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DIPu Aula 8

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DIPu Aula 8
FONTES EXTRACONVENCIONAIS
1. COSTUME INTERNACIONAL
 
Até o fim do século XIX, O DIPU era essencialmente um Direito costumeiro, com número reduzido de tratados. As normas costumeiras eram reconhecidas como obrigatórias, estando os Estados convencidos de sua justiça e necessidade.
1.1. Definição de costume
A norma jurídica costumeira, nos termos do art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ), resulta de "uma prática geral aceita como sendo o direito". 
1.2. Elemento material. 
 
É a prática, ou seja, a ação ou a omissão (modo de proceder ante determinado quadro de fato), repetida ao longo do tempo, de um Estado ou OI. Exclui-se dos indivíduos, ONGs e empresas privadas a prerrogativa de produzir o DIPu em geral, e de criar normas costumeiras.
Quanto tempo leva a formação de um costume internacional? No julgamento do caso da plataforma continental do mar do Norte, a CIJ decidiu que "o transcurso de um período de tempo reduzido não é necessariamente, ou não constitui em si mesmo, um impedimento à formação de uma nova norma de direito internacional consuetudinário”.
1.3. Generalidade.
Deve ser um costume reconhecido de forma geral pela Sociedade Internacional. No entanto, é possível regras costumeiras regionais. Ex.: o asilo diplomático, instituição jurídica estritamente latino-americana nos tempos modernos.
Assim, prática geral significa prática comum, podendo ser regional ou global.
1.4. Elemento subjetivo: a opinio juris. 
É a convicção de que assim se procede não sem motivo, mas por ser necessário, justo e, consequentemente, jurídico. 
Não há como determinar o preciso momento histórico do início da vigência da norma costumeira. À força das circunstâncias, os Estados começam a crer que a norma existe e exatamente por isso será possível proclamar, algum tempo depois, sua existência.
1.5. Relação com outras fontes. 
Não há desnível hierárquico entre normas costumeiras e normas convencionais. Um tratado pode derrogar certa norma costumeira entre as partes. De igual modo, pode o costume derrogar a norma expressa em tratado. Nesse caso, se diz que o tratado caiu em desuso. 
O costume pode ser observado, geralmente, a partir da jurisprudência e da doutrina internacionais. 
1.6 Novo Estado
 
Todo novo Estado tem o direito de repudiar certas normas consuetudinárias mediante protesto ou rejeição manifesta, em curto espaço de tempo após sua criação.
Seu silêncio ou seu ingresso em relações oficiais com outros Estados justificam a presunção de assentimento sobre o direito costumeiro. Vale então aguardar a atitude do novo Estado sobre alguns institutos de direito costumeiro. 
1.7. Novo costume
 
Da mesma forma, a doutrina reconhece aos Estados a prerrogativa de rejeitar um novo costume, dentro de curto prazo de tempo após o reconhecimento deste. 
No caso das pescarias (Noruega vs. Reino Unido), a CIJ decidiu que a Noruega tinha direito de rejeitar um costume de pesca, dentro de um curto espaço de tempo, “já que esta sempre se opôs a qualquer tentativa de aplicá-lo à costa norueguesa”.
2. Princípios Gerais do Direito
O Estatuto da CIJ refere-se aos princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas. Ficam assim excluídas apenas as sociedades primitivas que não organizadas sob a forma estatal.
 
Os princípios decorrem do consentimento perceptivo dos Estados e não de seu consentimento criativo, que gera as demais fontes.
Os princípios fluem de modo absolutamente natural e inexorável do pensamento humano, não havendo como situá-los nas categorias de tratado ou de costume. Suas regras são, ainda, de caráter mais geral e abstrato que as das demais fontes.
São princípios gerais do DIPu: (i) boa-fé, (ii) não agressão, (iii) solução pacífica dos litígios entre Estados, (iv) autodeterminação dos povos, (v) coexistência pacífica, (vi) desarmamento, (vii) proibição da propaganda de guerra, (viii) pacta sunt servanda, (ix) lex posterior derogat priori, (x) nemo plus juris transferre potest quam ipse habet, (x) contraditório, (xi) responsabilidade e (xii) condenação do abuso de direito.

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