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Ebook-Direito-Processual-Penal-Da-Competência-NT1-1 (1)

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E-book 
 
DIREITO 
PROCESSUAL 
PENAL 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário  
Sumário 1 
Da Competência 2 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA X RELATIVA 4 
Crime cometido no exterior e cuja extradição tenha sido negada: posição do STJ 
(competência da Justiça Federal) 6 
Comentários do julgado: 6 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA 8 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA: CRIMES ELEITORAIS 9 
Em caso de conexão entre crime de competência da Justiça comum (federal ou estadual) e 
crime eleitoral, os delitos serão julgados conjuntamente pela Justiça Eleitoral 10 
Comentários do julgado: 10 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA: COMPETÊNCIA DA “JUSTIÇA POLÍTICA OU 
EXTRAORDINÁRIA” 14 
Súmulas aplicadas 16 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA - POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO 19 
Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado Federal 
não se relacionam ao exercício do mandato, a competência para julgá-los não é do STF 21 
Comentários importantes do julgado 21 
STF é competente para julgar crime eleitoral praticado por Deputado Federal durante a sua 
campanha à reeleição caso ele tenha sido reeleito 23 
Comentários do julgado 23 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL (RATIONE LOCI) 27 
CONEXÃO E CONTINÊNCIA 30 
Conduta de um dos pedófilos conexa com um grupo maior localizado em outro juízo 33 
Comentários do julgado 34 
Outras Decisões Importantes sobre o Tema: 35 
É inconstitucional foro por prerrogativa de função para Procuradores do Estado, 
Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia 35 
 1 
 
STJ não é competente para julgar crime praticado por Governador no exercício do mandato 
se o agente deixou o cargo e atualmente voltou a ser Governador por força de uma nova 
eleição 36 
A prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não se 
aplicando em caso de eleição para um novo mandato após o agente ter ficado sem ocupar 
função pública 36 
Compete à Justiça Estadual julgar crime cometido a bordo de balão 37 
Quem julga, no Brasil, crime cometido por brasileiro no exterior e cuja extradição tenha sido 
negada? 37 
Regras para a aplicação da decisão do STF na AP 937 QO/RJ aos processos em curso no 
Supremo 38 
Compete à Justiça Federal conceder medida protetiva em favor de mulher ameaçada por 
ex-namorado que mora nos EUA e faz as ameaças por meio do Facebook 39 
Compete à Justiça Federal julgar crime ambiental praticado dentro de unidade de 
conservação criada por decreto federal 39 
QUESTÕES 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
 
 
Da Competência 
 
1. CONCEITO 
É a medida é o ​limite da jurisdição dentro dos quais o órgão jurisdicional poderá                             
aplicar o direito. 
Apesar da jurisdição ser una e indivisível, é humanamente impossível que um só juiz                           
decida todos os litígios ocorridos. Num universo de magistrados, a competência é conceituada                         
como medida ou delimitação da jurisdição, ou nas palavras de Tourinho Filho, é “o âmbito,                             
legislativamente delimitado, dentro do qual o órgão exerce o seu Poder Jurisdicional”. 
A competência passa a ser um critério legal de administração eficiente da atividade dos                           
órgãos jurisdicionais, definindo previamente a margem de atuação de cada um, isto é, externando                           
os limites do poder. 
 
➣ ​Lembrando: Quem tem competência é o juízo. O Ministério Público e às polícias judiciárias                             
têm atribuição. 
 
Nós podemos definir a competência segundo alguns critérios: 
1) Competência em razão da matéria (​ratione materiae);  
❖ Objetiva identificar qual a Justiça competente e os critérios de especialização,                     
levando em conta a natureza da infração, tendo destaque o inciso III do art. 69 do                               
CPP. 
2) Competência em razão da pessoa acusada (​ratione personae) ​– prerrogativa de função​; 
 3 
 
❖ Tratada no inciso VII do art. 69 do CPP, leva em consideração a importância das                             
funções desempenhadas por determinadas pessoas, que serão julgadas               
originariamente perante um tribunal. É o chamado foro por prerrogativa de função.  
3) Competência territorial (​ratione loci);  
❖ Estampado nos incisos I e II do art. 69 do CPP, visa identificar o juízo                             
territorialmente competente, considerando como parâmetros o local da               
consumação do delito, além do domicílio ou residência do réu. 
4) Competência funcional;  
❖ Leva-se em conta como elemento de distribuição os atos processuais praticados. 
Segue o artigo 69 do Código de Processo Penal: 
ART. 69 DO CPP: DETERMINARÁ A COMPETÊNCIA JURISDICIONAL: 
I - O LUGAR DA INFRAÇÃO; 
II - O DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU; 
III - A NATUREZA DA INFRAÇÃO; 
IV - ​a distribuição; 
V - a conexão ou continência; 
VI - a prevenção; 
VII - a prerrogativa de função. 
 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA X RELATIVA 
 
A competência absoluta está relacionada ao direito público, ao direito que o Estado tem de                             
aplicar uma pena, ou seja, aplicar o direito penal ao caso concreto.  
Por ser de ordem pública, o juiz pode conhecer da sua competência/incompetência a                         
qualquer momento do processo penal, inclusive após a sentença, de ofício. 
A competência relativa é direito subjetivo da parte de informar que aquele juízo é                           
incompetente. Portanto, o juiz não pode reconhecerá a incompetência relativa de ofício.                       
Ela deve ser alegada pela parte sob pena de preclusão. 
 4 
 
A competência absoluta é improrrogável e imodificável, ao passo que a competência                       
relativa é prorrogável, é derrogável. 
Portanto, ​a competência absoluta produz uma nulidade absoluta​. 
Para Ada Pellegrini, quando se trata de uma incompetência absoluta, não se trata de uma                             
nulidade absoluta, e sim de inexistência. Um ato praticado pelo juiz absolutamente                       
incompetente é um ato inexistente. 
Prevalece que os atos praticados por um juiz incompetente absolutamente é um ato                         
inexistente. 
➣ ​Importante​: Segundo o artigo 64, § 4º do CPC: 
“Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos da decisão proferida                       
pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo                           
incompetente.”  
Na incompetência relativa, ela deve ser arguida pela parte no primeiro momento que tiver                           
para falar nos autos sob pena de preclusão. 
Na incompetência relativa, o acusado deve provar o prejuízo daquele ato do juiz                         
incompetente. Na incompetência absoluta o prejuízo é presumido, e não necessariamente                     
deve ser comprovado. 
Atenção:​ Não se aplica ao processo penal a Súmula 33 do STJ. 
Súmula 33 do STJ: ​A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício. 
 
Veja a tabela a seguir: 
 
Competência Absoluta  Competência Relativa 
Direito Público  Direito Subjetivo 
Pode ser reconhecida de ofício  Não pode ser reconhecida de ofício 
É improrrogável  É prorrogável 
Nulidade Absoluta  Nulidade Relativa 
Prejuízo presumido  O prejuízo deve ser comprovado 
 
 
 5 
 
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL 
 
➣ ​Crime​ ​cometido no Território Nacional 
➣ Situações de Extraterritorialidade 
❖ Teoria da Ubiquidade 
❖ Interesse Nacional 
Veja um julgado sobre o tema: 
Crime cometido no exterior e cuja extradição tenha sido negada: posição                     
do STJ (competência da Justiça Federal) 
 
Origem: STJ 
Compete à Justiça Federal o processamento e o julgamento da ação penal                       
que versa sobre crime praticado no exterior, o qual tenha sido transferido                       
para a jurisdição brasileira, por negativa de extradição,aplicável o art. 109, IV,                         
da CF/88. STJ. 3ª Seção. CC 154656-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado                       
em 25/04/2018 (Info 625). O STF entende que compete à Justiça Estadual: O                         
fato de o delito ter sido cometido por brasileiro no exterior, por si só, não                             
atrai a competência da Justiça Federal. Assim, em regra, compete à Justiça                       
Estadual julgar o crime praticado por brasileiro no exterior e que lá não foi                           
julgado em razão de o agente ter fugido para o Brasil, tendo o nosso país                             
negado a extradição para o Estado estrangeiro. Somente será de                   
competência da Justiça Federal caso se enquadre em alguma das hipóteses                     
do art. 109 da CF/88. STF. 1ª Turma. RE 1.175.638 AgR/PR, Rel. Min. Marco                           
Aurélio, julgado em 2/4/2019 (Info 936). 
Comentários do julgado:  
Imagine a seguinte situação adaptada: 
João, brasileiro nato, morava em Portugal. 
Lá, ele participou, juntamente com outras pessoas, de um esquema                   
criminoso que falsificava documentos de identidade portuguesas a fim de                   
posterior uso para ingressar no Canadá e nos EUA. 
A organização criminosa foi descoberta e João fugiu para o Brasil (Belo                       
Horizonte/MG). 
Portugal formulou pedido de extradição, mas este foi negado em razão de                       
 6 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1f029c1e1abaaf0605807b7f91552d36?categoria=12&subcategoria=127
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1f029c1e1abaaf0605807b7f91552d36?categoria=12&subcategoria=127
 
João ser brasileiro nato (art. 5º, LI, da CF/88): 
Art. 5º (...) 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de                       
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado                 
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma                     
da lei. 
João ficará isento de responsabilidade penal? 
NÃO. João irá responder, aqui no Brasil, pelos crimes que praticou em                       
Portugal. Isso com fundamento no art. 7º, II, “b” e § 2º do CP: 
Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
(...) 
II - os crimes: 
(...) 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de                   
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam                   
julgados. 
(...) 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do                             
concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a                           
extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a                             
pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não                           
estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
Além disso, existe uma previsão específica no Tratado de Extradição firmado                     
entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República                         
Portuguesa (incorporado no ordenamento brasileiro pelo Decreto nº               
1.325/94). Este Tratado prevê que se não for possível a extradição do                       
indivíduo pelo fato de ele ser nacional do Estado requerido, então, neste                       
caso, o infrator deverá ser julgado pelo juízo competente do país, em                       
conformidade com a sua lei, pelos fatos que fundamentaram o pedido de                       
 7 
 
extradição. 
Em outras palavras, o Tratado diz o seguinte: se o Brasil não puder extraditar                           
para Portugal o indivíduo que cometeu o crime lá em virtude de ele ser                           
brasileiro nato, então, neste caso, a Justiça brasileira deverá julgá-lo. 
  
De quem é a competência para julgar este delito aqui no Brasil: da Justiça                           
Estadual ou Justiça Federal? 
Justiça FEDERAL. 
Segundo dispõem os arts. 21, I, e 84, VII e VIII, da CF/88, compete à União                               
manter relações com Estados estrangeiros e cumprir os tratados firmados: 
Art. 21. Compete à União: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações                     
internacionais; 
 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
(...) 
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus                   
representantes diplomáticos; 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a                   
referendo do Congresso Nacional. 
➣ ​Desse modo, a União possui compromissos internacionais com a                   
apuração criminal (​persecutio criminis) em caso de delitos praticados por                   
brasileiro no exterior e no qual este infrator esteja agora no Brasil e não                           
possa ser extraditado, devendo responder em nosso país pelo crime                   
cometido lá fora. 
Há, portanto, interesse da União, que justifica a competência da Justiça                     
Federal, nos termos do art. 109, IV, da CF/88: 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
(...) 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de                         
bens, serviços ou ​interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou                       
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a               
competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
 8 
 
 
Fonte: Buscador Dizer o Direito. 
 
 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA 
➣ Justiça Especial: 
1) Justiça Militar da União/dos Estados;  
2) Justiça Eleitoral (​Observação​: ​a Justiça Eleitoral tem competência penal​);  
3) Justiça do Trabalho (a Justiça do Trabalho não tem a competência criminal                         
propriamente dita, mas através da alteração legislativa, ficou previsto que a Justiça do Trabalho                           
poderia julgar ​habeas corpus em matéria criminal. Porém na prática é muito difícil de se ver, pois o                                   
principal exemplo era a prisão do depositário infiel, figura que não mais existe no nosso                             
ordenamento jurídico);  
4) Justiça Política / Extraordinária* (são os casos em que órgão legislativo, por                         
exemplo o Senado Federal, com a competência de julgar crimes políticos, com a competência de                             
julgar crimes de responsabilidade. Por exemplo o Impeachment do Presidente da República). 
 
➣ Justiça Comum:  
1) Justiça Federal (art. 109, CF) 
2) Justiça Estadual (​ a justiça estadual tem competência residual​).  
 
Observação​: Competência em razão da matéria: ​crime militar (será estudado posteriormente, de                       
forma específica, pois houve alteração legislativa). 
 9 
 
 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA: CRIMES ELEITORAIS 
A Competência se limita ao julgamento dos crimes eleitorais e conexos. Mas e se o                             
crime conexo for um crime doloso contra a vida?  
➣ ​Corrente minoritária: Os dois crimes deverão ser julgados pela Justiça Eleitoral​.  
Como ambas as competências estão na CF, haverá uma divisão. ​O crime eleitoral vai                           
para a Justiça Eleitoral, mas o crime conexo doloso contra a vida vai para o Tribunal do júri​.  
O mesmo acontece em crimes da Justiça Militar ou da Justiça Federal conexos com da                             
Justiça Eleitoral.Veja a decisão sobre o tema: 
 
Em caso de conexão entre crime de competência da Justiça comum (federal ou                         
estadual) e crime eleitoral, os delitos serão julgados conjuntamente pela Justiça                     
Eleitoral 
Direito Processual Penal​ ​Competência​ ​Outros temas sobre competência 
Origem: STF 
 
Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem                           
conexos. Cabe à Justiça Eleitoral analisar, caso a caso, a existência de conexão de                           
delitos comuns aos delitos eleitorais e, em não havendo, remeter os casos à Justiça                           
competente. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em                       
13 e 14/3/2019 (Info 933). 
Comentários do julgado​: 
Imagine a seguinte situação hipotética: 
Determinada construtora pagou R$ 500 mil a João (Ministro de Estado) para obter                         
favores ilícitos na Administração Pública federal. 
Além disso, essa mesma construtora, alguns meses depois, doou, de forma não                       
declarada, R$ 600 mil para que esse Ministro de Estado custeasse a sua campanha                           
eleitoral para o cargo de Deputado Federal. 
Vale ressaltar, mais uma vez, que essas doações para a campanha não foram                         
contabilizadas na prestação de contas, caracterizando aquilo que se chama, na                     
 10 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/075b051ec3d22dac7b33f788da631fd4?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/075b051ec3d22dac7b33f788da631fd4?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/075b051ec3d22dac7b33f788da631fd4?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=127
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=127&assunto=295
 
linguagem popular, de “Caixa 2”. 
Por fim, João ocultou a origem dos R$ 500 mil de propina simulando ganhos com a                               
venda de gado.  
Em tese, quais foram os delitos praticados por João? 
a) ​corrupção passiva (art. 317 do CP): delito, em tese, da Justiça Federal comum (por                             
envolver a União): 
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda                           
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou                             
aceitar promessa de tal vantagem: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
b) ​falsidade ideológica (art. 350 do Código Eleitoral): crime de competência da Justiça                         
Eleitoral. 
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dêle devia                       
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser                             
escrita, para fins eleitorais: 
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é                                 
público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento é                                 
particular. 
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário público e comete                         
o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou alteração é de                         
assentamentos de registro civil, a pena é agravada. 
c) ​lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei nº 9.613/98): infração de competência da Justiça                             
Federal comum (porque o crime antecedente é federal). 
Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição,                   
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou                     
indiretamente, de infração penal. 
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa. 
Vale ressaltar que, aparentemente, todos os crimes praticados são conexos.  
Dois crimes são de competência da Justiça Federal comum e um deles da Justiça                           
Eleitoral. Como ficará a competência para julgar estes delitos? Serão julgados                     
separadamente ou juntos? Qual será a Justiça competente? 
Justiça ELEITORAL. 
Competirá à Justiça Eleitoral julgar todos os delitos. 
Segundo decidiu o STF: 
Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem                           
conexos. ​STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em                       
 11 
 
13 e 14/3/2019 (Info 933) 
➣ No concurso entre a jurisdição penal comum e a especial (como a eleitoral),                           
prevalecerá esta na hipótese de conexão entre um delito eleitoral e uma infração penal                           
comum. 
O fundamento para isso está no art. 35, II, do Código Eleitoral e no art. 78, IV, do CPP: 
Art. 35. Compete aos juízes: ​(leia-se: juízes eleitorais) 
II - processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos,                             
ressalvada a competência originária do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais; 
 
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão                     
observadas as seguintes regras: 
(...) 
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. 
Assim, como há a presença do crime de doação eleitoral por meio de “caixa 2”, conduta                               
que configura o crime eleitoral de falsidade ideológica (art. 350 do Código Eleitoral), a                           
competência para julgar todos os delitos é atraída para a Justiça Eleitoral, considerado                         
o princípio da especialidade: 
A doação eleitoral por meio de “caixa 2” é uma conduta que configura crime eleitoral                             
de falsidade ideológica (art. 350 do Código Eleitoral). A competência para processar e                         
julgar este delito é da Justiça Eleitoral. 
A existência de crimes conexos de competência da Justiça Comum, como corrupção                       
passiva e lavagem de capitais, não afasta a competência da Justiça Eleitoral, por                         
força do art. 35, II, do CE e do art. 78, IV, do CPP. 
STF. 2ª Turma. PET 7319/DF, Rel. Min. Edson Fachin, Relator p/ Acórdão Min. Dias                           
Toffoli, julgado em 27/3/2018 (Info 895). 
Como há dois crimes de competência da Justiça Federal, o Juiz Federal “comum” não                           
poderia julgar os três delitos, incluindo o crime eleitoral? 
➣ Resposta: ​NÃO​. Isso porque a Constituição Federal, no art. 109, IV, ao estipular a                             
competência criminal da Justiça Federal comum, ressalva, expressamente, os casos da                     
competência da Justiça Eleitoral. Veja: 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
(...) 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens,                           
 12 
 
serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas                       
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e                       
da Justiça Eleitoral; 
Onde está prevista a competência da Justiça Eleitoral? 
A CF/88, em seu art. 121, afirma que lei complementar irá definir a competência da                             
Justiça Eleitoral: 
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, 
dos juízes de direito e das juntas eleitorais. 
Assim, ​a definição da competência da Justiça Eleitoral foi submetida à lei                       
complementar​.➣ ​Como essa lei complementar mencionada pelo art. 121 da CF/88 ainda não foi                           
editada, o STF entende que os dispositivos do Código Eleitoral que tratam sobre a                           
organização e competência da Justiça Eleitoral foram recepcionados com força de lei                       
complementar. 
Logo, o art. 35, II, do Código Eleitoral está de acordo com o art. 121 e com o art. 109, IV,                                         
da CF/88 e fazem com que todos os delitos sejam de competência da Justiça Eleitoral. 
Conforme explica José Jairo Gomes: 
“Note-se que a Justiça Comum é federal e estadual. A ‘vis attractiva’ exercida                         
pela Justiça Eleitoral ocorrerá em ambos os casos. Apesar de a competência                       
criminal da Justiça Federal ser prevista diretamente na Constituição (art. 109) e                       
da Eleitoral ser estabelecida em norma infraconstitucional (no caso, o Código                     
Eleitoral – CE, art. 35, II), a parte final do inciso IV, art. 109, da Lei Maior, ressalva                                   
expressamente a competência da Justiça Eleitoral. Em razão da expressa                   
ressalva constitucional, há que se respeitar a competência criminal da Justiça                     
Eleitoral, ainda quando ela seja definida pela conexão. Caso contrário, à luz do                         
ordenamento positivo, o princípio do juiz natural restaria desatendido. Destarte,                   
se houver conexão entre crime federal e eleitoral poderá haver unidade                     
processual com a prorrogação da competência da Justiça Eleitoral. (…)” (​Crimes                     
Eleitorais e Processo Penal Eleitoral​. 2ª ed., São Paulo: Atlas, 2016, p. 325/327). 
 
Seria possível o desmembramento dos crimes, ou seja, a Justiça Federal comum julga                         
os crimes de corrupção e lavagem e a Justiça Eleitoral o crime de “caixa 2”? 
➣ Resposta: ​NÃO​. ​Essa era a posição da PGR, mas não foi acolhida pelo STF.  
Foi mencionado acima que, aparentemente, todos os crimes praticados são conexos.                     
Quem define isso? De quem é a competência para decidir se existe ou não conexão? 
➣ Também da Justiça Eleitoral. 
➣ ​Compete à própria Justiça Eleitoral reconhecer a existência, ou não, do vínculo de                           
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conexidade entre delito eleitoral e crime comum a ele supostamente vinculado​: 
Cabe à Justiça Eleitoral analisar, caso a caso, a existência de conexão de delitos                           
comuns aos delitos eleitorais e, em não havendo, remeter os casos à Justiça                         
competente. ​STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado                     
em 13 e 14/3/2019 (Info 933). 
Por que esse julgamento gerou tanta polêmica? 
Porque grande parte dos crimes relacionados com a chamada operação “Lava Jato”                       
envolvem também o crime eleitoral de “caixa 2” (art. 35, II, do CE). Logo, o julgamento de                                 
todos esses delitos podem acabar saindo da Justiça Federal comum (ex: 13ª Vara                         
Federal de Curitiba) e serem remetidos para um Juiz de Direito que exerça as funções                             
de Juiz Eleitoral. 
Para os Procuradores da República que compõem a Força Tarefa da “Lava Jato”, a                           
Justiça Eleitoral não teria a estrutura necessária para julgar estes crimes. Assim, “isso                         
seria o fim da Lava Jato”. 
Este argumento foi refutado, com veemência, pela maioria dos Ministros. 
Além disso, há um temor por parte dos membros do Ministério Público de que                           
condenações já proferidas pela Justiça Federal comum em casos envolvendo a “Lava                       
Jato” sejam anuladas por vício de incompetência.  
O entendimento do STF acima explicado é novo? 
Na verdade, não. Já encontrávamos julgados da Corte nesse mesmo sentido: 
(...) A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que,                         
nos casos de doações eleitorais por meio de caixa 2 - fatos que poderiam constituir o                               
crime eleitoral de falsidade ideológica (art. 350, Código Eleitoral) -, a competência                       
para processar e julgar os fatos é da Justiça Eleitoral (PET nº 6.820/DF-AgR-ED,                         
Relator para o acórdão o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de 23/3/18). 
2. A existência de crimes conexos de competência da Justiça Comum, como                       
corrupção passiva e lavagem de capitais, não afasta a competência da Justiça                       
Eleitoral, por força do art. 35, II, do Código Eleitoral e do art. 78, IV, do Código de                                   
Processo Penal. (...) 
STF. 2ª Turma. Pet 6986 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Relator p/ Acórdão: Min. Dias                             
Toffoli, julgado em 10/04/2018. 
Esse também é o entendimento do STJ: AgRg na APn 865/DF, Rel. Min. Herman                           
Benjamin, Corte Especial, julgado em 07/11/2018. 
Fonte: Buscador Dizer o Direito. 
 
 14 
 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA: ​COMPETÊNCIA DA             
“JUSTIÇA POLÍTICA OU EXTRAORDINÁRIA” 
Corresponde à atividade jurisdicional exercida por órgãos políticos alheios ao Poder                     
Judiciário, com o objetivo de afastar o agente público que comete crimes de responsabilidade.  
Exemplo: Em alguns casos é exercida pelo Senado (CF, art. 52, I).  
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:  
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem                                 
como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes                                 
da mesma natureza conexos com aqueles (perceba que o ME, CM, CE, CA somente serão julgados                               
também no senado neste tipo de infração se a mesma for conexa com a infração do presidente e vice, caso                                       
contrário serão julgados no STF, ver constitucional); ...  
 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA: COMPETÊNCIA DA             
JUSTIÇA FEDERAL 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem                             
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência,                         
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa                           
domiciliada ou residente no País; 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou                             
organismo internacional; 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços                             
ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as                           
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
 15 
 
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a                         
execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou                         
reciprocamente; 
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; ​(Incluído                               
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra                               
o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; 
Compete ainda à JUSTIÇA FEDERAL processar e julgar originariamente: 
VII - os ​habeas corpus​,em matéria criminal de sua competência ou quando o                         
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra                       
jurisdição; 
VIII - os mandados de segurança e os ​habeas data​ contra ato de autoridade federal,                         
excetuados os casos de competência dos tribunais federais; 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da                             
Justiça Militar; 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta                             
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas                         
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
XI - a disputa sobre direitos indígenas 
 
Súmulas aplicadas 
❖ Súmula 06 do STJ​: Compete à justiça comum estadual processar e julgar delito                         
decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de polícia militar, salvo se                       
autor e vítima forem policiais militares em situação de atividade. 
❖ Súmula 33 do STJ​: A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício. 
❖ Súmula 42 do STJ​: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as                         
causas cíveis em que a é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados                             
em seu detrimento. 
 16 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm
 
❖ Súmula 62 do STJ​: Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa                             
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada. 
❖ Súmula 73 do STJ​: A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado                   
configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual. 
❖ Súmula 75 do STJ​: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar e julgar                           
policial militar por crime de promover ou facilitar a fuga de preso de                         
estabelecimento penal. 
❖ Súmula 78 do STJ​: Compete à Justiça Militar processar e julgar policial de                         
corporação estadual, ainda que o delito tenha sido praticado em outra unidade                       
federativa. 
❖ Súmula 104 do STJ​: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos                         
crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento                     
particular de ensino. 
❖ Súmula 140 do STJ​: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime                         
em que o indígena figure como autor ou vítima. 
❖ Súmula 147 do STJ​: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes                         
praticados contra funcionário público federal, quando relacionados ao exercício da                   
função. 
❖ Súmula 151 do STJ​: A competência para o processo e julgamento por crime de                           
contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da                       
apreensão dos bens. 
❖ Súmula 165 do STJ​: Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso                           
testemunho cometido no processo trabalhista. 
❖ Súmula 172 do STJ​: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar militar                         
por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço. 
❖ Súmula 200 do STJ​: O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado                         
de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.  
 17 
 
❖ Súmula 208 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito                       
municipal por desvio de verba sujeita à prestação de contas perante órgão federal. 
❖ Súmula 209 do STJ​: Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por                         
desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.  
❖ Súmula 244 do STJ​: Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime                               
de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos. 
 
Observação: A súmula 91 do STJ, prevendo que os crimes contra a fauna seriam                           
julgados perante à Justiça Federal, foi cancelada em 2000. Isso se deve ao fato da Lei 9.605/1998,                                 
disciplinando os crimes contra a fauna, prever infrações penais que não seriam apreciadas pela                           
Justiça Federal, a exemplo de maus-tratos contra animais domésticos (art. 32), restando à área                           
federal as infrações contra espécimes silvestres. Como a referida súmula não fazia tal distinção,                           
sendo generalista, foi cancelada. Após o cancelamento da súmula, o STJ firmou o entendimento de                             
que, quando não há evidente lesão a bens, serviços ou interesses da União, autarquias ou empresas                               
públicas (art. 109 da CF), compete à Justiça estadual, de regra, processar e julgar crime contra a                                 
fauna, visto que a proteção ao meio ambiente constitui matéria de competência comum à União,                             
aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal (art. 23, VI e VII, da CF).   
❖ Súmula 453 do STF​: Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo                             
único do Código de Processo Penal, que possibilitam dar nova definição jurídica ao                         
fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida explícita ou                     
implicitamente na denúncia ou queixa. 
❖ Súmula 521 do STF​: O foro competente para o processo e julgamento dos crimes                           
de estelionato, sob a modalidade de emissão dolosa de cheque sem provisão de                         
fundos, é o local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado. 
❖ Súmula 522 do STF: Salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando então a                           
competência será da Justiça Federal, compete à Justiça dos Estados o processo e                         
julgamento dos crimes relativos a entorpecentes. 
 18 
 
❖ Súmula 702 do STF: A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos                         
restringe-se aos crimes de competência da Justiça Comum Estadual; nos demais                     
casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau. 
❖ Súmula 704 do STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do                               
devido processo legal a atração por continência ou conexão do co-réu ao foro por                           
prerrogativa de função de um dos denunciados. 
❖ Súmula 721 do STF​: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece                       
sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela                   
Constituição Estadual.   
➫ Importante ressaltar ​as causas relativas relativas a direitos humanos (inciso                     
V-A)  
Este inciso foi acrescentado pela EC 45/2004, movida pela federação dos crimes                       
que afrontem direitos humanos. Não se pode perder de vista a necessária                       
conjugação do dispositivo em enfoque com o § 5º do art. 109 da CF: 
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da                         
República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes                     
de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá                         
suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito oudo processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. 
 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA - POR PRERROGATIVA DE                 
FUNÇÃO  
➣ ​O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o                          
exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas; e 
➣ Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação                           
para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será                             
 19 
 
mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava,                                     
qualquer que seja o motivo​. 
➣ ​Súmula 394 do STF​: COMETIDO O CRIME DURANTE O EXERCÍCIO                     
FUNCIONAL, PREVALECE A COMPETÊNCIA ESPECIAL POR PRERROGATIVA DE               
FUNÇÃO, AINDA QUE O INQUÉRITO 151/281 OU A AÇÃO PENAL SEJAM                     
INICIADOS APÓS A CESSAÇÃO DAQUELE EXERCÍCIO ​(CANCELADA)​. 
 
Situação hipotética: Deputado que renuncia, continua sendo julgado pelo STF? Se o                       
deputado renuncia, cessa a competência por prerrogativa de função. Exceto quando a renúncia se                           
dá exclusivamente para não ser processado e julgado perante o STF. Veja o que diz a Súmula 451                                   
do STF: 
A COMPETÊNCIA ESPECIAL POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO NÃO SE                 
ESTENDE AO CRIME COMETIDO APÓS A CESSAÇÃO DEFINITIVA DO                 
EXERCÍCIO FUNCIONAL. 
 
E O CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA? 
Súmula vinculante 45 do STF: ​A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o                             
foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.   
 
Atenção​: 
E o Deputado estadual? Sua prerrogativa é prevista ou não na CF?  
➣ 1ª Corrente (Capez): Deputado tem foro previsto na CF, por questão de simetria com o                               
Deputado Federal, e por conta do art. 27, §1º da CF (imunidade formal). PREVALECE                           
(STJ)​. 
 20 
 
Art. 27, § 1º. Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, 
aplicando-sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, 
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, 
impedimentos e incorporação às Forças Armadas. 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis 
que adotarem, observados os princípios desta Constituição. 
➣ ​2ª Corrente (Nucci): O Foro é previsto exclusivamente pela CE 
 
Decisão relacionada ao tema de competência por Foro por prerrogativa de função: 
Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado                     
Federal não se relacionam ao exercício do mandato, a competência para julgá-los                       
não é do STF 
Direito Processual Penal​ ​Competência​ ​Foro por prerrogativa de função 
Origem: STF 
 
Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado                     
Federal não se relacionam ao exercício do mandato, a competência para julgá-los                       
não é do STF, mas sim do juízo de 1ª instância. Isso porque o foro por prerrogativa                                 
de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e                         
relacionados às funções desempenhadas (STF AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto                     
Barroso, julgado em 03/05/2018). A apropriação indébita se consuma no ato da                       
inversão da propriedade do bem. Se a inversão da propriedade ocorreu com a                         
transferência dos recursos da conta bancária da empresa vítima, com sede em                       
Brasília/DF, efetuada pelo Diretor da entidade, tem-se que a competência para                     
apurar este delito é do juiz de direito de 1ª instância do TJDFT. STF. 1ª Turma. Inq                                 
4619 AgR-segundo/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/2/2019 (Info 931). 
➣ Comentários importantes do julgado:  
Imagine a seguinte situação adaptada: 
Alexandre celebrou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público. 
No acordo, assinado em 2016, Alexandre confessou a prática de crimes contra a                         
administração pública e, além disso, delatou a participação de Odair, um Deputado                       
Federal, que teria se apropriado indevidamente de valores repassados pela                   
Confederação Nacional do Transporte (CNT). 
 21 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/faf02b2358de8933f480a146f4d2d98e?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/faf02b2358de8933f480a146f4d2d98e?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/faf02b2358de8933f480a146f4d2d98e?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=127
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=127&assunto=296
 
O acordo foi homologado pelo STF. 
Denúncia 
Com base na delação e nas provas apresentadas por Alexandre e corroboradas                       
pelas diligências investigatórias, a Procuradoria-Geral da República ofereceu               
denúncia, no STF, contra Odair pela prática de apropriação indébita: 
Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
O que o STF fez? 
Declinou a competência para a 1ª instância. Isso porque o STF entendeu que os                           
fatos narrados não estavam relacionados com o exercício do mandato de Deputado                       
Federal por Odair. 
Segundo o entendimento atual do STF: 
O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante                       
o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. 
STF. Plenário AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018                       
(Info 900). 
➣ Em outras palavras, ​os Deputados Federais e Senadores somente serão julgados                       
pelo STF se o crime tiver sido praticado durante o exercício do mandato de                           
parlamentar federal e se estiver relacionado com essa função​. 
Como, no caso concreto, os crimes, em tese, praticados por Odair não tinham                         
relação direta com seu cargo de Deputado Federal, o STF entendeu que a                         
competência para julgá-los seria do juízo de 1ª instância.  
Qual juízo de 1ª instância será competente para julgar o caso? 
Juiz de 1ª instância da Justiça do Distrito Federal.  
Por quê? 
Segundo o MP, a Confederação Sindical teria repassado indevidamente valores para                     
a conta bancária de Odair. 
A competência territorial é determinada, em regra, pelo lugar em que se consumar a                           
infração, nos termos do art. 70 do CPP: 
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se                         
consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o                             
último ato de execução. 
➣ ​A apropriação indébita se consuma no ato da inversão da propriedade do bem. 
A inversão da propriedade ocorreu com a transferência dos recursos da conta                       
bancária titularizada pela CNT, empresa com sede em Brasília/DF, efetuada pelo                     
 22 
 
Diretor da entidade em suposto conluio com Odair e os demais investigados. 
Ainda que a efetiva utilização dos recursos tenha ocorrido em outro ente daFederação, essa circunstância representa ​pos-factum​, que não interfere na                 
consumação do delito. 
Em suma: 
Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado                     
Federal não se relacionam ao exercício do mandato, a competência para julgá-los                       
não é do STF, mas sim do juízo de 1ª instância. 
Isso porque o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes                       
cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas                     
(STF AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018). 
 
Fonte: Buscador Dizer o Direito. 
 
Vejamos mais uma Decisão relacionada ao tema: 
STF é competente para julgar crime eleitoral praticado por Deputado Federal                     
durante a sua campanha à reeleição caso ele tenha sido reeleito 
Direito Processual Penal​ ​Competência​ ​Foro por prerrogativa de função 
Origem: STF 
 
Pedro, Deputado Federal, recebeu doação ilegal de uma empresa com o objetivo de                         
financiar a sua campanha para reeleição. Esta doação não foi contabilizada na                       
prestação de contas, configurando o chamado “caixa 2” (art. 350 do Código                       
Eleitoral). Pedro foi reeleito para um novo mandato de 2019 até 2022. O STF será                             
competente para julgar este crime eleitoral? SIM. O foro por prerrogativa de função                         
aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados                       
às funções desempenhadas. O STF entende que o recebimento de doação ilegal                       
destinado à campanha de reeleição ao cargo de Deputado Federal é um crime                         
relacionado com o mandato parlamentar. Logo, a competência é do STF. Além disso,                         
mostra-se desimportante a circunstância de este delito ter sido praticado durante o                       
mandato anterior, bastando que a atual diplomação decorra de sucessiva e                     
ininterrupta reeleição. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco                   
Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 (Info 933). 
 
Comentários do julgado: 
CASO 1. Imagine a seguinte situação hipotética: 
 23 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/84c578f202616448a2f80e6f56d5f16d?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/84c578f202616448a2f80e6f56d5f16d?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=127
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=127&assunto=296
 
Em setembro/2018, João, Deputado Federal, recebeu doação ilegal de uma empresa                     
com o objetivo de financiar a sua campanha para reeleição. 
Esta doação não foi contabilizada na prestação de contas, configurando o chamado                       
“caixa 2”, conduta que se amolda ao crime eleitoral de falsidade ideológica, previsto                         
no art. 350 do Código Eleitoral: 
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dêle devia                       
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia                           
ser escrita, para fins eleitorais: 
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento                               
é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o                               
documento é particular. 
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário público e                       
comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou alteração é de                           
assentamentos de registro civil, a pena é agravada. 
Como João era Deputado Federal, em novembro/2018 foi instaurado um inquérito                     
no STF para apurar o eventual crime eleitoral por ele praticado. 
Ocorre que João não foi reeleito e, em 2019, deixou de ocupar qualquer cargo                           
público. 
O STF continuará competente para julgar o delito? 
➣Resposta: ​NÃO​. ​Como João deixou de ser Deputado Federal, ele perdeu também o                         
foro por prerrogativa de função​. Logo, a competência para julgar o crime praticado                         
por João será da Justiça Eleitoral de 1ª instância, ou seja, ele será julgado por um                               
Juiz Eleitoral. 
  
CASO 2. Imagine agora outra situação ligeiramente diferente: 
Em setembro/2018, Pedro, Deputado Federal, recebeu doação ilegal de uma                   
empresa com o objetivo de financiar a sua campanha para reeleição. 
Esta doação não foi contabilizada na prestação de contas, configurando o chamado                       
“caixa 2” (art. 350 do Código Eleitoral). 
Em novembro/2018, foi instaurado um inquérito no STF para apurar o eventual crime                         
eleitoral por ele praticado. 
Pedro foi reeleito para um novo mandato de 2019 até 2022.  
Pergunta: O STF continuará competente para julgar o delito? 
SIM. Segundo o entendimento atual do STF: 
O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante                       
o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. 
 24 
 
STF. Plenário AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018                       
(Info 900). 
Em outras palavras, ​os Deputados Federais e Senadores somente serão julgados                     
pelo STF se o crime tiver sido praticado durante o exercício do mandato de                           
parlamentar federal e se estiver relacionado com essa função​. 
 
Fonte: Buscador Dizer o Direito. 
 
➤ ​Crime cometido em coautoria com titular de foro por prerrogativa de função 
Exemplo: Cidadão qualquer do povo pratica crime em coautoria com senador. Há                       
separação de processos? 
A regra é a separação dos processos, porém o STF entende que não há violação de                               
garantias a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de                               
função. 
Veja a ​Súmula 704 do STF​: ​Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do                                   
devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por                               
prerrogativa de função de um dos denunciados​. 
 
DECISÕES RELEVANTES 
➣ Suplente de senador, enquanto nessa condição, não tem foro (STF INQ 2.453).  
 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS. QUEIXA-CRIME. ARTS. 20, 21 E 22 
DA LEI 5.250/1967. SUPLENTE DE SENADOR. INTERINIDADE. COMPETÊNCIA DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA O JULGAMENTO DE AÇÕES PENAIS. 
INAPLICABILIDADE DOS ARTS. 53, § 1O, E 102, I, b, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
RETORNO DO TITULAR AO EXERCÍCIO DO CARGO. BAIXA DOS AUTOS. POSSIBILIDADE. 
NATUREZA. FORO ESPECIAL. PRERROGATIVA DE FUNÇÃO POSSUI NATUREZA INTUITU 
FUNCIONAE E NÃO RATIONE PERSONAE. ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS QUE SE 
APLICA APENAS AOS PARLAMENTARES EM EXERCÍCIO DOS RESPECTIVOS CARGOS. I - 
 25 
 
Os membros do Congresso Nacional, pela condição peculiar de representantes do 
povo ou dos Estados que ostentam, atraem a competência jurisdicional do Supremo 
Tribunal Federal. II - O foro especial possui natureza intuitu funcionae, ligando-se ao 
cargo de Senador ou Deputado e não à pessoa do parlamentar. III - Não se cuida de 
prerrogativa intuitu personae, vinculando-se ao cargo, ainda que ocupado 
interinamente, razão pelaqual se admite a sua perda ante o retorno do titular ao 
exercício daquele. IV - A diplomação do suplente não lhe estende automaticamente o 
regime político-jurídico dos congressistas, por constituir mera formalidade anterior e 
essencial a possibilitar à posse interina ou definitiva no cargo na hipótese de licença 
do titular ou vacância permanente. V - Agravo desprovido.(Inq 2453 AgR, Relator(a): 
Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 17/05/2007, DJe-047 
DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-06-2007 DJ 29-06-2007 PP-00029 EMENT 
VOL-02282-01 PP-00179) 
Atenção: 
➣ ​Juiz aposentado compulsoriamente em PAD não tem foro por prerrogativa​.  
➣ ​Juiz de 1º Grau convocado para atuar como desembargador continua sendo considerado                         
um juiz de 1ª instância, logo será julgado pelo respectivo Tribunal​. 
Veja o quadro resumido: 
Competência do STF: Competência do STJ: Competência do TRF: 
➣ Presidente da República e vice 
➣ Deputados Federais e 
Senadores 
➣ Ministros do STF 
➣ PGR 
➣ Ministros de Estado 
➣ Ministros Tribunais Superiores 
➣ Ministros TCU 
➣ Chefe de Missão diplomática 
de caráter permanente 
➣ Governadores Estados e 
DF 
➣ Desembargadores 
➣ Membros TCE, TCDF e 
TCM, TRF, TRE e TRT 
➣ Membros do MPU que 
atuam perante Tribunais. 
 
➣ Juízes federais 
➣ Membros do MPU que 
atuam em 1ª instância (aqui 
entra o crime praticado por 
membro do MPDFT) 
 
 26 
 
 
Veja outra tabela: 
MPDFT Quem julga 
Crime contra TJDFT 
Por TRF 1ª Região 
HC contra seus atos TRF 1ª Região 
MS contra ato do PGJ TJDFT 
 
➫ Competência do TJ 
✔ Prefeitos  
✔ Juízes estaduais  
✔ MP  
 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL (​RATIONE LOCI) 
Identificada a Justiça competente, se comum ou especializada, estuda-se o juízo                     
territorialmente competente. De início no que se refere ao território ou foro, a norma geral é a do                                   
art. 70 do CPP. 
➣ ​Regra​: ​Teoria do Resultado​.  
➣Cuidado para não confundir com o Direito Penal, que adota a Teoria da Atividade. 
 
Art. 70 do CPP. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se                             
consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último                               
ato de execução. 
 
➣​CUIDADO​! 
 27 
 
Parágrafos §1º e 2º: crimes cometidos aqui e resultado em outro país e vice-versa.                           
“Crimes de espaço máximo”. Aqui se aplica a ​Teoria da Ubiquidade (âmbito                       
penal), ou seja, aplica-se a lei do país em que ocorreu a conduta OU o resultado. A                                 
competência territorial será do lugar onde ocorreu o último ato de execução (§1º)                         
ou onde o ato tenha produzido ou devia ter produzido o resultado (§º2). 
 
Exemplo: A vítima levou um tiro no Brasil e morreu na Argentina. Então, para o CP,                               
considera-se o crime praticado no Brasil. Para fins de fixação da lei penal, prevalece a                             
lei do Brasil, e não da Argentina. 
 
Art. 70.  A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a                         
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de                               
execução. 
§ 1​o​  Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a                           
competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último                           
ato de execução. 
§ 2​º​  Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será                         
competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou                           
devia produzir seu resultado. 
 
Se o crime foi cometido e se consumou no Brasil, aplica-se a teoria do resultado.                             
Assim, se o crime se inicia em Minas Gerais e se consuma no Brasil, o juiz competente será o do                                       
Distrito Federal. 
 
Exceção: 
Nos crimes de homicídio doloso? Aplica-se a teoria da Ubiquidade, ou a Teoria do                           
Esboço do Resultado. Por questões probatórias, o local com mais provas e mais possibilidade de                             
produzir provas é o local onde o crime foi praticado. 
- Crime plurilocal de homicídio doloso  
Plurilocal é o crime que envolve duas ou mais comarcas. ​Atenção, é diferente de                           
crimes a distância, que são aqueles cometidos envolvendo dois países. 
 28 
 
Ex: Tiros são desferidos em Campinas, mas a vítima morre em hospital de São                             
Paulo. Pela regra do art. 70, seria São Paulo a consumação e a competência. No entanto, para a                                   
jurisprudência, nesse caso não aplica a regra do art. 70 (teoria do resultado), prevalecendo que o                               
foro competente será o do local da conduta (​teoria da atividade), por dois motivos:  
● Questões probatórias: no Tribunal do Júri a prova se concentra na audiência                       
de julgamento, portanto não conseguiria ouvir as testemunhas de outra                   
comarca no dia do julgamento.  
● Questões de política criminal: o julgamento deve ser feito onde foi feita a                         
conduta, que é onde o crime teve repercussão.  
 
Casos Excepcionais: 
➫ Crime de estelionato praticado mediante falsificação de cheque: 
Aplica-se a Súmula 48 do STJ: Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem                             
ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque. 
 
➫ E no caso de pagamento com cheque sem fundos? 
Foro competente é o do local da agência bancária ​onde o pagamento é recusado. É                             
nesse momento que o crime se consuma. Súmula 521 STF e 244 do STJ.  
Súmula 244 do STJ: ​Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de                                 
estelionato mediante cheque sem provisão de fundos. 
 
➫ LEI 9.099/95 
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a                             
infração penal. 
 
 29 
 
A Lei dos Juizados é uma das exceções ao CPP, pois usa a expressão “lugar em que foi                                   
PRATICADA ​a infração penal”. Qual teoria teria sido adotada?  
Três correntes:  
➣ 1ª Corrente: Por “praticada” entende-se o local da conduta (teoria da atividade).  
➣ 2ª Corrente: É sinônimo de consumada (teoria do resultado).  
➣ 3ª Corrente: ​PREVALECE na jurisprudência que a lei do JEC adota a teoria mista.                             
Seria competente tanto o local da ação quanto o local da consumação​ (​teoria da ubiquidade). 
 
➫ ​Crimes Falimentares 
Competência é fixada pelo local da decretação da falência ou da homologação da                         
recuperação judicial. 
 
➫ ​Local de Consumação Desconhecida 
Ocorre aqui a definição da competência pelo critério residual, qual seja, o domicílio do                           
réu. Sujeito viaja de ônibus e tem carteira roubada (violência imprópria: vítima trancada no                           
banheiro). Com o ônibus em movimento não se sabe onde foi a consumação. ​Qual o juízo                               
competente? Nesses casos, em que não se sabe o local da consumação, determina-se a                           
competência pelo foro de DOMICÍLIO DO ACUSADO. Se tiver mais de um domicílio,                         
fixa-se a competência pela PREVENÇÃO. Prevenção: Juiz que primeiro realizar ato                     
decisório. Em não tendo domicílio, será competente (prevento) o juiz que primeiro tiverconhecimento do fato. CPP art. 72. 
 
➫ ​Foro de Eleição nas Ações Privadas 
Nas ações penais exclusivamente privadas o querelante ​pode escolher entre o local                       
da infração e o domicílio do acusado (art. 73, CPP). 
 
CONEXÃO E CONTINÊNCIA 
 
 30 
 
Conceito e Efeitos 
É a interligação entre duas ou mais infrações, levando a que sejam apreciadas perante o                             
mesmo órgão jurisdicional.  
São regras de alteração de competência.  
Em regra, provocam a reunião e julgamento simultâneo dos processos (​simultaneus                     
processus​). Ideia de celeridade e economia processual. Faz-se, no caso, uma única instrução para                           
todos os processos.  
Um juízo exercerá força atrativa em relação ao outro. 
 
● Conexão 
 
- Conexão intersubjetiva - Art. 76, I do CPP 
Envolve duas ou mais infrações interligadas, e estas infrações devem ter sido praticadas                         
por duas ou mais pessoas. 
➣ Envolve ​vários crimes (necessidade de PLURALIDADE DE CONDUTAS) e                   
várias pessoas, obrigatoriamente (esse critério diferencia da continência).  
Ela pode ser classificada de 3 formas: 
a) Conexão Intersubjetiva ​por simultaneidade​: Duas ou mais infrações cometidas por                   
várias pessoas ao mesmo tempo quando ocasionalmente reunidas.  
➬ Não há concurso (não há liame subjetivo).  
➬ É rara. Exemplo: saque de mercado.  
OBSERVAÇÃO: Bittencourt diz que há concurso nesses casos de saques,                   
linchamentos etc.  
b) Conexão Intersubjetiva ​por concurso (OU CONCURSAL): Ocorre quando várias                 
pessoas, ​previamente acordadas​, praticam várias infrações, em concurso em                 
tempo e local diversos ​(há liame subjetivo​). Exemplo: Quadrilha especializada em                     
roubo de cargas.  
 31 
 
c) Conexão Intersubjetiva ​por reciprocidade​: Ocorre quando várias infrações são                 
praticadas, por diversas pessoas, ​umas contra as outras​. Exemplo: Briga entre                     
torcedores fora do estádio.  
➫ Não se trata de rixa, pois aqui se sabe em quem se está batendo (quem                               
são os autores).  
 
- Conexão Objetiva (teleológica ou finalista) (art. 76, II do CPP) 
Ocorre quando ​uma infração é cometida para facilitar, ocultar, assegurar a                     
impunidade ou vantagem​ em relação outra infração.  
Exemplo: Assalto do BACEN. Um dos assaltantes mata o outro para ficar com                         
todo o dinheiro. Ou pratica extorsão.  
➣ ​Observe que os crimes serão julgados juntos, não só os sujeitos​.  
 
- Conexão Instrumental​ ​(probatória ou processual)  
Tem cabimento quando a prova de uma infração ou de suas elementares influir na                           
prova de outra infração.  
Ex.: Receptação e crime anterior; lavagem de capitais e crime antecedente​. 
 
Atenção​: ​Súmula 122 do STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento                        
unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a                         
regra do art. 78, I, a, do Código de Processo Penal. 
 
● Continência 
É o vínculo que une ​vários infratores a uma única infração​, ou a ligação de várias                               
infrações por decorrerem de conduta única, ou seja, ​resultarem do concurso formal                       
de crimes​, ocasionando a reunião de todos os elementos em processo único. 
➫ Há só UMA CONDUTA, gerando um ou vários resultados.  
 32 
 
 
- ​Continência por cumulação subjetiva​ (de pessoas, sujeitos).  
Ocorre quando várias pessoas são acusadas pela ​MESMA infração penal​. Aqui é só                         
um crime, ao passo que na conexão por concurso são vários delitos. Exemplo: Crime de homicídio                               
praticado em coautoria. (art. 77, I, do CPP) 
 
- ​Continência por cumulação objetiva​ (art. 77, II do CPP) 
Implica na reunião em um só processo de vários resultados lesivos advindos de uma só                             
conduta. 
Ocorre nas hipóteses de concurso formal de crimes (art. 70 CP), aberratio ictus (art.                           
73, CP) e aberratio criminis (art. 74 CP).  
 
a) CONCURSO FORMAL​: Com uma conduta o agente pratica mais de um crime.  
b) ABERRATIO ICTUS​: Ocorre a continência por erro na execução. O agente mira na                         
pessoa desejada e mata outra, além da desejada. Há concurso formal dos crimes,                         
provocando a continência.  
c) ABERRATIO CRIMINIS​: Quando o agente atinge bem jurídico diverso do pretendido,                     
além do pretendido. Há concurso formal dos crimes, provocando a continência.  
 
Atenção​: Súmula 235 do STJ: A conexão não determina a reunião dos                       
processos, se um deles já foi julgado.  
 
Havendo dois processos, só haverá junção se não houver sentença. Se algum deles                         
tiver sentença não haverá conexão. 
 
● Resumo das regras de força atrativa pela conexão/continência: 
1) Prevalece o Júri ou tribunal de maior grau (salvo se não admite reunião).  
➫ Se um crime doloso contra a vida for conexo a um crime comum, ambos serão                               
apreciados pelo Tribunal Popular, pois este é o prevalente. O júri aprecia os crimes                           
dolosos contra a vida e os crimes que lhes sejam conexos. 
 33 
 
➫ Se houver concorrência entre o júri e crime de competência da Justiça Federal,                           
ambos serão apreciados dentro do júri a ser realizado na esfera federal. 
➫ Havendo a concorrência entre o júri e crime de competência da jurisdição                         
especial, seja ela militar ou eleitoral, deverá haver separação de processos. 
 
➣ ​Julgado importante acerca do tema​: 
Conduta de um dos pedófilos conexa com um grupo maior localizado em outro                         
juízo 
 
Direito Processual Penal​ ​Competência​ ​Competência territorial 
Origem: STF 
 
Se o crime do art. 241-A do ECA for praticado por meio do computador da residência                               
do agente localizada em São Paulo (SP), mesmo assim ele poderá ser julgado pelo                           
juízo de Curitiba (PR) se ficar demonstrado que a conduta do agente ocorreu com                           
investigações que tiveram início em Curitiba, onde um grupo de pedófilos ligados ao                         
agente foi preso e, a partir daí, foram obtidas todas as provas. Neste caso, a                             
competência do juízo de Curitiba ocorrerá por conexão, não havendo ofensa ao                       
princípio do juiz natural. STF. 1ª Turma. HC 135883/PR, rel. orig. Min. Marco Aurélio,                           
red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2017 (Info 868). 
 
Comentários do julgado: 
 
Imagine a seguinte situação adaptada: 
João praticou conjunção carnal com menina de 8 anos em sua residência na cidade de                             
São Paulo. 
Além disso, ficou provado que ele enviou para um site russo, do computador de sua                             
casa, fotografias e vídeos contendo cenas pornográficas envolvendo crianças. 
Diante disso, João foi condenado pela Justiça Federal de Curitiba (PR) pela prática dos                           
seguintes delitos: 
Estupro de vulnerável 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14                           
(catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
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https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b3848d61bbbc6207c6668a8a9e2730ed?categoria=12&subcategoria=127&assunto=294
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https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=127
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=127&assunto=294
 
 
ECA/Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer                     
meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
  
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar                   
por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático,                       
fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou                       
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
Por que tais crimes foram julgados pela Justiça Federal? 
➣Os delitos dos arts. 240 e 241-A do ECA, quando praticados por meio de sites na                               
internet, são de competência da Justiça Federal​: 
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em                     
disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente                 
(arts. 241, 241-A e 241-B do ECA), quando praticados por meio da rede mundial de                             
computadores (internet)​. STF. Plenário. RE 628624/MG, Rel. orig. Min. Marco Aurélio,                     
Red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28 e 29/10/2015 (repercussão                         
geral) (Info 805). 
➣O estupro de vulnerável também foi julgado na Justiça Federal em virtude da conexão                           
(art. 76 do CPP)​. Isso porque os três delitos estavam diretamente ligados, considerando                         
que o réu mantinha relação sexual com a criança, registrava isso em vídeo e depois                             
publicava no site russo. 
  
Por que tais crimes foram julgados pela Justiça Federal de Curitiba (e não pela JFSP)? 
Porque a descoberta das condutas de João ocorreu com investigações que tiveram                       
início em Curitiba, onde um grupo de pedófilos ligados a João foi preso e, a partir daí,                                 
foram obtidas todas as provas sobre este site russo bem como sobre as condutas de                             
João.  
Os investigados trocavam informações no eixo Curitiba–São Paulo, o que evidencia a                       
conexão entre os crimes de uns e de outros. Em razão disso, o STF concluiu que o juízo                                   
federal de Curitiba tinha competência para julgar João, sem que houvesse ofensa ao                         
princípio do juiz natural. 
 
Fonte: Buscador Dizer o Direito. 
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Outras Decisões Importantes sobre o Tema: 
 
É inconstitucional foro por prerrogativa de função para Procuradores do Estado,                     
Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia 
Direito Processual Penal​. ​Competência ​ ​Foro por prerrogativa de função 
Origem: STF 
 
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por                   
prerrogativa de função, no Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado,                     
Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia. A CF/88, apenas                       
excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais,                 
estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam,                       
livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de função. STF. Plenário.                       
ADI 2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,                           
julgado em 15/5/2019 (Info 940). 
 
Fonte: Buscador Dizer o Direito. 
 
STJ não é competente para julgar crime praticado por Governador no exercício do                         
mandato se o agente deixou o cargo e atualmente voltou a ser Governador por                           
força de uma nova eleição 
Direito Processual Penal​. ​Competência​ ​Foro por prerrogativa de função 
Origem: STF 
 
O STJ é incompetente para julgar crime praticado durante mandato anterior de                       
Governador, ainda que atualmente ocupe referido cargo por força de nova eleição.                       
Ex: João praticou o crime em 2010, quando era Governador; em 2011 foi eleito                           
Senador; em 2019 assumiu novamente como Governador; esse crime praticado em                     
2010 será julgado em 1ª instância (e não pelo STJ). Como o foro por prerrogativa de                               
função exige contemporaneidade e pertinência temática entre os fatos em apuração                     
e o exercício da função pública, o término de um determinado mandato acarreta, por                           
si só, a cessação do foro por prerrogativa de função em relação ao ato praticado                             
nesse intervalo. STJ. Corte Especial. QO na APn 874-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi,                         
julgado em 15/05/2019 (Info 649). 
 
F ​onte ​: Buscador do Dizer o Direito. 
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https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/def130d0b67eb38b7a8f4e7121ed432c?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/def130d0b67eb38b7a8f4e7121ed432c?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=127
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=127&assunto=296
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/136c2f0599b3a0175c544b72e4861b9f?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/136c2f0599b3a0175c544b72e4861b9f?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/136c2f0599b3a0175c544b72e4861b9f?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=127
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=127&assunto=296
 
 
A prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não                           
se aplicando em caso de eleição para um novo mandato após o agente ter ficado                             
sem ocupar função pública 
Direito Processual Penal​. ​Competência ​ ​Foro por prerrogativa de função 
Origem: STF 
 
Prefeito cometeu o crime durante o exercício do mandato e o delito está relacionado                           
com as suas funções: a competência para julgá-lo será, em regra, do Tribunal de                           
Justiça. Se esse Prefeito, antes de o processo terminar, for reeleito para um segundo                           
mandato (consecutivo e ininterrupto), neste caso, o Tribunal de Justiça continuará                     
sendo competente para julgá-lo. Por outro lado, se o agente deixar o cargo de                           
Prefeito e, quatro anos mais tarde, for eleito novamente Prefeito do mesmo Município,                         
nesta situação a competência para julgar o crime será do juízo de 1ª instância. A                             
prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não se                           
aplicando em caso de eleição para um novo mandato após o agente ter ficado sem                             
ocupar função pública. Ex: em 2011, Pedro, Prefeito, em seu primeiro mandato,                       
cometeu o crime de corrupção passiva. Pedro foi denunciado e passou a responder

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