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Otto Maria Carpeaux S ENA I – P E TROB RA S229 .................... M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s IntroduçãoIntrodução Unidade 3 s aplicações da eletricidade no mundo atual tor- nam-se cada dia maiores e mais importantes. Na in- dústria, no transporte, nas comunicações, na agricul- tura, na iluminação, enfim em todas as atividades téc- nicas e científicas é absolutamente indispensável a utilização da eletricidade. Nas grandes indústrias a energia elétrica é produ- zida geralmente em termoelétricas por meio de equi- pamentos que se chamam geradores elétricos, os quais são acionados por turbinas a vapor e turbinas a gás. Em algumas empresas são utilizados diversos tipos de equipamentos elétricos, de controle, de registros e medição, bem como de proteção. Nesta Unidade iremos estudar alguns desses equi- pamentos e seus acessórios. AA Tome NotaTome Nota S ENA I – P E TROB RA S231 .................... M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s Equipamentos elétricos Equipamentos elétricos Condutor m material condutor é caracterizado pela grande quantidade de elé- trons livres localizados na última órbita de seus átomos. A principal ca- racterística deste tipo de material é a sua capacidade de conduzir corren- te elétrica, de um átomo para outro, através dos elétrons livres. Desta maneira, os materiais que permitem o livre movimento dos elétrons são chamados condutores. A energia elétrica nos condutores é transferida através do movimento de elétrons livres ao se deslocarem de um átomo para outro. Cada um dos elétrons, portanto, percorre uma pequena distância, alcança o átomo vi- zinho e substitui um elétron, desalojando-o de sua órbita externa. Os elétrons substitu- ídos repetem o processo até que o movimento dos elétrons tenha percorrido toda a exten- são do condutor. A maioria dos metais são bons condutores, tais como o alumínio, a prata, o ouro, o co- bre etc. Sais e ácidos também são bons condutores de eletri- cidade. Observe a Figura 1. Unidade 3 FIGURA 1 CONDUTOR ISOLANTE CONDUTOR UU S ENA I – P E TROB RA S232 .................... Transformador A energia elétrica produzida nas usinas hidrelétricas é levada, mediante condutores de eletricidade, aos lugares mais adequados para o seu apro- veitamento. Ela iluminará cidades, movimentará máquinas e motores, pro- porcionando muitas comodidades. Para o transporte da energia até os pontos de utilização, não bastam fios e postes. Toda a rede de distribuição depende estreitamente dos transfor- madores, que ora elevam a tensão, ora a rebaixam. Nesse sobe e desce, eles não só resolvem um problema econômico, reduzindo os custos da transmis- são a distância de energia, como também melhoram a eficiência do processo. Antes de mais nada os geradores que produzem energia precisam ali- mentar a rede de transmissão e distribuição com um valor de tensão ade- quado, tendo em vista seu melhor rendimento. Esse valor depende das ca- racterísticas do próprio gerador, enquanto a tensão que alimenta os apa- relhos consumidores, por motivos de construção e sobretudo de seguran- ça, tem valor baixo, nos limites de algumas centenas de volts (em geral, 110, 220, 380, 480, 2.400 e 13.800). Isso significa que a corrente, e princi- palmente a tensão fornecida, varia de acordo com as exigências. O princípio básico de funcionamento de um transformador é o fenôme- no conhecido como indução eletromagnética: quando um circuito é sub- metido a um campo magnético variável, aparece nele uma corrente elé- trica cuja intensidade é proporcional às variações do fluxo magnético. A Figura 2 apresenta a visão em dois perfis de um transformador tri- fásico, o qual possui 6 enrolamentos (3 correspondentes ao primário e 3 ao secundário). Os transformadores, na sua forma mais simples, consistem em dois enrolamentos de fio (o primário e o secundário), que geralmente envol- vem os braços de um quadro metálico (o núcleo). Uma corrente alternada aplicada ao primário produz um campo mag- nético proporcional à intensidade dessa corrente e ao número de espiras do enrolamento (número de voltas do fio em torno do braço metálico). Atra- vés do metal, o fluxo magnético quase não encontra resistência e, assim, concentra-se no núcleo, em grande parte, chegando ao enrolamento se- cundário com um mínimo de perdas. Ocorre, então, a indução eletromag- nética: no secundário surge uma corrente elétrica, que varia de acordo com a corrente do primário e com a razão entre os números de espiras dos dois enrolamentos. Um transformador trifásico possui três conjuntos iguais, S ENA I – P E TROB RA S233 .................... 3 M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s conforme o relatado sobre a forma mais simples, podendo o mesmo ser baixador ou elevador de tensão. A Figura 3, ao lado, mostra um transfor- mador elevador de tensão, com tanque de reservatório de óleo. Painéis Com suas blindagens perfeitas, garantem elevada segurança de serviço e acentuada proteção contra acidentes. A evolução técnica na construção de painéis de comando funcionais e de boa apresentação reflete a característica princi- pal dos painéis modernos. Exceções variadas, baseadas sempre em dimen- sões padronizadas, em execução aberta e fechada, são atualmente empre- gadas com freqüência, em virtude das vantagens práticas que apresentam. FIGURA 2 TRANSFORMADOR FIGURA 3 TRANSFORMADOR Com elevador de tensão S ENA I – P E TROB RA S234 .................... Os painéis podem ser classificados segundo dois critérios: o tipo de proteção e a execução construtiva. Quanto ao tipo de proteção, temos: Aberto Como tais, não apresen- tam proteção contra o contato manual ou contra a introdução de ferramen- tas, além de permitirem a influência de umidade e água. Possuem estes pai- néis aberturas de topo e na parte posterior, deven- do ser montados em inte- riores de indústrias. Fechado Fundamentalmente, esta construção evita o contato manual e, de acordo com o tipo, impossibilita o uso de ferramentas de diâmetro superior a 1mm, ou terá vedação total. Não apresenta, porém, proteção contra os efeitos da água, podendo ser construído à prova de poeira. Disjuntor Os circuitos elétricos industriais, em vez de fusíveis, utilizam dispositivos baseados no efeito magnético da corrente denominados disjuntores. Em essência, o disjuntor é uma chave magnética que se desliga automatica- mente quando a intensidade da corrente supera certo valor. Tem sobre o fusível a vantagem de não precisar ser trocado. Uma vez resolvido o problema que provocou o desligamento, basta religá-lo para que a corrente de circulação se restabeleça. São equipamentos de prote- ção capazes de interromper a passagem de uma corrente elétrica de cur- to-circuito ou corrente de sobrecarga. Diferentemente dos fusíveis, são capazes de operar diversas vezes antes de necessitarem de manutenção. FIGURA 4 PAINEL DE ALTA TENSÃO Com dutos de barramentos superiores de entrada e saída de energia S ENA I – P E TROB RA S235 .................... 3 M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s O acionamento dos disjuntores pode ser manual ou automático, seja através de bobinasde disparo (disparadores), seja pela ação de dispositi- vos especiais (os relés). Além dos disjuntores, existem as seguin- tes chaves elétricas: SECCIONADORAS Podem ser abertas somente sem corrente. DESLIGADORAS Podem ser abertas somente com pouca corrente. INTERRUPTORAS Podem ser abertas com a corrente no- minal. MAGNÉTICAS Servem para partida de motores, que no normal é seis vezes a corrente nominal. Inversor Geralmente é alimentado por uma fonte de corrente contínua auxiliar, transfor- mando-a em corrente alternada para ali- mentar proteção, sinalização, instrumen- tação, iluminação de emergência, contro- le e comando em uma indústria. Depen- dendo do sistema operacional, poderá ser utilizado como reserva quando faltar a fonte principal que alimenta os circuitos citados anteriormente, ou supri-los nor- malmente de uma forma contínua. CHAVES ELÉTRICAS FIGURA 5 CHAVE DESLIGADORA Utilizada no primário dos transformadores FIGURA 6 CHAVE SECCIONADORA Com fusível e utilizada nas redes de alta tensão FIGURA 7 CHAVE MAGNÉTICA Utilizada na partida de motores 1 L1 L23 5 L3 13 NO 21 NO 31 NO 43 NO 14 NO 22 NO 32 NO 44 NO L22 L1 4 L36 22E S ENA I – P E TROB RA S236 .................... Carregador de corrente contínua É alimentado por uma fonte de corrente alterna- da confiável, realizando a retificação da mesma para suprir o conjunto de baterias e os circuitos de proteção, sinalização, iluminação de emer- gência, controle e comando em uma indústria. Utiliza-se para alimentar equipamentos in- dustriais e subestações elétricas com requisitos de alta confiabilidade. Tem como função específica fornecer corren- te contínua para consumidores de faixa larga ou estreita e simultaneamente flutuar/carregar ba- terias de qualquer tipo. Pode ser operado dos seguintes modos: AUTOMÁTICO Quando ocorrer uma descarga de bateria, o sen- sor de recarga automática eleva a tensão (2,4V/ elemento para bateria chumbo ácida ou 1,6V/ elemento para alcalina) para recarregar a bate- ria e simultaneamente alimentar o consumidor. FLUTUAÇÃO A tensão do carregador é mantida em um nível para suprir a energia da bateria por autodescar- ga, alimentando simultaneamente o consumidor. EQUALIZAÇÃO O carregador assume a tensão de 2,4V/elemen- to para bateria chumbo ácida ou 1,6V/elemen- to para bateria alcalina. CARGA PROFUNDA O carregador assume uma tensão de 2,65V/elemento para bateria chum- bo ácida ou 1,7V/elemento para bateria alcalina. Também pode ser adap- tado para bateria regulada por válvula. FIGURA 8 INVERSOR De corrente contínua para alternada FIGURA 9 RETIFICADOR De corrente alternada para contínua VAT20 T S ENA I – P E TROB RA S237 .................... 3 M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s Acessórios elétricos Acessórios elétricos ateria é usada como reserva para suprir com corrente contí- nua o sistema de proteção, si- nalização, iluminação de emer- gência, controle e comando em uma indústria, por um determi- nado período de tempo, na falta do carregador de corrente contí- nua principal. Serve também como pulmão num determinado momento, quando há solicitação maior pelo consumidor ao serem alimentadas as bobinas de ope- ração de um disjuntor do circui- to de potência. Capacitores Um dispositivo muito usado em circuitos elétricos é denominado capaci- tor. Este aparelho, destinado a armazenar cargas elétricas, é constituído por dois condutores separados por um isolante: os condutores são chama- dos armaduras (ou placas) do capacitor, e o isolante é o dielétrico do ca- pacitor. Costuma-se dar nome a esses aparelhos de acordo com a forma de suas armaduras. Assim, temos o capacitor plano, capacitor cilíndrico, Unidade 3 FIGURA 10 BATERIA BATERIAS Ácidas✔ Alcalinas✔ Com vários elementos: ácida ou alcalina BB S ENA I – P E TROB RA S238 .................... capacitor esférico etc. O dielétrico pode ser um isolante qualquer como o vidro, a parafina, o papel e muitas vezes o próprio ar. Os capacitores são utilizados na indústria, principalmente em gerado- res e no circuito elétrico para melhoria do fator de potência. Pára-raios O raio é uma descarga elétrica visível, que ocorre em áreas da atmosfera altamente carregadas de eletricidade, associando-se em regra à nuvem de tempestade – o cúmulo-nimbo. Este se compõe de nuvens menores ou células, capazes de carregar o cúmulo-nimbo com até 50 milhões de volts acima do potencial da terra. Ocorre um relâmpago ou raio quando a diferença de potencial entre a nuvem e a superfície da Terra ou entre duas nuvens é suficiente para io- nizar o ar; os átomos do ar perdem alguns de seus elétrons e tem início uma corrente elétrica (descarga). Mais de 90% dos raios que atingem a Terra transportam carga negati- va, ramificando-se e alcançando o solo em milésimos de segundo. Quando um dos ramos chega a uns cem metros da superfície, ocorre a descarga em sentido contrário (da Terra para a nuvem). Disso resul- ta o choque de retorno, com um pulso de corrente muito elevada. A carga negativa dispersa-se pelo solo. Ondas de elevada tensão de crista podem surgir em conseqüência de distúrbios atmosféricos (raios) ou em conseqüência de operação de equipamentos de prote- ção (surtos de manobra). A tensão poderia atingir instantaneamente valores muito superiores ao nível de isolamento dos equipamen- tos, danificando-os. Para FIGURA 11 PÁRA-RAIOS Para rede elétrica de alta tensão S ENA I – P E TROB RA S239 .................... 3 M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s proteger os equipamentos, em especial transformadores, bancos de capa- citores e linhas de transmissão, são instalados os pára-raios, que automa- ticamente descarregam para a Terra o excesso de tensão. Transformadores de corrente e de potencial São transformadores de medida, equipamentos que pela relação de cor- rente ou tensão, de uma fonte primária de correntes ou tensões muito altas, diminuem essas corren- tes ou tensões para valores mí- nimos nos seus respectivos se- cundários. Estes transformadores são usados em circuitos cuja inten- sidade de corrente ou tensão é muito grande, não podendo, por isso, ser aplicada direta- mente aos instrumentos, dispo- sitivos de proteção, controle e comando. O transformador de potenci- al tem o seu primário alimenta- do pela linha cuja tensão deve ser medida, enquanto o secundário alimenta sempre com 120 volts os seus respectivos dispositivos e instrumentos. Os transformadores de corrente são fabricados para diversas correntes primárias, sendo sempre a secundária de 5 ampères, que alimentará prote- ções, comandos, instrumentações e sinalizações. O isolamento empregado na fabricação dos transformadores de corrente varia de acordo com a ten- são da linha de serviço. Em geral, esses transformadores são isolados para as seguintes tensões: 600, 2.500, 5.000, 8.700 e 15.000 volts. Fusíveis Numa instalação elétrica são empregados fios cuja finalidade é suportar uma certa intensidade de corrente. Esta intensidade não poderá atingir valor muito além do previsto; caso contrário, o calor liberado pelo efeito Joule poderá fundir os fios e danificar a instalação. FIGURA 12 TRANSFORMADOR S ENA I – P E TROB RA S240 .................... Num circuito elétrico, sempre acontecem aciden- tes que elevam o valor da intensidadeda corrente. Por isso, para a devida pro- teção da instalação elétrica, conecta-se em série, no cir- cuito elétrico, um condutor de chumbo. Se o valor da intensidade da corrente for maior do que o previsto, o calor produzido funde o chumbo antes dos outros condutores. O chumbo fun- dido tem por finalidade a interrupção do circuito, e a intensidade da corrente deixa de passar. Este condutor de chum- bo, prata ou de uma liga metálica é comumente cha- mado de fusível. O funcionamento do fusível baseia-se no princípio segundo o qual uma corrente que passa por um condutor gera calor proporcional ao quadrado de sua intensidade. Quando a corrente atinge a intensidade máxima to- lerável, o calor gerado não se dissipa com rapidez suficiente, derretendo um componente e interrompendo o circuito. O tipo mais simples é composto basicamente de um recipiente tipo so- quete, em geral de porcelana, cujos terminais são ligados por um fio cur- to, que se derrete quando a corrente que passa por ele atinge determina- da intensidade. O chumbo e o estanho são dois metais utilizados para esse fim. O chumbo se funde a 327ºC e o estanho, a 232ºC, se a corrente for maior do que a especificada no fusível. O fusível de cartucho, manufaturado e lacrado em fábrica, consiste em um corpo oco não-condutivo, de vidro ou plástico, cujo elemento condu- tor está ligado interiormente a duas cápsulas de metal, os terminais, loca- lizados nas extremidades (Figura 14). FIGURA 13 COMPOSIÇÃO DE UM FUSÍVEL FIGURA 14 FUSÍVEL DE CARTUCHO S ENA I – P E TROB RA S241 .................... 3 M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s Isoladores São muito numerosos os tipos de isoladores encontrados na prática. De- vemos analisá-los sob os seguintes aspectos: QUANTO À MATÉRIA Os isoladores são de porce- lana ou de vidro. Os mais comuns nesse setor são os isoladores de porcelana QUANTO À TENSÃO MÁXIMA QUE SUPORTAM O valor da diferença de potência que devem su- portar depende das condi- ções da rede de alimenta- ção, abrangendo também os equipamentos, condu- tores etc. QUANTO À INSTALAÇÃO No setor industrial, preva- lece o tipo de montagem sobre pino, vertical ou horizontal. Isoladores tipo disco poderão ser encontrados nas entradas de força, porém não no setor fabril interno, com raras exceções. Na Figura 15, vêem-se vários tipos de isoladores de porcelana com saias que interrompem os filetes d’água. Relés O relé é um dispositivo sensível a grandezas operacionais, elétricas ou não, que causem uma brusca mudança em um ou mais circuitos elétricos, quan- do as grandezas operacionais variam dentro de valores predeterminados. Um relé pode consistir em uma ou mais unidades, cada uma delas sen- sível a uma ou mais grandezas. A reunião das unidades separadas provê as características desejáveis de operação. FIGURA 15 ISOLADORES DE PORCELANA S ENA I – P E TROB RA S242 .................... Esta definição refere-se a relés elétricos. Há também os mecânicos, óticos, acústicos, estáticos e digitais. Nos relés usualmente distinguem-se os três elementos fundamentais: FIGURA 16 ELEMENTOS DO RELÉ É impossível evitar-se um defeito no sistema elétrico, por melhor que seja o equipamento, mas, com o emprego de um sistema de proteções bem projetado, pode-se isolar a zona defeituosa, mantendo-se os demais com- ponentes em operação normal. SINAL DE GRANDEZA OPERANTE Elemento sensitivo Elemento de comparação Elemento de controle DISJUNTOR ALARME SINALIZAÇÃO S ENA I – P E TROB RA S243 .................... 3 M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s Gerador ou alternador Gerador ou alternador corrente alternativa trifásica oferece mais vantagens do que a mono- fásica na aplicação industrial, onde são utilizados motores de potências elevadas, cujos acionamentos são inviáveis com corrente monofásica. Um alternador trifásico representa três alternadores monofásicos numa só máquina, em que suas forças eletromotrizes estão defasadas de 120°. Para facilidade de compreensão, vamos analisar um induzido móvel e campo fixo, para explicar o funcionamento de um alternador trifásico. Uma tensão (ou corrente) alternada varia senoidalmente em função do tempo, conforme mostrado na Figura 17. Unidade 3 FIGURA 17 CORRENTE ALTERNADA PEÇAS POLARES N S A ACB D + - 0° 90° 180° 270° 360° RESÍSTOR DE CARGAESCOVA UMA ROTAÇÃO INDUZIDO ANÉIS COLETORES PEÇAS POLARES AA S ENA I – P E TROB RA S244 .................... N N SS + - Denominamos alternador ao gerador de corrente alternada, assim como chamamos de dínamo o gerador de corrente contínua. Os geradores são máquinas destinadas a converter energia mecânica em energia elétrica. A transformação de energia nos geradores fundamenta-se no princípio físico conhecido como Lei de Lens. Esta lei afirma que “quando existe indução magnética, a direção da força eletromotriz induzida é tal que o campo magnético dela resultante tende a parar o movimento que produz a força eletromotriz”. Os alternadores pertencem à categoria das máqui- nas síncronas, isto é, máquinas cuja rotação é diretamente relacionada com o número de pólos magnéticos e a freqüência da força eletromotriz. Conexões de circuitos trifásicos O alternador industrial possui enrolamento trifásico que apresenta dois tipos de conexões: delta (�) ou estrela (�). Assim, um induzido ou estator tem três enrolamentos ligados em delta/triângulo ou estrela e um campo móvel ou rotor, que possui três anéis coletores de corrente contínua de alimentação do induzido, onde será produzida a energia para os usuários (Ver Figura 18). Os alternadores industriais são de campo móvel e induzido fixo, com os três enrolamentos ligados em estrela. O ponto comum é chamado neutro, sendo solidamente ligado à terra, ou ligado à terra através de um resístor, que tem a finalidade de limitar as correntes de curto-circuito entre fase e terra. O alternador é acionado por turbinas de potência a vapor ou a gás. ENROLAMENTO DO ESTATOR FIGURA 18 ALTERNADOR DE QUATRO PÓLOS ESTATOR ROTOR LINHAS DE FORÇA DO CAMPO MAGNÉTICO S ENA I – P E TROB RA S245 .................... 3 M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s Construção do alternador Com muitas espiras, um campo magnético controlado por meio de um dispositivo de excitação com corrente contínua, montado em arranjo con- veniente, fabricam-se os alternadores comerciais utilizados nos grupos ge- radores, bem como os grandes alternadores das usinas hidroelétricas, con- forme mostrado na Figura 19. O alternador é uma máquina que gera corrente alternada, uma máquina reversível, ou seja, pode funcionar também como motor elétrico. É ainda chamado de máquina síncrona, porque a velocidade de rotação é rigoro- samente determinada pela fórmula: Um induzido girante requer dois ou mais anéis rotativos para transpor- tar sua corrente ao circuito externo. Tais anéis estão mais ou menos ex- postos e são de difícil isolamento, particularmente no caso de altas volta- gens de 6.600V, 13.200V e 13.800V, nas quais os alternadores são habitu- almente operados. Estes anéis causam freqüentes perturbações, como arcos voltaicos, curtos-circuitos etc. Com induzido fixo, dispensam-se os anéis de contatos e os condutores que ligam os enrolamentos do induzido às barrasgerais coletoras. Podem FIGURA 19 ALTERNADOR ( (Nº pólos120.f120.f120.f120.f120.frrrrr.p.m. =.p.m. =.p.m. =.p.m. =.p.m. = VENTILADOR ROTOR DO GERADOR ROTOR DA EXCITATRIZ RETIFICADORES GIRANTES (+) RETIFICADORES GIRANTES (–) ESTATOR DO GERADOR CARCAÇA S ENA I – P E TROB RA S246 .................... apresentar um isolamento sem solução de continuidade. Além disso, é mais difícil se executar o isolamento de um induzido tipo rotatório que o de um estacionário, devido à força centrífuga e à vibração resultantes do movi- mento rotativo. Quando o campo é a parte girante, a corrente de alimen- tação do campo é conduzida aos enrolamentos polares por meio de anéis rotativos, mas com pouca voltagem, que raras vezes excede a 250V. A quantidade de energia transferida é pequena, por isto não se apresentam dificuldades na operação dos anéis. Existem mais vantagens ainda no gerador sem escovas (brushless). O induzido é constituído por um pacote de lâminas de ferro-silício de alta qualidade. Estas lâminas são isoladas umas das outras por meio de ver- niz especial ou de oxidação da própria superfície, a fim de minimizar as perdas por correntes foucaut (correntes parasitas). Ao longo da perife- ria da lâmina, são feitos furos que, uma vez montada a coroa de lâmi- nas, fornecem às ranhuras os canais nos quais são colocados os condu- tores dos enrolamentos. É inviável um campo magnético constituído de um ímã permanente, não só pelo pouco número de linhas de força, como também pela impossibili- dade de regulação deste campo magnético. Somente pequenos alterna- dores são usados em campos deste tipo, como por exemplo alternador de bicicleta. Um alternador industrial tem o seu campo constituído de um cilindro de uma liga simples de aço forjado, com propriedades físicas e metalúrgicas adequadas. Neste cilindro são feitas radialmente ranhuras longitudinais nas quais são colocadas bobinas concêntricas que recebem corrente contínua para produção de um campo magnético invariável, cu- jas linhas de força “cortam” os condutores do induzido, pela ação girató- ria de uma máquina motriz. Os canais do rotor são fechados com cunhas de fibra para a fixação das bobinas, protegendo-as e evitando a ação da força centrífuga sobre as mesmas. Em alguns geradores estas cunhas são de aço, com as extremi- dades ligadas a um anel, para que atuem com enrolamento amortecedor. INDUZIDO (ESTATOR) CAMPO (ROTOR) S ENA I – P E TROB RA S247 .................... 3 M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s Acabamos de descrever um campo de pólos lisos de rotor ranhurado, utilizado em máquinas de velocidades elevadas (2 pólos, 3.600rpm). Nas máquinas de baixas velocidades, o campo é de pólos salientes (mais de dois pólos), no qual as bobinas envolvem as expansões polares. A velo- cidade dos alternadores acionados por turbinas hidráulicas varia de 60 até 500rpm. A carcaça destina-se a fixar o núcleo. É construída em uma única peça e executada em chapas e perfis de aço soldado em disposição circular. Ela deve permitir fácil circulação de ar de refrigeração no interior da máquina. A estrutura é prevista para resistir às solicitações mecânicas provenientes de: Empuxos magnéticos, que surgem quando a máquina funciona em regime permanente e transitório Movimentos devidos a curto-circuito Movimentos fletores a que está sujeita a estrutura mecânica da carca- ça durante as operações de transporte e montagem Excitatrizes Os geradores da corrente alternada síncronos (alternadores) e os gerado- res da corrente contínua de excitadores separados necessitam de campos magnéticos que, devido aos seus valores elevados, não podem ser obtidos por ímãs naturais. Esses campos magnéticos são obtidos, então, através de um enrolamento nos pólos (norte e sul) por onde circula uma corrente contínua proveniente de um outro gerador independente. A este gerador independente de corrente contínua nós chamamos de excitatriz, pois ele é o responsável pela excitação da máquina. Existem máquinas excitadas por outro tipo, que é um sistema estáti- co com grupos de diodos, os quais retificam a corrente alternada de uma fonte auxiliar ou recebida da própria saída do gerador, que irá excitar a própria máquina. CARCAÇA S ENA I – P E TROB RA S248 .................... Motor elétrico Na Figura 20, vê-se o corte de um motor elétrico, podendo-se visualizar a carcaça protetora do enrolamento ou indutor e seu rotor central. Todos os motores elétricos valem-se dos princípios do eletromagne- tismo, mediante os quais condutores situados num campo magnético e atravessados por correntes elétricas sofrem a ação de uma força mecâ- nica, ou eletroímãs exercem forças de atração ou repulsão sobre outros materiais magnéticos. Na verdade, um campo magnético pode exercer for- ça sobre cargas elétricas em movimento. Como uma cor- rente elétrica é um fluxo de cargas elétricas em movi- mento num condutor, con- clui-se que todo condutor percorrido por uma corrente elétrica, imerso num campo magnético, pode sofrer a ação de uma força. FIGURA 20 MOTOR ELÉTRICO GERADORES CORRENTE CONTÍNUACORRENTE ALTERNADA Síncronos ou Alternadores Assíncronos Auto- excitada Excitação separada Paralelo CompostoSérie S ENA I – P E TROB RA S249 .................... 3 M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s MONITORAMENTO E CONTROLE DE PROCESSOS Ficha Técnica PETROBRAS MAURÍCIO LIMA Coordenador de Formação, Capacitação e Certificação no Abastecimento LUIS CLAUDIO MICHEL Coordenador de Certificação para o Segmento Operação SENAI-RJ Produzido pela Diretoria de Educação REGINA MARIA DE FÁTIMA TORRES Diretora de Educação LUIS ROBERTO ARRUDA Gerente de Educação Profissional Gerência de Educação Profissional ROSILENE FERREIRA MENEZES ANA PAULA DE BARROS LEITE Analistas de Projetos Educacionais ACERVO PETROBRAS Fotografias GERÊNCIA DE PRODUTO PETRÓLEO E GÁS Apoio Técnico RITA GODOY Revisão gramatical e editorial IN-FÓLIO – PRODUÇÃO EDITORIAL, GRÁFICA E PROGRAMAÇÃO VISUAL Edição, projeto gráfico e produção editorial JOSÉ CARLOS MARTINS Produção editorial ANA PAULA MOURA Arte-final digital SILVIO DIAS Capa
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