AULA TEORICA IV HPE OS ECONOMISTAS CLASSICOS 1776 1870 2017A

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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE
HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÓMICO
CURSO DE ECONOMIA
AULA TEÓRICA IV
 
OS ECONOMISTAS CLÁSSICOS 1776-1870
ROBERT THOMAS MALTHUS (1766-1834)
Malthus é umas das figuras importantes da Escola Clássica. Malthus foi sacerdote da igreja da Inglaterra, ele estava preocupado com o crescimento populacional, pese embora ele também tenha abordado tópicos como:
Metodologia
Contabilidade do PIB
Teoria do valor
Retornos decrescentes
Renda da terra
Contudo, várias das suas conclusões apresentavam divergências com relação às de outros membros da Escola Clássica.
CENARIO HISTÓRICO
Nesta altura verificava-se um aumento crescente da pobreza e Malthus estava preocupado com esta situação.
Em 1798 alguns efeitos negativos da revolução industrial como a urbanização crescente estavam aparecendo. O desemprego e a pobreza já eram problemas!!
TEORIA DA POPULAÇÃO DE MALTHUS
Em sua obra “ Na enssay on the principle of population” Malthus demonstrou muitas das causas da pobreza que se verificava na altura entre as classes sociais mais baixas de cada nação. Nesta obra Malthus apresentou a sua lei da população:
 “ Quando não controlada, a população aumenta geometricamente, enquanto os meios de subsistência aumentam na pior das hipóteses aritmeticamente."
Ou seja, a população tende a aumentar a taxa de 1,2,4,8,16,32… e assim por diante, enquanto a taxa de aumento dos meios de subsistência é na melhor das hipóteses 1,2,3,4,5…Como exemplo para provar sua lei, ele apontou para o rápido crescimento da população na América.
Alguns observadores argumentam que em 1798, Malthus era um jovem arrojado e exagerado demais ao apresentar a sua teoria. Em seu trabalho mais desenvolvido “ A summary view of the principle of population”, publicado em 1830, ele abandonou a ideia das proporções matemáticas.
Para limitar o crescimento populacional, Malthus identificou dois tipos de controle de crescimento populacional:
Os controlos preventivos
Os controlos positivos
CONTROLOS PREVENTIVOS
Para Malthus são aqueles que reduzem a taxa de natalidade. O controlo preventivo que este pensador aprovava era denominado restrição moral. Para ele, as pessoas que não pudessem sustentar os seus filhos deveriam adiar o casamento ou nunca se casar.
CONTROLOS POSITIVOS
Malthus também reconhecia certos controlos positivos da população – aqueles que aumentam a taxa de mortalidade. Estes controlos eram a fome, a miséria, as pragas e a guerra.
Malthus considerava estes controlos como males necessários para limitar a população. Para ele, estes controlos representavam punições para as pessoas que não tinham praticado a restrição moral.
TEORIA DE SUPER PRODUÇÃO
Na sua segunda obra “Principle of political economy” Malthus desenvolveu a teoria da insuficiência potencial da demanda efectiva.
Para este pensador, os trabalhadores recebiam salários de subsistência. Os empregadores contratavam esses trabalhadores porque eles produzem um valor maior do que recebem como salario, ou seja, o empregador tem lucro.
Neste sentido, os trabalhadores não podiam/ não tinham condições de comprar os bens por si produzidos, então outras pessoas deviam o fazer.
Nesta obra Malthus levanta a questão: “ Quem comprará a produção extra?”
Ele afirma que os capitalistas poderiam comprar um pouco desta produção na forma de bens de capital. O gasto com bens de capital aumentaria a produção e o emprego, bem como o gasto com bens de consumo.
O investimento é feito somente para fornecer o consumo, e se os produtos finais não puderem ser vendidos, nenhum investimento virá.
Os capitalistas têm o poder de consumir o seu lucro, mas não é seu hábito faze-lo. O objecto central de suas vidas é acumular fortuna, e eles estão tão ocupados em acumula-la que não a consomem:
 “ Deve existir uma quantidade considerável de pessoas que tem tanta vontade como poder de consumir mais riqueza material do que produzem, ou as classes mercantis não poderiam continuar produzindo lucrativamente muito mais do que consomem.” 
DAVID RICARDO ( 1772- 1823)
David Ricardo foi a figura principal na promoção do maior desevolvimento das ideias da Escola Clássica. Filho de emigrantes judeus que mudaram da Holanda para Inglaterra, ele foi educado para os negócios de corretagem de acções de seu pai. Aos 21 anos de idade ele abandonou as creçnas judaicas e por isso seu pai o repudiou, embora eles tenham recorrido mais tarde.
Ricardo aproveitou-se dos empréstimos conseguidos por meio dos banqueiros que o conheciam e que confiavam nele, Ricardo muito jovem ingressou no mercado de acções por conta propria. Em poucos anos, ele acumulou mais riqueza que seu pai. Como uma pessoa de firme convicção e de grandes principios, Ricardo frequentemente defendia as politicas que entravam em conflito com seu proprio interesse pessoal. Mesmo depois de tornar-se um grande proprietario de terra, ele propos teorias que de acordo com seus criticos, arruinaram os proprietarios de terra.
Ricardo não teve qualquer educação formal, após os seus 14 anos ele dedicou-se ao estudo sistemático da economia politica por muito tempo. Quando completou 27 anos, conheceu o livro “ A riqueza das nações” , e isso o fez voltar a sua atenção para a economia. Em 1817 Ricardo concluiu sua obra “ Principles of political economy and taxation”.
A TEORIA DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES E DA RENDA
O conceito dos rendimentos decrescentes na Inglaterra remota a Turgot , funcionário do governo francês e fisiocrata. Em 1815 Ricardo, Malthus e West reformularam o principio e o aplicaram ao aluguel da terra. Ricardo modestamente creditou esta descoberta a Malthus e West, entretanto, foi Ricardo que desenvolveu a noção mais clara e completa. Ao utilizar esse conceito para desenvolver a sua teoria da renda, Ricardo tornou-se o primeiro economista a introduzir um princpio marginal na análise economica. Esta teoria foi portanto, produtiva para a posterior promoção da escola Marginalista.
RENDA PARA RICARDO
Ricardo considera que renda e aquela porção da produção da terra que e paga aos seus proprietários pelo uso dos poderes originais e indestrutiveis do solo.
Ricardo abordou o problema da renda considerando uma época em que os homens ocupavam as terras mais ferteis para cultivo. Todos tinham custos de produção iguais e vendiam seus produtos ao mesmo preço. Entretanto, com o aumento da população tinham de ocupar novas terras menos ferteis. Nestas terras os custos de produção seriam mais elevados, assim, os preços que vigoravam no mercado deveriam corresponder a estes custos (caso contrario essas novas terras teriam de ser abandonadas, o que seria impossivel devido ao aumento da população).
TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS
Para Ricardo um pais mesmo não conseguindo produzir todos os produtos de maneira eficiente, poderia continuar a participar no comércio internacional ao produzir e exportar os bens que produzisse de maneira relativamente eficiente.
JEREMY BENTHAM
Jeremy Bentham (1748- 1832) acompanhou os ensaios de David Hume e A riqueza das noções de Adam Smith, os trabalhos de David Ricardo e de Thomas Malthus e os primeiros manuscritos de John Stuart Mill. Bentham não foi apenas um adepto da escola clássica, mas também deu algumas contribuições válidas para a economia. Bentham concluiu os seus estudos cedo, e por isso era considerado uma criança precoce. Aos 4 anos de idade ele leu história e estudou latim, matriculou-se no Queen's College, em Oxford, com apenas 12 anos de idade, tendo-se formado com 15 anos.
O UTILITARISMO
O principal pensamento de Bentham é chamado de utilitarismo ou princípio da utilidade maior. Esse pensamento baseia-se no princípio de que as pessoas perseguem as coisas que dão prazer e evitam as que provocam sofrimento, todos os indivíduos procuram alcançar seu prazer total. Bentham questinou se um individuo perseguindo apenas o prazerpessoal, promoveria a felicidade geral ? Para ele não necessariamente. Ele defendia que a sociedade tem seus próprios métodos de obrigar os individuos a promover a felicidade geral. A lei estabeleceria sanções para punir os individuos que, na busca de seu próprio prazer, prejudicam os outros excessivamente. As sanções teologicas, como o medo de punição no futuro, ajudariam a reconciliar o interesse proprio individualista com o princípio utilitário de maior felicidade para o maior número de pessoas.
A UTILIDADE MARGINAL DECRESCENTE
Em sua obra The philosophy of economic science, Betham argumentou que a riqueza é uma medida de felicidade, mas tem uma utilidade marginal decrescente a medida que aumenta. Aqui ele introduziu a ideia da utilidade marginal do dinheiro, da mesma forma que Ricardo introduziu a ideia de produtividade marginal em sua teoria da renda.
JEAN BAPTISTE SAY
Say (1767- 1832) um francês que popularizou as ideias de Adam Smith no continente. Ele teve como principal trabalho A treatise on political economy, publicado em 1803. Sua carreira foi temporariamente interrompida pois Napoleão se irritou com suas opiniões exageradas do laissez-faire. Depois da derrota de Napoleão, say tornou-se professor de economia política, após ter ficado vários anos envolvido nos negócios.
A TEORIA DO VALOR, OS CUSTOS DO MONOPOLIO E O EMPREENDENDORISMO
Say se opôs a teoria do valor do trabalho da escola clássica, substituindo pela oferta e demanda, que são reguladas pelos custos de producao e da utilidade. Sendo que em alguns aspectos, a análise de Say foi mais moderna do que a de Ricardo.Entretanto, a discussão de Say sobre a oferta e demanda foi ultilizada de forma imprecisa, pois não incluiu o desenvolvimento da relação preço-quantidade, como fez Marshall.
Say contribuiu para a teoria moderna dos custos de monopólio ao apontar que os monopolistas não apenas criaram o que actualmete chamamos de perdas de eficiência (ou perdas de peso morto), mas também usaram os recursos escassos na sua concorrencia para proteger suas posições de monopólio.
Say contribuiu para o pensamento económico ao enfatizar o empreendedorismo como o quarto factor de produção, tendo em conta os três factores de produção conhecidos: terra, trabalho e capital.
A LEI DOS MERCADOS DE SAY
Esta foi a teoria mais famosa de Say, a teoria de que a superprodução é impossível. Segundo este pensador, um homem de negócios deveria dizer: “ Eu realmente não quero outros produtos por meus tecidos de la, quero dinheiro”, (…) pode-se dizer a ele (…) “ Voce diz que quer apenas dinheiro, eu digo que você quer outras mercadorias e não dinheiro. Para que, de facto, você quer dinheiro? Não e para compra de materia-prima ou de estoques para seu comércio ou de mantimentos para seu sustento? Portanto sao os produtos que você quer e não dinheiro”.
A teoria dos mercados de Say foi contestada por Malthus, Sismondi e Marx, mas mesmo com isso, continuou a dominar o pensamento económico até Keynes mostrar a sua fragilidade em 1936. Embora Smith, Mill e Say estivessem errados ao assumir que a economia sempre tende em direcção ao pleno emprego, existe uma certa verdade nessa doutrina, tendo em conta o longo prazo. As economias subdesenvolvidas são caracterizadas pela baixa produção e pagamento de baixas rendas as pessoas. A medida que uma economia cresce, ela gera simultaneamente uma oferta de bens elevada e pagamentos altos aos factores de produção, o que ira gerar uma demanda elevada pelos bens. Da mesma maneira, no comércio internacional, a medida que um país produz mais, ele pode exportar mais e portanto podera ter maior capacidade de importação.
No comércio internacional e nacional “ a oferta cria sua propria demanda” no longo prazo. Pese embora esse principio não se sustente verdadeiramente no curto prazo nas economias baseadas no merc ado. Pois mesmo que os pagamentos para os factores de produção fossem suficientes para comprar todos os bens produzidos, não há nenhuma garantia de que os que recebem esses pagamentos de renda iriam gastar nos produtos existentes.
JOHN STUART MILL
John Stuart Mill (1806- 1873) foi o último economista da escola clássica, sem dúvida o maior desde a morte de Ricardo em 1823. A escola clássica já estava em declineo durante a maturidade de Mill, então ele partiu de alguns conceitos- chave construídos na estrutura clássica por Smith e Ricardo.
Sua grande obra, Principles of political economy, publicada pela primeira vez em 1848 foi o principal compêndio da área, pelo menos ate a publicacao de Principles economy, de Alfred Marshall em 1890.
Em sua obra Mill abordou assuntos como a produção, a distribuição, as reservas de salários, a troca, a lei do valor internacional, entre outros assuntos importantes para a economia.
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Universidade São Tomás de Moçambique-Faculdade de Economia&Contabilidade-Yara Soares