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Teorias da Circulação, da Reprodução e da Acumulação do K Economia Política Rosana Zau Mafra Circulação Simples de Mercadoria M -> D -> M (sistema não-capitalista) • Produzem-se mercadorias para vender com o fim de adquirir outras mercadorias para uso MARX, 2010 M -> D -> M $ 40,00 $ 50,00 • Se si trocam valores iguais não há mais valia, e não haverá mesmo vantagem se si trocam valores desiguais. A circulação ou troca de mercadoria não cria valor. MARX, 2010 Circulação de Capital Industrial D -> M… P … M’ -> D’ • Mais de 200 páginas do volume 2 de ‘O Capital’ MARX, 2010 D -> M… P… M’ -> D’ M -> capital = fundo de valor incorporado à mercadoria Já possuem valores determinados pelo trabalho anterior D -> M… P … M’ -> D’ M’ = excesso de duração do dia de trabalho D’ = fundo de capital sob a forma de dinheiro Composição Orgânica do Capital Economia Política Rosana Zau Mafra Composição orgânica do capital • O capital em forma de mercadoria do capitalista estava dividido em capital constante (capital fixo) e capital variável (capital circulante). • Capital constante (c) : meios não-humanos de produção • Capital variável (v) : parte do capital convertida em força de trabalho e que por isso muda o valor no processo de produção / força de trabalho que o capitalista comprava HUNT, 2005 Capital constante • Na teoria marxista do valor, é a parte do capital que apenas transfere seu valor para as mercadorias que estão sendo produzidas, não criando a mais-valia. • Em termos materiais, é composto pelos meios de produção: máquinas, edifícios, matérias- primas, combustíveis, etc. SANDRONI, 2002 Capital variável • Na teoria marxista do valor, é a parte do capital que sai valorizada do processo de produção, mediante a criação da mais valia. • Do ponto de vista material, é a parte do capital utilizada para a compra da força de trabalho e, portanto, para o pagamento de salários. SANDRONI, 2002 C = c + v c = soma gasta com os meios de produção; v = soma gasta com a força de trabalho Após o processo de produção: C’ = (c + v) + s Onde ‘s’ representa a mais-valia HUNT, 2005 Taxa de mais valia* s = trabalho excedente v trabalho necessário A taxa de mais valia nos diz quantas horas o operário trabalhou para gerar lucros para o capitalista em relação a cada hora que ele trabalhou para gerar o valor equivalente à sua própria subsistência. HUNT, 2005 * Uma das formas de calcular Mais valia • A mais valia produzida em cada empresa particular deve ser necessariamente diferente… BORCHARDT, 1982 Composição orgânica do capital SETOR CAPITAL CONSTANTE CAPITAL VARIÁVEL I 80 20 II 50 50 III 20 80 BORCHARDT, 1982 • A relação entre sua parte constante e sua parte variável, varia segundo os diversos ramos. Composição orgânica do capital SETOR CAPITAL CONSTANTE CAPITAL VARIÁVEL Q I 80 20 4 II 50 50 1 III 20 80 0,25 c = meios de produção por trabalhador v BORCHARDT, 1982 Composição orgânica do capital • Se supusermos que a exploração da força de trabalho é rigorosamente idêntica nos três ramos em questão, e que as forças de trabalho produzem sempre, por exemplo, duas vezes mais valor do que o que recebem em salário, chegaremos ao seguinte resultado: SETOR C. CONSTANTE C. VARIÁVEL MAIS VALIA I 80 20 20 II 50 50 50 III 20 80 80 BORCHARDT, 1982 A taxa de lucro • O lucro é calculado como percentagem do excedente sobre todo o capital empregado. SETOR C. CONSTANTE C. VARIÁVEL MAIS VALIA LUCRO I 80 20 20 20% II 50 50 50 50% III 20 80 80 80% BORCHARDT, 1982 A taxa de lucro e taxa de lucro uniforme Economia Política Rosana Zau Mafra A taxa de lucro p’= __s_ c + v A taxa de lucro é a razão entre a mais-valia e o total de capital investido A taxa de lucro: exemplo p’= _6_ = 0,2 (20%) 30 Considerações adicionais • Exploração nem sempre é a mesma; • Outras circunstâncias podem influenciar a grandeza da mais-valia nos diversos ramos; e – Disto conclui-se que a quantidade de mais-valia efetivamente não pode ser a mesma Taxa média de lucro • Se a quantidade de mais-valia efetivamente produzida não pode ser a mesma, de uma empresa para outra, como se constitui a taxa média de lucro que existe de fato? SETORES C. CONSTANTE C. VARIÁVEL MAIS VALIA* VALOR DO PRODUTO TAXA DE LUCRO I 80 20 20 120 20% II 70 30 30 130 30% III 60 40 40 140 40% IV 85 15 15 115 15% V 95 5 5 105 5% *hipótese Taxa média de lucro SETORES C. CONSTANTE C. VARIÁVEL MAIS VALIA VALOR DO PRODUTO TAXA DE LUCRO I 80 20 20 120 20% II 70 30 30 130 30% III 60 40 40 140 40% IV 85 15 15 115 15% V 95 5 5 105 5% Sub-total 390 110 TOTAL 500 110 610 78% 22% 22 122 22% BORCHARDT, 1982 Desgaste dos ‘meios de trabalho’ • Capital Constante: meios de produção + objetos de trabalho: – Meios de trabalho: edifício, máquinas e aparelhos. – Objetos de trabalho: carvão, óleo, etc • Valor de uso foi completamente absorvido durante esse tempo e conseqüentemente seu valor de troca passou-se completamente para o produto. • Vida útil das máquinas. Ex. Valor de uso = 6 dias – Durante cada jornada de trabalho perde 1/6 de seu valor de uso; – Conferirá 1/6 de seu valor ao produto da cada jornada; BORCHARDT, 1982 Preço do custo do produto - Exemplo: • Meios de produção $ 1.200 • Matérias-primas $ 380 • Força de trabalho $100 • Desgaste dos meios de trabalho $20 • Preço do custo do produto: 20 + 380 + 100 = $ 500* * Sem a mais-valia BORCHARDT, 1982 Consumo Parcial do Capital Constante SETORE S C. CONSTA NTE (A) C. VARIÁV EL (B) MAIS VALIA (C) TAXA DE LUCRO (D) C.CONST ANTE CONSU MIDO (E) VALOR DA MERCA DORIA (F = B+C+E) PREÇO DO CUSTO (F-D) I 80 20 20 20% 50 90 70 II 70 30 30 30% 51 111 81 III 60 40 40 40% 51 131 91 IV 85 15 15 15% 40 70 55 V 95 5 5 5% 10 20 15 Sub- total 390 110 110% TOTAL 500 110 78% 22% 22 22% BORCHARDT, 1982 Formação de um taxa de lucro uniforme No seu conjunto, as mercadorias foram vendidas +2 -8 +7 e -18 +17 _____ 26 acima 26 abaixo do valor SETORE S C. CONSTA NTE (A) C. VARIÁV EL (B) MAIS VALIA (C) VALOR DA MERCA DORIA PREÇO DO CUSTO PREÇO DA MERCA DORIA TAXA DE LUCRO MÉDIA DIF. ENTRE O PREÇO E O VALOR I 80 20 20 90 70 92 22% +2 II 70 30 30 111 81 103 22% -8 III 60 40 40 131 91 113 22% -18 IV 85 15 15 70 55 77 22% +7 V 95 5 5 20 15 37 22% +17 BORCHARDT, 1982 Exercício SETOR ES C. CONST ANTE C. CONST ANTE CONSU MIDO C. VARIÁ VEL MAIS VALIA VALOR DA MERCA DORIA TAXA DE LUCRO PREÇO DO CUSTO PREÇO FINAL DA MERCA DORIA TAXA DE LUCR O MÉDI A DIF. ENTRE O PREÇO E O VALOR I 100 50 40 II 90 51 50 III 80 51 60 IV 95 40 35 V 115 10 15 Calcule Considerando a composição orgânica do capital já dispostas no quadro, encontre: 1. A mais-valia (supondo sempre queesta é 100% da força de trabalho); 2. O valor da mercadoria; 3. A taxa de lucro por setor e a taxa de lucro média; 4. O preço do custo; 5. O preço de mercado; 6. A diferença que as mercadorias foram vendidas; e 7. A composição orgânica relativa do capital; Resposta SETORES C. CONSTA NTE C. CONSTA NTE CONSUM IDO C. VARIÁVE L MAIS VALIA VALOR DA MERCAD ORIA TAXA DE LUCRO PREÇO DO CUSTO TAXA MÉDIA DE LUCRO PREÇO FINAL DA MERCA DORIA DIF. ENTRE O PREÇO E O VALOR I 100 50 40 40 180 28,6% 90 29,1 119 -60,9 II 90 51 50 50 190 35,7% 101 29,1 130 -59,9 III 80 51 60 60 200 42,9% 111 29,1 140 -59,9 IV 95 40 35 35 165 26,9% 75 29,1 104 -60,9 V 115 10 15 15 145 11,5% 25 29,1 54,1 -90,9 Referências • BRUE, S.L. História do pensamento econômico. São Paulo: Cengage Learning, 2005 • HUNT, E.K. Historia do Pensamento Econômico. Uma perspectiva crítica. Rio de Janeiro: Campus, 2005.Rio de Janeiro, Editora LTC, 1982. Referências • BORCHARDT, Julian. O Capital – Karl Marx. 7a edição.
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