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04 EMBARGOS INFRINGENTES TEORIA

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PROCESSO PENAL III
EMBARGOS INFRINGENTES E EMBARGOS DE NULIDADE
CONCEITO
Embargos Infringentes: o voto vencido tem por objeto da divergência uma questão de fundo, de mérito, que poderá levar à absolvição, redução da pena, substituição por outra pena, etc.
Embargos de nulidade: o voto vencido diverge em relação a questões exclusivamente processuais, ou seja, às condições da ação, ou mesmo às nulidades processuais, tendo como consequência, se acolhidos, a nulidade da sentença ou mesmo todo o processo.
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PROCESSO PENAL III
EMBARGOS INFRINGENTES E EMBARGOS DE NULIDADE
REQUISITOS OBJETIVOS - CABIMENTO
1. É recurso que somente tem cabimento para impugnar uma decisão não unânime proferida por Tribunal no julgamento de uma APELAÇÃO, RESE ou AGRAVO EM EXECUÇÃO
2. É um recurso exclusivo da defesa, pois exige uma decisão não unânime desfavorável ao réu, ou seja, há um voto divergente a favor da tese defensiva (no todo ou em parte).
OBS: 
A)As Turmas Recursais (JECrim) não são consideradas “Tribunais”, ou seja, órgãos de segundo grau na acepção utilizada pelo CPP, portanto incabíveis os embargos infringentes e de nulidade.
B)A divergência deve ser dar na decisão e não na fundamentação
Ex. Se dois desembargadores mantém a condenação com base em determinada prova e o terceiro divergir, mas igualmente condenar apenas com base em outros elementos, não há que se falar em embargos infringentes.
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PROCESSO PENAL III
EMBARGOS INFRINGENTES E EMBARGOS DE NULIDADE
REQUISITOS OBJETIVOS – ADEQUAÇÃO
O recurso deve ser interposto por petição, não admite por termo nos autos na medida em que as razões já devem acompanhar a interposição.
REQUISITOS OBJETIVOS – TEMPESTIVIDADE
Prazo de 10 dias., contados da publicação do acórdão.
PREPARO
Exígivel somente nas ações penais privadas.
Contudo, em se tratando de embargos infringentes e de nulidade, prevalece o entendimento de que não é necessário preparo, bastando aquele feito à apelação. Isso porque se trata de um desdobramento da apelação, em razão da ausência de unanimidade na decisão, como dispõe o artigo 261 do Regimento Interno do TRF da 3ª Região.
OBS: Todavia, deve ser sempre consultado o Regimento Interno do respectivo Tribunal, pois a matéria não está disciplinada no CPP
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PROCESSO PENAL III
EMBARGOS INFRINGENTES E EMBARGOS DE NULIDADE
INTERPOSIÇÃO SIMULTÂNEA DE EMBARGOS E RECURSO ESPECIAL/EXTRAORDINÁRIO
Imaginemos a seguinte hipótese:
O Tribunal por 3 x 0 decide no sentido de desacolher a preliminar arguida (prova ilicita, nulidade, etc.), e 
No mérito, por 2 x 1, nega provimento ao apelo (voto do réu vencido)
COMO DEVE PROCEDER A DEFESA ?
Deve o réu interpor embargos infringentes em relação à questão de mérito para tentar fazer valer o voto vencido no sentido da absolvição. É fundamental esgotar todas as questões antes e ingressar com os recursos especial/extraordinário.
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PROCESSO PENAL III
EMBARGOS INFRINGENTES E EMBARGOS DE NULIDADE
INTERPOSIÇÃO SIMULTÂNEA DE EMBARGOS E RECURSO ESPECIAL/EXTRAORDINÁRIO
E quanto a preliminar de nulidade denegada à unanimidade ?
Deve o réu interpor recurso especial/extraordinário, conforme o caso, no prazo de 15 dias, da publicação do acórdão, ou poderá aguardar a decisão dos embargos infringentes ?
O CPP é omisso, dando causa a duas correntes
STJ e TRF´s: a interposição deve ser sucessiva, nos termos do artigo 498 CPC (antigo), que determina que o prazo dos recursos especial/extraordinário somente começará a correr após o julgamento dos embargos infringentes.
STF e muitos TJ´s: a interposição deve ser simultânea, sob pena de preclusão, negando a incidência do artigo 498 CPC (antigo).
OBS: O NOVO CPC extinguiu os embargos infringentes, bem como “desapareceu” a redação do artigo 498. Assim, será necessário esperar a consolidação da jurisprudência. Todavia, recomenda-se a interposição simultânea.
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PROCESSO PENAL III
EMBARGOS INFRINGENTES E EMBARGOS DE NULIDADE
EFEITO DEVOLUTIVO E SUSPENSIVO
O efeito devolutivo incumbe ao órgão jurisdicional superior o julgamento da impugnação, sem possibilidade de reexame pelo mesmo colegiado. 
O fato dos mesmos desembargadores integrantes da Câmara ou Turma Criminal integrarem o órgão colegiado superior, e a possibilidade de modificarem suas posições, não atribui aos embargos o efeito regressivo, pois não há devolução da mesma matéria para o mesmo órgão, tampouco a possibilidade de retratação pelo mesmo julgador.
Estamos diante de um novo órgão jurisdicional, hierarquicamente superior, cuja a composição é distinta e mais ampla que o colegiado que proferiu a decisão impugnada. 
Quanto ao efeito suspensivo a interposição dos embargos interrompem o prazo para interposição de qualquer outro recurso, e a possibilidade de recorrer em liberdade vale a regra geral
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