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1º Semestre material de Lingua Portuguesa ifmt

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Prévia do material em texto

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, 
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL 
Língua Portuguesa
Curso Superior de 
Licenciatura em Química
Cuiabá 2011
Língua Portuguesa
Marlene Rodrigues da Silva
Sueli Correia Lemes Valezi
GOVERNO FEDERAL
Dilma Rousseff 
Presidente do Brasil
Fernando Haddad
Ministro da Educação 
Jorge Almeida Guimarães
Presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
José Carlos Teatini Climaco
Diretor de Educação a Distância da Universidade Aberta do Brasil (UAB) na CAPES
IFMT - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO 
José Bispo Barbosa
Reitor
Willian Silva de Paula
Pró Reitor de Ensino
Alexandre José Schumacher
Coordenador Geral UAB/IFMT 
Claudete Galvão de Alencar Pedroso
Coordenadora Adjunta UAB/IFMT 
Alexandro Uguccioni Romão
Editoração eletrônica 
 
Maria Antônia da Silva
Revisão de português
Coordenação da UAB/IFMT
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso (IFMT) - Campus Bela Vista - 
Avenida Juliano Costa Marques S/N, CEP: 78.050-560, Bela Vista, Cuiabá/MT - Brasil
A produção deste material didático obteve financiamento no âmbito do Programa Universidade 
Aberta do Brasil, CAPES/FNDE/MEC.
Autoriza-se o uso e a reprodução da obra no âmbito do Sistema UAB e o IFMT desde que citada a 
fonte. É vedado o uso desta obra para fins de comercialização.
Ficha Catalográfica
Silva, Marlene Rodrigues da. e Valezi, Sueli Correia Lemes.
 Língua Portuguesa. Marlene Rodrigues da Silva e Sueli Correia Lemes Valezi.
Cuiabá: Publicação do IFMT, 2011.
183p.; 21 x 29,7 cm. 
 
 
Curso Superior de 
Licenciatura em Química
Cuiabá 2011
Língua Portuguesa
Marlene Rodrigues da Silva
Sueli Correia Lemes Valezi
GOVERNO FEDERAL
Dilma Rousseff 
Presidente do Brasil
Fernando Haddad
Ministro da Educação 
Jorge Almeida Guimarães
Presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
José Carlos Teatini Climaco
Diretor de Educação a Distância da Universidade Aberta do Brasil (UAB) na CAPES
IFMT - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO 
José Bispo Barbosa
Reitor
Willian Silva de Paula
Pró Reitor de Ensino
Alexandre José Schumacher
Coordenador Geral UAB/IFMT 
Claudete Galvão de Alencar Pedroso
Coordenadora Adjunta UAB/IFMT 
Alexandro Uguccioni Romão
Editoração eletrônica 
 
Maria Antônia da Silva
Revisão de português
Coordenação da UAB/IFMT
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso (IFMT) - Campus Bela Vista - 
Avenida Juliano Costa Marques S/N, CEP: 78.050-560, Bela Vista, Cuiabá/MT - Brasil
A produção deste material didático obteve financiamento no âmbito do Programa Universidade 
Aberta do Brasil, CAPES/FNDE/MEC.
Autoriza-se o uso e a reprodução da obra no âmbito do Sistema UAB e o IFMT desde que citada a 
fonte. É vedado o uso desta obra para fins de comercialização.
Ficha Catalográfica
Silva, Marlene Rodrigues da. e Valezi, Sueli Correia Lemes.
 Língua Portuguesa. Marlene Rodrigues da Silva e Sueli Correia Lemes Valezi.
Cuiabá: Publicação do IFMT, 2011.
183p.; 21 x 29,7 cm. 
 
 
 
 Curso de Licenciatura em Química 
 
 
 Língua Portuguesa – Unidade 1 2
 
 
Unidade 1 - No Mundo da Linguagem: Manifestações e 
Condições de Produção 
 
 
BEM-VINDO AO NOSSO PRIMEIRO BATE-PAPO NESTA DISCIPLINA E NA 
UNIDADE 
 
 Caro estudante, você está iniciando o Curso de Licenciatura em Química e 
estará se perguntando: o que estudaremos em Língua Portuguesa – uma disciplina que 
estudo há tantos anos? Vejamos o que temos para você!! 
A disciplina Língua Portuguesa foi proposta no Curso de Licenciatura em 
Química, na modalidade EAD, como um dos componentes essenciais para a sua 
formação como profissional. Os estudos oferecidos nesta disciplina abrangem 
conceitos que ampliam a sua concepção sobre a língua e a linguagem, com vistas a 
promover novas práticas de leitura e de escrita no seu contexto acadêmico e em sua 
futura prática pedagógica em Ciências. 
 Vale lembrar, no entanto, que os conceitos que serão apresentados devem ser 
considerados num processo contínuo e dialógico. Isso quer dizer que eles não devem 
ser admitidos como fechados, mas sim esperamos que vocês construam o seu 
conhecimento estabelecendo relações entre o que está posto nos enunciados a seguir 
e o que você já assimilou na experiência como leitor de mundo e dos inúmeros textos 
que circundam o nosso cotidiano. 
 Esperamos que, por meio da leitura de todo o material disponibilizado na 
disciplina, vocês possam perceber a riqueza da comunicação humana, criadora e re-
criadora de novas formas de interação entre os sujeitos mediante o contato com 
diferentes linguagens e contextos sócio-comunicativos. 
 Considerando a concepção de língua como meio de interação sócio-cultural, 
entendemos que o texto deve ser admitido como ponto de partida nas interlocuções em 
sala de aula, bem como o produto final do processo ensino-aprendizagem. Por essa 
razão, o texto será utilizado como objeto de leitura, análise e reflexão para desenvolver 
a prática tanto da construção de sentidos como também da produção escrita. 
 
 Curso de Licenciatura em Química 
 
 
 Língua Portuguesa – Unidade 1 3
A partir da experiência que temos em cursos de graduação, conhecendo (um 
pouco) o perfil dos estudantes que ingressam nesse nível de ensino e, ainda, 
baseando-nos na ementa da disciplina proposta no Projeto do Curso, distribuímos os 
temas em cinco unidades, re-divididas em tópicos a serem apresentados no andamento 
do curso, nos materiais didáticos que serão disponibilizados a você. 
As unidades, que equivalem a 8 horas cada, perfazendo um total de 40 horas, 
são: 
 
1. No mundo da linguagem: manifestações e condições de produção. 
2. Gêneros textuais, tipologias e contextos sócio-interacionais. 
3. A produção de leituras: aspectos gerais, níveis de leitura e marcas 
lingüísticas. 
4. A gramática no texto: recursos lingüísticos na produção de sentidos. 
5. Gêneros textuais da esfera acadêmica: leitura e produção. 
 
A você, acadêmico do Curso de Química, apresentamos textos e estratégias de 
aprendizagem com o objetivo de proporcionar-lhe meios que o orientem na 
compreensão da linguagem como inter-ação nas diversas esferas sócio-
comunicativas. Esperamos, principalmente, que os saberes relacionados à língua 
possam ser entendidos e utilizados essencialmente na leitura dos diferentes textos 
disponibilizados pelas disciplinas do curso, como também na produção de textos 
adequados aos gêneros exigidos pelo contexto interacional na esfera acadêmica e, 
principalmente, na prática pedagógica em Química. 
Além desse objetivo geral, esperamos ainda que, ao final não apenas das 40 
horas da disciplina, mas ao longo de todo o curso, você seja capaz de: 
• Compreender o texto como o ponto de partida para as atividades 
pedagógicas e acadêmicas, e como base na construção do 
conhecimento; 
• Produzir práticas de leituras significativas, depreendendo dos textos lidos, 
intencionalidade, informações explícitas e implícitas; 
• Estabelecer relações entre texto e contexto para a produção adequada de 
leituras e de textos; 
 
 Curso de Licenciatura em Química 
 
 
 Língua Portuguesa – Unidade 1 4
• Acionar os recursos expressivos da linguagem verbal e não-verbal, a fim 
de produzir sentidos tanto na leitura quanto na escritura de textos; 
• Reconhecer a importância dos recursos gramaticais como elementos 
articuladores na produção de leituras e textos; 
• Pensar dialeticamente a realidade contribuindo paraque perceba o ato de 
fala como um processo de comunicação em que o falante não é um mero 
espectador, mas um participante ativo do processo de constituição da 
língua. 
 
 
II. UMA BREVE CONVERSA SOBRE O QUE ESPERAMOS DE VOCÊ AO FINAL 
DESTA UNIDADE: 
 
Nesta unidade, denominada de “No mundo da linguagem: manifestações e 
condições de produção, esperamos que você seja capaz de: 
• Entender que a linguagem e suas manifestações são usadas tanto como 
forma de articulação de conhecimentos em quaisquer áreas do saber 
quanto fator de comunicação e de participação ativa nas mais diferentes 
situações sociais de interlocução; 
• Compreender a língua materna como uma manifestação sócio-cultural; 
• Avaliar a adequação ou inadequação de determinados registros da língua, 
considerando as diferentes situações de uso; 
• Compreender os valores sociais das variantes lingüísticas, como forma de 
combater o preconceito diante dos falares populares e geográficos 
socialmente desprestigiados; 
• Aplicar os conhecimentos relativos às variantes lingüísticas e às 
diferenças entre oralidade e escrita na produção de textos. 
 
Neste texto iniciamos nossos estudos apresentando a primeira unidade – No 
mundo da linguagem: manifestações e condições de produção, subdividida em três 
tópicos: - conceitos de linguagem; níveis de linguagem; e registros da língua oral e 
escrita. 
 
 Curso de Licenciatura em Química 
 
 
 Língua Portuguesa – Unidade 1 5
 Assim, fazemos um painel resumido com os principais conceitos sobre a 
Linguagem e suas manifestações, com o intuito de indicar que toda e qualquer ciência 
apresenta-se sob a forma de um código lingüístico verbal ou não-verbal, gerador de 
sentidos e promotor da interação social nas mais diferentes relações humanas do 
nosso cotidiano, principalmente na divulgação do saber e das descobertas científicas. 
Apresentamos também algumas definições sobre a língua, sua adequação em 
cada contexto e as diferenças entre a modalidade escrita e oral com o objetivo de re-
visitar e ampliar conhecimentos acerca da Língua Portuguesa, e demonstrar sua 
importância para a formação do estudante na área pretendida das ciências. 
Propomos, para isso, conceitos instituídos pela ciência da linguagem, 
entremeados de exemplos e diálogos reflexivos, a fim de fazer com que você possa 
construir o seu conhecimento e os utilize adequadamente em sua formação acadêmica. 
Ao final deste texto, apresentamos várias propostas de atividades que visam 
observar e avaliar se as leituras e os exercícios de reflexão realizados ao longo do texto 
foram adequados e suficientes para a construção do conhecimento acerca da 
linguagem. 
 Veja a seguir o quadro-resumo com o conteúdo desenvolvido nesta unidade: 
 
 
Tópicos da unidade 
Conceitos de linguagem 
Linguagem verbal e não verbal 
A língua – manifestação social 
Modalidades de uso da língua: fala e escrita 
Níveis de linguagem e condições de produção 
 
 
NO MUNDO 
 DA 
LINGUAGEM 
Norma culta e variantes lingüísticas 
 
 
III. PRIMEIROS PASSOS PARA A UNIDADE: 
 
 Você está iniciando um Curso de Licenciatura em Química e a sua passagem 
por ele será feita por interações sociais que somente se efetivarão por meio de um tipo 
de linguagem: verbal escrita ou oral e não-verbal de diferentes códigos, símbolos. Para 
 
 Curso de Licenciatura em Química 
 
 
 Língua Portuguesa – Unidade 1 6
compreender este novo ambiente de aprendizagem, será preciso que você lance mão 
de habilidades de leitura e de produção de textos adquiridas no nível básico de ensino 
(fundamental e médio) e em outros contextos socio-comunicativos, como também 
desenvolva outras que serão necessárias ao seu bom desempenho no curso. Essa é a 
proposta da disciplina – propor conteúdos que o auxiliem nessa empreitada como 
acadêmico. 
 Este contexto de ensino a distância requer um estudante capaz de produzir 
leituras de textos, organizados em diferentes gêneros, de maneira mais autônoma se 
comparado ao ensino presencial. Por esse motivo, é extremamente necessário que a 
sua competência de leitura componha-se da habilidade de decodificação de diferentes 
e inúmeras mensagens verbais e não-verbais, haja vista que o ambiente de 
aprendizagem deste curso envolve uma linguagem multimodal, ou seja, composta de 
signos verbais, mas principalmente mesclada por signos não-verbais para indicar 
ações, qualidades e resumir informações. 
 É importante ressaltar que não é apenas este ambiente de aprendizagem – 
considerado ainda novo por muitos brasileiros – que está imerso em uma multiplicidade 
de linguagens, mas sim o nosso mundo moderno também tem se renovado, a cada dia, 
em suas formas de comunicação. 
 Mediante a tantas inovações, não há como escapar, pois senão seremos 
verdadeiramente “peixes fora d’água”! 
Então mãos à obra, ou melhor, aos estudos e aos textos para se tornar um 
sujeito “antenado” às novas tecnologias de divulgação do saber. 
 
 
 
 
 
 
 Curso de Licenciatura em Química 
 
 
 Língua Portuguesa – Unidade 1 7
CONHECENDO O CONTEÚDO DA UNIDADE 1 
 
 
1. NO MUNDO DA LINGUAGEM: MANIFESTAÇÕES E CONDIÇÕES 
DE PRODUÇÃO 
 
 
 
Você certamente já leu textos ou presenciou explicações que abordavam 
conceitos e exemplos sobre “linguagem” durante sua vida escolar. Isto porque o 
referido conteúdo comumente é contemplado em materiais didáticos no ensino básico. 
Por esse motivo, esperamos que você retome os conhecimentos já adquiridos para lhe 
auxiliar na leitura e na realização das atividades propostas. 
De início, desafiamos você a ler o texto a seguir e refletir sobre os possíveis 
sentidos que podem ser produzidos a partir da análise da expressão facial e corporal 
dos personagens, bem como da análise de suas falas: 
 
 (www.clubedamafalda.blogspot.com) 
Responda as questões abaixo antes de continuar a leitura. 
 
1º - Nessa tirinha, a personagem Mafalda, do cartunista Quino, é bastante conhecida 
por suas idéias e questionamentos sobre os problemas do mundo. Ela é considerada 
uma menina esperta, inteligente e inconformada com as injustiças sociais. Diante 
dessas informações, é coerente a preocupação demonstrada por Mafalda nessa 
tirinha? Justifique. 
 
 Curso de Licenciatura em Química 
 
 
 Língua Portuguesa – Unidade 1 8
 
2º - O que podemos concluir sobre o estado do mundo hoje, a partir da atitude de 
personagem Mafalda? Você concorda que realmente devemos trata-lo como “doente”? 
 
E então?! Foi fácil compreender o texto? Esperamos que sim. Poderíamos 
promover uma boa discussão sobre os sentidos produzidos por ele, mas destacamos 
um sentido mais conclusivo: a exclusão sócio-econômica ou as diferenças sociais que 
causam miséria e abandono demonstram o quanto o nosso mundo está 
verdadeiramente doente, conforme sugere a atitude de Mafalda no primeiro quadrinho. 
E o pai, ao constatar que Mafalda tinha razão, demonstra também desânimo e tristeza, 
mas, pela atitude dos colegas, verificamos que essa percepção diante dos problemas 
do mundo é sensível a poucos. 
Agora, reflita como podemos chegar a esses e a outros sentidos que você deve 
ter chegado? Certamente isso foi possível porque o autor organizou suas idéias e 
críticas por meio de um tipo de linguagem. E é sobre isso que iniciamos nosso diálogo 
sobre um amplo campo de conhecimento: a ciência da linguagem. 
Como todo campo do conhecimento filia-se a uma determinada ciência, a 
linguagem não poderia ser diferente. Portanto os conceitos que iremos construir com 
vocês, neste texto, resultam de contribuições advindas da Lingüística, que recebeu o 
status de ciência a partir de 1950,enriquecendo grandemente o estudo das línguas de 
um modo geral. E a Língua Portuguesa, é claro, também usufruiu de importantes 
contribuições da Lingüística para ampliar o seu campo de estudos e proporcionar novos 
caminhos para o ensino da língua materna nas escolas. 
 
1.1 Conceitos de linguagem 
 
Apresentamos a seguir um novo texto para ser lido por você. Nele há um outro 
conhecido personagem de quadrinhos que também nos provoca a reflexão sobre 
relações sociais e familiares. Procure ler o texto com atenção, prossiga fazendo 
anotações sobre suas possíveis conclusões, para só depois continuar a leitura deste 
material. Esse processo é muito importante para a construção do seu aprendizado. 
 
 Curso de Licenciatura em Química 
 
 
 Língua Portuguesa – Unidade 1 9
 
 
 A interação entre ambos os personagens dos quadrinhos ocorreu por meio de 
um tipo de linguagem e, por sinal, uma das mais antigas formas de comunicação – o 
código lingüístico verbal oral, sob a forma de diálogo informal entre pai e filho. Mas o 
diálogo foi apresentado a nós, leitores, por meio da linguagem verbal escrita e pelo 
desenho dos personagens. E, assim, interagimos com o texto de outra forma, pois os 
quadrinhos, ao apresentar essa curta cena entre pai e filho, espera provocar, no leitor, 
uma atitude de riso seguida de reflexão sobre o consumismo que domina as crianças e 
a pressão que fazem para conseguirem o que desejam. O que torna cômico o texto é o 
argumento de Calvin formulado com conceitos de uso comum ao mercado financeiro, 
mas incomuns a uma criança. 
 O personagem Calvin, como um representante dos seres humanos, faz seu 
pedido ao pai, porque é capaz de formular mentalmente o seu desejo, organizar 
criativamente os seus argumentos para convencer o pai da importância de seu pedido. 
Consegue explicitá-los, porque possui a faculdade da linguagem. 
 
 Curso de Licenciatura em Química 
 
 
 Língua Portuguesa – Unidade 1 1
 A linguagem, como uma das principais características que diferenciam o homem 
de outros seres vivos, pode ser também explicada pela teoria da evolução dos genes 
na espécie de mamíferos, justificando o desenvolvimento da linguagem nos seres 
humanos. 
 Vejamos o próximo texto que faz referências à importância da linguagem: 
 
“Na abertura de sua obra Política, Aristóteles afirma que somente o homem é um 
“animal político”, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. Os 
outros animais, escreve Aristóteles, possuem voz (“phone”) e, com ela, exprimem dor e 
prazer, mas o homem possui a palavra (“logos”) e, com ela, exprime o bom e o mau, o 
justo e o injusto. Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna possível a 
vida social e política e, dela, somente os homens são capazes. 
(Marilena Chaui. Convite à Filosofia) 
 
E você, o que pensa sobre essas afirmações do filósofo grego? A linguagem é 
verdadeiramente o elemento que diferencia o homem de outros seres vivos? De acordo 
com o texto sim! E a sua opinião a respeito? Será que o homem, por possuir essa 
capacidade de se manifestar de forma diferente dos outros animas tem agido de forma 
coerente e consciente diante do universo? É sempre bom pensar um pouco sobre esse 
poder que o homem recebeu em sua formação física e intelectual, mas que muitas 
vezes age na irracionalidade e comete atos insanos. 
A linguagem, ser configurada de acordo como a conhecemos hoje, percorreu 
um caminho longo de ações mentais e interações entre os seres humanos. Ela é 
admitida como muito antiga entre a espécie humana e, segundo os estudiosos, deve ter 
precedido os elementos mais rudimentares daquilo que, em Antropologia (disciplina das 
Ciências Humanas que estuda as diferentes culturas ou o conjunto das criações do 
homem), é conhecido sob o nome de cultura material (confecção de ferramentas, 
armas, vestuário, etc.). 
 
 - A seguir você poderá ler uma pequena resenha do filme “Guerra do Fogo”. Nela 
refletimos sobre a importância e a evolução da linguagem ao longo da existência do 
homem. (Se você conhecer outro filme que trate desse tema, compartilhe conosco e 
com seus colegas em bate-papos on line ou presenciais). 
[c1] Comentário: Maiores 
esclarecimentos sobre esse tema 
podem ser obtidos nos estudos 
sobre Genética e também em uma 
obra atual e polêmica “A 
linguagem de Deus”, de Francis 
Collins, Ed. Gente, 2007. 
[c2] Comentário: ARISTÓTE
LES é um filósofo grego que 
deixou importantes contribuições à 
Ciência, à Filosofia, à Psicologia, à 
Biologia, à Metafísica, à Política e 
à Economia. Criador da Lógica. 
Suas teorias são comumente 
retomadas pelos estudos sobre a 
linguagem. 
[c3] Comentário: Se desejar 
mais informações sobre esse filme, 
acesse (ANOTAR O SITE). Quem 
sabe você já o tenha assistido. Se 
não, é possível promover uma 
“sessão de cinema” em um 
encontro presencial ou verificar se 
está disponível em seu pólo. 
 
 
 Curso de Licenciatura em Química 
 
 
 Língua Portuguesa – Unidade 1 1
 
 O Filme “Guerra do Fogo”, do diretor Jean-Jacques Annaud, apresenta um 
enredo composto por um conflito-chave: a conquista de um dos bens mais preciosos 
da época – o fogo. Para tanto, são travadas lutas entre diferentes tribos para tomar 
posse do fogo. Os personagens, imersos em um cenário de características primitivas, 
comunicam-se entre si por meio de grunhidos, gritos e sons ininteligíveis, mas, 
mesmo assim, conseguem interagir uns com os outros. Isso quer dizer que as ações 
são realizadas e as atitudes são modificadas diante das manifestações de fúria do 
líder, ou de demonstrações de afeto, como da personagem feminina que se “acasala” 
com o líder do grupo. 
 O importante, nesse filme, é saber o quanto é necessária a comunicação e, 
conseqüentemente, a interação entre as pessoas. Mas, para que isso ocorra, uma forma 
de linguagem é imprescindível, mesmo que sejam apenas gestos, sons, gritos, 
expressões faciais e corporais, ou melhor ainda, o código lingüístico desenvolvido ao 
longo dos séculos pelos humanos em suas mais diferentes comunidades de falantes. 
 
 
Esse filme, abordado em outras áreas de conhecimento, é um texto rico em 
informações para o trabalho na disciplina de Língua Portuguesa, pois permite que se 
façam importantes reflexões acerca da linguagem e de diferentes formas de 
manifestação. A história retratada comprova, principalmente, que a linguagem, como 
afirmam os lingüistas, está presente nos mais remotos grupos sociais na história da 
humanidade. 
 
 
AGORA É A SUA VEZ DE EXERCITAR ALGUMAS REFLEXÕES ACERCA DA LINGUAGEM!!! 
 - Responda em seu caderno de anotações as DUAS questões a seguir e 
depois reúna as informações construídas para realizar a PRIMEIRA ATIVIDADE 
proposta ao final da unidade! 
 
 
 Curso de Licenciatura em Química 
 
 
 Língua Portuguesa – Unidade 1 1
 
01. Como seria o mundo hoje se os seres humanos não tivessem a 
linguagem como diferencial entre os outros animais? 
 
02. Pensemos mais um pouco...Sem a evolução da linguagem, como seria a 
humanidade hoje? Você poderia estar realizando este curso na modalidade 
à distância? 
 
 
 
 
 
- Diante de suas reflexões, podemos ampliar nossa visão sobre a 
linguagem a partir do seguinte exercício reflexivo: 
 
Pense sobre as diferentes linguagens utilizadas por você antes de ler este 
texto... 
 
 - Vamos ajudá-lo um pouco.... 
 
Você sorriu para alguém hoje de manhã e essa pessoa lhe retribuiu com um bom 
dia. Ou você enrugou a testa e “atingiu” alguém com um olhar furioso. Certamente essa 
pessoa lhe disse: “hoje não tem papo”. 
Você também pagou uma ( ou muitas!!) conta (s) hojee para isso teve que 
utilizar a comunicação com o caixa-humano ou com o caixa-eletrônico. A linguagem 
utilizada foi a escrita do boleto bancário. Mas, para enfrentar a demora no atendimento 
do banco, você até puxou uma conversa com seu vizinho de fila, mesmo que seja para 
falar do tempo. 
Como pode ver, a linguagem está em toda parte, impregna e modela as nossas 
ações e pensamentos. Ela é intermediária em nossas relações com os outros para que 
 
 Curso de Licenciatura em Química 
 
 
 Língua Portuguesa – Unidade 1 1
haja interação e comunicação, e é ensinada inclusive em nossos sonhos. Não há como 
viver sem ela!! 
 
Mais importante ainda é saber que o volume esmagador de conhecimentos 
humanos é guardado e transmitido pela linguagem. Pois se assim não o fosse, nós não 
teríamos os conhecimentos milenares repassados de geração a geração e muitos 
menos teríamos condições de estar compartilhando com você, neste momento, todas 
essas idéias, conceitos e reflexões. 
A linguagem é de tal modo onipresente que a aceitamos e sabemos que sem ela 
a sociedade, tal como a conhecemos, seria impossível de se realizar. 
 
Vejamos um conceito de linguagem: 
 
 
Linguagem pode ser definida como um sistema de signos capaz de 
representar, através de alguma substância significante (som, cor, imagem, gesto), 
significados básicos que resultam de uma interpretação da realidade e da 
categoria mental dos resultados dessa interpretação. Simplificadamente 
podemos dizer que é todo sistema formado por símbolos que permite a 
comunicação entre os indivíduos. 
 
 Diante do exposto, podemos concluir que os sinais – imagens, sons, cores, 
formas, movimentos – que compõem os textos ao nosso redor, precisam produzir 
algum significado, pois se assim não for, os textos que vemos, lemos ou ouvimos não 
promoverá a comunicação e muito menos a interação entre os seus interlocutores. 
Vejamos outro conceito de linguagem formulado pelo lingüista Louis Hjelmslev: 
 
“A linguagem é inseparável do homem, segue-o em todos os seus atos. A 
linguagem é o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus 
sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade, seus atos, o instrumento 
graças ao qual ele influencia e é influenciado, a base mais profunda da sociedade 
humana.” 
[c4] Comentário: Interlocutore
s são as pessoas que participam do 
processo de interação por meio da 
linguagem. Podem ser tanto o(s) 
autor(es) quanto o(s) leitor(es) do 
texto. 
 
 Curso de Licenciatura em Química 
 
 
 Língua Portuguesa – Unidade 1 1
 
 O conceito de Hjelmslev amplia nossa visão sobre o tema, pois o autor refere-se 
à linguagem como sendo algo inerente ao homem, ou seja, é ela que permite ao 
homem realizar praticamente todas as suas ações e promover mudanças nos outros 
seres, seja para o bem ou para o mal. 
Diante desses conceitos, REFLITA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM 
PARA O SEU COTIDIANO ATUAL E O QUANTO É NECESSÁRIO AMPLIAR A 
NOSSA CAPACIDADE DE INTERAGIR COM OS OUTROS POR MEIO DE 
DIFERENTES LINGUAGENS. O mundo é representado por meio de linguagens. Elas 
não são o mundo, mas sim sua representação. Faça as anotações em seu caderno e 
depois as utilize como argumentos em seu texto, conforme o que se pede na proposta 
da ATIVIDADE 1 ao final da unidade. 
 
 
 
- FALEMOS UM POUCO AGORA SOBRE AS DIFERENTES LINGUAGENS: 
 
 
 
A linguagem verbal é um exemplo complexo e completo de representação dos 
objetos existentes no mundo. Mas também temos, para representar dados da realidade, 
a Pintura, a Música, a Dança, os Sistemas Gestuais, a Física, a Química. Há ainda os 
sistemas particulares de signos tais como o Código Morse, os Mitos, os Logotipos, os 
Quadrinhos. 
Algumas dessas linguagens são universais (como as Línguas Naturais e a 
Música, presentes em todas as culturas do mundo); outras se desenvolveram nas 
chamadas culturas letradas, após o desenvolvimento e a especialização e sofisticação 
dos usos da escrita. Quando entram em jogo signos (desenho de sinais 
correspondentes à idéia) como as cores, os desenhos, a mímica dos surdos-mudos e 
as imagens de modo geral, fala-se em Linguagem Visual, ou ainda Linguagem Não-
verbal, em oposição à Linguagem Verbal. 
 
 
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 1
- EXEMPLOS DE DIFERENTES LINGUAGENS 
 
1. As notas musicais – a linguagem universal 
 
 
 
 Essa primeira imagem representa o trecho de uma música. Ela é considerada 
uma linguagem universal, porque qualquer cidadão do mundo, se estudou esse código, 
poderá decifrá-lo, não importando sua nacionalidade e muito menos sua língua 
materna. 
 
2. A pintura ( ou melhor – a releitura de uma obra de arte) 
 
 
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Nessa imagem temos a figura da personagem Mônica (dos quadrinhos Turma da 
Mônica, de Maurício de Souza), sendo retratada no quadro mundialmente conhecido 
Monalisa, de Leonardo da Vinci. Certamente você já deve ter visto o quadro de Da Vinci 
e por isso saberá ler essa imagem. O quadro, ao ser reconstruído com a imagem da 
personagem Mônica, transforma-se em um novo texto que oscila entre a produção de 
uma leitura divertida, engraçada e, ao mesmo tempo, atribui à personagem um 
característica clássica – padrão de beleza – atribuída ao quadro original. 
 
3. A linguagem da matemática – (às vezes inacessível para alguns) 
 
 
4. As placas de trânsito – a linguagem presente nas ruas 
 
 
 
As cidades estão impregnadas de imagens – textos não-verbais, que, de forma 
rápida e enxuta divulga produtos e eventos, orienta pedestres e motoristas e informa a 
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 1
todos sobre lugares e mudanças de percurso. É uma imensidade de informações que 
há horas em que nos sentimos atordoados e às vezes precisamos tomar cuidado para 
que não nos deparemos, de repente, com um poste à nossa frente. 
 
1.2 Ampliando o conceito de linguagem 
 
Dado que a linguagem decorre das práticas sociais de uma cultura humana e as 
representa e modifica, o exercício da linguagem é atividade predominantemente social: 
a faculdade de representar e de interferir na realidade através do uso da linguagem é 
compartilhada por todos os membros de uma mesma comunidade humana. É por isso 
que as linguagens desenvolvidas pelo homem pressupõem conhecimento, por parte de 
seus usuários, do valor simbólico dos seus signos. 
Se não houvesse acordo com relação a esse valor (ou seja, se não fosse 
possível, para todos os usuários de uma mesma forma de linguagem, identificar no 
mundo aquilo a que determinado signo faz referência – por exemplo, relacionar a cor 
verde, nos sinais de trânsito, à autorização para prosseguir; identificar o sentido 
pretendido pelo ator ao atribuir uma interpretação aos elementos de um texto), qualquer 
interação através da atividade da linguagem estaria por definição prejudicada, uma vez 
que não haveria comunicação possível. 
Para Geraldi (1986), dialeticamente, a linguagem é uma atividade interacional 
que ao mesmo tempo em que constitui os sujeitos que a praticam, é constituída por 
esses sujeitos e por essa prática. 
A linguagem é uma forma de ação sobre o outro e sobre o 
mundo, e essa ação é marcada por um jogo de intenções e 
representações; ela implica pensar o contexto em que ela se atualiza; 
ela nada tem de acabado, apresenta-se, sempre, como um conjunto 
de alternativas que se (re)fazem no seu próprio fazer, (re)fazendo 
também os sujeitos, que se valem dessas alternativas. (Halliday,1978 
). 
 
 Mais um conceito de linguagem formulado por Brandão (1997, p. 12): 
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 1
 
 A linguagem enquanto discurso não constitui um universo de signos que 
serve apenas como instrumento de comunicação ou suporte de pensamento; a 
linguagem enquanto discurso é interação, e um modo de produção social; ela 
não é neutra, inocente (na medida em que está engajada numa intencionalidade) 
e nem natural, por isso o lugar privilegiado de manifestação da ideologia. (...) 
Como elemento de mediação necessária entre o homem e sua realidade e como 
forma de engajá-lo na própria realidade, a linguagem é lugar de conflito, de 
confronto ideológico, não podendo ser estudada fora da sociedade uma vez que 
os processos que a constituem são histórico-sociais. 
 
No conceito de linguagem é essencial a característica da articulação 
discursiva, porque as articulações se fazem em cadeia, formando um fio (ou frase, ou 
discurso) que acompanha e até certo ponto reflete a concatenação do nosso 
pensamento, podendo ser verbal ou não-verbal. 
 Estabeleceremos, a seguir, algumas diferenças entre linguagem verbal e 
linguagem não-verbal: 
 
1.2 Linguagem Verbal e Linguagem Não-Verbal 
As linguagens representam e constituem o mundo a nossa volta, e atraem nossa 
atenção para que façamos leituras a todo instante. Entre os textos que nos circundam, 
temos aqueles organizados sob a forma de imagens, desenhos, códigos, denominados 
de textos não-verbais; e temos, principalmente, aqueles organizados por meio de 
palavras que representam os objetos, os seres, as pessoas, os sentimentos, etc. Essas 
palavras são compostas de sinais criados pelo homem e constituem o código lingüístico 
de uma determinada comunidade de falantes. 
Vejamos a seguir as diferenças entre linguagem verbal e não-verbal. 
 
1.2.1 LINGUAGEM VERBAL 
 
A linguagem verbal pode ser assim definida: 
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 1
 
Articula um conjunto de símbolos por meio de palavras, sejam elas orais 
ou escritas. A linguagem verbal permite transmitir, de forma mais objetiva e 
completa, o que pensamos, sentimos ou desejamos – por isso é mais eficaz. É 
também a única linguagem capaz de traduzir, analisar e criticar qualquer outro 
tipo de linguagem. 
 
A humanidade tem veiculado, por intermédio da palavra, de geração a geração, 
um volume enorme de conhecimentos, comportamentos e valores que constituem a 
cultura das várias comunidades existentes. 
A linguagem verbal apresenta uma estrutura bastante complexa: além de 
representar todos os objetos, permite a sua análise, caracterização e interligação com 
outros conceitos, num sistema amplo de relações. 
As Línguas Naturais (Inglês, Chinês, Francês, Português, Russo, Guarani), etc.) 
são sistemas de signos lingüísticos. Os signos lingüísticos são os elementos de 
significação nos quais se baseiam as línguas, e possuem uma dupla face: uma 
representada por sons e letras e outra representada pelo conceito transmitido. A face 
gráfica e sonora é chamada de significante e a face abstrata de significado. 
Os significantes formam-se a partir de um número finito de sons vocais e variam 
de língua para língua. As chamadas formas lingüísticas resultam da combinação 
desses sons em unidades (fonemas, morfemas, sintagmas, semantemas) que se 
combinam, por sua vez, nos constituintes dos vários níveis de organização desses 
sistemas simbólicos. Essa complexa articulação de signos em níveis, características 
das línguas naturais, permite que elas se constituam em eficazes sistemas de 
representação do mundo exterior e objetivo e do mundo subjetivo interior. 
 
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1.2.2 LINGUAGEM NÃO- VERBAL 
Na comunicação diária, utilizamo-nos de meios que dispensam o uso da palavra. 
Nossos gestos e olhares são prova disso. A maneira como nos vestimos e até como 
nos portamos nos vários ambientes que freqüentamos também é uma forma de 
comunicação , a quem nos observa, preferências e modo de vida. 
A mímica, a pintura, a música e a dança são artes que, em sua expressão, 
prescindem da palavra. 
Hoje, convivemos com freqüência cada vez maior e mais intensamente com a 
linguagem visual. O cinema, a televisão, os computadores, a fotografia, os veículos 
publicitários (outdoors, revistas) têm encontrado, nesse tipo de linguagem, um 
instrumento de comunicação extremamente eficaz, devido sobretudo à velocidade com 
que se transmite as mensagens. 
 
 
Veja um exemplo de texto não-verbal – A CHARGE. 
Como nas propostas anteriores, procure inicialmente fazer uma prévia leitura do 
texto para só depois seguir em frente. Tente principalmente analisar qual o 
contexto histórico a que esse texto se refere: 
 
 
 
ANÁLISE 
 As charges constituem ótimos exemplos de textos não verbais, pois, por meio da 
imagem, o leitor consegue produzir leituras que oscilam entre o humor e a crítica. 
 
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Conhecendo o contexto de produção da charge, o leitor é capaz de compreender o que 
o autor procurou dizer em seu texto. 
A charge acima foi veiculada na internet em março de 2006, época em que o 
ministro Antonio Palloci foi alvo de denúncias de corrupção, que resultaram em sua 
demissão do Governo do Presidente Lula. Nesse texto o chargista utilizou a linguagem 
não-verbal para dizer, em tom humorístico, que o caseiro Francenildo Santos Costa, 
conseguiu “varrer” a cabeça do Ministro Palloci da mansão, no Lago Sul de Brasília, 
onde negociava com lobistas e se encontrava com garotas de programa. O que se 
pode inferir dessa charge é que um simples caseiro conseguiu, por meio de suas 
denúncias, derrubar um Ministro do poder, o que equivale a dizer, metaforicamente, 
“cortou-lhe a cabeça”. Como se vê, a imagem, ou seja, a linguagem não-verbal 
predominante nesse texto, mais o nosso conhecimento de mundo assimilado por outras 
leituras, conseguiram fazer com que o leitor produzisse leituras. 
IMPORTANTE!! 
Essa separação entre verbal e não-verbal nem sempre é possível de ser 
estabelecida, pois há textos em que palavra escrita e a imagem conjugam-se de tal 
forma que não se pode classificar o texto como verbal ou não verbal, mas sim 
multimodal. É o caso dos infográficos, tão comuns em revistas informativas, como a 
Super Interessante. Esses textos que conjugam o verbal e o não-verbal atendem às 
necessidades da comunicação na era moderna: uma delas é a rapidez, pois se o texto 
for composto apenas de palavra escrita seria cansativo e chato para o leitor; por outro 
lado, somente a imagem seria insuficiente para produzir o efeito de sentido desejado. 
Portanto, em prol de uma interação eficiente entre leitor e produtor, e que 
demande pouco tempo, criam-se ou recriam-se novas linguagens. E assim produzem 
textos que misturam a palavra, o desenho, a figura, a música, o cenário, etc. Como 
exemplos, podemos citar as histórias em quadrinhos, o cinema, os programas de TV, 
os videoclipes, documentários e outros. 
 
1.3 A Língua – manifestação social 
 
Diante de tantos sons, gestos, imagens que cercam a vida do homem moderno, 
compondo mensagens diversas transmitidas pelos mais diferentes suportes, como a 
[F5] Comentário: Veja 
exemplos em......... 
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 2
televisão, as revistas, os jornais, a internet, não há como negar que a língua 
desempenha um papel preponderante, seja em sua forma oral, seja através de seu 
código substitutivoescrito. E é através dela que o nosso contato com o mundo e as 
nossas relações sociais no cotidiano é permanentemente atualizado. 
Admite-se que primitivamente a espécie humana houvesse concretizado a sua 
linguagem num sistema único de sinais possivelmente orais, mas como os homens se 
disseminaram e ocuparam países estanques, criaram-se sistemas diferentes a que 
chamamos de LÍNGUAS. 
 
Podemos conceituar a língua como sendo um instrumento oral e escrito de 
comunicação de pensamentos e sentimentos; é o código lingüístico próprio e 
particular de cada COMUNIDADE. 
 
 
Nas grandes civilizações, a língua é o suporte de uma dinâmica social que 
compreende não só as relações diárias entre os membros da comunidade, como 
também uma atividade intelectual, que vai desde o fluxo informativo dos meios de 
comunicação de massa, até a vida cultural, científica ou literária. (PRETI, 1977, p. 02) 
 
A língua portuguesa, uma convenção social, falada no Brasil, Portugal e outros 
países (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe) é 
composta de palavras devidamente codificadas e reconhecidas como signos 
lingüísticos. Signo é um símbolo, um sinal portador de significação. 
 
 
1.4 Modalidades de uso da língua: fala e escrita. 
 
 O processo de interação entre os falantes de uma língua pode ocorrer tanto na 
forma oral quanto na escrita. Embora a língua, como código, seja a mesma, é ponto 
indiscutível que a modalidade escrita difere muito da modalidade falada, 
consequentemente, ninguém escreve como fala e vice-versa. 
 Sabemos que a língua falada é anterior à língua escrita e esta somente apareceu 
em estágios mais avançados da civilização. Mesmo diante de tanta modernização nos 
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 2
sistemas de comunicação atualmente ainda existem línguas ágrafas, isto é, sem 
escrita. Entretanto, a linguagem escrita adquiriu um status entre os seus usuários que 
ocorre, em muitos casos, o desprezo pela linguagem oral e suas variantes. Muitos 
usuários se esquecem de que esta serviu de suporte para aquela. 
É bem verdade que a escrita é apenas uma tentativa imperfeita de reprodução 
gráfica dos sons da língua. E por que imperfeita? 
Simplesmente porque os grafemas (letras) não correspondem com exatidão aos 
fonemas (sons). Assim, temos as palavras, como por exemplo, “chácara”, em que 6 
fonemas são representados por 7 letras. Ou ainda exemplos, como “táxi”, que contém 4 
letras para representar 5 fonemas, pois a letra “x” representa, nesse caso, o som de 
“ks”. Esses poucos exemplos confirmam a seguinte assertiva: “a relação entre as letras 
e os sons da fala é sempre muito complicada pelo fato de a escrita não ser o espelho 
da fala (...)” (Cagliari, 1993, p. 117). 
A língua configura-se conforme o contexto de interação. A situação sócio-
comunicativa impõe algumas regras diferenciadas para o uso da língua. As diferenças 
mais acentuadas encontram-se entre a língua oral ou falada e a escrita. Cada uma 
dessas modalidades de expressão tem suas características, seus fundamentos, suas 
necessidades e suas realizações. Eis algumas características que definem a língua 
oral ou falada e língua escrita: 
 
1.4.1 LÍNGUA ORAL OU FALADA 
⇒ A mensagem é transmitida de forma imediata. O falante e o ouvinte estão 
freqüentemente próximos no tempo e/ou no espaço. 
⇒ A fala se desenvolve no tempo real: você fala e o outro ouve em seguida. É 
possível que você tenha oportunidade de “arrumar” o que disse, mas nem 
sempre isso é tão fácil de fazê-lo. 
⇒ O emissor e o receptor conhecem bem a situação e as circunstâncias que os 
rodeiam. É possível verificar se o nosso ouvinte está atribuindo às palavras um 
valor aproximado ao nosso. 
⇒ É permitido o emprego de elementos prosódicos, como entonação, pausa, ritmo 
e gestos, que enfatizam o significado dos vocábulos e das frases e orientam a 
interpretação do ouvinte; 
 
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⇒ É admitido o emprego de construções simples, com ênfase para orações 
coordenadas e a presença de frases incompletas, interrompidas. Passa-se de 
um assunto a outro por livre associação de idéias. 
 
 
1.4.2 LÍNGUA ESCRITA 
 
⇒ A mensagem é transmitida de forma não-imediata. O falante e o ouvinte (locutor 
e interlocutor) estão comumente distantes no tempo e no espaço; 
⇒ A mensagem comumente é mais longa do que na língua falada; 
⇒ O tempo da escrita não é o mesmo da leitura. Podemos ler e reler uma página 
sem preocupação de responder ao autor. Quando produzimos um texto escrito, 
podemos voltar atrás, apagar e modificar o que foi escrito, até chegar ao efeito 
que desejamos. 
⇒ Não é possível a utilização de elementos prosódicos. Faz-se uso de outros 
recursos próprios da língua escrita, como a pontuação, regras de construção das 
frases, as imagens, normas ortográficas e gramaticais. 
⇒ Exigem-se construções mais complexas, mais elaboradas, com ênfase para 
orações subordinadas. A ordenação da mensagem é mais planejada. 
⇒ Tudo que se quer dizer tem de estar expresso pelas palavras e pelas formas de 
combiná-las. Não é possível verificar, pelo menos imediata e diretamente, se o 
leitor está atribuindo ao que está escrito o mesmo valor que o autor do texto. 
⇒ Todos os enunciados se articulam para que o texto tenha uma unidade de 
sentido global. Nenhuma passagem de um texto pode ser considerada sem 
validade só pelo fato de ela não voltar a ser referida ou não se articular com 
todas as outras. O texto está por inteiro presente diante do leitor. 
 
Vejamos um quadro resumido que compara a língua oral e a língua escrita, segundo 
Marcuschi (2000, p. 27): 
 
LÍNGUA ORAL LÍNGUA ESCRITA 
Contextualizada Descontextualizada 
Dependente Autônoma 
 
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Implícita Explícita 
Redundante Condensada 
Não-planejada Planejada 
Imprecisa Precisa 
Não-normatizada Normatizada 
Fragmentária Completa 
 
UMA REFLEXÃO: 
 
Muitos estudantes, quando se deparam com a disciplina Língua 
Portuguesa em um determinado curso, logo enunciam: “Eu não sei 
Português”, ou ainda, “Não gosto de Português”, e o pior, “Português é 
uma matéria chata”. (Será que algum leitor neste momento já não tenha 
dito ou pensado em alguma dessas frases antes de iniciar nosso curso?!). 
Essas frases trazem, em seu bojo, uma preocupação com o não-
aprendizado da língua escrita e, mais especificamente, a não assimilação 
de normas gramaticais que regulamentam a norma culta da língua. Não 
se pode dizer que o falante nascido no Brasil, que aprendeu a andar, a 
se alimentar, a fazer amizades, a trabalhar, ou seja, a realizar tantas 
ações sociais, não saiba falar Português. Até mesmo o estrangeiro que 
vem ao Brasil não consegue falar a nossa língua se ficar apenas 
folheando livros ou freqüentando cursos. É preciso que recorram às 
ruas, a grupos de brasileiros para que possam assimilar certas 
características da língua. Como está dito no quadro acima, a fala não 
requer planejamento, não segue a tantas regras, portanto ela permite 
mais liberdade de expressão por parte do falante, de acordo com o 
contexto. Se você interage com os outros todos os dias por meio da 
fala, é claro que essa atividade com a língua será mais fácil. Agora, 
quanto tempo você gasta por dia escrevendo? É como nadar; se não 
treinar, não será um exímio atleta para competir. A língua escrita 
também requer treino, suor, pesquisa, dedicação e gasto de tempo. 
Pense nisso! 
 
 
 
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1.5 Norma cultae variantes lingüísticas 
 
1.5.1 A Norma Culta 
 
 Como falantes, aprendemos a usar uma língua com os nossos pais, avós, tios, 
amigos, etc. As regras que definem como construir os enunciados não são ditas pelas 
pessoas que nos ensinam a falar. Não se costuma explicar como se estrutura uma 
frase como “Mãe, quero brincar com meu amiguinho”. Aprendemos a construí-la dessa 
forma, apenas por ouvir os outros falarem. Nenhuma criança, considerada normal pelos 
padrões médicos, tentar dizer “Mãe, meu amiguinho, brincar quero com”. 
 É certo que há muitas diferenças no modo de usar a língua para enunciar uma 
mesma idéia, como nos exemplos abaixo: 
a) Eu conheço ele dês que a gente era colega de colégio. 
b) Eu o conheço desde o tempo em que éramos colegas no colégio. 
c) Vós poderíeis dizer, excelência, que estou equivocado. 
d) Você poderia dizer que estou errado. 
e) Cê poderia dize, cara, que tô errado. 
 
 Nos exemplos b), c) e d), temos frases aceitáveis para o padrão culto da língua, 
porque elas seguem as regras gramaticais. Já nos exemplos a) e e) estão registradas 
frases comumente usadas na oralidade, sendo possível, inclusive, identificar 
características que definem o falante que as utilizam e o contexto de produção dessas 
frases. 
 Todos os exemplos de frases acima pertencem à Língua Portuguesa e são 
aceitáveis pelos falantes conforme as exigências no contexto de produção. As 
diferenças nos sons, no vocabulário, nas construções sintáticas e morfológicas vão 
definir as variantes que ocorrem nas línguas. 
 Toda língua comporta um complexo de variantes definidas ora pela falante, ora 
pelo ouvinte. Quando se fala em norma padrão de uma dada língua, referimo-nos a 
uma variedade aceita como de maior prestígio social e considerada aquela que, por 
meio de regras, controla as demais variantes – pelo menos no plano ideal dos filólogos 
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 2
puristas1. A norma padrão – que, pelo senso comum é utilizada como sinônimo de 
norma culta – é a variedade lingüística ensinada na escola, utilizada na maior parte 
nos livros e revistas, exigida nos textos científicos e didáticos e também empregada em 
programas de TV, como os telejornais. 
 Para encerrar nosso diálogo sobre norma padrão, vejamos o que diz o lingüista 
Faraco (2002, p. 40). 
 
(...) A cultura escrita, associada ao poder social, desencadeou também, 
ao longo da história, um processo fortemente unificador (que vai 
alcançar basicamente as atividades verbais escritas), que visou e visa 
relativa estabilização lingüística, buscando neutralizar a variação e 
controlar a mudança. Ao resultado desse processo, a esta norma 
estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão ou língua-
padrão. 
 
1.5.2 As Variações Lingüísticas 
 
“É a fala que faz evoluir a língua” Saussure 
Antes de iniciarmos o tema deste sub-tópico, apresentamos o conceito de fala 
formulado pelo lingüísta Saussure: a fala “é sempre individual e dela o indivíduo é 
sempre senhor. A língua é necessária para que a fala seja inteligível e produza os seus 
efeitos: mas esta é necessária para que a língua se estabeleça; historicamente, o ato 
da fala vem sempre antes”. (Ferdinand Saussure) 
A fala é a realização concreta da língua, feita por um indivíduo da comunidade, 
num determinado momento, utilizando o código lingüístico que julgar mais apropriado. 
Entretanto, para que a comunicação seja completa, é preciso que a língua – o código 
lingüístico – seja respeitada em suas regras internas. Só assim podemos dizer que a 
língua é comum a todos os indivíduos de uma determinada comunidade 
lingüística e que a fala é um ato individual que cada membro pode efetuar com o 
uso da linguagem. 
As línguas evoluem com o tempo, se transformam e vão adquirindo 
peculiaridades próprias em função de seu uso por comunidades específicas. Todas as 
 
1
 Filólogo é o especialista que estuda a língua em toda a sua amplitude. Quando são chamados de puristas, referimo-
nos àqueles que não admitem mudanças que afetam a norma culta da língua. 
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 2
variedades, do ponto de vista estrutural lingüístico, são perfeitas e completas em si. O 
que as diferenciam são os valores sociais que seus membros têm na sociedade. Desse 
modo, um baiano falará como baiano, não como gaúcho, uma pessoa de classe social 
alta não falará como uma pessoa de classe social baixa (de acordo com a regra geral, 
mas há exceções). Um cuiabano tem características peculiares em seu modo de falar, 
que não se confundem com o falar do paranaense. 
 
 
Os modos diferentes de falar acontecem, porque as línguas se transformam ao 
longo do tempo, assumindo peculiaridades características de grupos sociais diferentes 
e os indivíduos aprendem a língua ou dialeto da comunidade em que vivem. O latim 
vulgar foi, certa época, considerado dialeto de classes pobres, e por isso 
desprestigiava-se quem o falava. Depois transformou-se em línguas românicas, que a 
sociedade trocou pelo latim clássico, passando a ser uma língua de prestígio. 
Da mesma forma como o latim sofreu alterações, todas as línguas também 
sofrem. Entretanto, devemos ressaltar que elas não se degeneram, não se tornam 
imperfeitas, mas adquirem novos valores sociolingüísticos, ligados às novas 
perspectivas da sociedade. Nessas transformações não aparece o certo e o errado 
lingüístico, mas o diferente. 
Para a escola aceitar a variação lingüística como um fato lingüístico, precisa 
mudar toda a sua visão de valores educacionais, respeitando os dialetos entre os 
alunos, já que a fala deles é proveniente de valores culturais do grupo social, etário e 
Você saberia identificar marcas 
que definem a variante lingüística 
comum na região onde você mora? Já 
parou para observar como os 
moradores de seu bairro falam a 
Língua Portuguesa? Observe e registre 
em seu caderno para realizar a 
Atividade 04, ao final desta unidade! 
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 2
regional a que pertencem; a fim de que, como seres culturais, respeitem o seu mundo e 
dos outros. 
 
A maior parte dos problemas de fala e escrita estão ligados ao fenômeno da 
variação lingüística. Muitos professores, autores de livros didáticos e a comunidade 
educacional confundem elementos importantes no estudo da língua. 
 
 REFLEXÃO... 
 
Você, cursista, como também uma grande parte dos brasileiros, já sabia 
que há modos diferentes de se falar uma língua. Mas reflita sobre como pode 
existir intransigências, por parte das pessoas, ao atribuir valores de certo ou 
errado a falantes de determinadas variantes. Se alguém utiliza uma 
construção como “Nóis vai fazê uma tarefa difícir”, os ouvintes podem tachar 
essa pessoa de “ignorante” ou “sem cultura”. Se tiver algum professor de 
Língua Portuguesa por perto já dizem “Eh, professor, seu ouvido deve estar 
doendo!”. Isso simplesmente porque o falante não utilizou regras da norma 
culta, como a concordância verbal – em vez de “nós vai”, deveria usar “nós 
vamos”. Mas poucos percebem algum problema na frase: “Foi entregue vários 
envelopes em sua sala”, quando dita ou escrita por alguém. De acordo a 
gramática normativa, esse falante também não seguiu as regras de 
concordância verbal, ele deveria dizer “foram entregues vários envelopes em 
sua sala”. Se pensarmos em “erro”, ambos falantes “erraram”. No entanto, o 
falante do primeiro exemplo certamente será mais estigmatizado. 
 
A escola, como representante da sociedade, costuma incorporar esses 
preconceitos, mesmo sem ter consciência dofato. Em outras palavras, tacham alunos 
de “certinhos”, porque são falantes do dialeto de prestígio; e outros, alunos carentes, de 
“burros”, porque são falantes de um dialeto estigmatizado pela sociedade. A escola, 
como espelho da sociedade, não admite o diferente e prefere adotar só as noções de 
certo e errado, numa falsa visão da realidade. 
 
 
 
 
[c6] Comentário: Estigmatizar 
quer dizer censurar, considerar a 
ação do outro inaceitável, reprovar. 
 
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ATIVIDADE – LEITURA EXTRACLASSE: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vejamos dois exemplos de textos que representam as diferenças existentes na 
Língua Portuguesa no Brasil e constituem exemplos da riqueza cultural do nosso país: 
 
Texto I Cuitelinho – (Você poderá ouvir esta música em – disponibilizar on line...) 
Para� ampliar� as� reflexões�
iniciadas� aqui� sobre� variantes�
lingüísticas,� você� deverá� ler� o�
livro� Preconceito� Lingüístico� –� o�
que� é,� como� se� faz,� do� lingüista�
Marcos� Bagno� –� (Veja� bibliografia�
completa� no� final� deste� texto).��
Com� este� livro� você� poderá�
conhecer� alguns� mitos� que�
compõem� um� preconceito� muito�
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 3
Cheguei na bera do porto 
Onde as onda se espaia. 
As garça dá meia volta, 
senta na bera da praia. 
E o cuitelinho não gosta 
que o botão de rosa caia 
 
 Quando eu vim de minha terra, 
despedi da parentaia. 
Eu entrei em Mato Grosso, 
Dei em terras paraguaia. 
Lá tinha revolução, 
 enfrentei fortes bataia, 
 A tua saudade corta 
 Como o aço de navaia, na linguagem 
caipira. 
 O coração fica aflito, 
 bate uma, a outra faia. 
 E o oio se enche d’água 
 que até a vista se atrapaia. 
 (Marcos Bagno. A língua de 
Eulália ) 
 
. Cuitelinho: beija-flor 
 
- Esta canção é de Paulo Vanzolini . Nela há presença de uma variedade regional, conhecida como 
variedade “caipira”, própria do interior de alguns Estados brasileiros. 
 
 II. A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros 
 Vinha da boca do povo na língua errada do povo 
 Língua certa do povo 
 Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil 
 Ao passo que nós 
 O que fazemos 
 É macaquear 
 A sintaxe lusíada 
 Manuel Bandeira 
 
- O poeta Manuel Bandeira pertence ao movimento literário denominado Modernismo. Foi nessa 
fase que a os artistas, de um modo geral, procuraram retratar, em suas obras, características 
brasileiras. Como a língua de um povo é também definidora de cultura, os escritores e poetas 
produziram textos que objetivaram uma reflexão sobre o modo de falar aqui no Brasil, com um léxico 
e uma sintaxe próprios do dialeto do país. É isso o que Bandeira faz nos versos do texto II: para ele é o 
povo que fala gostoso o português do Brasil, pois a expressão oral da língua , com sua espontaneidade, 
não se preocupa com regras da sintaxe portuguesa. 
 
 
Como se pode ver, os textos revelam um pouco desse universo de variedades 
existentes na língua. Dizemos um pouco, porque se percorrermos os grupos sociais, 
com suas diferenças regionais, etárias, culturais, bem como os níveis de 
escolaridade e outros fatores, veremos que existem tantas marcas lingüísticas 
diferenciadoras das variantes lingüísticas que seria impossível determinar com 
precisão o número delas. Mais difícil ainda é caracterizar as variantes e classificá-las 
em quadros distintos. Esse é o papel do sociolingüista – o especialista que observa, 
analisa e descreve a língua falada em seu contexto social, em situações reais de 
uso. A esse profissional cabe a tarefa de esmiuçar e compreender as línguas. A nós 
cabe a tarefa de compreender esse fenômeno lingüístico para que saibamos agir de 
maneira adequada nas situações de uso da língua e respeitar as diferenças 
lingüísticas dos falantes que estão ao nosso redor. 
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 3
Para ampliar esse conceito sobre de variantes lingüísticas, vejamos o quadro 
abaixo que apresenta alguns exemplos técnicos das diferenças que ocorrem na 
língua: 
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 3
 
Diferenças Definição Exemplos 
Sintáticas equivalem à construção 
das frases que ocorrem 
de modos diferentes 
- ele me disse / ele disse-
me; 
- eu vi ela/ eu a vi. 
Morfológicas equivalem à forma da 
palavra, tomada 
individualmente 
- vamos/ vamo; 
- dereito/ direito; 
- despois/ depois. 
 
Lexicais quando se atribuem 
diferentes nomes para o 
mesmo objeto 
- pandorga/ pipa/ raia/ 
papagaio; 
- mandioca/ macaxeira/ 
aipim 
Fonéticas quando há pronúncias 
diferentes (sons 
diferentes) para a mesma 
palavra, sem alterar o 
sentido 
- poRta – com erre 
aspirado/ porta – com 
erre “caipira”. 
- classe/ “crasse” – a 
troca do l pelo r 
- leitch/ leite 
 
 
 É importante você conhecer alguns fatores que determinam as variedades 
lingüísticas: 
• A região do falante: cada região do país tem um conjunto aproximado de 
características fonéticas, um sotaque próprio que dá traços distintivos ao 
falante nativo, um sotaque que, em geral, passa a ser a sua marca mesmo 
quando ele não vive mais na sua região de origem. Esse fator está 
relacionado às questões culturais do local e às contribuições deixadas por 
colonizadores, emigrantes, nativos, etc. 
• O nível social do falante, sua escolaridade e sua relação com a escrita: 
esse é um aspecto fundamental na distinção das variedades e, em geral, 
independe dos sotaques regionais. Essas distinções tocam diretamente 
algumas formas da língua reproduzidas pela escola e sustentadas na escrita, 
 
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como alguns pontos de concordância verbal (nós vamos x nós vai), 
vocabulário mais ou menos literário, etc. Mas muitas vezes é precipitado dizer 
que quanto maior for a escolaridade, mais “correto” o indivíduo irá falar. O 
falante pode usar uma variante mais próxima da norma padrão da língua, mas 
muitas vezes contempla, em seus textos escritos ou orais, algumas marcas 
de regionalismo ou coloquialismo que não afetam a compreensão e são 
aceitas pelos ouvintes/leitores. Isso acontece porque, em vários casos, muitas 
dessas marcas já foram aceitas pelo uso. 
• A situação da fala; todo o conjunto de circunstâncias que cercam o momento 
do enunciado. O mesmo falante empregará variedades diferentes da 
linguagem dependendo: 
- do momento/lugar onde ele fala: a sala de aula, o grupo de amigos, a 
reunião da empresa, a exposição de um trabalho; 
- das pessoas com quem fala - a mãe, o amigo, o chefe; 
- de sua intenção ao falar - dar um ordem, pedir, mentir; 
- da situação específica – um incêndio, um passeio na praia, uma briga com o 
colega de trabalho. 
 
 
 
1.6 Níveis de linguagem e condições de produção 
 
 
 Observe estes textos tirados de um relatório : 
 
A) Durante o projeto, pode pintar um lance, a falta de verbas, por exemplo. Esse 
galho, no entanto, pode ser resolvido se os diretores sacarem que podem 
recorrer a empréstimos estrangeiros. 
 
B) Durante o projeto, pode haver alguns obstáculos, a falta de verbas, por 
exemplo. Esse problema, no entanto, pode ser resolvido se os diretores 
atentarem para a possibilidade de se recorrer a empréstimos estrangeiros. 
 
 
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ATENÇÃO!! - RESPONDA RAPIDAMENTE: Qual dos dois textos acima está 
mais adequado para um relatório? Justifique. 
 
 
DEPOIS DE RESPONDER - LEIA ATENTAMENTE O TEXTO A SEGUIR: 
 
Se você respondeu que é o texto B, está correto. E assim deve ter observado, 
no texto A aparecem expressões inadequadas para um contexto mais formal de 
escrita. Essas expressões, classificadas como gírias, são utilizadas comumente em 
situações informais de fala e por falantes geralmente pertencentes a grupos de 
adolescentes. 
Diante do exposto, podemos concluir que, no ato sócio-comunicativo, é 
indispensável que a linguagem esteja adequada às exigências das condições de 
produção. Em se tratando de relatórios, o nível de linguagem exigido deve seguir 
aos padrões do código escrito, seguindo ao padrão culto da língua e à objetividade. 
 Por níveis de linguagem, registros lingüísticos ou ainda variações de 
estilo entendem-se variações nos enunciados lingüísticos que estão relacionadas 
aos diferentes graus de formalidade do contexto de interlocução, o qual se explica, 
por sua vez, em termos do maior ou menor conhecimento e proximidade entre os 
falantes. 
Em um dos extremos do que se pode tomar como um eixo contínuo de 
formalidade, temos as situações informais em que se manifesta a linguagem (uso 
coloquial, em situações familiares). No outro extremo desse mesmo eixo, temos as 
situações formais de uso da linguagem (por exemplo, as escolhas lingüísticas que 
caracterizam uma palestra feita para uma platéia desconhecida, sobre matéria 
científica). Assim, um bilhete escrito para um amigo exemplifica o contexto de uso da 
escrita coloquial, ao passo que um ensaio acadêmico exemplifica o contexto de uso 
formal da escrita. Existem, naturalmente, diversos pontos intermediários no eixo de 
graus de formalidade, tanto em termos da oralidade como da escrita. 
Nos exemplos abaixo, temos, no primeiro texto, o registro de uma linguagem 
relativamente informal de escrita. Já no segundo texto, o nível de linguagem é 
considerado mais formal. 
 
 
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 Texto 1 – Ciências Econômicas 
 
A profissão de economista vem sendo vista com outros olhos pela classe 
feminina. Todos os dias, a gente vê mulheres assumindo compromissos junto a 
empresas e repartições públicas, sempre administrando o dinheiro do país. Se 
você gosta de números e tem curiosidade em saber tudo sobre mercado 
financeiro, bolsa de valores e inflação..., talvez essa seja a profissão ideal pra 
você. O curso tem a duração média de quatro anos. Você vai ter disciplinas como 
matemática financeira, estatística e ainda matérias que vão ajudá-la a entender 
melhor a evolução da economia, não só no Brasil, mas no mundo todo. A partir do 
terceiro ano, iniciam-se as disciplinas mais específicas como macro e 
microeconomia, finanças públicas, contabilidade e balanço. 
 (Eliane Calisto. Todateen, dez. 2001) 
 
 Texto 2 – O Mundo de Sofia 
 
Na mesma época de Parmênides viveu Heráclito (c 540-480 ªC. ) de Éfeso, 
na Ásia Menor. Para ele, as constantes transformações eram justamente a 
característica mais fundamental da natureza. Poderíamos talvez dizer que 
Heráclito, mais do que Parmênides, confiava no que os sentidos lhe diziam. 
 “Tudo flui”, dizia Heráclito. Tudo está em movimento e nada dura para 
sempre. Por esta razão, “não podemos entrar duas vezes no mesmo rio”. Isto 
porque entro pela segunda vez no rio, tanto eu quanto ele já estamos mudados. 
 Heráclito também nos chama a atenção para o fato de que o mundo está 
impregnado por constantes opostos. Se nunca ficássemos doentes, não 
saberíamos o que significa a saúde. Se nunca tivéssemos fome, não 
experimentaríamos a agradável sensação de saciá-la depois de uma refeição. Se 
nunca houvesse guerras, não saberíamos o valor da paz, e se nunca houvesse 
inverno, não poderíamos assistir à chegada da primavera. 
 Tanto o bem quanto o mal são necessários ao todo (...) 
 (Jostein Gaarder. O Mundo de Sofia. Cia das Letras, 1997) 
 
ANÁLISE DOS TEXTOS 1 e 2: 
Nos textos acima, há suportes (veículos de comunicação) diferentes para os 
textos: o primeiro exemplo aparece em uma revista destinada a um público feminino 
jovem; o segundo, trata-se de um livro de conteúdo filosófico romanceado. 
 As diferenças de nível de linguagem são percebidas em expressões, que 
aparecem no texto 1, como “outros olhos”, “a gente vê”, “você”, comumente usadas 
na fala (o termo a gente, que equivale a 1ª pessoa do plural ainda não foi admitido 
nas gramáticas normativas). Já o texto 2, em vez do uso de “a gente”, o autor 
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 3
empregou verbos como “ficássemos”, “saberíamos”, “experimentaríamos”, 
conjugados na 1ª pessoa do plural, no tempo e modos adequados à intencionalidade 
do autor – suposição/hipótese – e conforme as normas da norma padrão da língua. 
 
 Para encerrar esse último item, reforçamos o conceito de que a norma 
considerada padrão é aquela determinada pelas regras da gramática normativa. 
Quanto mais formal for a situação de fala ou de escrita, mais se exige proximidade 
com a norma padrão. 
A norma culta é aquela que está mais próxima da norma padrão, ou seja, 
segue regras. Ela é considerada de maior prestígio, emprega vocabulário amplo 
e/ou técnico. É esse nível de linguagem exigido geralmente nos exames vestibulares 
na prova de redação e é principalmente aquele a ser exigido nas produções escritas 
de todo e qualquer curso em nível de graduação, como este que você está fazendo. 
Devemos compreender as variações lingüísticas como manifestações 
culturais coletivas e individuais, mas há situações de uso da língua que exigem um 
pouco mais de conhecimento da língua padrão. Infelizmente não podemos mudar, 
por enquanto, essas exigências feitas ao falante e ao escritor. A sociedade e o 
mercado de trabalho são os controladores do nosso vôo pelo mundo da escrita e da 
fala. Mesmo que os radares não funcionem de vez em quando, temos que estar 
sempre atentos para que o nosso desempenho como usuário da língua tenha 
sucesso em toda e qualquer situação entre os pousos e decolagens no mundo 
profissional e pessoal. 
 
 
UFA!!! 
Quanta informação!!! 
Chegamos ao final da unidade 1 e esperamos ter colaborado com o seu 
aprendizado!! 
Agora é a sua vez de corresponder ao que esperamos de você nesta disciplina 
nesse início de conversa. 
Faça as atividades a seguir e depois envie para o seu tutor. 
 
ATIVIDADES FINAIS DA UNIDADE 1: 
 
 
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ATIVIDADE 1 – 
 
- Produza um texto de estrutura dissertativa-argumentiva, em que você defenda sua 
opinião sobre o seguinte tema: “A importância da linguagem, seja verbal ou não-
verbal, em nosso cotidiano”. 
- Você deverá utilizar, para compor seu texto, as anotações solicitadas ao longo da 
leitura deste material. 
 
 
ATIVIDADE 2 – 
 
 – Análise da charge abaixo – a exemplo da análise da charge – O caseiro. 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE 3 – Leia os dois textos abaixo e responda as questões: 
 
Texto 1 - 
 
- O texto abaixo foi produzido por uma estudante brasileira que estava participando 
de um programa de intercâmbio nos Estados Unidos. Trata-se de uma mensagem 
eletrônica enviada a familiares e amigos, relatando sobre os atentados ao World 
Trade Center, presenciado da sala de aula da escola onde ela estudava à época. 
 
“Gente!!!! 
 
Olha ta tudo bem ta? Eu imagino o que vcs devem tar ouvindo aí...muito 
loucura!!! Confesso que essa explosão dos twins não estava no gibi!!!Cara vcs não 
tem noção de como foi...da minha escola dava pra ver tudo!!! Eu tava na minha 
primeira aula quando uma mulher entrou na sala de aula e falou baixo com o 
professor e depois mandou todo mundo olhar pra traz!!! Detalhe, a vista da sala que 
eu tava dava pra ver direitinho o lugar do acidente. Aí, na moral...todo mundo da 
sala virou pra traz e só deu aquele 
 
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oooooooooooooooooooooooooooohhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!! Cara ninguém podia 
acreditar naquilo, tava um dos prédios pegando fogo...aí a aula parou e todo mundo 
ficou olhando pra fora, mais pior foi que daqui a pouco me aparece um avião e bate 
no segundo...Bicho...todo mundo começou a gritar...parecia uma cena de 
filme...parecia mentira aquilo que vi, nem eu consigo acreditar naquilo...só deo 
lembrar fico arrepiada...a maior explosão lá... 
Aí todo mundo subiu pro último andar da escola e ficou olhando pela 
biblioteca que é melhor ainda de ver...[...] mais ta né, aí foi todo mundo pra frente da 
TV lá na escola e tava todo mundo vendo pela TV quando o primeiro prédio caiu, aí 
todo mundo correu pra janela de novo, mais não dava pra ver por causa da 
fumaça...mas aí na hora que o segundo prédio caiu tava um garoto vendo pela 
janela e gritou...todo mundo correu e viu... Cara que cena horrível...[...] 
Bom, logo mando mais notícias para vcs...amuuuuuu todos vcs de mais, e 
pode deixar que ta tudo vem aqui...[...] 
Beijos no coração de cada um... 
Carol. 
 
Texto 2- História da Química 
 
A história da química está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento do 
homem, já que abarca todas as transformações de matérias e as teorias 
correspondentes. A ciência química surge no século XVII a partir dos estudos de 
alquimia populares entre muitos dos cientistas da época. Considera-se que os 
princípios básicos da química se recolhem pela primeira vez na obra do cientista 
britânico Robert Boyle: The Sceptical Chymist (1661). A química, como tal, começa a 
ser explorada um século mais tarde com os trabalhos do francês Antoine Lavoisier e 
as suas descobertas em relação ao oxigênio, à lei da conservação da massa e à 
refutação da teoria do flogisto como teoria da combustão. 
A ciência química surge no século XVII a partir dos estudos de alquimia 
populares entre muitos dos cientistas da época. Considera-se que os princípios 
básicos da química se recolhem pela primeira vez na obra do cientista britânico 
Robert Boyle: The Sceptical Chymist (1661). A química, como tal, começa um século 
mais tarde com os trabalhos do francês Antoine Lavoisier e suas descobertas em 
relação ao oxigênio, à lei da conservação da massa e à refutação da teoria do 
flogisto como teoria da combustão. 
 (www.wikipédia.org. Acesso em 06/09/2007) 
Questões: 
01. Em que condições de produção a mensagem do texto 1 foi escrita? 
02. A linguagem usada nessa mensagem está adequada à situação em que foi 
escrita? 
03. Comparando os dois textos, o que verificamos de diferenças quanto à 
linguagem empregada por eles? Explique a razão por haver essas diferenças 
nos textos, principalmente se analisarmos as condições de produção de cada 
um? 
 
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ATIVIDADE 4- 
 
 - Vamos à troca de experiências: você já registrou as diferenças nas variedades 
lingüísticas de sua cidade? 
- Esperamos que sim. Diante do que você pesquisou, faça uma lista de palavras que 
representam alguns grupos sociais e regionais. Socialize essas variedades com os 
seus colegas de turma, por meio de postagem no fórum. Se possível, veja também 
exemplos dos alunos de outras turmas. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa 
diversidade cultural e lingüística de nosso Brasil. 
 
 
 
ATIVIDADE 5 – 
 
- Depois de fazer a leitura do livro “Preconceito Lingüístico”, de Marcos Bagno , você 
deverá se posicionar diante das afirmativas citadas no plano de discussão abaixo 
(concordo X discordo X estou em dúvida) e buscar argumentos para sustentar seu 
ponto de vista. Socialize suas respostas no fórum a fim de que, juntamente com o 
seu tutor e os seus colegas, seja construída uma boa discussão sobre a língua e sua 
relação com as imposições sociais, e seu processo de evolução na história. 
 
 Plano de discussão 
 
1. Só produz bons textos quem domina a língua padrão. 
2. Aprender a língua culta é mais importante para os jovens das classes 
populares do que para os jovens das classes privilegiadas. 
3. A língua que falamos no dia-a-dia é errada. 
4. As palavras são como as moedas: valem apenas as que estão em uso. 
5. A uniformidade e estaticidade da língua é um mito. 
 
 
OBS.: - Esta atividade é opcional, pois depende de exemplares disponíveis na biblioteca do 
pólo ou aquisição pessoal dos livros. O plano de discussão, no entanto pode ser feito com a 
ajuda do professor e em grupos. 
 
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 4
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ANDRADE, M. M.; HENRIQUES, A. Língua Portuguesa. Noções Básicas para 
Cursos Superiores. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 
 
ABAURRE, Maria Luiza. Português: Língua, Literatura e Produção de Texto. 2 ed. 
São Paulo: Moderna, 2004. 
 
ANDRADE, M. M.; HENRIQUES, A. Língua Portuguesa. Noções básicas para 
cursos superiores. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 
 
BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico: o que é como se faz. São Paulo: Loyola, 
2002. 
 
BRANDÃO, Helena Nagamine. Introdução à análise do discurso. Campinas, SP, 
Editora da UNICAMP, 1992. 
 
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Gramática Reflexiva. Texto, semântica e 
interação. São Paulo; Atual, 1999. 
 
COLLINS, F. S. A linguagem de Deus. Um cientista apresenta evidências de que Ele 
existe. (trad.) George Capelli. São Paulo: Gente, 2007. 
 
FARACO, C. A.; TEZZA, C. Prática de texto para estudantes universitários. 8. ed. 
rev. e ampl. Petrópolis – RJ: Vozes, 1992. 
 
FIORIN, J. L. Linguagem e ideologia. 7. ed. São Paulo: Ática, 2001. 
 
MARCUSCHI, L. A. Da fala para a Escrita. Atividades de retextualização. 6a. Ed. 
São Paulo: Cortez, 2005. 
 
______. Norma-padrão brasileira. Desembaraçando alguns nós. In: BAGNO, M. 
(org.) Lingüística da Norma. São Paulo: Loyola, 2002. 
 
 
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 Língua Portuguesa – Unidade 1 4
NICOLA, J.; TERRA, E.; CAVALLETE, F. T. Português para o ensino médio: língua, 
literatura e produção de textos. V. Único. São Paulo: Scipione, 2002. (Série 
Parâmetros) 
 
VANOYE, F. Usos da Linguagem. Problemas e técnicas na produção oral e escrita. 
(trad. e adap.) Clarisse Madureira Sabóia. 11. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 
 
 
 
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CURSO: 
LICENCIATURA EM QUÍMICA 
UNIDADE II 
 
 
 
DISCIPLINA: Língua Portuguesa 
 
Autoria: 
 
Marlene Rodrigues da Silva 
Sueli Correia Lemes Valezi 
 
 
 
 
Maio/2007 
 
 
 
 
 
 
 
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Unidade 2 - GÊNEROS TEXTUAIS, TIPOLOGIAS E 
CONTEXTOS SÓCIO-INTERACIONAIS 
 
I. REVENDO O NOSSO PRIMEIRO BATE-PAPO NA DISCIPLINA 
 
 
A unidade curricular Língua Portuguesa foi proposta no Curso de 
Licenciatura em Química, na modalidade EAD, como um componente essencial 
entre as diretrizes voltadas para o saber procedimental na sua formação como. 
Os estudos oferecidos nesta disciplina abrangem conceitos que ampliam a 
concepção do acadêmico sobre seu próprio código lingüístico, com vistas a 
promover novas práticas discursivas

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