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1 
 
11-04-2016 
DA APLICAÇÃO DA PENA 
I. Noções: 
- Cominação: Art. 53 do CP: prevista em abstrato na norma penal 
incriminadora. 
- Aplicação: Art. 59 e 68 do CP: procedimento do sistema de 
individualização da pena no caso concreto. 
- Evolução histórica: 
 - Inicialmente vigorava o arbítrio do julgador, após, com o iluminismo 
(Sec. XVIII) adotou-se um sistema rígido com pouca ou nenhuma 
flexibilidade. 
 - No Brasil, em 1940, adotou-se o sistema trifásico (Art. 68 do CP). 
Preconizado por Nelson Hungria. 
 - O julgador possui uma discricionariedade regrada ou vinculada na 
fixação da pena. 
 - A obrigatoriedade de motivação e fundamentação (Art. 93, IX, CF) evita 
o arbítrio (H. Cláudio Fragoso). 
 
II. Emprego do sistema trifásico para aplicação da pena (Art. 5º, XLVI, CF – 
Garantias Criminais Repressivas – Art. 68 do CP) 
- 1ª etapa: Fixação da pena base (mínima e máxima). Considerando as 
circunstâncias judiciais (antecedentes, culpabilidade, personalidade, motivo 
do crime, conseqüências do crime, comportamento da vítima). Art. 59 do 
CP. 
- 2ª etapa: Análise das atenuantes e das agravantes da pena. Art. 61, 62, 65 
e 66 do CP. 
- 3ª etapa: Análise das causas de aumento e diminuição da pena. 
*OBS: 
a) Tipo derivado ou qualificado: são aqueles que o tipo principal se 
agregam as circunstancias qualificadoras. 
2 
 
b) 4ª fase? Substituição da pena privativa de liberdade por uma pena 
alternativa, defendida na doutrina por Alberto Silva Franco. 
c) Regime prisional (Art. 59, III, CP) e “Sursis” (Art. 167 da LEP): Estabelece 
o regime de acordo com as regras de cada regime. Se for possível em tese a 
suspensão da pena privativa de liberdade o juiz tem que obrigatoriamente 
se manifestar em relação a isso, para conceder ou negar, sempre 
fundamentando sua decisão. 
 
III. Circunstâncias e elementares: 
- Definições: São os dados que influenciam na quantidade da pena, 
aumentando-a ou diminuindo-a, sem, contudo excluir o crime. Segundo 
Damásio, as circunstâncias colocam-se entre o crime e a pena, permitindo a 
graduação desta e as elementares são os elementos específicos que 
constituem o crime. 
- Critério de identificação: critério da exclusão. Exclui um fato, se continuar 
existindo é uma circunstância, se ocorrer um fato atípico é uma elementar. 
 
IV. Posição das circunstâncias na Teoria Geral do Crime: possibilitar a melhor 
individualização da pena e orientar o juiz na sua aplicação. 
- Classificação: 
 - Circunstâncias objetivas (não se relaciona diretamente ao sujeito ativo 
do crime, e sim, por exemplo, ao lugar e tempo do crime, o modo de 
execução etc.) e subjetivas (relacionam-se com o sujeito ativo do crime, 
estando entre elas os antecedentes, a personalidade do agente, os motivos 
do crime, a reincidência etc.): 
 A) Judiciais ou Inominadas (Art. 59 do CP): para auxiliar o juiz na 
aplicação da pena base. 
 B) Legais: aplicação obrigatória. 
 1. Gerais ou Genéricas: 
 - Agravantes 
 - Atenuantes 
 - Causas de aumento ou diminuição de pena 
3 
 
 2. Especiais ou Específicas: 
 - Agravantes 
 - Causas de aumento ou diminuição de pena 
 
12-04-2016 
CLASSIFICAÇÃO DAS CIRCUNSTÂNCIAS: 
1. Judiciais ou inominadas – artigo 59 do CP: 
*Critérios ou diretivas para aplicação da pena base pelo Juiz. Seu 
reconhecimento é deixado ao poder discricionário do Juiz, porém é 
preciso sempre fundamentar. 
a) Culpabilidade: Reprovabilidade ou sensurabilidade da conduta. 
b) Antecedentes: se tiver apenas uma condenação gera reincidência e 
não maus antecedentes. 
c) Conduta Social: passado do agente, tirando o passado criminal. 
d) Personalidade do agente: investiga-se a índole do acusado, seu perfil 
psicológica e moral, se o seu caráter é ou não voltado para prática de 
crime, se há maior ou menor sensibilidade ético-social, de modo a 
demonstrar que a prática delitiva constitui ou não um episódio isolado 
na vida do réu. Pode-se considerar para sua avaliação os crimes 
praticados quando menor a conduta do agente antes, durante e depois 
do delito, a brutalidade incomum na execução do crime, bem como a 
ausência de arrependimento. 
e) Motivos do crime: são os precedentes psicológicos propulsores da 
conduta, a maior ou menor aceitação ética da motivação influi na 
dosagem da pena. Não há crime gratuito ou sem motivo. 
f) Circunstâncias e conseqüências do crime: Circunstâncias neste caso 
se tratam de seu caráter geral, podendo ser objetiva ou subjetiva, não 
especificadas em dispositivo legal, mas que sejam relevantes para 
aplicação da pena. As conseqüências neste caso são as que extrapolam 
o resultado natural do crime. 
g) Comportamento da vítima: Vitimologia, é o estudo da vítima do 
crime. 
4 
 
2. Legais: 
- Expressamente previstas em lei, sua aplicação é obrigatória pelo Juiz. 
a) Genéricas ou Gerais: previstas na parte geral do CP, se aplicam a 
todos os crimes. 
 a1) Agravantes: 61 e 62 do CP. 
 - Aplicação obrigatória (ou seja, sempre vai aumentar a pena). 
 - Não admite analogia (exemplo: cônjuge e convivente). 
 - Sempre agravam a pena, exceto se: 
 - Constituam o crime (exemplo: infanticídio). 
 - Qualifiquem o crime (exemplo: homicídio com veneno). 
 - A pena base tenho sido fixada no máximo legal. 
 - As agravantes previstas no artigo 61, II, CP, devem entrar na 
esfera de conhecimento do agente. 
 - Salvo a reincidência, só incidem no caso de crimes dolosos ou 
preterdolosos (F. Capez e F. A. M. Barros). 
 
18-04-2016 
DA REINCIDÊNCIA 
I. Conceito e formas: 
- Art. 61, I, CP 
- Art. 63, CP 
- Art. 64, CP 
- Conceito: É a situação daquele que pratica um fato punível quando 
definitivamente condenado por crime anterior. 
- Razão: Maior reprovabilidade na recidiva; Ineficácia da pena (punição) 
anterior; Desprezo do agente pelo Estado e pela justiça; 
 
 
5 
 
- Formas: 
 a) Real: é aquela reincidência que ocorre somente quando o agente já 
cumpriu total ou parcialmente a pena correspondente ao crime anterior. 
 b) Ficta: caracteriza-se com a simples condenação definitiva por crime 
anterior, pouco importando o efetivo ou parcial cumprimento da pena. 
(ADOTADA PELO CP – Art. 63) 
- Pressuposto da reincidência: sentença condenatória definitiva anterior. 
- Primariedade? Primário é não só o que foi condenado pela primeira vez, 
como também o condenado diversas vezes, sem ser reincidente, ou seja, 
cujas condenações irrecorríveis ocorreram posteriormente a prática dos 
crimes. 
 
II. Eficácia temporal da condenação anterior para efeito de reincidência: 
- Período depurador: artigo 64, I, CP. (Após esse período se readquire a 
primariedade). 
 - 5 anos, contados: 
 a) Extinção da pena pelo cumprimento. 
 b) No caso de outra causa extintiva da data da sua ocorrência. 
 c) Na hipótese de “Sursis” e livramento condicional da data da 
audiência admonitória. 
 
III. Natureza dos crimes: 
- Irrelevância culposo ou doloso: todo crime pode gerar reincidente. 
- Artigo 64, II, CP: Exceções: não se considera reincidência a condenação 
por: 
 a) Crimes militares próprios: aquele previsto exclusivamente no Código 
Penal Militar. Exemplo: dormir em serviço. 
 b) Crimes políticos: não geram reincidência em crime comum. 
* Crimes militares impróprios? Aquele previsto no Código Penal Militar e 
também na legislaçãopenal comum. Gera reincidência. Exemplo: Furto 
dentro do quartel. 
6 
 
18-04-2016 
CONTINUAÇÃO 
IV. Observações: 
1. Reincidência em crime e contravenção: 
- Art. 63 do CP 
- Art. 7º da LEP 
 - Condenação anterior por contravenção não gera reincidência pela 
pratica de um crime posterior, mas o inverso é verdadeiro, ou seja, se for cometido um 
crime e houver condenação definitiva, a contravenção posterior (cometida no Brasil) 
gera reincidência. Se condenado definitivamente por contravenção no estrangeiro não 
gera nem mesmo reincidência em outra contravenção no Brasil. Já crime quer tenha 
havido a condenação no Brasil ou no estrangeiro gera reincidência no cometimento de 
novo crime ou contravenção. 
2. Medida de Segurança: 
 - SENTENCIADO SOFREU UMA MEDIDA DE SEGURANÇA E 
POSTERIORMENTE PRATICA NOVO CRIME. ELE SERÁ CONSIDERADO PRIMÁRIO OU 
REINCIDENTE? Depende. Se a Medida de Segurança foi aplicada ao Semi-Imputável a 
sentença foi condenatória, portanto ele será considerado reincidente, mas se a 
Medida de Segurança foi aplicada ao Inimputável a sentença é de natureza absolutória 
imprópria, portanto ele será considerado primário. 
3. Causa extintiva da punibilidade: 
- Regra: se ocorrer após a sentença condenatória transitada em julgado 
será reincidência. 
- Exceção: 
 a) Anistia: recupera a primariedade. 
 b) Abolitio Criminis: Se surgir lei nova extinguindo a tipicidade que 
antes era crime, o réu recupera a primariedade. 
 c) Art. 64, I, CP (Período depurador): se decorreram os 5 anos do 
período depurador, o réu será considerado primário (ex. a pessoa foi 
condenada a pena de 2 anos de reclusão e teve o benefício do indulto 
presidencial (foi extinta a punibilidade). Se ela cometer um novo crime 
sem completar o período depurador será considerada reincidente, mas 
se passados 5 anos da extinção da pena ela será considerada primária). 
7 
 
4. Perdão Judicial: 
- Só é possível quando expressamente previsto em lei. 
- Art. 120 do CP 
- Sentença condenatória? 
 - O art. 120 dispõe que a sentença que concede o perdão judicial não 
gera reincidência, porém, a discussão é em relação à natureza jurídica 
da sentença que concede o perdão judicial, se é condenatória ou não. 
 - PROF. DAMÁSIO E FERNANDO CAPEZ - Entendem ser a sentença 
de natureza condenatória porque só se pode conceder perdão judicial 
para aquele que antes é condenado. Portanto, gera reincidência. 
 - MAIORIA DA JURISPRIDÊNCIA E SÚMULA 18, STJ - Entendem ser 
sentença declaratória da extinção da punibilidade. Portanto, não gera 
reincidência. 
5. Crime praticado em uma data e consumado em outra: 
- Aplica-se a Teoria da Atividade, ou seja, leva-se em consideração a 
data da conduta (ação ou omissão), pouco importando se quando 
ocorrer o resultado já haja uma sentença condenatória definitiva. 
Portanto, se quando foi praticada a conduta não havia sentença 
condenatória definitiva o réu será considerado primário. 
- CRIME PERMANENTE (aquele que se prolonga no tempo) - Se a 
sentença por um crime anterior tenha transitado em julgado durante a 
prática do crime permanente, será o réu considerado reincidente 
porque crime permanente tem a sua consumação a todo o momento 
(ex. o réu foi condenado definitivamente no período em que ele 
mantinha uma pessoa sequestrada). 
6. Prova da reincidência: através de certidão cartorária emitida pelo Juízo 
da condenação. 
7. Condenação por crime no estrangeiro: 
- Homologação da sentença estrangeira. É indispensável? Não há 
necessidade de homologação, porque só se exige homologação de 
sentença condenatória proferida no estrangeiro para execução de 
medida de segurança e para reparação de dano. 
- Art. 105, I, “i”, CF. 
8 
 
- Art. 787 do CPP. 
- Art. 9º do CP. 
8. Reincidência específica: 
- É a condenação por crime da mesma natureza. 
- Art. 83, V, CP (Lei 8.072-90): REINCIDÊNCIA EM CRIMES HEDIONDOS 
OU EQUIPARADOS: Impede o Livramento Condicional - Essa lei alterou 
o Art. 83 do CP que trata do livramento condicional, prevendo 
expressamente que não é possível a concessão de Livramento 
Condicional ao reincidente em crime da mesma natureza hedionda, 
criando, assim, a figura do Reincidente específico em crime de natureza 
hedionda ou equiparado. Portanto, aquele que é reincidente em crime 
hediondo não tem direito a Livramento Condicional, enquanto o réu 
condenado em crime hediondo que não seja reincidente tem direito ao 
Livramento Condicional após ter cumprido 2/3 da pena. 
- Art. 44, parágrafo 3º, CP (Lei 9.714-98): REINCIDÊNCIA NO MESMO 
CRIME: Impede a substituição da Pena Privativa de Liberdade por Pena 
restritiva de Direito – Essa lei deu nova redação ao Art. 44 do CP 
aumentando as possibilidades de penas restritivas de direito e 
introduziu a figura do Reincidente Específico no §3° que configura a 
Reincidência aqueles crimes que têm os mesmos elementos, que 
possuem as mesmas elementares pouco importando as circunstâncias 
do crime (ex. furto simples e qualificado; tentativa de estelionato e 
estelionato qualificado, etc.). 
- Art. 296, CTB (Lei 9.503-97): REINCIDÊNCIA EM CRIMES DE TRÂNSITO: 
prevê que o reincidente em crime de trânsito pode sofrer, além da pena 
privativa de liberdade cominada ao crime, a perda da habilitação. 
Portanto, aquele condenado definitivamente por um crime de trânsito e 
posteriormente praticar outro crime de trânsito é considerado 
reincidente específico em crime de trânsito e terá a possibilidade de 
sofrer, além da pena privativa de liberdade prevista para o crime 
cometido, a pena de suspensão da habilitação. Se por exemplo, a 
pessoa é condenada definitivamente por um crime comum e 
posteriormente comete um crime de trânsito, será considera tão 
somente REINCIDENTE e não Reincidente Específico. 
 
 
9 
 
02-05-2016 
AGRAVANTES – Art. 61, II, CP 
A) Motivo fútil: É um motivo insignificante. Indica desproporção entre o motivo e 
a prática do crime, sendo este motivo insignificante, totalmente 
desproporcional frente à conduta delituosa. Esta circunstância deve ser 
analisada considerando o homem-médio. 
B) Motivo torpe: É aquele abjeto repugnante, que causa repulsa à moral ética 
média (ex. matar parente para receber herança; espancar a mulher porque ela 
não aceita se prostituir, etc.). 
C) Assegurar o êxito de outro crime: Quando o agente comete outro crime para 
assegurar o proveito ou para facilitar a execução, ocultação ou impunidade do 
outro crime. Trata-se da conexão delitiva entre dois ou mais crimes. Pouco 
importa que o outro crime não cheque a ser iniciado, pois basta a intenção de 
realizá-lo (ex. causar incêndio para eliminar os vestígios de outro crime) 
D) Traição, emboscada, dissimulação ou... (interpretação analógica): 
TRAIÇÃO - Pode ser: 
 - Moral - Quando a pessoa se vale da confiança que possui da vítima para 
praticar o crime (ex. aquele que tendo amizade com a vítima a convida a ir a 
determinado local ermo e lá pratica o crime). 
 - Material - É aquela feita de forma a surpreender a vítima que 
objetivamente não esperava a conduta do agente (ex. uma facada pelas 
costas). 
EMBOSCADA - É a situação em que o agente fica escondido para surpreender a 
vítima e cometer o crime. 
DISSIMULAÇÃO - É o disfarce (ex. o agente para praticar um roubo se veste de 
policial). 
QUALQUER OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A 
DEFESA DO OFENDIDO - É uma regra de extensão analógica, ou seja, com essa 
expressão a própria lei está exigindo interpretação analógica (não confundir 
com aplicação de analogia que é se aplicarnuma situação não regulamentada 
algo similar), por exemplo, a "surpresa" seria incluída como agravante fazendo-
se uma interpretação analógica. 
 
 
 
10 
 
E) Emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura: 
-TORTURA - A lei 9455/97 define os crimes de tortura, portanto, pode ser que 
um crime de tortura configure um crime autônomo, então, nesse caso, não 
será considerado como agravante, mas sim como crime. 
- Qualquer outro meio insidioso (dissimulado. Ex: ministrar açúcar para o 
diabético) ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum (permite 
interpretação analógica). 
F) Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge: para aplicar não pode ser 
elemento do crime. 
G) Com abuso de autoridade, ou prevalecendo-se de relações domésticas, de 
coabitação ou hospitalidade: 
- RELAÇÕES DOMÉSTICAS: valendo-se da condição de patrão, comete crime 
contra a empregada. 
- DE COABITAÇÃO: companheiro (a): Valendo-se da condição de companheiro, 
comete crime contra a pessoa com quem vive. 
- DE HOSPITALIDADE: Se alguém, valendo-se da condição de a pessoa estar 
hospedada na sua casa pratica o crime. 
H) Com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério 
(religioso) ou profissão: 
- CARGO - Pressupõe função pública. Há crimes funcionais que só podem ser 
praticados por funcionário público (Crimes Próprios, exemplo: peculato), nesse 
caso, não incidirá a agravante porque o cargo público é uma elementar do tipo 
penal, já configura um crime, mas os demais crimes praticados pelo funcionário 
público valendo-se da sua condição de funcionário público incidirá agravante. 
- OFÍCIO - Se for um crime praticado com a não observância do ofício não 
incidirá agravante porque o fato já é crime, é uma elementar do tipo penal (ex. 
o médico que deixa de comunicar doença contagiosa grave. Nos demais crimes 
praticados com abuso ou violação do dever incidirá agravante(ex. um eletricista 
que comete o crime de apropriação indébita do material que lhe fora entregue 
para execução do serviço). 
- MINISTÉRIO (RELIGIOSO) - Aquele que exerce o ministério religioso, 
aproveitando-se dessa circunstância para cometer um crime responderá pelo 
crime com a agravante. 
- PROFISSÃO - Exemplo, o enfermeiro que aplica sonífero na vítima para 
praticar um crime. 
* OBS.: Verificar sempre se o fato não constitui elementar do crime ou 
circunstância qualificadora. Ou seja, se não for elementar do crime e nem 
qualificadora pode ser considerada agravante, do contrário não, porque seria 
configurado "bis in idem". 
11 
 
I) Contra criança, idoso, enfermo (capacidade de defesa reduzida) ou mulher 
grávida: 
- CRIANÇA - Menor de 12 anos de idade (Estatuto do Adolescente). 
- IDOSO - Maior de 60 anos de idade (Estatuto do Idoso). 
J) Cometido contra o ofendido protegido por autoridade: A agravante incide 
porque há um desrespeito à autoridade pública (ex. crime de linchamento 
invadindo a delegacia). 
K) Cometido em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer 
calamidade pública ou desgraça particular do ofendido: Ex. falta de 
solidariedade do agente; o agente aproveita uma situação de pânico para 
cometer um crime num acidente de veículo o agente furta os objetos do carro 
acidentado, etc. 
L) Em estado de embriaguez preordenada: Qualquer que seja a substância 
utilizada para a embriaguez (bebida, tóxicos, etc.). A agravante não incide em 
razão de o agente ter cometido o crime embriagado, mas sim porque se 
embriagou para cometer o crime. A embriaguez afasta a culpabilidade apenas 
em caso fortuito ou força maior. 
 
AGRAVANTES CONCURSO DE PESSOAS – Art. 62, CP 
- A denominação correta seria "crimes praticados por mais de uma pessoa", porque 
nem todas as agravantes do Art. 62 são tecnicamente Concurso de Pessoas. 
I- PROMOVIDO POR LÍDER OU MENTOR INTELECTUAL DO CRIME - Será agravada a 
pena daquele que participa do crime como mentor intelectual do delito (partícipe). 
 
II- COMETIDO SOB COAÇÃO OU INDUÇÃO - Aquele que coage ou induz outrem à 
execução material do crime terá a pena agravada. Pouco imposta se Coação seja 
Resistível como Irresistível, que seja Moral ou Física. 
 Induzir - É criar na mente do executor a idéia da prática delitiva. 
 
III - INSTIGAR OU DETERMINAR O COMETIMENTO DO CRIME, ALGUÉM SUJEITO A 
SUA AUTORIDADE OU NÃO PUNÍVEL EM VIRTUDE DE CONDIÇÃO OU QUALIDADE 
PESSOAL - Terá a pena agravada aquele que instigar ou determinar que alguém 
cometa o crime, mas quem cometeu o crime deve estar sob as ordens daquele que 
determinou(ex. empregado)ou que quem cometeu o crime seja pessoa não punível em 
razão da sua condição ou qualidade pessoal(ex. menor, deficiente mental, etc.). 
 Instigar - É reforçar uma idéia pré-existente, a pessoa já tinha a idéia de praticar o 
crime, diferentemente da Indução. 
 Determinar - Significa ordenar. 
 
12 
 
IV- COMETIDO MEDIANTE PAGA OU RECOMPENSA DE PAGAMENTO- Será agravada a 
pena daquele que comete ou participa crime mediante pagamento, recompensa ou 
promessa de pagamento. 
 Paga - Pagamento antecipado. 
 Recompensa - Pagamento efetuado após o cometimento do crime, nesse caso 
bastante ter havido a promessa de pagamento para a agravante ser configurada, ou 
seja, mesmo que o pagamento não se concretize é considerada agravante. 
 
09-05-2016 
ATENUANTES 
- São de aplicação obrigatória, ou seja, havendo a presença de uma atenuante 
obrigatoriamente ela diminui a pena, salvo de ela já for considerada uma causa de 
diminuição de pena na parte especial do CP; 
 
- Não diminui a pena aquém do mínimo legal (Súmula 231, STJ); 
 
- O "quantum" é aplicado de forma discricionária pelo juiz, ou seja, o juiz, de acordo 
com o seu entendimento, considerando a relevância da atenuante fixa o quanto será 
reduzida a pena, diferentemente das causas de diminuição de pena. 
 
10-05-2016 
CONTINUAÇÃO 
ROL DAS CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES PREVISTAS NO CÓDIGO PENAL (ART. 65, CP) 
São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
1)- MAIOR DE 18 E MENOR DE 21 ANOS NA DATA DO FATO; 
 
2)- MAIOR DE 70 ANOS NA DATA DA DECISÃO CONDENATÓRIA DEFINITIVA 
(SENTENÇA OU ACÓRDÃO) -No acórdão, se o recurso for da defesa incide atenuante, 
do contrário não incide. 
 
3)- DESCONHECIMENTO DA LEI - O desconhecimento da lei não exime a 
responsabilidade penal, mas o desconhecimento da lei, quando sincero, é causa que 
atenua a pena (ex. pessoa que mora no interior do Amazonas e comete um crime sem 
saber que o fato que praticou era crime). 
 
4)- TER O AGENTE: 
 a)- COMETIDO O CRIME POR RELEVANTE VALOR MORAL - Trata-se de interesse ou 
motivo relevante do próprio agente (sentimento pessoal do próprio agente) admitido 
pelo conceito médio de dignidade do grupo social e ético que pertence o agente. 
 
13 
 
 b)- COMETIDO O CRIME POR RELEVANTE VALOR SOCIAL - Corresponde mais aos 
sentimentos coletivos sedimentados na sociedade, como justiça, fraternidade, 
solidariedade, etc. 
 
 c)- TER O AGENTE O AGENTE PROCURADO, POR SUA ESPONTÂNEA VONTADE E 
COM EFICIÊNCIA, LOGO APÓS O CRIME, EVITAR-LHE OU MINORAR-LHE AS 
CONSEQÜÊNCIAS, OU TER, ANTES DO JULGAMENTO, REPARADO O DANO 
 
 d)- COMETIDO O CRIME SOB: 
 - COAÇÃO RESISTÍVEL - Se o agente comete o crime sob coação a que podia 
resistir. Se a Coação for Irresistível o agente não responde pelo crime porque há uma 
excludente de culpabilidade, mas sob Coação Resistível o agente responde pelo crime, 
porém com uma atenuante. 
 - ORDEM SUPERIOR - Desde que a ordem seja manifestamente ilegal. Se o 
agente comete o crime sob ordem não manifestamente ilegal ele não responde pelo 
crime porque é uma causa de excludente de culpabilidade, mas se o crime for 
praticado em decorrência de uma ordem ilegal(manifestamente ilegal) o agente 
responderá pelo crime, mas com uma atenuante. 
 - SOB INFLUÊNCIA DE VIOLENTA EMOÇÃO PROVOCADA POR ATO INJUSTO DA 
VÍTIMA - Se o agente pratica o crime sob violenta emoção provocada por injusta 
agressão da vítima ele não responde pelo crime porque há uma excludente de 
ilicitude (legítima defesa), mas se o crime for praticado sob influência de violenta 
emoção decorrente de ato injusto da vítima o agente responderá pelo crime, mas com 
uma atenuante. 
 
 e)- CONFISSÃO ESPONTÂNEA - Confissão espontânea, que pode ser feita tanto para 
a autoridade policial como judicial, é considerada como atenuante na aplicação da 
pena. Se confessar na polícia e se retratar em juízo não incidirá a atenuante, mas o 
contrário será verdadeiro, ou seja, se negar na polícia e confessar em juízo, a 
atenuante incide. Não será considerada atenuante a confissão feita pelo réu como 
causa de isenção de pena (ex. confessa que matou, mas em legítima defesa). 
 
 f)- INFLUÊNCIA DE MULTIDÃO E TUMULTO, SE NÃO PROVOCOU O CRIME - Desde 
que não tenha provocado o crime, aquele que praticou o delito sob influência de 
multidão e tumulto responderá pelo crime com uma atenuante. 
 
* ATENUANTE INOMINADA (ART.66, CP): Significa que pode o juiz considerar também 
como atenuante qualquer outra circunstância não prevista expressamente em lei 
como atenuante, se o juiz entender que a circunstância é relevante pode ele aplicá-la 
(ex. o fato de a vítima pedir desculpa ao réu; praticou o crime em razão de ser 
dependente químico, etc.). Isso não é possível no caso das agravantes. 
 
 
 
 
14 
 
16-05-2016 
CONTINUAÇÃO 
CONCURSO ENTRE CIRCUNSTÂNCIAS ATENUNANTES E AGRAVANTES (ART.67, CP): É 
possível que em determinados crimes haja circunstâncias agravantes e também 
atenuantes (ex. o réu é menor de 21 anos (atenuante) e cometeu o crime por motivo 
torpe (agravante). Nesse caso, não há uma compensação pura e simples. No concurso 
de agravantes e atenuantes, o que terá relevância são as Circunstâncias 
Preponderantes (as subjetivas), que são: 
 - Circunstâncias relativas aos Motivos do Crime. 
 - Circunstâncias relativas à Reincidência. 
 - Circunstâncias relativas à Personalidade do Agente (ex. a idade). Dentre as 
preponderantes estas são as de maior importância (ex. menor de 21 anos é 
circunstância preponderante e tem maior relevância que o motivo do crime e a 
reincidência). 
 
CAUSAS DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DE PENAS GENÉRICAS: São aquelas que estão 
na parte geral do Código Penal e podem ser aplicadas a qualquer crime. São 
circunstâncias que, assim como as Agravantes e Atenuantes, irão ser consideradas na 
aplicação da pena. Diferentemente das Agravantes e Atenuantes, fixam um "quantum" 
de aumento e um "quantum" de diminuição. A própria lei já estabelece um máximo e 
um mínimo de quanto será aumentada ou diminuída a pena. O juiz é obrigado a 
aumentar ou diminuir a pena caso estejam presentes as causas. Diferentemente das 
Agravantes e Atenuantes, a redução pode ser aquém do mínimo legal e o aumento 
pode ser além do máximo legal (ex. Na tentativa de furto simples a pena mínima é de 1 
ano e a máxima é 4. O juiz pode, reconhecendo a Tentativa, diminuir a pena, por 
exemplo, em 1/3 e nesse caso, a pena a ser aplicada será de 8 meses; se o juiz 
reconhecer, por exemplo, em um crime de furto cuja pena máxima é de 4 anos, o 
Concurso Formal, e aplicar um aumento da metade da pena. Nesse caso a pena a ser 
aplicada será de 4 anos). 
 
EXEMPLOS DE CAUSAS DE DIMINUIÇÃO E AUMENTO DE PENA 
 - Art. 14, § único, CP - Tentativa - Diminui a pena de 1/3 a 2/3; 
 - Art. 16, CP - Arrependimento Posterior - Diminui a pena de 1/3 a 2/3; 
 - Art. 26, CP - Inimputável - Diminui a pena de 1/3 a 2/3; 
 - Art. 70, CP - Concurso Formal(uma só ação ou omissão resulta na pratica dois ou 
mais crimes)- Aumenta a pena de 1/6 até 1/2(metade); 
 - Art. 71, CP - Crime Continuado(o crime posterior é tido como continuação do 
primeiro)- Aumenta a pena de 1/6 a 2/3. 
 
CIRCUNSTÂNCIAS LEGAIS ESPECÍFICAS OU ESPECIAIS São aquelas que estão na parte 
especial do Código Penal e são aplicadas a determinados tipos de crimes. São das 
seguintes espécies: 
 1)- QUALIFICADORAS - São aquelas que fazem parte do tipo qualificado. Sua função 
é alterar os limites mínimos e máximos da pena cominada (ex. Furto Simples: pena de 
1 a 4 anos; Furto Qualificado: pena de 2 a 8 anos). No Sistema Trifásico de aplicação da 
pena a Qualificadora é considerada na aplicação da Pena Base (1a. Fase). 
15 
 
 2)- CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DE PENA ESPECIAL - São Circunstâncias 
Legais Específicas porque se referem ao crime determinado. São consideradas pela 
doutrina como Qualificadoras em sentido amplo, ou seja, da mesma forma das Causas 
de Aumento ou Diminuição Genéricas, aumentam ou diminuem as penas dos crimes a 
que estão ligadas em proporção fixa ou variável expressamente (ex. Art. 155, § 1° - 
Furto à noite. A pena aumenta em 1/3 se o furto é praticado durante o repouso 
noturno. Portanto, o § 1° é uma causa de aumento de pena; Art. 171, § 1º- Estelionato 
Privilegiado. Se o réu é primário o juiz pode aplicar a redução da pena de 1/3 a 2/3). 
 
DIFERENÇA ENTRE CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇAO DE PENA GERAIS 
(CIRCUNSTÂNCIAS GERAIS) E CAUSAS DE AUMENTO DE DIMINUIÇÃO DE PENA 
ESPECIAIS (CIRCUNSTÂNCIAS ESPECIAIS): As Circunstâncias Especiais são aquelas 
previstas para determinados crimes específicos, enquanto as Circunstâncias Gerais são 
previstas para todos os crimes. Em alguns casos algumas Circunstâncias vão estar na 
parte geral do CP como Agravante ou Atenuante e também vão estar na parte especial 
como Qualificadora ou Causa de Aumento de Pena. Nesse caso, se despreza aquela 
Circunstância como Agravante e só se considera como Qualificadora ou Causa de 
Aumento de Pena que têm uma relevância muito maior. 
 
DIFERENÇA ENTRE QUALIFICADORAS E CAUSAS DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DE 
PENA DA PARTE ESPECIAL DO CP: A Qualificadora tem pena própria desvinculada do 
tipo fundamental, já a causa de Aumento não há pena própria, representando apenas 
um percentual fixo ou variável de majoração da pena. Ademais, as Causas de Aumento 
podem estar na parte geral ou especial do CP, já as Qualificadoras se encontram tão só 
na parte especial. Qualificadora altera a pena cominada, enquanto Causa de Aumento 
ou Diminuição de Pena não altera a pena cominada, apenas aumenta o diminui um 
percentual na pena cominada. A Qualificadora tem pena própria cominada, ou seja, ela 
muda a pena mínima ou máxima cominada, enquanto as Causas de Aumento ou 
Diminuição de Pena é um aumento ou uma redução em percentual da pena comina. 
Quando há uma Causa de Aumento de Pena se fala que há um Crime Circunstanciado 
(ex. Art. 157, § 2°, CP - Roubo Circunstanciado (errado chamar de roubo qualificado)- 
quando o roubo é praticado com emprego de arma de fogo. Diferentemente do § 3º 
que é uma Qualificadora porque muda a pena cominada) e quando existe uma Causa 
de Diminuição de Pena se fala que há um Crime Privilegiado (ex. Furto Privilegiado- 
quando o réu é primário e o bem é de pequeno valor; Homicídio Privilegiado - quando 
praticado por motivo de relevante valor moral ou social). 
 
CONCURSO DE CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DE PENA (HIPÓTESE EM QUE 
OCORRE MAIS DE UMA CAUSA DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DE PENA NO MESMO 
FATO)-ART. 68, § ÚNICO, CP: Nessa hipótese, pode o juiz limitar-se a um só aumento 
ou diminuição, prevalecendo a Causa que mais aumente ou que mais diminua (ex. No 
roubo praticado com emprego de armas (causa de aumento de da pena) e concurso de 
pessoas(causa de aumento de pena) o juiz aumenta somente uma vez. São as 
seguintes as hipóteses de Concurso de Causas de Aumento e Diminuição de Pena: 
 
 
16 
 
 1)- DUAS OU MAISCAUSAS DE AUMENTO DE PENA, UMAS PREVISTAS NA PARTE 
GERAL E OUTRAS NA PARTE ESPECIAL- Nessa hipótese, ambas causas serão aplicadas. 
EXEMPLO: O agente invade a sala de aula e com emprego de arma de fogo pratica 
roubo contra todos os alunos da sala. Ele cometeu um crime de Roubo 
Circunstanciado (emprego de arma de fogo) em Concurso Formal (uma só conduta 
com dois ou mais resultados). O emprego de arma de fogo é uma Causa de Aumento 
de Pena da parte especial do CP e o Concurso Formal é uma Causa de Aumento de 
Pena da parte geral. 
 
 2)- UMA CAUSA DE AUMENTO E UMA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA AMBAS 
DA PARTE GERAL OU DA PARTE ESPECIAL - Nessa hipótese, ambas as causas serão 
aplicadas, ou seja, a pena será aumentada e depois será diminuída. 
EXEMPLO: O juiz reconhece uma causa de aumento da parte especial (Art. 157, § 2°, 
CP) e uma causa de diminuição da parte geral (tentativa). Serão aplicadas ambas as 
causas na aplicação da pena, ou seja, a pena vai aumentar e vai diminuir. 
 
 3)- DUAS OU MAIS CAUSAS DE AUMENTO OU DE DIMINUIÇÃO DE PENA AMBAS 
PREVISTAS NA PARTE ESPECIAL - O juiz pode determinar um só aumento (o que mais 
aumente) ou uma só diminuição (a que mais diminua). Nessa hipótese a jurisprudência 
sustenta que o juiz pode levar em consideração o número de causas de aumento de 
pena para justificar um aumento maior do que o mínimo previsto no tipo. 
 
CONCURSO DE QUALIFICADORAS (DUAS OU MAIS CIRCUNSTÂNCIAS 
QUALIFICADORAS PREVISTAS NO MESMO CRIME) - A maioria da Doutrina entende 
que uma Circunstância qualifica o crime e a outra pode determinar um aumento de 
pena se ela for prevista como Agravante. O agente praticou o furto mediante 
arrombamento e em concurso de pessoas. Ambas as circunstâncias estão previstas no 
Art.155, § 4° como Circunstâncias Qualificadoras. O fato de ter o agente praticado o 
furto mediante arrombamento qualifica o crime (muda a pena cominada) e como o 
concurso de pessoas é previsto no Art. 62 do CP como Agravante, o juiz considera essa 
segunda circunstância como Agravante. 
 PROF. FERNANDO CAPEZ - É contrário ao entendimento acima, sob a argumentação 
de que a Circunstância excedente qualificadora não pode ser considerada Agravante 
porque o Art. 61 do CP diz que sempre agravam a pena, desde que não constituam o 
crime, ou seja, qualificadoras. Portanto, será considerada como Circunstância Judicial. 
 
CONCURSO DE CRIMES Trata-se da aplicação da pena ao agente que pratica mais de 
um crime. A Doutrina discute se a questão deve ser estudada na Teoria Geral da Pena 
ou na Teoria Geral do Crime. Nosso estudo será no sentido da Teoria Geral da Pena 
porque a matéria está regulamentada no Código penal que trata da aplicação da pena. 
 
SISTEMAS (FORMAS) DE APLICAÇÃO DA PENA NO CONCURSO DE CRIMES 
 1)- SISTEMA DO CÚMULO MATERIAL - Segundo este, somam-se as penas aplicadas 
a cada um dos crimes componentes do concurso. Esse sistema é adotado no Concurso 
Material (Art. 69, CP), no Concurso Formal Imperfeito (Art. 70, caput, 2a. parte, CP) e 
no Concurso de Pena de Multa (Art. 72. CP). Independentemente do número de 
processos, as penas somam-se. 
17 
 
 2)- SISTEMA DA EXASPERAÇÃO - Neste, aplica-se a pena do crime mais grave 
aumentada de um percentual determinado. Tal sistema é adotado no Concurso Formal 
Perfeito (Art. 70, caput, 1a. parte) e no Crime Continuado (Art. 71, CP), ou seja, sobre a 
pena do crime mais grave aplica-se um percentual. 
 
ESPÉCIES DE CONCURSO DE CRIMES O Concurso de crimes é possível em qualquer tipo 
de crime (culposo, doloso, comissivo, consumado, tentado, etc.). São das seguintes 
espécies: 
 1)- CONCURSO MATERIAL OU REAL (ART.69, CP) - Ocorre quando o agente pratica 
duas ou mais condutas produzindo dois ou mais crimes, idênticos ou não, mas todos 
vinculados pela identidade do agente não importando se os fatos ocorreram na 
mesma ocasião ou em dias diferentes. Independe também de ter havido ou não 
unidade processual, podendo haver, portanto, mais de uma. 
 a)- Concurso Material Homogêneo - Quando os crimes são idênticos e previstos 
na mesma figura típica (ex. o agente mata "A" e depois mata "B" que presenciou o 
primeiro crime). 
 b)- Concurso Material Heterogêneo - Quando os crimes não são idênticos e não 
são previstos na mesma figura típica (ex. o agente estupra "A" e mata "B" para garantir 
a impunidade do primeiro crime). São duas condutas resultando em dois crimes 
diferentes. 
OBS. : O juiz tem que individualizar a pena para cada crime, sob pena de nulidade da 
sentença. 
 
QUESTÕES RELATIVAS AO CONCURSO MATERIAL 
- É possível a soma da Pena Privativa de Liberdade com Restritiva de Direito (ex. por 
um crime o agente foi punido com pena de prestação de serviços à comunidade e por 
outro crime ele foi punido com pena privativa de liberdade)? O § 1° do Art. 69 do CP 
diz que é possível somar essas duas penas, desde que tenha sido suspensa a Execução 
da Pena Privativa de Liberdade (Sursis) porque se a pena Privativa de Liberdade está 
suspensa pode o condenado cumprir a Restritiva de Direito. 
- É possível o Cúmulo de duas Penas Restritivas de Direitos? É possível, desde que 
sejam compatíveis, possibilitando a execução simultânea ou, não sendo compatíveis, a 
execução possa ser sucessiva (Art. 69, § 2°, CP). 
- Qual o juiz competente para aplicação da regra do Cúmulo Material no caso de 
Concurso Material de Crimes? Existem duas hipóteses: 
 a)- Quando for processo único onde é imputado mais de um crime ao mesmo 
agente, quem vai aplicar a regra é o Juiz da Sentença do conhecimento. 
 b)- Quando for mais de um processo onde é imputado mais de um crime ao mesmo 
agente, quem vai aplicar a regra do Concurso Material é o Juiz da Execução penal(Art. 
111, e 66, III, "a", LEP. 
 
 2)- CONCURSO FORMAL OU IDEAL(ART. 70, CP) - Ocorre quando o agente 
praticando uma só conduta comete dois ou mais crimes, sendo que a conduta pode 
eventualmente desdobrar-se em várias atos. 
 
DIFERENÇA ENTRE CONCURSO MATERIAL E O CONCURSO FORMAL: Concurso 
Material tem que haver duas ou mais condutas, resultando em mais de um crime 
18 
 
porque cada conduta gera um crime, já no Concurso Formal há uma só conduta 
resultando em vários crimes. 
 
 
ESPÉCIES DE CONCURSO FORMAL 
 1)- HOMOGÊNEO - Os crimes se encontram descritos pelo mesmo tipo havendo 
diversidade de sujeito passivo. Nessa hipótese, aplica-se a pena do respectivo crime 
aumentada de 1/6 até a metade. 
 
 2)- HETEROGÊNEO - Neste, os crimes se acham tipificados em normas penais 
diversas. Aplica-se a pena do crime mais grave aumentada de 1/6 até a metade. 
 
 3)- PERFEITO (ART.70, CAPUT, 1a. PARTE)- É aquele que resulta de um único 
desígnio (intenção). O agente por meio de um só impulso dá causa a dois ou mais 
resultados. Importa para a sua caracterização o elemento psíquico, o ato de vontade 
do agente. Neste, deve o sujeito ativo ter em vista um só fim. Adota-se o sistema da 
Exasperação aumentando a pena do crime mais grave de 1/6 até a metade. 
 
 4)- IMPERFEITO (ART.70, CAPUT, 2a. PARTE) - Neste, os resultados são 
provenientes de desígnios autônomos (intenção) aparentemente a uma só ação, mas o 
agente em seu íntimo psiquicamente deseja ou aceita o risco de produzir outros 
resultados. Conclui-se pela autonomia de desígnios quando o agente pretende praticar 
não só um crime, mas vários tendo consciência e vontade em relação a cada um deles 
considerados isoladamente. Só é possível nos crimes dolosos. Neste a aplicação da 
pena seguirá o critério do Cúmulo Material, pois não se justifica o tratamento mais 
benevolente, haja vista o desvalor da conduta. Significa que a pessoa quer mais de um 
crime com uma única conduta. 
 
DOLO EVENTUAL NO CONCURSO FORMAL IMPERFEITO-SERIA O CONCURSO FORMAL 
IMPERFEITO EQUIPARAVÉL AODESÍGNIO AUTÔNOMO, OU SEJA, SERIA POSSÍVEL 
CONCURSO FORMAL IMPERFEITO QUANDO O AGENTE QUER DETERMINADO 
RESULTADO E ASSUME O RISCO DE PRUDUZIR OUTRO? A maioria da doutrina 
entende que o dolo eventual equivale a desígnio autônomo, ou seja, o agente 
responde como Concurso Formal Imperfeito (soma-se as penas). É como se o agente 
quisesse causar dois resultados diretamente (dolo direto). Assim, se o agente agir com 
dolo eventual com relação ao segundo (ou sucessivos) crime ele responderá como 
Concurso Formal Imperfeito. Na doutrina, somente o Prof. Heleno Cláudio Fragoso 
discorda desse entendimento. 
 Dolo Direto - Aquele em que o agente quer o resultado. 
 Dolo Eventual - Aquele em que o agente prevê e aceita, mas não quer o resultado. 
 EXEMPLO O agente quer matar "A" só que "A" está abraçado à sua mãe. O 
agente quer matar "A", mas mesmo sabendo que pode matar a mãe de "A" ele atira e 
mata ambos. Com relação a "A" o agente responderá por dolo direto e com relação à 
mãe responderá por dolo indireto. Nesse caso, a maioria da doutrina entende que o 
agente responderá como Concurso Formal Imperfeito (somam-se as penas). 
 
19 
 
CONCURSO MATERIAL BENÉFICO (ART.70, § ÚNICO, CP) Aplicando a regra do 
Concurso Formal, a pena não pode superar aquela que seria cabível no Concurso 
Material (quando as penas são somadas). Isso é possível no Concurso Formal 
Heterogêneo, ou seja, aplicando-se a regra do Concurso Formal é possível que a pena 
seja superior àquela do Concurso Material. 
 EXEMPLO "A" querendo matar "B" por motivo torpe atira e também acerta e fere 
"C". A pena pelo homicídio qualificado (motivo torpe) é de 12 a 30 anos e a pena pela 
lesão corporal (pelo ferimento) é de 2 meses a 1 ano. O crime praticado se configura 
um Concurso Formal Heterogêneo Perfeito (pena do crime mais grave (12 a 30 anos) 
com acréscimo de 1/6 até a metade. Digamos que o juiz tenha condenado o réu à pena 
mínima. Se for aplicada a regra do Concurso Formal a pena seria de 14 anos (12 + 1/6) 
e se fosse aplicada a regra do Concurso Material a pena seria de 12 anos e dois meses 
(soma das penas dos crimes). Portanto, por ser pena inferior à pena do Concurso 
Formal, aplica-se a regra do Concurso Material. 
 
17-05-2016 
CONTINUAÇÃO 
3. Crime continuado (art. 71 – CP): 
a) Conceito: é aquele no qual o agente mediante mais de uma conduta 
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e pelas condições de 
tempo, lugar, modo de execução e outras semelhanças devem os 
subseqüentes se havidos com continuação do primeiro. Regra: 
aplica-se a regra da exasperação, pega as penas de outros crimes e 
aumentam em uma porcentagem. 
- Diferença: Concurso material: Dois ou mais crimes mediante duas 
ou mais condutas. Regra: somam-se as penas. 
 Concurso formal: Dois ou mais crimes mediante uma só 
conduta. 
 
b) Natureza jurídica: Três teorias: 
1. Teoria da unidade real: o crime continuado são vários delitos 
que constituem um único crime. 
2. Teoria da ficção jurídica: para esta teoria há vários crimes 
autônomos a lei por ficção jurídica presume a existência de 
um único crime para fins de aplicação da pena. 
20 
 
3. Teoria mista: o crime continuado não é um só, nem são 
vários, ele constitui um terceiro delito. 
- Política criminal: considerando o crime continuado como um 
crime só, evita-se penas com gravidade desproporcional. 
- Art. 119, CP: para fins de prescrição penal, considera-se cada um 
dos crimes isoladamente. 
 
c) Pressupostos / Requisitos: 
1. Pluralidade de condutas: A exemplo do Concurso Material, 
requer pluralidade de conduta e não apenas pluralidade de atos 
(ex. vários furtos em dias diferentes). 
2. Pluralidade de crimes da mesma espécie: 
 - Divergência na doutrina: 
 a) Damásio, Nelson Hungria, Rene A. Dotti, Fernando Capez: 
para estes crimes da mesma espécie, são os previstos no mesmo 
tipo penal, seja em sua forma simples, privilegiada, qualificada, 
consumada ou tentada. Deve-se verificar o tipo fundamental, que 
possui as mesmas elementares do crime. Damásio ressalta que 
crime da mesma espécie não é crime do mesmo gênero, portanto 
apesar de furto e apropriação indébita serem crimes contra o 
patrimônio, não são da mesma espécie. 
 b) Cezar R. Bitteoncourt, Mirabete, Flávio A. M. Barros: 
crimes da mesma espécie, além de ofender o mesmo bem jurídico 
se assemelham nos seus tipos fundamentais por seus elementos 
objetivos e subjetivos. Para os que adotam esta posição crimes da 
mesma espécie não equivalem a crimes idênticos e sim semelhantes 
ou aparentados. 
3. Nexo de continuidade delitiva: deve ser apurado pelas 
circunstâncias. 
 a) Condição de tempo: trata-se especialmente do critério 
cronológico, ou seja, deve haver uma conexão temporal entre as 
condutas praticadas, com a periodicidade, possibilitando observar-
se a existência de um certo ritmo ou unidade nas ações sucessivas. 
Apesar de não haver um lapso temporal específico, a jurisprudência 
21 
 
vem admitindo a continuidade em intervalo de até 30 dias até um 
crime e outro. 
 b) Condição de lugar: deve existir nos crimes conexão espacial 
não se exige que ocorra no mesmo local, porém deve haver uma 
proximidade de modo a indicar a idéia de continuidade. Tem se 
admitido a continuidade entre crimes praticados em cidades 
diferentes, desde que pertencentes a mesma região sócio-
geográfica e de fácil acesso. 
 c) Maneira de execução: é o modo operante. A lei exige 
semelhança e não identidade, devendo haver entre os crimes uma 
similitude, um estilo na maneira de execução, o que constitui 
apenas mais um requisito para a apuração da continuidade. 
 d) Outras semelhanças (nexo ocasional): o crime continuado 
deverá resultar do aproveitamento das mesmas relações e 
oportunidades surgidas no primeiro delito, ou seja, o sujeito em face 
de uma primeira oportunidade ou determinada condição praticou a 
série delitiva em continuidade. 
 
23-05-2016 
CONTINUAÇÃO 
 - Seria a unidade de desígnio requisito para o crime continuado? 
 - Duas teorias: 
 a) Teoria objetiva pura: Não há necessidade de unidade de 
desígnio, isto porque, o crime continuado se caracteriza pela 
homogeneidade dos elementos exteriores a conduta, sem qualquer 
questionamento quando ao propósito do agente. Para a referida 
Teoria, para a caracterização do Crime Continuado bastam os 
elementos objetivos, ou seja, pluralidade de condutas, nexo de 
continuidade delitiva e crime da mesma espécie. 
 b) Teoria objetiva-subjetiva: Para esta, além dos requisitos 
objetivos, há necessidade da unidade de desígnio, isto é, uma 
programação inicial com realização sucessiva. Exige-se, pois que os 
diversos delitos sejam oriundos de um plano único previamente 
engendrado pelo agente. 
22 
 
*OBS: Todas as circunstâncias objetivas (tempo, lugar, nexo de 
execução etc.) devem ser analisadas em seu conjunto. 
 
d) Espécies de crime continuado: 
I) Simples (homogêneo): Quando as penas dos diversos delitos 
forem idênticas. Aplica-se a pena de um só, aumentada de 
1/6 a 2/3. 
II) Qualificado (heterogêneo): As penas são diversas. (Exemplo: 2 
estelionatos simples e 1 qualificado). O juiz aplica a pena do 
crime mais grave, aumentando-a de 1/6 a 2/3. 
III) Específico (Art. 71, parágrafo único): 
 - REQUISITOS: A pena mais grave pode ser de 1/6 (interpretação 
sistemática) ao triplo: 
 a) Contra vítimas diferentes; 
 b) Com violência ou grave ameaça à pessoa; 
 c) Dolosos; 
 
e) Sistema de fixação da pena: 
- Cúmulo material benéfico: não poderá superar a penacabível pela 
soma de cada um dos crimes. Ex.: Condenado a 3 homicídios (12 
anos a pena de um, 8 de outro e 6 de outro, somando-se resulta em 
26 anos. Se triplicar a pena mais grave [12 anos x 3] chegará a 36 
anos, com isso terá que ser aplicada a soma). 
 
f) Momento da unificação: 
- Unidade processual: O Juiz da sentença, ao estabelecer a pena 
aplica a regra do crime continuado (exasperação), mas para isso tem 
que aplicar a pena para cada um dos crimes isoladamente e no final 
aplica a regra do crime continuado, até para possibilitar a ampla 
defesa porque pode ser que o réu não concorde com a condenação 
de algum crime assim como pode ter ocorrido a prescrição de algum 
ou alguns deles (para efeito de prescrição não se considera o 
23 
 
aumento decorrente do concurso de crime, a prescrição é aplicada a 
cada um dos crimes isoladamente). 
- Pluralidade de processos: Após o trânsito em julgado de todas as 
condenações os Processos são encaminhados à Vara de Execução 
Penal e o Juiz da Vara de Execução pode reconhecer a continuidade 
delitiva e aplicar a regra do Art. 71 do CP (pena mais grave com um 
acréscimo). 
- Séries delitivas autônomas: 
 
g) Questões pertinentes: 
- E se houver entre os componentes do crime continuado, um 
concurso formal de delitos (uma só conduta com dois ou mais 
resultados), como proceder? Ex.: pessoa entra na sala de aula e 
pratica roubo contra os 50 alunos. Depois, na outra rua pratica 
outro roubo e mais na frente pratica mais um roubo. Foram 
praticados três roubos, sendo um deles em Concurso Formal. Nesse 
caso, para aplicação da pena, despreza-se o aumento decorrente do 
Concurso Formal reconhecendo-se a continuidade delitiva em todos 
os crimes. Portanto, para efeito de continuidade delitiva, leva-se em 
consideração o número de crimes praticados (pelo exemplo, o 
agente praticou 50 roubos em concurso formal + 2 roubos em 
continuidade, assim, ele praticou 52 roubos em continuidade. Nesse 
caso, despreza-se o aumento do Concurso Formal e leva-se em 
consideração o número de crimes praticados, dessa forma, serão 
considerados 52 crimes. Com uma conduta o agente praticou 50 
crimes (Concurso Formal) e com outras duas condutas praticou 2 
crimes (os continuados). Foram 3 condutas, mas serão considerados 
para efeito de pena 52 crimes (no exemplo será aplicado o sistema 
da exasperação). Nesse exemplo, a pena será do Crime Continuado 
Específico (crime mais grave com aumento de 1/6 até o triplo, 
ressalvadas as limitações da lei). 
- E se ocorrer a edição de Lei nova penal mais gravosa durante o 
curso da série delitiva? Mesmo para os crimes praticados na 
vigência da lei menos gravosa, aplica-se a pena mais grave porque 
se entende que o Crime Continuado para efeito de pena é um crime 
único (Teoria da Ficção Jurídica) e houve a continuidade mesmo com 
a mudança da lei para uma situação mais gravosa, ou seja, o réu 
24 
 
persistiu na prática delitiva, portanto ele será penalizado com pena 
mais grave (Súmula 711, STF). 
 
24-05-2016 
CONTINUAÇÃO 
4. ERRO NA EXECUÇÃO: 
- É quando o agente, por uma razão qualquer, erra na 
execução do crime (ex.: Atira querendo matar João, mas erra 
o tiro e mata Manoel). O agente responderá pelo crime que 
pretendia praticar (mesmo que o crime que pretendia seja 
menos gravoso), no exemplo, responderá por Homicídio 
contra João. É diferente do Erro quanto à Pessoa, ou seja, no 
Erro quanto à Pessoa o agente tem uma percepção errada da 
realidade (se engana) quanto à pessoa contra a qual queria 
praticar o crime (ex. Matou João pensando que estava 
matando José). Nesse caso, da mesma forma que ocorre no 
Erro de Execução, o agente responderá também pelo crime 
que pretendia praticar, (ex.: queria matar uma pessoa com 70 
anos, mas mata uma pessoa jovem. Incidirá a Agravante 
porque crime contra idoso é agravante). 
- “Aberratio Ictus”. 
- Art. 73, CP. 
- Formas: 
 1. Com unidade simples ou resultado único (art. 20, 
parágrafo 3º, CP): O resultado é um só (ex. O agente atirou 
para matar "A", mas acertou e matou "B". Responderá como 
se tivesse matado "A"). Na realidade, teria o agente praticado 
dois crimes: Tentativa Dolosa contra "A" e Homicídio Culposo 
contra "B", mas por força do Art. 73 do CP, tendo havido um 
resultado único considera-se o crime que o agente pretendia 
praticar, no exemplo, ele responderá por Homicídio Doloso 
Qualificado. 
 2. Com unidade complexa ou resultado duplo (art. 70, CP): 
Quando ocorre mais de um resultado(ex. o agente atira 
querendo matar "A" e, além de matar "A" também acerta e 
25 
 
mata "B". Nesse caso, aplica-se a regra do Concurso Formal. 
Se houver dolo eventual(não quer, mas aceita o resultado) 
terá havido Concurso Formal Imperfeito, ou seja, o agente 
responderá pelos dois crimes em Concurso Formal(a pena 
será a do crime mais grave acrescida de 1/6 até a metade-
Art.70, CP). 
 
5. RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO: 
- Neste, o agente quer atingir um bem jurídico, mas por erro 
na execução acerta bem diverso. Aqui não se trata de atingir 
uma pessoa diversa, mas sim cometer um crime no lugar de 
outro crime (ex.: "A" joga uma pedra contra uma vidraça 
acertando uma pessoa no lugar do vidro. Consequência: 
responderá por lesão corporal culposa. Caso atinja também o 
vidro, responderá por dano e lesão culposa em Concurso 
Formal-pena mais grave com acréscimo). Porém, se pretender 
causar lesão corporal e acertar o vidro, responderá somente 
por lesão culposa, pois o crime de dano não prevê a figura 
culposa (a reparação será buscada no juízo cível). 
- “Aberratio Delicti”. 
- Art. 74, CP. 
 
6. APLICAÇÃO DA MULTA NO CONCURSO DE CRIMES: 
- Em relação à Pena Privativa de Liberdade, no Concurso 
Material a regra é a soma das penas; no Concurso Formal a 
regra é a exasperação (pena mais grave com um acréscimo); 
no Crime Continuado aplica-se a regra da exasperação. Já na 
Pena de Multa no Concurso de Crimes, as Multas serão 
somadas, não se aplica a regra da exasperação. 
- Art. 72, CP. 
- Regra cúmulo material. 
*OBS: Crime Continuado: 
 - MAIORIA DA DOUTRINA - Entende que deve ser aplicada 
a regra do Art. 72 do CP, ou seja, aplica-se a exasperação em 
26 
 
relação à Pena Privativa de Liberdade e soma-se as Penas de 
Multas (Cúmulo Material). 
 - JURISPRUDÊNCIA E STF - Entendem que no Crime 
Continuado em relação à Pena de Multa aplica-se a regra da 
exasperação (aumenta a Multa de 1/6 a 2/3 podendo ser 
triplicada se for continuidade específica) porque o crime 
continuado, para fins de aplicação da pena, é um só crime 
(Teoria da Ficção Jurídica). 
 
LIMITE DA PENA: 
I. INTRODUÇÃO: 
- Art. 75, CP: 30 anos (crime). 
- Art. 10 LCP: 05 anos (contravenção penal). 
- Razões: 
 1. Vedação de penas de caráter perpétuo. 
 2. Necessidade de esperança do ser humano de um dia recuperar a 
liberdade (item 61 da Exposição de Motivos do CP). 
 
II. BENEFÍCIOS DA EXECUÇÃO: 
- Sobre qual pena deve ser considerado para cálculo dos benefícios da 
execução penal? 
 - 2 posições: 
 - Mirabete, Zaffaroni: Segundo esta corrente, deverá o agente, para 
postular eventuais benefícios deverá considerar a pena máxima de 30 anos. 
Essa conclusão é extraída da interpretação do Art.75, § 1° do CP e do Art. 
111 da LEP, segundo o qual a pena unificada é a que deverá ser considerada 
para a fixação do regime prisional, levando-se em conta a detração e a 
remição. Ora, se a detração ou a remição incide sobre a pena unificada, o 
mesmo ocorre quando a pena é unificada em 30 anos (ex. se o réu foi 
condenadoa 60 anos, para efeito de Progressão ele terá que cumprir 1/6 
de 30 anos e não de 60 anos). 
27 
 
 - Damásio, Paulo José da Costa Júnior, Cesar Roberto Bittencourt: É o 
entendimento pacificado hoje da jurisprudência e súmula 715 do STF. 
Defendem que os benefícios devem ser calculados levando em 
consideração a pena aplicada (ex. aquele condenado a 60 anos, para ter 
progressão de regime terá que cumprir 1/6; se for condenado a 200 anos 
terá que cumprir 1/6 de 200 anos, etc.). Porém, a Remição (desconto de 1 
dia da PPL a cada 3 dias trabalhados) e a Detração (desconto da PPL o 
tempo já cumprido em prisão provisória) é sobre a pena máxima (30 anos). 
 
30-05-2016 
CONTINUAÇÃO 
III. NOVA CONDENAÇÃO DURANTE A EXECUÇÃO DA PENA: 
- Como proceder no caso de sobrevir nova condenação após unificação da 
pena em 30 anos? 
 - Art. 75, parágrafo 2º, CP. 
 - Solução preconizada por Nelson Hungria (adotada pelo CP): 
 - “O restante da primeira pena é acrescido à pena posteriormente 
imposta, mas de sorte que a sua doma não ultrapasse 30 anos.” 
 - Críticas da doutrina: sensação de impunidade, porque pode ocorrer 
do sentenciado praticar o crime logo no início do cumprimento da pena. 
 
*OBS: 
 a) Hiato no cumprimento das penas: que não é admitido é pena de mais 
de 30 anos de prisão de forma ininterrupta (todos os regimes são 
considerados prisão - fechado, semi-aberto e aberto), ou seja, se ficou 
preso por 20 anos, foi libertado e pratica novo crime ele pode ser 
condenado a cumprir mais 30 anos, mesmo que tenha cumprido 20 anos 
por crime anterior. 
 b) Pena de multa: 
 - Art. 44, parágrafo 1º e Art. 60, parágrafo 1º, CP. 
 - Máximo: 5.400 Salários mínimos. 
 
28 
 
CONCURSO DE INFRAÇÕES 
- Art. 76, CP: Cumpre-se inicialmente a pena mais grave. Criticado pela 
doutrina, pois é inútil, visto que existem outros dispositivos que prevêem 
isto, tais como: 
 - Art. 33, parágrafo 2º, CP: Privativa de liberdade é cumprida de forma 
progressiva. 
 - Art. 112, LEP: Privativa de liberdade é cumprida de forma progressiva. 
 - Art. 69, CP: Inicia-se pela reclusão e após a detenção.

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