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9/25/2018 1/1 2. EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DA 3.ª TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3.ª REGIÃO Processo-crime n. ... Recurso de Apelação n. ... CAIO, já qualificado nos autos do processo-crime em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 609, parágrafo único do Código de Processo Penal, opor EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE ao venerando acórdão que manteve a decisão recorrida por maioria de votos. Requer seja recebido e processado o presente recurso, com as inclusas razões. Termos em que, Pede deferimento. (local, data) ____________________________ Advogado OAB/... n ... RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE Embargante: CAIO Embargado: Acórdão n. ... proferido pela 3ª Turma Recurso de Apelação n. ... Egrégio Tribunal Regional Federal da 3ª Região; Colenda Turma; Ínclitos Desembargadores; Douto Relator; O respeitável voto vencido deve prevalecer, razão pela qual opõem-se os presentes embargos, conforme passará a expor. DOS FATOS O embargante foi condenado pela suposta prática do crime previsto no artigo 171, § 3.º, do Código Penal, porque teria recebido, fraudulentamente, benefício previdenciário com o uso de documento de identidade pertencente a beneficiário já falecido. A defesa recorreu da sentença condenatória, que foi mantida pela Colenda 3ª Turma, por maioria de votos. A defesa sustentou em seu recurso a nulidade da sentença pela ausência de perícia no documento, bem como, no mérito, a insufuciência de provas para a condenação, eis que a sentença se baseou em um único depoimento decorrente de reconhecimento negativo. Requereu, ainda, a defesa, a substituição de pena, nos termos do art. 44 do Código Penal. O ilustre Desembargador vencido acolheu preliminar de nulidade alegada por esta defesa, bem como, no mérito, absolveu o embargante por insuficiência de provas e autorizou a substituição de pena, razão pela qual é oposto o presente recurso. DO DIREITO O venerando voto vencido merece prevalecer, eis que condizente com os fatos, tais quais como ocorreram, conforme passa a expor. PRELIMINARMENTE De modo preliminar, há de se ressaltar nulidade absoluta contida nos autos, tendo em vista a ausência de exame de corpo de delito no documento supostamente utilizado pelo embargante. Nos termos do art. 158 do Código de Processo Penal, nos crimes que deixam vestígios, é indispensável a realização do exame de corpo de delito. Tal exame serve para atestar a materialidade ou existência do crime. Logo, não realizado tal exame, não comprovada a existência do crime. Ademais, a não realização de tal perícia, implica em nulidade processual insanável, de acordo com o art. 564, III, “b” do Código de Processo Penal, o que foi adequadamente reconhecido pelo ilustre Desembargador vencido em seu voto. Logo, deve prevalecer o entendimento do Eminente Desembargador quanto à anulação “ab initio” da ação penal. NO MÉRITO No mérito, não existem provas suficientes para a condenação do embargante, conforme atestou o brilhante Desembargador vencido. A condenação foi baseada em testemunho judicial da autoridade policial que oficiou na fase do inquérito, informando ter chegado ao embargante por meio de denúncia anônima. Absolutamente inadmissível a condenação, eis que, além de não existir nos autos a prova da existência do crime, o conjunto probatório é falho e singelo, não podendo chancelar uma decisão condenatória. Além disso, o embargante foi submetido pelo juízo a reconhecimento pelo caixa do banco, de acordo com o procedimento previsto no artigo 226 do Código de Processo Penal, que restou negativo. Verifica-se, portanto, que a única prova existente e que baseou a decisão condenatória foi um, apenas um testemunho judicial e mais nada. Por fim e de modo subsidiário, caso se mantenha o entendimento pela condenação, o que se admite apenas por argumentar, deve ser deferida a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, eis que anotações na folha de antecedentes não podem impedir a concessão de tal benefício, eis que referentes apenas a inquéritos policiais em andamento e não a condenações com trânsito em julgado. Verifica-se, portanto, que o brilhante voto do Desembargador vencido merece prevalecer, eis que condizente com os ditames da justiça. DO PEDIDO Diante de todo o exposto, postula-se a reforma do venerando acórdão embargado, para que, ao final, seja mantido o voto vencido, por ser medida de Justiça. (local, data) ______________________ Advogado – OAB/... n. ...
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