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AULA+ INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Prof. Edna Raquel Hogemann Aula 14: A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II - Pág 172 a 180 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II CONTEÚDO DESTA AULA A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) II •Princípio da obrigatoriedade e da continuidade das leis •Vigência e conhecimento da lei •Direito intertemporal no contexto do Sistema Jurídico Brasileiro. •Revogação da lei •Retroatividade, irretroatividade e ultratividade das leis •Obstáculos constitucionais à retroatividade da lei nova •Princípio da Irretroatividade da Lei (art. 5º, XXXVI CF) •Direito adquirido e expectativa de direito •Aplicação retroativa da lei •Aplicação imediata da lei •Leis temporárias e perpétuas, comuns e especiais INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II 3 Reconhecer: os Conflitos de leis no tempo. Refletir: - criticamente sobre a questão da retroatividade e da irretroatividade das leis. - sobre os pontos mais relevantes do Direito Intertemporal. Nossos objetivos nesse encontro INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II Conflitos de leis no tempo. Direito Intertemporal. A questão da retroatividade e da irretroatividade das leis. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II 1. Conflito de Leis no Tempo e no Espaço. A eficácia da lei no tempo diz respeito ao tempo de sua atuação até que desapareça do cenário jurídico. Como tal fato pode ocorrer? Em duas hipóteses: a) se a lei já tem fixado seu tempo de duração, com o decurso de prazo determinado ela perde sua eficácia e vigência. b) se ela não tem prazo determinado de duração, permanece atuando no mundo jurídico até que seja modificada ou revogada por outra de hierarquia igual ou superior (LINDB, art. 2º); é o princípio da continuidade das leis. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II 2. Direito intertemporal • Toda a matéria tratada no art. 2o da LINDB, dá margem a uma infinidade de conflitos. Tais conflitos são chamados de “conflitos das leis no tempo”. • O conflito das leis no tempo nasce justamente da colisão da lei nova com a anterior. Muitas vezes permanecem conseqüências da lei antiga, sob a vigência da lei nova. E, muitas vezes, situações que foram criadas pela lei antiga já não encontrarão apoio na lei nova. Então há que se estudar até que ponto a lei antiga pode gerar efeitos e até que ponto a lei nova não pode impedir esses efeitos da lei antiga. Chamaremos tal fenômeno de direito intertemporal. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II • As normas legislativas de direito intertemporal são chamadas disposições transitórias. A própria lei pode estabelecer tais disposições, dispondo sobre sua vigência ou sobre a vigência de leis anteriores. • Todavia, são os princípios jurídicos que estabelecem as grandes linhas do direito intertemporal. Entre tais princípios estão os da retroatividade e da não- retroatividade da lei. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II 3. A questão da retroatividade e irretroatividade das leis Pergunta-se: Uma lei nova só tem valor para o futuro ou regula situação anteriormente constituída, isto é, tem eficácia pretérita? INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II a) A norma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império da lei revogada é retroativa, tem eficácia pretérita; a que não se aplica a qualquer situação jurídica constituída anteriormente é irretroativa, hipótese em que a norma revogada permanece vinculante para os casos anteriores à sua revogação. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II b) Em princípio, as leis não devem retroagir; em face do seu caráter prospectivo, devem disciplinar situações futuras. O fundamento maior do princípio da irretroatividade, consagrado na doutrina, e pela generalidade das legislações, é a proteção do indivíduo contra possível arbitrariedade do legislador. Se fosse admitida a retroatividade como princípio absoluto, a segurança do indivíduo não ficaria preservada. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II c) A eficácia retroativa das leis é, portanto, excepcional; não se presume, devendo provir de texto expresso. Temos ainda que a Constituição Federal, na verdade, não proíbe a retroatividade da lei, a não ser da lei penal que não beneficia o réu (art. 5º, XL, CF), e resguardados sempre o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5º, XXXVI, CF). Por retroatividade da lei entende-se que a lei nova pode atingir situações abrangidas por leis anteriores. Ao contrário, por irretroatividade das leis a lei nova não pode atingir situações reguladas pela lei anterior. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II O Direito Adquirido (doutrinas de Gabba, Roubier e Lassalle), o Ato Jurídico Perfeito e a Coisa Julgada no contexto da Lei de Introdução ao Código Civil, da Constituição da República e do Código Civil de 2002. Determina o art. 6º da LINDB que “a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada”. No mesmo diapasão dispõe o inciso XXXVI do art. 5º da CF/88 “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. Logo, para entender-se a irretroatividade, é importante que se entenda o que significa direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II • Na aula 13 conhecemos os conceitos de direito adquirido, coisa julgada e ato jurídico perfeito, agora vamos conhecer as teorias relativas ao direito adquirido. • Há duas teorias acerca do direito adquirido: a teoria subjetivista e a objetivista. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II A teoria subjetivista, também denominada teoria clássica ou teoria dos direitos adquiridos, leva em conta os efeitos dos fatos jurídicos sobre as pessoas. O domínio da lei nova é delimitado segundo a natureza dos efeitos produzidos no passado. Cardozo sintetiza a teoria subjetivista nos seguintes termos: "De forma sintética, poderíamos dizer que os defensores desta corrente têm, como alicerce de todas suas reflexões, a idéia de que as novas leis não devem retroagir sobre aqueles direitos subjetivos que sejam considerados juridicamente como adquiridos pelo seu titular. Ou em outras palavras: ao ver destes, a questão da irretroatividade das leis tem assento na premissa fundamental que afirma a impossibilidade de uma lei vir a desrespeitar ?direitos adquiridos? sob o domínio de sua antecedente" (CARDOZO, José Eduardo Martins. Da retroatividade da lei. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1995, p. 113). INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOAULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II • Muitos autores célebres apresentaram-se como importantes defensores da doutrina subjetivista, dentre eles, Gabba, Merlin, Blondeau, Mailhet de Chassat, Demombe, Lassalle e Savigny. • Dúvida não resta, entretanto, que, de todos os partidários desse pensamento, Gabba é, reconhecidamente, o maior e mais relevante ponto de referência. Sua obra Teoria della Retroattività delle Leggi representa o ponto culminante da doutrina, tendo oferecido conceito de direito adquirido que serviu de influência, dentre outros, ao legislador brasileiro, e que, até os dias que correm, orienta a jurisprudência pátria. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II • À época de Gabba predominava a crença de que a retroatividade da lei seria, em si mesma, uma injustiça, devendo, por conseguinte ser aplicado o princípio absoluto da irretroatividade das leis, para solucionar os problemas relativos aos conflitos de leis no tempo. • Gabba, em sua teoria, combate a referida crença e defende que, no conflito de leis no tempo, é perfeitamente justa a aplicação da lei nova a relações constituídas anteriormente, desde que se respeitem todos os direitos adquiridos. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II Assim, afirma ser adquirido todo direito que: 1) é conseqüência de um fato idôneo a produzi-lo, em virtude da lei do tempo no qual o fato foi realizado, ainda que a ocasião de fazê-lo valer não se tenha apresentado antes da atuação de uma lei nova sobre o mesmo 2) nos termos da lei sob cujo império ocorreu o fato do qual se originou, passou imediatamente a fazer parte do patrimônio de quem o adquiriu. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II • Baseado neste conceito, Gabba analisa os diversos elementos que julga encontrar na composição da essência dos direitos adquiridos. • Para tanto, desenvolve sua abordagem em torno do conceito do direito que pode ser considerado como adquirido, do conceito de direito como elemento do patrimônio e, ainda, do conceito de fatos aquisitivos. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II • Quanto ao primeiro conceito de direito adquirido, ensina o consagrado mestre italiano que o "direito" mencionado no conceito de direito adquirido refere-se ao direito subjetivo, ou seja, ao direito concreto, isto é, aquele proveniente da verificação do fato pressuposto pela lei. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II • Já quanto ao "direito como elemento do patrimônio", pondera Gabba que, para um direito ser considerado adquirido, não basta que seja concreto; é também indispensável que se tenha tornado elemento ou parte do patrimônio individual, já que existiriam muitos direitos que não se poderiam propriamente chamar de adquiridos, porque não fariam parte do patrimônio de quem o possui. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II • Finalmente, analisando o problema dos "fatos aquisitivos", afirma Gabba que os direitos pertencentes aos indivíduos sempre se fazem adquirir mediante "fatos". Enquanto uma pessoa não puder demonstrar que a hipótese legal verificou-se em seu favor, o que existiria seria apenas uma possibilidade de direito, mas não direito concreto e muito menos direito adquirido. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II • Assim, conclui que, havendo o fato necessário à aquisição de um direito ocorrido integralmente sob a vigência de uma determinada lei, mesmo que seus efeitos somente se devam produzir em um momento futuro, eles terão de ser respeitados na hipótese de sobrevir lei nova. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II A teoria objetivista • Para os objetivistas, o conflito de leis no tempo resolve-se através da identificação da lei vigente no momento em que os efeitos dos fatos são produzidos. Dentre os doutrinadores objetivistas, destaca-se o francês Paul Roubier, cuja teoria foi acolhida pelo legislador brasileiro. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II • Paul Roubier preferia utilizar a expressão "situação jurídica" em lugar da designação "direito adquirido", ao argumento de que aquela seria superior ao termo direito adquirido, por não ter um caráter subjetivo e poder ser aplicada a situações como a do menor, do interdito e do pródigo. • A teoria de Roubier gira, basicamente, em torno da distinção entre efeito retroativo e efeito imediato. O primeiro seria a aplicação da lei ao passado, enquanto o segundo seria a aplicação da lei ao presente. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II • Roubier buscou, também, em sua teoria, um critério que permitisse identificar, no caso concreto, quando se está diante de um efeito retroativo e quando se está diante de um efeito imediato da lei nova. • Assim, faz distinção entre uma fase dinâmica, que corresponde ao momento da constituição e extinção da situação, e uma fase estática, que corresponde ao momento em que essa situação produz seus efeitos. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II • Conclui, então, que as leis relativas aos modos de constituição ou de extinção de uma situação jurídica não podem, sem retroatividade, contestar a eficácia ou ineficácia jurídica de um fato passado. Já quando se cuida de fixar os efeitos dessa situação jurídica, a definição do caráter retroativo faz-se da seguinte forma: os efeitos já produzidos antes da entrada em vigor da nova lei fazem parte do domínio da lei antiga e são intocáveis. A lei nova determinará os efeitos jurídicos que se produzirão após a sua entrada em vigor, sem que isto signifique algo diferente do efeito imediato. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II A doutrina brasileira há muito se tem esforçado para conceituar o direito adquirido. No entanto, não se alcançou um conceito preciso e uniforme. Cada autor procura defini-lo da forma que lhe parece mais correta. Alexandre de Moraes assim ensina acerca do direito adquirido: "De difícil conceituação, o direito denomina-se adquirido quando consolidada sua integração ao patrimônio do respectivo titular, em virtude da consubstanciação do fator aquisitivo (requisitos legais e de fato) previstos na legislação." (MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada e legislação constitucional. São Paulo: Atlas, 2005, p. 299.). INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II • Nota-se a grande influência da Teoria dos Direitos Adquiridos de Gabba na doutrina brasileira, uma vez que, para muitos autores brasileiros, indispensável é que o direito tenha se tornado parte do patrimônio individual para ser considerado adquirido. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II Princípio do Domicílio, da Nacionalidade e da Territorialidade.toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço pelas fronteiras do Estado que a promulgou. Chama-se a isto de territorialidade da lei. Esse espaço ou território, em sentido amplo, inclui as terras ou territórios propriamente dito, as águas e a atmosfera “territoriais”. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II Os Estados Modernos, contudo, admitem a aplicação, em determinadas circunstâncias, de leis estrangeiras, em seu território, no intuito de facilitar as relações internacionais. É essa uma conseqüência do crescente relacionamento entre os homens dentro da comunidade internacional. Os casos e circunstâncias em que as leis de um Estado são aplicáveis no território de outro constituem o objeto do Direito Internacional. As normas a serem aplicadas em tais casos são fixadas pela lei nacional ou por tratados internacionais. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II Os critérios que determinam a vigência territorial ou extraterritorial de certa norma são os seguintes: a) aplica-se a lei do domicílio da pessoa nas questões sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família (art. 7º LINDB); b) aplica-se a lei do lugar da situação dos imóveis para qualificá-los e reger as relações que lhe forem pertinentes (art. 8º LINDB); c) aplica-se a lei do lugar de constituição à qualificação e disciplina das obrigações, sendo que a obrigação resultante de contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente (art. 9º LINDB); INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II d) aplica-se a lei do domicílio do defunto ou desaparecido à sucessão por morte ou ausência. e) Quanto à capacidade para suceder, aplica-se a lei do domicílio do herdeiro ou legatário. Todavia, no caso de a sucessão incidir sobre bens de estrangeiros situado no Brasil, aplicar-se-á a lei brasileira em favor do cônjuge brasileiro e dos filhos do casal, sempre que não lhes for mais favorável à lei do domicílio do falecido (art. 10 da LINDB) INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II CORREÇÃO DOS CASOS CONCRETOS DO PLANO DE AULA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II Haroldo Bernardes celebrou em 10 outubro de 1986 contrato de assistência médico-hospitalar para si e sua família com a empresa de assistência médico-hospitalar S.O.S. HELP S.A. Em novembro de 1987 foi acometido por uma doença cardiovascular que o levou à colocação em seu corpo de um marca-passo, cujo custo foi pago pelo próprio Haroldo Bernardes, uma vez que em seu contrato de assistência médico-hospitalar não havia previsão de tal cobertura. Em 1995, Haroldo Bernardes ingressa com ação judicial pretendendo a restituição dos valores gastos com os exames e o marca-passo não cobertos por seu plano de assistência, mais danos morais, em razão da recusa ao fornecimento do material, que ele reputa injusta. Em sua contestação a empresa de assistência médico-hospitalar S.O.S. HELP S.A. alega que o contrato é anterior à Constituição da República de 1988 e ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor, Lei n° 8078/90, que prevêem, respectivamente, a proteção à dignidade humana e a proteção ao consumidor. (Apelação Cível ? 2006.001.58180 ? TJ/RJ). INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II Você é o juiz que decidirá a questão e estudou na Estácio de Sá. a) Dê a sentença amparado numa pesquisa a respeito dos limites à retroatividade das normas jurídicas, em seu livro Didático de Introdução ao Estudo do Direito. b) Aproveite e responda: Quais os limites para que a norma jurídica tenha efeitos retroativos? Explique- os. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II SUGESTÃO DE GABARITO a) Infelizmente a sentença deverá negar o pedido de Haroldo, posto que, o contrato fora celebrado sob a égide da legislação que vigorava à época de sua celebração. Portanto, não será possível a retroatividade da CF que é de 1988 e do CDC que é de 1990, pois deverá ser respeitado o ato jurídico perfeito como garantia do princípio da irretroatividade da lei e da segurança nas relações jurídicas, afinal o contrato foi assinado em 1986, pois a manutenção da segurança se constitui numa das finalidades do Direito. b) Os limites são aqueles estabelecidos no art. 6º da LINDB e no art. 5º , XXXVI, da CF/88. Nesses termos, a lei, nas hipóteses de retroatividade, devem respeitar tanto a decisões judiciais definitivas, quanto os atos jurídicos celebrados perfeitos e acabados e os direitos que já fora incorporados definitivamente ao patrimônio da pessoa. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO AULA:14 A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II AMIGOS, POR HOJE É SÓ! Façam a leitura da próxima aula , os exercícios do livro e da webaula
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