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08 RECURSO ESPECIAL EXTRAORDINARIO

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PROCESSO PENAL III
RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO
CONCEITO
Com a vigência do novo CPC, a matéria está disciplinada nos arts. 1029 a 1041.
São recursos de fundamentação vinculada, posto que a matéria discutida fica limitada àquelas atinentes ao direito expressamente previsto em lei.
É vedado em ambos os recursos a discussão de questões fáticas.
Súmula 7 - STJ
A PRETENSÃO DE SIMPLES REEXAME DE PROVA NÃO ENSEJA RECURSO ESPECIAL
Súmula 279 - STF
PARA SIMPLES REEXAME DE PROVA NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO
OBS. Veda o “simples” reexame da prova, o que não impede, portanto, a discussão sobre a qualificação jurídica dos fatos, ou seja, o juízo de tipicidade no caso concreto. 
EXEMPLO: Recurso Especial que discutiu a pronúncia por homicídio doloso (eventual) em crime de trânsito.
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RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO
Ambos recursos destinam-se a impugnar as decisões proferidas em única (competência originária dos Tribunais) ou última instância, constituindo-se a ultima ratio do sistema recursal, pressupondo o exaurimento das vias recursais ordinárias.
Súmula 281 – STF
É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada.
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REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS – RECURSO ESPECIAL
O recurso especial tem cabimento previsto no artigo 105, III, CF
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
O RECURSO ESPECIAL SERÀ JULGADO PELO STJ, pressupõe que foram esgotados todos os recursos ordinários (apelação, embargos de nulidade, declaratórios, etc.), pois só então se abre a possibilidade para o recurso especial.
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REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS – RECURSO ESPECIAL
VALE LEMBRAR O DISPOSTO NA SUMULA 203 DO STJ
Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos juizados especiais
DIFERENTEMENTE DA SUMULA 640 DO STF
É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal.
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REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS – RECURSO ESPECIAL
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
OBS. Quanto aos tratados internacionais de direitos humanos, uma ressalva deve ser feita, pois quando ratificados gozam de evidente prevalência sobre a legislação ordinária, por possuírem status de emenda constitucional, sendo objeto de recurso extraordinário, junto ao STF
OBS. Existe divergência quando se tratar de mais especificamente de direitos humanos da CADH (Convenção Americana de Direitos Humanos), que é anterior a EC 45
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REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS – RECURSO ESPECIAL
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
OBS. NÃO HÀ APLICAÇÂO PRÀTICA DESTE DISPOSITIVO NO PROCESSO PENAL
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REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS – RECURSO ESPECIAL
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
OBS. A divergência deve estabelecer-se entre Tribunais distintos, sendo irrelevante se estadual ou federal. Não se trata de divergência de tese jurídica ou de fundamentação, mas de hermenêutica, em que Tribunais dão, a uma mesma lei federal, diferentes interpretações e aplicações.
O STJ já decidiu que não basta citar as decisões, é imprescindível analisar a divergência de forma clara, demonstrando que foi dada uma solução diferente para duas situações jurídicas idênticas.
Ademais, o recorrente deve atentar para a “atualidade” da decisão citada na divergência, pois a discussão já pode ter sido pacificada em sentido diverso.
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RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO
REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS – RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
II - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
O RECURSO EXTRAORDINÁRIO SERÁ JULGADO PELO STF, pressupõe que foram esgotados todos os recursos ordinários (apelação, embargos de nulidade, declaratórios, etc.), pois só então se abre a possibilidade para o recurso especial.
É possível que um mesmo acórdão viole normas infraconstitucionais e também constitucionais, devendo ser interposto ambos recursos simultaneamente. Neste caso, será julgado primeiro o recurso especial, ficando o extraordinário sobrestado, e caso não seja prejudicado, será julgado após decisão do STJ (art 1031 CPC NOVO).
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REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS – RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
II - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
contrariar dispositivo desta Constituição;
O STF tem posição firmada no sentido de que a contrariedade ao dispositivo constitucional deve ser clara, uma ofensa direta e frontal, não ensejando o recurso extraordinário uma contrariedade reflexa.
AI-AgR 208.260/PA. Dje 01/02/2008
“Não se admite recurso extraordinário que teria por objeto alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou até inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição Federal”.
Por esse motivo muitos recursos extraordinários fundados na alegação de nulidade por violação do princípio constitucional (contraditório, ampla defesa, etc.) sequer são conhecidos, pois antes desta violação opera-se o descumprimento de norma infraconstitucional.
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REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS – RECURSO EXTRAORDINÁRIO
O Novo CPC trouxe inovação importantíssima
Art. 1.033
Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.
Em sentido inverso 
Art. 1.032.  
Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão
constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.
Ambos os artigos buscam “salvar” o recurso interposto e evitar a chamada “jurisprudência defensiva”, ou seja, a situação em que um Tribunal diz que a competência é do outro e nenhum dos dois julga.
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REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS – RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
II - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
O controle direto de constitucionalidade é privativo do STF, mas todos os Tribunais e juízes podem fazer o controle difuso, atentando-se para o disposto no art. 97 CF.
“Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público”.
Mas nem sempre essa regra é observada, para amenizar o STF editou a Súmula Vinculante n. 10
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
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REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS – RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EM RESUMO
Havendo declaração de inconstitucionalidade de lei ou tratado, pelos tribunais, nos termos do art. 97 da CF, caberá RECURSO EXTRAORDINÁRIO;
Quando um órgão fracionado negar vigência à lei federal, sem observar a reserva de plenário do art. 97 CF, caberá RECLAMAÇÂO, art 102, inciso I, alínea “l”, da Constituição Federal, diretamente ao STF.
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REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS – RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
II - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição;
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
NÃO HÁ APLICAÇÃO DESTAS HIPÓTESES NA ESFERA PENAL, uma vez que é competência privativa da União legislar sobre matéria penal e processual penal (art. 22, I, CF).
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ASPECTOS PROCEDIMENTAIS
Ambos os recursos, especial e extraordinário, devem ser interpostos, por petição, no prazo de 15 dias, instruídos com as razões.
Interposto o recurso, será aberto o prazo de 15 dias para contrarrazões (art. 1030 CPC NOVO). Sendo interpostos simultaneamente os recursos especial e extraordinário, e admitidos, serão enviados ao STJ e, após julgamento do recurso especial, se não tiver evaziado o objeto do recurso extraordinário, será então remetido ao STF (art. 1031, § 1.º, CPC NOVO).
Em se tratando de ação penal privada é exigido preparo, exceto nos casos de pobreza (art. 32 CPP)
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EXIGÊNCIA DO PREQUESTIONAMENTO
Sem o prequestionamento o recurso sequer será conhecido, pois não se destinam ao “exame” originário das questões, mas sim ao reexame de questões jurídicas já arguidas pelas partes.
Equívoco neste tema é afirmar que basta a parte prequestionar a matéria. É NECESSÀRIO que o prequestionamento seja feito pelo Tribunal no acórdão, ou seja, deve haver o debate e a decisão prévia sobre o tema jurídico versado no recurso.
É necessário ainda analisar a relação destes recursos com os embargos declaratórios, com a finalidade de prequestionamento.
Houve prequestionamento, porém o acórdão do Tribunal recorrido não analisou a questão constitucional ou federal levantada, havendo a necessidade de embargos declaratórios para que se esgotem os meios ordinários;
Quando a violação a norma constitucional ou federal surgir no próprio acórdão da Corte recorrida, deverá a parte prejudicada interpor embargos declaratórios para, de forma inicial, começar o debate sobre a questão.
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EXIGÊNCIA DO PREQUESTIONAMENTO
Nesse sentido afirma a Súmula 211 do STJ
Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo.
Não é suficiente que a parte ventile a violação da norma constitucional ou federal. A questão deve ter sido decidida no Tribunal a quo, e caso não seja feito, deverá ser interposto embargos declaratórios para forçar a manifestação. Nesse sentido
Art. 1.025 CPC NOVO
Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
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DEMONSTRAÇÃO DA REPERCURSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
A exigência da repercussão geral tem as seguintes finalidades:
Firmar o STF como CORTE CONSTITUCIONAL, e não como instância recursal;
Ensejar que o STF só analise questões relevantes para a ordem constitucional, cuja solução extrapole o interesse subjetivo das partes;
Fazer com que o STF decida uma única vez cada questão constitucional, não se pronunciando em outros processos com idêntica matéria.
Trata-se de instrumento de filtragem para redução da demanda, posto que é requisito de admissibilidade de todos os recursos extraordinários, inclusive em matéria penal.
A repercussão geral deve ser demonstrada através de preliminar formal, cabendo concorrentemente ao Tribunal a quo verificar sua existência, mas a análise de mérito é competência exclusiva do STF.
O novo CPC disciplinou a repercussão geral no artigo 1035.
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DEMONSTRAÇÃO DA REPERCURSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Art. 1.035.  O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.
§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo.
§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.
§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;
II – revogado;  
III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, nos termos do art. 97 CF
§ 4o O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
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DEMONSTRAÇÃO DA REPERCURSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
§5o Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional.
§6o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso extraordinário que tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento.
§7º Da decisão que indeferir
o requerimento referido no § 6º ou que aplicar entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos caberá agravo interno. 
§8o Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica.
§9o O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de 1 ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e pedidos de HC
§10 revogado 
§11.  A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada no diário oficial e valerá como acórdão.
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DEMONSTRAÇÃO DA REPERCURSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Sempre haverá repercussão geral quando o recurso impugnar decisão contrária à súmula ou jurisprudência dominante do STF.
A repercussão deve ser formulada através de preliminar, demonstrando o recorrente de forma clara a transcendência individual da questão e a relevância jurídica, ou ocorrência do § 3o do artigo 1035 do CPC (novo).
Se a Turma admitir a existência da repercussão geral por no mínimo 4 votos, fica dispensada a remessa do recurso para o plenário, cabendo a Turma proceder ao julgamento do recurso , analisando as demais condições de admissibilidade e de mérito.
Se for negada a repercussão o recurso não será admitido e a decisão valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo se o STF decidir revisar sua posição sobre a questão.
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RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO
EFEITO DEVOLUTIVO E SUSPENSIVO
Ambos os recursos possuem efeito reiterativo ou devolutivo, eis que devolvem o conhecimento da matéria para um Tribunal ad quem, superior àquele que proferiu a decisão.
Contudo tais recursos não possuem efeito suspensivo, o que absurdamente pode provocar uma prisão cautelar antecipada automaticamente, , ou seja, a uma execução antecipada da pena, em flagrante violação a presunção de inocência.
Assim, caso haja algum risco de prisão quando da efetivação da interposição do recurso especial ou extraordinário, QUAL O INSTRUMENTO PROCESSUAL ADEQUADO PARA ASSEGURAR O DIREITO DE AGUARDAR O JULGAMENTO DO RECURSO EM LIBERDADE ?
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PROCESSO PENAL III
RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO
EFEITO DEVOLUTIVO E SUSPENSIVO
O STJ entendia reiteradamente ser aplicado ao caso o artigo 798 do CPC (antigo), e não o HABEAS CORPUS.
Com o recurso especial sendo incorporado ao novo CPC, acreditamos que a tendência será pela aplicação do artigo 1029
Art. 1.029.  O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
(....)
5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;    
II - ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do artigo 1037.
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RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO
EFEITO DEVOLUTIVO E SUSPENSIVO
De outro turno, o STF sempre tratou a questão mais de acordo com o processo penal, no sentido de admitir o HABEAS CORPUS.
Contudo, diante da redação do artigo 1029 do novo CPC, entendemos que se interposto o HC, poderá ser recebido como “requerimento” e processado na forma deste dispositivo legal, sem qualquer prejuízo.
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DO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EXTRAPRDINÁRIO
O novo CPC alterou completamente o juízo de admissibilidade dos recursos especial e extraordinário. Na sistemática anterior, o Tribunal de origem fazia o juízo de admissibilidade, e a imensa maioria eram inadmitidos na origem, sendo o recurso de AGRAVO utilizado para “destrancar” (fazer subir).
Com o NOVO CPC a matéria é disciplinada pelo artigo 1042.
Art.  1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos. 
I - Revogado
II - Revogado 
III – Revogado
§  1º Revogado
§  2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem e independe do pagamento de custas e despesas postais, aplicando-se a ela o regime de repercussão geral e de recursos repetitivos, inclusive quanto à possibilidade de sobrestamento e do juízo de retratação.
§ 3o O agravado será intimado, de imediato, para oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
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PROCESSO PENAL III
RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO
DO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EXTRAPRDINÁRIO
Art.  1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos. 
(....)
§ 4o Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribunal superior competente.
§ 5o O agravo poderá ser julgado, conforme o caso, conjuntamente com o recurso especial ou extraordinário, assegurada, neste caso, sustentação oral, observando-se, ainda, o disposto no regimento interno do tribunal respectivo.
§ 6o Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário e especial, o agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido.
§ 7o Havendo apenas um agravo, o recurso será remetido ao tribunal competente, e, havendo interposição conjunta, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
§ 8o Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de Justiça e, se for o caso, do recurso especial, independentemente de pedido, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do agravo a ele dirigido, salvo se estiver prejudicado.
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