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ANA FLAVIA Declaração Universal dos Direitos Humanos.docx TRABALHO

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União Metropolitana de Educação e Cultura
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
 A Declaração e os Portadores de Deficiência: a busca da igualdade proclamada. No Brasil, de acordo com o Censo do ano de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existiam até então, 24,5 milhões de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, o que equivale a 14,5% da população do país. (IBGE on-line4) 
Na distribuição por grupo etário, o Censo constatou que dos 14,5% estavam 8,78% de crianças entre 0 e 14 anos; 14,6% de pessoas com idade entre 15 e 29 anos; 47,2% no grupo etário de 30 a 59 anos e 29,3% de pessoas com mais de 60 anos, ou seja, idoso segundo o Estatuto do Idoso. (SQUINCA, 2007, p. 4) 
Segundo a Declaração dos Direitos das pessoas Deficientes, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 9 de dezembro de 1975, define-se pessoa com deficiência aquela que é “incapaz de assegurar por si mesma, total ou parcialmente, as necessidades de uma vida individual ou social normal, em decorrência de uma deficiência, congênita ou não, em suas capacidades físicas ou mentais”. Mas qual têm sido as condições de vida dessa população? Até que ponto eles tem tido seus direitos efetivados? Quais os avanços conquistados em relação ao mercado de trabalho e à educação? Qual tem sido o olhar da sociedade, da família e do próprio portador a respeito da deficiência? O ano de 1981 foi proclamado pela ONU como o Ano Internacional das Pessoas Deficientes, cujo lema foi “Participação plena e igualdade”. Ele se tornou um “divisor de águas” na luta dos portadores de deficiência em defesa de seus direitos e contribuiu para a aproximação da população em geral com a questão. 
A Constituição Federal Brasileira de 1988 segue os princípios da Declaração dos Direitos Humanos e todas as Leis criadas no país devem estar de acordo com esta. Um grande avanço foi a aprovação da Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, garantindo (ao menos na teoria) os mínimos direitos das pessoas com necessidades especiais. 
Esta mesma Lei também dispõe sobre a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), que mais tarde - em 1990, teve seu artigo 10 alterado pela Lei nº 8.028, a qual diz: 
órgão autônomo do Ministério da Ação Social, ao qual serão destinados recursos orçamentários específicos. Parágrafo único. Ao órgão a que se refere este artigo caberá formular a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, seus planos, programas e projetos e cumprir as instruções superiores que lhes digam respeito, com a cooperação dos demais órgãos públicos. (CRESS, 2005/2008, p. 410) A coordenação superior dos assuntos, ações governamentais e medidas, referentes a pessoas portadoras de deficiência, incumbirá à Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE, 
Há também o Decreto nº 3.298 de 1999, que traz em seu Artigo 34 o compromisso de inserção da pessoa portadora de deficiência no mercado de trabalho ou sua inscrição no processo produtivo. Muito já se avançou no que diz respeito a esse direito, porém, ainda há muito que alcançar.
 Uma das conclusões do Censo ao analisar o mercado de trabalho e deficiência foi a dificuldade dos deficientes mentais no ingresso no mercado de trabalho [...]. No que diz respeito a inserção de pessoas que apresentam outras deficiências os dados censitários identificaram que 40,8% das pessoas com dificuldade para enxergar, 34,0% com dificuldade de audição, 24,8% com alguma incapacidade física ou motora estavam ocupados. (CHAGAS, 2006 apud SQUINCA, 2007, p. 4) 
Já no âmbito da educação, a Constituição Federal/88 aponta em seu artigo 208 que o Estado deve garantir o “atendimento especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (CRESS, 2005/2008, p. 435) 
Um dado expressivo é a inserção dos deficientes no ensino superior, o Censo da Educação Superior de 2005 concluiu que entre 2000 e 2005 aumentou 179,4% o número de alunos portadores de deficiências [...] nas universidades brasileiras. (SQUINCA, 2007, p. 4)
 Entretanto, é preciso questionar se há as condições mínimas para que estes cidadãos desfrutem das mesmas oportunidades dos demais, no sentido de que se faz necessária a disponibilidade e o acesso a materiais adequados, tanto quanto a existência de profissionais capacitados, além, é claro, de uma infra-estrutura acessível. Mesmo passados sessenta anos da Declaração Universal, continuamos a ver que inúmeras barreiras ainda não foram superadas. Uma delas é o preconceito que persiste em grande parte da população, muitas vezes dentro da própria família e o mais grave, no próprio indivíduo. Numa sociedade onde a produtividade é extremamente valorizada, aqueles que possuem algum tipo de limitação são de certa forma, discriminados, pois “a capacidade produtiva deste segmento social não interessa à lógica da produção capitalista”. (CARVALHO e ORSO, 2006, p. 177). 
Muitas famílias possuem uma visão preconceituosa a respeito do membro (filho, filha...) portador de deficiência, não acreditando na capacidade, na normalidade, na igualdade de direitos deste indivíduo. A super proteção dos familiares acaba prejudicando o desenvolvimento destes cidadãos, que devido à insegurança que lhes foi transmitida, deixam de buscar a liberdade e a plena efetivação de seus direitos. 
O maior problema encontra-se naqueles que aceitam pacificamente a condição de “inferiores”, ou “anormais”, pois assim não se reconhecem como membros da sociedade - possuidores de direitos- e, portanto, não lutam para que sejam cumpridos.
 O que estamos tentando fazer é chamar atenção para um ponto crucial quando tratamos deste assunto. O grito de igualdade que o mundo pôde ouvir na Declaração Universal dos Direitos Humanos abrange todos os seres humanos, não importa a cor, sexo ou credo. Não exclui os portadores de alguma necessidade especial, mas ao contrário, os convida a lutar pelo reconhecimento e prática dessa igualdade. 
Os ideais pregados naquela época não podem ser esquecidos, nem tão pouco, banalizados. É necessário que a cada dia se dê um passo adiante na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
 No Brasil, houve avanços, porém ainda não podemos comemorar e nem nos orgulhar, pois há um longo caminho a percorrermos. Uma entrevista5 por nós realizada com um portador de deficiência (espinha bífida ou mielomeningocele), revelou que a maior dificuldade que este encontra em seu dia- a- dia é a falta de rampas de acesso, tanto nas ruas, quanto nos transportes coletivos e edifícios. Como podemos falar em igualdade quando nem ao menos se pode transitar por todos os lugares desejados? O Artigo 11 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, diz que: 
A construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados destinados ao uso coletivo deverão ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessíveis às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. (CRESS, 2005/2008, p. 435) 
Já o seu Artigo 16 deixa claro os direitos no que tange a acessibilidade nos veículos de transporte coletivo quando preconiza que “Os veículos de transporte coletivo deverão cumprir os requisitos de acessibilidade estabelecidos nas normas técnicas específicas” (CRESS, 2005/2008, p. 436). Outra situação a ser observada é a explicitada no Artigo 12 da mesma 
Lei, que diz: 
Os locais de espetáculos, conferências, aulas e outros de natureza similar deverão dispor de espaços reservados para pessoas que utilizam cadeiras de rodas, e de lugares específicos para pessoas com deficiência auditiva e visual, inclusive acompanhante, de acordo com a ABNT, de modo a facilitar-lhes as condições de acesso, circulação e comunicação. (CRESS, 2005/2008, p. 435) 
Porém, ainda não é com essa situação que nos deparamos nos dias de hoje. Aocontrário, são raras as ocasiões que este princípio é cumprido na sua totalidade. Contudo, o primeiro passo para a conquista da igualdade já foi dado com a Declaração Universal, a Constituição Federal e as leis posteriores. Agora, é preciso permanecer na luta para garantir os direitos conquistados. Isso faz parte do processo de busca de uma sociedade Justa e Igualitária.
ITABUNA – BA
2017

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