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ARQUELOGIA EXPERIMENTAL, SUA INFLUÊNCIA E IMPORTÂNCIA EM MEIO A CIÊNCIA ARQUEOLÓGICA, DIDÁTICA, EDUCAÇÃO E PATRIMÔNIO.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE HISTÓRIA – LICENCIATURA E BACHARELADO
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
ARQUELOGIA EXPERIMENTAL, SUA INFLUÊNCIA E IMPORTÂNCIA EM MEIO A CIÊNCIA ARQUEOLÓGICA, DIDÁTICA, EDUCAÇÃO E PATRIMÔNIO.
Renan do Amarante Gonçalves
Resumo
	O presente artigo, tem por finalidade, trazer uma reflexão e esclarecimento sobre uma área da ciência da arqueologia, que é conhecida como arqueologia experimental. Famosa por suas partes praticas buscando compreender e analisar de maneira ativa as construções de objetos, como ferramentas, vasos e até mesmo monumentos, com os utensílios utilizados por uma sociedade no seu tempo. Assim, a arqueologia experimental transborda muito mais do que simplesmente reproduzir ferramentas, mas também de compreender a sua cultura, métodos, realidade e comportamento destas sociedades.
Buscamos também evidenciar a importância desta ciência e as relevâncias que ela pode nos trazer com sua prática dentro das salas de aulas, museus e também, não menos importate, como atividade lúdica ao público-alvo.
Com isso, buscamos fontes como o obra de Pedro Paulo Funare, Arqueologia, para antes de tudo ter maior compreenção sobre esta ciência antes de nos aprofundarmos sobre essa vertente, que será trabalhada com o livro organizado pelos editores J. Carlos Díez e Javier Nastri, Cómo sobreviveir com dos piedras e un cerebro, onde se traz uma introdução a arqueologia experimental e e atividades praticas, passo a passo, onde pode ser realizadas.
O que é a arqueologia experimental? Sua sua finalidade? Como e onde pode ser aplicada? Essas perguntas e outra mais que surgirão, serão sanadas ao longo deste artigo atraves destas fontes citadas e outras mais.
Abstract
This article aims to bring reflection and clarification on an area of ​​the science of archeology, which is known as experimental archeology. Famous for its parts practices seeking to understand and analyze actively in the construction of objects, such as tools, vases and even monuments, with the utensils used by a society in their time. Thus, the experimental archeology overflows much more than just play tools, but also to understand their culture, methods, reality and behavior of these society.
We also seek to highlight the importance of science and the relevance it can bring in its practice within the classrooms, museums and also, no less importate, as playful activity to the target audience.
With this, we seek sources as the work of Pedro Paulo Funari, Arqueologia, to first of all have a greater comprehension of the science before we delve on this line, which will be crafted with the book edited by the editors J. Carlos Díez and Javier Nastri, Cómo sobreviveir com dos piedras e un cerebro, where it provides an introduction to experimental archeology and practical activities, step by step, which can be carried out.
What is experimental archeology? What is your purpose? How and where can be applied? These questions and other more that will arise will be resolved throughout this article through these sources cited and more.
Arqueologia experimental, o que é e qual sua finalidade?
	Antes de dar início sobre o que é a arqueologia experimental, devemos tomar melhor conhecimento sobre o que é a arqueologia, sua origem, história e finalidade aos moldes atuais, assim, buscando compreender melhor e de maneira mais clara e ampla para podermos abordar melhor a ciência da arqueologia experimental.
	Quando falamos em arqueologia e arqueólogos(as), logo vem em nossa mente o ilustre personagem dos cinemas Indiana Jones com seu chapéu de cowboy estalando seu chicote longo para se agarrar em algo para chegar ao outro lado de um precipício e pegar o artefato precioso de uma civilização perdida. Lamentamos informar a todos os interessados sobre essa ciência, mas a vida de um arqueólogo(a) não é munida de aventuras com altar cargas de adrenalina e bolas de pedras gigantes, a realidade é bem outra. 
	Pois bem, essa fama toda de desbravadores veio com os primeiros estudiosos da área que tiveram iniciativas privadas para a busca de artefatos e civilizações antigas, pode-se dizer que de certa maneira eles eram uma espécie de aventureiros, o mais famoso arqueólogo de todos os tempos foi o alemão Heinrich Schliemann (1822 – 1890), o que inspirou a criação de Idiana Jones. Esse, por sua vez, realizou várias expedições para diferentes países, decidiu realizas a rota de Ulisses (ou Odisseu), passando por Corfu, Cefalônia, Itália, Peloponeso, Micenas e Turquia, fazendo ainda algumas escavações durante sua passagem em Ítaca.
	Schliemann, passou ser um expoente máximo da arqueologia imperialista e aventureira. Com os inúmeros relatos deixados por ele em livros e manuscritos, levou a muitos jovens se interessarem pela arqueologia em busca de toda essa adrenalina que ele descrevia em suas escrituras. Mas é óbvio que a arqueologia não se reduz somente a esta imagem expressa em cinemas e afins, é uma área muito mais rica e complexa do que se imagina.
	Portanto, seguindo de uma visão mais rasa e tradicional, arqueologia é a escavação em busca de material para seu estudo, confere? Não! Como já abordamos no início a arqueologia vai muito mais além disso. Esta ciência não se baseia unicamente na busca incessante de objetos a palmos abaixo do solo, e não somente objetos criados pela humanidade, ela também pode ser voltada para os ecofatos e os biofatos, ambos relacionados a apropriação do meio a humanidade. Também há a arqueologia industrial que estuda as construções de indústrias relacionadas ao passado e ao presente.
	Em síntese, podemos citar um parágrafo do livor Arqueologia, escrito pelo arqueólogo brasileiro Pedro Paulo Funari, que pode exemplificar melhor sobre essa pergunta itinerante:
“Valendo-se dessa consideração, pode-se concluir que, do ponto de vista aqui dotado, a arqueologia estuda, diretamente, a totalidade de material apropriado pelas sociedades humanas, como parte de uma cultura total, material e imaterial, sem limitações de carácter cronológico.”
FUNARI, Pedro Paulo, Arqueologia, cap. 1 p. 15)
	Em fim, podemos chegar a uma conclusão sobre o que é a arqueologia e suas buscas por fontes a serem estudadas e interpretadas. Mas enquanto a arqueologia experimental? O que é? Para que serve? E como funciona?
	A princípio a arqueologia experimental surgiu no final do sec. XIX na extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.R.S), acabando por se espalhar nos países nórdicos da Europa e mais tarde aos países anglo-saxões, também acaba sendo influenciado na Espanha nas cidades de Madri e Barcelona, onde atualmente são as cidades mais ativas nesta área da arqueologia.
	Consiste na tentativa de reprodução de objetos, ferramentas ou obras arquitetônicas, no tempo presente, através de ferramentas idênticas ou similares utilizadas por uma certa sociedade do seu tempo, podendo assim fazer uma análise de maneira mais ativa sobre os procedimentos utilizados e corroborar com afirmações e hipóteses sobre as técnicas e modos de vida do passado. Tendo assim uma capacidade explicativa e interpretativa dentro de suas práticas e de informações de registros do comportamento humano no passado. A diferencia da observação passiva, pois a experimentação a intervem de maneira ativa na, podendo cariar seus elementos de análise de maneira variada.
	Portanto, a arqueologia experimental não é somente lascar pedras para pontas de flechas, lanças ou dardos, mas lascá-las para uma finalidade em especial, seria para presas grandes ou pequenas? Ágeis ou corpulentas? Para perfurar ou cortar? E acima de tudo tentar reproduzi-las aos moldes de uma sociedade do passado com suas ferramentas e recursos utilizados para a criação desses objetos.
Arqueologia experimental e educação.
	Sobre a didática em sala de aula, museus e até mesmo como atividades lúdicas, a arqueologia experimental é uma área ampla muito a ser explorada pelos educadores(as), pois trazem para o cotidiano de
sues educandos(as) algo que é palpável e que pode ser próximos a eles, trazendo o mínimo da realidade que as sociedades do passado tinham corriqueiramente. A arqueologia experimental também pode dar destaque ao patrimônio cultural de nossa sociedade atual. Sem falar também que a prática pode ser muito eficaz e auxiliar a parte teórica dada nas salas de aula. Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, diz: “A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da reflexão teórica / prática sem a qual a teoria pode ir virando blá-blá-blá e a prática ativismo.” (FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia, cap I p. 24)
	Para muitos fazer algo como uma ponta de flecha através, por exemplo, de obsidiana, tipo de vidro vulcânico composto por 70% de sílica, parece ser algo muito fácil, mas trazendo estas experimentações ao público eles podem se chocar com a dificuldade que é de talhar um objeto para lhe servir de empecilhinho nos instrumentos de caça e guerra. Basta lembrar também que somente com esta ponta ele não conseguirá criar uma ferramenta eficaz, é preciso de matéria como galhos ou madeiras para usar como haste para a ponta de obsidiana, seja como flecha ou dardo, mais uma vez terá o serviço de talhar outro objeto para complementar sua ferramenta. Dificultando ainda mais esta atividade e tentando se aproximar cada vez mais da realidade desta cultura, tudo isso deve ser feito com as ferramentas e métodos utilizadas pela sociedade Asteca, por exemplo, onde o uso desse minério era abundante para se fazer espadas, flechas, lanças e facas, para seu uso cotidiano.
	A intenção, também, não é de dificultar mas problematizar sobre os conceitos de cultura e civilização, muito está difundido em nós que povos considerados avançados social e tecnologicamente, são aqueles que possuem alto domínio sobre as ciências e que acaba por submeter outros povos a sua vontade. Infelizmente no Brasil, há muitos discursos de ódio contra as comunidades indígenas, corriqueiramente notícias sobre saxinas e extermínio de tribos, saem nos jornais, reforçando ainda mais a discriminação da população indígena. Com a arqueologia experimental, podemos levar para as salas de aulas, algumas técnicas de artesanatos para serem usadas como atividades lúdicas aos nossos educandos(as), para que assim eles tomem conhecimento do grau de dificuldade que é de elaborar algo proveniente de uma cultura, que sofre constantes ameaças.
	
Considerações finais.
	Podemos notar que a arqueologia experimental possui uma importância e quando aplicada de maneira adequada, pode resultar em atividades produtivas e lúdicas ao mesmo tempo, claro que não colocaríamos de imediato uma turma de ensino fundamental a lascar pedras para produzir um Hand Axe ou pontas de lança, mas sim algo mais fácil como artesanato com argila ou cestaria da cultura kaigang, por exemplo, assim faz com que um patrimônio cultural permaneça presente e faça parte da nossa sociedade atual.
	Além do mais, a arqueologia experimental é a tentativa de comprovar hipóteses de como foram realizados a produção destas ferramentas, objetos e arquiteturas, podendo desmistificar muito teorias conspiratórias como, por exemplo, a construção de Stonehenge ou as pirâmides do Egito. Claro que não reconstruiríamos uma nova pirâmide de Gize, mas através de técnicas similares utilizadas pelos egípcios, ou celtas no caso da Stonehenge, pode se chegar a uma conclusão sobre usas construções.
	Enfim, mais uma vez a arqueologia aparece para explicar como era, se organizava e vivia estas sociedades do passado através de uma cultura material ou por sinais deixadas no meio ambiente, o mesmo cabe a arqueologia experimental, porém buscando reproduzir com meios utilizados por estas sociedades.
Referências bibliográficas
DÍES, Carlos J. e NASTIR, Javier. Arqueología Experimental: instrumento de ciencia y divulgacion, In____Como sobrevivir com dospiedras y un cerebro, Burgos, Espanha: Atapuerca p. 13 – 17.
FREIRE, Paulo. Prática docente:primeira reflexão, In____Pedagogia da autonomia. São Paulo, Paz e Terra, 2015, p. 23 – 28.
FUNARI, Pedro Paulo. Em busca de que? A influência dos modelos de interpretação. In:____ Arqueologia. São Paulo: Contexto, 2003. cap 2, p. 29 – 54.

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