Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 11-04-2016 DA APLICAÇÃO DA PENA I. Noções: - Cominação: Art. 53 do CP: prevista em abstrato na norma penal incriminadora. - Aplicação: Art. 59 e 68 do CP: procedimento do sistema de individualização da pena no caso concreto. - Evolução histórica: - Inicialmente vigorava o arbítrio do julgador, após, com o iluminismo (Sec. XVIII) adotou-se um sistema rígido com pouca ou nenhuma flexibilidade. - No Brasil, em 1940, adotou-se o sistema trifásico (Art. 68 do CP). Preconizado por Nelson Hungria. - O julgador possui uma discricionariedade regrada ou vinculada na fixação da pena. - A obrigatoriedade de motivação e fundamentação (Art. 93, IX, CF) evita o arbítrio (H. Cláudio Fragoso). II. Emprego do sistema trifásico para aplicação da pena (Art. 5º, XLVI, CF – Garantias Criminais Repressivas – Art. 68 do CP) - 1ª etapa: Fixação da pena base (mínima e máxima). Considerando as circunstâncias judiciais (antecedentes, culpabilidade, personalidade, motivo do crime, conseqüências do crime, comportamento da vítima). Art. 59 do CP. - 2ª etapa: Análise das atenuantes e das agravantes da pena. Art. 61, 62, 65 e 66 do CP. - 3ª etapa: Análise das causas de aumento e diminuição da pena. *OBS: a) Tipo derivado ou qualificado: são aqueles que o tipo principal se agregam as circunstancias qualificadoras. 2 b) 4ª fase? Substituição da pena privativa de liberdade por uma pena alternativa, defendida na doutrina por Alberto Silva Franco. c) Regime prisional (Art. 59, III, CP) e “Sursis” (Art. 167 da LEP): Estabelece o regime de acordo com as regras de cada regime. Se for possível em tese a suspensão da pena privativa de liberdade o juiz tem que obrigatoriamente se manifestar em relação a isso, para conceder ou negar, sempre fundamentando sua decisão. III. Circunstâncias e elementares: - Definições: São os dados que influenciam na quantidade da pena, aumentando-a ou diminuindo-a, sem, contudo excluir o crime. Segundo Damásio, as circunstâncias colocam-se entre o crime e a pena, permitindo a graduação desta e as elementares são os elementos específicos que constituem o crime. - Critério de identificação: critério da exclusão. Exclui um fato, se continuar existindo é uma circunstância, se ocorrer um fato atípico é uma elementar. IV. Posição das circunstâncias na Teoria Geral do Crime: possibilitar a melhor individualização da pena e orientar o juiz na sua aplicação. - Classificação: - Circunstâncias objetivas (não se relaciona diretamente ao sujeito ativo do crime, e sim, por exemplo, ao lugar e tempo do crime, o modo de execução etc.) e subjetivas (relacionam-se com o sujeito ativo do crime, estando entre elas os antecedentes, a personalidade do agente, os motivos do crime, a reincidência etc.): A) Judiciais ou Inominadas (Art. 59 do CP): para auxiliar o juiz na aplicação da pena base. B) Legais: aplicação obrigatória. 1. Gerais ou Genéricas: - Agravantes - Atenuantes - Causas de aumento ou diminuição de pena 3 2. Especiais ou Específicas: - Agravantes - Causas de aumento ou diminuição de pena 12-04-2016 CLASSIFICAÇÃO DAS CIRCUNSTÂNCIAS: 1. Judiciais ou inominadas – artigo 59 do CP: *Critérios ou diretivas para aplicação da pena base pelo Juiz. Seu reconhecimento é deixado ao poder discricionário do Juiz, porém é preciso sempre fundamentar. a) Culpabilidade: Reprovabilidade ou sensurabilidade da conduta. b) Antecedentes: se tiver apenas uma condenação gera reincidência e não maus antecedentes. c) Conduta Social: passado do agente, tirando o passado criminal. d) Personalidade do agente: investiga-se a índole do acusado, seu perfil psicológica e moral, se o seu caráter é ou não voltado para prática de crime, se há maior ou menor sensibilidade ético-social, de modo a demonstrar que a prática delitiva constitui ou não um episódio isolado na vida do réu. Pode-se considerar para sua avaliação os crimes praticados quando menor a conduta do agente antes, durante e depois do delito, a brutalidade incomum na execução do crime, bem como a ausência de arrependimento. e) Motivos do crime: são os precedentes psicológicos propulsores da conduta, a maior ou menor aceitação ética da motivação influi na dosagem da pena. Não há crime gratuito ou sem motivo. f) Circunstâncias e conseqüências do crime: Circunstâncias neste caso se tratam de seu caráter geral, podendo ser objetiva ou subjetiva, não especificadas em dispositivo legal, mas que sejam relevantes para aplicação da pena. As conseqüências neste caso são as que extrapolam o resultado natural do crime. g) Comportamento da vítima: Vitimologia, é o estudo da vítima do crime. 4 2. Legais: - Expressamente previstas em lei, sua aplicação é obrigatória pelo Juiz. a) Genéricas ou Gerais: previstas na parte geral do CP, se aplicam a todos os crimes. a1) Agravantes: 61 e 62 do CP. - Aplicação obrigatória (ou seja, sempre vai aumentar a pena). - Não admite analogia (exemplo: cônjuge e convivente). - Sempre agravam a pena, exceto se: - Constituam o crime (exemplo: infanticídio). - Qualifiquem o crime (exemplo: homicídio com veneno). - A pena base tenho sido fixada no máximo legal. - As agravantes previstas no artigo 61, II, CP, devem entrar na esfera de conhecimento do agente. - Salvo a reincidência, só incidem no caso de crimes dolosos ou preterdolosos (F. Capez e F. A. M. Barros). 18-04-2016 DA REINCIDÊNCIA I. Conceito e formas: - Art. 61, I, CP - Art. 63, CP - Art. 64, CP - Conceito: É a situação daquele que pratica um fato punível quando definitivamente condenado por crime anterior. - Razão: Maior reprovabilidade na recidiva; Ineficácia da pena (punição) anterior; Desprezo do agente pelo Estado e pela justiça; 5 - Formas: a) Real: é aquela reincidência que ocorre somente quando o agente já cumpriu total ou parcialmente a pena correspondente ao crime anterior. b) Ficta: caracteriza-se com a simples condenação definitiva por crime anterior, pouco importando o efetivo ou parcial cumprimento da pena. (ADOTADA PELO CP – Art. 63) - Pressuposto da reincidência: sentença condenatória definitiva anterior. - Primariedade? Primário é não só o que foi condenado pela primeira vez, como também o condenado diversas vezes, sem ser reincidente, ou seja, cujas condenações irrecorríveis ocorreram posteriormente a prática dos crimes. II. Eficácia temporal da condenação anterior para efeito de reincidência: - Período depurador: artigo 64, I, CP. (Após esse período se readquire a primariedade). - 5 anos, contados: a) Extinção da pena pelo cumprimento. b) No caso de outra causa extintiva da data da sua ocorrência. c) Na hipótese de “Sursis” e livramento condicional da data da audiência admonitória. III. Natureza dos crimes: - Irrelevância culposo ou doloso: todo crime pode gerar reincidente. - Artigo 64, II, CP: Exceções: não se considera reincidência a condenação por: a) Crimes militares próprios: aquele previsto exclusivamente no Código Penal Militar. Exemplo: dormir em serviço. b) Crimes políticos: não geram reincidência em crime comum. * Crimes militares impróprios? Aquele previsto no Código Penal Militar e também na legislaçãopenal comum. Gera reincidência. Exemplo: Furto dentro do quartel. 6 18-04-2016 CONTINUAÇÃO IV. Observações: 1. Reincidência em crime e contravenção: - Art. 63 do CP - Art. 7º da LEP - Condenação anterior por contravenção não gera reincidência pela pratica de um crime posterior, mas o inverso é verdadeiro, ou seja, se for cometido um crime e houver condenação definitiva, a contravenção posterior (cometida no Brasil) gera reincidência. Se condenado definitivamente por contravenção no estrangeiro não gera nem mesmo reincidência em outra contravenção no Brasil. Já crime quer tenha havido a condenação no Brasil ou no estrangeiro gera reincidência no cometimento de novo crime ou contravenção. 2. Medida de Segurança: - SENTENCIADO SOFREU UMA MEDIDA DE SEGURANÇA E POSTERIORMENTE PRATICA NOVO CRIME. ELE SERÁ CONSIDERADO PRIMÁRIO OU REINCIDENTE? Depende. Se a Medida de Segurança foi aplicada ao Semi-Imputável a sentença foi condenatória, portanto ele será considerado reincidente, mas se a Medida de Segurança foi aplicada ao Inimputável a sentença é de natureza absolutória imprópria, portanto ele será considerado primário. 3. Causa extintiva da punibilidade: - Regra: se ocorrer após a sentença condenatória transitada em julgado será reincidência. - Exceção: a) Anistia: recupera a primariedade. b) Abolitio Criminis: Se surgir lei nova extinguindo a tipicidade que antes era crime, o réu recupera a primariedade. c) Art. 64, I, CP (Período depurador): se decorreram os 5 anos do período depurador, o réu será considerado primário (ex. a pessoa foi condenada a pena de 2 anos de reclusão e teve o benefício do indulto presidencial (foi extinta a punibilidade). Se ela cometer um novo crime sem completar o período depurador será considerada reincidente, mas se passados 5 anos da extinção da pena ela será considerada primária). 7 4. Perdão Judicial: - Só é possível quando expressamente previsto em lei. - Art. 120 do CP - Sentença condenatória? - O art. 120 dispõe que a sentença que concede o perdão judicial não gera reincidência, porém, a discussão é em relação à natureza jurídica da sentença que concede o perdão judicial, se é condenatória ou não. - PROF. DAMÁSIO E FERNANDO CAPEZ - Entendem ser a sentença de natureza condenatória porque só se pode conceder perdão judicial para aquele que antes é condenado. Portanto, gera reincidência. - MAIORIA DA JURISPRIDÊNCIA E SÚMULA 18, STJ - Entendem ser sentença declaratória da extinção da punibilidade. Portanto, não gera reincidência. 5. Crime praticado em uma data e consumado em outra: - Aplica-se a Teoria da Atividade, ou seja, leva-se em consideração a data da conduta (ação ou omissão), pouco importando se quando ocorrer o resultado já haja uma sentença condenatória definitiva. Portanto, se quando foi praticada a conduta não havia sentença condenatória definitiva o réu será considerado primário. - CRIME PERMANENTE (aquele que se prolonga no tempo) - Se a sentença por um crime anterior tenha transitado em julgado durante a prática do crime permanente, será o réu considerado reincidente porque crime permanente tem a sua consumação a todo o momento (ex. o réu foi condenado definitivamente no período em que ele mantinha uma pessoa sequestrada). 6. Prova da reincidência: através de certidão cartorária emitida pelo Juízo da condenação. 7. Condenação por crime no estrangeiro: - Homologação da sentença estrangeira. É indispensável? Não há necessidade de homologação, porque só se exige homologação de sentença condenatória proferida no estrangeiro para execução de medida de segurança e para reparação de dano. - Art. 105, I, “i”, CF. 8 - Art. 787 do CPP. - Art. 9º do CP. 8. Reincidência específica: - É a condenação por crime da mesma natureza. - Art. 83, V, CP (Lei 8.072-90): REINCIDÊNCIA EM CRIMES HEDIONDOS OU EQUIPARADOS: Impede o Livramento Condicional - Essa lei alterou o Art. 83 do CP que trata do livramento condicional, prevendo expressamente que não é possível a concessão de Livramento Condicional ao reincidente em crime da mesma natureza hedionda, criando, assim, a figura do Reincidente específico em crime de natureza hedionda ou equiparado. Portanto, aquele que é reincidente em crime hediondo não tem direito a Livramento Condicional, enquanto o réu condenado em crime hediondo que não seja reincidente tem direito ao Livramento Condicional após ter cumprido 2/3 da pena. - Art. 44, parágrafo 3º, CP (Lei 9.714-98): REINCIDÊNCIA NO MESMO CRIME: Impede a substituição da Pena Privativa de Liberdade por Pena restritiva de Direito – Essa lei deu nova redação ao Art. 44 do CP aumentando as possibilidades de penas restritivas de direito e introduziu a figura do Reincidente Específico no §3° que configura a Reincidência aqueles crimes que têm os mesmos elementos, que possuem as mesmas elementares pouco importando as circunstâncias do crime (ex. furto simples e qualificado; tentativa de estelionato e estelionato qualificado, etc.). - Art. 296, CTB (Lei 9.503-97): REINCIDÊNCIA EM CRIMES DE TRÂNSITO: prevê que o reincidente em crime de trânsito pode sofrer, além da pena privativa de liberdade cominada ao crime, a perda da habilitação. Portanto, aquele condenado definitivamente por um crime de trânsito e posteriormente praticar outro crime de trânsito é considerado reincidente específico em crime de trânsito e terá a possibilidade de sofrer, além da pena privativa de liberdade prevista para o crime cometido, a pena de suspensão da habilitação. Se por exemplo, a pessoa é condenada definitivamente por um crime comum e posteriormente comete um crime de trânsito, será considera tão somente REINCIDENTE e não Reincidente Específico. 9 02-05-2016 AGRAVANTES – Art. 61, II, CP A) Motivo fútil: É um motivo insignificante. Indica desproporção entre o motivo e a prática do crime, sendo este motivo insignificante, totalmente desproporcional frente à conduta delituosa. Esta circunstância deve ser analisada considerando o homem-médio. B) Motivo torpe: É aquele abjeto repugnante, que causa repulsa à moral ética média (ex. matar parente para receber herança; espancar a mulher porque ela não aceita se prostituir, etc.). C) Assegurar o êxito de outro crime: Quando o agente comete outro crime para assegurar o proveito ou para facilitar a execução, ocultação ou impunidade do outro crime. Trata-se da conexão delitiva entre dois ou mais crimes. Pouco importa que o outro crime não cheque a ser iniciado, pois basta a intenção de realizá-lo (ex. causar incêndio para eliminar os vestígios de outro crime) D) Traição, emboscada, dissimulação ou... (interpretação analógica): TRAIÇÃO - Pode ser: - Moral - Quando a pessoa se vale da confiança que possui da vítima para praticar o crime (ex. aquele que tendo amizade com a vítima a convida a ir a determinado local ermo e lá pratica o crime). - Material - É aquela feita de forma a surpreender a vítima que objetivamente não esperava a conduta do agente (ex. uma facada pelas costas). EMBOSCADA - É a situação em que o agente fica escondido para surpreender a vítima e cometer o crime. DISSIMULAÇÃO - É o disfarce (ex. o agente para praticar um roubo se veste de policial). QUALQUER OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO - É uma regra de extensão analógica, ou seja, com essa expressão a própria lei está exigindo interpretação analógica (não confundir com aplicação de analogia que é se aplicarnuma situação não regulamentada algo similar), por exemplo, a "surpresa" seria incluída como agravante fazendo- se uma interpretação analógica. 10 E) Emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura: -TORTURA - A lei 9455/97 define os crimes de tortura, portanto, pode ser que um crime de tortura configure um crime autônomo, então, nesse caso, não será considerado como agravante, mas sim como crime. - Qualquer outro meio insidioso (dissimulado. Ex: ministrar açúcar para o diabético) ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum (permite interpretação analógica). F) Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge: para aplicar não pode ser elemento do crime. G) Com abuso de autoridade, ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou hospitalidade: - RELAÇÕES DOMÉSTICAS: valendo-se da condição de patrão, comete crime contra a empregada. - DE COABITAÇÃO: companheiro (a): Valendo-se da condição de companheiro, comete crime contra a pessoa com quem vive. - DE HOSPITALIDADE: Se alguém, valendo-se da condição de a pessoa estar hospedada na sua casa pratica o crime. H) Com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério (religioso) ou profissão: - CARGO - Pressupõe função pública. Há crimes funcionais que só podem ser praticados por funcionário público (Crimes Próprios, exemplo: peculato), nesse caso, não incidirá a agravante porque o cargo público é uma elementar do tipo penal, já configura um crime, mas os demais crimes praticados pelo funcionário público valendo-se da sua condição de funcionário público incidirá agravante. - OFÍCIO - Se for um crime praticado com a não observância do ofício não incidirá agravante porque o fato já é crime, é uma elementar do tipo penal (ex. o médico que deixa de comunicar doença contagiosa grave. Nos demais crimes praticados com abuso ou violação do dever incidirá agravante(ex. um eletricista que comete o crime de apropriação indébita do material que lhe fora entregue para execução do serviço). - MINISTÉRIO (RELIGIOSO) - Aquele que exerce o ministério religioso, aproveitando-se dessa circunstância para cometer um crime responderá pelo crime com a agravante. - PROFISSÃO - Exemplo, o enfermeiro que aplica sonífero na vítima para praticar um crime. * OBS.: Verificar sempre se o fato não constitui elementar do crime ou circunstância qualificadora. Ou seja, se não for elementar do crime e nem qualificadora pode ser considerada agravante, do contrário não, porque seria configurado "bis in idem". 11 I) Contra criança, idoso, enfermo (capacidade de defesa reduzida) ou mulher grávida: - CRIANÇA - Menor de 12 anos de idade (Estatuto do Adolescente). - IDOSO - Maior de 60 anos de idade (Estatuto do Idoso). J) Cometido contra o ofendido protegido por autoridade: A agravante incide porque há um desrespeito à autoridade pública (ex. crime de linchamento invadindo a delegacia). K) Cometido em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública ou desgraça particular do ofendido: Ex. falta de solidariedade do agente; o agente aproveita uma situação de pânico para cometer um crime num acidente de veículo o agente furta os objetos do carro acidentado, etc. L) Em estado de embriaguez preordenada: Qualquer que seja a substância utilizada para a embriaguez (bebida, tóxicos, etc.). A agravante não incide em razão de o agente ter cometido o crime embriagado, mas sim porque se embriagou para cometer o crime. A embriaguez afasta a culpabilidade apenas em caso fortuito ou força maior. AGRAVANTES CONCURSO DE PESSOAS – Art. 62, CP - A denominação correta seria "crimes praticados por mais de uma pessoa", porque nem todas as agravantes do Art. 62 são tecnicamente Concurso de Pessoas. I- PROMOVIDO POR LÍDER OU MENTOR INTELECTUAL DO CRIME - Será agravada a pena daquele que participa do crime como mentor intelectual do delito (partícipe). II- COMETIDO SOB COAÇÃO OU INDUÇÃO - Aquele que coage ou induz outrem à execução material do crime terá a pena agravada. Pouco imposta se Coação seja Resistível como Irresistível, que seja Moral ou Física. Induzir - É criar na mente do executor a idéia da prática delitiva. III - INSTIGAR OU DETERMINAR O COMETIMENTO DO CRIME, ALGUÉM SUJEITO A SUA AUTORIDADE OU NÃO PUNÍVEL EM VIRTUDE DE CONDIÇÃO OU QUALIDADE PESSOAL - Terá a pena agravada aquele que instigar ou determinar que alguém cometa o crime, mas quem cometeu o crime deve estar sob as ordens daquele que determinou(ex. empregado)ou que quem cometeu o crime seja pessoa não punível em razão da sua condição ou qualidade pessoal(ex. menor, deficiente mental, etc.). Instigar - É reforçar uma idéia pré-existente, a pessoa já tinha a idéia de praticar o crime, diferentemente da Indução. Determinar - Significa ordenar. 12 IV- COMETIDO MEDIANTE PAGA OU RECOMPENSA DE PAGAMENTO- Será agravada a pena daquele que comete ou participa crime mediante pagamento, recompensa ou promessa de pagamento. Paga - Pagamento antecipado. Recompensa - Pagamento efetuado após o cometimento do crime, nesse caso bastante ter havido a promessa de pagamento para a agravante ser configurada, ou seja, mesmo que o pagamento não se concretize é considerada agravante. 09-05-2016 ATENUANTES - São de aplicação obrigatória, ou seja, havendo a presença de uma atenuante obrigatoriamente ela diminui a pena, salvo de ela já for considerada uma causa de diminuição de pena na parte especial do CP; - Não diminui a pena aquém do mínimo legal (Súmula 231, STJ); - O "quantum" é aplicado de forma discricionária pelo juiz, ou seja, o juiz, de acordo com o seu entendimento, considerando a relevância da atenuante fixa o quanto será reduzida a pena, diferentemente das causas de diminuição de pena. 10-05-2016 CONTINUAÇÃO ROL DAS CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES PREVISTAS NO CÓDIGO PENAL (ART. 65, CP) São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 1)- MAIOR DE 18 E MENOR DE 21 ANOS NA DATA DO FATO; 2)- MAIOR DE 70 ANOS NA DATA DA DECISÃO CONDENATÓRIA DEFINITIVA (SENTENÇA OU ACÓRDÃO) -No acórdão, se o recurso for da defesa incide atenuante, do contrário não incide. 3)- DESCONHECIMENTO DA LEI - O desconhecimento da lei não exime a responsabilidade penal, mas o desconhecimento da lei, quando sincero, é causa que atenua a pena (ex. pessoa que mora no interior do Amazonas e comete um crime sem saber que o fato que praticou era crime). 4)- TER O AGENTE: a)- COMETIDO O CRIME POR RELEVANTE VALOR MORAL - Trata-se de interesse ou motivo relevante do próprio agente (sentimento pessoal do próprio agente) admitido pelo conceito médio de dignidade do grupo social e ético que pertence o agente. 13 b)- COMETIDO O CRIME POR RELEVANTE VALOR SOCIAL - Corresponde mais aos sentimentos coletivos sedimentados na sociedade, como justiça, fraternidade, solidariedade, etc. c)- TER O AGENTE O AGENTE PROCURADO, POR SUA ESPONTÂNEA VONTADE E COM EFICIÊNCIA, LOGO APÓS O CRIME, EVITAR-LHE OU MINORAR-LHE AS CONSEQÜÊNCIAS, OU TER, ANTES DO JULGAMENTO, REPARADO O DANO d)- COMETIDO O CRIME SOB: - COAÇÃO RESISTÍVEL - Se o agente comete o crime sob coação a que podia resistir. Se a Coação for Irresistível o agente não responde pelo crime porque há uma excludente de culpabilidade, mas sob Coação Resistível o agente responde pelo crime, porém com uma atenuante. - ORDEM SUPERIOR - Desde que a ordem seja manifestamente ilegal. Se o agente comete o crime sob ordem não manifestamente ilegal ele não responde pelo crime porque é uma causa de excludente de culpabilidade, mas se o crime for praticado em decorrência de uma ordem ilegal(manifestamente ilegal) o agente responderá pelo crime, mas com uma atenuante. - SOB INFLUÊNCIA DE VIOLENTA EMOÇÃO PROVOCADA POR ATO INJUSTO DA VÍTIMA - Se o agente pratica o crime sob violenta emoção provocada por injusta agressão da vítima ele não responde pelo crime porque há uma excludente de ilicitude (legítima defesa), mas se o crime for praticado sob influência de violenta emoção decorrente de ato injusto da vítima o agente responderá pelo crime, mas com uma atenuante. e)- CONFISSÃO ESPONTÂNEA - Confissão espontânea, que pode ser feita tanto para a autoridade policial como judicial, é considerada como atenuante na aplicação da pena. Se confessar na polícia e se retratar em juízo não incidirá a atenuante, mas o contrário será verdadeiro, ou seja, se negar na polícia e confessar em juízo, a atenuante incide. Não será considerada atenuante a confissão feita pelo réu como causa de isenção de pena (ex. confessa que matou, mas em legítima defesa). f)- INFLUÊNCIA DE MULTIDÃO E TUMULTO, SE NÃO PROVOCOU O CRIME - Desde que não tenha provocado o crime, aquele que praticou o delito sob influência de multidão e tumulto responderá pelo crime com uma atenuante. * ATENUANTE INOMINADA (ART.66, CP): Significa que pode o juiz considerar também como atenuante qualquer outra circunstância não prevista expressamente em lei como atenuante, se o juiz entender que a circunstância é relevante pode ele aplicá-la (ex. o fato de a vítima pedir desculpa ao réu; praticou o crime em razão de ser dependente químico, etc.). Isso não é possível no caso das agravantes. 14 16-05-2016 CONTINUAÇÃO CONCURSO ENTRE CIRCUNSTÂNCIAS ATENUNANTES E AGRAVANTES (ART.67, CP): É possível que em determinados crimes haja circunstâncias agravantes e também atenuantes (ex. o réu é menor de 21 anos (atenuante) e cometeu o crime por motivo torpe (agravante). Nesse caso, não há uma compensação pura e simples. No concurso de agravantes e atenuantes, o que terá relevância são as Circunstâncias Preponderantes (as subjetivas), que são: - Circunstâncias relativas aos Motivos do Crime. - Circunstâncias relativas à Reincidência. - Circunstâncias relativas à Personalidade do Agente (ex. a idade). Dentre as preponderantes estas são as de maior importância (ex. menor de 21 anos é circunstância preponderante e tem maior relevância que o motivo do crime e a reincidência). CAUSAS DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DE PENAS GENÉRICAS: São aquelas que estão na parte geral do Código Penal e podem ser aplicadas a qualquer crime. São circunstâncias que, assim como as Agravantes e Atenuantes, irão ser consideradas na aplicação da pena. Diferentemente das Agravantes e Atenuantes, fixam um "quantum" de aumento e um "quantum" de diminuição. A própria lei já estabelece um máximo e um mínimo de quanto será aumentada ou diminuída a pena. O juiz é obrigado a aumentar ou diminuir a pena caso estejam presentes as causas. Diferentemente das Agravantes e Atenuantes, a redução pode ser aquém do mínimo legal e o aumento pode ser além do máximo legal (ex. Na tentativa de furto simples a pena mínima é de 1 ano e a máxima é 4. O juiz pode, reconhecendo a Tentativa, diminuir a pena, por exemplo, em 1/3 e nesse caso, a pena a ser aplicada será de 8 meses; se o juiz reconhecer, por exemplo, em um crime de furto cuja pena máxima é de 4 anos, o Concurso Formal, e aplicar um aumento da metade da pena. Nesse caso a pena a ser aplicada será de 4 anos). EXEMPLOS DE CAUSAS DE DIMINUIÇÃO E AUMENTO DE PENA - Art. 14, § único, CP - Tentativa - Diminui a pena de 1/3 a 2/3; - Art. 16, CP - Arrependimento Posterior - Diminui a pena de 1/3 a 2/3; - Art. 26, CP - Inimputável - Diminui a pena de 1/3 a 2/3; - Art. 70, CP - Concurso Formal(uma só ação ou omissão resulta na pratica dois ou mais crimes)- Aumenta a pena de 1/6 até 1/2(metade); - Art. 71, CP - Crime Continuado(o crime posterior é tido como continuação do primeiro)- Aumenta a pena de 1/6 a 2/3. CIRCUNSTÂNCIAS LEGAIS ESPECÍFICAS OU ESPECIAIS São aquelas que estão na parte especial do Código Penal e são aplicadas a determinados tipos de crimes. São das seguintes espécies: 1)- QUALIFICADORAS - São aquelas que fazem parte do tipo qualificado. Sua função é alterar os limites mínimos e máximos da pena cominada (ex. Furto Simples: pena de 1 a 4 anos; Furto Qualificado: pena de 2 a 8 anos). No Sistema Trifásico de aplicação da pena a Qualificadora é considerada na aplicação da Pena Base (1a. Fase). 15 2)- CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DE PENA ESPECIAL - São Circunstâncias Legais Específicas porque se referem ao crime determinado. São consideradas pela doutrina como Qualificadoras em sentido amplo, ou seja, da mesma forma das Causas de Aumento ou Diminuição Genéricas, aumentam ou diminuem as penas dos crimes a que estão ligadas em proporção fixa ou variável expressamente (ex. Art. 155, § 1° - Furto à noite. A pena aumenta em 1/3 se o furto é praticado durante o repouso noturno. Portanto, o § 1° é uma causa de aumento de pena; Art. 171, § 1º- Estelionato Privilegiado. Se o réu é primário o juiz pode aplicar a redução da pena de 1/3 a 2/3). DIFERENÇA ENTRE CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇAO DE PENA GERAIS (CIRCUNSTÂNCIAS GERAIS) E CAUSAS DE AUMENTO DE DIMINUIÇÃO DE PENA ESPECIAIS (CIRCUNSTÂNCIAS ESPECIAIS): As Circunstâncias Especiais são aquelas previstas para determinados crimes específicos, enquanto as Circunstâncias Gerais são previstas para todos os crimes. Em alguns casos algumas Circunstâncias vão estar na parte geral do CP como Agravante ou Atenuante e também vão estar na parte especial como Qualificadora ou Causa de Aumento de Pena. Nesse caso, se despreza aquela Circunstância como Agravante e só se considera como Qualificadora ou Causa de Aumento de Pena que têm uma relevância muito maior. DIFERENÇA ENTRE QUALIFICADORAS E CAUSAS DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DE PENA DA PARTE ESPECIAL DO CP: A Qualificadora tem pena própria desvinculada do tipo fundamental, já a causa de Aumento não há pena própria, representando apenas um percentual fixo ou variável de majoração da pena. Ademais, as Causas de Aumento podem estar na parte geral ou especial do CP, já as Qualificadoras se encontram tão só na parte especial. Qualificadora altera a pena cominada, enquanto Causa de Aumento ou Diminuição de Pena não altera a pena cominada, apenas aumenta o diminui um percentual na pena cominada. A Qualificadora tem pena própria cominada, ou seja, ela muda a pena mínima ou máxima cominada, enquanto as Causas de Aumento ou Diminuição de Pena é um aumento ou uma redução em percentual da pena comina. Quando há uma Causa de Aumento de Pena se fala que há um Crime Circunstanciado (ex. Art. 157, § 2°, CP - Roubo Circunstanciado (errado chamar de roubo qualificado)- quando o roubo é praticado com emprego de arma de fogo. Diferentemente do § 3º que é uma Qualificadora porque muda a pena cominada) e quando existe uma Causa de Diminuição de Pena se fala que há um Crime Privilegiado (ex. Furto Privilegiado- quando o réu é primário e o bem é de pequeno valor; Homicídio Privilegiado - quando praticado por motivo de relevante valor moral ou social). CONCURSO DE CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DE PENA (HIPÓTESE EM QUE OCORRE MAIS DE UMA CAUSA DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DE PENA NO MESMO FATO)-ART. 68, § ÚNICO, CP: Nessa hipótese, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou diminuição, prevalecendo a Causa que mais aumente ou que mais diminua (ex. No roubo praticado com emprego de armas (causa de aumento de da pena) e concurso de pessoas(causa de aumento de pena) o juiz aumenta somente uma vez. São as seguintes as hipóteses de Concurso de Causas de Aumento e Diminuição de Pena: 16 1)- DUAS OU MAISCAUSAS DE AUMENTO DE PENA, UMAS PREVISTAS NA PARTE GERAL E OUTRAS NA PARTE ESPECIAL- Nessa hipótese, ambas causas serão aplicadas. EXEMPLO: O agente invade a sala de aula e com emprego de arma de fogo pratica roubo contra todos os alunos da sala. Ele cometeu um crime de Roubo Circunstanciado (emprego de arma de fogo) em Concurso Formal (uma só conduta com dois ou mais resultados). O emprego de arma de fogo é uma Causa de Aumento de Pena da parte especial do CP e o Concurso Formal é uma Causa de Aumento de Pena da parte geral. 2)- UMA CAUSA DE AUMENTO E UMA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA AMBAS DA PARTE GERAL OU DA PARTE ESPECIAL - Nessa hipótese, ambas as causas serão aplicadas, ou seja, a pena será aumentada e depois será diminuída. EXEMPLO: O juiz reconhece uma causa de aumento da parte especial (Art. 157, § 2°, CP) e uma causa de diminuição da parte geral (tentativa). Serão aplicadas ambas as causas na aplicação da pena, ou seja, a pena vai aumentar e vai diminuir. 3)- DUAS OU MAIS CAUSAS DE AUMENTO OU DE DIMINUIÇÃO DE PENA AMBAS PREVISTAS NA PARTE ESPECIAL - O juiz pode determinar um só aumento (o que mais aumente) ou uma só diminuição (a que mais diminua). Nessa hipótese a jurisprudência sustenta que o juiz pode levar em consideração o número de causas de aumento de pena para justificar um aumento maior do que o mínimo previsto no tipo. CONCURSO DE QUALIFICADORAS (DUAS OU MAIS CIRCUNSTÂNCIAS QUALIFICADORAS PREVISTAS NO MESMO CRIME) - A maioria da Doutrina entende que uma Circunstância qualifica o crime e a outra pode determinar um aumento de pena se ela for prevista como Agravante. O agente praticou o furto mediante arrombamento e em concurso de pessoas. Ambas as circunstâncias estão previstas no Art.155, § 4° como Circunstâncias Qualificadoras. O fato de ter o agente praticado o furto mediante arrombamento qualifica o crime (muda a pena cominada) e como o concurso de pessoas é previsto no Art. 62 do CP como Agravante, o juiz considera essa segunda circunstância como Agravante. PROF. FERNANDO CAPEZ - É contrário ao entendimento acima, sob a argumentação de que a Circunstância excedente qualificadora não pode ser considerada Agravante porque o Art. 61 do CP diz que sempre agravam a pena, desde que não constituam o crime, ou seja, qualificadoras. Portanto, será considerada como Circunstância Judicial. CONCURSO DE CRIMES Trata-se da aplicação da pena ao agente que pratica mais de um crime. A Doutrina discute se a questão deve ser estudada na Teoria Geral da Pena ou na Teoria Geral do Crime. Nosso estudo será no sentido da Teoria Geral da Pena porque a matéria está regulamentada no Código penal que trata da aplicação da pena. SISTEMAS (FORMAS) DE APLICAÇÃO DA PENA NO CONCURSO DE CRIMES 1)- SISTEMA DO CÚMULO MATERIAL - Segundo este, somam-se as penas aplicadas a cada um dos crimes componentes do concurso. Esse sistema é adotado no Concurso Material (Art. 69, CP), no Concurso Formal Imperfeito (Art. 70, caput, 2a. parte, CP) e no Concurso de Pena de Multa (Art. 72. CP). Independentemente do número de processos, as penas somam-se. 17 2)- SISTEMA DA EXASPERAÇÃO - Neste, aplica-se a pena do crime mais grave aumentada de um percentual determinado. Tal sistema é adotado no Concurso Formal Perfeito (Art. 70, caput, 1a. parte) e no Crime Continuado (Art. 71, CP), ou seja, sobre a pena do crime mais grave aplica-se um percentual. ESPÉCIES DE CONCURSO DE CRIMES O Concurso de crimes é possível em qualquer tipo de crime (culposo, doloso, comissivo, consumado, tentado, etc.). São das seguintes espécies: 1)- CONCURSO MATERIAL OU REAL (ART.69, CP) - Ocorre quando o agente pratica duas ou mais condutas produzindo dois ou mais crimes, idênticos ou não, mas todos vinculados pela identidade do agente não importando se os fatos ocorreram na mesma ocasião ou em dias diferentes. Independe também de ter havido ou não unidade processual, podendo haver, portanto, mais de uma. a)- Concurso Material Homogêneo - Quando os crimes são idênticos e previstos na mesma figura típica (ex. o agente mata "A" e depois mata "B" que presenciou o primeiro crime). b)- Concurso Material Heterogêneo - Quando os crimes não são idênticos e não são previstos na mesma figura típica (ex. o agente estupra "A" e mata "B" para garantir a impunidade do primeiro crime). São duas condutas resultando em dois crimes diferentes. OBS. : O juiz tem que individualizar a pena para cada crime, sob pena de nulidade da sentença. QUESTÕES RELATIVAS AO CONCURSO MATERIAL - É possível a soma da Pena Privativa de Liberdade com Restritiva de Direito (ex. por um crime o agente foi punido com pena de prestação de serviços à comunidade e por outro crime ele foi punido com pena privativa de liberdade)? O § 1° do Art. 69 do CP diz que é possível somar essas duas penas, desde que tenha sido suspensa a Execução da Pena Privativa de Liberdade (Sursis) porque se a pena Privativa de Liberdade está suspensa pode o condenado cumprir a Restritiva de Direito. - É possível o Cúmulo de duas Penas Restritivas de Direitos? É possível, desde que sejam compatíveis, possibilitando a execução simultânea ou, não sendo compatíveis, a execução possa ser sucessiva (Art. 69, § 2°, CP). - Qual o juiz competente para aplicação da regra do Cúmulo Material no caso de Concurso Material de Crimes? Existem duas hipóteses: a)- Quando for processo único onde é imputado mais de um crime ao mesmo agente, quem vai aplicar a regra é o Juiz da Sentença do conhecimento. b)- Quando for mais de um processo onde é imputado mais de um crime ao mesmo agente, quem vai aplicar a regra do Concurso Material é o Juiz da Execução penal(Art. 111, e 66, III, "a", LEP. 2)- CONCURSO FORMAL OU IDEAL(ART. 70, CP) - Ocorre quando o agente praticando uma só conduta comete dois ou mais crimes, sendo que a conduta pode eventualmente desdobrar-se em várias atos. DIFERENÇA ENTRE CONCURSO MATERIAL E O CONCURSO FORMAL: Concurso Material tem que haver duas ou mais condutas, resultando em mais de um crime 18 porque cada conduta gera um crime, já no Concurso Formal há uma só conduta resultando em vários crimes. ESPÉCIES DE CONCURSO FORMAL 1)- HOMOGÊNEO - Os crimes se encontram descritos pelo mesmo tipo havendo diversidade de sujeito passivo. Nessa hipótese, aplica-se a pena do respectivo crime aumentada de 1/6 até a metade. 2)- HETEROGÊNEO - Neste, os crimes se acham tipificados em normas penais diversas. Aplica-se a pena do crime mais grave aumentada de 1/6 até a metade. 3)- PERFEITO (ART.70, CAPUT, 1a. PARTE)- É aquele que resulta de um único desígnio (intenção). O agente por meio de um só impulso dá causa a dois ou mais resultados. Importa para a sua caracterização o elemento psíquico, o ato de vontade do agente. Neste, deve o sujeito ativo ter em vista um só fim. Adota-se o sistema da Exasperação aumentando a pena do crime mais grave de 1/6 até a metade. 4)- IMPERFEITO (ART.70, CAPUT, 2a. PARTE) - Neste, os resultados são provenientes de desígnios autônomos (intenção) aparentemente a uma só ação, mas o agente em seu íntimo psiquicamente deseja ou aceita o risco de produzir outros resultados. Conclui-se pela autonomia de desígnios quando o agente pretende praticar não só um crime, mas vários tendo consciência e vontade em relação a cada um deles considerados isoladamente. Só é possível nos crimes dolosos. Neste a aplicação da pena seguirá o critério do Cúmulo Material, pois não se justifica o tratamento mais benevolente, haja vista o desvalor da conduta. Significa que a pessoa quer mais de um crime com uma única conduta. DOLO EVENTUAL NO CONCURSO FORMAL IMPERFEITO-SERIA O CONCURSO FORMAL IMPERFEITO EQUIPARAVÉL AODESÍGNIO AUTÔNOMO, OU SEJA, SERIA POSSÍVEL CONCURSO FORMAL IMPERFEITO QUANDO O AGENTE QUER DETERMINADO RESULTADO E ASSUME O RISCO DE PRUDUZIR OUTRO? A maioria da doutrina entende que o dolo eventual equivale a desígnio autônomo, ou seja, o agente responde como Concurso Formal Imperfeito (soma-se as penas). É como se o agente quisesse causar dois resultados diretamente (dolo direto). Assim, se o agente agir com dolo eventual com relação ao segundo (ou sucessivos) crime ele responderá como Concurso Formal Imperfeito. Na doutrina, somente o Prof. Heleno Cláudio Fragoso discorda desse entendimento. Dolo Direto - Aquele em que o agente quer o resultado. Dolo Eventual - Aquele em que o agente prevê e aceita, mas não quer o resultado. EXEMPLO O agente quer matar "A" só que "A" está abraçado à sua mãe. O agente quer matar "A", mas mesmo sabendo que pode matar a mãe de "A" ele atira e mata ambos. Com relação a "A" o agente responderá por dolo direto e com relação à mãe responderá por dolo indireto. Nesse caso, a maioria da doutrina entende que o agente responderá como Concurso Formal Imperfeito (somam-se as penas). 19 CONCURSO MATERIAL BENÉFICO (ART.70, § ÚNICO, CP) Aplicando a regra do Concurso Formal, a pena não pode superar aquela que seria cabível no Concurso Material (quando as penas são somadas). Isso é possível no Concurso Formal Heterogêneo, ou seja, aplicando-se a regra do Concurso Formal é possível que a pena seja superior àquela do Concurso Material. EXEMPLO "A" querendo matar "B" por motivo torpe atira e também acerta e fere "C". A pena pelo homicídio qualificado (motivo torpe) é de 12 a 30 anos e a pena pela lesão corporal (pelo ferimento) é de 2 meses a 1 ano. O crime praticado se configura um Concurso Formal Heterogêneo Perfeito (pena do crime mais grave (12 a 30 anos) com acréscimo de 1/6 até a metade. Digamos que o juiz tenha condenado o réu à pena mínima. Se for aplicada a regra do Concurso Formal a pena seria de 14 anos (12 + 1/6) e se fosse aplicada a regra do Concurso Material a pena seria de 12 anos e dois meses (soma das penas dos crimes). Portanto, por ser pena inferior à pena do Concurso Formal, aplica-se a regra do Concurso Material. 17-05-2016 CONTINUAÇÃO 3. Crime continuado (art. 71 – CP): a) Conceito: é aquele no qual o agente mediante mais de uma conduta pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e pelas condições de tempo, lugar, modo de execução e outras semelhanças devem os subseqüentes se havidos com continuação do primeiro. Regra: aplica-se a regra da exasperação, pega as penas de outros crimes e aumentam em uma porcentagem. - Diferença: Concurso material: Dois ou mais crimes mediante duas ou mais condutas. Regra: somam-se as penas. Concurso formal: Dois ou mais crimes mediante uma só conduta. b) Natureza jurídica: Três teorias: 1. Teoria da unidade real: o crime continuado são vários delitos que constituem um único crime. 2. Teoria da ficção jurídica: para esta teoria há vários crimes autônomos a lei por ficção jurídica presume a existência de um único crime para fins de aplicação da pena. 20 3. Teoria mista: o crime continuado não é um só, nem são vários, ele constitui um terceiro delito. - Política criminal: considerando o crime continuado como um crime só, evita-se penas com gravidade desproporcional. - Art. 119, CP: para fins de prescrição penal, considera-se cada um dos crimes isoladamente. c) Pressupostos / Requisitos: 1. Pluralidade de condutas: A exemplo do Concurso Material, requer pluralidade de conduta e não apenas pluralidade de atos (ex. vários furtos em dias diferentes). 2. Pluralidade de crimes da mesma espécie: - Divergência na doutrina: a) Damásio, Nelson Hungria, Rene A. Dotti, Fernando Capez: para estes crimes da mesma espécie, são os previstos no mesmo tipo penal, seja em sua forma simples, privilegiada, qualificada, consumada ou tentada. Deve-se verificar o tipo fundamental, que possui as mesmas elementares do crime. Damásio ressalta que crime da mesma espécie não é crime do mesmo gênero, portanto apesar de furto e apropriação indébita serem crimes contra o patrimônio, não são da mesma espécie. b) Cezar R. Bitteoncourt, Mirabete, Flávio A. M. Barros: crimes da mesma espécie, além de ofender o mesmo bem jurídico se assemelham nos seus tipos fundamentais por seus elementos objetivos e subjetivos. Para os que adotam esta posição crimes da mesma espécie não equivalem a crimes idênticos e sim semelhantes ou aparentados. 3. Nexo de continuidade delitiva: deve ser apurado pelas circunstâncias. a) Condição de tempo: trata-se especialmente do critério cronológico, ou seja, deve haver uma conexão temporal entre as condutas praticadas, com a periodicidade, possibilitando observar- se a existência de um certo ritmo ou unidade nas ações sucessivas. Apesar de não haver um lapso temporal específico, a jurisprudência 21 vem admitindo a continuidade em intervalo de até 30 dias até um crime e outro. b) Condição de lugar: deve existir nos crimes conexão espacial não se exige que ocorra no mesmo local, porém deve haver uma proximidade de modo a indicar a idéia de continuidade. Tem se admitido a continuidade entre crimes praticados em cidades diferentes, desde que pertencentes a mesma região sócio- geográfica e de fácil acesso. c) Maneira de execução: é o modo operante. A lei exige semelhança e não identidade, devendo haver entre os crimes uma similitude, um estilo na maneira de execução, o que constitui apenas mais um requisito para a apuração da continuidade. d) Outras semelhanças (nexo ocasional): o crime continuado deverá resultar do aproveitamento das mesmas relações e oportunidades surgidas no primeiro delito, ou seja, o sujeito em face de uma primeira oportunidade ou determinada condição praticou a série delitiva em continuidade. 23-05-2016 CONTINUAÇÃO - Seria a unidade de desígnio requisito para o crime continuado? - Duas teorias: a) Teoria objetiva pura: Não há necessidade de unidade de desígnio, isto porque, o crime continuado se caracteriza pela homogeneidade dos elementos exteriores a conduta, sem qualquer questionamento quando ao propósito do agente. Para a referida Teoria, para a caracterização do Crime Continuado bastam os elementos objetivos, ou seja, pluralidade de condutas, nexo de continuidade delitiva e crime da mesma espécie. b) Teoria objetiva-subjetiva: Para esta, além dos requisitos objetivos, há necessidade da unidade de desígnio, isto é, uma programação inicial com realização sucessiva. Exige-se, pois que os diversos delitos sejam oriundos de um plano único previamente engendrado pelo agente. 22 *OBS: Todas as circunstâncias objetivas (tempo, lugar, nexo de execução etc.) devem ser analisadas em seu conjunto. d) Espécies de crime continuado: I) Simples (homogêneo): Quando as penas dos diversos delitos forem idênticas. Aplica-se a pena de um só, aumentada de 1/6 a 2/3. II) Qualificado (heterogêneo): As penas são diversas. (Exemplo: 2 estelionatos simples e 1 qualificado). O juiz aplica a pena do crime mais grave, aumentando-a de 1/6 a 2/3. III) Específico (Art. 71, parágrafo único): - REQUISITOS: A pena mais grave pode ser de 1/6 (interpretação sistemática) ao triplo: a) Contra vítimas diferentes; b) Com violência ou grave ameaça à pessoa; c) Dolosos; e) Sistema de fixação da pena: - Cúmulo material benéfico: não poderá superar a penacabível pela soma de cada um dos crimes. Ex.: Condenado a 3 homicídios (12 anos a pena de um, 8 de outro e 6 de outro, somando-se resulta em 26 anos. Se triplicar a pena mais grave [12 anos x 3] chegará a 36 anos, com isso terá que ser aplicada a soma). f) Momento da unificação: - Unidade processual: O Juiz da sentença, ao estabelecer a pena aplica a regra do crime continuado (exasperação), mas para isso tem que aplicar a pena para cada um dos crimes isoladamente e no final aplica a regra do crime continuado, até para possibilitar a ampla defesa porque pode ser que o réu não concorde com a condenação de algum crime assim como pode ter ocorrido a prescrição de algum ou alguns deles (para efeito de prescrição não se considera o 23 aumento decorrente do concurso de crime, a prescrição é aplicada a cada um dos crimes isoladamente). - Pluralidade de processos: Após o trânsito em julgado de todas as condenações os Processos são encaminhados à Vara de Execução Penal e o Juiz da Vara de Execução pode reconhecer a continuidade delitiva e aplicar a regra do Art. 71 do CP (pena mais grave com um acréscimo). - Séries delitivas autônomas: g) Questões pertinentes: - E se houver entre os componentes do crime continuado, um concurso formal de delitos (uma só conduta com dois ou mais resultados), como proceder? Ex.: pessoa entra na sala de aula e pratica roubo contra os 50 alunos. Depois, na outra rua pratica outro roubo e mais na frente pratica mais um roubo. Foram praticados três roubos, sendo um deles em Concurso Formal. Nesse caso, para aplicação da pena, despreza-se o aumento decorrente do Concurso Formal reconhecendo-se a continuidade delitiva em todos os crimes. Portanto, para efeito de continuidade delitiva, leva-se em consideração o número de crimes praticados (pelo exemplo, o agente praticou 50 roubos em concurso formal + 2 roubos em continuidade, assim, ele praticou 52 roubos em continuidade. Nesse caso, despreza-se o aumento do Concurso Formal e leva-se em consideração o número de crimes praticados, dessa forma, serão considerados 52 crimes. Com uma conduta o agente praticou 50 crimes (Concurso Formal) e com outras duas condutas praticou 2 crimes (os continuados). Foram 3 condutas, mas serão considerados para efeito de pena 52 crimes (no exemplo será aplicado o sistema da exasperação). Nesse exemplo, a pena será do Crime Continuado Específico (crime mais grave com aumento de 1/6 até o triplo, ressalvadas as limitações da lei). - E se ocorrer a edição de Lei nova penal mais gravosa durante o curso da série delitiva? Mesmo para os crimes praticados na vigência da lei menos gravosa, aplica-se a pena mais grave porque se entende que o Crime Continuado para efeito de pena é um crime único (Teoria da Ficção Jurídica) e houve a continuidade mesmo com a mudança da lei para uma situação mais gravosa, ou seja, o réu 24 persistiu na prática delitiva, portanto ele será penalizado com pena mais grave (Súmula 711, STF). 24-05-2016 CONTINUAÇÃO 4. ERRO NA EXECUÇÃO: - É quando o agente, por uma razão qualquer, erra na execução do crime (ex.: Atira querendo matar João, mas erra o tiro e mata Manoel). O agente responderá pelo crime que pretendia praticar (mesmo que o crime que pretendia seja menos gravoso), no exemplo, responderá por Homicídio contra João. É diferente do Erro quanto à Pessoa, ou seja, no Erro quanto à Pessoa o agente tem uma percepção errada da realidade (se engana) quanto à pessoa contra a qual queria praticar o crime (ex. Matou João pensando que estava matando José). Nesse caso, da mesma forma que ocorre no Erro de Execução, o agente responderá também pelo crime que pretendia praticar, (ex.: queria matar uma pessoa com 70 anos, mas mata uma pessoa jovem. Incidirá a Agravante porque crime contra idoso é agravante). - “Aberratio Ictus”. - Art. 73, CP. - Formas: 1. Com unidade simples ou resultado único (art. 20, parágrafo 3º, CP): O resultado é um só (ex. O agente atirou para matar "A", mas acertou e matou "B". Responderá como se tivesse matado "A"). Na realidade, teria o agente praticado dois crimes: Tentativa Dolosa contra "A" e Homicídio Culposo contra "B", mas por força do Art. 73 do CP, tendo havido um resultado único considera-se o crime que o agente pretendia praticar, no exemplo, ele responderá por Homicídio Doloso Qualificado. 2. Com unidade complexa ou resultado duplo (art. 70, CP): Quando ocorre mais de um resultado(ex. o agente atira querendo matar "A" e, além de matar "A" também acerta e 25 mata "B". Nesse caso, aplica-se a regra do Concurso Formal. Se houver dolo eventual(não quer, mas aceita o resultado) terá havido Concurso Formal Imperfeito, ou seja, o agente responderá pelos dois crimes em Concurso Formal(a pena será a do crime mais grave acrescida de 1/6 até a metade- Art.70, CP). 5. RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO: - Neste, o agente quer atingir um bem jurídico, mas por erro na execução acerta bem diverso. Aqui não se trata de atingir uma pessoa diversa, mas sim cometer um crime no lugar de outro crime (ex.: "A" joga uma pedra contra uma vidraça acertando uma pessoa no lugar do vidro. Consequência: responderá por lesão corporal culposa. Caso atinja também o vidro, responderá por dano e lesão culposa em Concurso Formal-pena mais grave com acréscimo). Porém, se pretender causar lesão corporal e acertar o vidro, responderá somente por lesão culposa, pois o crime de dano não prevê a figura culposa (a reparação será buscada no juízo cível). - “Aberratio Delicti”. - Art. 74, CP. 6. APLICAÇÃO DA MULTA NO CONCURSO DE CRIMES: - Em relação à Pena Privativa de Liberdade, no Concurso Material a regra é a soma das penas; no Concurso Formal a regra é a exasperação (pena mais grave com um acréscimo); no Crime Continuado aplica-se a regra da exasperação. Já na Pena de Multa no Concurso de Crimes, as Multas serão somadas, não se aplica a regra da exasperação. - Art. 72, CP. - Regra cúmulo material. *OBS: Crime Continuado: - MAIORIA DA DOUTRINA - Entende que deve ser aplicada a regra do Art. 72 do CP, ou seja, aplica-se a exasperação em 26 relação à Pena Privativa de Liberdade e soma-se as Penas de Multas (Cúmulo Material). - JURISPRUDÊNCIA E STF - Entendem que no Crime Continuado em relação à Pena de Multa aplica-se a regra da exasperação (aumenta a Multa de 1/6 a 2/3 podendo ser triplicada se for continuidade específica) porque o crime continuado, para fins de aplicação da pena, é um só crime (Teoria da Ficção Jurídica). LIMITE DA PENA: I. INTRODUÇÃO: - Art. 75, CP: 30 anos (crime). - Art. 10 LCP: 05 anos (contravenção penal). - Razões: 1. Vedação de penas de caráter perpétuo. 2. Necessidade de esperança do ser humano de um dia recuperar a liberdade (item 61 da Exposição de Motivos do CP). II. BENEFÍCIOS DA EXECUÇÃO: - Sobre qual pena deve ser considerado para cálculo dos benefícios da execução penal? - 2 posições: - Mirabete, Zaffaroni: Segundo esta corrente, deverá o agente, para postular eventuais benefícios deverá considerar a pena máxima de 30 anos. Essa conclusão é extraída da interpretação do Art.75, § 1° do CP e do Art. 111 da LEP, segundo o qual a pena unificada é a que deverá ser considerada para a fixação do regime prisional, levando-se em conta a detração e a remição. Ora, se a detração ou a remição incide sobre a pena unificada, o mesmo ocorre quando a pena é unificada em 30 anos (ex. se o réu foi condenadoa 60 anos, para efeito de Progressão ele terá que cumprir 1/6 de 30 anos e não de 60 anos). 27 - Damásio, Paulo José da Costa Júnior, Cesar Roberto Bittencourt: É o entendimento pacificado hoje da jurisprudência e súmula 715 do STF. Defendem que os benefícios devem ser calculados levando em consideração a pena aplicada (ex. aquele condenado a 60 anos, para ter progressão de regime terá que cumprir 1/6; se for condenado a 200 anos terá que cumprir 1/6 de 200 anos, etc.). Porém, a Remição (desconto de 1 dia da PPL a cada 3 dias trabalhados) e a Detração (desconto da PPL o tempo já cumprido em prisão provisória) é sobre a pena máxima (30 anos). 30-05-2016 CONTINUAÇÃO III. NOVA CONDENAÇÃO DURANTE A EXECUÇÃO DA PENA: - Como proceder no caso de sobrevir nova condenação após unificação da pena em 30 anos? - Art. 75, parágrafo 2º, CP. - Solução preconizada por Nelson Hungria (adotada pelo CP): - “O restante da primeira pena é acrescido à pena posteriormente imposta, mas de sorte que a sua doma não ultrapasse 30 anos.” - Críticas da doutrina: sensação de impunidade, porque pode ocorrer do sentenciado praticar o crime logo no início do cumprimento da pena. *OBS: a) Hiato no cumprimento das penas: que não é admitido é pena de mais de 30 anos de prisão de forma ininterrupta (todos os regimes são considerados prisão - fechado, semi-aberto e aberto), ou seja, se ficou preso por 20 anos, foi libertado e pratica novo crime ele pode ser condenado a cumprir mais 30 anos, mesmo que tenha cumprido 20 anos por crime anterior. b) Pena de multa: - Art. 44, parágrafo 1º e Art. 60, parágrafo 1º, CP. - Máximo: 5.400 Salários mínimos. 28 CONCURSO DE INFRAÇÕES - Art. 76, CP: Cumpre-se inicialmente a pena mais grave. Criticado pela doutrina, pois é inútil, visto que existem outros dispositivos que prevêem isto, tais como: - Art. 33, parágrafo 2º, CP: Privativa de liberdade é cumprida de forma progressiva. - Art. 112, LEP: Privativa de liberdade é cumprida de forma progressiva. - Art. 69, CP: Inicia-se pela reclusão e após a detenção.
Compartilhar