A CONTABILIDADE NOS NEGÓCIOS EMPRESARIAIS

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A CONTABILIDADE NOS NEGÓCIOS EMPRESARIAIS 
Gabriele Mota da Silva
Sabrina Tecila
Silvianara de Souza Rocha de Aguiar
Uelita Neres de Oliveira
Tutor Externo: Michele Rosane Fanezzi Souza
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Administração (ADG0738) – Seminário Interdisciplinar II
Dezembro de 2016
RESUMO
Visando entender um pouco melhor como funciona a contabilidade empresarial procuramos nos aprofundar em pesquisas relacionadas aos princípios da contabilidade e a real importância da contabilidade nas decisões jurídicas e sociais da organização. Através desta detalhada pesquisa, conseguimos ver a importância de uma contabilidade bem estruturada, com todos os lançamentos registrados corretamente, descobrimos que de fato é necessário que dentro da organização exista um contador eficiente e um administrador eficaz, para que a organização tenha crescimento saudável, e não apenas valores fictícios no papel.
Palavras-chave: Contabilidade. Princípios. Previsão.
INTRODUÇÃO
A contabilidade pode ser considerada um sistema de informação indispensável à gestão, e por este motivo cabe ao contador mostrar ao administrador que a contabilidade financeira é essencial para uma boa administração ou gerenciamento do negócio, já que a principal finalidade da contabilidade é auxiliar os administradores e gestores no processo de tomadas de decisão.
Vemos muitas empresas que vem investindo fortemente em fontes de informações estratégicas que auxiliem os administradores e gestores nos processos decisórios. Com este trabalho buscamos demonstrar a importância dos dados contábeis para gestão empresarial, também buscamos descrever alguns conceitos de Contabilidade, objeto e objetivo.
Vimos também relatórios utilizados nesse ramo como: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Fluxo de Caixa, entre outros, dando ênfase e exemplificando os lançamentos contábeis- conta debitada e conta creditada, levando em consideração os princípios da contabilidade.
A CONTABILIDADE NOS NEGÓCIOS EMPRESARIAIS 
 ORIGEM DA CONTABILIDADE
A origem da contabilidade é muito antiga, seu uso já é observado na pré-história. 
“Naquele tempo, o registro das coisas que possuía – como, por exemplo, seu rebanho de ovelhas – era feito pela associação da quantidade de animais possuídos pela quantidade de pedras.” (TESSARI, p.3, 2013). Apesar de rudimentar a Contabilidade Empírica, já tinha o Patrimônio como objeto, sendo representado pelos rebanhos e outros bens. 
Ela desenvolveu-se em vagarosamente até o aparecimento da moeda, pois conforme as atividades econômicas iam se desenvolvendo em dimensão e complexidade as técnicas de avaliação patrimonial também eram aprimoradas, este fator de desenvolvimento deve-se ao fato de que o “estado-da-arte”, nesse caso da contabilidade, acompanha o desenvolvimento econômico, social e politico de cada sociedade em seu determinado período histórico. 
Contabilidade Moderna 
É marcada pela escola italiana, nasceu na Itália através do frade franciscano, matemático, teólogo e contabilista Frei Luca Pacioli, que reconheceu a funcionalidade de um método contábil, utilizado há pelo menos um século, e registrou em forma de livro um tratado, o chamado, Tractatus de Computis et Scripturis. A Europa com seu elevado número de atividades mercantis, por volta do XV, possibilitou maior desenvolvimento notório e considerável da contabilidade, que mais tarde passou a ser considerada uma ciência, a partir da disseminação do método contábil publicado pelo Frei Luca Pacioli.
Escola Anglo-saxônica 
Até o século XX a Europa foi o centro do desenvolvimento dos estudos contábeis, onde apesar da evolução ainda não existia a preocupação de registrar de maneira que o usuário externo pudesse visualizar e entender, pois esses registros eram confidenciais e restritos ao proprietário do empreendimento.
Com a ascensão econômica norte-americana essa realidade começa a mudar e passa a ser mais próxima do que vemos hoje em dia.
“Predomina, nos textos americanos, a preocupação com o usuário da informação contábil. A contabilidade é sempre utilizada e apresentada como algo útil para a tomada de decisões. A teoria contábil americana não deseja, de partida, endeusar demasiadamente a importância da Contabilidade no contexto do conhecimento humano, mas, lenta e seguramente, por meio da solidez dos argumentos apresentados e dos exemplos, o leitor acaba percebendo a verdadeiramente efetiva importância desta disciplina, no contexto administrativo.” (IUDÍCIBUS, p.20, 2009).
Algo muito importante que passou a ser utilizado é a Contabilidade como ferramenta de tomada de decisões, pois ela fornece o máximo de informações úteis relativas a questões internas e externas da empresa.
“ascensão econômica norte-americana num período recente, principalmente após a grande crise econômica de 1929, onde muitas empresas vieram a sucumbir. Após esse período, com a ascensão cultural e econômica, o crescimento do mercado de capitais, da auditoria, houve a preocupação de tornar a contabilidade um mecanismo útil para a tomada de decisões, devido à necessidade de trazer informações às pessoas que investiam nesse mercado.” (TESSARI, p.12, 2013).
Hoje ela é assim considerada, pois:
 “é um sistema de informação e avaliação que registra os eventos que alteram o patrimônio de uma entidade, destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza patrimonial, econômica e financeira. A Contabilidade possui metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar situações que alteram o patrimônio de entidades.” (MARTINI, p.4, 2013)
A Contabilidade no Brasil
Em uma breve explanação das origens da contabilidade no Brasil, vê-se que ela foi inicialmente influenciada pela escola italiana, mas seguiu de fato os ensinamentos da escola norte-americana, concordando com o autor Sergio de Iudícibus a primeira escola especializada no ensino da Contabilidade foi a Escola de Comércio Álvares Penteado, criada em 1902, entretanto o primeiro núcleo, de pesquisas contábeis, efetivo se deu com a fundação da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP, em 1946, e instalação do curso de Ciências Contábeis e Atuariais. Francisco D’Auria e Frederico Herrmann Junior foram os autores que mais se destacaram nesse período. 
 CONCEITOS
Dado o tema principal iniciaremos conceituando Contabilidade, que deriva do latim computare (contar, computar, calcular). Ao contrário do que se imagina para estudar e entender contabilidade não é necessário um conhecimento profundo de matemática, o que precisa de fato é saber a matemática básica. Segundo o autor Ricardo J. Ferreira “O 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em 1924, definiu a contabilidade como: “Ciência que estuda e pratica funções de orientação, de controle e de registro dos atos e fatos de uma administração econômica.”.”.
Uma visão muito parecida é a dos autores de Contabilidade Geral: Introdução a Contabilidade Societária que diz “A Contabilidade é a ciência social que tem por objetivo medir, para poder INFORMAR, os aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio de quaisquer entidades.” Além disso, ele nos mostra, ainda, que a contabilidade funciona como instrumento de gestão controle e democracia econômica da entidade, pois é através dela que a sociedade fica a par dos resultados dos recursos aplicados na entidade.
Objeto da contabilidade
Considerando que o objeto é o assunto que a ciência estuda, o objeto da contabilidade será o património – direitos e obrigações da pessoa jurídica ou física que podem ser mensuráveis em moeda. Através desse estudo o administrador poderá avaliar a situação em que os bens, direitos e as obrigações da empresa se encontram.
Ativo
O ativo representa a parte positiva do patrimônio da empresa, ou seja, tudo o que a empresa possui de bens (móveis, veículos, estoque, equipamentos)e direitos (contas a receber, títulos). Nele tem-se o Ativo Circulante – bens e direitos que a empresa possui e poderá transformar em dinheiro no prazo de até um ano, Ativo não circulante – bens e diretos que serão utilizados ou transformados em dinheiro a longo prazo, período maior de um ano.
Passivo
Representa a parte negativa da empresa, todos os seus deveres (empréstimos, salários, impostos a pagar). Como subgrupo do passivo tem-se o Passivo Circulante – duplicatas, empréstimos, salários a pagar no prazo menor do que um ano, Passivo não circulante – são os mesmos deveres do passivo circulante, entretanto o período para pagamento é em longo prazo, isso quer dizer que, será maior do que um ano.
Debito
Está relacionado com contas do Ativo que representa bens (dinheiro, casa, carro...) e direitos (valores a receber), este é a aplicação de recurso. 
Credito
Está relacionado com contas do Passivo que representam obrigações com terceiros (empréstimos, financiamentos, contas a pagar, impostos a pagar...), este representa a origem do recurso aplicado.
Patrimônio Líquido
É o que sobra efetivamente para a organização, ou seja, a diferença entre Passivo e Ativo, podendo ser positivo ou negativo.
 
Capital Social
É o investimento inicial feito pelos sócios da empresa, este investimento corresponde ao patrimônio líquido inicial. O mesmo só é alterado quando os proprietários realizam outro investimento (aumentos de capital) ou retiram parte do investimento- desinvestimento (diminuições de capital). Podendo ser chamado também de Capital Nominal ou Capital Integralizado.
 LIVROS
Existem vários livros na contabilidade que são usados para registrar as movimentações da empresa, são eles:
Livro Diário
É um livro contábil de preenchimento exigido por lei, obrigatório, nele são lançadas as operações DIÁRIAS de uma empresa. Aqui são registrados os fatos contábeis em partidas dobradas, os totais débito e crédito deverão ser sempre iguais, sendo sempre lançado primeiro, a conta débito e depois a conta crédito. 
O livro Diário tradicional pode ser substituído por fichas, entretanto a adoção desse sistema não isenta a empresa de obediência aos requisitos intrínsecos e extrínsecos previstos na lei fiscal e comercial para o livro Diário.
Livro Razão
 "É um livro fundamental ao processo contábil e exigido pela legislação brasileira para empresas cuja tributação do Imposto de Renda seja com base no Lucro Real. Em virtude de sua eficiência, ele é indispensável em qualquer tipo de empresa." (PORTAL SÓ CONTABILIDADE).
Por meio do livro razão é possível controlar separadamente o movimento de todas as contas. estre controle individualizado das contas é interessante para se conhecer os seus saldos, possibilitando a apuração de resultados e elaboração de demonstrações contábeis como o balanço patrimonial.
Este livro retrata nada ais nada menos que o detalhamento das contas individuais dos lançamentos realizados no livro diário.
Livro Caixa
É um livro auxiliar, de registro contábil, seu uso é facultativo (não obrigatório). Este se destina ao controle dos lançamentos exclusivos de entrada e saída, da conta Caixa da empresa, sendo feito os lançamentos em forma cronológica (dia, mês e ano).
"As anotações devem ser metódicas, diárias e detalhadas." (PORTAL SÓ CONTABILIDADE). Devem-se anotar apenas fatos ocorridos com comprovação de notas fiscais, sendo guardadas todas estas Notas Fiscais e comprovantes de pagamentos, pois eles ajudarão a preencher o Livro Caixa corretamente.
 PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE
Os Princípios de Contabilidade são as normas gerais que delimitam como as instituições devem registrar seus fatos contábeis, na inexistência destas normas cada instituição poderia adotar uma forma própria para fazer seus registros contábeis.
Os Princípios de Contabilidade - PC, (anteriormente chamados "Princípios Fundamentais de Contabilidade- PFC"), eram sete, entretanto o V da "Atualização Monetária" foi revogado pela resolução 1282/2010, permanecendo então seis dos sete princípios de contabilidade.
Em seu blog (Contabilidade no ar) o Professor Rafael, João Rafael (2012) cita: "A atualização monetária perdeu o status de princípio, mas continua a ter aplicação como elemento das bases de mensuração dos componentes patrimoniais", prossegue dizendo: "A atualização monetária não foi abolida [...] já que passou a ser tratada dentro do princípio do registro pelo valor original [...]".
Os princípios são os seguintes.
Princípio da Entidade;
Princípio da Continuidade;
Princípio da Oportunidade
Princípio do registro pelo valor original;
Princípio da competência;
Princípio da Prudência.
Vamos às particularidades de cada um desses princípios.
Princípio da Entidade.
Oliveira (2008), diz que o princípio da entidade "reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade" e determina "a autonomia patrimonial." Assim sendo, este princípio prega que os patrimônios físicos e jurídicos devem ser separados, o patrimônio pertencente à instituição, pertence somente a ela, e não a seus sócios ou proprietários, bem como o patrimônio dos sócios ou proprietários pertencem somente a eles e não a instituição.
Portanto este princípio nos mostra que o patrimônio físico não se confunde nem se consolida com o patrimônio jurídico.
Princípio da Continuidade.
O princípio da continuidade ou não de uma empresa influencia no valor de seus passivos, principalmente quando se tem prazo previsto ou já determinado para a extinção da sociedade (empresa).
"Todas as vezes que forem apresentadas as demonstrações contábeis (balanço patrimonial, DRE, etc) e nessa data, ser conhecido um fato relevante que irá influenciar na continuidade normal da empresa, esse fato deverá ser divulgado através de Nota Explicativa. A aplicação desse princípio está intimamente ligada à correta aplicação do princípio da competência, pois se relaciona diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado."
(Blog da Escrita Contabilidade e Advocacia, 2011).
Simplificando, quando forem feitas as demonstrações contábeis e tiver previsões de interferência na continuidade de existência da empresa, esta previsão deverá ser divulgada em nota explicativa, estes dados são importantes quando se tratando de geração de resultados contábeis futuros.
Este princípio exige demasiada atenção, pois uma informação não fundamentada pode trazer graves complicações para a empresa.
 Princípio da Oportunidade.
"Determina que os registros contábeis sejam feitos no momento em que o fato ocorra (tempestividade) e pelo seu valor completo (integralidade)." (Oliveira, 2008).
Este princípio denomina que o registro deve ser feito no momento de transferência da propriedade, registrando pelo seu valor total e com emissão de nota fiscal. 
 Princípio do Registro Pelo Valor Original.
Neste princípio os componentes do patrimônio devem ser registrados com o valor original das transações sendo também expresso em moeda nacional.
Estes, uma vez integrados ao patrimônio, podem sofrer agregações ou decomposições.
"No caso de se receber um bem em doação, este deverá ser registrado pelo seu valor de mercado, obtido através da avaliação de um perito." (Oliveira, 2008).
Princípio da Competência.
"O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento." (Portal só Contabilidade).
Aqui é estabelecido que receitas e despesas devem ser inclusas na apuração dos resultados no período em que as mesmas ocorrerem.
Princípio da Prudência.
"O Princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido." (Zanluca, 2016).
Arazão de se adotar um valor menor para ativos, e maior para passivos é bem sábia e perspicaz, pois antes prever possíveis prejuízos e nos surpreender com lucros inesperados, que antecipar lucros que não venham a existir e sermos pegos por prejuízos não previstos.
Todavia nenhum desses valores deve ser muito fantasioso, somente deve conter uma margem de respiro, em caso de algum prejuízo tenhamos previsto ele anteriormente, assim estaremos preparados, teremos algum plano eficiente  não comprometendo o caixa ou por mais grave a continuidade da empresa.
 IMPORTÂNCIAS DA CONTABILIDADE NAS DECISÕES JURIDCAS E SOCIAIS DA ORGANIZAÇÃO
A contabilidade pode não parecer tão importante para a estratégia de uma empresa, entretanto se vermos como uma ferramenta sagaz para a tomada de decisões, obteremos resultados agradáveis, resultados estes que nos auxiliarão no planejamento e tomada de decisões, facilitando o alcance de metas e bons resultados. "O gestor precisa enxergar na contabilidade uma oportunidade não só de equilibrar as contas [...]". (CAYRO CONTABILIDADE, 2016). 
A sobrevivência de uma empresa nos dias atuais está ligada à habilidade de prever situações contrárias ou favoráveis e realizar ajustes na execução do planejamento dentro da atual realidade. Nessa situação, a Contabilidade, que tem como objetivo constatar, registrar e informar os fatores econômicos de uma organização. Qualquer administrador deve saber analisar com clareza dados coletados através de Orçamentos, fluxo de caixa, análise de investimentos, análise das demonstrações contábeis, planejamento tributário, gestão de estoques, controle de contas a pagar e a receber entre outras informações prestadas pela contabilidade empresarial, pois serão a partir destes dados que ele "pensará" em tomar qualquer decisão, "todo empresário deve ter conhecimentos suficientes sobre o processo contábil, inclusive sobre demonstrativos financeiros, para poder reconhecer quais métodos contábeis poderão funcionar de forma mais vantajosa em sua empresa." (ADMINISTRADORES, 2012).
"O horizonte dos relatórios contábeis é muito mais amplos do que simplesmente descrever a situação econômico-financeira da entidade." (CAPITAL SOCIAL CONTABILIDADE E GESTÃO, 2015). 
Um serviço contábil bem estruturado facilita a tomada de decisões para futuros investimentos, contratações de novos funcionários, desenvolvimento de produtos inovadores, campanhas de marketing e outras ações que venham a alavancar o negócio. A principal característica da contabilidade é a garantia da saúde do negócio, o equilíbrio entre as receitas e despesas ao longo do tempo, para que a empresa possa remunerar seus sócios, saudar suas obrigações com o governo, funcionários, fornecedores e clientes, evitando assim problemas que possam colocar em risco a reputação e a continuidade da mesma. (PORTAL DE CONTABILIDADE, 2014).
A contabilidade é uma arte brilhante, pois através de seus demonstrativos conseguimos prever possíveis prejuízos, lucros, investimentos, etc. 
E mediante tais previsões podemos ajustar nosso planejamento evitando imprevistos.
Previsão de lucros.
Através do respaldo da contabilidade o empresário consegue ver quanto sua empresa vem lucrando, sendo assim pode ter uma previsão dos lucros que esta poderá alcansar no próximo período.
Ao analisar a contabilidade da empresa, é possível saber, exatamente quanto a empresa lucrou em certo período de tempo, e a partir daí, fazer uma previsão mais fundamentada de quanto ela poderá lucrar no próximo período.  Dessa forma, em vez de se basear em "achismos", o administrador pode tomar uma decisão mais certeira podendo planejar gastos e até mesmo analisar se é hora de investir ou de poupar. (CAYRO CONTABILIDADE, 2016).
Previsão de despesas.
Os administradores que sabem explorar dados contábeis conseguem planejar as despesas da empresa com mais certeza. Ao fazer uma retrospectiva do desempenho contábil da empresa no ano anterior, é possível identificar períodos em que os gastos foram mais elevados, e quais foram os motivos. De posse desses dados, é possível planejar as despesas de forma a não comprometer o capital de giro da organização ou ficar com pouco dinheiro em caixa. (CAYRO CONTABILIDADE, 2016).
Previsão de crescimento.
Ter uma previsão de crescimento acertada, baseada em dados contábeis confiáveis é primordial para empresários que desejam planejar os próximos passos de sua empresa. Saber o quanto a organização pode crescer nos próximos meses ou anos auxilia na hora de planejar investimentos, destinar recursos ou até mesmo buscar potenciais investidores, dispostos a apostar na empresa quando conseguir mostrar, de forma fundamentada e palpável, o quanto ela deve crescer no futuro. (CAYRO CONTABILIDADE, 2016).
Vale lembrar que investidores gostam de investir em empresas que mostram potencial de crescimento e não empresas que parecem que vão falir, no entanto, mascarar resultados só para atrair investidores não é uma boa opção. Melhor uma boa administração que uma contabilidade mascarada por resultados grandiosos falsos e que mais tarde trarão problemas comprometedores a empresa.
Previsão de imprevistos.
A contabilidade ajuda o administrador na tomada de decisões a partir do momento em que sabe quanto deve reservar no seu caixa para imprevistos que fazem parte do dia a dia de qualquer empresa como, um gasto inesperado com manutenção de equipamentos, um cliente que não paga na data correta e até mesmo um pagamento a fornecedor que deve ser antecipado. (CAYRO CONTABILIDADE, 2016). 
A contabilidade é uma fonte rica de informação para uma empresa, pois é na contabilidade que os fatos ocorridos são transformados em lançamentos contábeis, e então em informações contábeis propícias para uma boa observação e compreensão dos fatos ocorridos em um determinado momento, capazes de fundamentar as decisões tomadas pelos administradores.
 PRATICA DA TEORIA CONTÁBIL
É de conhecimento de todos os empresários, que os registros ocorridos em alguns setores, são registrados pela contabilidade, como por exemplo, o Recursos Humanos, Fiscal, Custos, Contabilidade Gerencial, entre outros. 
Recursos Humanos
Começamos pelo Recursos Humanos, nota-se que a partir do momento que ocorre um evento na folha de pagamento, seja registro de colaborador, demissão, adiantamentos (vale), pagamento de pensão alimentícia, além desses registros elencados, existem muitos outros, tais registros são lançados na contabilidade. Traremos como exemplo três registros, INSS (quando descontado do colaborador), o adiantamento ao colaborador, ou popularmente chamado de vale, e a provisão de 13º salário.
Para o evento do INSS quando descontado do colaborador, elucidamos que o valor a pagar (bruto) ao colaborador seja de R$ 1.000,00, a grade contábil que seja lançada dar-se-á da seguinte maneira:
Débito - salários (resultado - despesas) R$ 1.000,00
Crédito - INSS a recolher (passivo) R$ 100,00
Crédito - Salários a pagar (passivo) R$ 900,00
No que diz respeito ao adiantamento ao colaborador, podemos lançar da seguinte forma na contabilidade:
Débito – Adiantamento a colaboradores (ativo) R$ 1.000,00
Crédito – caixa/bancos (ativo) R$ 1.000,00
Agora quando a empresa for fazer a compensação do valor adiantado, deverá tratar:
Débito – Salários e Ordenador (passivo) R$ 1.000,00
Crédito – Adiantamento a colaboradores (ativo) R$ 1.000,00
O registro da apropriação mensal dos valores de 13º salário e encargos sociais pode ser efetuado da seguinte forma:
D – 13º Salário (Conta de Resultado) R$ 5.000,00
C – 13º Salário a Pagar (Passivo Circulante) R$ 5.000,00
D – Encargos Sociais sobre 13º Salário (Conta de Resultado) R$ 1.485,00
C – Encargos Sociais sobre 13º Salário a Pagar (Passivo Circulante) R$ 1.485,00
A apropriação mensal do 13º salário é uma prática pela qual são distribuídos durante todos os meses do ano, os gastos incorridos com essa gratificação para atender fielmente ao regime de competência, o que é indispensávelnas empresas que levantam balanços ou balancetes durante o ano, em atendimento às finalidades fiscais (apuração do lucro real), ou para fins gerenciais.
Contabilidade Fiscal
Por meio da contabilidade fiscal ou chamada também de contabilidade tributária, a contabilidade vislumbra o saldo em estoque, o evento de venda de mercadoria, são situações cotidianas que uma empresa, seja ela comercial ou uma indústria, dispõe de uma contabilidade fiscal interna passa todos os dias.
Vejamos agora como ocorrem os lançamentos contábeis, o controle e saldo de estoque.
Registro do valor total da nota fiscal do fornecedor:
 
D – Estoques de Mercadorias (Ativo Circulante) R$ 2.000,00
C – Fornecedores – Empresa Cia. Ltda. (Passivo Circulante) R$ 2.000,00
 
Registro do ICMS recuperável:
 
D – ICMS a Recuperar (Ativo Circulante) R$ 240,00
C - Estoques de Mercadorias (Ativo Circulante) R$ 240,00
Para os movimentos de venda de mercadoria, também senão contabilizados dois lançamentos distintos, um será da venda da mercadoria e o outro é a baixa de material em estoque. Conforme visualiza abaixo:
Venda de Mercadorias:
 
D – Clientes (Ativo Circulante ou Realizável em Longo Prazo) R$ 4.000,00
C - Vendas de Mercadorias (Conta de Resultado) R$ 4.000,00
Baixa de estoques pela venda de Mercadorias:
 
D – Custo de Mercadorias Vendidas (Conta de Resultado) R$ 3.050,00
C – Estoques de Mercadorias (Ativo Circulante) R$ 3.050,00
A escrituração contábil regular propicia informações importantes para a apuração de tributos. Daí dizer-se que a contabilidade presta-se a cálculos diversos nesta apuração, como, por exemplo:
Base de cálculo do PIS e COFINS
Lucro apurado para fins de IRPJ e CSLL
Registro de tributos compensáveis (IRF e outras retenções tributárias).
Desta forma, é imprescindível aos contribuintes manterem controle sobre sua situação patrimonial, já que informações incorretas podem gerar distorções na apuração dos tributos devidos.
Contabilidade de Custos
A contabilidade de custos busca produzir informações das mais variadas formas e níveis possíveis auxiliando assim os gestores nas tomadas de decisões, e tornando mais criteriosa a valoração dos custos de uma empresa. Exemplos de dados físicos operacionais: unidades produzidas, horas trabalhadas, quantidade de requisições de materiais e de ordens de produção, entre outros.
Alguns termos utilizados na contabilidade de custos:
Gasto - Sacrifício financeiro com que a entidade arca para qualquer obtenção de um produto ou realização de um serviço, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).
Investimento - Gasto ativado em função de sua vida útil ou benefícios atribuíveis a futuros períodos.
Custo - Gasto relativo ao consumo de bem ou serviço no processo de produção de outros bens ou serviços.
Despesa - Gasto relativo ao consumo de Bem ou serviço que tem relação direta ou indireta com o processo de obtenção de receitas da entidade.
Desembolso - Pagamento resultante da aquisição do bem ou realização do serviço.
Perda (despesa) - Bem consumido ou serviço prestado de forma anormal e involuntária.
Desperdício - É o consumo intencional, que por alguma razão não foi direcionado à produção de um bem ou à prestação de um serviço.
Encargos - ônus, em geral, determinado pela legislação. É o caso dos encargos sociais: trabalhistas e previdenciários. Outro exemplo: encargos financeiros sobre desconto de títulos; também, encargos de depreciação, amortização e exaustão.
Contabilidade Gerencial
Em inglês a contabilidade gerencial é denominada Management Accounting e é indispensável ao empreendedor, pois com o passar dos tempos foi-se percebendo que a contabilidade podia ser tão mais aliada do que o atendimento ao fisco, e informações vitais estavam sendo desperdiçadas.
A gestão de entidades, sabidamente, é um processo complexo, inesgotável, mas pode ser facilitada quando se tem uma adequada contabilidade.
Dentre as vantagens de utilizar-se de dados contábeis para gerenciamento, podemos listar:
Apuração de custos
Projeção de orçamentos empresariais
Análise de desempenho (índices financeiros)
Cálculo do ponto de equilíbrio
Determinação de preços de vendas
Planejamento tributário
Controles orçamentários
ABM/GECON - Sistema de Informação de Gestão Econômica
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No início falamos sobre a origem da contabilidade, informamos alguns conceitos baseados nas interpretações de alguns autores, chegamos a um consenso de que a contabilidade estuda, registra e interpreta os fenômenos que afetam o patrimônio das empresas de forma que passa a ser um sistema de informação essencial dentro de uma organização empresarial.
Percebemos que o administrador precisa ter conhecimento dos relatórios repassados pela contabilidade, assim também, precisa saber interpretar esses relatórios para montar, ajustar e executar seu planejamento e tomar importantes decisões.
Percebemos que os dados contábeis são extremamente importantes para os administradores, desde que eles saibam analisar e interpretar esses dados. Para eles estes demonstrativos contábeis são a chave para o sucesso das decisões da organização, os planejamentos devem sempre ter um embasamento financeiro, o que a contabilidade nos proporciona.
Vemos que a contabilidade muitas vezes não é notada como uma ferramenta importante para a estratégia empresarial, mas se percebermos o quão sagaz ela é para a tomada de decisões facilitaremos o alcance de nossas metas, pois ela é a principal responsável pelos caminhos tanto para o sucesso quanto para o fracasso da empresa.
REFERÊNCIAS
IUDÍCIBUS, S. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009. ed. 9.
TESSARI, O. A. Contabilidade Geral. Indaial: Uniasselvi, 2013
http://professorjoaorafael.blogspot.com.br/2012/11/principios-de-contabilidade.html > Visualizado dia 10/092016 às 15h
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/os-principios-fundamentais-da contabilidade/26565/ > Visualizado dia 26/09/2016 às 18h30min.