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Curso de Parasitologia Clínica

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Parasitologia Clínica 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
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Curso de 
Parasitologia Clínica 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
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MÓDULO I 
 
SUMÁRIO 
 
 
Glossário de Parasitologia 
I.1 – Introdução à Parasitologia Clínica 
I.2 – Relações entre os seres vivos 
I.3 – Classificação dos parasitos 
I.4 – Guia de consulta: Métodos diagnósticos em Parasitologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
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GLOSSÁRIO DE PARASITOLOGIA 
(Fonte: Neves et al., 2000) 
 
AGENTE ETIOLÓGICO - É o agente causador ou responsável pela origem da doença. 
AGENTE INFECCIOSO - Parasito capaz de produzir infecção ou doença infecciosa. 
CEPA - Grupo ou linhagem de um agente infeccioso, de ascendência conhecida, 
compreendida dentro de uma espécie e que se caracteriza por alguma propriedade 
biológica e/ou fisiológica. 
ENDEMIA - É a prevalência usual de uma doença com relação à área. Considera-se 
como endêmica a doença cuja incidência permanece constante por vários anos, dando 
uma idéia de equilíbrio entre a doença e a população, ou seja, é o número esperado de 
casos de um evento em determinada época. 
EPIDEMIA - É a ocorrência de casos que ultrapassam nitidamente a incidência 
normalmente esperada de uma doença e derivada de uma fonte comum de infecção ou 
propagação. 
ESTÁDIO - É a fase intermediária ou intervalo entre duas mudas de larva de um 
artrópode ou helminto. 
ESTÁGIO - É a fase ou forma evolutiva de um organismo durante seu ciclo biológico. 
FASE AGUDA - É o período após a infecção em que os sintomas clínicos são mais 
marcantes. É um período de definição: o indivíduo se cura, entra na fase crônica ou 
morre. 
FASE CRÔNICA - É aquela que se segue à fase aguda; caracteriza-se pela diminuição da 
sintomatologia clínica e existe um equilíbrio relativo entre o hospedeiro e o agente 
infeccioso. 
HOSPEDEIRO - É um organismo que alberga o parasito. 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO - É o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou em 
fase de atividade sexual. 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO - É aquele que apresenta o parasito em fase larvária ou 
assexuada. 
HOSPEDEIRO PARATÊNICO - É o hospedeiro intermediário no qual o parasito não sofre 
desenvolvimento, mas permanece encistado até que o hospedeiro definitivo o ingira. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
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INCIDÊNCIA - É a freqüência com que uma doença ou fato ocorre num período de tempo 
definido e com relação à população. 
INFESTAÇÃO - É o alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na 
superfície do corpo ou vestes. 
MORBIDADE - Expressa o número de pessoas doentes com relação a população. 
MORTALIDADE - Determina o número geral de óbitos em determinado período de tempo 
e com relação à população. 
PARASITEMIA - Reflete a carga parasitária no sangue do hospedeiro. 
PARASITO ACIDENTAL - É o que parasita outro hospedeiro que não o seu normal. 
PARASITO ERRÁTICO - É o que vive fora do seu hábitat normal. 
PARTENOGÊNESE - Desenvolvimento de um ovo sem interferência de um 
espermatozóide. 
PATOGENIA - É o mecanismo com que um agente infeccioso provoca lesões no seu 
hospedeiro. 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO - É o período decorrente entre o tempo de infecção e o 
aparecimento dos primeiros sintomas clínicos. 
PERÍODO PRÉ-PATENTE - É o período que decorre entre a infecção e o aparecimento 
das primeiras formas detectáveis do agente infeccioso. 
RESERVATÓRIO - Onde vive e se multiplica um agente infeccioso. 
VETOR - É um artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o parasito entre dois 
hospedeiros. 
ZOONOSE - Doenças e infecções que são naturalmente transmitidas entre animais 
vertebrados e o homem. 
 
 
I.1. INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA CLÍNICA 
 
Este curso de Parasitologia clínica tem como objetivo propiciar um embasamento teórico 
que permita ao aluno uma visão completa das doenças parasitárias, a fim de ser capaz de 
compreender, refletir, discutir e principalmente diagnosticar as parasitoses humanas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
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Alguns pontos importantes da parasitologia serão considerados a seguir: 
 
I.1.1. Parasitismo 
Parasitismo é a interação ecológica entre indivíduos de espécies diferentes, em que os 
parceiros (hospedeiro e parasito) estabelecem entre si relações íntimas e duradouras com 
certo grau de dependência metabólica. Geralmente o hospedeiro proporciona ao parasito 
todos os nutrientes e as condições fisiológicas requeridas por este. 
 
É importante salientar que um processo de adaptação recíproco, de compatibilidade ou de 
baixa virulência do parasitismo, assegura a sobrevivência de ambas as espécies. O 
parasito só poderá seguir existindo se não destruir toda a população de seus hospedeiros 
ou não impedir a reprodução destes; caso contrário a espécie parasitária desapareceria. 
 
I.1.2. Especificidade de hospedeiros 
Segundo as necessidades particulares de cada parasito (sejam elas de ordem metabólica 
ou de outra natureza), ele exigirá apenas determinada espécie de hospedeiro ou um 
grupo de diferentes espécies ou, ainda, grande variedade e gêneros distintos. 
 
Se o parasito exigir apenas uma espécie de hospedeiro para completar seu ciclo 
biológico, será dito monoxeno e, se a espécie for sempre a mesma, será considerado 
estenoxeno, como o Ascaris lumbricoides que só parasita a espécie humana. 
 
Ao contrário, parasitos heteroxenos são aqueles que necessitam passar obrigatoriamente 
por dois ou mais hospedeiros. Um deles é o hospedeiro definitivo e os demais são 
considerados hospedeiros intermediários, para que os parasitos possam completar seu 
ciclo biológico. Assim, a tênia do porco (Taenia solium), por exemplo, só parasita o 
homem na fase adulta (Figura 01). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
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 Figura 01 - Relação de parasitos com seus 
hospedeiros (Fonte: Rey L., 2005)Figura 01 - Relação de parasitos com seus hospedeiros (Fonte: Rey L., 2005) 
 
 
I.1.3. Tipos de adaptações ao parasitismo 
A adaptação é a marca do parasitismo. Elas evoluíram de forma a proporcionar um 
melhor relacionamento do parasito com seu hospedeiro. E esta evolução feita à custa de 
adaptações tornou o invasor (parasito) mais e mais dependente do outro ser vivo 
(hospedeiro). As adaptações são principalmente morfológicas, fisiológicas e biológicas. 
 
As principais modificações ou adaptações são as seguintes: 
a) Morfológicas: 
- Degenerações: representadas por perdas ou atrofias de órgãos locomotores, aparelho 
digestivo etc. 
- Hipertrofia: encontradas principalmente nos órgãos de fixação, resistência ou proteção e 
reprodução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
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b) Biológicas: 
- Capacidade reprodutiva: para suplantar as dificuldades de atingir novo hospedeiro e 
escaparem de predação externa, os parasitos são capazes de produzir grandes 
quantidades de ovos, cistos, ou outras formas infectantes. 
- Tipos diversos de reprodução: outros tipos de reprodução permitem uma reprodução 
mais fácil ou mais segura como, por exemplo, hermafroditismo, partenogênese, 
poliembrionia, esquizogonia. 
- Capacidade de resistência à agressão do hospedeiro: presença de enzimas que 
neutralizam a ação dos sucos digestivos; capacidade de resistir à ação de anticorpos; 
capacidade de induzir imunossupressão e etc. 
- Tropismos: os diversos tipos de tropismos são capazes de facilitar a propagação, 
reprodução ou sobrevivência de determinada espécie de parasito. 
 
I.1.4. Relações parasito-hospedeiro 
Os parasitos que causam distúrbios no organismo podem fazê-lo mecanicamente, ao 
crescerem e comprimirem as estruturas em torno. Ou obstruir ductos, canais ou vasos, 
causando sintomatologias as mais variadas, que serão analisadas adiante em cada caso. 
Podem exercer ação tóxica, devido aos produtos de seu metabolismo ou de algum 
simbionte associado ao parasito. Mas, com freqüência, provocam uma resposta do 
sistema imunológico com diferentes resultados: 
 
a) destruição do próprio parasito e cura da infecção dentro de certo prazo; 
b) limitação da população parasitária, assegurando equilíbrio nas relações parasito-
hospedeiro; 
c) causando respostas alérgicas ou inflamatórias que levam seja à necrose do tecido em 
torno, seja a uma fibrose difusa ou à formação de granulomas. 
 
Todos estes fenômenos alteram a fisiologia do hospedeiro em grau maior (doença) ou 
menor ou determinam sua morte em curto ou longo prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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I.2. RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS 
 
Para obter melhores abrigos e alimentos, muitas espécies convivem em um mesmo 
ambiente, gerando associações ou interações que podem não interferir entre si. Essas 
associações podem ser harmônicas (quando há benefício mútuo ou ausência de prejuízo 
mútuo) ou desarmônicas (quando há prejuízo para algum dos participantes). Em seguida 
conceituaremos os tipos de associações mais freqüentes: 
 
a) Associações harmônicas 
- Comensalismo: é uma associação onde uma obtém vantagens sem prejuízo para o 
outro. Essas vantagens podem ser: proteção (habitação), transporte (meios de 
locomoção) e nutrição. Exemplo: Entamoeba coli no intestino grosso do homem. 
- Mutualismo: é quando duas espécies se associam para viver e ambas são beneficiadas. 
É uma associação obrigatória. Exemplo: protozoários Hypermastiginia no intestino de 
cupins. 
- Simbiose: associação onde há uma troca de vantagens em nível tal que esses seres são 
incapazes de viver isoladamente. Nessa associação, as espécies realizam funções 
complementares, indispensáveis à vida de cada uma. Exemplo: diversas espécies de 
protozoários que vivem no rúmen de bovinos que proporcionam a digestão da celulose 
ingerida. 
 
b) Associações desarmônicas 
- Competição: pode ocorrer entre elementos de uma mesma espécie ou de espécies 
distintas. É um importante fator de regulação do nível ou número populacional de certas 
espécies. 
- Canibalismo: é o ato de um animal se alimentar de outro da mesma espécie ou da 
mesma família. Ocorre quase sempre devido à superpopulação e deficiência alimentar. 
- Predatismo: é quando uma espécie animal se alimenta de outra espécie. Ou seja, a 
sobrevivência de uma depende da morte da outra. 
- Parasitismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
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I.3. CLASSIFICAÇÃO DOS PARASITOS 
 
Entre os animais que parasitam o homem, e estarão sendo estudados neste curso, estão 
incluídos quatro grandes filos: Protozoa (animais unicelulares; protozoários), 
Platyhelminhes (vermes achatados), Aschelminthes (vermes redondos) e Arthropoda 
(insetos e ácaros): 
a) Protozoa 
- Sub filo Sarcomastigophora 
 - Ordem: Kinetoplastida 
 - Gênero: Trypanosoma 
 Leishmania 
 - Ordem: Diplomonadida 
 - Gênero: Giardia 
 -Ordem: Amoebida 
 - Gênero: Entamoeba 
 - Ordem: Trichomonadida 
 - Gênero: Trichomonas 
- Sub filo Apicomplexa 
 - Ordem: Eucoccidiida 
 - Gênero: Isospora 
 Cyclospora 
 Toxoplasma 
 Plasmodium 
 
b) Platyhelminthes 
- Classe: Cestoda 
 - Gênero: Taenia 
 Hymenolepis 
- Classe: Trematoda 
 - Gênero: Schistosoma 
 Fasciola 
 
 
 
 
 
 
 
 
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c) Aschelminthes 
- Classe: Nematoda 
 - Gênero: Ascaris 
 Toxocara 
 Enterobius 
 
d) Arthropoda 
- Classe: Insecta 
 - Ordem: Diptera 
 - Sub-ordem: Nematocera 
 - Gênero: Lutzomia 
 Culex 
 Aedes 
 - Sub-ordem: Muscomorpha 
 - Gênero: Musca 
 - Ordem: Hemiptera 
 - Sub-ordem: Gymnocerata 
 - Gênero: Triatoma 
 Panstrongylus 
 Rhodnius 
 - Ordem: Siphonaptera 
 - Gênero: Tunga 
 Pulex 
 - Ordem: Anoplura 
 - Gênero: Ptirus 
 Pediculus 
- Classe: Arachnida 
 - Ordem: Acari 
 - Sub-ordem: Ixodides 
 - Gênero: Ixodes 
 Argas 
 - Sub-ordem: Sarcoptiformes 
 
 
 
 
 
 
 
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 - Gênero: Sarcoptes 
 
 
Guia de consulta 
Métodos diagnósticos em Parasitologia 
 
1- EXAME PARASITOLÓGICO DE SANGUE 
 
1.1- Direto 
A gota de sangue é colocada no centro de uma lâmina, coberta com uma lamínula e 
examinada ao microscópio óptico imediatamente após. Poderão ser vistos parasitos vivos 
ou mortos. 
 
1.2- Em esfregaço 
Pode ser de dois tipos: de gota espessa ou delgado. O primeiro tipo é muito utilizado em 
diagnósticos epidemiológicos. É um método de enriquecimento, mas a identificação 
específica dos parasitos é dificultada. Já o esfregaço delgado é utilizado para 
identificação da forma e da espécie de vários parasitos. Ambas as técnicas serão 
descritas a seguir: 
 
1.2.1. Esfregaço delgado 
- Colocar uma gota de sangue na extremidade direita de uma lâmina (Figura 02a); 
- Pegar outra lâmina segurar por cima com a mão direita e, com umainclinação de 45°, 
encostar adiante da gota (Figura 02b); 
- Deixar a gota se espalhar pela superfície de contato das duas lâminas; 
- Puxar a gota espalhada até o final da lâmina (Figura 02c - d) 
- Secar rapidamente 
- Fixar a lâmina em metanol e corar pelo Giemsa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 02 (a-d): Esfregaço sanguíneo (delgado) 
 
1.2.2. Esfregaço em gota espessa 
- Colocar o sangue no centro da lâmina; 
- Espalhar, com o auxílio de outra lâmina, o sangue sobre uma área de cerca de 1cm2; 
- Deixar secar; 
- Corar pelo Giemsa; 
 
2- EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES 
 
O exame parasitológico de fezes (EPF) tem como objetivo diagnosticar parasitos 
intestinais através da pesquisa das diferentes formas parasitárias que são eliminadas nas 
fezes. 
 
Muitas vezes o número de formas parasitárias eliminadas com as fezes é pequeno, 
havendo necessidade de recorrer a processos de enriquecimento para concentrá-las. Os 
principais métodos de enriquecimento são: sedimentação espontânea, sedimentação por 
centrifugação, flutuação espontânea, centrifugo-flutuação e concentração de larvas de 
helmintos por migração ativa, devido ao hidrotropismo e termotropismo positivos. 
 
Vamos às características dos dois principais princípios utilizados nos exames de fezes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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a) Técnicas de flutuação: 
b) Princípio: Baseia-se na diferença de densidade específica entre os ovos de 
helmintos, cistos de protozoários e o material fecal, a fim de que esses organismos 
flutuem na superfície dos reagentes (reagentes de alta densidade) . 
Vantagens: formação na superfície do tubo de uma membrana clara com poucos detritos 
fecais e a remoção seletiva de ovos e cistos, mesmo quando em pequeno número no bolo 
fecal. 
Desvantagens: Alta densidade dos reagentes – alteração na parede dos ovos e dos cistos 
– dificultando a identificação – exame dentro de 10 a 20 minutos. 
Técnicas de flutuação mais usadas: solução saturada de NaCl (WILLIS); sulfato de zinco ( 
Faust) 
 
b) Técnicas de sedimentação: 
Princípio: Os organismos são sedimentados pela gravidade ou centrifugação. Apresenta 
uma ação inversa à flutuação: os cistos, ovos e larvas são retidos no fundo do tubo, 
enquanto os detritos são suspensos para a superfície, não interferindo no diagnóstico. 
Objetivos: Aumento do número de ovos operculados, larvas ou cistos, e a separação das 
gorduras da maioria dos detritos. 
Desvantagens: Grande quantidade de detritos fecais no sedimento – a identificação dos 
parasitas se torna mais difícil do que através das técnicas de flutuação. 
Técnicas de sedimentação mais usadas: - Lutz (água corrente); - Hoffman, Pons & Janer 
(HPJ) (água corrente); - Ritchie (formalina – éter); - Blagg (mertiolato - iodo –formaldeído) 
(MIF)... 
 
Não existe um método capaz de diagnosticar ao mesmo tempo todas as formas 
parasitárias, por isso, o ideal é que exista uma combinação entre técnicas de flutuação e 
sedimentação. 
 
A seguir serão descritos os métodos mais utilizados na análise clínica. Em todos eles é 
necessário percorrer todo o campo da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.1. Exame direto a fresco 
- Identificar a lâmina com um lápis de cera; 
- Colocar uma gota de salina no centro da metade esquerda da lâmina e uma gota de 
lugol na metade direita da lâmina; 
- Com o auxílio de um abaixador de língua ou um palito, peque uma pequena porção da 
amostra e misture com a gota de solução salina; 
 
 
- Da mesma forma, misture uma porção de fezes com a solução de lugol; 
- Coloque uma lamínula sobre cada uma das gotas, tomando o cuidado para não formar 
bolhas de ar e examine ao microscópio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.2. Método de sedimentação espontânea 
- Colocar aproximadamente 2 gramas de fezes em um frasco ou copo descartável com 
cerca de 5ml de água e homogeneizar bem com bastão de vidro ou palito descartável; 
- Acrescentar mais 20ml de água; 
- Filtrar a suspensão em gaze cirúrgica dobrada quatro vezes em um cálice cônico; 
- Completar o volume do cálice com água; 
- Deixar essa suspensão em repouso por duas horas; 
- Descartar o sobrenadante cuidadosamente, colocar mais água e deixar em repouso por 
mais 60 minutos; 
- Repetir os dois procedimentos anteriores até que o material esteja límpido e bom para 
leitura; 
- Para coletar o sedimento, desprezar o líquido sobrenadante, homogeneizar o sedimento 
e coletar uma gota e colocar em uma lâmina; 
- Cobrir com lamínula e examinar ao microscópio. 
 
2.3. Método de Blagg ou MIFC ou sedimentação por centrifugação 
- Coletar as fezes frescas em conservador MIF; 
- Homogeneizar; 
- Filtrar a suspensão em gaze dobrada em copo plástico descartável; 
- Transferir 2ml do filtrado para um tubo cônico de 15ml; 
- Acrescentar 5ml de éter sulfúrico e agitar; 
- Centrifugar por um minuto; 
 
 
 
 
 
 
 
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- Inverter o tubo para desprezar o líquido; 
- Acrescentar ao tubo gotas de salina ou lugol; 
- Inverter o tubo em uma lâmina; 
- Cobrir com uma lamínula e examinar ao microscópio; 
 
2.4. Método de Willis 
- Colocar 10 gramas de fezes em um frasco ou copo descartável; 
- Diluir as fezes em solução saturada de açúcar ou sal; 
- Completar o frasco com água; 
- Colocar na boca do frasco uma lâmina que deverá estar em contato com o líquido; 
- Deixar em repouso por cinco minutos; 
- Retirar rapidamente a lâmina voltando para cima a parte molhada; 
- Cobrir com lamínula e levar ao microscópio. 
 
2.5. Método de Baermann Moraes 
- Tomar 8 a 10 gramas de fezes; 
- Colocar as fezes em gaze dobrada; 
- Colocar o material sobre um funil de vidro contendo um tubo de borracha conectado à 
extremidade inferior de sua haste; 
- Fechar o tubo de borracha com uma pinça de Hoffman; 
- Adicionar ao funil água aquecida a 45°C até cobrir o material fecal; 
- Deixar em repouso por uma hora; 
- Abrir a pinça dentro de um tubo de centrífuga, coletando cerca de 7ml de líquido; 
- Centrifugar; 
- Coletar o sedimento e analisar ao microscópio. 
 
2.6. Método de Kato-Katz 
- Preparar uma solução de verde-malaquita de acordo com a seguinte fórmula: glicerina 
(100ml), água destilada (100ml) e verde-malaquita 3% (1ml); 
- Cortar papel celofane semipermeável em pedaços de 24 por 30mm e deixá-los 
mergulhados na solução de verde-malaquita por pelo menos 24h; 
- Colocar, sobre um papel higiênico, uma amostra das fezes a serem examinadas; 
 
 
 
 
 
 
 
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- Comprimir as fezes com um pedaço de tela metálica similar a de náilon; 
- Retirar as fezes que passaram para a parte superior da tela e transferi-las, com auxílio 
de um palito, para o orifício (6mm dediâmetro) de um cartão retangular de plástico 
colocado sobre uma lâmina de microscopia; 
- Após encher completamente o orifício, retirar o cartão deixando as fezes sobre a lâmina 
de vidro; 
- Cobrir as fezes com a lamínula de papel celofane, inverter a lâmina, sobre uma folha de 
papel absorvente, e comprimi-la; 
- Aguardar uma a duas horas e examinar ao microscópio, contando todos os ovos da 
preparação; 
- O número de ovos encontrados no esfregaço fecal, multiplicado por 23, corresponderá 
ao número de ovos por grama de fezes. 
 
2.7. Método de Graham ou fita adesiva 
- A coleta poderá ser feita no laboratório ou instituir o paciente para que o faça em casa, 
de preferência; 
- Ao despertar pela manhã, antes que o paciente faça higiene ou troque de roupas, fazer 
a coleta do material; 
- Fixar sobre uma lâmina limpa e desengordurada uma tira de fita durex um pouco menor 
que o comprimento da lâmina. Nas extremidades colar 2 tiras de papel, as quais servirão 
de suporte para segurar e também para a identificação; 
- No momento de usar, retirar cuidadosamente a fita da lâmina. Com a face adesiva 
voltada para fora, colocar um tubo de ensaio (ou abaixador de língua) na face interna 
(sem cola), como suporte, segurando nas tiras de papel; 
- Afastar os glúteos do paciente e encostar rápida e firmemente a fita adesiva sobre o 
ânus; 
- Após a coleta, colar novamente sobre a lâmina, procurando evitar a formação de bolhas 
de ar; 
- Examinar ao microscópio com pequeno aumento, percorrendo todos os campos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.8. Identificação de proglotes de Taenia pelo método de ácido acético 
- Colocar a(s) proglote(s) a ser(em) identificada(s) em pequeno recipiente contendo ácido 
acético glacial; 
- Decorridos pelo menos 15 minutos, retirá-la e comprimi-la entre duas lâminas; 
- Examinar sob iluminação intensa (artificial); 
- Os caracteres do útero e suas ramificações permitirão distinguir se a proglote grávida 
em exame é de T. solium ou T. saginata; 
- É aconselhável utilizar lâminas largas para comprimir as proglotes como medida de 
cautela para uma eventual contaminação do examinador, através de ovos do parasita 
(principalmente em se tratando da T. solium); 
- O mecanismo de ação do ácido acético está baseado na dissolução de sais, calcários e 
carbonato de cálcio que impregnam o corpo do parasita. 
• Taenia saginata: proglotes grávidas: útero com ramificações laterais finas, 
dicotômicas e numerosas. 
• Taenia solium: proglotes grávidas: útero com ramificações espessas, 
dendríticas e em pequena quantidade. 
 
As imagens a seguir mostram as principais formas parasitárias encontradas nos exames 
parasitológicos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 3: Formas parasitárias comumente encontradas em exames de fezes (Fonte: 
imagens obtidas no site www.google.com.br): (1) ovo de Taenia (2) ovo de Ancylostoma 
(3) ovo de Schistosoma mansoni (4) ovo de Hymenolepis (5) ovo de Trichuris (6) cisto de 
Giardia (7) trofozoíto de Giardia (8) trofozoíto de Trichomonas (9) cisto de Entamoeba (10) 
cisto de Isospora (11) Cryptosporidium (12) larva de Strongyloides (13) ovo de Ascaris 
(14) ovo de Enterobius; filária encontrada em exame de esfregaço sanguíneo (15) 
Wuchereria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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