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PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABÉIS E 
ATUARIAIS 
 
 
 
HEMILLY MACEDO 
VINICIUS DE ANDRADE 
 
 
 
 
 
 
PESQUISA BIOGRÁFICA DAVID RICARDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2021
 
 
Sumário 
 
Introdução ................................................................................................................................... 1 
1.Breve biografia ........................................................................................................................ 2 
2.Contexto histórico.................................................................................................................... 3 
3.Círculos Intelectuais ................................................................................................................ 5 
4.Principais obras........................................................................................................................ 7 
5.Teorias e Ideias ........................................................................................................................ 8 
5.1 Teoria do Valor-Trabalho ................................................................................................. 8 
5.2 Teoria da Renda Fundiária ............................................................................................... 9 
5.3 Teoria da Vantagem Comparativa e Comercio Internacional ........................................ 11 
6.Debates, Críticas e Tensões do Personagem ......................................................................... 12 
6.1 Relação entre a Teoria do Valor de Smith e a de Ricardo .............................................. 12 
6.2 Crítica de Karl Marx a Teoria do Valor de Ricardo ....................................................... 12 
6.3 Lei da Renda Fundiária, Thomas Malthus e Robert Jacques Turgot .............................. 13 
6.4 Teoria da Renda Fundiária e Adam Smith ..................................................................... 13 
Conclusão ................................................................................................................................. 14 
 
1 
 
Introdução 
 
Este trabalho focaliza a filosofia moral de David Ricardo, procurando apresentar sua 
biografia e uma releitura de suas principais obras, que leva em consideração o contexto histórico 
que esteve inserido durante sua produção intelectual, com quem debatia seus pensamentos, e 
sua teoria econômica, sendo apresentados críticas e debates sobre suas ideias. 
O momento econômico mundial na atualidade é dos mais conturbados em toda a história 
da humanidade, e com isso, fica cada vez mais importante e essencial tentar entender um pouco 
mais sobre a Economia. 
Sendo assim, para quem deseja entender um pouco mais sobre a Economia, o mais 
indicado é iniciar seus estudos conhecendo uma das figuras mais proeminentes de todos os 
tempos para os estudos econômicos. Essa figura é David Ricardo. 
As principais teorias presentes nos estudos desenvolvidos por David Ricardo são: a 
teoria do valor-trabalho, a teoria das vantagens comparativas e a teoria das rendas fundiárias, 
que divaga sobre as fortes relações entre o lucro dos patrões e os salários dos empregados. 
O economista David Ricardo, que é um dos maiores nomes da economia em todos os 
tempos, também apresentou uma nova forma de enxergar a teoria da renda da terra, totalmente 
diferenciada das formas como Adam Smith e Thomas Malthus a enxergavam. 
Portanto, os conceitos de Ricardo foram de enorme contribuição para a economia e são 
muito estudadas ainda nos dias de hoje, contendo como elemento comum às ideias aqui 
apresentadas, a preocupação em compreender a natureza do sistema econômico capitalista. 
 
 
2 
 
1. Breve biografia 
 
David Ricardo foi um economista inglês, nascido em Londres, terceiro filho de um judeu 
holandês que fez fortuna na bolsa de valores. Trabalhou com o pai desde os 14 anos, 
demonstrando grande aptidão para o comércio. Sendo um dos maiores economistas de seu 
tempo, foi considerado ainda em vida o legítimo sucessor de Adam Smith no papel de difusor 
da jovem ciência conhecida como Economia Política. 
Aos 21 anos rompeu religiosamente com a família, convertendo-se ao cristianismo, mais 
precisamente ao protestantismo unitarista, e casando-se com uma quacre. Prosseguiu suas 
atividades na bolsa e ganhou dinheiro e prestígio profissional nas atividades de investimento. 
Passou, então, a se dedicar à literatura e à ciência, especialmente matemática, química e 
geologia e, sob a influência da leitura casual das obras do compatriota Adam Smith, passou a 
estudar detalhadamente as questões monetárias. 
Em 1814 aposentou-se de suas atividades profissionais e refugiou-se em sua propriedade 
rural em Gloucestershire e, ali, escreveu e publicou sua obra capital, Principles of Political 
Economy and Taxation (1817), onde expôs suas principais ideias econômicas, até certo ponto 
polêmicas, pois politicamente, elas favoreceriam a burguesia industrial contra a classe ruralista. 
Em 1819, David Ricardo entrou para o Parlamento Inglês, onde denunciou os excessos 
das finanças e da grande emissão de notas por parte do governo britânico, levando a uma 
depreciação da moeda. Seu prestígio como economista fez com que suas teorias sobre o livre 
comércio fossem recebidas com respeito, embora não fosse totalmente aceita pelos comuns. 
 Morreu em Gatcomb Park, Gloucestershire, e foi o pioneiro na exigência de rigor 
científico nos estudos econômicos e analisou os aspectos mais significativos do sistema 
capitalista de produção. Em oposição ao mercantilismo, formulou um sistema de livre comércio 
e produção de bens que permitiria a cada país se especializar na fabricação dos produtos nos 
quais tivesse vantagem comparativa, também chamado de sistema de custos comparativos. 
Nas suas doutrinas de livre mercado opôs-se aos aumentos do ganho real dos 
trabalhadores porque isso se revelaria inútil, tendo em vista que os salários permaneceriam, 
forçosamente, próximos ao nível de subsistência. 
 
3 
 
2. Contexto histórico 
 
No contexto histórico, apresentaremos as características que marcaram a época em que 
David Ricardo escreveu. Para tanto, serão apresentadas: a Revolução Industrial, no plano 
econômico e a Revolução Francesa, no plano político. 
Na Inglaterra, a Primeira Revolução Industrial ocorreu em meados do século XVIII e 
do século XIX. Sua principal característica foi o surgimento da mecanização que operou 
significativas transformações em quase todos os setores da vida humana. 
Na estrutura socioeconômica, fez-se a separação definitiva entre o capital, representado 
pelos donos dos meios de produção, e o trabalho, representado pelos assalariados. Isto eliminou 
a antiga organização dos grêmios ou guildas que era o modo de produção utilizado pelos 
artesãos. 
Desta maneira, surgem as primeiras fábricas que abrigam num mesmo espaço muitos 
operários. Cada um deverá operar uma máquina específica para realizar sua tarefa. A 
mecanização se estendeu do setor têxtil para a metalurgia, transportes, agricultura, pecuária e 
todos os outros setores da economia, inclusive o cultural. 
As fábricas empregavam grande número de trabalhadores. Todas essas inovações 
influenciaram a aceleração do contato entre culturas e a própria reorganização do espaço e do 
capitalismo. Nessa fase, o Estado passou a participar cada vez mais da economia, regulando 
crises econômicas e o mercado e criando uma infraestrutura em setores que exigiam muitos 
investimentos. 
O tear mecânico, a tecnologia a vapor, as estradas de ferro e o avanço da mineração e 
da siderurgia — as inovações mais importantes do período — permitiram centralizar a produção 
das manufaturas, reunindo nas primeiras fábricas modernas os produtores antes dispersos e 
mudando radicalmente o equilíbrio entre campoe cidade na Inglaterra. 
Completava-se o processo de cercamento no campo, com a expulsão dos camponeses 
das antigas terras comunais e sua migração em massa para os centros urbanos, à procura de 
trabalho, sob duríssimas condições e ganhando muitas vezes o estritamente necessário para 
subsistir. 
 
4 
 
A lei dos cercamentos consistiu em uma crescente ação de privatização de terras que 
eram de uso comum dos camponeses, através do cercamento desses locais realizadas por 
poderosos senhores locais. A terra passava a ser uma mercadoria, possível de ser comercializada 
através da compra e venda. 
O ciclo econômico, nesta nova fase do capitalismo inglês, tinha vindo para ficar e, de 
tempos em tempos, crises comerciais arrochavam a lucratividade dos empresários e traziam o 
aumento do desemprego, que piorava mais ainda as condições das massas urbanas. 
É claro que tal transformação radical nos modos de vida não deixaria de produzir muitas 
revoltas e agitação social entre os trabalhadores ingleses. Um dos grandes temas em debate na 
época de Ricardo era a miséria e o aumento da mortalidade entre classes trabalhadoras da 
Inglaterra. 
Do ponto de vista político e ideológico, a época de Ricardo também foi marcada por 
uma outra grande revolução — a Revolução Francesa de 1789, que influenciou a sociedade e 
as instituições de todos os países da Europa. 
No início dessa mudança de hábitos e mentalidades a agricultura ainda permanecia mais 
forte que a indústria. Ressalta o quadro econômico da França em péssima situação e a fome que 
ameaçava a população, as secas atingiam a agricultura, prejudicando as colheitas e a escassez 
de alimentos aumentando ainda mais a revolta da população. Os gastos exorbitantes feitos pela 
corte e pelo primeiro e segundo estados deu origem a uma forte crise financeira. 
A Revolução Francesa foi considerada como o acontecimento que deu início à Idade 
Contemporânea, e modificou a servidão e os direitos feudais, proclamou os princípios 
universais de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité) que culminou 
na tomada da Bastilha. 
Esta época evidencia a destruição do regime feudal em benefício do capitalismo, e as 
pessoas deixam de trabalhar única e exclusivamente para produção de subsistência e passam a 
vender sua mão-de-obra. 
Mesmo com todas as divergências a Revolução trouxe com Napoleão o sentido de 
nacionalidade ligado a liberdade, mesmo que essa liberdade tenha sido restrita diferenciando o 
que foi pregado nos ideais revolucionários fez nascer o patriotismo e assim nasceu a identidade 
dos povos. 
5 
 
As conquistas do exército profissional montado por Napoleão em toda a Europa eram 
vistas com simpatia pelas elites liberais, que ali enxergavam uma luta das novas ideias 
constitucionalistas contra o passado absolutista e aristocrático. A extensão e a igualdade dos 
direitos políticos e civis eram vistas agora por estas elites como condição fundamental para a 
organização da vida social. 
Com isso, Ricardo o tornou-se um dos maiores defensores do liberalismo, seja no campo 
da vida política, seja no campo da economia. Logo, a Revolução tornou os métodos de produção 
mais eficientes, os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e 
estimulando o consumo. 
Por outro lado, traz consequências visíveis até os dias atuais, como o aumento do 
número de pessoas desempregadas. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão-de-
obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o 
crescimento desordenado das cidades. 
 
3. Círculos Intelectuais 
 
As ideias de David Ricardo tiveram uma grande influência na burguesia europeia do 
século XVIII, pois atacavam a política econômica mercantilista promovida pelos reis 
absolutistas, além de contestar o regime de direitos feudais que ainda persistia em muitas 
regiões rurais da Europa. Dessa forma, será apresentado influências filosóficas que o autor teria 
sofrido ao longo de sua vida intelectual que o ajudaram a formular suas teorias. 
Adam Smith e David Ricardo formularam teorias visando explicar qual seria a melhor 
forma de os países manterem relações comerciais internacionais. Os séculos XVII e XVIII se 
destacaram com o surgimento de grandes teorias econômicas em uma época em que ainda não 
havia estudos ligados a economia e neste contexto surgem os Fisiocratas, Smith e Ricardo 
trazendo grandes avanços para as Ciências Econômicas. 
Partindo da teoria smithiana do valor, Ricardo elaborou sua teoria complementando com 
o que, segundo ele, faltava na de Adam Smith. Apesar de discordar em alguns pontos, Ricardo 
via na teoria de Smith algo que considerava correto para a formulação de sua teoria do valor. 
Ricardo se destacou na época por sua destreza enquanto pensador. 
6 
 
Smith e Ricardo ao desenvolverem suas teorias sobre o excedente econômico deixam 
explicita a ideia de que ao contrário dos fisiocratas, acreditavam que a indústria também poderia 
gerar um excedente ao passo que recebia a matéria em estado bruto e a transformava em um 
novo produto com um maior valor agregado. 
Em linhas gerais, Smith e Ricardo tinham em comum, era a preocupação em estudar a 
teoria do valor-trabalho; eram positivistas, porque partiam das leis naturais; são considerados 
os principais teóricos do liberalismo econômico; entre outras coisas. 
Ricardo, sob influência de Thomas Robert Malthus, aborda o que ele chama de renda 
da terra. Para Ricardo, renda da terra é a compensação paga ao seu proprietário pelo uso das 
forças originais e indestrutíveis da terra. 
Esta renda, é consequentemente proporcional a população, pois na medida em que esta 
segunda cresce, cresce o processo de concorrência, alimentando-se os custos de produção e 
diminuindo o excedente. Assim, para Malthus, o crescimento econômico deveria equilibrar os 
problemas sociais. 
Dentro desse contexto, o economista francês Jean-Baptiste Say e o economista inglês 
John Stuart Mill tinham como objeto de estudo a produção e a distribuição de riqueza das 
sociedades capitalistas e adotavam o valor-utilidade. 
Say, construiu a norma econômica, denominada de Lei de Say, que estabelece que a 
oferta agregada da economia é que determina o nível de produção da mesma. E, além disso, 
tratou do valor-utilidade, que diverge do pensamento de Ricardo e Smith, pois ambos defendem 
o valor-trabalho. 
Mill abordava a produção derivada das leis naturais, concordava com Smith e Ricardo, 
discutiu sobre a distribuição respectiva as convenções sociais, e por último propôs reformas que 
para ele deveriam ser feitas através de alterações nas convenções sociais. Para Mill, seria a 
educação que resolveria a problemática da pobreza e, portanto, a redução de filhos. 
Cada um dos pensadores aqui analisados com sua parcela e de acordo com a realidade 
que presenciaram fizeram com que a economia desses grandes passos e chegasse ao que 
conhecemos hoje: uma economia capitalista altamente desenvolvida e que pode ser 
compreendida quando partimos de teorias pré-elaboradas. 
7 
 
4. Principais obras 
 
David Ricardo escreveu diversas obras, das quais três em particular se destacaram e são 
usadas como referências até hoje: O alto preço do ouro, uma prova da depreciação das notas 
bancárias (The high price of bullion, a proof of the depreciation of bank notes), em 1810; Ensaio 
sobre a influência de um baixo preço do cereal sobre os lucros do capital (Essay on the influence 
of a low price of corn on the profits of stock), em 1815; Princípios da economia política e 
tributação (Principles of political economy and taxation), em 1817. 
O primeiro trabalho de David Ricardo foi The High Price of Bullion, a Proof of the 
Depreciation of Bank Notes (O Alto Preço do Ouro, Uma Prova da Depreciação das Notas 
Bancárias). Nele, o economista sugere que limitar a emissão de moeda seria uma saída para 
conter oaumento da inflação. 
Sua obra mais conhecida, On The Principles of Political Economy and Taxation,, foi 
publicada pela primeira vez em 1817, que relata suas principais ideias sobre economia. Elas 
contribuíram para a reputação do economista no Parlamento, embora ainda não tivesse o apoio 
da maioria na Câmara sobre seus estudos. Obteve reconhecimento em detrimento de sua obra e 
recebeu mais três reedições somente em vida do autor. 
Em seu texto de 1815 intitulado Essay on the influence of a low price of corn on the 
profits of stock (Um Ensaio Sobre a Influência do Baixo Preço do Trigo Sobre os Lucros do 
Capital), Ricardo demonstrava que a proteção aos produtores nacionais de cerais menos 
eficientes fazia aumentar a proporção da renda da terra e dos salários (que deveriam ser maiores 
em relação aos preços dos demais bens para acomodar os preços maiores dos bens da cesta 
básica) em relação aos lucros. 
Esta obra, uma reelaboração do Ensaio sobre as “Corn Laws”, transformou-se nos 
Princípios, a primeira grande sistematização teórica em economia após A Riqueza das Nações, 
de Adam Smith. 
 
 
 
 
8 
 
5. Teorias e Ideias 
 
5.1 Teoria do Valor-Trabalho 
 
A Teoria do Valor desenvolvida por Ricardo parte da análise de valor feita por Adam 
Smith. Assim como Smith, para Ricardo, o valor de uso de uma determinada mercadoria, ou 
seja, sua capacidade de satisfazer as necessidades humanas, não é a fonte do seu valor de troca. 
Porém, para o autor, o preço de certas mercadorias com características especificas e 
raras é determinado por sua escassez, nenhuma quantidade de trabalho poderá alterar a oferta 
de tal mercadoria e muito menos seu preço. 
Entretanto, esse é um conjunto pequeno de mercadorias, sendo o valor da maioria dos 
produtos regulado pelo denominado “trabalho incorporado” ou “trabalho contido”, isto é, o 
esforço ou energia necessária à produção daquela mercadoria. Dessa forma, o trabalho 
despendido na produção de um produto é o que determina o movimento dos preços relativos. 
Se uma peça de lã valer hoje duas peças de linho, e se, dentro de dez anos, o valor de 
uma peça de lã alcançar quatro peças de linho, poderemos com certeza concluir que 
será necessário mais trabalho para fabricar o pano, ou menos para fabricar as peças de 
linho, ou ainda que ambas as causas influíram. (RICARDO, 1823, pág.30) 
As ferramentas necessárias na produção também adicionam valor à uma mercadoria, ou 
seja, todos os implementos utilizados na fabricação transferem seu valor aos produtos, pois o 
trabalho contido nessas ferramentas é indiretamente utilizado na produção. 
Então, o valor de uma mercadoria é definido pelo trabalho incorporado no momento de 
sua produção somado ao valor transferido pelas ferramentas utilizadas na sua fabricação. 
Mesmo que a sociedade passe para uma fase na qual os trabalhadores não são proprietários de 
seus meios de produção, esse princípio ainda continua valido: 
O mesmo princípio continuaria válido se imaginarmos ampliadas as atividades da 
sociedade, de tal modo que uns fornecem as canoas e os instrumentos necessários à 
pesca, e outros a semente e a maquinaria rudimentar inicialmente usada na agricultura: 
o valor de troca das mercadorias produzidas seria proporcional ao trabalho dedicado 
à sua produção — não somente à produção imediata, mas também à fabricação de 
todos aqueles implementos ou máquinas necessários à realização do trabalho próprio 
ao qual foram aplicados. (RICARDO, 1823, pág.32) 
9 
 
Além disso, o valor das mercadorias não se altera caso houver alterações nos salários 
ou lucros. Por exemplo, se um caçador e um pescador empregassem a mesma quantidade de 
trabalhadores e capital, mas o caçador produzisse duas vezes mais que o pescador. Dessa forma, 
um peixe valeria por 2 animais caçados, independentemente do valor dos lucros e salários. 
Então, se os salários aumentarem, por exemplo, nenhuma das duas partes, caçador e o pescador, 
poderiam aumentar seus preços, porque ambos estão sendo afetados pela mesma causa. 
Portanto, a variação dos preços de uma mercadoria só ocorreria se fosse mais trabalhoso caçar 
ou pescar. 
Se, portanto, tivéssemos um padrão invariável, pelo qual pudéssemos medir as 
variações ocorridas nas outras mercadorias, veríamos que o limite extremo até o qual 
elas poderiam aumentar — desde que produzidas nas circunstâncias supostas — seria 
proporcional à quantidade adicional de trabalho requerida para sua produção; e, a 
menos que fosse exigida uma quantidade maior de trabalho para produzi-las, não 
poderiam sofrer nenhum aumento. (RICARDO, 1823, pág.35) 
Ademais, deve-se considerar a durabilidade de cada ferramenta ou maquinário 
necessário nos diferentes setores da economia. Os capitais podem ser divididos em: capital fixo 
e capital circulante. O capital fixo é aquele que no final da produção não se desgastou 
completamente. Já o capital circulante é aquele que, ao contrário do fixo, é totalmente 
consumido ao final do processo produtivo. 
Quando os capitais possuem proporções diferentes entre fixo e circulante a 
determinação dos preços depende da taxa de lucros e salários. Para uma mesma quantidade de 
trabalho, salários maiores ou menores refletirão preços menores ou maiores dependendo da 
combinação de capital fixo e circulante usado na produção. 
 
5.2 Teoria da Renda Fundiária 
 
No prefacio de seu livro “Princípios da economia política e tributação”, Ricardo destaca 
que o objetivo principal da economia política é explicar as leis que regem a distribuição da 
riqueza nacional entre as diversas classes sociais: proprietários de terras, capitalistas e 
trabalhadores. Os proprietários de terra não cultivam suas terras, essa tarefa cabe aos 
agricultores, arrendatários capitalistas, que pagam aluguel pelo uso da terra. Os trabalhadores 
são contratados pelos arrendatários capitalistas para cultivar o solo. 
10 
 
Após essas considerações iniciais, é possível, então, abordar a Teoria da Renda 
elaborada pelo autor. De uma forma geral, essa teoria foi baseada na lei dos rendimentos 
decrescentes, desenvolvida por Thomas R. Malthus, segundo a qual à medida que é 
intensificado o cultivo da terra, o custo da empresa se eleva a taxas marginais superiores às dos 
rendimentos auferidos, tornando cada unidade adicional da produção agrícola mais cara. 
Em um estágio inicial, uma jovem nação é pouco populosa, não possui grande número 
de habitantes, exercendo pouca pressão sobre a oferta de recursos naturais. Portanto, apenas 
uma pequena parcela de terra é necessária para suprir essa oferta, utilizando justamente as terras 
mais férteis para cultivo, e a proporção de riqueza nacional cabível aos proprietários de terra, 
na forma de renda, é nula. Nas palavras de Ricardo: 
Na colonização de um país bem-dotado de terras ricas e férteis, das quais apenas uma 
pequena parte necessita ser cultivada para o sustento da população, e que pode ser 
cultivada com o capital de que essa população dispõe, não haverá renda: ninguém 
pagará pelo uso da terra, enquanto não houver uma grande extensão não ocupada e, 
portanto, ao alcance de quem deseja cultivá-la (Ricardo, 1996, pág.50). 
Nesse estágio inicial, em que há ausência de renda fundiária pela abundância oferta de 
terras férteis, os lucros dos capitalistas correspondem a uma grande parcela do preço da 
mercadoria. 
O reinvestimento dos lucros no próprio desenvolvimento da indústria resulta na 
ampliação da demanda por trabalho e aumento da população, contribuindo para a manutenção 
do salário próximo à sua taxa natural, isto é, próximo ao nível de subsistência. O crescimento 
populacional concorreria para a expansão das terras cultivas das terras com o fim de suprir a 
maior demanda por alimentos. Em determinado momento, até as terras de menor fertilidade 
teriam de ser cultivadas, com a finalidade de aumentar a oferta de recursos naturais, os preços 
dos alimentosaumentariam e o custo de mão de obra acompanharia esse aumento, para manter 
os salários ao nível de subsistência. Consequentemente, os custos de produção de 
manufaturados subiriam, os lucros cairiam e, com isso, o montante de recursos destinado ao 
investimento diminuiria. A continuidade desse processo, segundo o autor, levaria a sociedade 
ao chamado “estágio estacionário” ou à estagnação, ou seja, um estágio no qual as taxas de 
crescimento econômico e de acumulação de capital ocorrem em um ritmo cada vez mais lento. 
No “estágio estacionário”, haveria população numerosa, extensa faixa de terras 
cultivadas, indústria desenvolvida e alta produção. À poupança e acumulação seriam suficientes 
à reposição do capital, porém insuficientes à sua expansão. 
11 
 
A única forma de evitar a chegada a essa fase, segundo Ricardo, seria eliminar todos os 
obstáculos à maximização dos lucros, para que o potencial de acumulação de capital pudesse 
se realizar. 
 
5.3 Teoria da Vantagem Comparativa e Comercio Internacional 
 
O modelo de comercio internacional de Ricardo pressupunha concorrência perfeita, 
custo de produção constante, ausência de custo de transporte, comercio bilateral, trabalho como 
único fator de produção e total imobilidade de capital entre os envolvidos no comercio. 
As vantagens do livre comercio já haviam sido analisadas por Smith, que se baseou na 
presença de vantagens absolutas, isto é, maior eficiência na produção. Então, a partir disso, a 
nação que produzisse uma certa mercadoria a um menor custo de produção deveria especializar-
se no ramo e importar os bens nos quais não possuísse tal vantagem. 
A abordagem sobre o comercio internacional, realizada pelo autor, representou um 
avanço considerável em relação à Smith: 
O comércio exterior para uma nação seria vantajoso até mesmo nos casos em que ela 
pudesse produzir internamente a custos mais baixos do que os da nação parceira, desde 
que, em termos relativos, as produtividades de cada uma fossem relativamente 
diferentes. Assim, a especialização internacional seria mutuamente vantajosa em 
todos os casos em que as nações parceiras canalizassem os seus recursos para a 
produção daqueles bens em que sua eficiência fosse relativamente maior (Rossetti, 
1994, pàg.758). 
Na teoria de Ricardo, a chave para a especialização consistia na existência de vantagens 
relativa. O conceito de vantagem relativa consiste na existência de diferenças no trabalho 
incorporado na fabricação de determinada mercadoria, inicialmente produzida por dois 
parceiros comerciais. No modelo de dois países e duas mercadorias, utilizado pelo autor para 
demonstrar os benefícios mútuos, uma das mercadorias será produzida por um dos dois países 
com menor trabalho incorporado e o outro, que não possui tal vantagem, deverá importá-la de 
seu parceiro comercial. 
O comercio internacional, mediante a especialização e divisão internacional do trabalho, 
considerando-se a adoção de recursos naturais, capital ou trabalho, aumenta a eficiência do 
12 
 
emprego de recursos, elevando a renda real e a produção dos parceiros comerciais. Nas palavras 
de Ricardo: 
Num sistema comercial perfeitamente livre, cada país naturalmente dedica seu capital 
e seu trabalho à atividade que lhe seja mais benéfica. Essa busca de vantagem 
individual está admiravelmente associada ao bem universal do conjunto dos países. 
Estimulando a dedicação ao trabalho, recompensando a engenhosidade e propiciando 
o uso mais eficaz das potencialidades proporcionadas pela natureza, distribui-se o 
trabalho de modo mais eficiente e mais econômico, enquanto, pelo aumento geral do 
volume de produtos, difunde-se o benefício de modo geral e une-se a sociedade 
universal de todas as nações do mundo civilizado por laços comuns de interesse e de 
intercâmbio. (RICARDO, 1996, pág.97) 
 
6. Debates, Críticas e Tensões do Personagem 
 
6.1 Relação entre a Teoria do Valor de Smith e a de Ricardo 
 
David Ricardo elaborou sua Teoria do Valor-Trabalho complementando com o que, 
segundo ele, faltava na teoria de Adam Smith. Para Smith o valor de um bem corresponde a 
quantidade de trabalho que esse bem lhe dá direito de trocar, isto é, o chamado trabalho 
comandando. Para Ricardo o valor de uma mercadoria é definido pelo trabalho contido, ou seja, 
deveriam ser contabilizados, também, o esforço para a produção dos instrumentos utilizados no 
trabalho e não apenas o trabalho realizado no produto final. 
 
6.2 Crítica de Karl Marx a Teoria do Valor de Ricardo 
 
Marx critica o limite da teoria do valor-trabalho de David Ricardo em seus manuscritos 
publicados como “Teoria da Mais-Valia”. Segundo Marx, o limite fundamental das teorias 
econômicas que partiram da perspectiva capitalista em relação ao valor é que elas estavam 
interessadas na magnitude, na quantidade, do valor, mas não por sua forma. 
13 
 
A impossibilidade de Ricardo, segundo Marx, de colocar em questão o porquê o 
dispêndio de trabalho, que é medido pelo tempo de sua duração, deve se expressar sob a forma 
de valor está ligado ao ponto de vista burguês, no qual está limitado seu pensamento. 
 
6.3 Lei da Renda Fundiária, Thomas Malthus e Robert Jacques Turgot 
 
David Ricardo contou com a contribuição de Thomas Malthus e Turgot na formulação 
de sua denominada “Teoria dos Rendimentos Decrescentes”. Essa teoria foi a base ideológica 
para uma outra teoria famosa elaborada pelo autor, a Teoria da Renda Fundiária. 
 
6.4 Teoria da Renda Fundiária e Adam Smith 
 
Para Smith a renda produzida pela terra dependeria da localização e da fertilidade da 
terra em questão. Quanto maior fosse a demanda por tal produto maior seria o preço que o 
proprietário poderia exigir por ele. O valor mínimo cobrado seria aquele necessário a pagar 
salários, aluguéis e gerar lucro. 
Já para Ricardo, inicialmente são cultivadas as terras mais férteis e de melhor 
localização, encontradas em abundância. Dessa forma, não há renda da terra, tampouco um 
valor mínimo de renda igual Smith, pois a grande quantidade de terras disponíveis 
impossibilitaria a cobrança de renda por essas terras. 
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Conclusão 
 
O economista britânico David Ricardo foi umas das mentes mais brilhantes de sua 
época, sendo considerado um dos principais pensadores da conhecida Escola Clássica de 
economia. Por meio desta pesquisa bibliográfica, foi possível compreender a relevância desse 
autor para o pensamento econômico e, principalmente, para a denominada Economia Política. 
Em uma de suas mais famosas obras, “Princípios da Economia Política e Taxação”, ele 
aborda temas inovadores para o seu tempo, como a teoria do valor-trabalho, a teoria das 
vantagens comparativas e a teoria das rendas fundiárias, entre outros temas. 
Além disso, ainda em vida, Ricardo foi considerado um sucessor direto de Adam Smith, 
complementando a teoria de valor-trabalho de Smith com o conceito de “trabalho contido”, e, 
desenvolveu sua teoria da renda fundiária com a contribuição de dois grandes economistas: 
Thomas Malthus e Robert Jacques Turgot. 
Sua teoria do comércio internacional não fica para trás das demais, pelo contrário, ao 
defender o livre comércio ele formulou a ideia de custos comparativos, a chamada “vantagem 
comparativa”, um conceito que é a base principal da confiança da maioria dos economistas no 
livre comércio atualmente. 
Portanto, a partir da pesquisa realizada, concluímos que David Ricardo ofereceu uma 
imensurável contribuição para ciência econômica e consolidou uma relevância não apenas em 
sua época, mas também até o período atual. 
 
 
 
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Referências Bibliográficas 
 
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Acesso em: 28 de maio de 2021. 
 
	Introdução
	1. Breve biografia
	2. Contexto histórico
	3. Círculos Intelectuais
	4. Principais obras
	5. Teorias e Ideias
	5.1 Teoria do Valor-Trabalho
	5.2 Teoria da Renda Fundiária
	5.3 Teoria da Vantagem Comparativa e Comercio Internacional
	6. Debates, Críticas e Tensões do Personagem
	6.1 Relação entre a Teoria do Valor de Smith e a de Ricardo
	6.2 Crítica de Karl Marx a Teoria do Valor de Ricardo
	6.3 Lei da Renda Fundiária, Thomas Malthus e Robert Jacques Turgot
	6.4 Teoria da Renda Fundiária e Adam Smith
	Conclusão

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