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Áreas de preservação permanente

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O que é Reserva Legal?
Áreas de Preservação Permanente e Desenvolvimento Sustentável
	
	
	
O que é RESERVA LEGAL?
Resposta
A Reserva Legal é uma área localizada no interior da propriedade ou posse rural, que deve ser mantida com a sua cobertura vegetal nativa, seja de florestas ou outras formas de vegetação, por ser necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, ao abrigo e proteção da fauna e flora nativas, à conservação da biodiversidade e reabilitação dos processos ecológicos.
A legislação vigente estabelece um percentual mínimo de 80% de reserva legal para as propriedades rurais localizadas em áreas de florestas na Amazônia Legal, podendo este percentual ser reduzido para até 50% quando existir zoneamento ecológico econômico e zoneamento agrícola, indicando claramente a possibilidade técnica desta redução. Para as propriedades rurais localizadas em áreas de cerrado da Amazônia Legal, o percentual de reserva legal é de 35% . Nos demais ecossistemas e regiões do país, o percentual de reserva legal é de 20% do total da propriedade.
Em Minas Gerais, o percentual de reserva legal é de 20% do total da propriedade.
Não fazem parte da área de reserva legal as áreas de preservação permanente, que devem ser declará-las separadamente pelos proprietários rurais.
A Área de reserva legal deve ser escolhida pelo proprietário e ser aprovada pelo órgão ambiental estadual competente, devendo ser considerados, no processo de aprovação, a função social da propriedade, e os seguintes critérios e instrumentos, quando houver: o plano de bacia hidrográfica; o plano diretor municipal; o zoneamento ecológico-econômico; outras categorias de zoneamento ambiental e a proximidade com outra reserva legal, área de preservação permanente, unidade de conservação ou outra área legalmente protegida.
A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação de área. 
Se for necessário, ou o órgão ambiental exigir, o proprietário fica obrigado a recompor em sua propriedade a área da reserva legal, podendo optar por alguns dos seguintes procedimentos:
plantio, a cada três anos, de no mínimo 1/10 da área total necessária à sua complementação, com espécies nativas;
plantio em parcelas anuais ou implantação de manejos agroflorestais;
isolamento total da área correspondente à complementação da reserva legal e adoção de técnicas adequadas à condução de sua regeneração natural;
aquisição e incorporação à propriedade de gleba contígua, com área correspondente à da reserva legal a ser recomposta;
compensação de área de reserva legal por outra equivalente em importância ecológica e extensão;
	RESERVA LEGAL
Reserva Legal é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, que não seja a de preservação permanente (APP). O Objetivo do decreto da Reserva Legal é a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos, conservação da biodiversidade e o abrigo e proteção de fauna e flora nativas. Ela varia de acordo com o bioma e o tamanho da propriedade e pode ser:
I – 80% da propriedade rural localizada na Amazônia Legal;
II – 35% da propriedade rural localizada no bioma cerrado dentro dos estados que compõem a Amazônia Legal;
III- 20% nas propriedades rurais localizadas nas demais regiões do país.
O conceito de RESERVA LEGAL é dado pelo Código Florestal, em seu art. 1°, §2°, III, inserido pela MP n°. 2.166-67, de 24.08.2001, sendo: "área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas."
Portanto, os proprietários terão que reservar uma parte da vegetação natural em sua propriedade para que o ecossistema seja protegido. Segundo o decreto 6514, que pune com rigor os crimes ambientais, o prazo para o produtor rural fazer a averbação da Reserva Legal é de um ano (até dezembro de 2009).
 Interessante a discussão sobre o Código Florestal. No mínimo tem o mérito de fazer a brasileirada pensar. Aproveitando a corrente, gostaria de fazer uma observação sobre o tema. Embora a Lei não seja clara nesse sentido, APPs e Reserva Legal não têm sequer a mesma função. Enquanto a última visa a manutenção da biodiversidade, a primeira é um instrumento de manejo. Sua função precípua é evitar a perda de cobertura do solo, mitigar a erosão, evitar os deslizamentos de terra e impedir o assoreamento dos cursos d´água. O princípio por trás das APPs é muito mais antigo do que os primeiros movimentos em defesa da preservação da fauna e flora. Com efeito, o reflorestamento da Floresta da Tijuca, cujo início se deu 4 de janeiro de 1862, já trazia em seu bojo a idéia de reconstituir a vegetação nas margens dos rios e nas cabeceiras dos morros de modo a assegurar o fluxo de água potável para a então capital do Brasil.
Talvez venha dessa época a confusão entre APP e Reserva legal. O decreto que regulamentou a criação da Floresta Nacional da Tijuca determinava que o major Manuel Gomes Archer fizesse o plantio regenerador da área com eucaliptos“em linhas paralelas retas entre si, sendo as de uma direção perpendiculares às de outras”. Nas palavras de Escragnolle, seu sucessor, graças a Archer: “as árvores são plantadas promiscuamente e não por grupos, o que tornaria monótono o aspecto da floresta”.
Em suma, as instruções dadas a Archer eram para que plantasse vegetação que crescesse rapidamente e fixasse as encostas, resolvendo com isso o problema de deslizamento de terra e o abastecimento de água do Rio de Janeiro. O Major foi mais longe (literalmente). Mandou seus funcionários em seguidas viagens à Guaratiba buscar mudas de espécies de Mata Atlântica e com elas recriou uma floresta nativa. Matou dois coelhos com uma só caixa d´água (com trocadilho). Resolveu o problema dos mananciais e devolveu ao Rio sua biodiversidade. Deveria estar no Panteão dos Heróis Nacionais junto com D. Pedro I, Araribóia, Zumbi dos Palamares e Oscar Cox.
Trocando em miúdos, as APPs deveriam ser inegociáveis mesmo para quem não dá a mínima para a biodiversidade. Sem APPs rios assoreados, água sem potabilidade, desbarrancamentos e trajédias como as de Santa Catarina e Nova Friburgo serão cada vez mais comuns. Agora, se a APP é inegociável, por que não mantê-la com mata nativa? E porque não deduzir a área de APP do total obrigatório para a Reserva Legal?
Se o objetivo é preservar a biodiversidade, a APP ao longo dos rios é o melhor instrumento, pois tem solução de continudade ao longo das diferentes propriedades e, com isso acaba se constituindo em corredor ecológico entre manchas maiores de mata nativa.
Em países minimanente sérios trata-se de ponto passivo: APPs são inegociáveis. Mesmo em países pobres, como na África do Sul ou no Quênia existe a cultura de manter a mata ciliar dos rios. Até em cidades grandes como Cape Town, as APPs são mantidas com zelo. Topos de morro têm sua vegetação preservada e margens dos rios também. Nessas últimas, recentemente têm sido desenvolvidas trilhas urbanas e ciclovias o que dá às APPs mais uma função: a de equipamento de lazer.
Reserva Legal – RL:
Segundo a Medida Provisória 2166-67, Reserva Legal é a área localizada no interior da propriedade ou posse rural, que deve ser mantida com a sua cobertura vegetal nativa, seja de florestas ou outras formas de vegetação, por ser necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, ao abrigo e proteção da fauna e flora nativas, à conservação da biodiversidade e reabilitação dos processos ecológicos².
A legislação atual³ estabelece um percentual mínimo de 80% de reserva legal para as propriedades rurais localizadas em áreas de florestas na Amazônia Legal. Para as propriedades rurais localizadas em áreas de cerradoda Amazônia Legal, o percentual de reserva legal é de 35% . Nos demaisecossistemas e regiões do país, o percentual de reserva legal é de 20% do total da propriedade.
As áreas de preservação permanente podem fazer parte do percentual da Reserva Legal, conforme determina a MP 2166-67. Se o produtor optar em computar as APPs no índice da Reserva Legal deve lembrar que: nas propriedades até 30ha o índice passa de20% para 25% e nas propriedades maiores que 30ha o índice passa a ser 50%, o aumento do índice só ocorre se o produtor optar pela inclusão das APPs para formar a Reserva Legal.
A legislação permite àquele produtor que não tiver a Reserva Legal na propriedade ou tiver um percentual inferior daquele exigido por lei, compensá-la em outra propriedade, ou se quiser recuperar em sua própria propriedade tem o prazo de trinta anos para recompô-la, recompondo 1/10 da área total a ser recuperada a cada três anos.
²Esta definiçao foi dada pela Medida Provisória 2166-67/01, diferente da definiçao original dada pela Lei 7803/89, portanto nota-se que a Reserva Legal passou a ter uma funçao mais ecológica e nao econômica com era antes.
³A legislaçao atual em nível Federal é a MP 2166-67/01 que alterou o Código Florestal Brasileiro (Lei 4771/65).
Reserva Legal em Regime de Condomínio:
Neste caso, os proprietários que não possuem em seus imóveis a reserva legal ou possuem um percentual inferior ao exigido por lei, poderão em conjunto, adquirir um imóvel rural, que deve obedecer três pré-requisitos: estar localizado na mesma bacia hidrográfica e no mesmo ecossistema, cuja função será a de compensar as reservas legais de suas propriedades, respeitando o percentual mínimo em relação a cada imóvel, inclusive,
do imóvel adquirido para este fim. Este seria um condomínio privado. Por exemplo:
O proprietário tem apenas 5% da Reserva Legal em sua propriedade, precisa de mais 15% de floresta para formar o índice exigido por lei, junto com ele tem vários proprietários na mesma situação, eles resolvem comprar um área que cumpra os pré-requisitos e cujo tamanho comporte as RLs de cada um e ainda tenha a RL da própria área.
O órgão ambiental estadual competente, deve aprovar a compensação e dar anuência para as devidas averbações referente a todos os imóveis envolvidos.
Os condomínios também podem ser públicos, onde o governo adquire uma área de interesse ambiental e a vende em forma de quotas, para os produtores interessados em compensar a reserva legal de suas propriedades.
Reserva Legal na Pequena Propriedade:
A pequena propriedade rural ou posse rural familiar tem alguns benefícios para se adequar à legislação ambiental, como por exemplo, nelas podem ser computados os plantios de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas.
Área de Reserva Legal Excedente
Como o próprio nome já diz, é a cobertura florestal em extensão superior ao percentual mínimo exigido por lei, existentes no interior das propriedades rurais. Neste caso, a área
assim averbada, não será tributada pelo ITR, poderá ser utilizada sob regime de manejo florestal sustentável. Este excedente poderá ser negociado com outros proprietários, que necessitem compensar suas áreas de reservas legais, desde que situadas no mesmo ecossistema e na mesma bacia hidrográfica.
Localização da Reserva Legal:
A Área de reserva legal deve ser escolhida pelo proprietário e ser aprovada pelo órgão ambiental estadual competente, devendo ser considerados, os seguintes critérios: a proximidade com outra área de reserva legal, área de preservação permanente, unidade de conservação ou outra área de interesse ambiental.
Averbação:
A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis onde está registrada a propriedade. Na posse, a reserva legal é assegurada por Termo de Ajustamento de Conduta, firmado pelo possuidor com o órgão ambiental estadual, tendo força de título executivo e contendo, no mínimo, a localização da reserva legal, aplicando-se, no que couber, as mesmas disposições previstas na legislação vigente para a propriedade rural.
Averbação Gratuita:
A Medida Provisória 2166-67 instituiu a gratuidade da averbação da reserva legal da pequena propriedade ou posse rural familiar, devendo o Poder Público prestar apoio técnico e jurídico, quando necessário.
 
 
Cômputo da APP na Reserva Legal:
A legislação atual permite a utilização das áreas de preservação permanente no cômputo do índice da reserva legal desde que não implique em conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo. Mas, para isso, a soma da área de preservação permanente com a reserva legal deve exceder a 50% do total da área da propriedade rural e, na pequena propriedade, 25% da área total.
RL com Percentual Inferior:
A propriedade rural que tiver a área de reserva legal inferior ao que estabelece a legislação vigente, pode adotar as seguintes alternativas, isoladas ou conjuntamente:
Recompor a reserva legal na própria propriedade mediante o plantio de, no mínimo 1 ha/ano, sendo 1/10 do total da área a cada três anos, com espécies nativas, de acordo com critérios estabelecidos pelo órgão ambiental estadual competente;
Conduzir a regeneração natural da reserva legal;
Compensar a reserva legal por uma outra área, dele próprio ou de terceiros, desde que pertença ao mesmo ecossistema e esteja localizada na mesma bacia hidrográfica.
Procedimentos para Averbação:
O Processo terá inicio com o cadastramento da propriedade pelo órgão ambiental estadual competente.
Documentos da propriedade do imóvel, que podem ser:
1. Matrícula da propriedade atualizada, com data de até noventa dias ou;
2. Formal de Partilha junto com o alvará judicial de processo de inventário já em curso, podendo o inventariante requerer o protocolo em nome de todos os herdeiros ou quaisquer dos herdeiros requerer em seu próprio nome com anuência dos demais herdeiros e do inventariante, ou:
3. Documentos de posse, com sentença transitada em julgado reconhecendo o direito de eventual ação de usucapião, registrada junto ao Cartório de Registro de imóveis competente.
Dados do Proprietário, tais como, nº de identidade, CPF/CGC, procuração, se for o caso;
Mapa da propriedade, que deve ser georreferenciado, indicando a localização da reserva legal e das áreas de preservação permanente, e de todo o uso do solo. Se estas não existirem, deve-se localizar onde serão recompostas;
Pagamento das taxas ambientais cobradas pelo órgão ambiental estadual competente.
O Mapa da propriedade deverá ser feito por um profissional habilitado e registrado no CREA. O mapa deve conter a discriminação das áreas e sua locação com as seguintes informações:
a. Área total da propriedade;
b. Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal;
c. Áreas Florestais;
d. Áreas de exploração econômica, tais como, pastagens, agricultura, reflorestamentos, etc;
e. Locação de infra-estrutura construída, edificações, cercas, estradas, rede de energia elétrica, etc.;
f. Locação da hidrografia;
g. Confrontantes;
h. Coordenadas geográficas e orientação do norte magnético;
i. Memorial descritivo da linha perimétrica da propriedade e da Área de Reserva Legal, indicando rumos e distâncias;
j. Data e assinatura por técnico habilitado, cadastrado no CREA-PR.
Diferenças entre a área na matrícula e à do mapa não serão aceitas, prevalecendo para efeito de averbação a área escriturada na matrícula do imóvel, ficando o proprietário obrigado a retificação prévia dos documentos, caso exista diferença.
O conceito de Reserva Legal teve seu surgimento no ano de 1965, com o advento do 
Novo Código Florestal. Porém, desde sua primeira versão, o chamado Código das Águas, de 
1934, a idéia já se expressava pela chamada “quarta parte”, que era um limite do direito de uso 
da propriedade na forma de uma reserva obrigatória de vinte e cinco por cento de vegetação 
nativa de cada propriedade rural,criada com o intuito de manter uma reserva florestal 
madeireira para futuros usos.
Apesar disso, foi só através da Lei 7.803, de 18 de julho de 1989, que surgiu a exigência 
de averbação ou registro da reserva legal à margem da inscrição da matrícula do imóvel, sendo 
vedada “a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou 
desmembramento da área” (Art. 16 § 2°). Nesse momento, a RL passa a ser reconhecida 
legalmente, apesar de já existir na prática. 
Além dos objetivos pelos quais foi criada, a Reserva Legal compõe hoje um elemento 
essencial para a manutenção dos ecossistemas brasileiros, como também apresenta
características fundamentais para a qualidade da propriedade rural. Observa-se então que apesar 
de ter sido criada principalmente para compor uma reserva de madeira para usos futuro, ela
assumiu características indispensáveis para a agricultura e recursos naturais brasileiros. Tais 
características serão apresentadas e discutidas abaixo.
Antes de explorar os benefícios, é essencial ressaltar que a Reserva Legal não deixa de 
ser um sistema de produção. Pode-se produzir madeira nativa, eucalipto, extrair produtos nãomadeireiros, explorar sistemas agroflorestais, entre outros. Sendo assim, ela não é um pedaço de 
terra perdido, mas sim um trecho da propriedade em que deve ser adotado um tipo de manejo 
diferente, que concilie a restauração ecológica e um sistema produtivo.
A Reserva Legal, por ser uma área com 
vegetação nativa, com diversidade 
biológica maior do que monocultivos, 
abriga espécies que ajudam a combater 
pragas agrícolas, bem como que servem 
como polinizadores.
Áreas com baixa aptidão agrícola, se 
exploradas, podem levar à degradação 
ambiental. Se conservadas, auxiliam no 
controle da erosão, do assoreamento de 
rios, etc.
Ambas contribuem de forma decisiva para o equilíbrio e manutenção da produtividade dos sistemas que elas integram, estando as RLs e APPs no nível sistema local (agroecossistemas) como a floresta Amazônica está para o sistema global (Biosfera). Joel Henrique Cardoso é pesquisador em Sistemas Agroflorestais da Embrapa Clima Temperado. Artigo enviado pelo autor ao “JC e-mail”:
Por exigência legal, as propriedades rurais devem conservar a vegetação de ocorrência natural nas áreas definidas como de preservação permanente (APP) e de reserva legal (RL).
As APPs são aquelas áreas impróprias para o cultivo ou criação por serem muito declivosas ou por servirem como área protetora de corpos de água. As RLs, como o próprio nome indica são áreas reservadas para o desenvolvimento espontâneo da vegetação de um determinado local.
Estas determinações constam no Código Florestal Brasileiro (CFB) desde 1964, mas infelizmente a maioria das propriedades não cumpre com o estabelecido na lei.
Apesar do gradativo avanço dos índices de desmatamento e substituição de ecossistemas naturais, somado as muitas flexibilizações da lei que tem ocorrido desde então, os setores da sociedade mais diretamente afetados por este regulamento não se acanham em demandar ajustes, que lhes permitam reduzir as áreas de interesse público, ainda que se viva em um momento de profunda reflexão frente à crise ambiental ocasionada pelo modo de produção e consumo das sociedades modernas.
A um primeiro olhar, parece inacreditável que algo tão relevante como as RLs e APPs seja passível de questionamento nos dias atuais; no entanto, o fato é que, mais do que questionada, essa legislação é negligenciada e sua efetiva aplicação ainda está num horizonte distante, ou seja, a maioria dos proprietários rurais que não possui RL ou APP não tem sido devidamente cobrada e aqueles que as mantêm não recebem nenhum prêmio social.
Agora, apesar de que seja incoerente a tomada de decisão dos agricultores de eliminarem a vegetação dos ecossistemas naturais, bem cabe dizer que pouco ou nada tem sido feito para que estes consigam perceber a importância dessas áreas em suas propriedades. Desde uma perspectiva mercadológica, manter a vegetação nativa por exclusivo civismo, significa reduzir a área plantada e, conseqüentemente, perder dinheiro.
No entanto, conforme tem sido verificado nos trabalhos em agricultura de base ecológica, a exemplo das pesquisas realizadas na Estação Experimental Cascata da Embrapa Clima Temperado, as RLs e APPs têm papel estratégico para a saúde dos cultivos, criações e pessoas que residem em uma determinada área rural.
Os ecossistemas naturais têm a capacidade de estabilizar os fluxos de energia e ciclos materiais, propiciando as condições ideais para a vida. Como exercício pedagógico, poder-se-ia dizer que a manutenção das RLs e APPs em uma unidade de produção equivale ao mesmo princípio que recomenda a manutenção da floresta Amazônica – maior floresta natural do mundo.
Ambas contribuem de forma decisiva para o equilíbrio e manutenção da produtividade dos sistemas que elas integram, estando as RLs e APPs no nível sistema local (agroecossistemas) como a floresta Amazônica está para o sistema global (Biosfera).
Mantendo-se as devidas proporções, as RLs e APPs têm uma importância tão estratégica para o futuro da agricultura brasileira quanto a Amazônia tem para o futuro da humanidade, portanto faz-se necessária uma ação agressiva na direção da recomposição dessas áreas, com aplicação de programas de educação ambiental sobre a importância dos ecossistemas naturais para áreas cultivadas a todos os agricultores, definição de prazos para ajustamento de conduta para os irregulares e criação de instrumentos de política pública que recompensem a averbação de reserva legal.
Estas ações significariam um passo importantíssimo na direção de um modelo de agricultura mais sustentável, principalmente no que diz respeito à formação, que seria um momento ímpar para se questionar as práticas da agricultura convencional, que defende altas produtividades a qualquer custo e desconhece os princípios ecológicos que sustentam a importância dos ecossistemas naturais como espaços reguladores das condições ambientais e de conservação da biodiversidade.
As demais ações que orientam para a recuperação e manutenção das RLs e APPs estão previstas em lei e possuem um aparato institucional fiscalizatório e de registro já devidamente organizado, para levar a cabo a meta de ajustamento de conduta dos inadimplentes e compensação dos adimplentes que tenham ou queiram suas áreas averbadas.
Por fim, encerra-se este artigo com a certeza de que, sem resolver questões aparentemente pontuais, como é o caso das RLs e APPs, dificilmente se alcançará metas tão ousadas como a tão propalada agricultura sustentável.
(EcoDebate) artigo publicado pelo Jornal da Ciência, SBPC, JC e-mail 3400, de 29 de Novembro de 2007.