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Resumo - Jurisdição e Competência

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DIREITO PROCESSUAL PENAL - 2° BIMESTRE – PROF. ALMIR REIS
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA – Art. 69 CPP[1: Art. 69 CPP.  Determinará a competência jurisdicional: I - o lugar da infração; II - o domicílio ou residência do réu; III - a natureza da infração; IV - a distribuição; V - a conexão ou continência; VI - a prevenção; VII - a prerrogativa de função.]
Todo juiz tem jurisdição. A jurisdição é o poder que o Estado outorga a alguém para solucionar conflitos. Ela se dá por meio da investidura através do concurso público ou indicação. [2: 1/5 dos Tribunais são representantes do MP ou Advocacia. ]
Quem delimita o poder de julgar? A Constituição Federal, os Códigos, as Constituições dos Estados e o Código de Organização e Divisão Judiciária. 
 COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR – Art. 70 e 71 CPP - INCISO I, 69 CPP
	Se um crime ocorrer em Maringá, a competência será de Maringá. Se ocorrer em Mandaguaçu, será de Mandaguaçu. O problema surge quando o crime envolve duas ou mais comarcas. 	
Exemplo: ação se deu em Maringá e a consumação em Mandaguaçu. Como essa competência é fixada pelo CPP? Para saber a resposta, é preciso relembrar três teorias estudadas no Direito Penal. 
	Teorias sobre o lugar do crime:
Teoria da Atividade: considera-se praticado o crime no local da ação/omissão, ainda que outro seja o lugar da consumação. 
Teoria do Resultado: considera-se praticado o crime no local da consumação, ainda que outro seja o lugar da ação/omissão. ARTIGO 70 CPP. 
Teoria da Ubiquidade: considera-se praticado o crime tanto no local da ação/omissão, quanto no local da consumação. ARTIGO 6° CP. [3: ]
Portanto, o artigo 70 do CPP adota a Teoria do Resultado, enquanto que o artigo 6º do CP adota a Teoria da Ubiquidade. A impressão é que há uma antinomia real entre o artigo 70 do CPP e o artigo 6° do CP. Na verdade, não há uma antinomia. O que ocorre é que cada artigo trata de determinado crime. 
Crimes Plurilocais: são aqueles cuja ação/omissão se dá em uma comarca e a consumação em outra comarca, do mesmo país. Portanto, há mais de uma comarca no país. (ART. 70 CPP - TEORIA DO RESULTADO).
Crimes a Distância: são aqueles cuja ação/omissão se dá em um país e a consumação em outro país. Portanto, há mais de um país. (ART. 6° CP - TEORIA DA UBIQUIDADE). Nesse caso, a autoridade do país que primeiro tomar conhecimento será o prevento. [4: Art. 6º CP - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado]
Exemplo: Iniciei a execução em Maringá e consumei o homicídio em Mandaguaçu. Crime Plurilocal. 
Exemplo: Peguei a droga em Maringá e levei para a Bolívia. Crime a Distância.
Art. 70 CPP.  A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 
§ 1o - Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2o - Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
	Por que o art. 70 CPP considera o local da consumação? Por dois motivos: 1) para facilitar a colheita de provas; 2) prestação jurisdicional ao povo da comarca.
Exemplo: Novela Salve Jorge – Brasil x Turquia. A iniciação era no Brasil e a consumação na Turquia. Quem é o competente? Ambos. É um crime a distância que envolve dois países. Mas, não são os dois países que vão processar e julgar, pois isso caracterizaria bis in idem. A competência, portanto, será definida pela prevenção, uma vez que ambos são competentes. Ou seja, a autoridade do país que primeiro tomar conhecimento do fato estará preventa para processar e julgar. 
Excepcionalidade: uma pessoa poderá ser processada e julgada duas vezes, quando tratar-se das hipóteses de extraterritorialidade indicada no artigo 7º inciso I alínea “a b c d” CP (crimes praticados contra a vida do Presidente da República). Porém, para que essa situação não caracterize bis in idem, o artigo 8º CP prevê que o tempo que foi cumprido como pena no país X será descontado aqui. 
Obs. Em casos de mudança de comarca devido a necessidade de atendimento médico, tratamento etc, o foro competente será o do último ato de execução. 
Exemplo: A ação ocorreu em Paraíso. Consumação: Paranavaí (evento morte ocorreu quando a pessoa estava no hospital de Paranavaí). Porém, não é justo que Paranavaí seja o prevento para processar e julgar. No caso de atendimento médico, o foro competente fica sendo o último ato da execução. Neste caso, Paraíso. 
Obs. Art. 70 § 3o CPP - Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Exemplo: Paraíso faz divisa com Paranavaí. O crime ocorre na divisa dessas duas cidades. A competência será determinada pela prevenção.
Portanto, quando o crime ocorrer na divisa entre comarcas, a competência será determinada pela prevenção, então, a autoridade que primeiro tomar conhecimento será competente. 
Art. 71 CPP.  Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
O art. 71 determina como será a competência dos crimes permanentes. 
Crime Permanente: é aquele que o resultado se dá em determinado momento, mas a consumação do crime se perdura no tempo por vontade do agente, até que chega uma hora que o crime se exaure. 
Exemplo: Art. 159 CP (extorsão mediante sequestro) e art. 148 CP (sequestro). O sequestro se deu em Maringá, o cativeiro era em Paranavaí e a vítima foi liberta em Paraíso do Norte. As três comarcas são igualmente competentes. Nesse caso, aplica-se a teoria da prevenção, portanto, quem primeiro tomar conhecimento será o prevento. 
Como saber se o crime é permanente? Pelo verbo (manter, associar, guardar, ter em depósito...). 
Exemplo: Art. 180 CP (receptação – compra de um produto roubado ou furtado) é permanente. Enquanto a pessoa estiver na posse do bem receptado, haverá crime. O roubo, por exemplo, não é permanente. Na receptação, enquanto estiver com a posse do bem, será flagrante. A prescrição do crime permanente só começa a correr quando cessar a permanência, portanto, na receptação o prazo prescricional somente começará a contar com o desfazimento do bem. 
Exemplo: Se eu comprei uma TV roubada em Maringá e fui para Londrina, Sarandi, Astorga, Colorado.. Todas essas cidades serão competentes. Se por 10 anos eu fiquei com a TV, ainda não começou a contar a prescrição. Só vai começar a contar quando eu me livrar do bem receptado. 
PROBLEMA: João furtou um veículo nesta cidade para leva-lo à Guaíra. No percurso ele foi autuado em flagrante delito, quando passeava pela rodovia que dá acesso à Umuarama. A Polícia Civil de Umuarama lavrou o flagrante. Neste caso, indique o foro competente para julgá-lo. RESPOSTA: Maringá. Furto não é crime permanente – teoria do resultado. 
PROBLEMA: João emitiu um cheque sem fundos de sua conta corrente, desta cidade. O fato ocorreu em Mandaguaçu, quando ele fazia suas compras. O cheque foi depositado e retornou por ausência de fundos. Indique o foro competente para julgar. RESPOSTA: O crime não se consuma em Mandaguaçu, e sim, em Maringá. Logo, o foro competente é Maringá. Quem devolve o cheque é o banco sacado. Portanto, prevento será o local que houve a recusa do pagamento (súmula 521 STF – O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.).
Exemplo: seu emitir um cheque HOJE pedindo para depositar AMANHÃ porque só amanhã tereidinheiro. Eu pratico estelionato? Não. 
	O crime de estelionato se consuma no momento da devolução do cheque. Quem devolve é o banco sacado, ou seja, banco que emitiu o cheque (nesse caso, o banco da comarca de Maringá). O crime se consuma no local onde ouve a recusa do pagamento. 
Exemplo: é possível também praticar estelionato por meio de conta encerrada. Eu emito um cheque e minha conta, a qual este cheque está vinculado, já foi encerrada. Logo, a conta em Maringá está encerrada. Se eu fizer compras em Mandaguaçu e emitir um cheque de conta encerrada: o cheque vai voltar. Porém, não por insuficiência de saldo, mas sim por conta encerrada. Logo, a competência é Mandaguaçu, pois o cheque já está com a conta encerrada. 
	É possível um deslocamento de competência, ou seja, desaforamento, nos casos em que haja uma possível parcialidade do juiz devido à mídia. No entanto, somente nos crimes dolosos contra a vida que vão para o Tribunal do Júri. Art. 427 e 428 CPP. O Tribunal mandará o processo para a comarca mais próxima que não seja influenciada pelos meios de comunicação. [5: Art. 427 CPP.  Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. § 1o - O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de julgamento na Câmara ou Turma competente. § 2o - Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar, fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo júri.  § 3o - Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada.  § 4o - Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado. Art. 428 CPP.  O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. § 1o - Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se computará o tempo de adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa. § 2o - Não havendo excesso de serviço ou existência de processos aguardando julgamento em quantidade que ultrapasse a possibilidade de apreciação pelo Tribunal do Júri, nas reuniões periódicas previstas para o exercício, o acusado poderá requerer ao Tribunal que determine a imediata realização do julgamento. ]
 COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU – Art. 72 e 73 CPP – Inciso II, 69 CPP[6: No Código de Processo Penal não há distinção entre domicílio e residência.]
Art. 72 CPP.  Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
	Via de regra, a competência é fixada pelo local da consumação. Excepcionalmente a competência será o domicílio ou residência do réu. A competência em razão do domicilio só se dará quando for desconhecido o local da consumação. É uma competência supletiva. 
	Se a pessoa tiver mais de um domicilio ou residência? Art. 72 § 1o CPP - Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.
	Se a pessoa não tem domicilio ou residência, ou tiver residência incerta? Art. 72 § 2o CPP - Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
	Nos crimes de Ação Penal Privada, a vítima pode escolher onde propor a queixa-crime. A vítima pode escolher: 1) no local da consumação; 2) residência ou domicilio do réu. Tanto faz, a vítima escolhe. 
Art. 73 CPP - Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
PROBLEMA: Carlos violou art. 179 CP (fraude à execução), tendo como vítima Vítor. O fato ocorreu nesta cidade, contudo, Carlos reside em Apucarana e a vítima reside em Cianorte. Qual será o foro competente? RESPOSTA: O crime do artigo 179 CP é de ação penal privada, portanto, de acordo com o artigo 73, Vítor poderá escolher entre Maringá (consumação) ou Apucarana (residência do autor). 
PROBLEMA: Se a vítima fosse a Prefeitura Municipal de Maringá? RESPOSTA: O foro competente seria Maringá. Todo crime praticado contra ente público a ação é pública, então o foro competente é o local da consumação. 
 COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA – Art. 74 CPP – Inciso III, 69 CPP
A competência em razão da matéria é determinada pela organização de cada Estado. 
Art. 74 CPP.  A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
JUSTIÇA ESPECIAL: Justiça Eleitoral – crimes eleitorais (são crimes de plástico/ sazonais, ou seja, são praticados em determinado período – o da eleição). Crimes previstos no Código Eleitoral. Justiça Militar – crimes que ofendem a instituição militar, previstos no Código Penal Militar. 
Exemplo: Votar mais de uma vez nas eleições. Comprar votos na justiça eleitoral. Competência da justiça eleitoral.
Exemplo: matar alguém, se a vítima for militar – justiça militar. Se a vítima for civil – justiça comum. 
Exemplo: Justiça Militar julga Crimes militares estaduais – contra polícia militar e corpo de bombeiros (art. 125 §4° CF); e Crimes militares federais – contra exército, marinha e aeronáutica (art. 124 CF). 
Obs. Pode um civil ser julgado pela justiça militar? Sim, quando praticar um crime militar federal (contra exército, marinha ou aeronáutica). Art. 124 CF. 
JUSTIÇA COMUM: Justiça Estadual – competência residual (o que não estiver no artigo 109 CF, nem no Código Eleitoral, nem no Código Militar, é de competência da estadual). Justiça Federal – artigo 109 CF (tudo o que for de interesse da União ou das Autarquias e Empresas Públicas da União, será de competência da Federal, excluindo as contravenções penais e ressalvando a competência da Militar e Eleitoral).[7: Art. 109 CF. Aos juízes federais compete processar e julgar:IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;XI - a disputa sobre direitos indígenas.]
Exemplo: subtrai um computador da UFPR – competência da justiça federal (autarquia federal); contra Correios, CAIXA (empresa pública), INSS (previdência), INCRA, IBGE, servidor público federal – competência da justiça federal; contra Banco do Brasil (sociedade de economia mista), franquias da CAIXA e dos correios, UEM – competência da justiça estadual. 
Obs. Falsificação de moeda? Depende. É contra o Banco do Central (então a vítima é a União). Quando bem feita é competência Federal. Quando falsificação grosseira é competência Estadual, vira estelionato e não falsificação. 
Obs. Nos Crimes a distância, a competência em razão do LOCAL é definida pela prevenção. Em razão da MATÉRIA, é federal. Em navio ou aeronave, competência é da justiça federal, não importa qual a ação penal, ou seja, independente do crime cometido. 
Exemplo: cometo uma injúria no trajeto Maringá– São Paulo. 1) injuria é ação penal privada. 2) competência em razão do LUGAR é: a) lugar da consumação; b) domicilio do réu. 3) competência em razão da MATÉRIA: federal. 
Exemplo: matar um índio: estadual. Matar comunidade indígena: federal. 
ESTADUAL E FEDERAL: Tribunal do Júri – somente os crimes dolosos contra a vida (art. 121 ao 126 CP). Base legal: artigo 74 §1º CPP e artigo 5º XXXVIII “d” CF/88. 
§ 1º - Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados.
Exemplo: latrocínio (art. 157 CP) não vai pra Júri, pois é um crime contra o patrimônio. É pluriofensivo, ou seja, ofende dois bens jurídicos: patrimônio e vida. 
Exemplo: extorsão mediante sequestro com resultado morte – patrimônio, liberdade, vida. Não vai pra júri, pois a vida não é o primeiro bem jurídico protegido. 
Exemplo: estupro seguido de morte – dignidade sexual e vida. Não vai para Júri. 
Obs. Todo crime preterdoloso não vai pra Júri. 
Sempre que uma pessoa pratica um crime doloso contra a vida com outros crimes conexos, ligados à esse, o Tribunal do Júri atrai todos os crimes conexos a ele. 
Exemplo: ocultação de cadáver. Em regra, é um crime que não vai para o Júri. Mas, se eu matar e ocultar o cadáver vai para Júri, pois o Tribunal do Júri atrai para ele a competência dos outros crimes conexos. 
	Obs. Homicídio culposo não vai para júri. Apenas os crimes dolosos contra a vida é que vão. 
JECRIM – crimes cuja pena máxima igual ou inferior a 2 anos. 
Exemplo: injúria contra servidor público – competência do JECRIM federal. (súmula 147 STJ - Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função.).
JUIZ SINGULAR – na federal é Juiz Federal. Na estadual é Juiz de Direito.
Justiça Militar Federal: julga os crimes militares federais contra exército, marinha e aeronáutica. Justiça Militar Estadual: julga os crimes militares praticados contra a polícia militar e corpo de bombeiros. 
Problema: A justiça militar federal pode julgar um civil? E a militar estadual? Em outras palavras, um civil pode cometer um crime militar e ser julgado pela Justiça Militar, seja federal, seja estadual? Resposta: Federal – 124 CF pode julgar civil que pratica crime militar. Estadual – 125 §4º CF, pode julgar apenas os militares que praticam crimes militares. [8: Art. 124 CF. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.][9: Art. 125 CF. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.  ]
	Obs. se um civil praticou um crime militar contra o exercito, marinha ou aeronáutica, a justiça competente será a militar federal.
 COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO – Art. 75 CPP – Inciso IV, 69 CPP
	Distribuição nas Varas. Só se sabe qual vara é competente quando o Inquérito for distribuído. 
	1ª Vara Criminal: crimes contra a vida. 5ª Vara Criminal: violência doméstica, adolescente, idoso e criança. 
Exemplo: matei em Maringá. Serei julgado em Maringá em razão do lugar; em razão da matéria na Justiça Comum Estadual no Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal. 
 COMPETÊNCIA POR CONEXÃO – Art. 76 CPP – Inciso V, 69 CPP
	Conexão ocorre quando UMA ou MAIS pessoas praticam DOIS OU MAIS CRIMES em concurso material (mais de uma ação ou omissão, mais de um crime). A conexão importa UNIDADE de processo e julgamento. Um processo só. 
Exemplo: Natanael Bufalo. 1 conduta de estupro, 1 de matar, 1 de vilipendiar, 1 de destruir cadáver, 1 de destruir o local. Logo, 5 condutas, mais de um crime. É conexão, praticado por uma pessoa.
Exemplo: Almir convida todos da sala para ir a sua casa e tomar uma sopa. Ele coloca veneno na sopa e todos morrem. Não há conexão, pois é concurso formal (com uma ação praticou mais de um crime – 20 homicídios). 
Exemplo: estou dirigindo meu veículo. Colido com outro veículo e três pessoas morrem. Não é conexão, pois é concurso formal. 
Exemplo: estupro uma pessoa e depois a mato. Há conexão – duas ações praticando dois ou mais crimes (concurso material). 
	Na conexão há unidade de processo, ou seja, um processo só, para julgar todos os crimes cometidos; todas as pessoas, caso haja concurso. 
1.5.1) ESPÉCIES DE CONEXÃO 
A) Conexão Intersubjetiva: pluralidade de agentes e de crimes. Três subtipos: ocasional, concursal, reciprocidade. 
Art. 76 CPP. I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
Ocasional: “se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas”. Estão praticando os crimes juntos, por acaso. Cada um por si. Não há um conluio de vontade entre eles para um resultado comum. Logo, o fato de haver mais de uma pessoa na conexão ocasional não significa dizer que tem concurso de agentes. É por acaso que eles estão praticando o crime juntos. Portanto, não tem concurso de pessoas. A expressão “várias pessoas reunidas” do artigo 76 inciso I CPP, não é o concurso de pessoas do art. 29 CP. 
Exemplo: caminhão com alimentos tomba na Av. Colombo. A população vai até o acidente e saqueia a carga do caminhão. O fato das pessoas irem lá não significa que elas estão unidas em um fim psicológico para pegar a mercadoria e dividir depois. O fato de estarem praticando o crime juntos é por acaso, e não por concurso. 
Exemplo: eu vou furtar um mercado e um amigo também vai furtar naquele mesmo momento que eu, porém nós não combinamos nada. Há conexão intersubjetiva ocasional. Nós dois praticamos crimes, porém sem conluio, sem união de propósitos. 
Obs. O que for POR ACASO é sempre OCASIONAL. 
Exemplo: caminhão de cerveja toma e o Almir combina com a sala de todos nós irmos saquear a cerveja. Depois faremos um churrasco. Nesse caso, NÃO HÁ conexão, pois praticamos um crime só. Um furto só em que o Almir era o mentor. Logo, nós todos praticamos um crime só. 
Concursal: “ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar,”. Aqui há vínculo para a prática do crime. Os agentes praticam os crimes em concurso, se ajudando, mas em tempo e lugar diverso. Tempo e lugar praticados devem ser diferentes. 
Exemplo: organização criminosa. Cada um tem uma função e cada função é para ajudar o outro. A: vai roubar carros em Maringá, Sarandi.. B: vai adulterar o chassi. C: vai fazer a documentação nova. D: vai vender o carro. Cada um pratica um crime, mas como há concurso, ou seja, conluio de vontades, todos respondem por todos os crimes praticados, independente se praticou ou não. Respondem por ser uma organização criminosa. Todos são autores, e não partícipes. 
Por Reciprocidade: “ou por várias pessoas, umas contra as outras;”. Ambos praticam o crime, autor e réu. 
Exemplo: Rixa não entra aqui. Rixa é quando várias pessoas batem e agridem umas contra as outras. Você apanha e bate. Não entra em conexão porque é um crime só, de concurso necessário. 
Exemplo: lesões corporais recíprocas é conexão. A vítima também é autora.
Exemplo: injúria, difamação por reciprocidade é conexão. 
B) Conexão Teleológica ou Objetiva: pluralidade de agentes e de crimes. Várias pessoas. Uma pessoa facilitando, ocultando, garantindo impunidade ou vantagem ao crime da outra pessoa. Não tem conluio de vontades, portanto, não é concurso de pessoas. Ou seja, é quando têmvárias pessoas em que uma pratica um crime X e a outra, um crime Y para facilitar a execução do trabalho da outra; ou para ocultar o crime que a outra praticou; ou para garantir vantagem da outra. 
Art. 76 CPP. II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;,
Exemplo: João matou uma pessoa e ocultou o cadáver. 1º) é conexão? Sim. Uma pessoa (João) ou mais pessoas praticando dois ou mais crimes (homicídio + ocultação). 2º) é conexão intersubjetiva? Não, pois não tem pluralidade de agentes. 3º) é conexão teleológica? Não, pois exige pluralidade de agentes. Logo, será a conexão que veremos a seguir (instrumental).
Exemplo: João matou. Maria ocultou. 1º) é conexão? Sim. 2º) é ocasional? Não. 3º) é concursal? Ambos mataram e ocultaram o cadáver? Não. Seria concursal se o João e a Maria tivessem combinado que um ia matar, e o outro ocultar. 4º) foi reciprocidade? Não. 5º) foi teleológica? Houve concurso de agentes. O crime foi praticado para ocultar o outro (121). Mas é teleológica? Não, pois eles tiveram liame de vontades, se uniram para matar e ocultar. Na teleológica não pode ter liame de vontades. 
Exemplo: eu mato uma pessoa. Conto para meu pai. Meu pai fica sabendo que uma testemunha me viu matando. Para garantir minha impunidade, e sem eu saber, ele mata a testemunha. Eu não ajudei no crime dele e ele não ajudou no meu. Conexão teleológica. 
Exemplo: mandar matar alguém não é conexão, pois só tem um crime com uma pluralidade de agentes. 
C) Conexão Instrumental ou Probatória: tanto faz, pode ou não haver concurso de agentes. Residual – se não couber nas outras, é aqui –, ou uma pessoa só. 
Art. 76 CPP. III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
Se uma pessoa praticou dois ou mais crimes em concurso material, é conexão instrumental. Quando for UMA pessoa, será sempre instrumental. Quando for DUAS OU MAIS, encaixa nas outras. Se não encaixar em nenhuma, será instrumental. 
Exemplo: Natanael Bufalo entra na instrumental, pois ele sozinho praticou CINCO crimes. 
Exemplo: Suzane Richthofen. Duas ou mais pessoas matam duas pessoas. Não é intersubjetiva ocasional porque não foi por acaso. Não é concursal porque eles praticaram os crimes juntos, no mesmo lugar e tempo. Não é por reciprocidade. Não é teleológica / objetiva porque não foi um para ocultar, garantir impunidade, etc...do outro. Então, é instrumental, pois não encaixa em nenhuma outra.
Exemplo: goleiro Bruno. Mataram e ocultaram o cadáver. Instrumental. 
Exemplo: casal Nardoni. Homicídio e alteração do local do crime. Se, os dois mataram e os dois alteraram o local do crime – instrumental. Se, os dois mataram e só o pai alterou o local do crime – teleológica. 
	As três espécies exigem pluralidade de crimes em concurso material.
 COMPETÊNCIA POR CONTINÊNCIA – Art. 77 CPP – Inciso V, 69 CPP
Continência ocorre quando DUAS ou MAIS pessoas praticam apenas UM CRIME, OU quando UMA ou MAIS pessoas praticam crimes em concurso formal (uma ação ou omissão, mais de um crime). Oposto da conexão. Aqui há unidade de crime. 
Art. 77 CPP.  A competência será determinada pela continência quando:
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.
Exemplo: caminhão de cerveja toma e o Almir combina com a sala de todos nós irmos saquear a cerveja. Depois faremos um churrasco. Só um crime. Esse exemplo é de continência, pois foi um crime só praticado por várias pessoas. 
Exemplo: Almir serve sopa envenenada para todos da sala e todos morrem. 1 ação = 40 mortes. É continência, como se fosse um crime só. 
Exemplo: acidente de trânsito. Por imprudência eu mato 4 pessoas. 1 ação = 4 mortes. É como se eu tivesse praticado um crime só, que terá a pena aumentada de 1/6 até ½. É continência. 
	A Continência é o oposto da Conexão. 
	CONTINÊNCIA
	CONEXÃO
	Unidade de crimes: pode haver mais de um crime, porém em concurso formal. É como se fosse um crime só. 
	Pluralidade de crimes. 
1.6.1) REGRAS PARA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
Art. 78 CPP. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: EM RAZÃO DA MATÉRIA
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; 
Na jurisdição comum (Federal ou Estadual), quando concorrer juiz e Tribunal do Júri, prevalecerá sempre Tribunal do Júri. O Júri atrai tudo pra ele. 
Exemplo: se eu cometer o crime de ocultação de cadáver, pena de 1 a 3 anos. Vai para o juiz singular. Agora, se eu cometer homicídio + ocultação = prevalecerá o júri. 
Exemplo: furto (juiz singular) + homicídio (júri) = prevalece o júri. 
Exemplo: estupro (juiz singular) + homicídio (júri) = prevalece o júri. 
	O Júri atrai para si todos os crimes da jurisdição comum. Da jurisdição especial, não. 
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: EM RAZÃO DO LUGAR.
Quando concorrer jurisdição da mesma categoria (Federal e Federal / Estadual e Estadual / Militar e Militar / Eleitoral e Eleitoral).
preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave;
1ª REGRA: O CRIME MAIS GRAVE.
Exemplo: Maringá - pena de 1-5 anos. Mandaguaçu - pena de 2-7 anos. Crimes são conexos. Onde será julgado? Mandaguaçu, crime ou pena mais grave. 
Exemplo: estupro em Mandaguaçu, homicídio em Maringá e ocultação em Astorga. Competência de Maringá. 
prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; 
2ª REGRA: MAIOR Nº DE CRIMES. 
Exemplo: trabalho no Bradesco de Maringá e todo mês eu pego um valor X para mim. Crime de apropriação indébita. Fui transferido para Mandaguari. Em Maringá cometi 3x crime de apropriação indébita. Em Mandaguari cometi 5x crime de apropriação indébita. Nesse caso, serei julgado em Mandaguari, pois foi o local onde ocorreu o maior numero de crimes. Ao total 8 crimes cometidos. 
firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos;
3ª REGRA: PREVENÇÃO
Exemplo: Maringá foram cometidos 2 crimes, pena de 1-2 anos. Em Londrina foram cometidos 2 crimes também, com pena de 1-4 anos. Onde será julgado? Pelo prevento, ou seja, primeiro que tomar conhecimento. PERGUNTAR PQ NÃO É O DE MAIOR PENA? 
	Obs. Maringá pena de 2-8 anos. Londrina pena de 1-10 anos. Onde será julgado? Em Maringá. A pena mínima do crime de Maringá é maior que a pena mínima do crime de Londrina, portanto, é mais grave. 
Exemplo: matei um servidor público federal em Cianorte e ocultei o cadáver em Maringá. Serei julgado onde? Local: Cianorte (crime mais grave). Jurisdição: Justiça Especial Federal (servidor público; júri – doloso contra a vida)
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação;
Exemplo: dentro de uma aeronave (competência da Federal), João estupra alguém. Será julgado pela Federal. No pátio o aeroporto, João dá um tiro na mesma pessoa. Praticou dois crimes: 1 estupro na aeronave – competência Federal.; 1 homicídio fora da aeronave – competência Estadual. Nesse caso, prevalece a de maior graduação, portanto, a Federal julgará o estupro e o homicídio. Dentro da Justiça Federal, João será julgado pelo Tribunal do Júri (por ser homicídio - doloso contra a vida). Esse é um exemplo de conexão instrumental. 
Exemplo: STF – deputado federal. STJ – governador. Deputado e governador se unem e praticam crime de roubo (continência). Duas pessoas, 1 crime. Há um concurso entre jurisdições – STF e STJ. Prevalece a jurisdição de maior graduação, portanto, STF. Independente do crime, salvo crime de responsabilidade (julgamento político).
Exemplo: deputado mata dolosamente, vai para o STF, tem foro por prorrogativa de função. 
IV - no concurso entre a jurisdição comume a especial, prevalecerá esta.  
Entre comum e especial, prevalece especial. Entre comum e eleitoral, prevalece eleitoral. Entre comum e militar, prevalece militar. 
1.6.2) SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA
Art. 79 CPP.  A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo:
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
Em conexão com militar e comum, não juntam os processos. Justiça comum julga seus crimes, e justiça militar julga crimes militares. 
Exemplo: cometer um crime militar conexo com um crime Federal – ocorrerá cisão processual. Terei dois processos, um na justiça militar e outro na justiça federal. 
Exemplo: se eu cometer um crime eleitoral conexo com um crime Federal ou Estadual, prevalece eleitoral.
Havendo conexão entre crime doloso contra a vida e crime eleitoral, a doutrina dominante entende que não deve ser aplicada a regra disposta no artigo 78, inciso IV CPP, pois neste caso deverá haver cisão processual, ou seja, a justiça especial julgará o crime eleitoral e o tribunal do júri julgará o crime contra a vida doloso. 
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
Maior que pratica crime com menor de 18 anos não unifica os processos. Menor de 18 comete ato infracional que é de competência da justiça estadual, porque a vara da infância e juventude só tem na justiça estadual. 
§ 1o - Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum co-réu, sobrevier o caso previsto no art. 152.
Haverá cisão processual caso comprovado insanidade mental de um dos réus. 
§ 2o - A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.
1.6.3) SEPARAÇÃO FACULTATIVA
Art. 80 CPP.  Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
- circunstâncias de tempo ou de lugares diferentes
- quando réu preso por prisão preventiva, e mais de um réu, o juiz pode separar os processos para garantir a celeridade ao processo. 
 COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO 
Art. 83 CPP.  Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c).
Exemplo: crimes a distancia - autoridade que primeiro tomar conhecimento será competente. 
Exemplo: crimes permanentes (ex. sequestro). Qualquer comarca pode ser competente, haja vista que a competência é fixada pela prevenção. 
Exemplo: se não souber o local da infração, competência será fixada pelo local de domicilio do réu. Se o réu tiver mais de uma residência, será fixada pelo prevento. Se o réu não tiver residência, será fixada pelo prevento. 
 COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE FORO EM RAZÃO DA FUNÇÃO
A prerrogativa é da função, não da pessoa. Para os políticos é adquirido a partir do dia da diplomação. Para os concursados é a partir do dia da nomeação. Não tem duplo grau de jurisdição. É a primeira e última instância. A Constituição fixa a competência do STF, STJ, TRF, TRE, TJ.[10: São diplomados antes de tomarem posse da atividade que vão exercer. ]
Art. 102 CF/88. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
Nos crimes comuns, o Presidente, Vice, membros do Congresso (Deputados Federais e Senadores), Ministros do STF e PGR. Nos crimes de responsabilidade, todos os previstos neste inciso serão julgados pelo Senado Federal. [11: Não é crime. É infração de natureza administrativa, não tem pena (restritiva, privativa de liberdade e multa) e sim sanção. Crime de responsabilidade só é crime se for praticado por prefeito. O julgamento do crime de responsabilidade é um julgamento político.]
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;
Em todos os crimes, comuns e de responsabilidade, o STF julgará os Ministros de Estado, Comandantes da Marinha Exército e Aeronáutica ressalvado a competência Militar, Tribunais Superiores (STJ, STM, TSE, TST), TCU e diplomatas. 
Exemplo: Deputado Federal e pessoa comum praticam o crime 213 CP (estupro) em Maringá. O Deputado seria julgado no STF e a pessoa comum seria julgada em Maringá. No entanto, é continência (duas pessoas praticando um crime só), então, importa a unidade de julgamento. Segundo o artigo 78, inciso III do CPP, quando diversas categorias de jurisdição, prevalecerá a de maior graduação. Dessa forma, o STF será competente para julgar o Deputado e também a pessoa comum. 
	Nos crimes dolosos contra a vida, a Constituição reservou o Tribunal do Júri (art. 5° XXXVIII, alínea “d” CF/88), e para o Deputado o STF (art. 102, inciso I alínea “b”). Ambas são competências constitucionais. A solução então é o critério da especialidade, já que têm a mesma hierarquia. O Deputado será julgado pelo STF, e a pessoa comum pelo Tribunal do Júri. Portanto, é só nos crimes dolosos contra a vida é que separa os processos. 
	Dessa forma, se pessoa comum praticar qualquer crime junto com qualquer das pessoas previstas no inciso I do artigo 102, será julgada no STF. Exceto se for crime doloso contra a vida. 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
Somente nos crimes comuns, os Governadores. Os crimes de responsabilidade praticados pelos Governadores serão julgados pela Assembleia Legislativa. Nos crimes comuns e crimes de responsabilidade, todos os previstos no restante do artigo. 
Exemplo: Governador e Senador cometem crime juntos. Para o Governador a Constituição separou o STJ, para o Senador a Constituição separou o STF. No concurso entre jurisdições de diversas naturezas, prepondera a de maior graduação, STF. Se uma pessoa comum praticar junto, continua STF. Se o crime for doloso contra a vida, separa a jurisdição. Então, pessoa comum no Tribunal do Júri, Governador no STJ e Senador no STF. 
Se no curso do processo antes do transito em julgado, o Senador perder o mandato, a prerrogativa do Governador segura dos outros dois, então todos serão julgados no STJ. Se no curso do processo, antes do transito em julgado, o Governador e Senador não se elegerem mais para os cargos, processo descerá para Justiça Comum. 
MP que atua no TRE, TRT, TRF, TJ, se cometer crimes, serão julgados no STJ. 
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
No Brasil existem cinco TRF. Paraná: TRF 4ª região – Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 
Os outros Tribunais Superiores têm um em cada Estado.
I - processar e julgar, originariamente:
os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Públicoda União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
Qualquer crime que os juízes cometerem serão julgados pelo TRF. Todos os previstos no inciso I alínea “a”, se cometerem crime eleitoral, serão julgados pela Justiça Eleitoral (TRE). 
Exemplo: Juiz federal pratica estupro. Será julgado no TRF. Juiz federal tenta votar mais de uma vez na eleição, não consegue e pratica lesão corporal contra a pessoa que está ali trabalhando. Será julgado no TSE (crime eleitoral e crime comum). No concurso entre a justiça especial e a comum, prevalece a especial. Se crime doloso contra a vida, separa, então, homicídio será julgado pelo TRF e crime eleitoral pelo TSE. 
Art. 96 CF. Compete privativamente: I - aos tribunais: III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
A competência para julgar o Prefeito está disposta no artigo 29, inciso X da CF. Se o prefeito cometer crime de competência da justiça estadual, será julgado pelo TJ. Se comete crime de competência da justiça federal, será julgado pelo TRF. Prefeito que comete crime de competência da eleitoral, é julgado pelo TRE. É diferente. [12: Art. 26, inciso X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; ]
Exemplo: se o prefeito matar alguém dentro de um avião, competência do TRF. Se o prefeito matar alguém no pátio do aeroporto, TJ. Se pratica um crime eleitoral, TRE. 
Exemplo: Juiz Federal e Procurador da República, se cometerem crime de competência da estadual, será o TRF. Da federal, TRF. Eleitoral, TRE. Ex. Juiz Federal que mata alguém dentro de avião, TRF. Fora do avião, TRF. Crime eleitoral, TRE. 
Exemplo: Juiz Estadual (Juiz de Direito) e Promotor de Justiça cometerem crime de competência da estadual, será o TJ. Crime federal, TJ. Crime eleitoral TRE. Ex. Juiz de Direito que mata alguém dentro de um avião, TJ. Fora do avião, TJ. Crime eleitoral, TRE. 
	Deputado Estadual? Vice Governador? Secretário de Estado? Todas as constituições dos Estados preveem o foro competente para o Deputado Estadual, Vice Governador e Secretário de Estado. Ex. art. 101, VI-A CE/PR – Compete ao TJPR. Ex. Deputado Estadual e pessoa comum cometem crime de lesão corporal seguida de morte. Onde serão julgados? TJ. Se a vítima for um servidor público federal? TRF. Se crime doloso contra a vida, onde serão julgados? A Constituição reservou para a pessoa comum o Tribunal do Júri. A Constituição do Paraná reservou o TJ. Entre a Constituição do Estado e Constituição Federal, qual prevalece? Tribunal do Júri. 
QUESTÕES PREJUDICIAIS
São questões ligadas a outro ramo do Direito que atrapalham o andamento do processo penal. Elas podem ser Obrigatórias (art. 92 CPP) ou Facultativas (art. 93 CPP). Quando a questão for obrigatória, o juiz criminal deverá suspender o processo crime até o julgamento definitivo da questão prejudicial no juízo cível. Quando for facultativa, o juiz criminal poderá ou não suspender o processo crime.
 OBRIGATÓRIA – art. 92 CPP
Art. 92 CPP.  Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.
Parágrafo único.  Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando necessário, promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos interessados.
	As questões prejudiciais obrigatórias, são aquelas do Direito Civil, relacionado ao estado civil das pessoas. Eventualmente, essas questões podem atrapalhar o andamento do processo penal para dizer se o sujeito praticou ou não o crime. Ex. Bigamia. O juiz DEVE suspender o processo. 
 FACULTATIVO – art. 93 CPP
As questões prejudiciais obrigatórias são todas as outras que não dizem respeito ao estado civil das pessoas. 
 Art. 93 CPP.  Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre questão diversa da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e realização das outras provas de natureza urgente.
§ 1o - O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente prorrogado, se a demora não for imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da acusação ou da defesa.
§ 2o - Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso.
§ 3o - Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incumbirá ao Ministério Público intervir imediatamente na causa cível, para o fim de promover-lhe o rápido andamento.
	QUESTÃO PRJUDICIAL OBRIGATÓRIA
	QUESTÃO PREJUDICIAL FACULTATIVA
	Estado Civil das pessoas.
	Qualquer outra matéria cível.
	Não precisa ter processo em andamento. 
	Precisa ter ação no cível em andamento para o juiz poder suspender. 
	Não tem prazo determinado. 
	O juiz fixa prazo. 
Exemplo: duas pessoas fazem um contrato de comodato (empréstimo de coisa infungível). Quem emprestou quer ferrar com o outro e diz que a outra parte cometeu o crime de apropriação indébita. O acusado nega o crime e diz ao juiz da ação penal que não houve apropriação indébita, mas que eles têm um contrato de comodato. Na primeira hipótese não tem ação no cível em andamento, então o juiz não poderá suspender o processo penal. Na segunda hipótese há ação no cível em andamento, então o juiz poderá suspender a ação. 
EXCEÇÕES 
3.1) EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO – art. 96 ao 107 CPP
Pode ser espontânea ou por via de exceção: 
Momento para arguição: o momento para o réu arguir a exceção de suspeição é na fase da resposta à acusação (art. 396 e 396-A CPP), ou seja, logo após a citação, sob pena de preclusão. [13: Art. 396 CPP.  Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único.  No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. Art. 396-A CPP.  Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. § 1o - A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.  § 2o - Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. ]
Procuração com poderes especiais – art. 98 CPP
Art. 98 CPP.  Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria ou por procurador com poderes especiais, aduzindo as suas razões acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas.
Obs. Advogado dativo não pode alegar exceção de suspeição porque não tem procuração. Ele é nomeado pelo juiz. 
Processamento – art. 99 e 100 CP[14: Art. 99 CPP.  Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha do processo, mandará juntar aos autos a petição do recusante com os documentos que a instruam, e por despacho se declarará suspeito, ordenando a remessa dos autos ao substituto.Art. 100 CPP.  Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar em apartado a petição, dará sua resposta dentro emtrês dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em seguida, determinará sejam os autos da exceção remetidos, dentro em vinte e quatro horas, ao juiz ou tribunal a quem competir o julgamento.§ 1o - Reconhecida, preliminarmente, a relevância da arguição, o juiz ou tribunal, com citação das partes, marcará dia e hora para a inquirição das testemunhas, seguindo-se o julgamento, independentemente de mais alegações§ 2o - Se a suspeição for de manifesta improcedência, o juiz ou relator a rejeitará liminarmente]
O juiz pode reconhecer a suspeição (art. 99 CPP) e mandar para o juiz substituto, ou não (art. 100). Nesse último caso, o juiz terá três dias para se defender (resposta). Os autos serão remetidos em 24 horas ao juiz ou Tribunal a quem competir. Se o desembargador ver que não tem indícios de suspeição, rejeitará liminarmente. Caso o desembargador reconheça os indícios, marcará uma dará para inquirir testemunhas. 
Consequências da suspeição: nulidade, é matéria de ordem pública. 
Suspeição no Inquérito Policial – art. 107 CPP
Art. 107 CPP.  Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
Não pode opor suspeição contra o delegado, mas o delegado pode se declarar suspeito. 
Suspeição dos jurados no Tribunal do Júri – art. 106 CPP
Art. 106 CPP.  A suspeição dos jurados deverá ser arguida oralmente, decidindo de plano do presidente do Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo recusado, não for imediatamente comprovada, o que tudo constará da ata.
	Oralmente, logo após o sorteio.
3.2) EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA – Art. 108 CPP
Art. 108 CPP.  A exceção de incompetência do juízo poderá ser oposta, verbalmente ou por escrito, no prazo de defesa.
§ 1o - Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a declinatória, o feito será remetido ao juízo competente, onde, ratificados os atos anteriores, o processo prosseguirá.
§ 2o - Recusada a incompetência, o juiz continuará no feito, fazendo tomar por termo a declinatória, se formulada verbalmente.
Pode ser arguida oralmente ou por escrito. Após arguida o juiz ouvirá o Ministério Público e decidirá. Se reconhecer a incompetência remeterá os autos ao juiz competente; desta decisão caberá Recurso em Sentido Estrito (581, III, do CPP). Caso não reconheça não caberá recurso, mas será possível impetrar Habeas Corpus para trancar o processo (art. 648, III, do CPP). [15: Corresponde ao Agravo no cível. ]
Exceção de incompetência: deferir – RESE para acusação. Indeferir – HC para defesa.
A exceção poderá ser em razão:
- Lugar: o momento oportuno para ser arguido é na resposta à acusação, ou seja, logo após a citação sob pena de preclusão. Se o juiz deferir, os atos probatórios serão validados e os decisórios serão nulos. 
- Matéria: pode ser arguida em qualquer momento, pois trata-se de matéria de ordem pública. Se o juiz deferir, todos os atos serão nulos. 
- Foro por prerrogativa de função: pode ser arguida em qualquer momento, pois trata-se de matéria de ordem pública. Se o juiz deferir todos os atos serão considerados inexistentes. 
3.3) EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA
Pressupõe 2 ações em curso pelo mesmo crime. Ninguém pode ser processado duas vezes pelo mesmo fato. Elementos iguais: partes, pedido e causa de pedir (crime). Só pode ocorrer na ação penal e não no IP. Deve ser arguida no segundo processo (mais novo) e não há prazo preclusivo. Da decisão que reconhece a litispendência caberá RESE (591, III, CPP). Da decisão que nega, não há recurso, mas o Réu poderá impetrar HC para trancar o processo.
Se tem um IP e uma ação penal, impetra um HC para acabar com o Inquérito. Se tem dois inquéritos, impetra um HC contra o mais novo. Só não é HC se for duas ações. 
3.4) EXCEÇÃO DE ILEGITIMIDADE DA PARTE
Pode ser ad causam (titularidade – MP propondo ação penal privada, ou o ofendido propondo ação penal pública) ou ad processum (vícios de representação, nos crimes que dependem de representação. Crimes de ação penal publica condicionada na qual o MP oferece a denúncia sem a representação da vítima). Nesta, a nulidade pode ser sanada; naquela não. (568, CPP). Da decisão que reconhece caberá RESE. Da decisão que não reconhece não cabe recurso, mas é possível o HC. Não há preclusão, por isso pode ser arguida em qualquer momento.
3.5) EXCEÇÃO DE COISA JULGADA
Visa evitar a propositura de nova ação, pelo mesmo fato, quando já houver decisão definitiva anterior. Coisa julgada material (impede nova discussão sobre o fato no mesmo processo. Torna imutável a sentença.) Só é possível na ação penal e não no IP. Quando for IP caberá HC. [16: Coisa julgada formal permite ser reexaminada em outro processo. Coisa julgada material não pode ser reexaminada. ]
Então: Ação e Inquérito = HC. Ação e Ação = Exceção de Litispendência. Ação e Coisa julgada = Exceção de Coisa julgada. Coisa julgada e Inquérito = HC.
Coisa julgada no crime continuado: o juiz deve indeferir caso haja exceção de coisa julgada, porque novo crime vai alterar a pena. Não opera preclusão. 
Crime habitual (habitualidade, prática reiterada) em relação à coisa julgada: o juiz deve deferir, portanto, cabe exceção de coisa julgada porque o tempo em que praticou o crime não aumenta nem diminui a pena. Ex. art. 284 CP – curandeirismo; art. 229 CP – casa de prostituição. 
LIMITE SUBJETIVO DA COISA JULGADA – não afeta o coautor ou partícipe que não tenha sido julgado no mesmo processo.
3.6) CONFLITO DE JURISDIÇÃO[17: A diferença do conflito de jurisdição para a exceção de incompetência é que na exceção há somente um juiz, e no conflito de jurisdição existem dois juízes. ]
Ocorre quando dois ou mais juízes, contemporaneamente, tomam ou recusam tomar conhecimento do mesmo fato delituoso. Pode ser positivo ou negativo. Positivo quando os dois juízes se julgam competentes. Negativo quando os dois juízes se julgam incompetentes. O artigo 114 CPP não traz rol taxativo. Procedimento (art. 116 CPP): pode ser suscitado pelas partes, mediante requerimento – MP, defesa, ou pelo juiz, por representação. O assistente de acusação não pode suscitá-lo (STF). 
Tempestividade: se for competência em razão do lugar, na resposta à acusação (art. 396 CPP); se for competência em razão da matéria, a qualquer momento; se for competência por foro por prerrogativa, a qualquer momento. 
Competência para julgar o conflito de jurisdição: 
Juiz Estadual Maringá X Juiz Estadual Curitiba = TJPR 4ª[18: TJPR 4ª Região: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.]
Juiz Estadual Maringá X Juiz Estadual Campinas-SP = STJ
Juiz Estadual São Paulo X Juiz Federal = STJ
Juiz Federal Maringá X Juiz Federal Florianópolis-SC = TJPR 4ª
Juiz Federal Maringá X Juiz Federal Salvador = STJ

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