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Porte e Tráfico de Drogas Luiz Régis Prado

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PORTE E TRÁFICO DE DROGAS 
 
Lei 11.343/2006, de 23 de agosto de 2006 
 
PORTE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL 
 
 Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou 
trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização 
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será 
submetido às seguintes penas: I – advertência sobre os efeitos 
das drogas; II – prestação de serviços à comunidade; III – 
medida educativa de comparecimento a programa ou curso 
educativo. § 1.º. Às mesmas medidas submete-se quem, para 
seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas 
destinadas à preparação de pequena quantidade de substância 
ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. § 
2.º. Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, 
o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância 
apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a 
ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta 
e aos antecedentes do agente. 
 
§ 3.º. As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo 
serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. § 4.º. Em 
caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do 
caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) 
meses. § 5.º. A prestação de serviços à comunidade será 
cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou 
assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos 
ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, 
preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação 
de usuários e dependentes de drogas. § 6.º. Para garantia do 
cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, 
nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, 
poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: I – admoestação 
verbal; II – multa. § 7.º. O juiz determinará ao Poder Público que 
coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento 
de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento 
especializado. 
 
1. BEM JURÍDICO 
É a saúde pública. Trata-se aqui de bem 
transindividual, pois o portador da droga, 
ainda que para consumo próprio, é 
potencial vetor da difusão do consumo, 
expondo a perigo a incolumidade pública. A 
lei não visa proteger a pessoa do 
consumidor da substância, “mas o de evitar 
o risco à integridade social” que as drogas 
acarretam. 
2. SUJEITOS 
Sujeito ativo do crime é qualquer pessoa 
(delito comum). Sujeito passivo é a 
coletividade, titular do bem jurídico saúde 
pública. 
 
3. TIPO OBJETIVO 
 As condutas típicas previstas no caput do artigo 28 consistem em: 
 a) adquirir, expressa o ato de lograr a aquisição, seja a título 
oneroso ou gratuito, o que inclui a compra, a obtenção em 
permuta etc.; 
 b) guardar significa ter sob seu cuidado, sua proteção, seja por 
conta própria ou de terceiro; 
 c) ter em depósito implica armazenar, manter, em caráter 
prolongado, num determinado local; 
 d) transportar representa o ato de trasladar de um ponto a 
outro, transferir de local; e 
 e) trazer consigo tem o significado de ter junto ao corpo, v. g., 
nos bolsos, ou dentro do sapato, ou até interna corporis, como 
no canal vaginal, e distingue-se da conduta de transportar 
porque esta pressupõe o uso de um meio de locomoção 
(automóvel, ônibus, avião etc). 
 Em todas essas condutas deve estar presente o propósito de 
consumo pessoal, elemento subjetivo que é o marco distintivo 
entre esse delito e aquele tipificado no artigo 33 da Lei. 
 
 Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, 
o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância 
apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu 
a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à 
conduta e aos antecedentes do agente (art. 28, § 2.º, Lei 
11.343/2006). 
 
 A expressão consumo pessoal é mais abrangente do que a 
de uso próprio, utilizada na lei anterior (Lei 6.368/1976), pois 
alcança tanto a conduta destinada ao consumo do próprio 
detentor da substância, bem como o consumo partilhado com 
terceiro, sem ânimo de disseminação da droga. 
 A expressão sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar é 
“elemento normativo do tipo com referência 
específica à possível concorrência de uma causa 
de justificação. Estão presentes no tipo, embora 
digam respeito à antijuridicidade. Sua ausência 
torna a conduta não só atípica como permitida”. 
 
 Assim, será atípica a conduta se o agente tiver 
autorização de autoridade competente, fundada em 
lei, para, v.g., adquirir ou transportar a droga; o que 
só se pode verificar, em caráter de 
excepcionalidade, para fins medicinais, 
terapêuticos ou científicos. 
 
 A nova lei fez uma adequada correção 
terminológica ao adotar, seguindo orientação da 
Organização Mundial de Saúde, o termo drogas em 
lugar da expressão substância entorpecente 
utilizada na revogada Lei 6.368/1976, já que 
substância entorpecente é mera espécie do gênero 
drogas, e limita-se, na verdade, aos 
estupefacientes, sendo inadequado seu emprego 
para designar, v. g., substâncias como a cocaína – 
euforizante – ou o LSD e a maconha – 
psicodislépticos, alucinógenos. 
 Drogas, na definição legal, são “as substâncias ou 
os produtos capazes de causar dependência, 
assim especificados em lei ou relacionados em 
listas atualizadas periodicamente pelo Poder 
Executivo da União” (art. 1.º, parágrafo único, Lei 
11.343/2006). 
 
 Assim como na legislação anterior, os tipos 
incriminadores da atual lei antidrogas constituem 
normas penais em branco, isto é, têm a descrição 
do comportamento proibido incompleta, 
requestando complemento pela norma integradora 
– outra lei ou ato normativo do Poder Executivo da 
União. 
 
 No parágrafo 1.º, pune-se com as mesmas penas do caput o 
semeio, o cultivo ou a colheita de plantas destinadas à 
preparação de pequena quantidade de substância ou produto 
capaz de causar dependência física ou psíquica. 
 
 Semear é sinônimo de plantar, deitar sementes; cultivar significa 
cuidar, amanhar, fertilizar aquilo que já foi plantado; e colher é 
apanhar, recolher, fazer a colheita do produto antes plantado e 
cultivado. 
 
 Essas condutas devem ter a mesma tendência subjetiva 
verificada na figura do caput, ou seja, devem destinar-se a 
consumo pessoal, do contrário o fato terá subsunção no artigo 
33, parágrafo 1.º, II, da Lei 11.343/2006. 
 
 Demais disso, é indispensável para a configuração dessa 
modalidade delitiva que a conduta seja destinada à “preparação 
de pequena quantidade da substância ou produto capaz de 
causar dependência física ou psíquica”. 
 
4. TIPO SUBJETIVO 
 
 É o dolo, direto ou eventual e o elemento subjetivo 
do injusto, representado pelo especial fim de agir – 
consumo pessoal. 
 
5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 Consuma-se o delito no momento da realização de 
qualquer das ações descritas no caput ou no 
parágrafo 1.º. A tentativa é, em tese, possível. 
Entretanto, nas modalidades de adquirir e guardar 
entende-se não ser possível a caracterização do 
conatus. 
6. CLASSIFICAÇÃO 
 Delito comum, uniofensivo, unissubjetivo, 
plurissubsistente, de conteúdo variado, de perigo 
abstrato, de mera atividade, comissivo e doloso. 
Trata-se ainda de delito permanente nas 
modalidades de guardar, ter em depósito, 
transportar e trazer consigo. Na modalidade de 
adquirir, assim como naquelas descritas no 
parágrafo 1.º, é delito instantâneo. 
 
7. PENAS 
 Advertênciasobre os efeitos das drogas; prestação 
de serviços à comunidade; medida educativa de 
comparecimento a programa ou curso educativo. 
Essas sanções podem ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente, bem como substituídas – umas 
pelas outras – a qualquer tempo (art. 27, Lei 
11.343/2006). 
 
 Todavia, caso a sanção aplicada seja apenas a 
advertência, não se afigura possível a substituição, 
pois a pena esgota-se numa audiência. 
8. AÇÃO PENAL 
 É pública incondicionada. 
 
IMPORTANTE 
 Admite-se a transação penal (art. 76, Lei 9.099/1995). 
 
 O prazo prescricional é de 2 (dois) anos, tanto para a pretensão 
punitiva quanto para a pretensão executória (art. 30, Lei 
11.343/2006). 
 
 O artigo 28 da Lei 11.343/2006 contempla todas as condutas 
antes previstas no artigo 16 da Lei 6.368/1976. Cuida-se, 
portanto, de novatio legis in melius e, por isso, tem aplicação 
retroativa aos fatos ocorridos antes de sua vigência. 
 
 A competência para o processo e julgamento dos delitos 
previstos no artigo 28, caput e parágrafo 1.º é dos Juizados 
Especiais Criminais (art. 61, Lei 9.099/1995). Não se admite 
prisão em flagrante (art. 48, §§ 1.º e 2.º, Lei 11.343/2006). 
 
 É admissível o concurso de pessoas, tanto na modalidade de 
co-autoria como participação, exceto na modalidade de trazer 
consigo, do caput, que só admite a participação acessória. 
 
 O prazo máximo de duração da prestação de serviços 
comunitários e/ou da obrigação de comparecimento a 
programa ou curso educativo é de 5 (cinco) meses ou, no 
caso de reincidência, 10 (dez) meses, na forma dos §§ 3.º e 
4.º. No caso de descumprimento injustificado dessas 
medidas, o juiz pode submeter o sentenciado sucessivamente 
a uma admoestação verbal e multa (§ 6.º). 
 
 A principal discussão existente é se foi mantido o caráter 
criminoso da hipótese ou se houve descriminalização, 
existindo dois posicionamentos: um que afirma a 
descriminalização formal e despenalização, criando uma 
infração penal sui generis; outra entende que houve abolitio 
criminis, passando a conduta a se tratar de um processo 
judicial punitivo. 
 
 A Lei 11.343, de 23.08.2006, revoga e substitui as Leis 
6.368/1976 e 10.409/2002, define tipos penais, comina 
as respectivas penas e estabelece regras processuais 
pertinentes ao tráfico, posse e outras condutas relativas 
às substâncias que o referido diploma concebe como 
drogas. 
 
 A Lei 11.343/2006 procura distinguir de forma mais 
pontual as condutas relacionadas ao consumo de 
drogas daquelas caracterizadoras de produção, tráfico 
ou difusão de drogas. Por isso, trata em títulos 
diferentes os tipos penais que versam, respectivamente, 
sobre a “prevenção do uso indevido, atenção e 
reinserção social de usuários e dependentes de drogas” 
(Título III), no qual se inclui o tipo incriminador do porte 
para consumo próprio, e sobre a “repressão à produção 
não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas” (Título IV). 
 
TRÁFICO DE DROGAS 
E CONDUTAS AFINS 
 
 Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, 
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, 
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer 
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a 
consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar: 
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e 
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e 
quinhentos) dias-multa. 
 § 1.º. Nas mesmas penas incorre quem: 
I – importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, 
vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em 
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, 
insumo ou produto químico destinado à preparação de 
drogas; 
II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou 
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, 
de plantas que se constituam em matéria-prima para a 
preparação de drogas; 
III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem 
a propriedade, posse, administração, guarda ou 
vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda 
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico 
ilícito de drogas. 
 
 § 2.º. Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido 
de droga: 
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 
(cem) a 300 (trezentos) dias-multa. 
 § 3.º. Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de 
lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a 
consumirem: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e 
pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e 
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas 
no art. 28. 
 § 4.º. Nos delitos definidos no caput e no § 1.º deste 
artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a 
dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de 
direitos, desde que o agente seja primário, de bons 
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas 
nem integre organização criminosa. 
1. BEM JURÍDICO 
 É a saúde pública. 
 
2. SUJEITOS 
 Sujeito ativo do crime é qualquer pessoa (delito 
comum), exceto na conduta de prescrever descrita 
no caput do artigo 33, que configura delito especial 
próprio, visto que exige qualidade especial do 
agente, que deve ser médico, dentista ou outro 
profissional de saúde a quem incumba expedir 
receituário de medicamentos. Sujeito passivo é a 
coletividade. 
 
 
3. TIPO OBJETIVO 
 São dezoito as condutas típicas previstas no caput 
do artigo 33: 
 importar (introduzir no território nacional), 
 exportar (enviar para fora do território brasileiro), 
 remeter (enviar de um lugar para outro, dentro das 
fronteiras nacionais e sem acompanhar a mercadoria 
enviada), 
 preparar (compor, aprontar para consumo, obter algo 
por meio da composição de elementos), 
 produzir (fabricar, elaborar, fazer algo que não existia), 
 fabricar (produzir em maior escala, valendo-se de 
equipamentos e máquinas próprias), 
 adquirir (incorporar ao patrimônio; é a aquisição a 
qualquer título, oneroso ou gratuito), 
 vender (alienar mediante um preço), 
 expor à venda (exibir para fins de alienação), 
 oferecer (ofertar, mostrar, disponibilizar gratuita ou 
onerosamente), 
 ter em depósito (manter armazenado, conservar em 
algum lugar), 
 transportar (levar de um lugar para outro mediante o 
uso de algum veículo ou meio de transporte, deslocar, 
conduzir a droga, acompanhando-a); 
 trazer consigo (ter a posse ou conduzir a droga junto 
consigo, nas próprias vestes ou no corpo, v.g. nos 
bolsos, no sapato, no ânus etc.), 
 guardar (tomar conta, ter sob sua vigilância coisa de 
outra pessoa), 
 prescrever (receitar, preceituar); 
 ministrar (aplicar, servir, inocular, injetar), 
 entregar a consumo (passar às mãos, dar a outrem 
para que consuma); 
 fornecer (dar, prover, propiciar o abastecimento), ainda 
que gratuitamente. 
 A expressão sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar é 
“elemento normativo do tipo com referência 
específica à possível concorrência de uma causa 
de justificação. 
 
 Estão presentes no tipo, embora digam respeito à 
antijuridicidade. Sua ausência torna a conduta não 
só atípica como permitida”. 
 
 Será, pois, atípica a conduta se o agente, 
excepcionalmente, tiver autorização de autoridade 
competente, fundada em lei, para praticar a ação, 
v.g., para fins de pesquisa científica ou paraaplicação medicinal. 
 No parágrafo 1.º do artigo 33, punem-se com as mesmas penas 
do caput condutas equiparadas ao tráfico. 
 
 O inciso I desse dispositivo repete 14 (quatorze) dos 18 (dezoito) 
verbos do caput (importar, exportar, remeter, produzir, fabricar, 
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, fornecer, ter em 
depósito, transportar, trazer consigo ou guardar, ainda que 
gratuitamente) e os associa à matéria-prima, insumo ou produto 
químico destinado à preparação de drogas. 
 
 São excluídas as condutas de preparar, prescrever, ministrar e 
entregar a consumo, porque inaplicáveis, já que o objeto material 
das condutas, aqui, não é a droga propriamente dita, mas sua 
matéria-prima (substância básica, essência originária da coisa), o 
insumo (elemento integrante, componente, parte do processo de 
produção) ou produto químico destinado à preparação de drogas 
(qualquer substância química, desde que, objetiva e 
subjetivamente orientada no sentido da produção, destilação ou 
fabricação de droga). 
 No inciso II do parágrafo 1.º, pune-se o semeio (ato de deitar 
sementes, plantar), cultivo (trato, cuidado, amanho) ou a colheita 
(coleta, extração, apanha) de plantas que sejam matéria-prima para 
a preparação de drogas. 
 
 São condutas similares àquelas do artigo 28, parágrafo 1.º, delas 
distinguindo-se por um critério objetivo – pequena quantidade que se 
exige na conduta menos grave – e pela tendência subjetiva da 
conduta, que aqui é o propósito de traficância, ao passo que na 
infração do artigo 28, parágrafo 1.º, é o consumo pessoal. 
 
 No inciso III do parágrafo 1.º, pune-se a conduta de quem utiliza (faz 
uso, emprega), ou consente (permite) que terceira pessoa utilize 
local (casa, escritório, terreno etc.) ou qualquer outro bem de 
qualquer natureza (inclusive móveis) de sua propriedade, posse, 
administração, guarda ou vigilância, para o tráfico ilícito de drogas. 
 
 É a incriminação do emprego de qualquer bem sob a 
responsabilidade do agente, por ele ou por terceiro autorizado por 
ele, para a realização do tráfico. 
 
 No parágrafo 2.º do artigo 33 tipifica-se uma especial 
forma de participação, erigida em delito autônomo, em que 
o agente atua moral (induzimento ou instigação) ou 
materialmente (auxílio) para que terceiro faça uso de 
droga. 
 
 Punem-se as condutas de induzir (incutir a ideia, sugerir, 
fazer nascer na mente a ideia do uso de drogas), instigar 
(açular, encorajar, fortalecer um propósito já existente), ou 
auxiliar (ajudar materialmente. 
 
 É a participação concreta, não apenas moral como nas 
duas outras condutas. Ocorre, v. g., quando o agente 
empresta um aparelho para o usuário inocular a 
substância, ou oferece-lhe a casa para que ali faça uso 
tranquilo da droga). 
 
 No parágrafo 3.º do artigo 33 incrimina-se a ação de 
oferecer droga, em caráter eventual e sem objetivo de 
lucro, a pessoa de seu relacionamento, para consumo 
conjunto. 
 
 É o que no jargão forense e na jurisprudência 
costuma-se denominar roda de fumo: o fornecimento 
casual, gratuito, da droga a alguém do círculo íntimo 
(amizade, namoro, familiar) para consumo 
concomitante. 
 É uma forma privilegiada de tráfico, entretanto, para 
que seja possível a subsunção da conduta nesse tipo, 
é necessário que estejam presentes, a um só tempo, 
os seguintes requisitos: 
 a) que o oferecimento da droga seja em caráter eventual, 
isto é, fato casual; 
 b) que seja gratuito, sem propósito de lucro; 
 c) que a pessoa a quem o agente oferece a droga seja de 
seu relacionamento, alguém que prive de sua intimidade, 
ou de sua amizade; 
 d) que o fornecimento seja para fins de consumo conjunto, 
isto é, o agente deve fornecer quando está também 
consumindo, ou quando for consumir junto com o terceiro. 
4. TIPO SUBJETIVO 
 É o dolo, direto ou eventual. Na hipótese do 
parágrafo 3.º, exige-se ainda que o agente se 
conduza com o especial fim de que a droga 
oferecida se destine a consumo conjunto, elemento 
subjetivo do injusto. 
 
5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 Consumam-se os delitos no momento da 
realização de quaisquer das condutas descritas no 
caput ou nos parágrafos do artigo 33. 
 A tentativa é admissível, exceto nas ações de 
adquirir, guardar e oferecer, visto que tratam-se de 
condutas unisubsistentes. 
 
 
6. CLASSIFICAÇÃO 
 Delito comum (exceto na forma prescrever, que 
configura delito especial próprio), de mera 
atividade, de conteúdo variado, de perigo abstrato, 
comissivo e doloso. Trata-se ainda de delito 
permanente nas modalidades ter em depósito, 
transportar, trazer consigo e guardar. As demais 
ações incriminadas consubstanciam delitos 
instantâneos. A conduta de cultivar, tipificada no 
inciso II, do parágrafo 1.º, é delito habitual. 
 
7. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA 
 A pena será diminuída de um sexto a dois terços, nas 
hipóteses do caput e parágrafo 1.º, se o agente for 
“primário, de bons antecedentes, não se dedique às 
atividades criminosas nem integre organização criminosa” 
(art. 33, § 4.º). 
 
 Duvidosa a constitucionalidade dessa minorante do § 4.º, 
à luz do princípio constitucional da isonomia. Tal princípio, 
consagrado no caput do art. 5.º da Constituição da 
República, cristalização normativa da máxima aristotélica 
de igualdade, deve ter um “sentido real e não nominal... a 
igualdade consiste em assegurar aos homens que estão 
equiparados os mesmos direitos, benefícios e vantagens, 
ao lado dos deveres correspondentes”. 
 Disso se tem que, inexistindo razões lógicas que legitimem 
o discrímen, lícito negar compatibilidade vertical com a Lei 
Maior a qualquer norma legal que confira tratamento 
diferenciado a quem esteja em idênticas condições. 
 
 É afrontado o princípio da isonomia sempre que a norma 
conferir, arbitrariamente, tratamento privilegiado ou 
discriminatório a pessoas diversas, eis que para que essas 
concessões normativas diferenciadas “possam ser 
consideradas não discriminatórias, torna-se indispensável 
que exista uma justificativa objetiva e razoável, de acordo 
com critérios e juízos valorativos genericamente aceitos”, 
de modo que ao conceder a redução de pena 
exclusivamente ao traficante primário, de bons 
antecedentes, não integrante de organização criminosa, 
sem que a mesma redução possa ser estendida a autor de 
qualquer outro crime, ainda que esteja nas mesmas 
condições subjetivas, a norma em comento é de 
questionável constitucionalidade. 
 
8. PENAS 
 Às figuras típicas previstas no artigo 33, caput, e parágrafo 1.º, 
comina-se pena de reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e 
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos dias-
multa). Para o delito descrito no parágrafo 2.º, as penas são de 
1 (um) a 3 (três) anos de detenção, e multa de 100 (cem) a 300 
(trezentos) dias-multa. 
 
 Na hipótese do parágrafo 3.º, as penas são de 6 (seis) meses a 
1 (um) ano de detenção, e pagamento de 700 (setecentos) a 
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, cumulativamente com as 
sanções do artigo 28 (advertência sobre os efeitos das drogas, 
prestação de serviços à comunidade e medida educativa de 
comparecimento a programa ou curso educativo). 
 
9. AÇÃO PENAL 
 Pública incondicionada. 
IMPORTANTE 
 O prazo prescricional da pretensão punitiva nas hipóteses do 
caput e do parágrafo 1.º, em 20 (vinte) anos (art. 109, I, CP); 
para a figura do parágrafo 2.º, em 8 (oito) anos (art. 109, IV, CP); 
e para o parágrafo 3.º, em 4 (quatro) anos (art. 109, V, CP). 
 
 Acompetência para processo e julgamento do delito previsto no 
artigo 33, § 3.º, é do Juizado Especial Criminal e admite ainda, 
satisfeitos os requisitos legais, a transação penal (art. 76, Lei 
9.099/1995). Entretanto, ao cominar para esse crime, que se 
insere no conceito legal de infração de menor potencial ofensivo, 
pena pecuniária cumulativa mais elevada que a do próprio 
tráfico tipificado no caput, o legislador feriu ostensivamente o 
princípio da proporcionalidade. Na hipótese do artigo 33, § 2.º, é 
possível a suspensão condicional do processo (art. 89, Lei 
9.099/1995), em razão da pena mínima abstratamente prevista. 
 
 A competência será da Justiça Federal quando se tratar de delito 
internacional, sendo irrelevante que o local do crime não seja 
sede de vara federal (art. 70 e parágrafo único, Lei 11.343/2006). 
 
 O concurso de pessoas é admissível tanto na modalidade de co-
autoria como participação, à exceção da modalidade de trazer 
consigo, do caput, que só admite a participação. 
 
 A redução de pena prevista no artigo 33, § 4.º, se admitida sua 
constitucionalidade (v. item 7, infra), constitui direito público 
subjetivo do réu, de modo que, se satisfeitos os requisitos legais, 
o juiz não pode negar-lhe a redução. A lei, contudo, não fornece 
os critérios de graduação da diminuição, entre o mínimo de um 
sexto e o máximo de dois terços da pena. Se não reduzir no 
máximo, a sentença deverá expor as razões para tanto. No caso 
de aplicação dessa minorante, a lei faz expressa ressalva para 
vedar a conversão da pena privativa de liberdade em restritivas 
de direitos. 
 
 A fixação da pena mínima de reclusão para o 
patamar de cinco anos coloca fim ao debate 
existente, desde a edição da Lei 9.714/1998, 
acerca do cabimento da substituição de penas para 
o delito de tráfico de drogas. Como a pena mínima 
superou o limite máximo admitido, criou-se um 
obstáculo absoluto à aplicação de penas 
substitutivas à pena privativa de liberdade. 
PETRECHOS PARA A 
PRODUÇÃO DE DROGAS 
 Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, 
oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer 
título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que 
gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento 
ou qualquer objeto destinado à fabricação, 
preparação, produção ou transformação de drogas, 
sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e 
pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois 
mil) dias-multa. 
 
1. BEM JURÍDICO 
 É a saúde pública. 
 
2. SUJEITOS 
 Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (delito 
comum). Sujeito passivo é a coletividade. 
 
 3. TIPO OBJETIVO 
 As condutas incriminadas consistem em fabricar, 
adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, 
distribuir, entregar, possuir, guardar e fornecer. 
 
 
 Todas essas condutas, à exceção de utilizar (fazer 
uso, empregar) e distribuir (dar para várias pessoas, 
repartir) são também objeto de incriminação no artigo 
33 e parágrafo 1.º, de modo que se remete ao que já 
foi dito supra em relação a elas. 
 
 O objeto material aqui, entretanto, não é a droga, 
mas o maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer 
objeto destinado à fabricação, preparação, produção 
ou transformação de drogas. 
 
 Visa o legislador punir aqui as ações relacionadas 
não à droga propriamente, mas aos petrechos 
destinados à sua fabricação. 
 A expressão maquinário traz a ideia de equipamento 
mecânico, mecanismo; aparelho é algo mais complexo, de 
regra envolvendo funcionamento automático, elétrico ou 
eletrônico e instrumento é um objeto singular, mais simples 
do que a máquina ou o aparelho. 
 
 O emprego da cláusula genérica “ou qualquer objeto 
destinado à fabricação, preparação, produção ou 
transformação de drogas” propicia a interpretação 
analógica, espécie do gênero interpretação extensiva, para 
abranger “os casos análogos, conforme fórmula casuística 
gravada no dispositivo legal. 
 
 Há extensão aos casos semelhantes, análogos (in casi 
simili) aos regulados expressamente”, para alcançar 
qualquer objeto cuja destinação precípua seja a fabricação, 
produção, preparação ou transformação de drogas. 
 Desnecessário que o equipamento ou objeto tenha destinação 
exclusiva ao emprego na fabricação, produção, preparação ou 
transformação de substância relacionada como droga, até porque 
tal hipótese é cerebrina, já que um objeto sempre poderá ser 
utilizado para uma outra finalidade. 
 
 Não é preciso, portanto, que a coisa sirva unicamente para tal fim, 
o que importa é que possa também ser para isso usada, de modo 
que é relevante, em cada caso, averiguar a relação subjetiva do 
agente com o maquinário, aparelho ou objeto. 
 
 Não se deve confundir os maquinários, aparelhos ou instrumentos 
de que trata o tipo com os simples objetos usados pelos usuários 
para consumo da droga, como as “maricas”, cachimbos para 
fumar “maconha”. 
 
 Há ainda a presença do elemento normativo sem autorização ou 
em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Se não 
estiver presente tal elemento, a conduta será atípica. 
 
4. TIPO SUBJETIVO 
 É o dolo, direto ou eventual e o elemento subjetivo 
do injusto consistente no especial fim de agir. 
Trata-se de delito de tendência subjetiva 
intensificada, em que “o agente impregna sua 
conduta do significado desaprovado”, já que sua 
configuração depende do ânimo do agente em 
relação ao objeto, isto é, da finalidade que o agente 
lhe empresta, quando é possível seu uso para 
outras finalidades. 
 
5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 Consuma-se o delito com a realização de 
quaisquer das condutas incriminadas, 
independente da efetiva fabricação, preparação, 
produção ou transformação da droga. A tentativa é 
admissível, salvo nas condutas de adquirir e 
guardar. 
 
6. CLASSIFICAÇÃO 
 Delito comum, unissubjetivo, de mera atividade, de 
perigo abstrato, comissivo e doloso. É delito 
permanente nas modalidades de transportar, 
possuir e guardar, e instantâneo nas demais 
modalidades. 
 
 
7. PENA 
 Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento 
de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-
multa. Embora menor a pena privativa de liberdade 
que a do tráfico tipificado no artigo 33, caput, a 
pena pecuniária cumulativa é mais grave, o que 
viola o princípio da proporcionalidade. 
 
8. AÇÃO PENAL 
 Pública incondicionada. 
IMPORTANTE 
 O prazo prescricional da pretensão punitiva é de 16 (dezesseis) 
anos (art. 109, II, CP). 
 
 O delito previsto no artigo 34 é absorvido pelo descrito no artigo 
33, caput, quando a aquisição, posse ou guarda do instrumento 
caracteriza-se como ato precedente lógico da conduta de fabricar, 
preparar ou produzir a droga, posteriormente realizada pelo 
agente. Nada impede, entretanto, o concurso de delitos entre o 
artigo 34 e o artigo 33, se, v.g., o agente possui um aparelho ou 
instrumento próprio para a produção de cocaína e, concomitante, 
tem em depósito ou oferece à venda LSD ou maconha, e até 
mesmo cocaína, se esta não foi produzida com seu próprio 
equipamento. 
 
 A competência para o processo e julgamento é da Justiça 
Federal, caso se verifique a transnacionalidade (art. 70 da Lei 
11.343/2006). 
 
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO 
 
 Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para 
o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer 
dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1.º, e 
34 desta Lei: 
Pena– reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e 
pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e 
duzentos) dias-multa. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste 
artigo incorre quem se associa para a prática 
reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei. 
 
1. BEM JURÍDICO 
 É a paz pública, que é o sentimento coletivo de 
tranquilidade, e, de forma secundária, a saúde 
pública. 
2. SUJEITOS 
 Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Trata-se de 
delito de concurso necessário, pois exige a 
pluralidade de agentes (pelo menos dois). Sujeito 
passivo é a coletividade. 
 
3. TIPO OBJETIVO 
 Pune-se a associação para o fim de praticar, 
reiteradamente ou não, qualquer dos crimes nos 
arts. 33, caput e parágrafo 1.º, e 34, desta Lei; ou, 
ainda, com o fim de prática reiterada do delito do 
artigo 36 também desse diploma legal. 
 
 O legislador desvia-se da estrutura clássica do 
crime de quadrilha ou bando do artigo 288 do 
Código Penal, ao sancionar a associação a partir 
de duas pessoas. 
 
 Associar-se tem o significado de agregar-se com 
ânimo perene, isto é, agrupar-se com propósito 
duradouro. 
 É a sociedade estável, distinguindo-se do mero 
concurso de pessoas justamente por essa estabilidade 
e porque, nela, a reunião de agentes é conduta 
preponderante, vindo os eventuais crimes 
subsequentes como consequência, enquanto no 
concurso de que trata o artigo 29 do Código Penal, o 
crime ou crimes a serem praticados constituem a 
própria razão da associação dos participantes. 
 
 O tipo refere-se a duas ou mais pessoas, número no 
qual podem ser incluídos eventuais inimputáveis. 
 
 É irrelevante que todos os associados se conheçam, já 
que pode haver a associação sem que os membros 
conheçam-se uns aos outros. 
 Desnecessário que haja organização hierárquica ou 
distribuição de tarefas entre os associados. 
 
 Assim, configura-se o delito do artigo 35 tanto quando a 
finalidade de praticar os crimes dos arts. 33, caput e 
parágrafo 1.º, e 34, seja reiterada ou não. 
 
 Entretanto, se o objetivo anelado pela associação é a 
prática do financiamento ou custeio de tais crimes, 
exige-se o propósito de reiteração, consoante o 
parágrafo único do artigo 35. 
 
4. TIPO SUBJETIVO 
 Dolo mais o elemento subjetivo do injusto, representado 
pela especial direção subjetiva que os associados dão à 
sociedade, qual seja, a finalidade de cometer, 
reiteradamente ou não, os crimes tipificados nos arts. 
33, caput, e parágrafo 1.º, e 34; ou de, reiteradamente, 
financiar ou custear a prática desses delitos. 
 
5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 Consuma-se o delito com a mera formação do 
grupo, isto é, com o ato de associarem-se os 
agentes, animados pelo propósito especial 
mencionado no tipo, independente de qualquer 
prática criminosa ulterior. A tentativa é inadmissível, 
porquanto os atos precedentes à ação de associar-
se – momento subjetivo – constituem meros atos 
preparatórios, e não início de execução. 
 
6. CLASSIFICAÇÃO 
 Delito comum, plurissubjetivo, de mera atividade, 
de ação única, de perigo abstrato, permanente, 
comissivo e doloso. 
 
 
7. PENA 
 Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa 
cumulativa de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e 
duzentos) dias-multa. 
 
8. AÇÃO PENAL 
 Pública incondicionada. 
 
IMPORTANTE 
 O prazo prescricional da pretensão punitiva é de 16 (dezesseis) 
anos (art. 109, II, CP). 
 
 Com o advento da Lei 11.343/2006, fica superada a questão da 
aparente antinomia entre o artigo 8.º, da Lei 8.072/1990 e o artigo 
14 da revogada Lei 6.368/1976, eis que, sendo lex specialis e, 
ainda, posterior, a matéria agora é regulada exclusivamente no 
artigo 35 da nova Lei Antidrogas, de forma que o crime de 
associação aperfeiçoa-se com a participação de apenas dois 
integrantes e as penas são, cumulativamente, de 3 a 10 anos de 
reclusão e multa de 700 a 1.200 dias-multa. 
 
 O delito em tela exige um vínculo associativo duradouro, voltado 
subjetivamente à perpetração de qualquer dos crimes mencionados 
no tipo. Ressalte-se que, se o fim visado pelo grupo é o custeio ou 
financiamento do tráfico, tipificado no artigo 36 da lei, exige-se o 
propósito de reiteração como elemento subjetivo, por força do que 
dispõe o parágrafo único do artigo 35. 
 
 O delito de associação é autônomo em relação aos 
eventuais crimes que a sociedade venha a cometer 
posteriormente. Assim, o associado que concorrer para 
o crime subsequente responderá pelos dois delitos, em 
concurso material. 
 
 A exigência do concurso necessário, a partir da reunião 
de duas pessoas, afasta a possibilidade de incidência 
de qualquer hipótese de agravamento de pena pelo 
concurso de agentes ao tráfico que o grupo venha 
realizar, pois tal reunião já se constitui em delito 
autônomo. Isso não obsta, entretanto, a incidência da 
causa especial de aumento de pena, quer do crime 
autônomo do art. 35, quer daqueles descritos nos arts. 
33 a 37 da Lei, que a quadrilha vier a praticar, em 
virtude de associação e/ou concurso com criança ou 
adolescente (art. 40, VI). 
 
 Não há possibilidade de concurso do crime do art. 
35 da Lei com o delito de quadrilha ou bando do 
art. 288 do Código Penal, já que a figura típica de 
associação para o tráfico, pelo caráter especial, 
aplica-se em relação à associação criminosa 
dedicada ao tráfico de drogas e também a outros 
crimes. 
 
 A competência será da Justiça Federal, se o bando 
tiver caráter internacional (art. 70 e parágrafo 
único, Lei 11.343/2006). 
 
FINANCIAMENTO OU 
CUSTEIO DO TRÁFICO 
 Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer 
dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1.º, e 
34 desta Lei: 
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e 
pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 
(quatro mil) dias-multa. 
 
1. BEM JURÍDICO 
 
 É a saúde pública. 
 
2. SUJEITOS 
 
 Sujeito ativo do delito pode ser qualquer pessoa 
(delito comum). Sujeito passivo é a coletividade. 
 
3. TIPO OBJETIVO 
 
 As ações incriminadas consistem em financiar e 
custear. A redação é pleonástica, já que se tratam, 
na verdade, de expressões sinônimas, que têm o 
sentido de fornecer recursos, dar dinheiro, bancar 
os custos, assumir as despesas de uma atividade. 
 
 O legislador parece ter querido abarcar tanto a contribuição 
financeira parcial, com a expressão financiar, quanto a 
assunção integral das despesas, pelo uso do verbo custear. 
 
 Pune-se com esse dispositivo a ação de suportar os custos 
ou despesas necessárias para a realização de quaisquer 
das condutas do artigo 33, caput e parágrafo 1.º, e artigo 34 
da Lei 11.343/2006. 
 
 É a tipificação autônoma de uma forma específica de 
participação no tráfico de drogas ou crimes assemelhados, 
que o legislador destacou como mais grave que a própria 
realização do tráfico. 
 Trata-se de delito habitual, o que se infere da previsão da 
causa de aumento do artigo 40, VII, incidente quando “o 
agente custear a prática do crime”, bem como, do 
quantum das penas, mais severas que a do próprio tráfico 
do artigo 33, o que, afastada a ideia de habitualidade da 
conduta, implicaria em manifesta ofensa ao princípio da 
proporcionalidade. 
 
 Exige-se, assim, ao menos a tendência subjetiva de 
repetir a conduta, ou seja, o agente deve prestar a ajuda 
financeira ou bancar os custos do tráfico de drogas de 
forma reiterada ou, ao menos, com o propósito de 
reiteração. Se o agente restringe-se a auxiliar ou pagaruma única vez, de forma eventual, incide, por força do 
artigo 29 do Código Penal, no crime para o qual contribuiu 
(art. 33 ou 34, Lei 11.343/2006), com a causa de aumento 
do artigo 40, VII. 
 
 
4. TIPO SUBJETIVO 
 É o dolo. 
5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 Consuma-se o delito com a ação que se ajuste à conduta de 
financiar ou custear, como, v.g., fornecer dinheiro, ou adquirir 
passagens para que o transportador da droga a leve ao 
destino etc. Irrelevante que o crime financiado não tenha 
chegado a realizar-se. 
 
 Não é preciso que o ato, necessariamente, seja repetido, mas 
é necessário, cuidando-se de delito habitual, que ele integre 
ao menos um contexto ou propósito de habitualidade. A 
tentativa, em tese, é admissível. 
 
6. CLASSIFICAÇÃO 
 Delito comum, unissubjetivo, de mera atividade, de 
perigo abstrato, plurissubsistente, comissivo e 
doloso. 
 
7. PENA 
 Reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos e multa 
cumulativa de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 
(quatro mil) dias-multa. 
 
 8. AÇÃO PENAL 
 Pública incondicionada. 
 
 
IMPORTANTE 
 O prazo prescricional da pretensão punitiva é de 20 (vinte) anos 
(art. 109, I, CP). 
 
 É o crime mais gravemente apenado na Lei 11.343/2006. Como 
é forma especial, mais gravosa, de participação nos crimes dos 
arts. 33, caput, e parágrafo 1.º, e 34, deve ser incluído no 
conceito de crime de tráfico, equiparado ao hediondo, da Lei 
8.072/1990. Ressalte-se que não há na lei nenhuma infração 
penal sob o nomen juris de “tráfico de drogas”, de modo que a 
conceituação do tráfico é incumbência doutrinária e 
jurisprudencial. Se conduta menos grave é equiparada, sob o 
rótulo de “tráfico”, a crime hediondo, com maior razão o delito do 
artigo 36 deve ser contemplado na Lei 8.072/1990. 
 
 A competência é da Justiça Federal se o crime tem caráter 
internacional. 
 
COLABORAÇÃO PARA 
O TRÁFICO 
 Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, 
organização ou associação destinados à prática de 
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e 
§ 1.º, e 34 desta Lei: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e 
pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) 
dias-multa. 
 
1. BEM JURÍDICO 
 A ordem pública e, secundariamente, a saúde 
pública. 
 
2. SUJEITOS 
 Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, exceto o 
próprio membro da associação ou grupo (delito 
comum). Sujeito passivo é a coletividade. 
 
 
3. TIPO OBJETIVO 
 A conduta incriminada consiste em colaborar 
(contribuir, cooperar) como informante, com grupo, 
organização ou associação destinados à prática de 
qualquer dos crimes pre-vistos nos arts. 33, caput e 
parágrafo 1.º, e 34 desta Lei. 
 
 Assim, para a configuração desse delito a 
colaboração deve ser no sentido de prestar 
informações, já que sua colaboração é na qualidade 
de informante e a informação deve ser relevante para 
a realização de qualquer dos delitos descritos nos arts. 
33, caput e parágrafo 1.º, e 34 desta Lei. 
 
 É forma menos gravosa de participação em 
atividade de associação, grupo ou organização 
criminosa. Pune-se a conduta daquele que, não 
integrando o grupo criminoso, nem concorrendo 
diretamente para as atividades deste, passa-lhe 
informações úteis, v.g., o horário em que 
determinado local está desvigiado pela polícia. 
 
 A forma de prestar a informação é irrelevante. Pode 
dar-se verbalmente, por escrito, por sinais 
luminosos ou sonoros, enfim, por qualquer meio 
apto a transmitir a notícia ou o conhecimento de 
um fato. 
 
4. TIPO SUBJETIVO 
 É o dolo, consubstanciado na vontade de contribuir 
e consciência, que inclui o conhecimento de que a 
informação é útil para a associação ou grupo 
criminoso dedicado ao tráfico de drogas. 
5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 Consuma-se o delito com o fornecimento da 
informação, ou seja, no momento em que o 
colaborador faz chegar ao grupo destinatário a 
informação útil. A tentativa é admissível. 
 
6. CLASSIFICAÇÃO 
 Delito comum, unissubjetivo, de mera atividade, 
plurissubsistente, de perigo abstrato, instantâneo, 
comissivo e doloso. 
 
7. PENA 
 Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento 
de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.- 
 
 
8. AÇÃO PENAL 
 Pública incondicionada. 
 
 
IMPORTANTE 
 O prazo prescricional da pretensão punitiva é de 12 
(doze) anos (art. 109, III, CP). 
 
 Cuida-se de forma especial, menos grave, de 
participação. A lei desvia-se da tradicional opção pelo 
sistema unitário ou monista e institui um “delito de 
participação”, desviando-se para a teoria dualista. 
 
 O agente desse delito é também alcançado pela 
figura da “delação premiada”, caso colabore com a 
investigação, na forma do artigo 41 da Lei, embora 
não seja integrante ou membro da associação 
criminosa. Terá, nesse caso, a redução de sua pena, 
nos limites de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços). 
 Atente-se a que o emprego da expressão “grupo, 
organização ou associação” dificulta a exegese do 
tipo. 
 
 Grupo e associação podem ser distinguidos pelo 
fato de que o primeiro pode ter caráter eventual, 
não requestando o vínculo perene e estável que 
caracteriza a associação; entretanto, enquanto a 
legislação não definir o que seja uma organização 
criminosa, o tipo suscitará controvérsias. 
 
PRESCRIÇÃO CULPOSA 
DE DROGA 
 Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, 
drogas, sem que delas necessite o paciente, ou 
fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, 
e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) 
dias-multa. 
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação 
ao Conselho Federal da categoria profissional a 
que pertença o agente. 
 
1. BEM JURÍDICO 
 A saúde pública e, concomitante, a saúde da 
pessoa que está sob cuidados médicos (paciente). 
 
2. SUJEITOS 
 Sujeito ativo é o médico, o dentista ou outro 
profissional da saúde apto a prescrever ou 
ministrar medicamentos (delito especial próprio). 
Sujeito passivo é a coletividade, titular do bem 
jurídico saúde pública, assim como o paciente que 
recebeu a droga desnecessária ou em dosagem 
excessiva. 
 
 
3. TIPO OBJETIVO 
 São duas as condutas incriminadas no tipo: prescrever 
(receituar, preceituar) e ministrar (aplicar, injetar, inocular) 
drogas de que o paciente não necessite, ou de que 
necessite em dose menor. 
 
 Na primeira conduta – prescrever – o agente, na condição 
de médico, dentista ou assemelhado, em ação negligente, 
passa o receituário para que outrem, por sua conta, 
ministre a droga; na segunda, o próprio agente, 
profissional da saúde negligente, é quem aplica a droga 
desnecessária ou excessiva. 
 
 Pune-se a conduta do agente que infringe o dever objetivo 
de cuidado, tratando-se de delito culposo. A culpa, nesse 
caso, é “elemento normativo (face normativa aberta) do 
tipo”. 
 
4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 Consuma-se o delito, na modalidade prescrever, quando a 
receita chega ao destinatário, na modalidade ministrar, quando 
a substância é introduzida no corpo da vítima. Não admite 
tentativa, por tratar-se de delito culposo. 
 
5. CLASSIFICAÇÃO 
 Próprio, de mera atividade, de forma livre, comissivo, 
instantâneo, de perigo abstrato, culposo. 
 
 6. PENA 
 Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 
50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa. 
 
 
 
7. AÇÃO PENAL Pública incondicionada 
 
IMPORTANTE 
 O prazo prescricional da pretensão punitiva é de 4 
(quatro) anos (art. 109, V, CP). 
 
 A competência para processo e julgamento é dos 
Juizados Especiais Criminais, pois trata-se de infração 
de menor potencial ofensivo (art. 61, Lei 9.099/1995). 
 
 Havendo condenação, o juiz deverá comunicar ao 
Conselho da categoria profissional ao qual pertença o 
agente. 
 
CONDUÇÃO DE AERONAVE 
OU EMBARCAÇÃO SOB O EFEITO 
DE DROGAS 
 Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o 
consumo de drogas, expondo a dano potencial a 
incolumidade de outrem: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da 
apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva 
ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena 
privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 
(duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. 
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas 
cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 
(seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) 
dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for 
de transporte coletivo de passageiros. 
1. BEM JURÍDICO 
 A segurança jurídica 
2. SUJEITOS 
 Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (delito 
comum). Sujeito passivo é a coletividade. 
3. TIPO OBJETIVO 
 Sujeito A conduta incriminada consiste em conduzir (guiar, 
pilotar, dirigir) embarcação ou aeronave após o consumo de 
drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem. 
Trata-se de um delito de tráfego, por punir quem conduz 
embarcação (tráfego náutico) ou aeronave (tráfego aéreo) 
após haver consumido drogas. Demais disso, o delito é de 
perigo concreto, pois o tipo exige a prova deste ao estabelecer 
expressamente “expondo a dano potencial a incolumidade de 
outrem”. 
 
4. TIPO SUBJETIVO 
 É o dolo. 
 
5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 Consuma-se o delito com a condução de embarcação ou 
aeronave, após a ingestão de drogas, ainda que em 
pequena quantidade. Sendo assim, é absolutamente 
dispensável que ocorra a completa intoxicação. 
Admissível a tentativa se a pessoa tenta conduzir a 
embarcação ou aeronave após ingerir drogas e é 
impedida por circunstâncias alheias a sua vontade, por 
exemplo, a ação de terceira pessoa. 
 
6. CLASSIFICAÇÃO 
 Delito comum, de mera atividade, de forma livre, 
comissivo, instantâneo, de perigo concreto, 
unissubjetivo, plurissubsistente. 
 
7. PENA 
 Detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da 
apreensão do veículo, cassação da habilitação 
respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo 
da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento 
de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. 
 
 8. AÇÃO PENAL 
 Pública incondicionada. 
 
IMPORTANTE 
 Prazo prescricional da pretensão punitiva: em 8 (oito) 
anos (art. 109, IV, CP). 
 
 O art. 39 desta Lei não se aplica se a condução for de 
veículo automotor em via terrestre, caso em que 
incidirá o art. 306 da Lei 9.503/97 (Código de Trânsito 
Brasileiro). 
 
 O art. 39 desta Lei é norma especial em relação ao 
art. 34 da Lei das Contravenções Penais, no caso de 
condução de embarcações.

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