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Dir Const - Ponto - Vicente Paulo - exerc¨ªcios 01

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CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
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AULA 1: EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS; 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
Na aula de hoje comentarei exercícios sobre dois temas 
distintos: eficácia das normas constitucionais e classificação 
das constituições. 
Nos primeiros exercícios, revisaremos o assunto classificação 
das normas constitucionais quanto ao grau de eficácia e 
aplicabilidade, tema que merece uma breve introdução. 
Diz a doutrina que todas as normas constitucionais têm 
eficácia jurídica, isto é, não existe “letra morta” no texto de 
uma Constituição. Porém, nem todos os dispositivos 
constitucionais têm o mesmo grau de eficácia. Alguns têm um 
maior grau de eficácia (produzem seus efeitos essenciais com 
a simples promulgação da Constituição), enquanto outros têm 
um grau de eficácia reduzido (só produzem os seus plenos 
efeitos quando forem regulamentados por lei). 
A partir dessa idéia – todas as normas constitucionais têm 
eficácia, mas o grau dessa eficácia é variável –, diversos 
juristas elaboraram classificações para as normas 
constitucionais, distinguindo esses diferentes graus de 
eficácia/aplicabilidade. 
Neste curso veremos somente a classificação elaborada pelo 
Prof. José Afonso da Silva, que divide as normas 
constitucionais em três diferentes graus de eficácia – eficácia 
plena, eficácia contida e eficácia limitada -, pois esta é a que 
se tornou padrão no direito brasileiro, especialmente nas 
provas de concursos. 
Feita essa breve introdução, passemos à resolução dos 
exercícios. 
1) (ESAF/AFT/2003) Segundo a melhor doutrina, as normas 
de eficácia contida são de aplicabilidade direta e imediata, no 
entanto, podem ter seu âmbito de aplicação restringido por 
uma legislação futura, por outras normas constitucionais ou 
por conceitos ético-jurídicos. 
Item CERTO. 
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Comentários. 
Como dito acima, o Prof. José Afonso da Silva divide as 
normas constitucionais em três grupos: normas de eficácia 
plena, normas de eficácia contida e normas de eficácia 
limitada. 
As normas de eficácia plena são aquelas que já produzem 
os seus plenos efeitos com a entrada em vigor da 
Constituição, independentemente de qualquer 
regulamentação por lei. 
São, por isso, dotadas de aplicabilidade imediata (porque 
estão aptas para produzir efeitos imediatamente, com a 
simples promulgação da Constituição), direta (porque não 
dependem de nenhuma norma regulamentadora para a 
produção de efeitos) e integral (porque já produzem seus 
integrais efeitos). 
As normas de eficácia contida são aquelas que também 
estão aptas para a produção de seus plenos efeitos com a 
promulgação da Constituição (aplicabilidade imediata), mas 
que podem ser restringidas. O direito nelas previsto é 
imediatamente exercitável, com a simples promulgação da 
Constituição, mas esse exercício poderá ser restringido no 
futuro. 
São, por isso, dotadas de aplicabilidade imediata (porque 
estão aptas para produzir efeitos imediatamente, com a 
simples promulgação da Constituição), direta (porque não 
dependem de nenhuma norma regulamentadora para a 
produção de efeitos), mas não-integral (porque sujeitas à 
imposição de restrições). 
As restrições às normas de eficácia contida poderão ser 
impostas: 
a) por lei (exemplo: art. 5º, XIII, da CF/88, que prevê as 
restrições ao exercício de trabalho, ofício ou profissão, que 
poderão ser impostas pela lei que estabelecer as qualificações 
profissionais); 
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b) por outras normas constitucionais (exemplo: art. 139 da 
CF/88, que impõe restrições ao exercício de certos direitos 
fundamentais, durante o período de estado de sítio); 
c) por conceitos ético-jurídicos geralmente aceitos (exemplo: 
art. 5º, XXV, da CF/88, em que o conceito de “iminente 
perigo público” atua como uma restrição imposta ao poder do 
Estado de requisitar propriedade particular). 
As normas de eficácia limitada são aquelas que só 
produzem seus plenos efeitos depois da exigida 
regulamentação. Elas asseguram determinado direito, mas 
esse direito não poderá ser exercido enquanto não for 
regulamentado pelo legislador ordinário. Enquanto não 
expedida a regulamentação, o exercício do direito permanece 
impedido. 
São, por isso, dotadas de aplicabilidade mediata (só 
produzirão seus efeitos essenciais ulteriormente, depois da 
regulamentação por lei), indireta (não asseguram, 
diretamente, o exercício do direito, dependendo de norma 
regulamentadora para tal) e reduzida (com a promulgação da 
constituição, sua eficácia é meramente “negativa”, conforme 
estudaremos em outro exercício adiante). 
O enunciado está CERTO porque reproduz textualmente o 
conceito dado pelo Prof. José Afonso da Silva às normas de 
eficácia contida. 
 
2) (ESAF/AFC/STN/2005) Uma norma constitucional de 
eficácia limitada não produz seus efeitos essenciais com a sua 
simples entrada em vigor, porque o legislador constituinte 
não estabeleceu sobre a matéria, objeto de seu conteúdo, 
uma normatividade suficiente, deixando essa tarefa para o 
legislador ordinário ou para outro órgão do Estado. 
Item CERTO. 
Comentários. 
Mais uma vez, a Esaf se limitou a reproduzir o conceito de 
norma de eficácia limitada, a saber: são aquelas que não 
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produzem seus plenos efeitos (efeitos essenciais) com a 
entrada em vigor da Constituição, porque esta optou por não 
estabelecer normatividade suficiente para tal, deixando essa 
tarefa para o legislador ordinário ou para outro órgão do 
Estado. 
Observe que na parte final do enunciado, a Esaf afirma que a 
tarefa de regulamentar poderá ser deixada para o legislador 
ou para “outro órgão do Estado”. Precisa essa redação, pois, 
de fato, nem sempre direitos previstos na Constituição são 
disciplinados pelo legislador em sentido estrito (Poder 
Legislativo). Há situações em que também outros órgãos do 
Estado podem regulamentar direito previsto na Constituição 
(regulamentação pelo Chefe do Poder Executivo, por decreto, 
por exemplo). 
 
3) (ESAF/AFTE-RN/2004) Uma norma constitucional de 
eficácia limitada possui eficácia plena após a sua 
promulgação, porém essa eficácia poderá ser restringida por 
uma lei, conforme expressamente previsto no texto da 
norma. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
Nesse enunciado a Esaf tentou confundir o candidato, 
apresentando o conceito de norma de eficácia contida, como 
se fosse o de norma de eficácia limitada. 
Com efeito, o conceito está perfeito, mas para normas de 
eficácia contida – e não para normas de eficácia limitada, 
como diz o enunciado. 
 
4) (CESPE/ANALISTA/STM/2004) Segundo a jurisprudência do 
STF, o preceito constitucional que reconhece o direito de 
greve ao servidor público civil constitui norma de eficácia 
contida. 
Item ERRADO. 
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Comentários. 
O STF firmou posição de que a norma constitucional que 
reconhece o direito de greve do servidor público civil (CF, art. 
37, VII) é de eficácia limitada. 
Significa dizer que o servidor público somente poderá realizar 
movimento grevista depois de expedida a lei ordinária 
específica, exigida pela Constituição para regulamentar esse 
direito. Enquanto não houver essa regulamentação (sabe-se 
que hoje ainda não existe!), o direito de greve do servidor 
público civil não poderá ser exercido. 
Duas considerações sobre esse assunto.A primeira é que essa é a situação jurídica do direito de greve 
dos servidores públicos na atualidade, em face da inexistência 
da lei específica regulamentadora. Ou seja: esse é o 
entendimento válido para a prova de qualquer concurso 
público. O candidato não deve ser influenciado pela realidade 
do cotidiano no momento de prestar o concurso. Isso porque 
se sabe que, na prática, a despeito desse entendimento do 
STF, há categorias de servidores que assumem os riscos e 
realizam movimentos grevistas (neste mês de agosto/2005, 
por exemplo, tivemos ampla divulgação na mídia da greve 
dos servidores administrativos do INSS e dos Técnicos da 
Receita Federal). Essa realidade, porém, repito, deve ser 
desconsiderada no momento da realização da prova! 
A segunda consideração é que os comentários aqui 
apresentados referem-se ao direito de greve dos servidores 
públicos civis (CF, art. 37, VII). O direito de greve do 
servidor público civil, aqui estudado, não pode ser 
confundido com o direito de greve dos trabalhadores 
celetistas (previsto no art. 9º da CF/88 e já regulamentado 
pela Lei nº 7.783, de 1989, sendo, portanto, plenamente 
exercitável), tampouco com a regra constitucional relativa aos 
militares, que proíbe expressamente o direito de greve (CF, 
art. 142, § 3º, IV: “ao militar são proibidas a sindicalização e 
a greve”). 
 
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5) (ESAF/AFRF/2000) As normas programáticas são, na sua 
maioria, normas auto-aplicáveis. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
As chamadas “normas programáticas” são, na verdade, uma 
das espécies do gênero normas de eficácia limitada. Ora, se 
são normas de eficácia limitada, é porque não são auto-
aplicáveis (de eficácia plena). 
Com efeito, as normas de eficácia limitada foram divididas 
pelo Prof. José Afonso da Silva em dois grupos: (i) definidoras 
de princípios institutivos ou organizativos; e (ii) definidoras de 
princípios programáticos. 
Bem, eu lamento muito pelas terminologias um tanto quanto 
complicadas, mas foram essas as utilizadas pelo Prof. José 
Afonso da Silva, e as bancas examinadoras as têm cobrado 
assim. Portanto, não posso inventar nesse assunto! 
As normas de eficácia limitada definidoras de princípios 
institutivos ou organizativos são aquelas pelas quais o 
legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação 
e atribuições de órgãos ou entidades, para que o legislador 
ordinário os estruture posteriormente, mediante lei. 
São exemplos: “a lei disporá sobre a organização 
administrativa e judiciária dos Territórios” (art. 33); “a lei 
disporá sobre a criação, estruturação e atribuições dos 
Ministérios” (art. 88); “a lei regulará a organização e o 
funcionamento do Conselho de Defesa Nacional” (art. 91, § 
2º); “a lei disporá sobre a constituição, investidura, 
jurisdição, competência, garantias e condições de exercício 
dos órgãos da Justiça do Trabalho” (art. 113). 
As normas de eficácia limitada definidoras de princípios 
programáticos são aquelas pelas quais o constituinte, em 
vez de regular, direta e imediatamente, determinados 
interesses, limitou-se a lhes traçar os princípios para serem 
cumpridos pelos seus órgãos (legislativos, executivos, 
jurisdicionais e administrativos), como programas das 
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respectivas atividades, visando à realização dos fins sociais do 
Estado. 
Esse grupo de normas corresponde ao que a doutrina 
denomina, simplesmente, “normas programáticas”, como são 
exemplos o art. 7º, XX; o art. 7º, XXVII; o art. 173, § 4º; o 
art. 216, § 3º. 
Bem, como dito acima, as terminologias utilizadas pelo Prof. 
José Afonso da Silva não são tão simples, mas devem ser 
memorizadas, porque esse tema tem sido presença certa em 
praticamente todo concurso realizado pela Esaf. Então, para 
simplificar um pouco, pense nessa seqüência: 
(1º) as normas de eficácia limitada podem ser de dois grupos 
distintos: definidoras de princípios institutivos ou 
organizativos e definidoras de princípios programáticos; 
(2º) as primeiras dizem respeito à criação, estruturação ou 
organização de órgãos ou entidades; 
(3º) as últimas são as chamadas “normas programáticas”, 
que estabelecem programas e diretrizes para a atuação futura 
dos órgãos estatais (desde que estes programas não digam 
respeito à criação, estruturação ou organização de órgãos ou 
entidades). 
O enunciado está ERRADO porque afirma que as normas 
programáticas são, em sua maioria, normas auto-aplicáveis. 
Isso não é verdade, pois, sendo espécie de normas de eficácia 
limitada, são não auto-aplicáveis. 
 
6) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Os direitos e garantias 
fundamentais expressos na Constituição Federal têm 
aplicabilidade imediata, o que significa dizer que são 
assegurados materialmente independentemente de qualquer 
prestação positiva por parte dos poderes públicos. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
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De fato, como regra, a Constituição Federal estabelece que as 
normas definidoras de direitos e garantias fundamentais têm 
aplicabilidade imediata (CF, art. 5º, § 1º). 
Porém, afirmar que uma norma constitucional é dotada de 
aplicabilidade imediata não significa dizer que ela dispensa a 
atuação positiva por parte dos poderes públicos. Significa 
dizer, apenas, que o direito nela previsto poderá ser exigido 
pelo seu destinatário de imediato, sem necessidade de 
regulamentação por lei. 
Vejamos um exemplo. O inciso LXXIV do art. 5º estabelece 
que o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita 
aos que comprovarem insuficiência de recursos. Trata-se, 
conforme já decidiu o STF, de norma de aplicabilidade 
imediata (eficácia plena), isto é, o indivíduo pôde, com a 
simples promulgação da CF/88, pleitear essa assistência 
gratuita, sem necessidade de aguardar qualquer 
regulamentação por lei. Por outro lado, é norma que exige 
uma prestação positiva por parte do Poder Público, que 
deverá, por meio das Defensorias Públicas (CF, art. 134), 
concretizar essa determinação constitucional. 
 
7) (ESAF/AFRF/2000) Normas constitucionais não auto-
aplicáveis somente se tornam normas jurídicas depois de 
reguladas por lei, uma vez que, antes disso, não são capazes 
de produzir efeito jurídico. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
Vimos que o direito previsto em uma norma constitucional de 
eficácia limitada somente pode ser exercido após a exigida 
regulamentação. Em face dessa realidade, desenvolveu-se 
uma tese doutrinária segundo a qual as normas de eficácia 
limitada somente se tornariam normas jurídicas depois de 
regulamentadas por lei, haja vista que, antes disso, não 
seriam capazes de produzir os seus efeitos jurídicos 
essenciais. 
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A tese não é absurda. Vamos aplicá-la à atual situação do 
direito de greve do servidor público civil (CF, art. 37, VII). É 
verdade que o servidor tem o direito de greve assegurado na 
Constituição. Porém, na prática, não pode exercê-lo 
atualmente, porque inexiste a lei ordinária regulamentadora. 
Logo, defenderam alguns doutrinadores, esse dispositivo 
constitucional, em verdade, não possui eficácia jurídica antes 
de sua regulamentação. 
Entretanto, essa tese jurídica – de que as normas 
constitucionais não auto-aplicáveis são desprovidas de 
eficácia jurídica antes de sua regulamentação – não é aceita 
pelo constitucionalismo moderno, que refuta a idéia da 
existência de “letra morta” no texto de uma Constituição. 
O entendimento moderno é o de que as normasconstitucionais não auto-aplicáveis (as normas programáticas, 
de eficácia limitada) não produzem os seus plenos efeitos 
com a sua promulgação. Porém, não se pode afirmar que 
sejam elas desprovidas de eficácia jurídica, pois, com a 
simples promulgação da Constituição, já produzem, pelo 
menos, os seguintes efeitos: 
a) revogam as disposições pretéritas em sentido contrário; 
b) impedem a produção legislativa ulterior contrária aos seus 
comandos. 
Assim, voltando ao nosso exemplo do direito de greve do 
servidor público civil, temos o seguinte: 
(a) eventuais leis do regime constitucional pretérito que 
proibissem o direito de greve do servidor teriam sido 
revogadas pelo art. 37, VII, da CF/88, com a sua simples 
promulgação, em 05/10/1988; 
(b) qualquer lei posterior à promulgação da CF/88 que proíba 
o direito de greve do servidor será flagrantemente 
inconstitucional, por desrespeito ao comando programático do 
art. 37, VII, da CF/88. 
Essa eficácia especial das normas constitucionais não auto-
aplicáveis é chamada “eficácia negativa”. Eficácia negativa 
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porque ela não assegura ao titular do direito a sua imediata 
fruição, mas impede a atuação do Estado em sentido 
contrário (pela revogação das leis pretéritas em sentido 
contrário, e pelo impedimento à elaboração de leis ulteriores 
contrárias ao comando programático). 
O enunciado está ERRADO porque afirma que essas normas 
constitucionais não auto-aplicáveis não produzem efeitos 
antes de sua regulamentação por lei, o que, conforme 
explicado acima, não é verdade. 
 
8) (ESAF/AFRF/2000) As normas que prevêm direitos 
fundamentais são, em sua maioria, normas não auto-
aplicáveis, dependendo de desenvolvimento legislativo para 
produzirem todos os seus efeitos. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
O enunciado está ERRADO porque, como vimos, as normas 
definidoras de direitos e garantias fundamentais têm, em sua 
maioria, aplicabilidade imediata (CF, art. 5º, § 1º). 
A regra, portanto, em se tratando de normas constitucionais 
definidoras de direitos e garantias fundamentais, é a auto-
aplicabilidade (“eficácia plena”, nos dizeres de José Afonso da 
Silva). 
Veremos, adiante, que essa regra não é absoluta, pois 
temos, no texto da Constituição Federal de 1988, direitos 
fundamentais consagrados em normas não auto-aplicáveis, 
dependentes de regulamentação para a produção dos seus 
efeitos essenciais. 
 
9) (CESPE/PROCURADOR/TCPE/2004) No caso das normas 
constitucionais conhecidas como programáticas, assim como 
no das classificadas como de eficácia limitada, é juridicamente 
válido o advento de norma infraconstitucional que lhes seja 
contrária, justamente porque a eficácia delas é deficiente. 
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Item ERRADO. 
Comentários. 
Conforme vimos, um dos efeitos produzidos pelas normas 
programáticas (que são normas de eficácia limitada) é 
impedir a produção legislativa em sentido contrário. Se uma 
norma programática estabelece determinado programa para a 
atuação futura do Estado, este não poderá contrariá-la, 
editando leis em sentido contrário. Se for editada alguma lei 
contrariando o programa estabelecido na norma 
programática, será ela inconstitucional. 
Voltemos ao exemplo do direito de greve do servidor público 
(CF, art. 37, VII), que, segundo o STF, se trata de norma de 
cunho programático. Se por um lado é correto afirmar que 
atualmente o direito de greve não pode ser exercido, pela 
falta da lei específica regulamentadora, também é certo 
afirmar que o legislador não pode, hoje, editar uma lei 
vedando o direito de greve ao servidor público! Não pode 
porque essa lei, impeditiva do direito de greve, desrespeitaria 
o programa estabelecido na norma programática, que 
assegura o direito de greve ao servidor. 
Essa eficácia das normas programáticas é chamada “eficácia 
negativa”. 
Diz-se “eficácia negativa” porque a norma constitucional 
programática, por si só, enquanto não regulamentada, não 
assegura ao titular do direito o seu imediato exercício (não 
dispõe de eficácia positiva). Porém, desde a sua promulgação, 
impede que o legislador atue de maneira contrária ao 
programa nela estabelecido (dispõe de eficácia negativa). 
 
10) (CESPE/AUDITOR/ES) O preâmbulo da Constituição 
Federal, por não trazer disposições de ordem político-
estruturais do Estado, não é considerado texto constitucional 
propriamente dito. 
Item CERTO. 
Comentários. 
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Segundo a jurisprudência do STF, o preâmbulo da 
Constituição Federal de 1988 não dispõe de relevância 
jurídica. Significa dizer que o preâmbulo não integra o Direito 
Constitucional propriamente dito, mas sim o domínio da 
política, refletindo mera posição ideológica do legislador 
constituinte no momento de elaboração da Constituição. 
Em decorrência desse entendimento do STF, podemos 
afirmar, em síntese, que o preâmbulo: (a) não tem força 
normativa como as demais normas constitucionais; (b) não 
serve de parâmetro para a declaração da 
inconstitucionalidade de leis; (c) não constitui limite à atuação 
do poder constituinte reformador, ao modificar a CF/88; (d) 
não é de observância obrigatória pelos estados-membros, na 
elaboração de suas constituições (o preâmbulo da 
Constituição do Estado do Acre, por exemplo, não faz 
nenhuma referência a Deus, aspecto que foi considerado 
válido pelo STF). 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
11) (ESAF/AFC/STN/2005) Na concepção de constituição em 
seu sentido político, formulada por Carl Schmitt, há uma 
identidade entre o conceito de constituição e o conceito de 
leis constitucionais, uma vez que é nas leis constitucionais 
que se materializa a decisão política fundamental do Estado. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
O constitucionalista Carl Schmitt é o responsável pela 
concepção política de constituição, segundo a qual a 
constituição é uma decisão política fundamental. 
Para Schmitt, a constituição surge a partir de um ato 
constituinte, fruto de uma vontade política fundamental de 
produzir uma decisão eficaz sobre modo e forma de existência 
política de um Estado. 
Essa visão política de Schmitt está assentada numa distinção 
entre constituição e leis constitucionais, nestes termos: a 
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constituição disporia somente sobre as matérias de grande 
relevância jurídica, sobre as decisões políticas fundamentais 
do Estado; as demais normas integrantes do texto da 
constituição seriam, tão-somente, leis constitucionais. 
Como se vê, o enunciado está errado porque, em vez de 
referir-se à distinção entre constituição e leis constitucionais 
estabelecida por Schmitt, afirma que haveria, para o autor, 
uma identidade entre constituição e leis constitucionais. 
 
12) (ESAF/AFC/CGU/2003) Em sua concepção materialista ou 
substancial, a Constituição se confundiria com o conteúdo de 
suas normas, sendo pacífico na doutrina quais seriam as 
matérias consideradas como de conteúdo constitucional e que 
deveriam integrar obrigatoriamente o texto positivado. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
Esse enunciado versa sobre a classificação das constituições 
quanto ao conteúdo, que as divide em: materiais e formais. 
Na concepção material (ou substancial) de constituição, são 
constitucionais as normas – escritas ou não escritas – que 
estabelecem os elementos básicos de organização do Estado, 
vale dizer, as normas que tratam de matérias 
substancialmente constitucionais,tais como: as formas de 
aquisição e exercício do poder, a estruturação do Estado e os 
direitos fundamentais. Nessa concepção, leva-se em conta, 
para identificar uma norma constitucional, o seu conteúdo 
(não importando, em nada, o seu processo de elaboração). 
Na concepção formal de constituição, são constitucionais 
todas as normas que integram o texto de uma constituição 
escrita, solenemente elaborada, por um processo distinto 
daquele de elaboração das demais leis (constituição rígida), 
independentemente de seu conteúdo. Nessa concepção, leva-
se em conta, para identificar uma norma constitucional, o 
processo de sua elaboração (não importando, em nada, o 
seu conteúdo). 
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Veja que a primeira parte do enunciado está correta, pois, de 
fato, na concepção materialista ou substancial, a constituição 
se confundiria com o conteúdo de suas normas, haja vista que 
a constituição, na concepção material, é identificada a partir 
do conteúdo das normas. 
Porém, a parte final do enunciado está errada, ao afirmar que 
é pacífico na doutrina quais seriam as matérias 
substancialmente constitucionais, e que, por isso, deveriam 
integrar obrigatoriamente o texto das constituições. Ora, 
essas concepções jurídicas – material e formal – são muito 
subjetivas, e não há nenhum consenso sobre quais seriam as 
normas materialmente (ou substancialmente) constitucionais. 
Os juristas de índole socialista certamente defenderão a 
presença de normas e mais normas de cunho social no texto 
das constituições, enquanto os liberais defenderão a presença 
de princípios econômicos, da valorização da iniciativa privada 
etc. 
O erro do enunciado está, portanto, em afirmar que é pacífico 
na doutrina o entendimento sobre quais seriam as normas 
materialmente constitucionais. 
 
13) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a classificação das 
Constituições, adotada por Karl Lowenstein, uma constituição 
nominativa é um mero instrumento de formalização legal da 
intervenção dos dominadores de fato sobre a comunidade, 
não tendo a função ou a pretensão de servir como 
instrumento limitador do poder real. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
O constitucionalista alemão Karl Loewenstein (houve um erro 
de digitação da Esaf, que omitiu a letra “e” no nome do 
jurista!) desenvolveu uma classificação para as constituições 
levando em conta a existência, ou não, de correspondência 
entre o texto constitucional e a vida política do Estado, 
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dividindo as constituições em três grupos: normativas, 
nominativas e semânticas. 
Para ele, em alguns países há uma perfeita correspondência 
entre o que diz a constituição e o que, de fato, ocorre na vida 
política do Estado, isto é, a Constituição consegue 
efetivamente normatizar a vida política do Estado, limitando a 
ingerência deste e estabelecendo direitos aos indivíduos. 
Nesse caso, temos a chamada constituição normativa. 
Em outros países, a constituição tem o objetivo de regular a 
vida política do Estado, mas não consegue cumprir o seu 
papel. A constituição, nesse caso, é chamada de nominativa. 
Já em outros países, a constituição sequer tem por objetivo 
limitar a ingerência estatal em favor do indivíduo, mas 
somente legitimar os atos de determinados governantes, 
servindo aos exclusivos interesses dos detentores do poder. 
Nesse caso, a constituição é chamada de semântica. 
O enunciado está errado porque o conceito nele apresentado 
refere-se à constituição semântica (e não à constituição 
nominativa, como afirmado). 
 
14) (ESAF/AFC/CGU/2003) As constituições outorgadas, sob a 
ótica jurídica, decorrem de um ato unilateral de uma vontade 
política soberana e, em sentido político, encerram uma 
limitação ao poder absoluto que esta vontade detinha antes 
de promover a outorga de um texto constitucional. 
Item CERTO. 
Comentários. 
O enunciado versa sobre a classificação das constituições 
quanto à origem, que as divide em: outorgadas, 
promulgadas, cesaristas e pactuadas. 
As constituições outorgadas são aquelas elaboradas 
unilateralmente por um impostor, sem a participação popular. 
As constituições promulgadas (democráticas ou populares) 
são aquelas elaboradas com a participação popular, 
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normalmente por intermédio de uma Assembléia Nacional 
Constituinte (ANC). 
As constituições cesaristas são aquelas elaboradas 
unilateralmente, mas submetidas à aprovação ulterior do 
povo, mediante a realização de um referendo. 
As constituições pactuadas são aquelas resultantes de um 
pacto de governabilidade celebrado entre a monarquia (em 
processo de decadência) e a nobreza (em processo de 
ascensão). 
O enunciado está correto porque, de fato, sob a ótica jurídica, 
as constituições outorgadas são resultado de uma vontade 
unilateral soberana (do agente revolucionário). Por outro lado, 
em sentido político, representam a decisão desse agente 
revolucionário em fixar certos limites ao seu próprio poder, 
até então absoluto. 
É verdade que, convenhamos, os golpistas não outorgam uma 
constituição, limitando em parte sua soberania, preocupados 
com os direitos dos indivíduos! A preocupação, normalmente, 
é com a manutenção do seu próprio poder! No intuito de 
perpetuarem no poder, dão uma de “bonzinhos” e outorgam 
uma constituição, limitando, em parte, sua soberania e 
“legitimando” seu governo antidemocrático! 
Para finalizar, é importante saber que, no Brasil, tivemos 
constituições outorgadas (1824, 1937, 1967 e 1969) e 
constituições promulgadas (1891, 1934, 1946 e 1988). 
 
15) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a melhor doutrina, a 
tendência constitucional moderna de elaboração de 
Constituições sintéticas se deve, entre outras causas, à 
preocupação de dotar certos institutos de uma proteção eficaz 
contra o exercício discricionário da autoridade governamental. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
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Esse enunciado versa sobre a classificação das constituições 
quanto à extensão, que as divide em: sintéticas e analíticas. 
As constituições sintéticas (ou concisas) são aquelas de texto 
abreviado, que se limitam a estabelecer os princípios basilares 
de organização do Estado. Um bom exemplo é a Constituição 
dos EUA, composta de apenas algumas dezenas de artigos. 
As constituições analíticas (ou prolixas) são aquelas de texto 
extenso, que tratam de variadas matérias, e não somente de 
matérias substancialmente constitucionais. É o caso, por 
exemplo, da Constituição Federal de 1988. 
O enunciado está errado porque a tendência moderna não é 
de elaboração de constituições sintéticas, mas sim de 
elaboração de constituições analíticas. Constituição sintética, 
de texto abreviado, é coisa do passado. 
Essa tendência moderna de elaboração de constituições 
analíticas é decorrência, sobretudo, de dois fatores: 
a) conferir maior estabilidade a certas matérias, levando-as 
para o texto da constituição, no intuito de limitar a 
discricionariedade do Estado sobre elas; e 
b) assegurar uma maior proteção social aos indivíduos (a 
partir do surgimento do Estado social, as constituições 
passaram a ter conteúdo extenso, de cunho social e 
programático, estabelecendo não só as bases de organização 
do Estado, mas, também, fixando programas e diretrizes de 
política social para a concretização futura pelos órgãos 
estatais). 
 
16) (ESAF/AFC/CGU/2003) Na história do Direito 
Constitucional brasileiro, apenas a Constituiçãode 1824 pode 
ser classificada, quanto à estabilidade, como uma constituição 
semi-rígida. 
Esse item nos remete à classificação das constituições quanto 
à estabilidade (ou alterabilidade), em que, a depender da 
maior ou menor dificuldade para modificação do seu texto, 
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temos: constituições imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-
rígidas. 
As imutáveis são aquelas que não admitem nenhuma 
modificação do seu texto. Esse tipo de constituição está em 
absoluto desuso nos tempos modernos. 
As rígidas são aquelas que admitem modificações no seu 
texto, desde que por um procedimento especial, mais difícil 
do que aquele de elaboração das demais leis do ordenamento. 
É a espécie predominante na atualidade. 
As flexíveis são aquelas que admitem modificações no seu 
texto pelo mesmo procedimento de elaboração das demais 
leis do ordenamento. 
As semi-rígidas (ou semiflexíveis) são aquelas que exigem um 
procedimento especial para a modificação de parte do seu 
texto (parte rígida), e permitem a modificação de outra parte 
do seu texto por um procedimento simples (parte flexível). 
No Brasil, todas as constituições foram do tipo rígidas, exceto 
a Constituição Imperial de 1824, que era semi-rígida. 
Com efeito, o art. 178 da Constituição de 1824 estabelecia o 
seguinte: 
“Art. 178. É só Constitucional o que diz respeito aos limites e 
atribuições respectivas dos Poderes Políticos, e aos Direitos 
Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é 
Constitucional pode ser alterado, sem as formalidades 
referidas, pelas Legislaturas ordinárias.” 
Veja que este artigo estabelecia uma distinção no tocante às 
formalidades necessárias para a alteração dos diferentes 
dispositivos da mesma Constituição: 
a) os dispositivos substancialmente constitucionais (limites e 
atribuições respectivas dos Poderes Políticos e os Direitos 
Políticos e individuais dos Cidadãos) só podiam ser 
modificados por um procedimento especial (parte rígida da 
Constituição); 
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b) os demais dispositivos, considerados não-constitucionais, 
podiam ser modificados pelo processo legislativo ordinário 
(parte flexível da Constituição). 
 
17) (ESAF/AFC/CGU/2003) A existência de supremacia formal 
da constituição independe da existência de rigidez 
constitucional. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
A supremacia formal das constituições decorre, precisamente, 
da rigidez do seu texto. 
Vejamos como nasce a supremacia formal. A rigidez, ao exigir 
formalidades especiais para a elaboração das normas 
constitucionais, posiciona a constituição em um patamar de 
superioridade hierárquica em relação a todas as demais 
normas do ordenamento, em virtude da exigência dessas 
formalidades especiais. Essa superioridade hierárquica da 
constituição, decorrente da exigência de formalidades 
especiais para elaboração de suas normas, é, precisamente, a 
chamada supremacia formal (ou seja: supremacia 
decorrente de forma!). 
Aliás, é por esse motivo que só se pode falar em supremacia 
formal das normas constitucionais sobre as demais leis do 
ordenamento num sistema de constituição rígida. Afinal, se 
estamos num sistema de constituição flexível, não há 
distinção entre os processos legislativos de elaboração das 
normas constitucionais e das leis. Ora, se no regime de 
constituição flexível não há formalidades especiais para a 
elaboração das normas constitucionais, não podemos falar em 
supremacia formal (que decorre de forma!). 
Essa noção de supremacia formal, resultante da rigidez 
constitucional, não pode ser confundida com o conceito de 
supremacia material da Constituição, decorrente da 
dignidade do conteúdo das normas constitucionais. 
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Fala-se em supremacia material da Constituição quando se 
tem em conta a superioridade da norma constitucional em 
razão da dignidade de seu conteúdo (sem nenhuma relação 
com o seu processo de elaboração). Por exemplo: diz-se que 
a norma constitucional que assegura o direito à vida é uma 
norma dotada de supremacia material, devido à dignidade de 
seu conteúdo, por tratar de matéria substancialmente 
constitucional (direito fundamental individual à vida). 
Assim, num sistema de constituição não-escrita, costumeira, 
flexível não podemos falar na presença de supremacia 
formal das normas constitucionais sobre as demais leis do 
ordenamento, pois não há diferença “de forma” entre elas 
(ambas são elaboradas pelo mesmo processo legislativo). 
Porém, mesmo nesse tipo de constituição, podemos falar na 
existência de supremacia material das normas 
constitucionais sobre as demais leis do ordenamento, em 
razão da “superioridade” do conteúdo daquelas sobre estas. 
Melhor explicando. Imagine a Inglaterra, que adota 
constituição não-escrita, costumeira, em que não há um 
processo legislativo especial para a elaboração de suas 
normas constitucionais (não há rigidez constitucional). Ora, se 
não há um processo especial para a elaboração das normas 
constitucionais, como se distingue, na Inglaterra, uma lei 
ordinária de uma lei constitucional? Se tivermos pela frente 
duas leis inglesas (Lei “A” e Lei “B”), elaboradas pelo mesmo 
parlamento, pelo mesmo processo legislativo, como 
saberemos qual delas é constitucional e qual é ordinária? 
Ah, essa distinção é feita levando-se em conta o conteúdo das 
duas normas. Como assim? Muito fácil: a Lei “A” será 
constitucional se versar sobre matéria considerada 
substancialmente constitucional pelo Estado inglês; a Lei “B” 
será ordinária se tratar de matéria que nada tenha a ver com 
a organização do Estado inglês! Nesse caso, a Lei “A” 
(constitucional) é dotada de supremacia em relação à Lei “B” 
(ordinária), mas não em razão de formalidade, do processo 
legislativo de sua elaboração. A Lei “A” é dotada de 
supremacia sobre a Lei “B” em razão da dignidade do seu 
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conteúdo (em razão da matéria). Temos, aí, a chamada 
supremacia material (decorrente do conteúdo da norma). 
Muito interessante esse tema, bonito mesmo! 
E, além de bonito, é importantíssimo numa prova você saber 
distinguir “supremacia formal” (presente somente nas 
constituições que adotam a rigidez constitucional, por resultar 
do processo especial de elaboração das normas 
constitucionais) de “supremacia material” (decorrente da 
dignidade do conteúdo das normas substancialmente 
constitucionais sobre as demais leis do ordenamento). 
É comum, após a apresentação desse assunto, surgir a 
seguinte indagação: “e numa constituição do tipo semi-rígida, 
podemos falar em supremacia formal dos seus dispositivos 
sobre as demais leis do ordenamento?” 
A resposta é afirmativa. Se estivermos diante de um regime 
de constituição semi-rígida, poderemos falar em supremacia 
formal das normas constitucionais que integram a parte dessa 
constituição que é rígida (parte que só pode ser alterada por 
um procedimento especial). Em relação à parte flexível (que 
pode ser modificada por procedimento simples, de elaboração 
das demais leis), não há que se falar em supremacia formal. 
Poderemos, nesse último caso, falar, apenas, em supremacia 
material. 
 
18) (CESPE/ANALISTA/TCU/2004) As constituições 
classificadas como não-escritas, produto de lenta síntese 
histórica, são compostas exclusivamente por normas 
costumeiras, jurisprudência e convenções. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
Esse item nos remete à classificação das constituições quanto 
à forma,em que são divididas em: escritas e não-escritas. 
As constituições escritas são aquelas solenemente elaboradas 
num determinado momento, resultando num documento 
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escrito único do qual constam todas as normas 
constitucionais. É o caso da Constituição Federal de 1988, que 
foi formalmente elaborada num determinado momento 
(1987/1988), por um órgão especial (Assembléia Nacional 
Constituinte) e em que todas as normas constitucionais estão 
consolidadas num único documento escrito. 
As constituições não-escritas são aquelas que surgem com o 
lento passar dos tempos, como resultado de lenta síntese da 
evolução histórica do Estado. São integradas por leis escritas 
esparsas, jurisprudências, normas costumeiras e convenções. 
É o caso da Constituição da Inglaterra. 
O enunciado está ERRADO porque afirma que as constituições 
não-escritas são compostas exclusivamente por normas 
costumeiras, jurisprudência e convenções. A expressão 
“exclusivamente” invalida a assertiva, porque num regime de 
constituição não-escrita temos, também, leis escritas 
esparsas. 
A diferença é que, num regime de constituição não-escrita, as 
leis constitucionais escritas não foram formalmente 
elaboradas como tais, por um processo especial, num 
determinado momento, tampouco estão consolidadas num 
único documento. Foram elas elaboradas como leis comuns, 
estão espalhadas pelo ordenamento jurídico e, com o lento 
passar dos tempos, em razão da importância que assumiram 
para o Estado, passaram a ser consideradas leis 
constitucionais. 
 
19) (CESPE/TJMT/2005) A Constituição flexível é aquela que 
somente admite a sua reforma por meio de emenda à 
constituição. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
Constituição flexível é aquela que permite a sua modificação 
por procedimento legislativo simples, empregado para a 
elaboração das demais leis do ordenamento. Num sistema de 
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constituição flexível, o texto constitucional poderá ser 
modificado pela edição de uma lei ordinária. Nesse sistema, 
se uma lei ordinária contrariar o texto constitucional, não 
teremos uma inconstitucionalidade, mas sim a alteração da 
Constituição. 
 
20) (CESPE/TJMT/2005) A constituição é sempre fruto de um 
processo democrático, não havendo constituição nos países 
onde há a usurpação de poderes por meio de golpes militares 
ou revolucionários. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
Vimos que as constituições poderão ser elaboradas com a 
participação do povo (constituições promulgadas, 
democráticas ou populares) ou sem essa participação 
(constituições outorgadas). Num ou noutro procedimento, 
teremos constituição. Se houver usurpação do poder do povo 
por meio de golpes militares ou revolucionários, a constituição 
resultante será do tipo outorgada. 
 
21) (ESAF/AFRF/2000) Numa Constituição classificada como 
dirigente, não se encontram normas programáticas. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
Esse enunciado se refere à classificação das constituições 
quanto aos fins (ou quanto à finalidade), que divide as 
constituições em três grupos: garantia, balanço e dirigente. 
As constituições do tipo garantia são aquelas de texto 
abreviado (sintéticas) que se limitam a estabelecer as 
garantias individuais frente ao Estado. São também chamadas 
“constituições negativas”, pois sua preocupação é com a 
fixação de limites à atuação do Estado, em respeito às 
garantais dos indivíduos. 
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As constituições balanço são aquelas elaboradas para retratar 
a vida do Estado por um período certo de tempo. A 
constituição retrataria a evolução do Estado num determinado 
período de tempo, findo o qual, far-se-ia um “balanço” dessa 
evolução e seria elaborado um novo texto constitucional, para 
um novo período. Existiram na antiga URSS, como meio de 
acompanhamento da evolução do antigo Estado comunista 
russo. 
As constituições dirigentes (ou programáticas) são aquelas de 
texto extenso (analíticas) que, além de estabelecerem as 
garantias individuais frente ao Estado, preocupam-se também 
com a fixação de programas e diretrizes para a atuação futura 
dos órgãos estatais. Nasceram com o surgimento do chamado 
Estado social, e passaram a introduzir no texto constitucional 
verdadeiros programas sociais a serem concretizados no 
futuro. Esses programas, em sua maioria de cunho social-
democrático, correspondem às chamadas “normas 
programáticas”. 
Portanto, podemos afirmar que a marca de uma constituição 
do tipo dirigente é a presença nela de normas programáticas. 
Tanto é assim que alguns autores denominam esse tipo de 
constituição de “constituição programática ou dirigente”. O 
enunciado está ERRADO porque diz justamente o contrário: 
que numa constituição dirigente não teríamos normas 
programáticas. 
Vale lembrar que a tendência moderna é de elaboração de 
constituições dirigentes, recheadas de programas sociais para 
concretização futura, como a nossa Constituição Federal de 
1988. Por sua vez, essa tendência de introduzir cada vez mais 
programas sociais nos textos das constituições é que fez com 
que os textos destas passassem a ser cada vez mais 
extensos, dando origem às chamadas constituições analíticas. 
Entenderam? A tendência moderna é de elaboração de 
constituições analíticas, de textos extensos. Por que? Porque 
com a elaboração de constituições do tipo dirigentes, com a 
inserção de programas e mais programas de cunho social 
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para concretização futura, os textos constitucionais foram 
ficando cada vez mais extensos. 
 
22) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Constituições semi-rígidas 
são as constituições que possuem um conjunto de normas 
que não podem ser alteradas pelo constituinte derivado. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
Constituições semi-rígidas são aquelas que permitem a 
modificação de parte do seu texto por procedimento simples 
(parte flexível da constituição), mas exigem um procedimento 
especial, mais dificultoso, para a modificação da outra parte 
do seu texto (parte rígida da constituição). 
Veja que, ao contrário do que afirma o enunciado, todo o 
texto constitucional de uma constituição semi-rígida poderá 
ser modificado, embora por procedimentos legislativos 
distintos: uma parte por procedimento simples, outra parte 
por procedimento dificultoso. 
 
23) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Constituições populares são 
aquelas promulgadas apenas após a ratificação, pelos 
titulares do poder constituinte originário, do texto aprovado 
pelos integrantes da Assembléia Nacional Constituinte. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
Constituições populares são aquelas elaboradas com 
participação popular. A regra é a convocação de uma 
Assembléia Nacional Constituinte (ANC) ou Convenção para, 
em nome do povo, elaborar o texto constitucional. Com a 
aprovação da constituição pelos representantes do povo, não 
há necessidade de ulterior ratificação do texto pelo povo. Veja 
o que aconteceu em 1988: a Constituição Federal foi 
aprovada pela Assembléia Nacional Constituinte 
(representantes do povo) e não houve nenhuma ratificação 
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popular ulterior do texto aprovado (não houve referendo para 
aprovação do texto aprovado pela ANC). 
 
24) (CESPE/AUDITOR/ES) Em consonância com os critérios 
adotados para a classificação do texto constitucional, a atual 
Constituição Federal brasileiraé escrita, rígida, promulgada, 
histórica e material. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
A Constituição Federal de 1988 é do tipo escrita (foi 
solenemente elaborada por um órgão especialmente 
designado para tal e todas as normas constitucionais estão 
consolidadas em um único documento), rígida (exige um 
processo especial para modificação do seu texto, previsto no 
art. 60, § 2º, da CF/88) e promulgada (foi elaborada com 
participação do povo, que elegeu a Assembléia Nacional 
Constituinte). 
Entretanto, não é do tipo histórica, e sim dogmática. 
Constituição dogmática é aquela escrita num determinado 
momento, segundo as idéias (dogmas) então vigentes. É o 
caso da Constituição Federal de 1988, elaborada num 
determinado momento, de acordo com os dogmas então 
reinantes. 
Constituição histórica é aquela não-escrita, formada com o 
lento passar do tempo, correspondendo a uma síntese 
histórica da evolução do Estado. É o caso da constituição não-
escrita da Inglaterra. 
Ademais, a Constituição Federal não é do tipo material, e sim 
formal: foi formalmente elaborada por um órgão especial e 
todo o texto constitucional (rígido) está consolidado em um 
único documento escrito. 
 
25) (CESPE/AGENTE/PF/2000) A constituição material do 
Brasil é a parte da Constituição da República integrada pelas 
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regras materialmente constitucionais, ou seja, os dispositivos 
que tratam dos direitos fundamentais e da organização do 
Estado. Já a constituição formal do Brasil é a parte da 
Constituição da República integrada pelas regras formalmente 
constitucionais, ou seja, os preceitos que estão presentes no 
texto constitucional mas que disciplinam assuntos 
normalmente regulados pelo poder legislativo constituído, e 
não pelo poder constituinte originário. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
Esse enunciado do Cespe conseguiu confundir muitos 
candidatos bem preparados, mas a questão é bastante 
simples, senão vejamos. 
Vimos que a Constituição Federal de 1988 é do tipo analítica 
ou prolixa, por possuir conteúdo extenso e tratar de temas 
variados, muitos deles que nada têm a ver com organização 
do Estado. 
Sabe-se também que a Constituição Federal é do tipo escrita, 
solenemente elaborada e rígida. Por esse motivo se diz que 
todos os dispositivos da Constituição Federal de 1988 são 
formalmente constitucionais, pelo simples fato de 
integrarem uma constituição do tipo escrita e rígida. Todo e 
qualquer dispositivo que integra uma constituição escrita e 
rígida é, por esse simples motivo, formalmente constitucional 
(tem forma de norma constitucional, porque foi solenemente 
elaborado como tal). 
Entretanto, somente alguns desses dispositivos são, também, 
materialmente constitucionais, por tratarem de matéria 
substancialmente constitucional. Aqueles dispositivos da 
Constituição Federal de 1988 que tratam de matérias 
substancialmente constitucionais (art. 5º, por exemplo) são 
material (devido ao conteúdo substancialmente 
constitucional) e formalmente (por integrarem o texto da 
Constituição escrita e rígida) constitucionais. Já aqueles 
dispositivos que tratam de matérias que nada têm a ver com 
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a organização do Estado (art. 242, § 2º, por exemplo) são 
apenas formalmente constitucionais. 
Não é correto, porém, por esse motivo, afirmar que a 
Constituição Federal de 1988 é parte material e parte formal. 
De jeito nenhum. Não cometa esse equívoco numa prova. 
Nossa Constituição é do tipo formal, porque todos os seus 
dispositivos foram solenemente elaborados e são dotados de 
rigidez constitucional. Qualquer que seja o conteúdo do 
dispositivo integrante da nossa Constituição Federal é ele 
formalmente constitucional. Enfim, todos, absolutamente 
todos os dispositivos da nossa Constituição Federal são 
formalmente constitucionais, inclusive aqueles integrantes do 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). 
O que é correto, então? O correto é afirmar que a 
Constituição Federal de 1988 é do tipo formal, possuindo 
algumas normas que são material e formalmente 
constitucionais (por integrarem o texto da Constituição escrita 
e rígida e tratarem de matérias substancialmente 
constitucionais) e outras que são apenas formalmente 
constitucionais (por integrarem o texto da Constituição escrita 
e rígida, mas tratarem de matérias que nada têm a ver com 
organização do Estado). 
 
26) (ESAF/AFC/2000/ADAPTADA) Apresenta característica 
típica de Constituição rígida aquela que 
a) somente admite mudanças no seu texto por meio de 
procedimentos mais demorados e difíceis do que o 
procedimento comum de elaboração das leis. 
b) resulta de lenta formação histórica, do lento evoluir das 
tradições, sendo por isso mesmo dotada de maior 
estabilidade, decorrente do prestígio social das suas 
prescrições. 
c) não consagra direitos fundamentais no seu texto, em 
razão de ter sido elaborada sem nenhuma participação 
popular. 
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d) não admite a reforma do seu texto por meios 
institucionais. 
e) possui conteúdo abreviado, versando somente sobre 
matérias substancialmente constitucionais. 
Gabarito: “A” 
Comentários. 
Constituição rígida é aquela que exige um procedimento 
especial, mais dificultoso do que aquele de elaboração das 
demais leis, para a modificação do seu texto. 
São dois os principais mecanismos para se outorgar rigidez a 
uma constituição: 
(a) exigência de um procedimento mais árduo, mais 
demorado (exigência de dois turnos de votação, por 
exemplo); e 
(b) exigência de uma deliberação qualificada para a 
aprovação da matéria (exigência de três quintos dos votos 
dos integrantes do Legislativo, por exemplo). 
A Constituição Federal de 1988 adotou os dois mecanismos 
(CF, art. 60, § 2º): exigência de um procedimento mais 
demorado (dois turnos de votação em cada uma das Casas do 
Congresso Nacional) e de uma deliberação qualificada para 
aprovação da matéria (votos de três quintos dos integrantes 
da Casa Legislativa). 
A assertiva “A”, portanto, responde perfeitamente ao 
enunciado da questão. 
A assertiva “B” está ERRADA porque apresenta o conceito de 
constituição histórica, que não é elaborada por procedimento 
especial, dificultoso. 
A assertiva “C” está ERRADA porque constituição elaborada 
sem nenhuma participação popular é a outorgada, e esse 
aspecto não tem nenhuma relação com a rigidez 
constitucional (isto é, tanto constituições democráticas quanto 
constituições outorgadas podem ser rígidas). 
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A assertiva “D” está ERRADA porque constituição que não 
admite a reforma do seu texto por meios institucionais é do 
tipo imutável. A rigidez admite modificações do seu texto, 
desde que por procedimento especial. 
A assertiva “E” está ERRADA porque constituição que possui 
conteúdo abreviado, versando somente sobre matérias 
substancialmente constitucionais é a sintética, aspecto que 
não tem nenhuma relação com rigidez constitucional (isto é, 
tanto constituições sintéticas quanto constituições analíticas 
podem ser rígidas). 
 
27) (ESAF/AFCE/TCU/2000) Em relação à supremacia 
material e formal das constituições, podemos afirmar: 
a) a formal é reconhecida nas constituições flexíveis 
b) a material está relacionada à produção de um 
documento escrito 
c) a material tem a ver com o modo como as normas 
constitucionais são elaboradas 
d) a formal resulta da situação da Constituição no topoda 
hierarquia das normas, independentemente da matéria 
tratada 
e) a jurisdição constitucional está concebida para proteger a 
supremacia material, mas não a supremacia formal da 
Constituição 
Gabarito: “D” 
Comentários. 
Conforme vimos antes, a supremacia formal das normas 
constitucionais decorre da rigidez constitucional, que 
posiciona a Constituição num patamar de superioridade em 
relação às demais leis do ordenamento. Portanto, a 
supremacia formal decorre do processo especial de 
elaboração da Constituição e, portanto, só está presente nas 
constituições que possuem conteúdo rígido. 
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Por sua vez, a supremacia material decorre da dignidade do 
conteúdo da norma constitucional, isto é, do fato de a norma 
tratar de matéria relevante, substancialmente constitucional. 
A supremacia material independe do processo de elaboração 
da norma e, por isso, está presente também nas constituições 
flexíveis, não-escritas, históricas e costumeiras. 
Feita essa breve revisão, passemos ao exame das assertivas 
da questão. 
A assertiva “A” está ERRADA porque afirma que a supremacia 
formal está presente nas constituições flexíveis, o que não é 
verdade. Afinal, a supremacia formal é decorrência da 
exigência de um procedimento especial para a modificação do 
texto constitucional, o que não existe em um sistema de 
constituição flexível. 
A assertiva “B” está ERRADA porque a supremacia material 
não tem nenhuma relação com o processo de elaboração da 
norma constitucional, com o fato de a constituição ser, ou 
não, escrita. A supremacia material decorre unicamente da 
dignidade do conteúdo da norma constitucional, seja ela 
escrita ou não-escrita. 
A assertiva “C” está ERRADA porque a supremacia material 
não tem nada a ver com o modo como as normas 
constitucionais são elaboradas. Decorre, como vimos, da 
dignidade do conteúdo da norma constitucional, isto é, do fato 
de tratar de matéria substancialmente constitucional. 
A assertiva “D” é a CERTA, pois, de fato, a supremacia formal 
decorre do fato de a constituição posicionar-se no topo da 
hierarquia das normas, em razão da rigidez constitucional, 
nada importando a matéria tratada pela norma. É o que 
temos, por exemplo, na Constituição Federal de 1988: todos 
os seus dispositivos são dotados de supremacia formal em 
relação às demais leis do ordenamento porque a Constituição 
está, por força da rigidez, posicionada no topo do 
ordenamento jurídico brasileiro. 
A letra “E” está ERRADA porque a jurisdição constitucional, 
integrada por todos os juízes e tribunais do Poder Judiciário, 
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está concebida para proteger, especialmente, a supremacia 
formal da Constituição. No Brasil, por exemplo, os órgãos do 
Poder Judiciário – juízes e tribunais – realizam o controle de 
constitucionalidade levando em conta a supremacia formal da 
Constituição. Com efeito, independentemente do conteúdo da 
norma, se ela integra o texto da Constituição Federal, não 
poderá ser desrespeitada pelas leis inferiores, sob pena de 
inconstitucionalidade. Ou, em outras palavras: ainda que seja 
uma norma apenas formalmente constitucional (dotada, 
portanto, somente de supremacia formal), não poderá ela ser 
desrespeitada pela legislação inferior, sob pena de 
inconstitucionalidade. 
 
28) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) A Constituição brasileira de 
1988 pode ser classificada como: 
a) Constituição democrática, histórica, programática e 
analítica. 
b) Constituição semi-rígida, promulgada, programática e 
dogmática. 
c) Constituição flexível, sintética, promulgada e democrática. 
d) Constituição rígida, promulgada, escrita e programática. 
e) Constituição rígida, dogmática, analítica e histórica. 
Gabarito: “D” 
Comentários. 
A assertiva que responde ao enunciado é a letra “D”, pois a 
Constituição Federal de 1988 é do tipo rígida (porque exige 
um procedimento especial para modificação do seu texto), 
promulgada (porque foi elaborada com participação popular), 
escrita (porque está consubstanciada em um único 
documento escrito, solenemente elaborado num determinado 
momento) e programática (porque está recheada de normas 
programáticas, que estabelecem programas e diretrizes para 
a atuação futura dos órgãos estatais). 
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As assertivas “A” e “E” estão ERRADAS porque afirmam ser a 
Constituição Federal histórica; a assertiva “B” está ERRADA 
porque afirma ser a Constituição Federal semi-rígida; e a 
assertiva “C” está ERRADA porque afirma ser a Constituição 
Federal flexível e sintética. 
Em resumo, podemos afirmar que a Constituição Federal de 
1988 é: promulgada, escrita, dogmática, rígida, formal, 
analítica, normativa e dirigente/programática. 
 
29) (CESPE/AGENTE/PF/2000) Toda constituição escrita é 
rígida. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
Embora em regra as constituições escritas sejam do tipo 
rígida, essa relação não é absoluta. Nada impede que uma 
constituição escrita seja flexível, permitindo a modificação do 
seu texto por um procedimento legislativo simples. Já 
tivemos, na Itália, constituições escritas e flexíveis. 
 
30) (CESPE/AGENTE/PF/2000) A Supremacia material e 
formal das normas constitucionais é atributo presente tanto 
nas constituições rígidas quanto nas flexíveis. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
Conforme vimos, a supremacia formal das normas 
constitucionais sobre as demais leis do ordenamento é 
decorrência da rigidez constitucional. A constituição passa a 
ocupar uma posição de superioridade hierárquica em relação 
às demais leis do ordenamento em virtude das formalidades 
especiais exigidas para a modificação do seu texto. Portanto, 
não se pode falar em supremacia formal da Constituição 
flexível em relação às demais leis do ordenamento, porque 
nesse tipo de constituição não há formalidades especiais para 
elaboração do seu texto. 
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31) (CESPE/AGENTE/PF/2000) A rigidez das constituições é o 
pressuposto do controle de constitucionalidade. 
Item CERTO. 
Comentários. 
Vimos que a rigidez situa a constituição num patamar de 
superioridade hierárquica em relação a todas as demais leis 
do ordenamento jurídico. Significa dizer que todas as demais 
normas inferiores somente serão válidas se estiverem de 
acordo com os comandos constitucionais. Nenhuma norma 
inferior poderá desrespeitar os comandos constitucionais, sob 
pena de inconstitucionalidade. Vale dizer, a constituição passa 
a atuar como fundamento de validade de todo o ordenamento 
jurídico. Enfim, a constituição passa a ser dotada de 
supremacia formal sobre todas as demais leis do 
ordenamento. 
Surge, então, a necessidade de se criar um processo de 
fiscalização dessa compatibilidade das normas inferiores com 
o texto constitucional. Esse processo especial é o chamado 
controle de constitucionalidade das leis. Portanto, o controle 
de constitucionalidade nada mais é do que o mecanismo 
criado pelo legislador constituinte para a fiscalização da 
validade das leis em confronto com a Constituição. 
Ora, só existe o mecanismo de controle de constitucionalidade 
das leis frente à constituição porque esta está num patamar 
de superioridade hierárquica em relação àquelas. E a 
constituição situa-se num patamar de superioridade 
hierárquica em virtude da rigidez constitucional. Logo, a 
rigidez é pressuposto do controle de constitucionalidade. Ou, 
em outras palavras: o controle de constitucionalidade édecorrência da rigidez constitucional. 
Conforme veremos mais adiante, no estudo do controle de 
constitucionalidade das leis, em um regime de constituição 
flexível não há que se falar, propriamente, em controle de 
constitucionalidade das leis. Se no regime de constituição 
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flexível a lei constitucional e a lei ordinária são elaboradas 
pelo mesmo processo legislativo, como poderá ocorrer a 
fiscalização de uma frente à outra? 
Importantíssimas estas noções: a rigidez constitucional é o 
pressuposto para o controle de constitucionalidade das leis; o 
controle de constitucionalidade das leis é decorrência da 
rigidez constitucional; logo, não se pode falar em controle de 
constitucionalidade em um regime de constituição flexível. 
 
32) (CESPE/AGENTE/PF/2000) Apenas as normas das 
constituições escritas possuem supremacia. 
Item ERRADO. 
Comentários. 
Vimos que as normas das constituições não-escritas possuem 
supremacia material sobre as demais leis do ordenamento, 
em razão da dignidade de seu conteúdo. Nos regimes de 
constituição flexível só não podemos falar em supremacia 
formal, porque esta é decorrência da rigidez constitucional. 
A assertiva estaria certa se a afirmação fosse que apenas as 
normas das constituições escritas possuem supremacia 
formal. Porém, como a assertiva não especificou o tipo de 
supremacia, a afirmação está errada (afinal, nas constituições 
não-escritas temos supremacia, desde que do tipo material). 
 
33) Uma das classificações das constituições leva em 
consideração os mecanismos previstos para a mudança delas, 
do que resultam as categorias de constituições rígidas, 
flexíveis e semi-rígidas; as flexíveis são aquelas que não 
exigem mecanismos especiais de alteração, mais solenes e 
complexos que os aplicados à produção do direito 
infraconstitucional; em todas essas espécies, devido à 
supremacia formal da Constituição, deve haver mecanismos 
adequados de controle de constitucionalidade. 
Item ERRADO. 
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Comentários. 
A parte inicial da assertiva está correta, até a apresentação 
do conceito de constituição flexível. 
Porém, a parte final invalida a assertiva, ao rezar que em 
todas as espécies de constituição, devido à supremacia formal 
das normas constitucionais, deve haver controle de 
constitucionalidade. Ora, vimos que nas constituições flexíveis 
não há supremacia formal das normas constitucionais sobre 
as demais leis do ordenamento, tampouco existe controle de 
constitucionalidade (este instituto está presente somente nas 
constituições do tipo rígida). 
Bem, tive a preocupação de selecionar exercícios versando 
sobre todas as classificações tradicionais, para que a nossa 
revisão ficasse completa. Com isso, revisamos as seguintes 
classificações: quanto à origem (outorgadas, promulgadas, 
cesaristas e pactuadas); quanto à forma (escritas e não-
escritas); quanto ao modo de elaboração (históricas e 
dogmáticas); quanto à estabilidade (imutáveis, rígidas, 
flexíveis e semi-rígidas); quanto ao conteúdo (materiais e 
formais); quanto à extensão (analíticas e sintéticas); quanto 
à correspondência com a realidade (normativas, nominativas 
e semânticas); e quanto aos fins (garantia, dirigentes e 
balanço). 
Um forte abraço, 
Vicente Paulo 
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LISTA DOS EXERCÍCIOS COMENTADOS NESTA AULA 
1) (ESAF/AFT/2003) Segundo a melhor doutrina, as normas 
de eficácia contida são de aplicabilidade direta e imediata, no 
entanto, podem ter seu âmbito de aplicação restringido por 
uma legislação futura, por outras normas constitucionais ou 
por conceitos ético-jurídicos. 
2) (ESAF/AFC/STN/2005) Uma norma constitucional de 
eficácia limitada não produz seus efeitos essenciais com a sua 
simples entrada em vigor, porque o legislador constituinte 
não estabeleceu sobre a matéria, objeto de seu conteúdo, 
uma normatividade suficiente, deixando essa tarefa para o 
legislador ordinário ou para outro órgão do Estado. 
3) (ESAF/AFTE-RN/2004) Uma norma constitucional de 
eficácia limitada possui eficácia plena após a sua 
promulgação, porém essa eficácia poderá ser restringida por 
uma lei, conforme expressamente previsto no texto da 
norma. 
4) (CESPE/ANALISTA/STM/2004) Segundo jurisprudência do 
STF, o preceito constitucional que reconhece direito de greve 
ao servidor público civil constitui norma de eficácia contida. 
5) (ESAF/AFRF/2000) As normas programáticas são, na sua 
maioria, normas auto-aplicáveis. 
6) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Os direitos e garantias 
atuação positiva por parte dos poderes públicos. Significa 
dizer, apenas, que o direito nela previsto poderá ser exigido 
pelo seu destinatário de imediato, sem necessidade de 
regulamentação por lei. 
7) (ESAF/AFRF/2000) Normas constitucionais não auto-
aplicáveis somente se tornam normas jurídicas depois de 
reguladas por lei, uma vez que, antes disso, não são capazes 
de produzir efeito jurídico. 
8) (ESAF/AFRF/2000) As normas que prevêm direitos 
fundamentais são, em sua maioria, normas não auto-
aplicáveis, dependendo de desenvolvimento legislativo para 
produzirem todos os seus efeitos. 
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9) (CESPE/PROCURADOR/TCPE/2004) No caso das normas 
constitucionais conhecidas como programáticas, assim como 
no das classificadas como de eficácia limitada, é juridicamente 
válido o advento de norma infraconstitucional que lhes seja 
contrária, justamente porque a eficácia delas é deficiente. 
10) (CESPE/AUDITOR/ES) O preâmbulo da Constituição 
Federal, por não trazer disposições de ordem político-
estruturais do Estado, não é considerado texto constitucional 
propriamente dito. 
11) (ESAF/AFC/STN/2005) Na concepção de constituição em 
seu sentido político, formulada por Carl Schmitt, há uma 
identidade entre o conceito de constituição e o conceito de 
leis constitucionais, uma vez que é nas leis constitucionais 
que se materializa a decisão política fundamental do Estado. 
12) (ESAF/AFC/CGU/2003) Em sua concepção materialista ou 
substancial, a Constituição se confundiria com o conteúdo de 
suas normas, sendo pacífico na doutrina quais seriam as 
matérias consideradas como de conteúdo constitucional e que 
deveriam integrar obrigatoriamente o texto positivado. 
13) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a classificação das 
Constituições, adotada por Karl Lowenstein, uma constituição 
nominativa é um mero instrumento de formalização legal da 
intervenção dos dominadores de fato sobre a comunidade, 
não tendo a função ou a pretensão de servir como 
instrumento limitador do poder real. 
14) (ESAF/AFC/CGU/2003) As constituições outorgadas, sob a 
ótica jurídica, decorrem de um ato unilateral de uma vontade 
política soberana e, em sentido político, encerram uma 
limitação ao poder absoluto que esta vontade detinha antes 
de promover a outorga de um texto constitucional. 
15) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a melhor doutrina, a 
tendência constitucional moderna de elaboração de 
Constituições sintéticas se deve, entre outras causas, à 
preocupação de dotar certos institutos de uma proteção eficaz 
contra o exercício discricionário da autoridade governamental. 
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16) (ESAF/AFC/CGU/2003) Na história do Direito 
Constitucional brasileiro, apenas a Constituição de 1824 pode 
ser classificada, quanto à estabilidade, como uma constituição 
semi-rígida.17) (ESAF/AFC/CGU/2003) A existência de supremacia formal 
da constituição independe da existência de rigidez 
constitucional. 
18) (CESPE/ANALISTA/TCU/2004) As constituições 
classificadas como não-escritas, produto de lenta síntese 
histórica, são compostas exclusivamente por normas 
costumeiras, jurisprudência e convenções. 
19) (CESPE/TJMT/2005) A Constituição flexível é aquela que 
somente admite a sua reforma por meio de emenda à 
constituição. 
20) (CESPE/TJMT/2005) A constituição é sempre fruto de um 
processo democrático, não havendo constituição nos países 
onde há a usurpação de poderes por meio de golpes militares 
ou revolucionários. 
21) (ESAF/AFRF/2000) Numa Constituição classificada como 
dirigente, não se encontram normas programáticas. 
22) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Constituições semi-rígidas 
são as constituições que possuem um conjunto de normas 
que não podem ser alteradas pelo constituinte derivado. 
23) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Constituições populares são 
aquelas promulgadas apenas após a ratificação, pelos 
titulares do poder constituinte originário, do texto aprovado 
pelos integrantes da Assembléia Nacional Constituinte. 
24) (CESPE/AUDITOR/ES) Em consonância com os critérios 
adotados para a classificação do texto constitucional, a atual 
Constituição Federal brasileira é escrita, rígida, promulgada, 
histórica e material. 
25) (CESPE/AGENTE/PF/2000) A constituição material do 
Brasil é a parte da Constituição da República integrada pelas 
regras materialmente constitucionais, ou seja, os dispositivos 
que tratam dos direitos fundamentais e da organização do 
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Estado. Já a constituição formal do Brasil é a parte da 
Constituição da República integrada pelas regras formalmente 
constitucionais, ou seja, os preceitos que estão presentes no 
texto constitucional mas que disciplinam assuntos 
normalmente regulados pelo poder legislativo constituído, e 
não pelo poder constituinte originário. 
26) (ESAF/AFC/2000/ADAPTADA) Apresenta característica 
típica de Constituição rígida aquela que 
a) somente admite mudanças no seu texto por meio de 
procedimentos mais demorados e difíceis do que o 
procedimento comum de elaboração das leis. 
b) resulta de lenta formação histórica, do lento evoluir das 
tradições, sendo por isso mesmo dotada de maior 
estabilidade, decorrente do prestígio social das suas 
prescrições. 
c) não consagra direitos fundamentais no seu texto, em 
razão de ter sido elaborada sem nenhuma participação 
popular. 
d) não admite a reforma do seu texto por meios 
institucionais. 
e) possui conteúdo abreviado, versando somente sobre 
matérias substancialmente constitucionais. 
27) (ESAF/AFCE/TCU/2000) Em relação à supremacia 
material e formal das constituições, podemos afirmar: 
a) a formal é reconhecida nas constituições flexíveis 
b) a material está relacionada à produção de um 
documento escrito 
c) a material tem a ver com o modo como as normas 
constitucionais são elaboradas 
d) a formal resulta da situação da Constituição no topo da 
hierarquia das normas, independentemente da matéria 
tratada 
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e) a jurisdição constitucional está concebida para proteger a 
supremacia material, mas não a supremacia formal da 
Constituição 
28) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) A Constituição brasileira de 
1988 pode ser classificada como: 
a) Constituição democrática, histórica, programática e 
analítica. 
b) Constituição semi-rígida, promulgada, programática e 
dogmática. 
c) Constituição flexível, sintética, promulgada e democrática. 
d) Constituição rígida, promulgada, escrita e programática. 
e) Constituição rígida, dogmática, analítica e histórica. 
29) (CESPE/AGENTE/PF/2000) Toda constituição escrita é 
rígida. 
30) (CESPE/AGENTE/PF/2000) A Supremacia material e 
formal das normas constitucionais é atributo presente tanto 
nas constituições rígidas quanto nas flexíveis. 
31) (CESPE/AGENTE/PF/2000) A rigidez das constituições é o 
pressuposto do controle de constitucionalidade. 
32) (CESPE/AGENTE/PF/2000) Apenas as normas das 
constituições escritas possuem supremacia. 
33) Uma das classificações das constituições leva em 
consideração os mecanismos previstos para a mudança delas, 
do que resultam as categorias de constituições rígidas, 
flexíveis e semi-rígidas; as flexíveis são aquelas que não 
exigem mecanismos especiais de alteração, mais solenes e 
complexos que os aplicados à produção do direito 
infraconstitucional; em todas essas espécies, devido à 
supremacia formal da Constituição, deve haver mecanismos 
adequados de controle de constitucionalidade.

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