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RESUMO DE DIREITO CONSTITUCIONAL AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO: -A CF prevê direitos fundamentais cuja efetividade desses direitos depende da criação de leis que os regularizem; -Se o Poder Público se OMITE e NÃO FAZ essas leis regulamentadoras, esses direitos fundamentais ficam retidos no texto constitucional e frustram a expectativa dos titulares (sociedade) por não conseguirem gozar desses direitos; -Essa “OMISSÃO” tratada aqui se caracteriza quando o Poder Público DEIXA DE CUMPRIR relevante DEVER CONSTITUCIONAL; -Nesse caso será realizado o Controle abstrato de normas por essa Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADI por Omissão); -O STF se julgar PROCEDENTE a ADI, constituirá o CONGRESSO NACIONAL em mora por não fazer a Lei e como previsto no art. 103, § 2°, CF. dará ciência ao Poder competente para adotar as medidas necessárias e criar a Lei faltante. NÃO será estipulado PRAZO para sanar essa omissão; (O STF EM REGRA NÃO DETERMINA PRAZO PARA O CONGRESSO NACIONAL, PORÉM JÁ O FEZ NA ADI 2240). - Porém, se tratar-se de Omissão DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/ EXECUTIVO será dado o prazo DEVE SER de 30 DIAS OU OUTRO PRAZO RAZOÁVEL para sanar a omissão (criar a Lei) => Esse Prazo está estipulado no ART. 12-H, § 1° DA LEI 9868/99. CARACTERÍSTICAS DESSA AÇÃO. # Os competentes para proporem essa ADI são os mesmos da ADI por Ação, previstos no art. 103, CF; # É Direto e Concentrado/Abstrato - É direto, pois é no STF diretamente; # Essa ação está prevista no art. 103, § 2°; # Admite Amicus Curiae; # Nesse art. 103, § 2° NÃO está previsto NENHUM PRAZO para o Congresso fazer a Lei, nem no art. 12-H da Lei 9868/99. O prazo previsto no art. 12-H é em caso de mora da administração pública/executivo. # NÃO HÁ DECLARAÇÃO DE NULIDADE em caso de ADI POR OMISSÃO pelo fato de que não pode haver nulidade de Lei que não existe que ainda não foi criada. # É redigida também pelos 12 artigos da Lei n. 9868/99 (mesma Lei que fala sobre ADI por ação e ADC); # A decisão do STF é CONSTITUTIVA (Constitui o Poder em mora); # se o STF julga Procedente a Ação por omissão constitui em mora o Poder Público; se julga improcedente significa que o Poder não é omisso; # Há OMISSÃO TOTAL do Poder quando ele NÃO FAZ A LEI e há OMISSÃO PARCIAL quando a LEI EXISTE, PORÉM ESTÁ DESATUALIZADA e com isso não supre as necessidades dos que dela gozam; # Nem sempre é o Congresso Nacional que supre a omissão, mas deveria ser; # A mera elaboração de Lei pelo CN não autoriza a afirmar que cumpriu seu dever constitucional, pois para isso é necessário a criação de uma Lei que cumpra SATISFATORIAMENTE E INTEGRALMENTE a exigência da CF. Há aqui exigência máxima da CF ao Poder Público # Trata-se a ADO (adi por omissão) de uma das inovações trazidas pela CF/88, eis que não era prevista anteriormente; (assim como a ADPF e ADC a partir de 1993); CASOS ATÍPICOS: # O STF já determinou prazo para o Congresso Nacional sanar a Omissão, na ADI 2240, FOI DADO PRAZO DE 24 MESES PARA ELE APROVAR A LEI COMPLEMENTAR REFERENTE AO ART. 18, § 4, CF. O STF pode assim fazer em casos específicos por envolverem MATÉRIA DE RELEVANTÍSSIMO INTERESSE JURÍDICO E SOCIAL, que no caso da ADI a manutenção de um município. # O STF em fev. de 2010 julgou procedentes as ADIs 875, 1987, 2727 e 3243 que tiveram como objeto a lei complementar n. 62/1989 que foi feita para regulamentar o art. 160,II, CF. Nota- se que nesse caso JÁ EXISTIA UMA LEI COMPLEMENTAR mas que ESTAVA DESATUALIZADA E COM ISSO NÃO GARANTIA SUA REAL EFICÁCIA. O STF nesse caso MODULA os efeitos da sua DECISÃO (concede prazo ao Congresso Nacional para fazer uma Lei nova) e determina que a Lei 62/89 irá viger até o dia 31 de dezembro de 2012. O congresso nesse período não aprovou nenhum dos Projetos de Lei sobre o assunto. Por isso foi ajuizada em janeiro de 2013 uma CAUTELAR EM ADI POR OMISSÃO, N. 23 e foi concedido pelo Min. Lewandowski uma liminar assegurando que a tal Lei n. 62/89 vigesse por mais 150 dias. O STF além desse prazo a mais concedido registrou também que se acaso o Congresso Nacional NÃO fizesse a lei naqueles 150 dias a Lei n. 62/89 deixaria de ser aplicada! “Convencido” o Congresso nacional aprova em julho de 2013 a Lei complementar 143 que ATUALIZOU os critérios da antiga lei 62/89 (24 anos depois). # Houve também caso específico em que foi utilizado MANDADO DE INJUNÇÃO 721 ( art.5°, LXXI, CF, utiliza-se o mandado quando a falta de Lei regulamentadora lesar Direito Fundamental a pessoa física e jurídica) contra o Presidente por uma servidora do Min. Da Saúde para que de forma mandamental assentasse o dto. de contagem diferenciada do tempo de serviço por realizar atividade insalubre e assim garantir aposentadoria especial. O caráter desse mandado de injunção foi mandamental, pois asseverou que o judiciário deveria dizer que o Poder estava omisso e viabilizou que fosse assentado o exercício desse direito pela impetrante. O mandado foi deferido e de forma mandamental o dto. foi assentado a impetrante (aqui teve eficácia inter partes) a ter contagem diferenciada do tempo de serviço. Depois disso o STF concedeu a aplicação no que couber das regras da lei de aposentadoria especial na iniciativa privada ( lei 8.213/91) em vários MI ANTE A PROLONGADA MORA LEGISLATIVA ao não fazer a Lei complementar que regularizasse essa matéria. Julgou vários outros casos de MI no mesmo sentido e com o permissivo do art. 103 aprovou a súmula vinculante n. 33, que ocupou espaço da Lei complementar. (O STF aqui ocupou um espaço que não lhe foi conferido pelo constituinte); # No julgamento do Mandado de Injunção 708 que dispunha sobre o DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS havia uma omissão ao não haver Lei que regularizasse aquele dto. fundamental previsto na CF. O STF então passou a aceitar uma regularização provisória feita pelo próprio judiciário dando efeitos concretos a decisão e aplicando Lei 7.783/89 á hipótese de direito de greve dos servidores. O STF adotou posição inovadora ao atribuir efeitos erga omnes a essas decisões; MANDADO DE INJUNÇÃO: - De acordo com o art. 5°, LXXI, CF se a falta de Lei regulamentadora ferir direito fundamental de pessoa física ou jurídica poderá ser impetrado Mandado de Injunção no STF por essa pessoa a fim de buscar a efetividade do seu direito. Esse art. está regulamentado pela Lei 13.300/16. Principais omissões constitucionais: - art.7°, XXI, CF: Fala sobre aviso prévio no trabalho e que foi regularizado pela Lei complementar n. 12.506/11. - art.37, VII, CF: Fala sobre o direito de greve do servidor público e que foi regularizado se baseando na Lei 7783/89. Art. 9° da CF dispõe sobre o dto. - art. 40, § 4, III, CF: Fala sobre o direito de concessão diferenciada de aposentadoria aos que realizam atividades insalubres (prejudique a saúde ou a integridade física) e que foi regularizada inicialmente por analogia da Lei 8.213/91 art 57, § 1° e depois foi aprovada a súmula vinculante 33/2015. Nesse caso a omissão foi suprida pela súmula; - art. 161, II, CF: Fala sobre o estabelecimento de normas sobre a entrega dos recursos de rateio ao fundo de participação dos Estados previsto no art. 159 que objetivava a promoção do equilíbrio socioeconômico dos estados e que foi regularizada pela Lei complementar 143 dando atualização a antiga Lei 62/89. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL – ADPF: - Foi introduzida como forma de controle abstrato pela CF/88. - PORÉM, foi utilizada somente a partir de 1999 com a Lei 9882/99; - É prevista no art. 102, § 1°, CF. Diz ser competente o STF; - Possui caráter SUBSIDIÁRIO, sendo utilizada SOMENTE quando não couber outra forma de controle abstrato (ADI OU ADC). PORTANTO, SE COUBER ADI OU ADC, NÃO CABERÁ ADPF! - É diretamente no STF; - Admite Amicus Curiae; - É NECESSÁRIO para a propositura e procedência dessa ação QUE SEJA VIOLADO UM PRECEITO FUNDAMENTAL. O STF que definirá se se trata de Preceito Fundamental ou não. Em geral, são preceitos fundamentaisos direitos sociais; - Possui duas fases: PRELIMINAR e DE MÉRITO; - Na Preliminar será observada a legitimidade de quem propôs a ação (art.103, CF), se cabe outra forma de controle abstrato (ADI OU ADC) E se transgride preceito fundamental; Se NÃO estiverem presentes ESSES PRESSUPOSTOS a ADPF ficará prejudicada. - caberá na ADPF o que não pode ser impugnado em ADI: -ATO CONCRETO; -ATO SECUNDÁRIO (DECRETO) -LEI PRÉ-CONSTITUCIONAL (ANTERIOR À CF 88) -LEI REVOGADA; -LEI MUNICIPAL QUE VIOLAR A CONSTITUIÇÃO FEDERAL; * NÃO CABE ADPF EM NORMA ORIGINÁRIA CONSTITUCIONAL, nem qualquer outro controle abstrato; - Os efeitos da ADPF são ERGA OMNES, VINCULANTES E EX TUNC (retroage). - Admite-se MODULAÇÃO na decisão da ADPF (O STF atua como legislador negativo: OCORRE A DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE COM PRONÚNCIA DE NULIDADE); - Poderá o STF atuar como legislador positivo ao interpretar o texto legal conforme a CF (MODULAÇÃO QUANTO AO CONTEÚDO DA DECISÃO) OCORRERÁ A DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM PRONÚNCIA DE NULIDADE; - Quando ocorrer ADPF em face de norma pré-constitucional (anterior à CF/88) a sua eficácia será EX NUNC, isto é, os efeitos da decisão NÃO RETROAGIRAM visto ser inviável anular os vários processos até ali decididos. Por exemplo: Se algum artigo do Código Penal (que é de 1940, bem anterior a CF/88) violar preceito fundamental e for procedente a ADPF, os EFEITOS DA DECISÃO NÃO PODERÃO RETROAGIR devendo ter eficácia EX TUNC ou modulados para alguma data determinada futura. ****************************************************************** Regra: A ADPF pode ser autônoma ou direta. Exceção: A ADPF pode ser incidental ou indireta. Poderá começar em 1° Grau; - Nesse caso o controle inicia-se em CASO SUBJETIVO perante o JUIZ DE 1° GRAU, mas poderá ser encaminhada INCIDENTALMENTE AO STF; Ocorre aqui uma CISÃO, de subjetivo para objetivo; - O STF analisará a matéria da ADPF ABSTRATAMENTE e NÃO analisará o CASO CONCRETO; - A INCIDENTAL só poderá ser acionada pelas autoridades do art. 103, CF, demonstrando o caráter subsidiário e a violação ao preceito fundamental. - DECISÃO: INTER PROCESSUAL: o STF constitui o julgamento do caso concreto em 1° Grau, vinculando as partes e o juízo ordinário; e EXTRAPROCESSUAL: os efeitos serão ERGA OMNES a terceiros que não participaram da relação bem como VINCULANTES aos demais órgãos do Poder Público. - Trata-se de um controle misto de constitucionalidade entre Difuso e Abstrato; - A incidental é pouco utilizada! AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE: - Foi introduzida no BR como modalidade de controle abstrato de normas pela EMENDA CONSTITUCIONAL N.03/1993; SOMENTE EM 1993!! - É prevista na CF art. 102, I, a; Mas só foi efetivada em 1993! - É regida ordinariamente pela Lei 9868/99; (mesma da adi por omissão); - Admite Amicus Curiae; - É direta no STF que possui competência originária para julgar a ADC; - Podem propor a ADC todas as autoridades do art. 103,CF. (EC 45/2004); - Para propor uma ADC é NECESSÁRIO que o AUTOR da peça demonstre na PETIÇÃO INICIAL a existência de uma CONTROVÉRSIA JUDICIAL sobre a CONSTITUCIONALIDADE DE DETERMINADA LEI (art. 14, III da Lei 9868/99); Ele demonstrará através de CÓPIAS DE DECISÕES JUDICIAIS (liminares) QUE DIZEM SER A LEI INCONSTITUCIONAL. Essas decisões colocam em risco a presunção de constitucionalidade da Lei que deverá admitir a ADC para se provar se a Lei é mesmo constitucional ou inconstitucional; - Para o julgamento ocorrer é necessário que na sessão estejam ao menos 8 dos 11 ministros (maioria qualificada 2/3); - Para a procedência ou improcedência da ADC é necessário o voto de maioria absoluta, isto é, pelo menos 6 votos a favor ou contra. - Se a ADC for PROCEDENTE o STF declarará formalmente que a Lei é CONSTITUCIONAL e se ADC for IMPROCEDENTE o STF declarará formalmente que a Lei é INCONSTITUCIONAL => Nesse caso há o fim da presunção de constitucionalidade daquela Lei; - Não se utiliza o controle difuso na ADC por que da decisão do STF os efeitos serão ERGA OMNES E VINCULANTE aos outros tribunais; E EX TUNC, isto é, retroagirá; - Admite-se MODULAÇÃO na ADC por razões de segurança jurídica ou excepcional interesse jurídico. O STF nesse caso por maioria de 2/3 RESTRINGE OS EFEITOS DA DECISÃO ou DECIDE QUE ELA SÓ VENHA A TER EFICÁCIA A PARTIR DE SEU TRÂNSITO EM JULGADO ou EM OUTRO MOMENTO QUE SEJA FIXADO. SE HOUVER MODULAÇÃO a Lei NÃO será considerada NULA, mas SE NÃO HOUVER MODULAÇÃO a Lei será considerada NULA; (A modulação só é possível quando o STF DECLARA A LEI INCONSTITUCIONAL); - O STF NÃO atua como legislador negativo quando declara a procedência da ADC, isto é, diz ser a Lei constitucional (NÃO HÁ REDUÇÃO DE TEXTO). Mas atua como legislador negativo quando julga a ADC improcedente e diz ser a Lei inconstitucional (aqui sim TERÁ REDUÇÃO DE TEXTO e a Lei será retirada do sistema jurídico); - É admitida também na ADC a TÉCNICA DE INTERPRETAÇÃO CONFORME A CF;
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