Buscar

Curso de Parasitologia Clínica - Módulo II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Curso de 
Parasitologia Clínica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
SUMÁRIO 
 
 
II.1 – Introdução à Entomologia 
II.2 – Os ácaros 
 II.2.1 – Escabiose (sarna) 
 II.2.1.1 – Biologia de Sarcoptes scabiei 
 II.2.1.2 – Formas clínicas 
 II.2.1.3 – Diagnóstico 
 II.2.2 – Carrapatos 
II.3 – Moscas e mosquitos 
 II.3.1 – Moscas 
 II.3.1.1 – Moscas como veiculadoras de parasitoses 
 II.3.1.2 – Berne 
 II.3.1.3 – Miíase 
 II.3.2 – Mosquitos 
 II.3.2.1 – Mosquitos como vetores de parasitoses 
II.4 – Pulgas e piolhos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
II.1. INTRODUÇÃO A ENTOMOLOGIA 
 
Entomologia é a ciência que estuda os insetos sob todos seus aspectos e relações com 
o homem, as plantas, os animais e o ambiente. A palavra Entomologia é proveniente da 
união de dois radicais gregos, entomon (inseto) e logos (estudo) e vem sendo empregada 
desde Aristóteles (384-322 a.C.) para designar “Estudo dos insetos”. 
 
Entretanto, neste módulo estudaremos apenas os insetos de importância médica, e, neste 
caso, estudaremos não só os insetos como também os ácaros. A principal característica 
encontrada em insetos e ácaros é a presença de esqueleto externo (exoesqueleto) 
formado pelo tegumento. 
 
O ciclo biológico dos insetos é, na maioria das vezes, ovípara. O formato dos ovos e o 
local escolhido são tremendamente variáveis. Desde o ovo até adulto, o inseto sofre 
várias modificações complexas, reguladas por hormônios. Os tipos de evolução são: 
 
a) ametabolia: quando os insetos não apresentam mudanças distintas nas formas entre 
os estádios de ovo até adultos. Isto é: as formas jovens são semelhantes aos adultos. Ex: 
as traças; 
b) paurometabolia ou metamorfose gradual: quando os insetos passam pelas formas de 
ovo, ninfa e adulto, porém as ninfas têm um desenvolvimento gradual, vivem no mesmo 
ambiente e têm o mesmo hábito alimentar do adulto. Ex: os Hemipteras (barbeiros); 
c) hemimetabolia: quando os insetos passam pelas formas de ovo, ninfa e adulto, mas as 
ninfas diferem dos adultos pelo ambiente e alimentação. Ex: as libélulas; 
d) holometabolia ou metamorfose completa: quando os insetos passam pelas fases de 
ovo, larva, pupa e adulto. Ex: os mosquitos e moscas. 
 
II.2. OS ÁCAROS 
Os ácaros são artrópodes com o corpo fundido em cefalotórax e abdome, com quatro 
pares de patas e sem antenas. Na parte anterior, chamada gnatossoma, localizam-se as 
peças bucais: quelíceras e palpos ou pedipalpos. As quelíceras possuem pinças em suas 
extremidades que são utilizadas para cortar ou perfurar os tecidos. Os palpos ou 
 
 
 
 
 
 
 
24 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
pedipalpos são órgãos que auxiliam na alimentação. Nos carrapatos existe um órgão 
relacionado aos palpos e quelíceras: o hipóstomo. Este auxilia na fixação do carrapato 
aos tecidos do hospedeiro. 
 
A parte posterior, chamada idiossoma, corresponde ao resto do corpo, e, nele, estão 
inseridas as patas e podem ser vistos os orifícios genitais, anal, estigmas respiratórios, 
placas, sulcos e etc. 
 
II.2.1. ESCABIOSE (SARNA) 
 
Na sub-ordem Sarcoptiformes encontramos algumas espécies de Acari que se 
caracterizam por possuírem cutícula delgada, sem estigmas respiratórios e palpos 
simples. A espécie Sarcoptes scabiei é uma das mais importantes. 
 
A escabiose ou sarna sarcóptica foi uma das primeiras doenças humanas que teve sua 
causa conhecida. Antigamente essa sarna era muito comum entre a população; 
posteriormente, com o advento de medicamentos eficazes e higiene aprimorada, ela 
tornou-se rara. Entretanto, a partir da década de 70, elevou-se o número de pessoas 
apresentando esse parasito. As principais razões foram o aumento da população, 
facilitando o maior contato em ambientes coletivos (ônibus, por exemplo), promiscuidade 
sexual e mudança no comportamento humano em geral. 
 
O Sarcoptes scabiei possui corpo globoso, pernas curtas, sem garras. A cutícula é 
marcada por estrias finas, freqüentemente interrompidas por áreas com cerdas finas e 
flexíveis, espinhos curtos e robustos e escamas de forma triangular que são 
características do gênero (Figura 01). 
 
II.2.1.1. Biologia de Sarcoptes scabiei 
Os adultos perfuram túneis ou galerias na epiderme, principalmente nas regiões 
interdigitais, mãos, punhos, cotovelos, axilas e virilhas. Podem localizar-se também nas 
nádegas, genitais externos, seios, costas e pernas. As fêmeas que já copularam 
penetram na epiderme e começam a fazer túneis ou galerias e vão deixando para trás um 
 
 
 
 
 
 
 
25 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
rastro de ovos. Ovipõem três a quatro ovos por dia, num total de 40 a 50 durante toda a 
sua vida. 
 
O período de incubação dura de três a cinco dias, quando eclodem larvas hexápodas. 
Estas permanecem nas galerias ou saem para a superfície da pele, onde ficam nas 
crostas que recobrem as galerias. Em um desses pontos, elas se alimentam, sofrem 
mudas e transformam-se em ninfas octópodas; oito a dez dias após transformam-se em 
machos e fêmeas. Ocorre a cópula e as fêmeas iniciam novas galerias ou túneis. O ciclo, 
do ovo até fêmeas grávidas, demora cerca de 20 dias (Figura 02). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.fukuto.com/para1/sarcoptes/sarcoptes www.fukuto.com/para1/sarcoptes/sarcoptes 
Figura 01 - Sarcoptes scabiei adultos. (A) Visão dorsal e lateral (B) Visão ventral 
A B 
Figura 02 - Ciclo de vida de 
S. scabiei (Fonte: Rey, 2005) 
 
 
 
 
 
 
 
26 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
II.2.1.2. Formas clínicas 
A perfuração da epiderme, junto com produtos do metabolismo do parasito e a ação de 
sua saliva, gera um prurido intenso (Figura 03). Este prurido é mais evidente e irritante à 
noite, quando o hospedeiro está aquecido pelas cobertas. Freqüentemente, o hospedeiro 
se coça fortemente, abrindo porta de entrada para infecções microbianas secundárias. 
Pode ocorrer a formação de crostas salientes. 
/ 
 
 
II.2.1.3. Diagnóstico 
A anamnese do paciente, o prurido, a localização e o aspecto das crostas são muito 
sugestivos para o diagnóstico clínico. 
 
O diagnóstico parasitológico pode ser feito de duas maneiras: a) aderindo uma fita 
gomada sobre as crostas, coloca-se depois a fita sobre uma lâmina e observa-se seu 
conteúdo ao microscópio; b) raspar profundamente a epiderme nos limitescom a pele sã, 
colher o raspado em lâmina o observar ao microscópio. Pode-se acrescentar algumas 
gotas de NaOH para clarificar o material antes de ser observado no microscópio (Figura 
04). 
http://www.med.nagoya-
u.ac.jp/ped/super/data/IMAGE/SCABIES2.JPG 
http://pathmicro.med.sc.edu/parasitology/mite.jpg 
A B 
Figura 03 - (A) Lesões causadas por S. scabiei no antebraço de uma criança (B) Escabiose na 
região interdigital de um adulto. 
 
 
 
 
 
 
 
27 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
 
II.2.2. CARRAPATOS 
 
Os carrapatos, ou ixodídeos, são ácaros de grande porte, ectoparasitos sugadores de 
sangue de vertebrados. Têm grande resistência ao jejum e podem transmitir vários 
patógenos. Alguns desses patógenos podem ser transmitidos à progênie, o que os torna 
vetores (que transmitem o parasito entre dois hospedeiros, podendo, o patógeno, ter 
alguma fase de desenvolvimento dentro do vetor) e reservatórios (onde vive e se 
multiplica um agente infeccioso, sendo possível a transmissão para outros hospedeiros). 
 
Os carrapatos são, depois dos mosquitos, os mais importantes vetores de doenças 
humanas, transmitindo doenças. Carrapatos transmitem diversas formas de tifo, além de 
outras doenças. Nas zonas temperadas, carrapatos são os agentes transmissores da 
potencialmente debilitante doença de Lyme — a doença mais comum transmitida por 
vetor nos Estados Unidos e na Europa. Um estudo sueco revelou que aves migratórias às 
vezes transportam carrapatos por milhares de quilômetros, podendo introduzir as doenças 
que carregam a novos lugares. 
 
De fato, um único carrapato pode abrigar até três diferentes organismos patogênicos e 
transmitir todos eles em uma única picada! 
 
http://www.vetcutis.freeserve.co.uk/vetcutis/sarcoptes_s
cabiei_cow.jpg 
www.fukuto.com/para1/sarcoptes/sarcoptes A B 
Figura 04 - (A) Raspado de pele de cão. (B) Raspado de pele mostrando os parasitos 
adultos, formas larvares e ovos. As setas indicam os ectoparasitos. 
 
 
 
 
 
 
 
28 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Além da espoliação sanguínea e da transmissão de doenças, algumas espécies de 
carrapatos injetam, juntamente com a saliva, toxinas debilitantes e paralisantes, às vezes 
fatais ao hospedeiro, incluindo o homem. 
 
Os carrapatos possuem dimorfismo sexual acentuado: os machos, menores em tamanho, 
apresentam um escudo recobrindo toda a área dorsal. Nas fêmeas, o escudo é limitado 
ao terço anterior do corpo (chamado noto) (Figura 05 A). Além dos ovos, os ixodidae 
passam por três estágios durante seu ciclo biológico: larvas, ninfas e adultos (Figura 05 
B). Cada um destes estágios suga sangue durante alguns dias, antes da muda (chamada 
ecdise) ou do início da postura de milhares de ovos; após a oviposição, as fêmeas 
morrem. Os machos não sugam sangue ou sugam muito pouco. 
 
http://www.cdphe.state.co.us/dc/zoonosis/tick/images/male_female_da_tick.jpg 
Macho 
Fêmea 
A 
 
 
 
 
 
 
 
29 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
 
Para fixação, após a penetração das peças bucais no tecido do hospedeiro, as glândulas 
salivares do carrapato secretam uma substância leitosa, chamada cemento, que endurece 
em volta das peças bucais e favorece a fixação do carrapato (Figura 06). 
 
 
http://www.ent.iastate.edu/images/ticks/all4small.gif 
www.lymediseaseaction.org.uk/.../frame1072.jpg 
B 
Figura 05 - (A) Macho e fêmea de Amblyomma, o carrapato-estrela. (B) Formas evolutivas do 
carrapato: adulto (macho e fêmea), ninfa e larva. 
Figura 06 - Desenho ilustrativo de um carrapato fixado à pele do hospedeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
30 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
As glândulas salivares secretam ainda agentes farmacológicos com funções 
anticoagulantes e citolíticas que promovem um aumento da permeabilidade vascular, 
dilatação dos vasos sanguíneos e hemorragias, favorecendo a alimentação do carrapato 
e causando no hospedeiro uma reação de prurido intenso e formação de edema. 
 
O controle dos carrapatos no ambiente é feito através de manejo da vegetação (limpeza e 
poda) e aplicação de acaricidas. No entanto, o impacto de resíduos acaricidas no 
ambiente, faz com que o controle individual nas pessoas e animais seja o mais viável. O 
uso de carrapaticidas sobre o corpo dos animais, através de banhos, aspersões, 
polvilhamento e etc. é a forma mais ampla e disponível no combate aos ixodídeos. 
 
Para remover um carrapato da pele, limpe bem o local e puxe-o o mais rente da pele 
possível (Figura 07), minimizando a dor e evitando que as peças bucais se quebrem 
dentro da pele, causando um foco inflamatório. 
 
 
 
II. 3. MOSCAS E MOSQUITOS 
 
Moscas e mosquitos são exemplares da ordem Diptera. A evolução é do tipo 
holometabólica, isto é, obrigatoriamente passam pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto. 
http://hem.bredband.net/tbepatientforeningen/Bilder/Remove_small_tick.jpg 
Figura 07 - Desenho ilustrativo de como remover um carrapato 
 
 
 
 
 
 
 
31 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
O meio escolhido por cada espécie para fazer a postura e para a larva se desenvolver é 
variadíssimo. Pode ser folhas, paus podres, fezes animais ou humanas, cadáveres, lama, 
água limpa, água parada, água suja...enfim, diversos! 
 
Mas, afinal, qual é a diferença entre moscas e mosquitos? 
 
Esta pergunta é fácil de ser respondida! A figura 08 mostra que as moscas possuem 
antena formada por apenas três segmentos, sendo que sobre o último assenta-se a 
arista. Os mosquitos apresentam antenas formadas por mais de seis segmentos. Um 
exemplo: o pernilongo é um mosquito. Já o que chamamos de “mosquito”, que voa sobre 
carnes, frutas e é encontrado com facilidade em qualquer residência, é uma mosca, a 
mosca doméstica (Musca domestica). 
 
 
 
II.3.1. MOSCAS 
 
II.3.1.1 Moscas como veiculadoras de doenças 
As moscas possuem grande importância para o homem sob o ponto de vista biológico e 
médico-veterinário. Do ponto de vista biológico, muitas moscas são extremamente úteis 
como polinizadoras, como decompositoras de matéria orgânica, fonte de alimentos para 
vários animais e como predadoras de larvas de borboletas e besouros e, por isso, são 
http://www.geocities.com/mmmb1280/images1/18.jpg http://www.radionetherlands.nl/assets/images/fly3.jpg 
Figura 08 - (A) A seta mostra a antena de um mosquito, observe a numerosa segmentação. (B) A seta 
indica as antenas de uma mosca, observe que as antenas são curtas com apenas três segmentos. 
A 
B
B 
 
 
 
 
 
 
 
32 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
utilizadas no controle biológico. Do ponto de vista médico-veterinário, sua importância 
está relacionada com: 
 
a) sinantropia: é a capacidade que algumas moscas têm de freqüentar ambiente rural, 
silvestre e urbano e, após visitarem dejetos e carcaças, veicular patógenos; 
b) importunação de homens e animais pela hematofagia, às vezes, intensa e dolorosa; 
c) agentes de miíases. 
 
As moscas podem atuar como vetores— ou seja, agentes transmissores de doenças — 
de duas formas principais. Uma delas é a transmissão 
mecânica. Assim como as pessoas podem trazer para 
dentro de casa sujeira impregnada no sapato, a mosca 
doméstica, por exemplo, pode carregar nas patas milhões 
de microorganismos que, dependendo da quantidade, 
causam doenças. Moscas que pousaram em fezes, por 
exemplo, contaminam alimentos e bebidas. Essa é uma 
forma de o homem contrair doenças debilitantes e 
mortíferas como a febre tifóide, a disenteria e até mesmo a cólera. 
 
A outra forma de transmissão ocorre quando insetos hospedeiros de vírus, bactérias ou 
parasitas infectam as vítimas pela picada ou por outros meios. A mosca tsé-tsé transmite 
o protozoário causador da doença do sono, que aflige centenas de milhares de pessoas, 
obrigando comunidades inteiras a abandonar seus campos férteis. A mosca-negra, 
transmissora do parasita que provoca a cegueira do rio, privou da visão cerca de 400 mil 
africanos. Trata-se de um grupo de doenças incapacitantes, que hoje afligem milhões de 
pessoas de todas as idades ao redor do mundo, desfiguram a vítima e muitas vezes 
causam a morte. 
 
II.3.1.2. Berne 
Os adultos da mosca Dermatobia hominis são pouco vistos, pois possuem uma vida curta 
(entre 5-20 dias) e vivem em ambientes florestais. A larva, denominada berne, é bem 
conhecida (Figura 09). 
 
 
 
 
 
 
 
33 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
 
 
Os adultos da D. hominis não se alimentam. Logo após o nascimento ocorre a cópula. A 
fêmea fecundada fica em locais protegidos. Em vôos rápidos, a mosca berneira captura 
um inseto hematófago e deposita sobre o abdome deste cerca de 15-20 ovos. Estes ovos 
ficam aderidos ao abdome do inseto (Figura 10) e apresentam um opérculo virado para 
trás. 
 
http://www.icb.usp.br/~marcelcp/Imagens/zen22.jpg 
http://www.afpmb.org/pubs/Field_Guide/Images/originals/Fig.%20167.jpg 
http://www.icb.usp.br/~marcelcp/Imagens/f-zen24.jpg 
A 
B 
Figura 09 - (A) Dermatobia hominis adulta (B) Larva de D. hominis, o berne. 
Figura 10 - Mosca carregando os ovos de D. hominis (seta) no abdome. 
 
 
 
 
 
 
 
34 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Cerca de seis dias depois, os ovos já estão maduros e, quando o inseto veiculador vai 
alimentar-se, estimulada pelo calor do hospedeiro (homem ou animal), a larva sai 
rapidamente do ovo e alcança a pele. Em dez minutos ela penetra na pele sã ou lesada. 
Após a penetração, começa a formar-se uma lesão nodular, avermelhada, com um orifício 
central, por onde é eliminada secreção aquosa (exsudato), levemente amarelada ou 
sanguinolenta. Podem ser uma ou mais lesões e atingir qualquer área da pele, inclusive o 
couro cabeludo. A larva (berne) permanece com os espiráculos respiratórios voltados 
para fora e a extremidade anterior (boca) voltada para dentro. Sessenta dias depois a 
larva já passou pela ecdise e está madura. Então ela abandona o hospedeiro e cai no 
chão. Enterra-se em terra fofa e transforma-se em pupa. Esta fase dura 30 dias. Vinte e 
quatro horas após abandonar o pupário, as moscas copulam e iniciam a postura dos 
ovos. 
 
O berne provoca um prurido intenso e depois dor. O orifício aberto possibilita a entrada de 
larvas de outras moscas e várias bactérias que podem complicar o quadro. Por isso, 
recomenda-se tirar o berne logo que seja percebido. A melhor maneira de se retirar o 
berne é matando-o por asfixia. Estando vivo, ele manterá seus espinhos firmemente 
aderidos ao tecido do hospedeiro, dificultando sua retirada (Figura 11). 
 
 
 
Para retirar o berne: 
a) raspar os pêlos e limpar bem a região; 
b) colar um pedaço de esparadrapo firmemente sobre o berne; 
c) deixar por uma hora; 
http://www.ambergriscaye.com/pages/town/botfly
_files/botflyho.jpg 
Figura 11 - Detalhe dos espinhos da larva de D. hominis, o berne. 
 
 
 
 
 
 
 
35 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
d) retirar o esparadrapo; 
e) se o berne não sair junto com o esparadrapo, com ligeira compressão sairá; 
f) tratar a ferida com um bacteriostático. 
 
II.3.1.3. Miíases 
Miíase é o nome dado à infestação de vertebrados vivos por larvas de dípteros que se 
alimentam dos tecidos vivos ou mortos do hospedeiro ou de suas substâncias corporais 
(Figura 12). No meio rural é conhecido como ”bicheira”. 
 
 
 
 
Quando a pessoa ou animal sofre um ferimento ou corte mais profundo, devemos tratar a 
ferida com antissépticos e, algumas vezes, antibióticos tópicos. Mas é imprescindível 
proteger o local contra as moscas. Ao pousarem sobre a 
ferida, as moscas depositam dezenas de ovos que irão 
eclodir, transformando-se em inúmeras larvas que se 
alimentarão de tecido vivo (miíase cutânea). As larvas 
cavam verdadeiras galerias sob a pele, causando lesões 
e um incômodo muito grande ao animal. As lesões podem 
ser tão profundas que conseguem atravessar a 
musculatura do animal, indo atingir órgãos vizinhos 
(miíase cavitária). 
http://www.sel.barc.usda.gov/Diptera/oestrid/images/myiasis2.gif 
Figura 12 - Miíase no calcanhar de um paciente 
 
 
 
 
 
 
 
36 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
As larvas de moscas podem se proliferar também em tecidos não lesados. Quando a pele 
apresenta dermatites exsudativas (produzem líquido) que mantenham o local sempre 
úmido, ou naquelas pessoas sem condições de higiene, a bicheira também pode 
aparecer. 
 
O local acometido deve ser lavado com soluções antissépticas e o médico deve examinar 
o local à procura de larvas em tecidos mais profundos. Em regiões onde é freqüente a 
ocorrência de moscas devem ser aplicados produtos repelentes em todos os ferimentos 
abertos. 
 
II.3.2. MOSQUITOS 
 
Os mosquitos apresentam grande interesse na parasitologia, em vista de serem os de 
maior número e os mais importantes insetos hematófagos entre todos os Arthropoda, 
sendo que apenas as fêmeas exercem a hematofagia. Popularmente são conhecidos 
como mosquitos, pernilongos, muriçocas e etc.. 
 
II.3.2.1. Mosquitos como vetores de parasitoses 
Os principais gêneros transmissores de parasitoses são: 
a) Anopheles: transmissor da malária no Brasil. Conhecido como mosquito prego. Tem 
como criadouro coleções de água limpa. 
 
 
http://www.cals.ncsu.edu/course/ent425/t
ext18/myiasis.gif 
http://www.napamosquito.org/Images/Anopheles%20Freeb
orni.jpg 
http://www.health.nsw.gov.au/areas/arbovirus/mosquit/ph
otos/anopheles_farauti_egg.jpg 
 
 
 
 
 
 
 
37 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
b) Culex: transmissor das filarioses. Faz a postura de ovos em coleções de água suja. Faz 
a postura de ovos em “jangada”. 
 
 
 
c) Aedes: transmissor da dengue e da febre amarela, que, sabidamente não são 
parasitoses! Mas é importante reconhecê-lo para diferenciação dos mosquitos do gênero 
Culex. O Aedes faz a postura de ovos isolados em água limpa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II.4. PULGAS E PIOLHOS 
 
II.4.1. As pulgas 
 
As pulgas ocupam um lugar de destaque em Parasitologia pela sua 
forma de interação com outros organismos, atuandocomo parasitos, 
vetores ou hospedeiros intermediários. 
 
Em altas infestações, alguns animais de pequeno porte podem 
http://agnews.tamu.edu/westnile/graphics/Image2.jpg http://www.cdc.gov/ncidod/dvbid/westnile/images/culex-
laying-eggs-small.jpg 
ge1.jpg 
 http://www.sciencemaster.com/monkeytime/sciencemaster/
galleries/vector_one/images/05.jpg 
http://agnews.tamu.edu/westnile/graphics/Image1.jpg 
 
 
 
 
 
 
 
38 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
apresentar-se anêmicos devido a espoliação sanguínea de machos e fêmeas. Podem 
causar lesões cutâneas nos locais de parasitismo por Tunga penetrans (bicho de pé), com 
a possível veiculação mecânica do tétano, gangrenas gasosas e esporos de fungos. 
 
As pulgas são insetos pequenos - 1 a 3 mm - de corpo achatado lateralmente. Não 
possuem asas e o último par de pernas é adaptado para saltar, o que lhes permite dar 
grandes pulos! Apresentam aparelho bucal picador-sugador. 
 
Pulgas adultas são hematófagas obrigatórias. As larvas que vivem no solo alimentam-se 
de dejeções ressecadas das pulgas adultas. 
 
O bicho-de-pé é, na verdade, uma pulga! Tunga penetrans. Macho e fêmea são 
hematófagos, mas, no entanto, apenas a fêmea penetra no tecido, alimentando-se de 
líquido tissular e sangue (Figura 13). Ela vai enchendo-se de ovos e tomando uma forma 
hipertrofiada. No homem, prefere penetrar principalmente na sola plantar, calcanhar, 
cantos dos dedos (pés e mãos). Machos e fêmeas ficam em locais secos, próximos a 
matéria orgânica. A fêmea, após a cópula, permanece com a cabeça e o corpo 
mergulhados no tecido, deixando para fora apenas a extremidade posterior, que contém a 
abertura genital e os espiráculos respiratórios. Pela abertura genital a fêmea expulsa os 
ovos maduros como “bolas de canhão” (Figura 14). Cerca de quinze dias depois da 
cópula a fêmea já fez a postura de todos os ovos e morre ou é combatida pelo organismo 
do hospedeiro. 
 
 
 
Figura 13 - 
Penetração da 
pulga T. penetrans 
no tecido do 
hospedeiro (Fonte: 
Rey, 2005) 
 
 
 
 
 
 
 
39 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
 
As fêmeas ao penetrarem provocam um prurido intenso. Depois de grávidas, continua o 
prurido e, às vezes, dor. Para retirar a pulga, desinfectar o local e, com uma agulha 
esterilizada, fazer pequenas dilacerações na pele, circundando a tumoração. Após a 
incisão completa da pele, retirar o bicho-de-pé, puxando-o. Tratar o local. 
 
 II.4.2. Piolhos 
Chama-se pediculose a infestação por piolhos sugadores. Ela é caracterizada por prurido, 
irritação da pele ou do couro cabeludo e infecções secundárias. Além disso, podem 
veicular doenças, como tifo exantemático, febre das trincheiras e febre recorrente. A 
picada dos piolhos provoca uma dermatite, causada pela reação do hospedeiro à saliva 
injetada no início da hematofagia. 
Os piolhos são insetos pequenos com cerca de 3mm, sem 
asas e aparelho bucal do tipo picador-sugador (Figura 15A). As 
pernas são fortes e formam uma pinça com a qual os insetos 
ficam agarrados ao pêlo. Os ovos são colocados aderidos ao 
pêlo e são denominadas lêndeas (Figura 15B). 
 
 
 
 
http://www.itg.be/itg/DistanceLearning/LectureNotesVandenEndenE/imageht
ml/images/prevs/CD_1011_045c.jpg 
BA
Figura 15 - (A) Piolho adulto, observe a garra na extremidade das patas (B) Ovos dos piolhos (lêndeas), 
fixados a um fio de cabelo. 
A 
B
Figura 14 - (A) Paciente com bicho-de-pé. O “olho” preto representa a parte posterior da pulga, por onde 
ela elimina os ovos (B). 
 
 
 
 
 
 
 
40 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Os piolhos são transmitidos principalmente por contato. Os estímulos para que os piolhos 
mudem de hospedeiro são: temperatura, umidade e odor. Os métodos de controle para 
piolhos são: catação manual, penteação ou escovação freqüentes, ar quente, raspação 
de cabeça ou corte curto dos cabelos, uso de cremes e óleos, uso de solução salina 
(água + sal) nos cabelos ou utilização de inseticidas próprios. 
 
 
 
 
 
 
------------ FIM MÓDULO II -------------

Continue navegando