Jovem Cinema Alemão). 
• Saudades de ontem (1966) de Alexander Kluge e O 
jovem Törless (1966) de Volker Schlöndorff. Ambos 
interessados pelas causas e consequências do 
nacional-socialismo. 
• Heimat filmes revisitados (Cenas de caça na Baixa 
Baviera – 1969 – Peter Fleischmann e O machão – 
1969 – R.W.Fassbinder) 
 
• Adaptações literárias (destaque para Sinais da 
vida, 1968, Herzog). 
• Cinema experimental (Eika Katappa – 1969 – 
Werner Schroeter; Fata Morgana – 1971). 
• Relação com o cinema de gênero norte-
americano (48 horas de Acapulco – 1967 – Klaus 
Lemke; O amor é mais frio que a morte – 1969 – 
RWF) 
 
Relação com o público – tom acusatório – 
filmes de festival – baixa popularidade. 
 
Segunda fase 
• Anos 1970. Produtoras como a Filmverlag der 
Autoren e a Werner Herzog Filmproduktion 
começaram a contar com orçamentos um pouco 
maiores e a conquistar mais espaço no mercado. 
 
• Um dos primeiros filmes a atrair a atenção foi O 
medo do goleiro diante do pênalti (1972), 
dirigido e escrito por Wenders. 
Também em 1972, Fassbinder realizou pela Filmverlag um 
de seus trabalhos seminais: O mercador das quatro 
estações, drama sobre um homem que se entrega à 
bebida e à morte pela traição e indiferença das pessoas 
que o cercam. 
A importância desse filme se deve sobretudo à influência 
de Douglas Sirk, adotado pelo diretor no começo dos 
anos 1970 como um "modelo", o que lhe permitiu 
explorar novos universos: aos poucos, Fassbinder se 
distanciou das figuras marginais para se tornar um 
analista impiedoso da pequena-burguesia alemã. 
Também em 1972, Herzog conquistou seu 
primeiro êxito internacional, com Aguirre: A 
cólera dos deuses, estrelado por Klaus Kinski. 
 
Importância da parceria com a TV que deu origem 
a filmes como O enigma de Kaspar Hauser 
(Herzog). 
 
Auge e declínio 
• 1977 – ano marcante para o Novo Cinema 
Alemão. 60 filmes realizados. Alemanha no 
outono (coletivo). 
• Fassbinder 
▫ 1979 | O casamento de Maria Braun 
▫ 1980 | Série para a TV Berlin Alexanderplatz 
▫ 1981 | Lili Marlene e Lola 
▫ 1982 | Querelle 
Rainer Werner Fassbinder 
Cineasta, roteirista, produtor, dramaturgo e ator, nasceu na cidade de 
Bad Wörishofen, no dia 31 de maio de 1945. Pertencia a uma família 
de classe média - seu pai era médico, e sua mãe, tradutora -, mas 
não chegou a completar os estudos. 
Interessou-se muito cedo pelo teatro. Em 1968, fundou com Hannah 
Schygulla a companhia Antiteathre, que seguia o método 
brechtiano. Em 1969, estreou no cinema com o filme O amor é mais 
frio que a morte e, a partir de então, realizou mais de 40 filmes, até 
falecer em 10 de junho de 1982, em Munique, aos 37 anos de idade.

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