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SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA DIREITO CIVIL

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BRENDA PEREIRA DINIZ
DANIELY CRISTINA MACIEL PINHEIRO
ELIANE DOS SANTOS RIBEIRO 
EVELYN LARISSA DE SOUSA SILVEIRA
FRANCISCA AUREONE DA SILVA
GEOVANE DE SOUSA FONTELES
HYGOR GABRIEL BEZERRA PEREIRA
RENATA BITTERNCOURT COSTA DE ARAÚJO
SÃO LUÍS
2017
BRENDA PEREIRA DINIZ
DANIELY CRISTINA MACIEL PINHEIRO
ELIANE DOS SANTOS RIBEIRO 
EVELYN LARISSA DE SOUSA SILVEIRA
FRANCISCA AUREONE DA SILVA
GEOVANE DE SOUSA FONTELES
HYGOR GABRIEL BEZERRA PEREIRA
RENATA BITTERNCOURT COSTA DE ARAÚJO
SUCESSÃO
Trabalho apresentado como requisito à obtenção da nota da disciplina de Direito Civil VI, pelo Curso de Direito da Universidade Estácio de São Luís - MA.
Orientador: Professor Eduardo Alexandre Costa Correa 
SÃO LUÍS 
2017
SUCESSÃO
 Brenda Pereira Diniz
Daniely Cristina Maciel Pinheiro
Eliane dos Santos Ribeiro 
Evelyn Larissa de Sousa Silveira
Francisca Aureone da Silva
Geovane de Sousa Fonteles
Hygor Gabriel Bezerra Pereira
Renata Bitterncourt Costa de Araújo
Orientador: Professor Eduardo Alexandre Costa Correa 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................05
Características do testamento....................................................................	06
Capacidade para testar ...............................................................................09
Formas ordinárias de testamento................................................................12
Formas especiais do testamento.................................................................14
Direito de acrescer - Fideicomissária...........................................................16
Inventário / Partilha......................................................................................19
 6.1
 6.2
 6.3
 6.4
 6.5
 Colação........................................................................................................22
 7.1 Fundamentos da colação.........................................................21
 7.2 Vontade presumida do ascendente.........................................22
 7.3 Compropriedade familiar........................................................23
 7.4 Interesse superior da família....................................................24
 7.5 A igualdade entre os descendentes ........................................25
 7.6 Adiantamento de legítima.........................................................26
 7.7 Natureza jurídica da colação....................................................27
 7.8 Pressupostos da colação.........................................................28
 7.9 Colação é cabível apenas na sucessão legítima....................29
 7.10 Existência do co-herdeiro necessário na sucessão legítima.30
 7.11 A ocorrência de uma liberdade feita em vida pelo ascendente em favor de descendente ou do cônjuge sobrevivente ..............................31
 7.12 Dever de colação...................................................................32
 7.13 Doação entre herdeiro necessário ......................................33
 7.14 Doação entre cônjuges e entre companheiros.................... 34
 7.15 Doações excluídas da colação............................................. 35
 7.16 Bens de colação................................................................36
 7.17 bens e despesas excluídos da conferência colacional..........37
 7.18 Modos de realização de colação...........................................38
Sonegados..................................................................................................	23
Impugnação da partilha...............................................................................	24
CONCLUSÃO ...........................................................................................	34
REFERÊNCIAS..........................................................................................	36
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objeto de estudo os aspectos destacados no Código Civil, no tocante a Sucessão.
 O estudo torna-se relevante devido a grande importância do tema, bem como, sua disciplina em regular, que segundo Maria Helena Diniz, trata-se do “ato pelo qual alguém sucede a outrem, investindo-se no todo ou em parte, nos direitos que lhes pertenciam”.
 Direito das Sucessões é a legislação que disciplina a transferência do patrimônio (ativo e passivo / créditos e débitos) de alguém, após seu falecimento (art. 1784 C.C), em virtude da legislação ou de disposições de ultima vontade (testamento), regula-se nos arts. 1.784 a 2.027 Código Civil, a Carta Magna (artigo 5º, XXX) assegura o direito de herança, sendo fundamentado do direito sucessório com o de propriedade, baseado com o direito de família.
 Insta salientar, que o presente trabalho, versará sobre as demais caraterísticas do Direito Sucessório, tais como: o testamento e suas particularidades, capacidade, formas, origens, sendo eles especiais, do direito de acrescer, inventário, partilha, colação, sonegados e impugnação da partilha.
CARACTERÍSTICAS DO TESTAMENTO
O testamento é um dos negócios mais solene que existe dentro do nosso ordenamento jurídico brasileiro, por essa solenidade e que para a sua produção, validade e eficácia será necessário que sejam respeitadas alguns características que são tidas com fundamentais para o seu existência, iremos aborda a cada uma delas, que são: a) revogável a qualquer tempo; b) com formalidade exigidas por lei; c) com eficácia post mortem; d) unilateral; e) personalíssimo, então falaremos de cada um dela .
Como o próprio nome já nos norteia revogável a qualquer tempo, que dizer que o testador pode na hora que achar necessário, poderá revogar seu testamento em parte ou até mesmo ele por inteiro se for de seu interesse o indispensável essa revogação, e caso conte alguma cláusula que vede o direito do testador de revogar por inteiro ou parcialmente seu testamento essa será considerada nula, essa cláusula pode vim com o nome de derrogatório ou até de derrogativa, que como já falado acima será nula, para essa revogação não será necessário nem uma formalidade para que isso aconteça bastara à manifestação da vontade do titular para que haja essa mudança, e tendo a revogação parcialmente ou por total na o terá o que se fala em direito de suceder para os futuros herdeiros.
O testamento terá que seguir uma formalidade que será exigida em lei para ser considerado valido, ou seja, terá que obedecer todos os passos exigidos em lei que por essa formalidade que ele possui é considerados um negócio jurídico formal e em caso de não obediência do que este disposto em lei ele poderá sofrer a pena de nulidade, por essa formalidade ser considerada essenciais para a sua validade elas serão chamadas de ad solemnitatem; uma das solenidades prevista em leis e que não será aceito nem um testamento de forma oral ou seja só se aceita em forma escrita com é são do testamento nuncupativo militar que poderá ser considerado de forma oral.
O feito do testamento se dará após a morte do testador que será a eficácia post mortem, isto é os efeitos do testamento valerá a partir de agora, pois em quanto o autor do testamento ainda se manter vivo não ocorrerá nenhum tipo de efeito em relacionamento as deixas patrimoniais, como já dito acima só com a morte do autor do testamento surgirá os efeitos do testamento pois antes só havia uma mera expectativa de direito.
É um negócio unilateral de vontade, isto é bastará que o testador quisesse deixar em vida tudo o que é seu de forma dividida para seus herdeiros para que após a sua morte venha ter efeito, entãopara fazer esse ato basta que o testador queira sem ser preciso que outra pessoa o autorize; então por isso que ele é considerado um negócio unilateral .
Por fim o testamento terá que ser personalíssimo, por que somente quem é o dono dos bens que serão divididos e que pode deliberar sobre sua herança que será repartida isso por sua vez terá o nome de autoleitura do testamento; por ser um negócio personalíssimo não será admitido que duas ou mais pessoas venham a fazer de maneira conjunta as suas disposições testamentárias em um único testamento, mais isso não quer dizer que um terceiro não possa vem a ajudar o testador em relação ao seu testamento .
Então podemos conhecer algumas das características de um testamento e diferenciá-las e ainda entendermos que para a sua validade e eficácia será necessário que sejam obedecidas essas características por sua vez, caso ou contrário ocorra, esse documento não terá nem eficácia nem muito menos validade para aplicação de seus efeitos.
CAPACIDADE PARA TESTAR
FORMAS ORDINÁRIAS DE TESTAMENTO 
O testamento é considerado um ato solene e prevê formas ordinárias ou comuns e formas especiais. Os testamentos ORDINÁRIOS são o público, o cerrado e o particular ou hológrafo; os ESPECIAIS são o marítimo, o aeronáutico e o militar, sendo que no caso destes últimos, podem ser público ou nuncupativo.
Atualmente todos os tipos de testamentos podem ser redigidos mecanicamente em máquinas de escrever, em computador e em sistema braile, não havendo mais a necessidade de serem manuscritos, sendo obrigatório que as declarações sejam feitas na Língua Nacional.
3.1 - TESTAMENTOS ORDINÁRIOS
Essa modalidade de testamento está prevista no art. 1.862 do Código Civil: 
Art. 1.862. São testamentos ordinários:
I - o público;
II - o cerrado;
III - o particular.
Os tipos de testamentos acima mencionados podem ser usados pelas pessoas capazes em qualquer condição.
3.1.1 - TESTAMENTO PÚBLICO
Deve ter o seu registro em cartório através de escritura pública no livro de notas do tabelião, pelo notário ou substituto legal conforme o ditado ou as afirmações do testador e na presença de duas testemunhas idôneas que presenciarão o ato do início ao fim. Este é considerado a forma mais segura de testamento porque é feito sob fiscalização de autoridades, dificultando a ocorrência de erros ou falhas, é dotado de formalidades que lhe garante amparo legal, contudo possui uma desvantagem no que tange a transparência de que é adotado, pois pelo fato de ser público ele pode ser consultado por qualquer pessoa e a qualquer tempo. 
Maria Helena Diniz, assim leciona que: “O testamento público é o lavrado pelo tabelião ou por seu substituto legal em livro de notas, de acordo com a declaração de vontade do testador, exarada verbalmente, em língua nacional, perante o mesmo oficial e na presença de duas testemunhas idôneas ou desimpedidas”.[1: DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro - Direito de Família. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2002, v. 5, p. 154.]
Ao testador cego e ao analfabeto só é permitido a forma de testamento público. O testador que for totalmente surdo, mas que saiba ler, ele mesmo lerá o testamento, ou caso não saiba, indicará alguém para ler no seu lugar, na presença das testemunhas. No caso do testamento do cego, este deve ser lido duas vezes, sendo que uma é pelo o oficial de notas e a outra por uma das testemunhas e no caso do analfabeto.
Os requisitos do testamento público estão previstos no art. 1.864 CC. In verbis:
Art. 1.864. São requisitos essenciais do testamento público:
I - ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de acordo com as declarações do testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou apontamentos;
II - lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião ao testador e a duas testemunhas, a um só tempo; ou pelo testador, se o quiser, na presença destas e do oficial;
III - ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo testador, pelas testemunhas e pelo tabelião.
Qualquer interessado que, apresentando o translado ou certidão da existência do testamento público poderá requerer judicialmente que seja determinado o seu cumprimento.
3.1.2 - TESTAMENTO CERRADO
O Testamento Cerrado que pode ser denominado também como secreto ou místico, está previsto no art. 1.868 do Código Civil:
Art. 1.868. O testamento escrito pelo testador, ou por outra pessoa, a seu rogo, e por aquele assinado, será válido se aprovado pelo tabelião ou seu substituto legal, observadas as seguintes formalidades:
I - que o testador o entregue ao tabelião em presença de duas testemunhas;
II - que o testador declare que aquele é o seu testamento e quer que seja aprovado;
III - que o tabelião lavre, desde logo, o auto de aprovação, na presença de duas testemunhas, e o leia, em seguida, ao testador e testemunhas;
IV - que o auto de aprovação seja assinado pelo tabelião, pelas testemunhas e pelo testador.
Parágrafo único. O testamento cerrado pode ser escrito mecanicamente, desde que seu subscritor numere e autentique, com a sua assinatura, todas as páginas.
O Testamento Cerrado é o escrito em carta sigilosa feito de próprio punho pelo testador ou por alguém a seu rogo desde que todas as páginas sejam assinadas pelo testador, tem caráter de carta sigilada, completada por instrumento de aprovação feito pelo tabelião, na presença de duas testemunhas. Trata-se de documento particular, aprovado pelo tabelião diante de duas testemunhas e lacrado em seguida. 
Essa modalidade testamento teve origem no direito romano, tendo sido criado por uma Constituição dos Imperadores Teodósio e Valentiniano III, no ano 439 e regulado, depois, no Código de Justiniano. Era utilizado na França, nas regiões de direito costumeiro. Ele foi utilizado em Portugal nas Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas com a recepção do direto romano. 
O mencionado testamento é composto de dois elementos: a cédula testamentária e o auto de aprovação. O documento fica então guardado com pessoa de confiança do testador que pode ser um dos herdeiros ou um advogado, por exemplo. No momento da abertura da sucessão, esta pessoa deverá estar presente, caso contrário, o testamento perde sua validade. O mesmo acontece se houver algum indício de violação do lacre.
3.1.3 - TESTAMENTO PARTICULAR
 O referido testamento, que está previsto no art. 1.876 CC, também pode ser alcunhado de hológrafo por conta da grafia em francês, olographe, ele é escrito e assinado pelo testador na presença de pelo menos três testemunhas, dispensa o registro em cartório. No entanto, é ideal que todas estejam presentes no momento da sucessão, para atestarem a veracidade do conteúdo do testamento. Caso alguma pessoa esteja ausente por qualquer motivo, o testamento só será confirmado mediante autorização do juiz, que irá analisar sua veracidade. 
Esta forma de testamento é bastante simplificada devendo ser escrito, datado e assinado pelo testador, não havendo necessidade da presença de testemunhas, permite que seja escrito em língua estrangeira, desde que as testemunhas compreendam a linguagem adotada. Porém, no Código Civil, regula certas formalidades, solenidade e de cautelas para impedir a ocorrência de eventuais fraudes.
As vantagens do testamento particular são a desnecessidade da presença do tabelião, uma vez que o testamento não será registrado, e a rapidez, facilidade e gratuidade do instrumento, já a desvantagem são possiblidade de extravio, substituição, alteração e destruição, em virtude de sua existência não haver qualquer registro em ofício público. Nessa modalidade de testamento existe uma maior possibilidade de fraude, outra desvantagem é quanto ao falecimento das testemunhas ou que não sejam localizados seus endereços, nessa situação o testamento não poderá ser cumprido.
Os requisitos para a feitura do testamento particular são os previstos no art. 1.876, §§ 1° e 2º do Código Civil:
Art. 1.876. O testamento particular pode ser escrito de próprio punhoou mediante processo mecânico.
§ 1o Se escrito de próprio punho, são requisitos essenciais à sua validade seja lido e assinado por quem o escreveu, na presença de pelo menos três testemunhas, que o devem subscrever.
§ 2o Se elaborado por processo mecânico, não pode conter rasuras ou espaços em branco, devendo ser assinado pelo testador, depois de o ter lido na presença de pelo menos três testemunhas, que o subscreverão.
 Em situações emergenciais em iminência de risco de perder a vida, como por exemplo em um desastre, naufrágio, sequestro, preso numa caverna, dentro de avião em queda, entre outras situações, e diante da ausência de testemunhas disponíveis, será permitido o testamento particular excepcional, obrigatoriamente dever ser manuscrito ficando aceitação ou não a cargo do juiz.
 3.2.1 - TESTAMENTOS ESPECIAIS
Essa forma de testamento tem redação nos artigos 1.888 a 1.896 do Código Civil, os tipos de testamento desta modalidade são os elencados no artigo mencionado acima e abaixo subscritos:
Art. 1.886. São testamentos especiais:
I - o marítimo;
II - o aeronáutico;
III - o militar.
Vale ressaltar que esse rol é taxativo, não sendo admitidas outras formas de testamentos especiais, senão as mencionadas no dispositivo legal, conforme prevê o art. 1.887 do CC:
Art. 1.887. Não se admitem outros testamentos especiais além dos contemplados neste Código.
Os testamentos especiais são considerados mais simples e fáceis de fazer do que os testamentos ordinários, pois possui menos solenidades. No entanto eles não são de livre opção do testador, uma vez que só pode ser feito se ele estiver numa situação especial. Outra característica peculiar é quanto a prescrição, isto é, tem um prazo de eficácia e também carecem de serem confirmados, enquanto que testamento ordinário pode ser celebrado por uma pessoa com 16 anos, e mesmo que só venha a falecer aos 90 anos, o documento ainda terá validade depois de passados 74 anos.
 	
3.2.2 - TESTAMENTO MARÍTIMO
Essa forma de testamento tem o seu registro feito no diário de bordo e poderá ser feito perante o comandante da embarcação, e o referente instrumento deverá ser entregue pelo comandante às autoridades administrativas do primeiro porto nacional, para ulteriores providências para o seu cumprimento pelos interessados. Vale ressaltar que somente valerá se for feito no andamento de uma viagem e ainda que o navio não esteja atracado em porto que possibilite o desembarque do testador para que este o faça da forma ordinária.
Esse tipo de testamento só terá validade se a morte do testador ocorrer durante a viagem ou nos noventa dias (art. 1.891 CC) subsequentes ao desembarque. Após esse prazo o testamento caducará. Não prevalecerá testamento marítimo se o testador estiver em um pequeno cruzeiro em uma viagem de turismo e se, ao tempo da elaboração do testamento, a embarcação encontrava-se em porto onde o mesmo pudesse desembarcar e testar ordinariamente.
3.2.3 - TESTAMENTO AERONÁUTICO
Esse tipo de testamento pode ser feito no durante uma viagem a bordo de aeronave militar ou comercial, ante a pessoa designada pelo comandante, com procedimento equivalente do testamento marítimo. 
O testamento aeronáutico foi uma nova forma de disposição de última vontade incluída no ordenamento pelo Novo Código Civil idêntico ao testamento marítimo, segundo o que pode ser observado no artigo 1.889, sendo que a diferença é que a pessoa perante a qual o interessado testará, será alguém designado pelo comandante da aeronave.
Atualmente, tanto o testamento marítimo quanto o aeronáutico são regulados pelos os arts. 1.888 a 1892 do Código Civil e ambos são redigidos e registrados no diário de bordo, como se o comandante fosse um tabelião fazendo um registro de um testamento público em sua serventia, o testamento deve ficar em poder do comandante da embarcação ou aeronave, que deverá, na primeira oportunidade entregar às autoridades administrativas do primeiro porto ou aeroporto que parar, conforme art. 1.892, in verbis:
Art. 1.890 - O testamento marítimo ou aeronáutico ficará sob a guarda do comandante, que o entregará às autoridades administrativas do primeiro porto ou aeroporto nacional, contra recibo averbado no diário de bordo. 
Assim como no testamento marítimo, o testamento aeronáutico caducará caso não ocorra a morte do testado durante a viagem ou nos noventa dias subsequentes ao desembarque em terra, com previsão legal nos artigos 1.891 e 1892 do Código Civil. Senão vejamos:
Art. 1.891 Código Civil. Caducará o testamento marítimo, ou aeronáutico, se o testador não morrer na viagem, nem nos noventa dias subsequentes ao seu desembarque em terra, onde possa fazer, na forma ordinária, outro testamento.
Art. 1.892. Não valerá o testamento marítimo, ainda que feito no curso de uma viagem, se, ao tempo em que se fez, o navio estava em porto onde o testador pudesse desembarcar e testar na forma ordinária.
Não é justificável essa forma de testamento em vôos considerado normais, cabendo ao testador aguardar até o desembarque, devendo se aplicar a forma de testamento particular excepcional em caso de perigo iminente.
3.3.3 – TESTAMENTO MILITAR
O testamento militar é permitido aos militares e demais pessoas a serviço das Forças Armadas em expedição, dentro do país ou fora dele, bem como em praça sitiada, ou quem esteja de comunicações interrompidas conforme prevê o art. 1.893 do Código Civil: 
Art. 1.893 – “ O testamento dos militares e demais pessoas a serviço das Forças Armadas em campanha, dentro do País ou fora dele, assim como em praça sitiada, ou que esteja de comunicações interrompidas, poderá fazer-se, não havendo tabelião ou seu substituto legal, ante duas, ou três testemunhas, se o testador não puder, ou não souber assinar, caso em que assinará por ele uma delas.
Essa categoria de testamento, na ausência de tabelião ou substituto legal, poderá ser feito na presença de duas testemunhas, e na hipótese de o testador não puder, ou não souber assinar, diante de três, ocasião em que uma delas assinará por ele. O comandante da campanha ou oficial, servirá, neste ato de notário público. O testamento militar só deve ser usado nos casos em que o testador se encontre em ocasiões extraordinárias que o impossibilite de usar as formas originárias de testamento.
Advém a caducidade do testamento militar se o testador estiver em algum lugar onde possa fazer um testamento ordinário, por um prazo certo de 90 dias, conforme o disposto no art. 1.895 do Código Civil:
Art. 1.895. Caduca o testamento militar, desde que, depois dele, o testador esteja, noventa dias seguidos, em lugar onde possa testar na forma ordinária, salvo se esse testamento apresentar as solenidades prescritas no parágrafo único do artigo antecedente.
O testamento militar nuncupativo é uma forma especialíssima, só sendo admitido nos casos de testamento militar, quando a pessoa está impossibilitada de escrever, por estar em combate e ferida, conferindo a sua última vontade a duas testemunhas. Este tipo de testamento não terá efeito se o testador não morrer na guerra e se restabelecer do ferimento.
Com relação às testemunhas testamentárias, conceitua ROBERTO SENSE LISBOA: Testemunhas testamentárias são os sujeitos que se fizeram presentes ao de testar. Elas garantem e veracidade das disposições. 
Não é permitido o testemunho do menor de 16 anos, dos portadores de enfermidade física ou psíquica grave, que obsta o discernimento, dos analfabetos, do legatário, do herdeiro instituído e seus ascendentes, descendentes, irmãos, tios, sobrinhos e cônjuge, assim como os parentes por afinidade até o 3º grau, o surdo-mudo que não sabe exprimir a sua vontade e do cego.
Excluindo-se as pessoas acimas mencionadas, as quais a lei veda expressamente de servir de testemunhas testamentárias, todas as pessoas capazes podem testemunhar no ato do testamento.
Conforme ensinamentos de MARIA HELENA DINIZ - São instrumentárias, pois subscrevem o ato para o qual foram convocadas, intervindo ad probationeme ad solemnitatem, tendo um dever de fiscalização, assegurado a identidade do testador, a autenticidade e a liberdade da declaração de sua vontade e verificando se sua manifestação volitiva foi reproduzida com fidelidade na facção testamentária. Por isso, não podem ser incapazes de testemunhar por inaptidão de ordem física ou psíquica, por suspeição ou por interesse.[2: DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro - Direito de Família. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2002, v. 5, p. 171]
 4. FORMAS ESPECIAIS DO TESTAMENTO
5. DIREITO DE ACRESCER - FIDEICOMISSÁRIA
 6. INVENTÁRIO / PARTILHA 
No meio jurídico, há quem ainda confunda os termos inventário e partilha, sendo essencial elencar os pontos de cada procedimento:
Inventário: Procedimento/ momento processual, no qual os herdeiros, credor ou interessado informará os bens e dívidas que serão herdados. 
Ao término da apuração de todo o patrimônio, apurado os créditos e dívidas, contabilizadas todas as pendências, e, havendo saldo positivo, ocorrerá a partilha. 
Partilha: Procedimento para a divisão do acervo hereditário, sendo na verdade parte do inventário, ressaltando que a partilha possui caráter declaratório de direitos e não constitutivos.
Obs¹: Um aspecto relevante a ser destacado é que, apesar da partilha fazer parte do inventário, poderá ou não ser realizada nos mesmo autos do inventário, cabendo à partilha posterior.
6.1 DISPOSIÇÕES DO TEMA
 O livro V, do código civil, onde trata do direito das sucessões, é dividido em quatro títulos, sendo o último deles, destacando-se o do “Inventário e da Partilha” bem como, no Código do Processo Civil, nos procedimentos especiais. 
O título IV, por sua vez, é divido em capítulos, sendo o primeiro deles, “Do Inventário”, já a partilha será tratada no Capítulo V do mesmo título. Com a abertura da sucessão, transmite-se a herança aos herdeiros legítimos os testamentários, no entanto, com a abertura do inventário, o espólio ficará sob a administração do inventariante, que terá esse cargo, obedecendo a uma ordem legal, sendo esse responsável pelas perdas e danos patrimoniais, os bens eventualmente venham a sofrer, para tanto, o compromisso do inventariante começa a partir da assinatura do termo de compromisso, até a homologação da partilha.
O Novo Código do Processo Civil, tratando-se dos procedimentos especiais, no artigo 617, traz a baila, uma ordem lógica da nomeação do inventariante, In Verbis.
Artigo 617 Código do Processo Civil
O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem:
I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste;
II - o herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou se estes não puderem ser nomeados;
III - qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na administração do espólio;
IV - o herdeiro menor, por seu representante legal;
V - o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do espólio ou se toda a herança estiver distribuída em legados;
VI - o cessionário do herdeiro ou do legatário;
VII - o inventariante judicial, se houver;
VIII - pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.
Parágrafo único. O inventariante, intimado da nomeação, prestará, dentro de 5 (cinco) dias, o compromisso de bem e fielmente desempenhar a função.
Posto isso, conclui-se que, caso o Juiz não indique o inventariante de acordo com a vontade das partes, será respeitada a ordem do artigo vislumbrado acima. 
À luz do Novo Código Processual Civil Brasileiro, em seu artigo 618, traz as disposições que o nomeado a inventariante deverá tomar, 
eis:
Art. 618.
Incumbe ao inventariante:
I - representar o espólio ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, observando-se, quanto ao dativo, o disposto no art. 75, § 1º;
II - administrar o espólio, velando-lhe os bens com a mesma diligência que teria se seus fossem;
III - prestar as primeiras e as últimas declarações pessoalmente ou por procurador com poderes especiais;
IV - exibir em cartório, a qualquer tempo, para exame das partes, os documentos relativos ao espólio;
V - juntar aos autos certidão do testamento, se houver;
VI - trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro ausente, renunciante ou excluído;
VII - prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o juiz lhe determinar;
VIII - requerer a declaração de insolvência.
Como se pode notar, a responsabilidade de um inventariante em um processo é um importante como se ratifica, no artigo 619 do NCPC: 
Art. 619.
Incumbe ainda ao inventariante, ouvidos os interessados e com autorização do juiz:
I - alienar bens de qualquer espécie;
II - transigir em juízo ou fora dele;
III - pagar dívidas do espólio;
IV - fazer as despesas necessárias para a conservação e o melhoramento dos bens do espólio.
Muito importante mencionar, que caso o inventariante, não cumpra certos preceitos, postos no artigo 622 NCPC, será removido do seu encargo de inventariante: 
Art. 622.  O inventariante será removido de ofício ou a requerimento:
I - se não prestar, no prazo legal, as primeiras ou as últimas declarações;
II - se não der ao inventário andamento regular, se suscitar dúvidas infundadas ou se praticar atos meramente protelatórios;
III - se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem dano;
IV - se não defender o espólio nas ações em que for citado, se deixar de cobrar dívidas ativas ou se não promover as medidas necessárias para evitar o perecimento de direitos;
V - se não prestar contas ou se as que prestar não forem julgadas boas;
VI - se sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio.
Obs²: Apesar de ser o inventariante, responsável por todas as atividades, elencadas acima, os herdeiros e sucessores na sua totalidade, serão autores e réus nas ações em que o espólio for parte, pois poderá ocorrer prejuízo ou acréscimo patrimonial, sendo, portanto, de interesse destes. Entretanto, caso seja preciso à realização de benfeitorias necessárias, terá direito a receber o que gastou, devendo ser o valor descontado do espólio. 
Obs³: Após a assinatura do termo de compromisso, terá o inventariante, 20 dias para apresentar as primeiras declarações, tendo o inventário assim como a partilha, devem ser requerido no prazo de sessenta dias, contados da abertura da sucessão. A legislação prevê prazos, para esse procedimento, de início e de termino, que será de doze meses, mas poderá ser prorrogado a pedido. Caso haja a perda do prazo, poderá ser aplicada multa, sobre o imposto devido à transmissão causa mortis, mas se o atraso pelo o término ou inicio do processo não foi por culpa, não será punida com a multa, trata-se de um entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal na Súmula 542, eis:
Não é inconstitucional a multa instituída pelo Estado-membro, como sanção pelo retardamento do início ou da ultimação do inventário.
O foro competente para o inventário será do domicilio do autor da herança, se não houver um definido, será competente onde se encontram os bens a serem inventariados, não obstante, não havendo domicilio certo e existência de bens em mais de um foro, será competente para processar o inventário, o local do óbito. 
6.2 INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL OU ADMINITRATIVO
Assim como ocorre com o divórcio, as partes poderão realizar inventário e partilha por meio de uma Escritura Pública, desde não exista herdeiros menores ou incapazes, se ocorrer de forma consensual e se estiverem assistidos por um advogado.
 Esse procedimento, sé será possível, se houver total concordância entre as partes, sendo obrigatoriamente judicial, quando houver divergência entre herdeiros ou se algum deles for incapaz. Isso se justifica pelo o conflito de interesses que necessita ser dirimido por quem não faz parte da demanda e, no caso da incapacidade, para que ao seu detentor não sobrevenha lesão.
6.3 INVENTÁRIONEGATIVO
Aquele que é instaurado para se obter o reconhecimento judicial de inexistência de bens do falecido a serem partilhados.
 Esse instituto, tem como objetivo, de evitar confusão, caso o viúvo ou viúva, queira contrair novas nupciais ou quando tiver que provar que os encargos deixados pelo o autor da herança, ultrapassam o valor desta, concluindo, essa disposição de tema, este instituto também servirá para que o herdeiro não corra o risco de pagar uma dívida que não é sua.
6.4 PARTILHA
Segundo Venosa, 
Terminado o inventário ou arrolamento, quando já existe o quadro completo do monte, acervo ou patrimônio sucessório, seguir-se-á a partilha, isto é, a divisão dos bens entre os herdeiros e legatários e a separação da meação do cônjuge ou direitos do companheiro se for o caso” (2011,p.395).
Desta forma, verifica-se que a partilha será um procedimento posterior ao inventário, podendo ocorrer de forma judicial ou extrajudicial, sendo nela definida a parte ou quinhão de cada um dos herdeiros, após descontadas as dívidas e despesas do de cujus.
Obs¹: Se não houver consenso entre as partes, o juiz designar os bens que comporão cada quinhão, se necessário, será nomeado um partido, que procederá a divisão, nos termos da decisão judicial, o que versa o artigo 653 do NCPC: 
Art. 653 A partilha constará:
I – de auto de orçamento, que mencionará:
a) os nomes do autor da herança, do inventariante, do cônjuge ou companheiro supérstite, dos herdeiros, dos legatários e dos credores admitidos;
b) o ativo, o passivo e o líquido partível, com as necessárias especificações;
c) o valor de cada quinhão;
II – de folha de pagamento para cada parte, declarando a quota a pagar-lhe, a razão do pagamento e a relação dos bens que lhe compõem o quinhão, as características que os individualizam e os ônus que os gravam.
Parágrafo único. O auto e cada uma das folhas serão assinados pelo juiz e pelo escrivão.
Após, da delimitação das cotas, será emitido o formal de partilha.
Será possível, ingressar com ação de anulação de partilha amigável, no prazo decadencial de um ano, nos casos em que houver dolo, coação, erro essencial, ou intervenção de incapaz, nos termos dos artigos 657 e 966 do CPC, in verbis:
Art. 657 CPC
A partilha amigável, lavrada em instrumento público, reduzida a termo nos autos do inventário ou constante de escrito particular homologado pelo juiz, pode ser anulada por dolo, coação, erro essencial ou intervenção de incapaz, observado o disposto no § 4º do art. 966.
Parágrafo único. O direito à anulação de partilha amigável extingue-se em 1 (um) ano, contado esse prazo:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessou;
II - no caso de erro ou dolo, do dia em que se realizou o ato;
III - quanto ao incapaz, do dia em que cessar a incapacidade.
Art. 966 (...) § 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.
6.5 SOBREPARTILHA
Nos casos em que exista patrimônio não partilhado, sendo esse justificadamente apresentado, será realizada uma nova partilha, ou sobrepartilha destes bens do espólio, nos mesmos moldes do inventário já concluído, segundo o artigo 669 NCPC, in verbis:
Art. 669.
São sujeitos à sobrepartilha os bens:
I - sonegados;
II - da herança descobertos após a partilha;
III - litigiosos, assim como os de liquidação difícil ou morosa;
IV - situados em lugar remoto da sede do juízo onde se processa o inventário.
Parágrafo único. Os bens mencionados nos incisos III e IV serão reservados à sobrepartilha sob a guarda e a administração do mesmo ou de diverso inventariante, a consentimento da maioria dos herdeiros.
7. HISTÓRICO DA COLAÇÃO
 Colação (rapport, dos franceses, Collazione, dos italianos, colación, dos espanhóis, ausgleichung, dos alemães) é o ato de reunir ao monte partível, qualquer liberalidade recebida do de cujus, pelo herdeiro descendente, antes da abertura da sucessão. O vocábulo teve origem em Roma. Provem do termo latino- collatio, oriundo por sua vez do supino – collatum, do verbo conferre, o qual significa em português, conferir, ajuntar, reunir, trazer juntamente.
Este é o motivo pelo qual se empregam de modo equivalente as expressões trazer à colação e conferir. Para o direito sucessório não há diferença entre colação e conferência.
O instituto em apreço, desde a sua origem, na antiga Roma, sempre teve a mesma finalidade, qual seja, estabelecer a igualdade entre os sucessores. No direito patriarcal na Roma antiga, o filho emancipado tornava-se paterfamilias, desligando-se completamente da sua família de origem. Assim sendo, este perdia os eventuais direitos que tinha sobre os bens de seus ascendentes, inclusive os direitos oriundos da sucessão causa mortis.
A partir do direito pretoriano houve uma evolução no direito civil, o qual passou a chamar tanto os filhos in potestate pátria quanto os filhos emancipados, conjuntamente, à bonorum possessio ab intestato e à bonorum possessio contra tabulas.
Os filhos emancipados desde cedo, iniciavam a formação de patrimônios próprios, eles trabalhavam para si mesmos. De outro vértice, os demais filhos que não eram emancipados, trabalhavam em comum, para aumentar a fortuna do pai.
Diante disto, quando o pai falecia era uma injustiça enorme, pois os filhos emancipados também iriam participar da divisão dos bens do pai, que eram frutos das atividades que dos irmãos que se encontravam sob o pátrio poder.
Com a finalidade de acabar cm tal injustiça, o pretor, através de edito, determinou que o filho emancipado devesse conferir todos os bens que tivesse adquirido desde a sua emancipação até a morte do pater, sempre que concorresse à herança com outros herdeiros não emancipados. Surge, então, a collatio bonorum vei emancipati.
Posteriormente, o poder de colação foi estendida à filha, no que se refere ao dote havido do pater; era a chamada collatio dotis. A filha casada que se encontrava sujeita ao pátrio poder do falecido pai, e não do marido, recebia um dote, que se tornava propriedade deste. Com a dissolução do casamento, a mulher, em certas condições, podia exigir do ex-marido a restituição do dote.
Conforme será analisado doravante, a lei brasileira não impõe o dever de conferência a todos os herdeiros necessários, mas, apenas, aos descendentes em linha reta e o cônjuge ou companheiro sobrevivente.
 7.1 FUNDAMENTOS
Com a finalidade de justificar de justificar a exigência da colação, a doutrina elenca diversos fundamentos. Desde o início, deixamos claro que de todas as teorias expostas abaixo, as que melhor servem ao direito pátrio são a da igualdade entre os descendentes e a da antecipação da herança.
 VONTADE PRESUMIDA DO ASCENDENTE
O primeiro fundamento que a doutrina utiliza para justificar a exigência da colação é a vontade presumida de que o ascendente tratava de igual afeto todos seus descendentes. Por esta razão, deve-se manter igualadas as partes legitimas dos herdeiros necessários.
O ascendente permite que o seu herdeiro necessário desfrute do bem que só receberia quando abrisse a sucessão paterna, isto é, há a antecipação do gozo, mas jamais do domínio do bem em favor do herdeiro beneficiado. Por este motivo, faz-se imperativo que o herdeiro donatário colacione o bem quando abrir a sucessão do ascendente doador.
Orlando Gomes sacramenta que “a teoria da vontade presumida deve ser rejeitada, não somente por se atritar com a disciplina legal do instituto, como, também, por defeito técnico. Choca-se, realmente, com a norma que faculta ao ascendente dispensar a colação. Tecnicamente, as regras que estabelecem presunção criam, como hipótese, direitos substantivos nem constituem obrigações, limitando-se a impor ao juiz o dever de considerar provado determinado fato jurídico. Da vontade presumida do ascendente não poderia nascer à obrigação de conferir, constituída por lei supletiva.”A COMPROPRIEDADE FAMILIAR
O segundo fundamento apresentado pela doutrina minoritária para justificar a exigência de colação é a compropriedade familiar.
Para os defensores deste fundamento, os descendentes teriam a compropriedade dos bens que o ascendentes possuía em vida. Sendo assim, se um dos descendentes fosse agraciado por uma doação feita em vida pelo ascendente, ele deveria colacionar o bem recebido, pois, na verdade, este bem é de compropriedade de todos os ascendentes. 
Tal teoria é criticada por vários doutrinadores e juristas, tendo em vista que os herdeiros necessários, enquanto viver o ascendente, possuem uma expectativa de direito de receber herança deste. De forma alguma, podemos afirmar que esta expectativa de direito converte-se em com propriedade. O patrimônio do ascendente é dele enquanto viver, e cabe ao mesmo à liberdade de sobre ele dispor, é claro, respeitando as limitações impostas pelos artigos 548 e 549 do Código Civil.
 In verbis
Art. 548: É nula a doação de todos os bens sem reserva da parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
Art. 549: Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade poderia dispor em testamento.
 INTERESSE SUPERIOR DA FAMÍLIA
Inaceitável, também, fundamentar a obrigatoriedade de colação sob o argumento do interesse superior da família. Este fundamento é deveras genérico, abstrato, não serve de alicerce para sustentar a necessidade de conferir doações feitas pelo ascendente em favor de herdeiro necessário.
 A IGUALDADE ENTRE OS DESCENDENTES
Ao contrário dos três fundamentos supracitados, a teoria da igualdade entre descendentes ou igualdade entre legítimas foi um dos nortes que inspiraram o legislador na regulamentação do instituto da colação.
O emitente professor Carlos Roberto Gonçalves afirma que a doutrina contemporânea sustenta que desde a sua origem, no direito romano, a colação assenta o seu fundamento jurídico no princípio da equidade das legítimas. Os descendentes e o cônjuge sobrevivente são herdeiros necessários do de cujus, nesta qualidade, possuem, de direito, e em frações iguais, a metade dos bens deste. Quando um ascendente beneficia, em vida, um descendente ou cônjuge sobrevivente com uma doação ou qualquer outra liberalidade, está quebrando com aquela condição de igualdade e desfalcando o monte em detrimento dos demais.
 ADIANTAMENTO DE LEGÍTIMA
A forma de impor obediência ao princípio da igualde entre os descendentes é considerando as liberalidades feitas pelo ascendente doador, em vida, beneficiando herdeiro necessário, como adiantamento de legítima (CC, art. 544).
Neste sentido afirma Arnaldo Rizzardo: “Todo ato de liberalidade, inclusive doação, feito a descendente e/ou herdeiro necessário nada mais é que adiantamento de legítima, impondo, portanto, o dever de trazer à colação, sendo irrelevante a condição dos demais herdeiros.”
Pode-se afirmar, portanto, que a doutrina contemporânea considera ter a colação como escopo a equidade e a igualdades das legítimas, fundando-se na vontade presumida do finado. Comprova-se a veracidade dessa concepção o fato de o doador necessitar, se desejar realmente gratificar o donatário, colocando-o em posição vantajosa em relação aos demais descendentes, declarar expressamente essa intenção, dispensando da colação o beneficiários como prevê o art. 2.005, caput, do Código Civil. Neste caso, a doação que antes seria destacada da parte legítima passa a ser destacada da parte disponível.
 NATUREZA JURÍDICA DA COLAÇÃO
Primeiramente, cumpre salientar que não é pacifico o entendimento doutrinário acerca da natureza jurídica da colação.
Parte da doutrina entende que a natureza jurídica da colação funda-se na vontade presumida do ascendente doador. Conforme dito anteriormente, há muita divergência entre os doutrinadores sob tal fundamento.
Prevalece entre os doutrinadores a opinião de que a natureza jurídica da colação funda-se na obrigação imposta legalmente ao herdeiro necessário de restituir ao monte-partível as liberalidades que recebeu do ascendente doador quando este ainda era vivo. Diante disto, chega-se ao objetivo principal deste instituto, qual seja, a igualdade das legítimas dos descendentes, segundo preceitua o artigo 2.003, do Código Civil.
 PRESSUPOSTOS DA COLAÇÃO
No direito brasileiro a colação possui três pressupostos: (I) A colação é cabível apenas na sucessão legítima; (II) Existência de co-herdeiros necessários, descendentes; (III) A ocorrência de uma liberalidade feita em vida, pelo ascendente, em favor de descendente ou do cônjuge sobrevivente.
 A COLAÇÃO É CABÍBEL APENAS NA SUCESSÃO LEGÍTIMA
Como primeiros pressupostos, podemos citar que a colação cabe apenas nos casos de sucessão legítima. Não há colação na sucessão testamentária porque, como o objetivo da colação é igualar a legítima dos descendentes e estando esta fora do poder de disposição do testador, é na sucessão legítima que se há de colacionar ou conferir a liberalidade dos ascendentes. Havendo apenas herdeiros testamentários, ou legados, ninguém poderá reclamar que se considere, para o monte da parte disponível, aquilo que foi objeto de doação.
EXISTÊNCIA DE CO-HERDEIROS NECESSÁRIOS, DESCENDENTES
Além disto, para que seja obrigatória a colação, é necessária a existência de co-herdeiros necessários, descendentes. Se houver apenas um descendente, não se pode falar em colação, já que não há que se estabelecer qualquer igualdade. Também não há colação quando os legitimários são apenas ascendentes.
 A OCORRÊNCIA DE UMA LIBERALIDADE FEITA EM VIDA, PELO ASCENDENTE EM FAVOR DE DESCENDENTE OU DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE
Por fim, tem-se como último pressuposto da colação, a ocorrência de uma liberalidade feita em vida, pelo ascendente, em favor de descendente ou do cônjuge sobrevivente. As liberalidades ou doações devem ser entendidas em sentido amplo, de forma que abranja todas as liberalidades com que o de cujus tenha, direta ou indiretamente, gratificado o herdeiro. Assim, as quantias com que o pai solveu, gratuitamente, as dividas do filho devem ser computadas também na sua legítima.
7.12 DEVER DE COLAÇÃO
Colação é o dever imposto aos descendentes e ao cônjuge de levarem à herança os valores das doações que receberam do de cujus, em vida deste, para que possam compor o valor total da legítima dos herdeiros necessários. Tem por fito a equalização das partes de todos os herdeiros necessários sucessíveis, em relação ao valor da legítima.
Conforme disposto no artigo 1.992 do Código Civil:
Art.1.992. O herdeiro que sonegar bens da herança, não os descrevendo no inventário quando estejam em seu poder, ou, com o seu conhecimento, no de outrem, ou que os omitir na colação, a que os deva levar, ou que deixar de restituí-los, perderá o direito que sobre eles lhe cabia.
O dever de trazer o bem doado à colação é do herdeiro necessário que recebeu a doação, o descumprimento do dever de colação tem como consequência a pena de sonegação, explicitamente referida no Código Civil de 2002. “A colação é figura típica da sucessão legítima, até, melhor dizendo, da sucessão necessária ou legítima, pois tem o objetivo de igualar os quinhões dos herdeiros necessários.”
Ressalta-se que o cônjuge também tem esse dever de colacionar, se concorrer na herança com o descendente.
 Os valores das doações são deduzidos da parte que cada um teria a receber, em relação ao montante da legítima. 
Exemplificando: se são três os filhos do de cujus e um deles recebeu doação em vida no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) sendo o valor total da parte legítima de R$ 7.000,00 (sete mil reais) soma-se este àquele, resultando em R$ 9.000,00 (nove mil reais); cabe a cada filho o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) devendo receber o donatário apenas o acréscimo de R$ 1.000,00 (um mil reais).
É necessário ser arrolado todo e qualquer bem doado, não importando a data ou valor ou se o herdeiro necessário ainda figura ou não como proprietário. Se o bem passou pelo patrimôniodo herdeiro, pressupõe-se que houve fruição com sua utilização.
O dever é o mesmo a quem renuncia à herança ou é excluído da sucessão, sendo que estes também devem trazer à colação os bens que receberam como doação quando o falecido ainda vivia.
O que exceder à quota do herdeiro necessário, beneficiário da doação, terá de ser reduzido.
 Por isso é que a solução da lei é considerar a doação a herdeiro necessário como adiantamento da legítima, sendo a colação o meio que permite a verificação se o valor da liberalidade não ultrapassou a sua quota da legítima e também a integração desse valor nessa quota. A colação permite discriminar o que foi e o que não foi adiantamento da legítima. 
7.13 DOAÇÃO ENTRE HERDEIROS NECESSÁRIOS
De acordo com o Código Civil vigente, o artigo 2.002° dispõe:
Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação.
Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será computado na parte indisponível, sem aumentar a disponível.
Portanto, tornou claro que o que vai à colação é o valor da doação. Não é objeto da colação a doação em si ou o bem doado. A obrigação de trazer bens à colação é dos herdeiros legítimos, não se aplicando aos herdeiros facultativos, aos herdeiros testamentários e aos legatários.
Com a leitura do artigo supratranscrito, depreende-se que o dever de levar bens à colação se aplica, em suma, aos descendentes. Entretanto, importante frisar que tal dever também se estende ao cônjuge sobrevivente, que, com o advento do Código Civil de 2002, foi qualificado como herdeiro necessário privilegiado, capaz de concorrer com o descendente nas hipóteses elencadas no inciso I do artigo 1829 do referido diploma legal. Note-se, inclusive, que o artigo 2.003 do Código Civil confirma essa assertiva:
"Art. 2.003. A colação tem por fim igualar, na proporção estabelecida neste Código, as legítimas dos descendentes e do cônjuge sobrevivente, obrigando também os donatários que, ao tempo do falecimento do doador, já não possuírem os bens doados".
Os ascendentes são herdeiros necessários, mas não foram citados na obrigatoriedade de trazer bens à colação. Tendo em vista que se trata de ônus imposto ao herdeiro, não se pode utilizar de analogia para restringir direitos. Nesse sentido é o magistério de Zeno Veloso:
"Se a colação toma por base de que o doador quer apenas adiantar (antecipar) a herança do herdeiro, e não colocá-lo em situação mais vantajosa que a dos outros, não é razoável imaginar que o descendente que doa algo ao pai ou à mãe tenha em mente adiantar a herança dos genitores, pois o normal é que os pais morram antes do filho".
Por esse motivo, os ascendentes não são elencados como obrigados à colação.
Se o herdeiro necessário que recebeu a doação morrer antes do "de cujus", dar-se-á o chamado direito de representação, sendo os herdeiros do donatário a obrigação de trazer à colação quando comparecerem em substituição ao pré-morto na abertura da sucessão do "de cujus".
Cabe aqui citar Maria Berenice Dias:
"Os netos precisam trazer à colação os bens recebidos pelo seu genitor, quando comparecem à sucessão do avô por direito de representação. Quando a doação é feita pelo avô ao neto, não há dever de colação, ainda que por ocasião de abertura da sucessão forem os netos os únicos herdeiros. Do mesmo modo, o pai não tem que colacionar o bem doado pelo seu pai ao seu filho".
Nesse aspecto há uma grande crítica trazida pela doutrina, pois ainda que os que representem o pré-morto jamais tenham auferido qualquer tipo de ganho com a doação recebida, serão responsáveis pela restituição.
O momento da verificação da qualidade do herdeiro como necessário ou não é o da doação e não da abertura da sucessão. Assim, se no momento da doação o donatário não possuía a qualidade de herdeiro necessário, não será, portanto, obrigado a trazer a doação à colação – ainda que no momento da abertura torne-se herdeiro necessário.
Para ilustrar, pode-se citar doação feita por avô ao seu neto enquanto seu filho ainda estava vivo. No momento da doação o neto não figurava como herdeiro necessário, porém no momento do falecimento de seu avô seu pai já era pré-morto, tornando-se, assim, herdeiro necessário. A doação auferida anteriormente não será objeto de colação.
Outra observação importante é acerca do surgimento de novos herdeiros, situação comum atualmente com o número de divórcios e surgimento de novas famílias em paralelo à anterior. O nascimento de novo herdeiro após ser feita a doação não exime o donatário, se herdeiro necessário, de trazer o bem à colação.
As doações aos futuros herdeiros são permitidas; o que não se permite é o excesso do valor correspondente às legítimas dos herdeiros necessários. Denomina-se doação inoficiosa a que excede esse limite, o que conduz à nulidade do excedente. 
Como previam as Ordenações Filipinas o fundamento é o de evitar-se “enganos e demandas” entre ascendentes e descendentes.
 Teixeira de Freitas, em nota ao art. 1.206 da sua Consolidação das Leis Civis, disse, em lição atual, que a obrigação de trazer à colação, “não depende de nenhuma declaração do ascendente doador”, positiva ou negativa
. O doador não pode fazer declaração em contrário, que afaste a incidência da colação, em qualquer circunstância, salvo sua dispensa, dentro dos limites legais.
7. 14 DOAÇÃO ENTRE CÔNJUGES E ENTRE COMPANHEIROS
Incluiu-se na incidência do adiantamento da legítima a doação entre cônjuges, apesar da omissão do art. 2002, pois este deve ser interpretado sistematicamente com o art. 544, que alude expressamente ao cônjuge, porque um está relacionado ao outro. A doação, nessa hipótese, depende do regime matrimonial de bens, para que sejam identificáveis os bens particulares ou fora da comunhão, que podem ser individualmente disponíveis.
       Apenas considera-se adiantamento da legítima se o cônjuge estiver na ordem da vocação hereditária, quando da abertura da sucessão, isto é, se não houver descendentes ou descendentes do outro cônjuge. Todavia, considerar-se-á adiantamento quando concorrer com os descendentes ou ascendentes, porque investe-se em peculiar posição de herdeiro necessário. Em relação aos ascendentes, só há colação se o cônjuge sobrevivente tiver recebido bens em doação do outro e concorrer com os ascendentes.
O Código Civil não se refere ao companheiro em união estável, entre os que estão obrigados à colação. Todavia, o princípio da igualdade impõe tratamento idêntico ao do cônjuge. O companheiro é herdeiro necessário, tanto sobre o ponto de vista da constitucionalidade do art. 1.790 do Código Civil, quanto o de sua inconstitucionalidade, como sustentamos. Herdeiro por sucessão concorrente quer pela aplicação do art. 1.790, quer pela aplicação analógica do art. 1.829, em seu lugar, é espécie do gênero herdeiro necessário. Sendo assim, qualquer doação que o outro companheiro lhe faça é adiantamento da legítima e, consequentemente, dever de colação.
7.15 DOAÇÕES EXCLUÍDAS DA COLAÇÃO
As doações remuneratórias como recompensa de serviços feitos ao ascendente-doador não importam adiantamento, estando excluídas do dever de colação.
 Exemplifique-se com a doação feita pelo pai a um filho, por determinados trabalhos que este realizou em favor daquele, sem nada cobrar. Além da doação pura, onde a liberalidade é integral sem qualquer restrição, o Código Civil admite outros tipos, nos quais a liberalidade é contida (doação meritória, doação remuneratória, doação com encargo ou modal), mas seu art. 2.011 apenas alude às doações remuneratórias, como as não sujeitas a colação. 
A doação remuneratória conjuga liberalidade e remuneração por serviços prestados pelo donatário ao doador. Tem o propósito de recompensar serviços gratuitos recebidos. 
A doação remuneratória não se confunde com adimplemento de obrigação nem com dação em pagamento, que é a substituição da coisa devidapor outra. O pagamento ou adimplemento de obrigação é incompatível com a causa donandi; em outras palavras, se há negócio jurídico, não se pode solver a obrigação mediante doação. Se, na doação remuneratória houver excesso da remuneração, em relação aos serviços, que ponha em dúvida o elemento de gratidão e generosidade que caracteriza essa doação, o excesso deve ir à colação, pois é doação dissimulada.
Também não estão sujeitos à colação os gastos na educação, vestuário, sustento do descendente menor, as despesas com casamento do descendente e as feitas no interesse de sua defesa criminal (CC, art. 2.010), segundo as condições sociais e econômicas do ascendente e os costumes.
 Entendem-se como despesas com o casamento, que escapam da colação, a dação de móveis e utensílios para a casa onde morará o descendente. Porém, se o de cujus vendeu imóvel ou outro bem valioso para empregar o valor decorrente na festa suntuosa de casamento do descendente, esse valor deve ir à colação, porque é despesa manifestamente excessiva que deslizou para doação inoficiosa, dadas as condições do de cujus.
Excluem-se da colação os gastos do “descendente menor”, cuja menoridade, literalmente (CC, art. 5º) cessa aos dezoito anos, mas a doutrina e a jurisprudência tem admitido a extensão da idade até vinte quatro anos, quando se presume que um brasileiro possa concluir o curso universitário, para fins de alimentos; a razão de ser dessa extensão é a mesma que deve orientar a aplicação da norma que exclui da colação as despesas educacionais do menor, por sua natureza protetiva. 
Os gastos com educação incluem a compra de livros, materiais escolares, roupas, equipamentos eletrônicos, instrumentos para pesquisa.
As despesas feitas pelo de cujus com herdeiro necessário, excluídas da colação, não se esgotam no elenco da lei, que são meramente exemplificativas. Não constituem, portanto, numerus clausus. Contrariamente, amplia-se o sentido de doação indireta ou dissimulada, as quais, se configuradas assim, dever ser levadas à colação.
Pontes de Miranda exclui também da colação os gastos com montagem de locais de trabalho profissional, como escritórios, consultórios, oficinas, lojas, salvo se houver excesso. O ônus de provar de que tais despesas estiveram dentro dos limites do razoável é do herdeiro necessário beneficiário.
7.16 BENS SUJEITOS A COLAÇÃO
São sujeitos à obrigação conferencial os bens doados a herdeiros necessários (descendentes e cônjuge sobrevivente). Até o falecimento do doador, o bem pertence ao donatário com exclusividade. No momento em que morre o doador, os bens da sucessão passam a todos herdeiros de forma indivisa, em condomínio (CC, art. 1.791, parágrafo único). Como houve adiantamento da legítima, a quota hereditária doada precisa ser trazida à colação.
Em linhas gerais a doutrina considera que devem ser trazidos à colação os seguintes bens:
As doações constituídas pelo ascendentes.
Doações doas avós aos netos, quando eles concorrerem a herança com tios ou primos.
Doações recebidas pelos pais, quando estes falecerem antes do doador e forem representados pelo sucessor.
Recursos fornecidos pelo ascendente, para que o descendente pudesse adquirir bens.
Dinheiro colocado a juros pelos ascendente em nome do descendente ou cônjuge sobrevivente.
Valor da dívida do descendente, remitida pelo pai.
E entre outras, ressalta-se que não são apenas as doações feitas diretamente ao herdeiro, como também as indiretas devem ser trazidas à colação. A doação feita por interposta pessoa física ou jurídica configura simulação.
7.17 BENS E DESPESAS EXCLUÍDOS DA CONFERÊNCIA COLACIONAL
Vale salientar, um dos principais bens e despesas que são excluídos da conferencia colacional, que sãos as despesas ordinárias do ascendente com o descendente, enquanto menor.
O artigo 2.010, do CC, dispensa de colação os gastos normais de ascendente com descendente, enquanto menor, na sua educação, estudos, sustento, vestuários, tratamento nas enfermidades, e entre outros.
Estes gastos ordinários não constituem doação, porque não aumenta o patrimônio dos filhos. Ademais, tais despesas correspondem ao cumprimento de obrigação natural imposta pelo direito aso pais.
Portanto, não há do que se falar em colação.
7.18 MODOS DE REALIZAÇÃO DA COLAÇÃO
Existem dois modos de levar à conferência as doações recebidas, o primeiro modo é o da colação por substância, que se considera que o bem doado é restituído ao monte partível, desconstituindo-se, então, a doação. Assim, cabe atribuir-lhe o valor ao tempo da abertura da sucessão.
O segundo modo é o da colação por estimação, sustenta que o cálculo do valor da doação deve ser eito pelo valor estimativo à época da liberalidade. O herdeiro não traz o bem à sucessão, apenas computa o seu valor para simples conferência.
O código civil de 2002, parece adotar as duas teorias. Prevalece na doutrina a teoria da estimação e só alternativamente a da substância (CC, art. 2003 paragrafo único).
 
8. SONEGADOS
9. IMPUGNAÇÃO DA PARTILHA
 10. CONCLUSÃO
No curso do presente estudo, foi possível conjecturamos a importância da sucessão testamentária haja vista que esta pode harmonizar as relações familiares através de suas disposições.
Nessa modalidade de testamento prevalece o ato de vontade do autor da herança, sendo lhe permitido a sua manifestação em testamento e pode ser alterado a qualquer tempo pelo testador. 
Averiguamos ao longo do nosso estudo que o ato de testar, apesar de não ser uma rotina cotidiana da população, é permitido a qualquer pessoa dispor, via testamento de parte dos seus bens ou até mesmo de sua totalidade para depois de sua morte. Contudo, havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade dos seus bens, cognominada de parte legítima, esta não poderá ser incluída no testamento. 
Vale lembrar que não é permito que, a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge, ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos, bem como, as testemunhas, sejam nomeados herdeiros nem legatários. Na ausência de testamento, obrigatoriamente, deverá ser aberto o processo de inventário
Ao longo desse trabalho foi enumerada as formas de testamentos cada uma com suas peculiaridades e o disposto legal correspondente a cada um. Mas, é interessante aludir, que de acordo com alguns autores, as espécies de testamentos que se tem nos dias de hoje, não possuem a mesma ênfase que outrora tiveram, lá na Roma Antiga onde teve sua origem. Isso decorre do fato de a população nacional não ter o hábito de elaborar testamentos, pois tem em mente de que o mesmo é uma espécie de convite para a morte, uma precocidade de um episódio que pode não advir.
Nesta linha de pensamento, podemos mencionar os ensinamentos de:
JOSÉ DA SILVA PACHECO - Verdade é que o Direito das Sucessões que hoje temos resultou da fusão do Direito Romano, que não só admitia a liberdade de testar sobre a totalidade do patrimônio do de cujus, mas tinha a sucessão testamentária na mais alta expressão, a ponto de, entre os romanos, considerar-se uma vergonha morrer sem testamento, e do primitivo Direito germânico que considerava que os bens deviam correr como o sangue para os herdeiros legítimos. É claro, porém, que tanto no Direito Romano, como no dos outros povos que o admitiam ou vieram a admitir, como o nosso, é a sucessão testamentária posterior à legítima[3: PACHECO, José da Silva. Inventários e partilhas na sucessão legítima e testamentária. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p. 281 esegs.]
Diante do exposto e dadas as breves pinceladas gerais sobre o tema sucessão testamentária, concluímos que o objeto primordial deste organismo, que é de ordem patrimonial que envolve a transmissão dos bens, é sem sombra de dúvidas, a preservação o direito de propriedade. Resta claro, que o motivo para se fazer um testamento decorre, na sua maioria, do fato das pessoas que não tem a quem deixar os seus bens, selecionam, comumente por afinidade ou por outro motivo um favorecido ao qual acreditaser digno de sua generosidade. 
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIVRO: curso de direito civil (sucessões) 3 edição 
AUTOR:Cristiano Chaves de Farias ,Nelson Rosenvald
EDITORA: Juspodivm
PAGINAS:392 A 397
TEIXEIRA, Tarcisio. Direito Empresarial Sistematizado: Doutrina, jurisprudência prática/ 4ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2015.
em: http://direito.newtonpaiva.br/revistadireito/docs/alunos/bkp/ALUNO0508.doc. Acesso em: 15 dez. 2008.
MIRANDA, Maria Bernadete. A apresentação e o pagamento do cheque na Lei nº 7.357/85. Disponível em: http://www.direitobrasil.adv.br/arquivospdf/artigos/artigo2.pdf. Acesso em: 18 dez. 2008.
REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. 23ªed. atual. São Paulo: Saraiva, 2003, v.2.
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