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Contabilidade das Organizações

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Prévia do material em texto

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
 
 
Contabilidade das Organizações 
 
 
 
 
Aula 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Neusa Higa 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
 
Olá, aluno! 
Seja bem-vindo à disciplina “Contabilidade das organizações”. 
Na aula de hoje vamos estudar a Informação Contábil! 
Vamos ver como elas são formadas, como podem ser apresentadas e 
como ela serão usadas no dia a dia! 
 
Gostou? 
Então, vamos começar! 
 
Neste momento você está sendo convidado a explorar os conteúdos 
apresentados neste material. Imagine que esteja no corredor ao lado e que cada 
abertura será um dos temas discutidos. Ao final você conhecerá todo o ambiente. 
Nos dias atuais todas as empresas carecem de informações para a 
tomada de decisão. A globalização, a competitividade e as rápidas mudanças 
fazem destas uma arma poderosa para o sucesso. Seu uso como recurso auxilia 
nos mais diversos aspectos, como, na fixação de objetivos, estratégias e 
políticas, na avaliação sobre as alternativas de expansão e nos resultados do 
negócio. 
Há tempos cientistas como Pascal chamavam a atenção para a seguinte 
situação: “Só posso compreender um todo se conheço, especificamente, as 
partes, mas só posso compreender as partes se conhecer o todo” (Morin, 1998, 
p.181-182). A reflexão a partir desta frase destaca a importância de entender 
como se produz uma informação contábil. 
 
Confira no material on-line alguns comentários que a professora Neusa 
Higa faz sobre a aula de hoje! 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Contextualizando 
 
A informação é o resultado do processamento, manipulação e 
organização de dados de forma que se possa agregar algum conhecimento ao 
receptor. Uma informação adequada requer algumas características: ser útil, 
reutilizável, gerenciada, oportuna, apresentada de forma compreensível, atender 
as necessidades dos usuários, auxiliar na formulação de estratégias, permitir 
condições de comparação entre períodos e auxiliar na tomada de decisão 
(STRASSBURG, 2004). 
 
Mas como essas informações são elaboradas? 
Você entende a lógica dos dados proposta por Pascal? 
 
É importante você compreender o que realmente compõem as 
informações e como elas são formadas. A fim de se compreender o sentido do 
que é apresentado propomos que você entenda o processo de constituição de 
dados. 
Ainda que ambos os termos – dados e informação – sejam 
frequentemente usados como sinônimos, o primeiro termo refere-se a 
representações não associadas. A informação diferencia-se por seu poder de 
utilidade. As demonstrações contábeis, por exemplo, apresentam vários 
números. 
Você deve se perguntar, o que significa esses valores? O que eles querem 
dizem? Diante dessa situação cabe à informação o papel de interpretação, 
extraindo esses valores, transformando em índices e, por conseguinte, 
realizando análises sobre a situação econômica e financeira da empresa. 
Pense sobre o poder da informação no seu dia a dia. 
 
Não se preocupe, a professora Neusa irá te acompanhar a cada nova 
descoberta! Acompanhe as palavras dela no material on-line. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
 
Pesquise 
 
O Método das Partidas Dobradas – Origens e Aplicações de recursos 
 
Não se pode precisar a data do surgimento da Contabilidade, mas sua 
evolução sempre esteve associada ao desenvolvimento do homem e de suas 
atividades mercantis, econômicas e sociais (FAVERO et al., 2009). 
Acredita-se que há mais de 20.000 anos, ainda no período Paleolítico 
Superior, a civilização primitiva realizava o registro de sua riqueza patrimonial 
em paredes de grutas e pedaços de ossos. Esses eram os primeiros registros 
de uma escrituração contábil onde se quantificava e comprovava a riqueza do 
indivíduo e de sua família. 
A intensidade e desenvolvimento do comércio datada em meados de 
6.000 a.C. marcou uma fase de necessidades de registrar os acontecimentos, 
na época realizados em pequenas peças de argila. Cada fato era transcrito em 
uma peça, sendo a final reunidas em uma peça maior conforme a natureza dos 
eventos (SÁ, 2002). 
Esses registros realizados representam métodos de escrituração. O termo 
método – do grego methodos – significa o caminho realizado para chegar a um 
objetivo. Já a palavra escriturar representa escriturar de transações ou 
documentos. Logo, quando falamos em método de escrituração em 
Contabilidade nos referimos aos procedimentos de registro de fatos contábeis. 
O entendimento da sociedade sobre a separação entre “o que é meu” e 
“o que é seu” foi um dos cenários que provocou registros de “débito” (o que 
alguém tem a me pagar) e “crédito” (o que eu devo pagar a alguém) ” (SÁ, 2002). 
Todavia, somente a partir da Idade Média os registros das operações 
comerciais, industriais e públicas caminharam para uma sistematização ampla 
onde havia uma correlação entre causa e efeito do fato. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
A causa ou origem era representada por meio de um crédito, originando 
uma obrigação a ser realizadas. Já o efeito era representado por um lançamento 
de débito, acrescentando assim os direitos do comerciante. 
A obrigatoriedade de registrar os acontecimentos por meio de uma 
relação causa e efeito foi disseminada pela primeira vez pelo frei Luca Paccioli 
no livro Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalità 
(Coleção de conhecimentos de Aritmética, Geometria, Proporção e 
Proporcionalidade) em 1494 em Veneza (Itália). No capítulo Particulario de 
computies et Scripturis” (Contabilidade por Partidas Dobradas) Luca Paccioli 
descreve que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos 
números positivos e negativos. 
O método possui esse nome pois prega que em cada lançamento, o valor 
total das contas a débito deve ser sempre igual ao total das contas a crédito, ou 
seja, não há devedor sem credor correspondente. Desta forma, o registro de um 
evento apresentará sempre um débito e em contrapartida crédito de igual valor 
(e vice-versa). Daí o termo partidas “dobradas”. A ideia se espalhou rapidamente 
e é aceita e adotada até os dias atuais por estudiosos e profissionais da área. 
A tamanha difusão da obra de Paccioli levou muitos europeus, ao se 
referirem as Partidas Dobradas, intitularem como o “método italiano” ou o 
“método de Veneza”, admitindo ter sido Luca Paccioli o inventor das partidas 
dobradas. O monge nasceu em 1445, foi matemático, viveu na Europa durante 
a Idade Média e, segundo historiadores, teria aprendido este método com povos 
do oriente com quem teve contato. Favero et al. (2009, p.8) relatam que a partir 
desta obra a Contabilidade passa a ter um grande crescimento na Europa, 
iniciando um período de domínio da escola italiana de Contabilidade: 
A Contabilidade teve um desenvolvimento extraordinário na Europa a 
partir do século XIII até o início do século XX. […] Foi nessa época que teve 
início e, também, domínio, a escola italiana de Contabilidade, que acabou 
influenciando praticamente todo o mundo até o começo do século XX (FAVERO 
et al., 2009, p.8). 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
Diante de tantas explicações, a lógica do método das Partidas Dobradas 
resume-se de forma simples: cada débito deverá apresentar um crédito 
correspondente de mesmo valor. Assim entendemos que na realização de 
operações estamos retirando recursos de uma conta (origem) e transferindo para 
outra (aplicação). 
 
O lançamento dos eventos contábeis é divido em quatro elementos: 
Data: marcação do fato no tempo (dia, mês e ano) 
Título: o nome das contas de débito e crédito 
Saldo a ser debitado (D) e creditado(C) 
Histórico: descrição do fato ocorrido 
 
Como exemplo, vamos imaginar o pagamento de salários aos 
funcionários. 
 
 
 
Importante 
O débito representa as funções que acrescentam valor aos ativos, ou sejam, 
somam o valor dos bens e direitos da empresa. Já os lançamentos devedores 
nas contas do passivo reduzirão os seus valores. Em contrapartida, os 
lançamentos a crédito aumentarão o valor do passivo e reduzirão os ativos da 
organização. 
 
 
 
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7 
Conforme apresentado, a utilização das Partidas Dobradas permite que 
por meio de um único lançamento duas alterações sejam registradas: 1 – a 
redução da conta de salários a pagar (representando a aplicação/destinação 
dos recursos) e 2 – a redução nos valores da conta banco (representando a 
origem dos recursos). Observe que neste caso o evento contábil representa 
somente alterações em somente uma conta de débito e crédito, porém mais de 
uma conta pode ser alterada. Imagine se o proprietário não possua todo o 
dinheiro em banco para pagamento e use parcialmente os valores em caixa, 
neste caso, a situação seria apresentada da seguinte forma: 
 
Data: 07 de outubro de 2015 
D = Salários a pagar 6.000,00 
C = Caixa 2.000,00 
C = Banco XYZ 4.000,00 
Pagamento de salário aos funcionários 
É importante você lembrar que a soma dos valores de crédito e débito 
devem ser os mesmos ao final do lançamento. 
 
Conforme a grandeza e complexidade das operações, os registros 
tornaram-se mais específicos, necessitando unir os lançamentos em livros que 
“contavam” a história contábil dos eventos, como exemplo, o Livro Diário e o 
Livro Razão (SÁ, 2002). 
Atualmente, com a existência de grandes corporações o registro dos fatos 
contábeis e, principalmente, as informações derivadas deles, interessam 
diversos usuários da informação, como acionistas, financiadores, fornecedores, 
órgãos de prestação de contas, empregados, dentre outros. O registro correto 
contribui para a apuração do resultado fidedigno, auxiliando na análise, dentre 
as diversas perspectivas, do desempenho da organização. 
Entendemos então que a contabilidade assume seu principal propósito: 
atender, adequadamente, os seus diferentes usuários (HENDRIKSEN; VAN 
 
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8 
BREDA, 2014), melhorando o controle patrimonial e contribuindo com 
alternativas para melhor subsidiar os tomadores de decisão da empresa. 
 
A professora Neusa vai nos ajudar! Confira no material on-line. 
 
Dica de Leitura 
 
Para saber mais sobre o “Método das Partidas Dobradas” leia esse o texto 
a seguir que fala sobre “O método das partidas dobradas no século XXI: A Era 
da Informação”. 
Disponível: 
(https://cgg-amg.unb.br/index.php/contabil/article/download/177/pdf_79) 
 
Se você quiser saber mais profundamente sobre a Teoria da 
Contabilidade, acesse o artigo “Contabilidade: aspectos relevantes da epopéia 
de sua evolução”. É da Revista de Contabilidade e Finanças. 
Disponível: (http://www.scielo.br/pdf/rcf/v16n38/v16n38a02.pdf) 
 
Saiba mais 
 
Agora dois vídeos bem interessantes! 
 
O primeiro é “Curiosidades sobre a história da Contabilidade”: 
 
Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=MKHkCUPHXJk 
 
E o segundo é sobre “A história do Frei Luca Pacioli”: 
 
Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=VnGjnv_Cg50 
 
 
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9 
 
Lançamentos Contábeis 
O registro de operações ou eventos que ocorrem diariamente na empresa 
é realizado por meio de lançamentos em livros contábeis. Antes de realizar um 
lançamento é importante você saber a diferença entre atos administrativos e 
fatos administrativos. 
Atos Administrativos referem-se aos acontecimentos que não alteram o 
patrimônio da empresa e não são registrados em livros contábeis, como 
exemplo: avais, fianças e orçamentos realizados. Já os fatos contábeis são 
eventos que alteram qualitativa ou quantitativamente o patrimônio da empresa. 
Dentre os existentes, podemos citar: a venda de mercadorias ou prestação de 
serviços, a compra de um maquinário, investimentos ou financiamentos 
realizados, a subscrição de capital pelos sócios, dentre outros. Quando esses 
casos são entendidos como fatos contábeis eles devem ser registrados. 
Os fatos contábeis são divididos em três tipos: 
Permutativos: representam permutações entre as contas e provocam somente 
alterações qualitativas. 
Modificativos: provocam alterações quantitativas no patrimônio da empresa. 
São divididos em: Diminutivo: reduzem o patrimônio da empresa; Aumentativo: 
aumentam o patrimônio da empresa. 
Mistos: provocam alterações qualitativas e quantitativas nas contas. São 
também divididos em: Diminutivo: quando reduzem o patrimônio da empresa; 
Aumentativo: quando aumentam o patrimônio da empresa. 
 Os lançamentos são apresentados em ordem cronológica das ocorrências 
e registrados em livros contábeis legalmente obrigatórios - como exemplo o Livro 
Diário (tema que você verá na rota “Postulados e Pressupostos da Informação 
Contábil”). 
 
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10 
Lembre-se que todos os fatos que originam o lançamento contábil devem estar 
suportados por uma documentação hábil e idônea (contratos, notas fiscais). 
Recapitulando a Rota 01.... Os lançamentos contábeis são compostos por quatro 
elementos: 
 
O histórico do lançamento é uma das partes mais importantes do registro 
da operação. Ele irá descrever a ocorrência contábil, deve ser transcrito com a 
máxima clareza, apresentando a síntese do fato de forma objetiva. Para facilitar 
sua compreensão vamos exemplificar a aquisição de um automóvel: 
Histórico: Valor ref. a aquisição do veículo GOL 1.0 MI 8V FLEX 4P, Volkswagen, 
chassi 9AZVC05R3DF057890, conforme NF nº 40580, de 07/10/2015, de 
WebMotors Ltda. 
Mas diante dos fatos você pode se perguntar: 
“Quais as contas devo debitar e quais devo creditar? ” 
Bem, já de antemão devemos entender que não existe uma fórmula que 
possa resolver o problema, mas existe uma lógica muito simples. Continue lendo 
e verá... 
Ao realizar o registro dos eventos você deve-se lembrar a origem e a 
aplicação dos recursos, ou seja, de onde “vieram” e para onde “foram” os 
valores destinados. No exemplo acima temos o pagamento de salários, certo? 
Então segue duas perguntas: 
 
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11 
De onde veio o dinheiro para pagar os funcionários? 
Sua resposta certamente será: “do meu caixa/banco”. 
Quando isto acontecer lembre-se que as contas creditadas (C) 
representarão a origem/saída de recursos. 
Ao contrário: 
O que eu farei com o dinheiro? 
Você responde: “pagar os funcionários”. 
Logo, a conta de aplicação de recursos, ou seja, meu débito (D) será a conta 
salários a pagar. 
Tente seguir está lógica com os lançamentos abaixo: 
Curitiba, 02 de outubro de 2015 
D = Financiamentos a pagar 
C = Banco XYZ 
Pagamento da parcela 5/36 do financiamento do automóvel Fox 2012/2013 
Chassi 123456789 placa AFN 0912. 
Curitiba, 05 de outubro de 2015 
D = Estoque de mercadorias 
C = Títulos a pagar 
Aquisição de peças / mercadorias para venda conforme NF 23445 de 
04/10/2015 do fornecedor Bom de Compra Ltda. 
 
Os registros dos fatos podem não ser representados somente por uma 
conta debitada e uma creditada. Na Contabilidade o registro dos fatos contábeis 
pode também envolver: 
 
 
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12 
Fórmula simples 1ª fórmula: uma conta debitada e uma conta 
creditada; 
Fórmulas compostas 
 
2ª fórmula: uma conta debitada e duas ou mais 
contas creditadas; 
3ª fórmula: duas [ou mais] contas debitadas e uma 
conta creditada; 
Fórmulas complexas 4ª fórmula: Duas [ou mais] contas debitadas e 
duas [ou mais] contas creditadas. 
 
Observeos exemplos: 
 
 
 
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13 
Para facilitar a transcrição do histórico do fato contábil, comumente 
utilizamos algumas abreviaturas para alguns termos. Veja alguns que 
podem ser usados: 
Cfe. = Conforme Ch. = 
Cheque 
Dep. = Depósito Dp. = 
Duplicata 
Fat. = Fatura NF = Nota 
Fiscal 
Vlr. = Valor Pg. = Pago 
Ref. = Referente Transf. = 
Transferência 
 
Devido a algumas falhas ou equívocos é possível que ocorram erros no 
momento de escrituração. Uma vez detectados é necessário que sejam o quanto 
antes declarados na escrituração e retificados. Essa alteração se faz por 
algumas formas, dentre elas, pelo estorno de lançamentos, por um lançamento 
retificativo ou complementar, ou ainda, por lançamentos de transferência ou 
ressalta. 
Além de erros quanto ao lançamento em contas, alguns critérios de 
formatação devem adotados ao realizar a escrituração, como evitar borrões, 
rasuras, respeitar os limites entre margens, evitar espaços em banco ou 
entrelinhas. 
O vídeo da professora Neusa traz mais informações. Confira no material 
on-line. 
 
Saiba mais 
Tire suas dúvidas sobre os lançamentos contábeis aqui: 
Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=n0Duo8dSAQo 
 
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14 
Veja o Blog do Professor José Eduardo Scarpin e consiga mais detalhes: 
Disponível: http://aulasprofscarpin.blogspot.com.br/ 
 
Matriz de Referência Informacional - Plano de Contas 
 
O que são contas contábeis? 
 
Contas são os instrumentos de registro dos fatos contábeis. Elas possuem 
por finalidade agrupar eventos de uma mesma natureza e representar a variação 
patrimonial que o acontecimento promove no patrimônio da empresa (SÁ, 2005). 
Cada conta contábil é recebe um título que a identifica dentro das operações 
(compras, vendas, pagamentos e recebimentos) da empresa. As contas 
representam também bens, direitos, obrigações, patrimônio, receitas ou 
despesas da empresa. 
Vale lembrar que os fatos contábeis da organização devem ser 
registrados e para demonstrações estas transações os registros são realizados 
em contas contábeis. 
 
Teoria das contas 
 
Conforme o desenvolvimento da Contabilidade, diferentes doutrinadores 
sugerem princípios e interpretações a serem adotadas na classificação das 
contas contábeis. 
 
Dentre as diversas, três delas destacaram-se: 
Teoria Personalista; 
Teoria Materialista; 
Teoria Patrimonialista. 
 
 
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15 
As duas primeiras atualmente encontram-se em desuso, sendo a última 
atualmente aplicada na Contabilidade. Vejamos a essência de cada uma delas. 
 
Teoria Personalista 
 
A Teoria Personalista foi seminalmente idealizada por Francesco Marchi 
(1822/1871), porém ganha notoriedade a partir da construção de ideias de 
Giuseppe Cerboni (1827/1917). 
A mesma prega que relações jurídicas entre homem e objeto não existem, 
e que as contas podem ser representadas por pessoas com as quais são 
mantidas relações jurídicas. No personalismo, a Contabilidade estuda as 
variações da riqueza a partir da administração da azienda, propondo assim os 
lançamentos de débito e crédito conforme a natureza das contas. 
Nessa teoria as contas são classificadas conforme a natureza da relação 
jurídica que essas pessoas mantêm com o titular do Patrimônio, sendo 
categorizadas em três tipos: 
 
1) Contas dos proprietários: consistem nas contas representativas do capital 
próprio da empresa (contas que pertencem ao proprietário) ou ainda aquelas que 
interferem diretamente no patrimônio (com possibilidade de alterá-lo). Como 
exemplo: Contas de Capital próprio - Capital Social, Reservas; Variações do 
Capital/Patrimônio - receitas, despesas, custos, impostos sobre vendas. 
2) Contas dos agentes consignatários: consistem nas contas representativas dos 
bens que estão em consignação da empresa. Nessa perspectiva, as pessoas 
assumem responsabilidade sobre os bens da entidade, devendo assim prestar 
contas deles ou de valores recebidos. São exemplos: Caixa, Banco, Veículos, 
Móveis, Terrenos, etc. 
3) Contas dos agentes correspondentes: consistem nas contas representativas 
dos direitos da empresa ou suas obrigações com terceiros. A conotação “agentes 
correspondentes” representa operações ou relações entre a entidade e terceiras 
 
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16 
pessoas. São exemplos: Duplicatas a receber, Clientes a receber, Impostos a 
recuperar (direitos), Fornecedores, Salários a pagar, Dividendos a distribuir 
(obrigações). 
 
Teoria Materialista 
 
Opostamente a Teoria Personalista, essa teoria defende que as contas 
representam uma relação com a materialidade, ou seja, os eventos são 
registrados a partir da existência de elementos reais entre fato e entidade. 
Francesco Villa e posteriormente Fábio Besta foram os principais representantes 
na construção do materialismo. Na teoria propõe-se as contas não são mais 
relacionadas às pessoas e que elas representam “entradas” ou “saídas” de 
valores da empresa. Nessa teoria as contas dividem-se em: 
 
1) Integrais (ou Elementares): representam os bens, dos direitos e das 
obrigações da empresa, por exemplo, Caixa e Veículos (bens), Clientes 
(direitos), Fornecedores (obrigações). 
2) Diferenciais (ou Derivadas): representam o patrimônio ou capital próprio da 
empresa e suas variações, por exemplo, Capital Social, Reservas (patrimônio da 
empresa), Receitas, Despesas (variações do Patrimônio Líquido). 
 
Teoria Patrimonialista 
 
Conforme o entendimento de Vincenzo Masi, precursor dessa teoria, o 
objeto da Contabilidade é o patrimônio da empresa. Masi propôs que a 
relevância no registro das contas é a essência dos fatos, o que remete a ideia 
que existe uma origem e uma aplicação de recursos. 
Neste sentido, a Contabilidade existe para apurar resultados e controlar o 
patrimônio da entidade. Atualmente a Teoria Patrimonialista é a mais aceita e 
usada como a mais adequada para o registro de fatos contábeis. 
 
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17 
A mesma classifica as contas em dois grupos, que você verá logo a seguir! 
 
Contas Patrimoniais: consistem nas contas representativas dos bens, direitos, 
obrigações e patrimônio líquido da empresa. As mesmas ficam distribuídas 
Balanço Patrimonial, nos itens Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Veremos 
mais sobre demonstrativo contábil no próximo tema - Demonstrativos Contábeis 
Obrigatórios – desta rota. Exemplos: Capital Social e Reservas (patrimônio 
líquido), Caixa, Clientes, Veículos e Terrenos (bens e direitos), Fornecedores e 
Salários a pagar (obrigações). As contas patrimoniais possuem um pequeno 
grupo particular: as Contas Retificadoras. 
Contas retificadoras: são também chamadas redutoras e costumam 
posicionar-se abaixo de contas que necessitam ser “ajustadas” a um valor real – 
seja por valorização/desvalorização de uma obrigação ou desgaste no uso do 
bem. Embora apareçam em um determinado grupo patrimonial (ativo ou 
passivo), têm saldo contrário em relação a natureza das demais contas desse 
grupo. 
Exemplos: Provisão para devedores duvidosos, Depreciação acumulada, 
Amortização acumulada, Ações em tesouraria e Prejuízos acumulados. 
Contas de Resultado: são as contas que descrevem as operações que 
modificam a situação líquida da empresa. Elas são representadas pelas receitas, 
despesas, custos, ganhos e perdas advindas de seu exercício e devem ser 
encerradas ao final de cada período a fim de apurar o resultado (lucro ou 
prejuízo). As contas de resultado constam na Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE), apuram os lucros ou prejuízos da entidade e afetam 
diretamente o Patrimônio Líquido da empresa, pois seus saldos são diretamente 
transferidos para esta conta. Exemplos: Receitas, Devoluções de vendas,Custos das mercadorias, Despesas com pessoal, Ganho na venda de 
imobilizado, Juros. 
 
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18 
Observação: existem também as chamadas Contas de compensação. 
Elas representam um controle à parte do sistema patrimonial, destinado a 
finalidades internas na empresa. 
Seu registro é comumente aplicado para possíveis alterações patrimoniais 
futuras, como exemplo: Contratos de arrendamento mercantil, avais ou 
aluguel, Contratos de seguros ou garantias, ou ainda, Consignação de 
mercadorias. 
 
Matriz de Referência Informacional - Plano de contas 
 
Plano de Contas é a estrutura sobre a qual se organizam as contas 
usadas na escrituração dos fatos contábeis. O mesmo é utilizado como uma 
“ordenação” de contas, sendo parâmetro para a elaboração de dois principais 
demonstrativos contábeis - O Balanço Patrimonial e a Demonstração do 
Resultado do Exercício (DRE). 
Neste momento é necessário você compreender que o Balanço 
Patrimonial será composto por contas de representação patrimonial e com 
natureza de débito e crédito. As contas de resultado pertencem a Demonstração 
do Resultado do Exercício, sendo também classificadas em contas de natureza 
devedora ou contas de natureza credora. 
A montagem de um “Plano de Contas” é personalizada conforme as 
necessidades ou interesses de evidenciação da empresa, ou seja, não existem 
regras que estabeleçam um número de contas que deve conter um plano de 
contas. Ao estabelece-lo lembre-se que o mesmo deve ser flexível o suficiente 
para inserção de novas contas quando necessário. Desta forma, conforme as 
necessidades dos usuários ou as ocorrências nas operações da empresa, 
maiores detalhamentos podem ser apresentados nas estruturas. 
Ao estabelecer um Plano de Contas indica-se que os grupos sejam 
ordenados de operações gerais para específicas, como exemplo: Receitas, 
Receitas de vendas, Receita de venda de produtos, Receita de revenda de 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
19 
mercadorias. Além disso, muitas vezes adota-se um código numérico a cada 
conta a fim de facilitar seu ordenamento e lançamento no software. 
 
Na Matriz de Referência informacional as contas podem ser: 
 
 Unilaterais: quando as variações ocorrem somente a débito ou somente 
a crédito. 
Exemplo: receitas e despesas. 
 
 Bilaterais: quando as variações ocorrem em ambos os sentidos. 
Exemplo: Caixa, Clientes, Imobilizado. 
 
Ao realizar os lançamentos em contas bilaterais lembre-se: 
 
Natureza da 
conta 
Lançamento de 
Débito 
Lançamento de 
Crédito 
Conta devedora Aumenta o saldo da 
conta 
Reduz o saldo da 
conta 
Conta credora Reduz o saldo da 
conta 
Aumenta o saldo da 
conta 
 
Além disso, ao estabelecer critérios para a estrutura do plano de contas, 
três elementos são levados em conta: 
1. O atendimento às necessidades informacionais dos usuários 
2. Os princípios contábeis e legais para a elaboração das Demonstrações 
Contábeis (Lei 6.404/1976 e suas alterações: Lei 11.638/2007 Lei 
13.129/2015) 
3. A adaptação às exigências dos agentes externos 
 
 
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20 
 
E a professora Neusa Higa, o que será que ela tem a falar sobre estes 
critérios? Confira no material on-line. 
 
Dica de Leitura 
Para saber mais sobre os lançamentos contábeis - Tipos de fatos 
contábeis, fórmulas contábeis e erros de escrituração – leia esse material: 
https://www.editoraferreira.com.br/Medias/1/Media/Professores/ToqueDeMestre
/HumbertoLucena/HumbertoLucena_toque_04.pdf 
 
Saiba mais 
Seria muito bom se você tirasse algumas dúvidas sobre as contas 
contábeis, não é mesmo? Faça uma revisão de alguns pontos principais a partir 
desse vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=JcjUqaRdtKs 
 
Demonstrativos Contábeis Obrigatórios 
 
Os demonstrativos contábeis apresentam a posição patrimonial e 
financeira da empresa, seu desempenho no período como também os fluxos em 
caixa. 
As demonstrações contábeis fornecem informações que auxiliam os 
tomadores de decisões, como exemplo: os Ativos, Passivos e Patrimônio Líquido 
(capital próprio) da entidade; as Receitas, Despesas, Ganhos e Perdas; as 
alterações no capital próprio e os fluxos de caixa (NBCTG26 R2/ 2014). Uma 
divulgação adequada requer uma representação fidedigna dos efeitos dos fatos 
contábeis sobre os ativos, passivos, receitas e despesas (contas contábeis). 
Com o advento das Leis 11.638/07 e 11.941/09 a contabilidade brasileira 
vem passando pelo processo de convergência as Normas Internacionais de 
 
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21 
Contabilidade (IFRS). A fim de atender ao padrão internacionalizado, o Conselho 
Federal de Contabilidade editou Pronunciamentos Técnicos (CPC) sobre 
procedimentos a serem adotados. 
Complementarmente aos pronunciamentos (que na verdade tratam-se de 
indicações promovidas a fim de convergir as demonstrações contábeis), as 
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) dispõem de Normas Técnicas Gerais 
(TG) que orientam a divulgação de informações em nosso país. 
Conforme a NBC TG 26 R2 e NBC TG 09, as empresas brasileiras devem 
obrigatoriamente divulgar ao final do período: 
 
O Balanço Patrimonial 
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
A Demonstração do Resultado Abrangente do exercício 
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido do exercício 
(DMPL) 
Os fluxos de caixa do período 
A Demonstração do Valor Adicionado do período 
As Notas Explicativas 
 
O conjunto completo das demonstrações contábeis deve ser apresentado 
pelo menos anualmente e com informação comparativa, ou seja, empresas 
devem apresentar os saldos atuais de suas contas comparativamente as 
informações (valores) do período anterior. 
É importante você saber: São elementos que compõem a apresentação 
das demonstrações contábeis: 
1. O nome/identificação/razão social da empresa como um “cabeçalho”; 
2. A data de encerramento do período; 
3. A moeda de apresentação; 
4. O nível de arredondamento usado na apresentação dos valores. 
 
 
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22 
Balanço Patrimonial 
O Balanço Patrimonial (BP) é a principal Demonstração Contábil e tem 
como função apresentar a posição financeira da empresa por meio do seu 
Patrimônio. O BP apresenta os saldos das contas patrimoniais (aquelas 
apresentadas no Plano de Contas) em um determinado período, normalmente 
ao final de cada ano. 
A estrutura do BP é composta por três grandes grupos: o Ativo, o Passivo 
e o Patrimônio Líquido. 
 
Ativo: representa os bens e direitos da entidade 
Passivo: compõem as obrigações da entidade com terceiros 
Patrimônio Líquido: representa o capital próprio da entidade, os 
valores aplicados por sócios e acionistas, ou seja, suas obrigações com a 
empresa 
 
Desta forma, a estrutura simplificada do Balanço Patrimonial é: 
 
ATIVO PASSIVO 
Bens e Direitos 
Obrigações com terceiros 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) 
Obrigações com diretores, 
sócios e acionistas 
Total Ativo Total Passivo 
 
Como o nome sugere, o Balanço Patrimonial apura saldos. A soma dos 
valores dos Ativos (bens e direitos) devem ser equivalentes a soma do Passivo 
e Patrimônio Líquido (obrigações da entidade), ou seja, os recursos devem ser 
igualmente aplicados. Desta forma, uma fórmula comumente aceita é: 
 
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido 
 
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23 
Ao estruturar o Balanço Patrimonial as contas do Ativo são dispostas no 
lado esquerdo do “quadro”, sendo classificadas em grau decrescente de liquidez, 
ou seja, conforme sua facilidade para conversão em dinheiro. Já as contas do 
Passivo apresentam-se no lado direito, sendo organizadas em ordem 
decrescente de exigibilidade, istoé, conforme a prioridade de vencimento/ 
liquidação. 
Por fim, o Patrimônio Líquido (PL), também no lado direito do BP, é 
composto por contas organizadas conforme a fonte de recursos. No PL são 
elencados os investimentos aplicados pelos sócios, as reservas de lucros que 
ela possui ou ainda os prejuízos acumulados. 
 
Demonstração do resultado do Exercício (DRE) 
Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) 
 
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) foi instituída por meio 
da Lei 6.404/76. Seu objetivo principal é apresentar o resultado (lucro ou 
prejuízo) obtido a partir das operações da empresa durante um determinado 
período. 
O resultado apurado nesta demonstração é considerado econômico (e 
não financeiro como o Balanço Patrimonial), uma vez que evidencia registros 
que não foram efetivamente concretizados, como exemplo, a apresentação de 
vendas a prazo onde ainda não houve a entrada de dinheiro em caixa. 
Além disso, a DRE é formada pelas contas de resultado (aquelas 
apresentadas no Plano de Contas), exibindo um resumo ordenado das receitas, 
custos, despesas e encargos. Sua disposição é de forma dedutiva, iniciando 
pelas receitas, posteriormente custos, despesas gerais / com vendas / 
administrativas e encargos (ganhos ou perdas, juros pagos ou recebidos). Ao 
final da DRE são também apurados os tributos sobre o lucro. 
 
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24 
De forma complementar, a Demonstração do Resultado Abrangente é 
apresentada de forma agregada a DRE, e consiste na diferença entre todas as 
receitas e todas as despesas. 
Neste momento você deve estar se perguntando: 
 
Mas isso não é a DRE? 
 
Bem, a principal diferença entre DRE e DRA é que a última agrega no seu 
relato as mudanças que ocorrem no Patrimônio Líquido resultantes de eventos 
não originados dos sócios. São exemplos dessas transações: os efeitos / ajustes 
na correção de erros e mudanças de políticas contábeis, os ganhos e perdas 
atuariais ou provenientes da conversão de Demonstrações Contábeis em 
operações no exterior, ou ainda, as alterações nos valores de instrumentos de 
hedge (você irá aprender mais sobre isso ao longo do seu curso). 
 
A DRA é comumente aplicada as empresas de maior porte, sendo uma 
importante ferramenta de análise gerencial para os usuários, uma vez que 
atualiza o capital próprio dos sócios por meio do registro no Patrimônio Líquido. 
Para as pequenas e médias empresas, caso não existam no período eventos 
como os mencionados, a divulgação destas informações estará limitada a DRE. 
Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) 
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) trata-se de 
uma demonstração que evidencia a movimentação / alteração das contas do 
capital próprio (Patrimônio Líquido – PL) da entidade durante o período. Nela são 
apresentadas as alterações no Capital Social, instituição ou distribuição de 
reservas, distribuição de dividendos, ações em tesouraria, ou ainda, prejuízos 
acumulados (NBCTG26 R2/ 2014). 
 
 
 
 
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25 
São exemplos de acontecimentos que alteram as contam dos PL: 
 
Apuração de lucro ou prejuízo (apurado na DRE) 
Distribuição de dividendos 
Reavaliação de ativos 
Recebimento de doações e subvenções para investimentos 
Subscrição e integralização de capital 
 
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 
 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é regida pela NBC TG 03 
R2/2014 evidenciando, conforme o próprio nome sugere, as movimentações em 
caixa no período. A mesma proporciona aos usuários uma base para avaliar a 
capacidade da entidade gerar caixa ou equivalentes de caixa (Aplicações 
financeiras de curto prazo), e suas necessidades de utilização deles. 
A relevância na apresentação da DFC consiste na ideia de que, 
independentemente da natureza das atividades, todas organizações necessitam 
de caixa para operar, cumprir com suas obrigações e, consequentemente, gerar 
retorno aos investidores. 
A apresentação da DFC é bastante útil para comparar a aplicação dos 
recursos financeiros em diferentes operações entre duas ou mais entidades, 
uma vez que reduz os efeitos decorrentes do uso diferentes critérios contábeis. 
Por meio dela é também possível verificar a relação entre lucratividade e fluxos 
de caixa líquidos e o impacto das mudanças de preços. São considerados como 
fluxo de caixa na DFC: 
 
Caixa: numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis. 
 
Equivalentes de caixa: aplicações financeiras de curto prazo, de alta 
liquidez, e prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa 
 
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26 
A DFC apresenta-se pelo método direto e indireto, sendo os fluxos de 
caixa classificados em aplicações de três tipos: atividades operacionais, de 
investimento e de financiamento. 
1) Atividades operacionais: são as principais atividades geradoras de receita. 
Exemplo: Receitas com vendas, pagamento de fornecedores, despesas 
operacionais. 
2) Atividades de investimento: são as atividades referentes a aquisição de 
investimentos ou venda de ativos. Exemplo: Investimentos realizados. 
3) Atividades de financiamento: são atividades que geram alterações nas suas 
obrigações com terceiros ou no capital próprio da entidade. Exemplo: 
empréstimos e financiamentos. 
 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 
 
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) tem como finalidade 
evidenciar aos usuários informações sobre a riqueza gerada pela entidade no 
período e sua distribuição aos beneficiários (empregados, financiadores, 
governo, investidores). 
Sua elaboração leva em conta a NBC TG Estrutura Conceitual, e seus 
dados, em sua grande maioria, são obtidos principalmente a partir da 
Demonstração do Resultado (NBC TG 09/ 2008) 
Conforme a NBC TG 09 (2008), a distribuição da riqueza da entidade deve 
ser realizada nos seguintes elementos: pessoal e encargos; impostos, taxas e 
contribuições; remuneração de capital de terceiros (juros, aluguéis); e 
remuneração de capital próprio (juros sobre capital próprio, dividendos, lucros 
retidos ou prejuízos do exercício). 
 
Notas explicativas 
As Notas Explicativas visam fornecer informações necessárias e 
complementares ao entendimento da atual situação patrimonial (conta, saldo, 
 
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27 
transação) ou de valores relativos a fatos que podem altera-la futuramente. As 
mesmas podem ser relacionadas a quaisquer uma das Demonstrações 
Contábeis mencionadas. 
Sua utilização provê informações adicionais que não tenham sido 
apresentadas nas demonstrações contábeis, porém que sejam relevantes para 
sua compreensão (NBCTG 26 R2/2014). Além disso, as notas explicativas 
podem ser apresentadas tanto quanto necessário, desde que de forma 
sistemática, ou seja, o item a ser explicado deve conter a referência cruzada 
respectiva a informação. 
Comumente as notas explicativas são ferramentas auxiliares. Elas são 
aplicadas em diversos contextos, dentre eles: na apresentação das políticas 
contábeis significativas adotadas pela entidade; de bases de mensuração 
utilizadas nas demonstrações contábeis; dos métodos aplicados na reavaliação 
de ativos; de dividendos propostos ou declarados antes da data, ou ainda, de 
informações explanatórias ou comparativas com o 
período anterior (NBC TG 03 R2/2014). 
 
Dica de Leitura 
 
Você pode saber mais sobre as demonstrações contábeis lendo as 
Normas Brasileiras que realizam as regulamentações contábeis. 
 
Apresentação das demonstrações contábeis obrigatórias: NBC TG 26 
(R2). Altera a NBC TG 26 (R1) apresentação das demonstrações contábeis. 
Diário Oficial da União, 21 de novembro de 2014, Brasília. Leia apartir do artigo 
54 (páginas 14 até 39). 
Disponível: 
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2014/NBCTG26(R
2) 
 
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28 
Apresentação do fluxo de caixa: NBCTG03(R2). Demonstração dos fluxos 
de caixa. Altera a NBC TG 03 (R1) que dispõe sobre demonstração dos fluxos 
de caixa. Diário Oficial da União, 17 de abril de 2014, Brasília. 
Disponível: 
http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=2014/NBCTG03(R
2) 
 
Leitura complementar 
Está disponibilizado como material complementar as demonstrações 
contábeis reais, divulgadas ao final de 2014 da empresa Marisa S.A. Documento 
denominado: 
 
EXEMPLO REAL - Modelo demonstrações contábeis Marisa (31.12.2014) 
Disponível: 
http://ri.marisa.com.br/marisa/web/download_arquivos.asp?id_arquivo=255A24
0A-ACA2-481D-82D2-7120A4E05B88 
 
Saiba mais 
 
Você sabia que muitas entidades apresentam além das demonstrações 
contábeis obrigatórias outras informações de cunho facultativo? O Relatório da 
Administração é um deles. 
Neste informativo a administração descreve algumas características 
principais do desempenho, o cenário econômico vivenciado e suas principais 
incertezas, as políticas de investimento aplicadas a fim de obter melhores 
resultados, dentre outras abordagens. Muitas vezes esse relatório é usado como 
um marketing a fim de manter ou atrair investidores. 
 
 
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29 
Disponível: 
http://www.copel.com/hpcopel/root/sitearquivos2.nsf/arquivos/distribuicao2014/
$FILE/distribuicao2014.pdf 
 
Relatório Gerenciais 
A exigência por controles cada vez mais eficazes é uma realidade 
vivenciada por muitas empresas que pretendem manter-se no mercado. 
A Contabilidade, com o objetivo de atender aos diversos usuários e nos 
mais diversos cenários, aprimora seus instrumentos conforme os problemas e 
necessidades organizacionais. Lembre-se que apresentar dados ao governo ou 
elaborar as demonstrações anuais não são as finalidades únicas das 
demonstrações contábeis. 
Os controles internos são elementos da Contabilidade e propiciam aos 
gestores informações que auxiliam potencialmente nas operações de 
planejamento, execução e controles das atividades. Além disso, devido seu 
papel de subsídio à tomada de decisão, por meio deles é também possível 
maximizar o resultado econômico da organização. 
Os relatórios gerenciais, por sua vez, são documentos que dispõem de 
importantes informações sobre as operações internas (de gestão) da empresa. 
Os mesmos são de uso interno na organização, principalmente devido ao seu 
perfil estratégico e individualizado. Por meio dele é possível apurar e 
acompanhar indicadores de produtividade setorial/departamental da empresa, 
sua parcela de mercado, questões como ociosidade, retrabalho e perdas, 
elaborar estimativas com base nas análises de eventos passados, e ainda 
realizar projeções ou sugestões para ações futuras. 
Além disso, sua elaboração deve ter como foco a operacionalidade 
informativa, ou seja, dispor de forma prática e objetiva dados [verdadeiros] que 
retratem a realidade da empresa. 
 
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30 
Sua utilidade está em atender os níveis de gerência na organização, 
auxiliando-os para execução de suas funções e frente à necessidade de 
esclarecimentos sobre “o que fazer” em uma situação (PADOVEZE, 1997). 
Quando elaborados com qualidade, estes documentos são de extrema 
importância para uma boa gestão. A fim de atender e adaptar-se aos variados 
níveis de gerência, deve-se considerar que os interesses podem voltar-se para 
informações de caráter global e estratégico ou setorial analítico. Deste modo, os 
relatórios podem abordar diversos segmentos, permitindo análises e oferecendo 
informações precisas sobre uma situação (IUDÍCIBUS, 1987). 
A Contabilidade pode fornecer informações periódicas (diárias, semanais) 
como a posição de caixa, faturamento ou produção por meio de relatórios 
gerenciais. Todavia, rapidez e tempestividade são elementos imprescindíveis a 
serem considerados na apresentação destes resultados e das posições 
patrimonial e financeira da entidade. Sua apresentação no momento correto 
pode auxiliar no reconhecimento de falhas no sistema e apresentando 
alternativas tempestivas para solucioná-las, evitando assim decisões errôneas 
(IUDÍCIBUS; MARTINS; GELBCKE, 2000). 
Os relatórios gerenciais seguem algumas características a fim de atender 
seu principal objetivo – atender as necessidades dos usuários e gestores 
internos. Vejamos: 
1) Saber para quem o relatório está sendo feito: como os relatórios gerenciais 
são de uso interno, é importante que os dados e informações estejam dispostas 
conforme a necessidade do usuário. Saber quem é o destinatário, principalmente 
em casos confidencias (informação sigilosa), é de extrema importância. Desta 
forma é possível apresentar de forma clara, objetiva e correta o que “realmente 
interessa. ”É possível também que sejam um ou mais usuários (departamentos, 
pessoas), neste caso uma boa alternativa é relacionar no relatório quem são os 
destinatários. 
2) Saber o que se espera do relatório: ao estruturar um relatório você deve 
imaginar que as informações contidas são apresentadas com uma finalidade. O 
 
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31 
que se espera é que o usuário esclareça sua “dúvida” ou a solucione por meio 
destas informações. Mas qual a dúvida? Sobre algum departamento ou 
operação da empresa? É importante conhecer o(s) objetivo(s) do relatório e, se 
necessário, descrevê-lo(s) formalmente por uma nota inicial. 
3) Apresentação do conteúdo: ao desenvolver o relatório procure dispor de 
informações com maior potencial possível de utilização. Este processo envolve 
a seleção de dados que estejam realmente vinculados à pauta a ser discutida. 
Indica-se a evidenciação de alguns aspectos comumente usados, como 
exemplo, produção, receitas, custos, despesas, metas traçadas, dentre outros. 
É importante você lembrar que apresentar as tendências ao longo do tempo pode 
ser bastante útil na análise de uma evolução histórica, ou seja, a comparação 
entre períodos, meses, anos. 
4) Formato dos relatórios: procure inserir o que se quer apresentar de forma mais 
prática e comunicativa possível. Dependendo do tipo de relatório, expor o 
conteúdo geral em tópicos ou seções (Introdução, Objetivos, Sumários, 
Recomendações, Anexos) é bastante útil. Vale lembrar que a sequência de 
abordagens deve ser em estilo “pirâmide”, ou seja, primeiramente as pautas mais 
relevantes e, em seguida, suas peculiaridades, detalhes e justificativas. Incluir 
nas apresentações recursos como ilustrações, tabelas ou gráficos dinamizam a 
apresentação e auxiliam na interpretação das informações. Dados 
complementares ao entendimento podem também ser inseridos na seção 
Anexos. Além disso, datas e assinaturas, quando necessárias, devem ser 
impreterivelmente apresentadas. Costuma-se: 
Ao elaborar o relatório lembre-se da sua utilidade na tomada de decisão 
ou identificação de oportunidades de melhoria (redução de custos, despesas, 
aumento de vendas). Conselheiros, gestores e diretores necessitam de 
levantamentos objetivos e de fácil acesso. 
A apresentação de indicadores econômico-financeiros, e principalmente 
da análise deles, pode auxiliar a identificar prioridades a serem adotadas. Alguns 
detalhamentos importantes podem ser adicionados na estrutura, como exemplo, 
 
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32 
margem de contribuição por departamento/operação/produto/cliente, despesas 
por unidade/centros de custo, investimentos previstos e realizados, dentre 
outros. 
Os relatórios gerenciais não são compulsórios, ou seja, não há 
obrigatoriedade em estrutura-los ou divulga-los. Todavia, sua principalfunção é 
auxiliar os gestores com algumas informações. Como não seguem uma estrutura 
específica (modelo padrão) as informações são selecionadas e apresentadas 
para um fim específico, atender as necessidades internas do responsável pela 
tomada de decisão. 
Esta característica permite que estes instrumentos sejam adaptados às 
necessidades da empresa. Os usuários podem aplica-los em diversas 
finalidades, como auxílio para traçar estratégias, realizar planejamentos, 
acompanhar o desempenho da empresa, ou ainda, reestabelecer objetivos. 
 
Dica de Leitura 
O que os gestores acham sobre os relatórios gerenciais? 
O estudo abaixo trata deste assunto. É imprescindível você ler. 
Disponível: 
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_TN_STO_137_872_19312.pdf 
 
Saiba mais 
Para que um relatório gerencial seja útil é necessário ter dados e índices 
a serem analisados. Evidenciar tendências, como o aumento de ganho ou 
margens brutas, redução de custos e despesas são elementos frequentemente 
utilizados. É também possível evidenciar indicadores ou características que 
podem ser melhoradas, por exemplo, horas extras, percentuais de materiais 
defeituosos ou desperdiçados, despesas. 
 
Àqueles que não possuem um sistema de gestão de informações bem 
estruturado, uma boa dica é usar o Microsoft Excel para a elaboração de 
 
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33 
planilhas e gráficos com estes e outros indicadores. Por meio dele é possível 
criar uma base de dados que pode ser frequentemente atualizada, apurando 
valores por meio de funções automáticas. Além disso, o software disponibiliza a 
criação de diferentes gráficos, transmitindo o significado de planilhas ou tabelas 
complexas de uma forma mais simples. 
O SEBRAE fornece modelos que auxiliam na elaboração de relatórios 
gerenciais para empresas de menor porte, você sabia? 
Disponível: 
http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.
nsf/AABA27FA43CD38C183257589005C3406/$File/NT0003FD3E.pdf 
 
TROCANDO IDEIAS 
 
Você já pensou em como elaborar um relatório gerencial na sua 
empresa? 
O que inserir nele e o que é mais importante? 
Como surpreender seu gerente/chefe/supervisor? 
 
No portal a seguir, o blogueiro Bruno Zagheti dá uma dica muito legal! 
 
Confira: http://zaghetigerencial.blogspot.com.br/2011/05/relatorios-gerenciais-
base-para-tomadas.html 
 
Converse com os demais sobre informações que seriam importantes em 
pautas como: reduzir custos das atividades, prever a produção, realizar 
investimentos. 
 
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34 
NA PRÁTICA 
Diariamente eventos ocorrem na organização. Aplicações de valores por 
sócios e acionistas, vendas de produtos, recebimentos de clientes, depósitos, 
dentre outros. Propomos que você realize o registro de fatos contábeis que 
ocorreram na organização. Lembre-se de apresentar os quatro elementos 
contábeis: 
 (1) Data e local, (2) Contas (conforme o modelo Matriz de Referência - Plano de 
Contas disponibilizado), (3) Valores e (4) Histórico. 
Os sócios da empresa Aprendendo Contabilidade decidiram que no mês 
de novembro de 2015 realizariam alguns investimentos na empresa. A 
Aprendendo Contabilidade, localizada em Curitiba/PR, passou por alguns atos 
administrativos e fatos contábeis. Identifique-os e realize a contabilização das 
operações quando necessário. 
 
1. 03/11/2015 – Integralização de capital na empresa: subscrição no contrato 
social, integralizado em dinheiro, no valor de R$150.000,00 
2. 10/11/2015 – Abertura de conta corrente no Banco do Brasil conforme 
contrato realizado – Ag. 001 C/C 1234-56. 
3. 11/11/2015 – Retirada de dinheiro em caixa no valor de R$ 50.000,00 para 
depósito na conta corrente do Banco do Brasil. 
4. 18/11/2015 – Recebimento de R$ 2.000,00 de clientes em dinheiro. 
5. 24/11/2015 – Aquisição de bancadas para uso na empresa conforme 
NF24.666, pagas à vista em dinheiro no valor de R$ 12.000,00. 
6. 28/11/2015 – Pagamento da NF 78907 no valor de R$ 3.250,00 para o 
fornecedor de mercadoria Slavieiro & Santos Ltda. Cheque emitido nº 10001 Ag. 
001 C/C 1234-56 do Banco do Brasil 
 
 
 
 
 
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35 
Protocolo de Resolução da situação proposta 
 
1) A resolução constitui-se do registro de eventos / fatos contábeis. 
2) Além de compreender a natureza das contas, é necessário buscar as 
contas patrimoniais a serem utilizadas. 
3) Em essência o Tema 03 da Rota (Matriz de Referência Informacional 
- Plano de Contas) é a orientação central para resolução. 
4) Dois materiais complementares podem ser revisados: (1) Matriz de 
Referência - Plano de Contas (material complementar no tema 3 da rota) e 
(2) EXEMPLO REAL - Modelo demonstrações contábeis Marisa (31.12.2014) 
(material complementar no tema 3 da aula). Por meio destes documentos é 
possível subsidiar o lançamento nas contas contábeis. 
Veja a resolução completa no material on-line! 
 
SÍNTESE 
 
Estudamos nesta aula como são formadas as informações contábeis. Elas 
iniciam com o princípio das Partidas Dobradas, o registro de eventos por meio 
de lançamentos contábeis, a elaboração das demonstrações contábeis 
obrigatórias e a apresentação das demonstrações acessórias à gestão 
(relatórios gerenciais). Ao final desta rota você lembrará alguns tópicos 
importantes: 
 
1) Método das Partidas Dobradas: método utilizado no registro de eventos 
contábeis, cujo princípio fundamental é de que para cada débito haverá um 
crédito corresponde de igual valor. Desde modo, a soma dos débitos sempre 
será igual a somas dos créditos, ou seja, os valores registrados como origem de 
recursos terão aplicações de igual valor. 
 
 
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36 
2) Lançamentos contábeis: a ocorrência de fatos contábeis devem ser 
obrigatoriamente registrados. Lembre-se que os fatos contábeis são eventos que 
alteram o patrimônio da empresa de forma qualitativa ou quantitativamente. Os 
lançamentos são apresentados em ordem cronológica de ocorrência, 
subsidiados por uma documentação idônea, registrados em livros contábeis e 
compostos por quatro elementos: (1) data e local, (2) contas, (3) saldos e (4) 
histórico. 
3) Matriz referencial – Plano de contas: a estrutura usada para organizar as 
contas na escrituração dos fatos contábeis é chamada de Plano de Contas. O 
mesmo funciona como um parâmetro de ordenação das contas que irão compor 
os demonstrativos contábeis. A ordenação das contas que compõem esta matriz 
de referência deve ser personalizada conforme as necessidades da organização. 
Sua composição é formada pelas contas patrimoniais e de resultado, com 
naturezas devedora e credora. 
 
4) Demonstrativos contábeis obrigatórios: A partir das Leis 11.638/07 e 
11.941/09 a contabilidade brasileira vem passando por um processo de 
convergência as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS). Os CPCs 
atuam como pronunciamentos que auxiliam na estrutura e divulgação dos 
demonstrativos contábeis a partir das normas internacionais. 
Complementarmente as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), a partir das 
Normas Técnicas Gerais (TG), auxiliam na orientação das demonstrações 
contábeis em nosso país. Atualmente a divulgação obrigatória é dos seguintes 
demonstrativos: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE), Demonstração do Resultado Abrangente (DRA), Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), Demonstração do Fluxo de caixa 
(DFC), Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e as Notas Explicativas. 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
37 
5) Relatórios gerenciais: são documentos de cunho interno que apresentam 
informações relevantes para avaliação de situações e possíveistomadas de 
decisões. Sua estrutura é diversificada conforme a necessidade informacional e 
adaptada às necessidades dos usuários. Ao estruturar relatórios gerenciais é 
importante você lembrar de algumas características, como (1) saber para quem 
o relatório está sendo feito, (2) saber o que se espera do relatório (atender as 
expectativas dos usuários), (3) apresentar informações úteis à pauta a ser 
analisada / discutida e (4) dispor informações de forma prática e comunicativa. 
Lembre-se que ao estruturar relatórios gerenciais vale a pena investir em 
gráficos e tabelas, auxiliando a apresentação de dados. 
 
Veja o resumo de tudo que foi abordado nesta aula, na síntese elaborada 
pela professora Neusa Higa disponível no material on-line. 
 
Referências 
 
BRASIL. NBC TG 26 (R2). Altera a NBC TG 26 (R1) apresentação das 
demonstrações contábeis. Diário Oficial da União, 01 de dezembro de 2014, 
Brasília. 
 
BRASIL. NBC TG 03 (R2). Demonstração dos Fluxos de Caixa. Altera a NBC 
TG 03 (R1) que dispõe sobre demonstração dos fluxos de caixa. Diário oficial 
da União, 17 de abril de 2014, Brasília. 
 
BRASIL. NBC TG 09. Demonstração do Valor Adicionado. Aprova a NBC TG 
09 – Demonstração do Valor Adicionado. Diário oficial da União, 28 de 
novembro de 2008, Brasília. 
FAVERO, Hamilton Luiz, et al. Contabilidade: teoria e prática. 5. ed. São 
Paulo: Atlas, 2009. 
HENDRIKSEN, Edson. S.; VAN BREDA, Michael F. Teoria da Contabilidade. 
5. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
IUDICÍBUS, Sérgio. Contabilidade Gerencial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1987. 
 
______; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de 
Contabilidade das Sociedades por Ações: aplicável às demais 
sociedades. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
38 
 
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema 
de informação contábil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. 
 
SÁ, Antonio Lopes. Teoria da Contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
 
______. Fundamentos da Contabilidade Geral. Juruá: Curitiba, 2005. 
 
STRASSBURG, Udo. A contabilidade frente aos avanços tecnológicos. 
Cascavel: Edunioeste, 2004. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ciências Contábeis 
 
Contabilidade das Organizações 
Aula 2: Postulados e Pressupostos da 
Informação Contábil 
 
 
Professora Neusa Higa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Oi, seja bem-vindo(a) à segunda aula de Contabilidade das Organizações. 
Dessa vez aprenderemos sobre os Postulados e Pressupostos da informação 
contábil. Conforme você já deve ter percebido, a informação é o centro de toda 
decisão, e é sobre alguns critérios de estrutura e divulgação que conversaremos. 
A boa gestão de empresas carece de informações disponibilizadas de forma ágil 
e com relevância. Basear-se somente no “tino de negócios” ou em emoções não 
é o suficiente para ter certeza da decisão a ser tomada. Da mesma forma, a 
sociedade, os clientes, os investidores e os órgãos fiscalizadores necessitam 
que a divulgação seja pertinente entre as empresas, ou seja, que elas assumam 
um mesmo posicionamento quanto ao tratamento das ocorrências que ocorrem 
diariamente, permitindo o estabelecimento de bases comparativas. 
Os postulados e pressupostos da informação contábil assumem significante 
papel, de “formador” de critérios no registro contábil nas empresas, 
normatizando, descrevendo e orientando como a Contabilidade deve tratar a 
organização. 
Ao final de períodos, a Contabilidade apresenta registros das ocorrências na 
empresa por meio de livros. Eles são classificados conforme sua finalidade: 
Contábeis, Fiscais e Sociais. E você deve se perguntar: mas, qual a importância 
deles? Pois bem, serão eles quem trarão os dados necessários para que a 
informação contábil seja gerada, e o gestor, o investidor e os usuários em geral 
(inclusive você) consiga tomar uma decisão. 
Vamos aprender mais sobre isso! Acesse a versão online da aula e assista à fala 
inicial da professora Neusa nesta aula. 
 
 
 
CONTEXTUALIZANDO 
A informação assume importância crescente nos dias atuais. Nas organizações, 
ela se torna fundamental para descobrir e introduzir novas atividades, explorar 
oportunidades (de investimento, de estratégias) e no planejamento de suas 
operações. No entanto, antes da informação tornar-se disponível, é necessário 
que ela seja gerada – papel que é preliminarmente realizado nos registros 
contábeis. 
Desse modo, além de realizar os lançamentos diários das ocorrências, a 
Contabilidade emite dados que evidenciam a situação econômica e financeira da 
empresa ao final de cada “ciclo” (ou período de tempo). Por meio desses dados, 
é possível mensurar o Patrimônio da organização, ou seja, seu “valor”, e 
estabelecer diagnósticos fundamentais para os gestores e investidores. 
Sabemos também que o desenvolvimento histórico, econômico e social 
está relacionado aos meios de produção e distribuição da riqueza, o que 
valoriza o papel da Contabilidade em evidenciar as finanças empresariais 
e, antes de tudo, atuar como auxílio na tomada das melhores decisões (o que, 
consequentemente causaria melhores resultados). 
No entanto, tornar uma informação comparável – seja entre períodos (o que 
mudou entre o ano passado e esse ano?) ou entre empresas (melhor investir em 
A ou em B?) – requer o estabelecimento de regulamentos. A Contabilidade, a 
fim de atender a essa necessidade, assume de forma implícita os postulados 
contábeis, que funcionam como “fundamentos” incontestáveis sobre o modo 
como as empresas devem operar. Lembre-se que, além de ser suporte aos 
gerentes e estímulo à investidores, a Contabilidade exerce a função de 
prestadora de contas ao fisco. 
Novamente, entra em ação a necessidade de parametrização. Nesse caso, a 
escrituração dos fatos contábeis (aqueles que aprendemos na Aula 1), a 
apuração das Demonstrações Contábeis e, quando necessário, a disposição de 
notas explicativas, é obrigatoriamente apresentada por meio dos Livros 
 
 
Contábeis, Fiscais e Sociais. Observe que a vida de uma empresa é, de alguma 
forma, contada e acompanhada, como um diário. Os livros de escrituração 
possuem várias finalidades: 
 Acompanham os recursos da organização (caixa e contas afins) 
 Registram as compras, as vendas e controlam os estoques 
 Apresentam os colaboradores admitidos e dispensados 
 Evidenciam as modificações na Patrimônio da empresa (lucros ou 
prejuízos) 
 Agruparam as ocorrências das Atas de Assembleias 
Pesquisa 
Conforme já vimos, o objetivo da informação contábil é atender aos usuários da 
informação, auxiliando-os diante das diversas condições adversas, onde é 
necessário tomar uma decisão. Você imagina o que poderia ser realmente 
relevante como princípios da informação contábil? O que você considera 
importante ao disponibilizar informações aos usuários? Proponho que você 
pesquise sobre isso nas leis e nos decretos que regem nosso pais. 
Sobre estas reflexões, acesse a versão online da aula e assista ao vídeo a 
seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
Tema 1 – Entidade e Continuidade: Documentação Contábil 
Comprobatória 
Noções sobre Entidade e Continuidade – os Pilares da Contabilidade 
A escrituração dos fatos contábeis segue proposições acerca da realidade que 
é registrada. Essas proposições são como verdades incontestáveis sobre o 
objeto da Contabilidade, sua existência no tempo, e o ambiente (econômico, 
social e político) no qual ela atua. Esse conjunto de observações são, então, 
designadas como postulados. Os postulados não estão sujeitos a contestação, 
uma vez que representam a base sobre a qual se desenvolve todo o raciocínio 
contábil (ambiente e condições em que ela atua). Além disso, devido a sua 
relevância ao entendimento da teoria, os postulados são considerados como os 
Pilares da Contabilidade. Os mesmos são categorizados conforme sua utilidade, 
dividindo-se em:Postulados Normativos 
Determinam o que ou como a Contabilidade deveria fazer ou atuar, 
condicionando que para todas as ações são necessárias justificativas 
(explicações). As ações devem ser amparadas de alguma forma – leis, 
normativos, decretos. 
Postulados Descritivos 
Descrevem como (e por que) a informação contábil deve ser apresentada aos 
seus usuários. 
Postulados Ambientais 
Determinam o ambiente onde a Contabilidade opera (nível econômico, social ou 
político). A fim atingir sua finalidade (ser útil aos usuários), é necessário que a 
Contabilidade exerça, então, duas funções no ambiente empresarial: definir e 
manter sua existência. 
 
 
Postulado da Entidade 
Sob as proposições desse postulado, a atividade econômica da empresa 
(pessoa jurídica) deve ser considerada independente das operações dos seus 
sócios (pessoas físicas). Nesse sentido, o Patrimônio é considerado objeto da 
Contabilidade, sendo imprescindível que este seja diferenciado – recursos 
próprios e os recursos da entidade jurídica – ainda que estes valores pertençam 
a uma mesma pessoa, um conjunto de pessoas. 
Nesse Postulado, a Contabilidade considera o patrimônio sob os enfoques: 
pessoa física e pessoa jurídica. É imprescindível distinguir corretamente estas 
pessoas. Um exemplo muito comum que observamos e que violam esse 
postulado é o uso de finanças da empresa (valores em caixa) para quitação de 
débitos dos sócios. 
 
Postulado da Continuidade 
Defende que os registros na Contabilidade devem tratar a “vida” da empresa 
como de prazo indefinido para encerrar suas atividades. Desse modo, o termo 
“continuidade” sugere que a entidade não possui um fim ou prazo estimado de 
duração. A proposição de prever a suspensão das atividades poderia provocar 
sérios efeitos na organização, como a desvalorização de seus ativos, por 
exemplo. Além disso, o Postulado da Continuidade entende que a organização 
possui a finalidade de gerir seus ativos com esforços a produzir receita, e não 
simplesmente serem vendidos. Desse modo, a empresa é um empreendimento 
em andamento, devendo seus fundadores realizarem os esforços necessários 
para ter um patrimônio potencial de geração de benefícios futuros. 
 
 
Curiosidade 
Quando é realizado uma auditoria na empresa, um dos quesitos analisados para 
a emissão da opinião (antigo parecer) do auditor refere-se à capacidade de 
continuidade/descontinuidade da organização. Nesse caso, são apontados 
critérios como: capacidade de superação de crises financeiras, multas elevadas 
com valores provavelmente impagáveis, incapacidade produtiva, etc. 
Documentação Contábil comprobatória 
É importante você lembrar que todos os fatos contábeis devem ser registrados. 
Agregue a esse conhecimento o que foi recentemente exposto, ou seja, que, 
antes de os fatos serem contabilizados, os esforços devem ser voltados à 
separação do Patrimônio entre pessoa jurídica e física, e a proposta de 
continuidade da organização. Todavia, a escrituração dos acontecimentos na 
empresa deve ser suportada por documentos comprobatórios (notas fiscais de 
entrada e saída, recibos, registros, peças, etc.), que ratifiquem as 
entradas/saídas/recursos contabilizados. A escrituração deve também estar à 
disposição para uma possível conferência com as demonstrações contábeis (em 
casos de auditoria), comprovando, assim, a chamada “exatidão aritmética”. 
Acerca do período que estes itens devem ser conservados, a legislação sugere 
que os registros (realizados em livros contábeis, fiscais, sociais – veremos mais 
adiante sobre eles) devem ser mantidos enquanto os lançamentos de créditos 
tributários não prescrevam (5 anos). No entanto, vale lembrar que, para o fisco, 
existe um prazo decadencial (10 anos) para o lançamento de créditos tributários, 
podendo, assim (nos casos em que a empresa aufira lançamentos nessa 
configuração), postergar o prazo para manutenção de documentos 
comprobatórios para 10 anos. 
 
 
 
 
Enriqueça seus conhecimentos 
É importante você saber que, além dos postulados contábeis, a Contabilidade 
deve observar aos Princípios Fundamentais que condicionam legitimidade às 
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) e orientam o exercício da profissão. 
Os mesmos desenvolvem-se a partir da necessidade de se estabelecer 
conceitos e procedimentos que viabilizar aos demais usuários padrões de 
comparabilidade e credibilidade, como nos casos dos critérios adotados na 
elaboração dessas demonstrações. 
Nesse sentido, os princípios atuam como suporte aos postulados, delimitando e 
qualificando o campo de atuação da Contabilidade. Todavia, a partir da evolução 
da Contabilidade, e caso surjam fatos socioeconômicos ou alterações na 
legislação que suportem a ideia proposta pelos princípios, estes podem ser 
alterados para atender as inovações ocorridas na vida empresarial. 
Os princípios básicos, essenciais ao exercício da Contabilidade são: o da 
Entidade; o da Continuidade; o da Oportunidade; o do Registro pelo Valor 
Original; o da Competência; e o da Prudência (RESOLUÇÃO CFC n. 750/93; 
RESOLUÇÃO CFC n. 1.282/10) 
Por fim, a conduta do profissional contábil, a delimitação de conceitos e 
atribuições preconizadas pelos Postulados e Princípios Contábeis, são definidas 
com maior precisão por meio das Convenções Contábeis. As convenções 
atendem um perfil mais claro e objetivo, indicando a conduta adequada que deve 
ser observada no exercício profissional. Elas representam o complemento dos 
Princípios e Postulados, sendo dividas em: 
 Convenção da Objetividade 
 Convenção da Materialidade 
 Convenção da Consistência 
 Convenção do Conservadorismo 
 
 
 
Leitura obrigatória 
Para aprimorar seu conhecimento sobre princípios e convenções contábeis, leia 
“Convergências e divergências entre princípios, convenções e postulados 
e atual estrutura conceitual básica da contabilidade”, de DELGADO, W. G. 
M. et al. 
http://anaisonline.uems.br/index.php/ecaeco/article/viewFile/2727/2800 
 
Conhecimento complementar 
Se você quiser saber mais profundamente sobre os princípios contábeis, dê uma 
olhada na Resolução CFC n. 750/93 (compilada). 
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_750.doc 
 
Veja com mais profundidade os Princípios Contábeis: 
https://www.youtube.com/watch?v=7RqTIZhyylA 
 
Se você gosta de concursos, vale a pena assistir: 
https://www.youtube.com/watch?v=Pswwz3MHWxY 
 
Um breve resumo sobre Postulados, Princípios e Convenções: 
https://www.youtube.com/watch?v=WYcmalYtiLo 
 
http://anaisonline.uems.br/index.php/ecaeco/article/viewFile/2727/2800
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_750.doc
https://www.youtube.com/watch?v=7RqTIZhyylA
https://www.youtube.com/watch?v=Pswwz3MHWxY
https://www.youtube.com/watch?v=WYcmalYtiLo
 
Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo da professora Neusa sobre 
este tema que estamos estudando. 
 
 
 
Tema 2 – Livros Contábeis obrigatórios 
Conforme observamos até o momento, a escrituração contábil é o “pontapé” para 
o registro dos fatos empresariais e para estruturar livros (cada qual de uma 
natureza) que descrevem os elementos que compõem o Patrimônio da entidade. 
A partir da apresentação dos livros, podem ser desenvolvidas técnicas de análise 
e auditoria das demonstrações contábeis, disponibilizando aos usuários 
informações úteis para a tomada de decisão. Existem diversos tipos de livros 
que registram a “vida” da organização, estruturados com diversas finalidades. 
Alguns disponibilizam as operações comerciais como o registro de vendas e o 
controle de estoques; outros, tributárias, como a apuração de impostos e lucros 
ou prejuízos; ou ainda aqueles de cunho funcional, como registros de 
empregados e Atas de Assembleias. 
Além disso, conforme o caráter de apresentação (perfil de atendimento) dos 
livros, eles podem ser categorizados em: Livros Contábeis, Livros Sociais e 
Livros Fiscais. O primeirodeles será abordado nessa aula; a segunda categoria, 
os Livros Sociais, será apresentada ao final deste tema, como “Saiba mais”; por 
fim, os Livros Fiscais serão o assunto principal do Tema 4. Se quiser, dê uma 
olhada agora mesmo! 
É importante lembrar que todos os atos contábeis da entidade devem ser 
escriturados, sendo utilizado para este fim os livros contábeis. 
 
 
Estes seguem alguns critérios (conforme a legislação vigente) e são 
classificados em obrigatórios e acessórios (ou facultativos), de acordo com o 
Conselho Federal de Contabilidade. Além disso, a Lei n. 10.406/2002, em seu 
artigo 1.179, Capítulo IV, institui que 
“O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir 
um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na 
escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a 
documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço 
patrimonial e o de resultado econômico.” 
O empresário deve também conservar em guarda a documentação respectiva 
as ocorrências. Esses fatos vão ao encontro do tema explorado anteriormente. 
A seguir, vamos ver dois livros de apresentação obrigatória: o livro diário e o livro 
razão. Acompanhe! 
Livro Diário 
Este livro constitui o registro básico de toda a escrituração contábil, onde são 
lançadas as operações diárias (organizadas por dia) que ocorrem na empresa e 
que modifiquem ou possam modificar a situação patrimonial da pessoa jurídica. 
Neste livro são apresentados os lançamentos contábeis da organização, 
conforme aprendemos no Tema 2 da Aula 1 (Lançamentos Contábeis da Rota), 
e seguem o registro conforme as partidas dobradas (os totais débito e crédito 
deverão ser sempre iguais). 
Este livro deve ser autenticado pelo órgão competente (Juntas Comerciais, 
repartições encarregadas do Registro do Comércio, Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas) e apresentar estrutura física encadernada, folhas numeradas 
tipograficamente, termo de abertura e termo de encerramento. 
Termo de abertura indica a finalidade do livro, seu número de ordem, a 
quantidade de folhas, a identificação do estabelecimento (nome e número de 
CNPJ), local da sede, o número e data do arquivamento dos atos constitutivos 
no Órgão de Registro. 
 
 
Deve ser datado e assinado pelo comerciante (ou procurador) e por um 
contabilista legalmente habilitado. Termo de encerramento indica o fim a que se 
destinou o livro, seu número de ordem, a quantidade de folhas e identificação do 
estabelecimento. 
Deve ser datado e assinado pelo comerciante (ou procurador) e por um 
contabilista legalmente habilitado. Além disso, a apresentação do Livro Diário 
segue algumas formalidades intrínsecas: 
 Utilizar o idioma nacional e a moeda corrente do país 
 Utilizar a linguagem mercantil 
 Apresentar os registros, inclusive os históricos, individualizados e com 
clareza; Individualização e clareza dos lançamentos nele feitos 
 Registrar os fatos em ordem cronológica seguindo respectivamente dia, 
mês e ano 
 Não apresentar intervalos em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou 
emendas 
Se estas formalidades não forem respeitadas, o Diário acaba sendo 
completamente invalidado. 
 
Livro Razão 
É fundamental ao processo contábil, e sua manutenção é obrigatoriamente, 
exigida pela legislação brasileira por período de 5 anos. Por meio dele é possível 
acompanhar individualmente os saldos das contas contábeis (aquelas que 
compõem o plano de contas aprendidos na Aula 1), o que possibilita a apuração 
de resultados e, por conseguinte, a elaboração de demonstrações contábeis 
(balancetes de verificação do razão, balanço patrimonial, etc.). 
 
 
 
Além disso, esse livro atua no sentido de detalhar as contas (e subcontas) 
debitadas ou creditadas por meio dos lançamentos realizados no Livro Diário, ou 
seja, cada conta lançada no Livro Diário é também lançada no Livro Razão. São 
totalizadas, desse modo, contas patrimoniais e contas de resultado (se surgir 
alguma dúvida, volte ao Tema 3 da Aula 1), sendo cada folha do livro destinada 
a uma conta específica. 
Assim como no Livro Diário, os lançamentos no Livro Razão são feitos em ordem 
cronológica dentro de cada conta, podendo ser também escriturados em fichas, 
utilizando-se uma ficha para cada conta (Lei n. 8.383/1991, art. 64). De forma 
semelhante às recomendações para o livro anterior, a empresa deve manter em 
boa ordem, e seguir as normas contábeis recomendadas para o livro Razão. O 
mesmo pode ser escriturado de forma manuscrita, mecânica ou informatizada; 
não deve conter rasuras, entrelinhas ou qualquer indício que coloque em cheque 
os registros. Quando realizado de forma manuscrita, é comum nos depararmos 
com os chamados “razonetes”, conforme ilustrado a seguir: nome da conta na 
parte superior, lançamentos a débito no lado esquerdo, lançamentos a crédito 
no lado direito. 
Lembre-se que a natureza da conta (credora ou devedora) determina qual lado 
deve ser utilizado para aumentos e ou diminuições nos saldos. Desse modo, 
para cada conta será estruturado um razonete. Após sua escrituração, o Livro 
Razão deve ser encadernado, porém torna-se dispensado sua autenticaçãoou 
registro nos órgãos competentes (Junta Comercial ou no Cartório), uma vez que 
entende-se que ele é uma cópia dos fatos escriturados no Livro Diário. 
 
 
 
 
 
 
Leitura complementar 
Seria muito importante se você revisasse aspectos gerais sobre o que aprendeu 
até a aula de hoje. Veja no material “Elementos básicos de contabilidade”: 
http://www.portaltributario.com.br/guia/escrituracao.html 
 
Saiba Mais 
Explore sobre o registro de transações nos Livros Contábeis: 
https://www.youtube.com/watch?v=rbTJ-iueX-4 
Além dos livros contábeis obrigatórios, a legislação para sociedades por ações 
(Lei n. 6.404/76) dispõe a existência de mais duas categorias, os livros fiscais e 
os livros sociais. Sobre os livros fiscais, discutiremos mais no Tema 4 dessa aula. 
Já quanto aos Sociais, alguns deles são: 
 Registro de Atas de Assembleias Gerais 
 Registro de Presença de Acionistas 
 Registro de Atas de Reuniões da Diretoria, do Conselho de 
Administração, Pareceres do Conselho Fiscal) 
 Registro das Ações Normativas 
 Registro de Transferência das Ações Normativas 
 Registro de Partes Beneficiárias 
De forma complementar aos livros contábeis obrigatórios, existem, na 
Contabilidade, livros que se comportam como facultativos (ou acessórios) e que 
podem auxiliar o entendimento e acompanhamento de alguns fatos contábeis. 
 
 
http://www.portaltributario.com.br/guia/escrituracao.html
https://www.youtube.com/watch?v=rbTJ-iueX-4
 
 
Alguns deles são: 
 Livro Caixa – registra as entradas e saídas de numerário 
 Livro de Inventário – registrar os bens de consumo, mercadorias, 
matérias-primas e outros materiais que se achem estocados nas datas 
em que forem levantados os balanços 
 Livro de Entrada de Mercadorias – registra as mercadorias adquiridas 
e recebidas pelas empresas, ou as entradas de bens de qualquer espécie, 
inclusive os que se destinam a uso ou consumo 
 Livro de Saída de Mercadorias – registra as mercadorias ou produtos 
vendidos, bem como toda e qualquer saída, inclusive de bens móveis da 
empresa 
 Livro de Registro de Prestação de Serviços – livro é obrigatório perante 
o fisco municipal em empresas prestadores de serviço, nele são 
registradas todas as operações de serviços 
 Registro de Duplicatas – livro de cunho obrigatório, caso a empresa 
realize vendas a prazo com emissão de duplicatas 
Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo da professora Neusa sobre 
este tema que estamos estudando. 
 
 
 
 
 
 
Tema 3 – Contabilidade para decisão 
A Contabilidade se fundamenta em disponibilizar aos usuários informações de 
natureza econômica e financeira acerca da entidade. Sabe-se que, atualmente, 
a informação é o meio mais disseminado e empregado quando se

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