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Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 1 - INTRODUÇÃO A ECONOMIA Material desenvolvido pelos professores Luiz Henrique Mourão Machado e Mauricio Faganelo para a aplicação da disciplina de Economia e Economia de Empresas para os Cursos de Tecnologias em Ciências Gerenciais e Administração de Empresas na Universidade Nove de Julho - UNINOVE. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 2 - 1. CONCEITOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS O que é economia? É a ciência que se preocupa com a alocação dos recursos escassos para a satisfação das necessidades humanas, que são ilimitadas. Outra definição: Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição, e consumo de bens e serviços. O termo economia vem do grego para oikos (casa) e nomos (costume ou lei), daí "regras da casa (lar)." Lionel Robbins (ensaio de 1932): "a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos. Necessidades humanas: São diversificadas e insaciáveis. Sensação da falta de alguma coisa unida ao desejo de satisfazê-la. Recursos escassos: São aqueles que não existem em abundância e que pagamos pela sua utilização. Escassez: significa que os recursos disponíveis são insuficientes para satisfazer todas as necessidades e desejos. Estando ausentes a escassez dos recursos e a possibilidade de fazer usos alternativos desses recursos, não haverá problema econômico. PIRÂMIDE DE MASLOW O COMPORTAMENTO COMO PADRÃO DE CONSUMO DA SOCIEDADE Recursos: é o que utilizamos para produzir. Podem ser limitados em quantidade, combináveis ou não. Classificam-se em: Recursos Livres: são os recursos abundantes. Ex: ar, sol, chuva. Recursos Econômicos: são os recursos escassos. Ex: água, terra agrícola. Recursos Produtivos: são aqueles utilizados como fatores de produção. Ex: Terra, trabalho, capital, capacidade empresarial, tecnologia. Eles se dividem em humanos e não-humanos. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 3 - Bens e serviços: Bens Os agentes se comportam de diferentes formas em suas escolhas de acordo com o tipo do bem que desejam. Suas decisões de escolha devem ser livres para desejar e comprar aquilo que podem e têm vontade. Os bens e serviços, porém, possuem suas peculiaridades que podem ser classificadas por diferentes tipos. Dessa forma, em relação à renda e aos preços, um bem pode ser: Os bens materiais se dividem em: 1. Bens de consumo: são os bens materiais duráveis e não-duráveis. 2. Bens de capital: são o que utilizamos para produzir outros bens ou serviços. Outras Classificações para Bens em Economia Normal ou Inferior • Normal: quando aumenta a renda do indivíduo, aumenta a demanda pelo bem (e vice-versa); • Inferior: quando aumenta a renda do indivíduo diminui a demanda pelo bem (e vice-versa). Substitutos ou Complementares • Substitutos – quando o preço de um bem aumenta, sua demanda cai e a demanda do outro bem aumenta; • Complementares – quando o preço de um bem diminui, aumenta não apenas sua demanda como também do outro bem. Intermediários ou Finais. • Intermediários: não estão pronto para o consumo, vão sofrer um processo de transformação; • Finais: já se encontram pronto para o consumo. Serviços Não se destina a produzir um bem, mas a satisfação da sociedade, através de uma atividade. Podemos diferenciar bem como algo tangível e serviço como algo não tangível. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 4 - Setores econômicos Primário: Onde o produto se encontra da forma natural e não sofreu nenhum processo de transformação. Pesca, agricultura. Secundário: Onde o produto extraído do setor primário vai passar por um processo de transformação. Indústria, construção. Terciário: Setor onde ocorre a prestação de serviços. Bancos, comércio. Problemas econômicos básicos O que produzir? Quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir? QUER SABER MAIS ? Procure no www.youtube.com a série ECONOMIA DESCOMPLICADA e assista a Parte 1 desta série de 7 vídeos. Ou acesse o link abaixo: http://www.youtube.com/watch?v=liZcE05M93U São 5 minutos que irão complementar o seu conhecimento sobre este assunto. Outra boa dica é o website do professor Luiz Henrique Machado, onde você irá encontrar alguns textos interessantes para leitura sobre Economia, além de toda a série de vídeos ECONOMIA DESCOMPLICADA. www.lhmachado.com Economia não é tão chato assim e nem tão complicado como você imagina que é ! Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 5 - 2. O MODELO DE DEMANDA E OFERTA O modelo de demanda e oferta é um instrumento de raciocínio dos economistas. Ele explica os fenômenos decorrentes da escassez, é um aparato útil para resolver os problemas econômicos. Em economia, a Lei da Oferta e Procura , também chamada de Lei da Oferta e da Demanda é a lei que estabelece a relação entre a demanda de um produto - isto é, a procura - e a quantidade que é oferecida, a oferta. A partir dela, é possível descrever o comportamento preponderante dos consumidores na aquisição de bens e serviços em determinados períodos, em função de quantidades e preços. Nos períodos em que a oferta de um determinado produto excede muito à procura, seu preço tende a cair. Já em períodos nos quais a demanda passa a superar a oferta, a tendência é o aumento do preço. A estabilização da relação entre a oferta e a procura leva, em primeira análise, a uma estabilização do preço. Uma possível concorrência, por exemplo, pode desequilibrar essas relações, provocando alterações de preço. Ao contrário do que pode parecer a princípio, o comportamento da sociedade não é influenciado apenas pelos preços. O valor de um produto pode ser um estímulo positivo ou negativo para que os consumidores adquiram os serviços que necessitam, mas não é o único. Existem outros elementos a serem considerados nesta equação, entre eles: Os desejos e necessidades das pessoas; O poder de compra; A disponibilidade dos serviços - concorrência; A capacidade das empresas de produzirem determinadas mercadorias com o nível tecnológico desejado. Da mesma forma que a oferta exerce uma influência sobre a procura dos consumidores, a freqüência com que as pessoas buscam determinados produtos também pode aumentar e diminuir os preços dos bens e serviços. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 6 - 2.1 DEMANDA Quantidades que os consumidores estariam dispostos a comprar de um determinado produto (bens ou serviços) em função do nível de preços, em determinado período de tempo. Todas as demais condições constantes. Quando se fala em demanda de um mercado está se falando em compradores. A quantidade demandada é a quantidade de um bem ou serviço que os compradores desejam. Em geral, a quantidade demandada está negativamente relacionada com o preço do bem. Tal relação é conhecida como a Lei da Demanda. Lei da Demanda: tudo o mais mantido constante, a quantidade demanda de um bem ou serviço diminui a medida que seu preço aumenta. Fatores que influenciam a demanda. Preço do bem. Renda. Gosto. Preferência do consumidor. Preço de outros bens relacionados (substitutos / complementares). Propaganda. Número de consumidores. Qualidade Expectativa do Consumidor Se o preço permanece constante e varia uma das condições ceteris paribus1, teremos um deslocamento positivo ou negativo da curva de demanda. Se o preço de um bem e a quantidade desse mesmo bem varia, teremos um deslocamento na curva de demanda. Curva de Demanda Quando a Lei da Demanda é representada graficamente, ela passa a ser chamada de curva de demanda. A curva de demanda pode ser individual e representa a relação entre a quantidade demanda individualmente e o preço do bem. É chamado preço de reserva a quantia máxima que uma pessoa estaria disposta a pagar pelo bem. Deslocamentos da Curva de Demanda Uma curva de demanda pode se deslocar quando algumas variáveis que exercem influência sobre a decisão de comprar dos agentes sofrem alterações. 1 Ceteris paribus significa: mantidas inalteradas todas as outras coisas. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 7 - Exemplos de fatores ou variáveis que influenciam a decisão e portanto a curva de demanda são: renda, preços dos bens relacionados, gostos e preferências, expectativas e número de compradores. Demanda individual: Representa as quantidades que cada indivíduo está disposto a consumir de um produto num dado período de tempo em função do nível de preços. Demanda de mercado: Será determinada pela demanda individual. Representa o comportamento de um grupo de consumidores diante dos movimentos de preços. 2.2 OFERTA Quantidades que os produtores estariam dispostos a oferecer ao mercado de um determinado produto (bens ou serviços) em função do nível de preços, em determinado período de tempo. Todas as demais condições constantes. Analogamente à demanda, quando se fala em oferta de mercado está se falando em vendedores. A quantidade ofertada é a quantidade de um bem ou serviço que os vendedores querem e podem vender. Em geral, a quantidade ofertada está positivamente relacionada com o preço do bem. Tal relação é conhecida como a Lei da Oferta. Lei da Oferta: com tudo o mais mantido constante, a quantidade ofertada de um bem aumenta quando seu preço aumenta. Fatores que influenciam a oferta. Preço do bem. Preço dos fatores de produção (insumos). Tecnologia. Preço de outros bens relacionados (substitutos/complementares). Importação/exportação. Clima (no caso de produtos agrícolas). Subsídios/impostos. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 8 - Se o preço permanece constante e varia uma das condições ceteris paribus, teremos um deslocamento positivo ou negativo da curva de oferta. Se o preço de um bem e a quantidade desse mesmo bem varia, teremos um deslocamento na curva de oferta. Curva de Oferta Quando a Lei da Oferta é representa da graficamente, ela passa a ser chamada de curva de oferta. A curva de oferta pode ser individual e representa a relação entre a quantidade ofertada individualmente e o preço do bem. Deslocamentos da Curva de Oferta Analogamente à curva de demanda, a curva de oferta pode se deslocar quando algumas variáveis que exercem influência sobre a decisão de vender dos agentes sofrem alterações. Exemplos de fatores ou variáveis que influenciam a decisão na curva de oferta são: preços dos insumos, tecnologia, expectativas e número de vendedores. Oferta individual: Representa as quantidades que um produtor esta disposto a oferecer ao mercado. Será alterada por fatores como inovação tecnológica. Investimento em tecnologia vai afetar a oferta de um produtor. Oferta de mercado: Será determinada pelas curvas de oferta individuais. Representa o comportamento dos produtores. A alteração nos preços levará a entrada ou saída de produtores no mercado deslocando a curva de oferta de mercado. O Equilíbrio Ao reunir a Curva de Demanda e a Curva de Oferta na mesma representação gráfica, é possível achar o equilíbrio do mercado, tanto em termos de quantidade como em termos de preço. O ponto em que as curvas se cruzam é chamado de Ponto de Equilíbrio, onde o preço igual à quantidade demandada com a quantidade ofertada. Essa quantidade é chamada de Quantidade de Equilíbrio e o preço que as igual a é o Preço de Equilíbrio. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 9 - 2.3 PREÇOS Os preços estão relacionados com os movimentos nas curvas de oferta e demanda. MOVIMENTAÇÃO NA CURVA DE DEMANDA Exemplo 1: * Supondo que estamos em condição de equilíbrio; Se a demanda aumentar e a oferta permanecer inalterada, os preços vão sair do preço de equilíbrio e passarão a ter um valor maior que o anterior. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 10 - Com o preço de mercado abaixo do preço de equilíbrio, a quantidade ofertada é menor do que a quantidade demandada. Tal fato cria um excesso de demanda que só será resolvido quando o preço de mercado aumentar e se igualar ao preço de equilíbrio, resultando, portanto numa igualdade de quantidades vendidas e compradas. Exemplo 2: * Supondo a mesma condição de equilíbrio anterior; Se a demanda diminuir e a oferta permanecer inalterada, os preços vão sair do preço de equilíbrio e passarão a ter um valor menor que o anterior. EXERCÍCIO EM SALA DE AULA MOVIMENTAÇÃO NA CURVA DE OFERTA Exemplo 3: * Supondo ainda um que equilíbrio entre oferta e demanda; Se a oferta aumenta e a demanda permanece inalterada, os preços vão sair do preço de equilíbrio e passarão a ter um valor menor que o anterior. Exemplo época de safra. Exemplo 4: * Um equilíbrio entre oferta e demanda ainda poderá ser alterado; Se a oferta diminui e a demanda permanece inalterada, os preços vão sair do preço de equilíbrio passando a ter um valor maior que o anterior. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 11 - Com o preço de mercado acima do preço de equilíbrio, a quantidade ofertada é maior do que a quantidade demandada. Tal fato cria um excesso de oferta que só será resolvido quando o preço de mercado abaixar e se igualar ao preço de equilíbrio, resultando, portanto numa igualdade de quantidades vendidas e compradas. INFORMAÇÕES IMPORTANTES Mesmo em equilíbrio, existem situações que resultam no deslocamento das curvas de oferta ou de demanda que por sua vez deslocam o equilíbrio existente. Para analisar tais mudanças devemos seguir alguns passos: A – Verificar se o deslocamento é da curva de oferta ou da curva de demanda. B – Verificar se o deslocamento é para direita ou esquerda. C – Utilizar o diagrama com as curvas de oferta e demanda para analisar as mudanças e o novo equilíbrio. Deslocamento do Equilíbrio / Expansão da Oferta e Retração da Demanda Portanto... A oferta e a demanda atuam sobre o equilíbrio de um mercado determinando os preços e as quantidades dos diferentes bens e serviços da economia. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 12 - 3. TEORIA DO CONSUMIDOR Além do preço outras variáveis podem alterar o comportamento dos consumidores. Utilidade: Quanto mais desejada uma mercadoria, maior será a sua utilidade. A utilidade pode ser medida, quanto maior a taxa de consumo de uma mercadoria maior a sua utilidade. Segue abaixo os tipos de Utilidade: Utilidade Cardinal Afirma que a utilidade poderia ser mensurada em forma absoluta, a partir de certa unidade de medida como distância, peso, etc... Cada produto poderia ter sua utilidade mensurada, a utilidade de um bem não era influenciada pelo consumo de outros bens. A utilidade total de uma cesta seria a soma das utilidades de cada bem. Utilidade Ordinal A utilidade é decorrente do consumo de diversos bens, A utilidade não é medida, mas mensurada de acordo com a ordem de preferência ou prioridade de cada bem ou produto, ou seja, do maior para menor importância. Utilidade Total Quanto mais um indivíduo consome uma mercadoria, maior a sua satisfação ou utilidade pela mesma. Até ele atingir o ponto de saturação, a partir desse ponto a sua utilidade começa a decrescer. Utilidade Marginal2 ou Utilidade Limite Somente á primeira unidade consumida pelo indivíduo possuí alta utilidade ás unidades adicionais possuem uma utilidade menor. No ponto de saturação (conceito de saturabilidade) a utilidade marginal é zero, a partir desse ponto ela se torna negativa. Restrição Orçamentária: Consumo que as pessoas podem ter desde que não ultrapasse a sua renda monetária (espaço orçamentário). Ele poderá optar por gastar toda a sua renda ou parte dela. 2 O valor da utilidade marginal se define como sendo o valor, para o consumidor, representado por uma unidade adicional de alguma mercadoria. Para exemplificar: para um consumidor que esteja com fome, a primeira fatia de pão tem uma utilidade enorme. Essa utilidade vai decrescendo à medida que se vai adicionando mais unidades. A décima fatia de pão já representará uma utilidade bem menor que a primeira. A trigésima fatia de pão terá uma utilidade quase nula e a centésima poderá até ter uma utilidade marginal negativa se causar, em nosso consumidor, uma indigestão. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 13 - 4. TEORIA DA FIRMA As principais estruturas de mercado: Concorrência perfeita: Para que um mercado seja caracterizado como concorrência perfeita, são necessárias algumas condições: Grande número de compradores e vendedores, de forma que nenhum possa influenciar o outro, nem o equilíbrio de mercado. Não existe diferença entre os produtos, eles são considerados substitutos perfeitos (homogêneos). Não existem barreiras a entrada de novos produtores no mercado. Como os produtos são padronizados e existem grandes números de compradores e vendedores atitudes isoladas não vão influenciar as condições desse mercado. Os produtores não conseguem determinar preços. Nesse modelo de mercado, cada produtor operaria com a maior taxa de eficiência, seu produto teria o mais baixo custo e o lucro seria o mínimo necessário para manter a empresa em funcionamento. Monopólio: O monopólio puro é o extremo oposto da concorrência perfeita: Existe apenas um vendedor, só uma empresa, dominando a oferta do produto no mercado. As empresas monopolistas conseguem influenciar e determinar os preços que vão oferecer seu produto no mercado. Não há no mercado produtos substitutos (produto único). Não há empresas competidoras, existem barreiras a entrada de novos produtores nesse tipo de mercado, o ingresso é impossível neste mercado. - Tipos de barreiras: a.) existência de economias de escala. b.) controle sobre o fornecimento de matéria-prima. c.) posse de patentes. d.) concessão de monopólio legal. Devido à dominação que existe nesse modelo de mercado, as empresas dificilmente recorrem à publicidade. Oligopólio: É um tipo de mercado que reúne características da concorrência perfeita e do monopólio. Pequeno número de empresas (geralmente de grande porte) dominando a venda ao mercado. Produzem produtos diferenciados ou padronizados (heterogêneos). Como há um pequeno número de empresas dominando o mercado, poderá ocorrer controle de preços como acordos, conluios. As empresas procuram diferenciar os seus produtos, o que vai influenciar nos preços. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 14 - As empresas criam barreiras á entrada de novos concorrentes, se novos empresas entram no mercado as grandes vão procurar derrubar as pequenas. Concorrência monopolística (imperfeita): São as empresas que se situam entre os dois extremos, o da concorrência perfeita e do monopólio. Grande número de empresas praticamente homogêneas. Existe diferenciação entre os produtos, através de marcas e patentes (heterogêneos) e por características como qualidade, marca (grife), padrão de acabamento, assistência técnica. Cada um age como se fosse monopolista do seu próprio produto, já que este é diferenciado dos demais. O grau de diferenciação possibilita ao produtor controlar os preços do seu produto, mas em menor escala comparado ao monopólio e oligopólio. Existe uma barreira “natural” a entrada de novos concorrentes, para entrar nesse mercado ele deverá criar um novo produto. Oligopsônio: Tipo de estrutura de mercado em que poucas empresas, de grande porte, são as compradoras de matéria-prima ou produto primário. Pode ter 2 formas: Um mercado comprador, muito concentrado, com poucas e grandes empresas que negociam com muitos pequenos produtores. (ex.: indústria alimentícia, indústria automobilística em relação a indústria de autopeças). Um mercado consumidor concentrado e um mercado vendedor também concentrado, com grandes e poucos compradores. Ocorre quando grandes indústrias vendem a grandes indústrias. (pode ser chamado também de oligopsônio bilateral). Monopsônio: Estrutura análoga ao monopólio. Existe apenas um comprador de uma mercadoria (em geral matéria-prima ou produtos primários). Nesse caso, mesmo quando vários produtores oferecem o produto, os preços não são determinados pelos vendedores, mas pelo único comprador. O monopsônio puro é muito raro e costuma ocorrer principalmente com empresas estatais compradoras de petróleo. Podemos citar os produtores de leite que vendem seus produtos a grandes usinas processadoras e elas vão impor aos seus fornecedores os preços que lhe convêm. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 15 - Quadro resumo das principais estruturas de mercado: CARACT. CONCOR PERFEITA MONOPÓLIO OLIGOPÓLIO CONCOR IMPERFEITA. Quanto ao número de empresas Muito grande Só há uma empresa Pequeno número Grande Quanto ao produto Padronizado não há diferenças Não há substitutos (único) Pode ser padronizado ou diferenciado Diferenciado Quanto ao controle das empresas sobre os preços Não é possível Considerável, principalmente se há restrições. Dificultado, pela interdependência entre as empresas. Há possibilidades porém são limitadas Quanto a concorrência extra-preço Não é possível. A empresa geralmente recorre a campanhas institucionais É vital, sobretudo quando há diferenciação do produto È considerável exercendo-se através de marcas e patentes. Quanto ás condições de entrada Não há obstáculos O ingresso é impossível Há consideráveis obstáculos São fáceis. MATERIAL DE APOIO A AULA Baixe da Internet a apresentação em Power Point sobre algumas das estruturas de mercado aqui expostas acessando o link abaixo e divirta-se: www.bit.ly/CCASTERIX Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 16 - TEORIA MACROECONÔMICA Como a economia atualmente se encontra, os períodos altos e baixos, a macroeconomia se torna fundamental para entendermos os acontecimentos recentes. O estudo da macroeconomia se inicia sendo explicado pela economia clássica através da lei de Say. Lei de Say: A produção das firmas gera o que chamamos de produto agregado e o poder de compra. Ou seja, os trabalhadores são remunerados pela produção do produto agregado. Podemos dizer que a geração do produto cria a sua própria renda. A oferta do produto cria a demanda agregada. A lei de Say afirma que a produção gera poder de compra, assim a renda equivale ao produto gerado, a oferta cria a sua própria procura, logo tudo que for ofertado será demandado. Desta forma essa lei assegurava a ocorrência do pleno emprego. Acreditava-se que desta forma não haveria crise na economia, essa lei no entanto, é derrubada com a crise sofrida pelos Estados Unidos em 1929, os clássicos não conseguem explicar a crise econômica. Surge então o princípio da demanda efetiva de Keynes, a demanda é que determina a oferta. Segundo Keynes uma demanda real, existente, verdadeira e certa é que vão determinar o que será ofertado. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 17 - 5. PRODUTO E RENDA AGREGADA. Fluxo circular da renda: É a interação das famílias e das empresas no mercado de fatores e de produtos. As famílias vendem para as empresas os fatores de produção e são remuneradas em forma de salários, juros, lucros, aluguéis. As empresas vendem os bens ou produtos para os consumidores e recebem sua remuneração, dessa forma denominamos esse processo como fluxo circular da renda. FLUXO CIRCULAR DA RENDA AMPLIADO (adaptado pelo Prof. Mauricio Faganelo) FATORES: Se refere aos fatores de produção. Do lado das Famílias consideramos como fatores a Terra (não a Terra Agrícola), Capital, Trabalho e Capacidade Empresarial. Já do lado das empresas, os fatores são os Salários, Aluguéis, Juros e Lucros pagos as Famílias. PRODUTOS: Se refere a produção. São os Bens e Serviços produzidos pelas empresas às Famílias e o respectivo pagamento pelas mesmas por estes produtos para as Empresas. POUPANÇA (S): É a parcela da renda recebida pelas famílias não consumida no período, isto é, da renda gerada (salários, juros, aluguéis, lucros), parte não é gasta em bens de consumo. Também pode ser considerada como o excedente da renda das famílias. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 18 - INVESTIMENTO (I): É o gasto em bens que representam aumento da capacidade produtiva da economia, isto é, da capacidade de gerar rendas futuras; É o gasto em bens produzidos, que não foram consumidos no próprio período e que serão utilizados para consumo futuro. Também pode ser considerado como o excedente da renda das Empresas. SISTEMA MONETÁRIO FINANCEIRO (SMF): Fiscalizado pelo Banco Central, o SMF é composto pelos Bancos Comerciais, Bancos de Investimentos, Bancos de Fomento (ex. BNDES), Caixas (ex. CEF), DTVM – Distribuidoras, CTVM – Corretoras, Bolsas, Fundos de Investimentos, entre outros. PRODUTOS FINANCEIROS: São os produtos oferecidos pelas empresas do SMF para as Empresas e Famílias. IMPORTAÇÕES: Todo o consumo de Empresas e Famílias por empresas que não estão localizadas dentro do território nacional. EXPORTAÇÕES: Toda produção vendida por Empresas nacionais para Pessoas Físicas e Jurídicas que não estão localizadas dentro do território nacional. GOVERNO: Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário de âmbito municipal, estadual e federal. O Governo recebe seus recursos através de Impostos e Taxas recolhidos pelas Empresas e Famílias e gasta estes mesmos recursos conforme o seu orçamento. Estes recursos são utilizados principalmente para o pagamento de Salário, Programas Assistenciais e Aposentadorias (do lado das Famílias) e pela aquisição de produtos e serviços adquiridos das Empresas para utilização em suas autarquias. OUTRAS CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ENTENDIMENTO DO FCR Bens finais: São os bens produzidos para utilização final, eles não estão sujeitos a serem transformados. Bens produzidos para serem vendidos aos consumidores. Consumo intermediário: São as transações entre as empresas que não estão incluídos no fluxo circular. Valor adicionado: Suponha um produtor de livro, ele possui uma gráfica e tem que comprar tinta e papel, ele comprou papel de um produtor de papel que comprou madeira de outro produtor. Logo o livro terá valor adicionado de todos esses produtores. Renda agregada: É a remuneração concedida ás pessoas. Poder de compra que as pessoas podem utilizar ou não. A renda agregada é a soma dos salários, aluguéis, lucros, juros. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 19 - 6. UMA ÓTICA DE MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA A ÓTICA DO PRODUTO O produto nacional pode ser analisado de algumas formas. Realizamos estas medidas de forma a compreender e principalmente medir a economia, de forma a obter uma visão do que aconteceu com a produção de um país. Existem outras óticas para analisarmos a economia, como a da Despesa e a da Renda. Neste material iremos dar prioridade para analisarmos a ótica da mensuração da atividade econômica somente pelo Produto. Como já vimos durante os conceitos de demanda e oferta, podemos assumir que a produção no Fluxo da Renda é produzida pelas Empresas e que o consumo destes produtos são realizados pelas Famílias. Sendo assim, PRODUTO NACIONAL (PN) é toda a produção realizada pelas empresas em um determinado período de tempo. Mas este conceito não pode ser simplificado desta forma, pois temos algumas “óticas” de analisar esta produção realizada pelas empresas. Para isso subdividimos estas maneiras de analisar a produção, ou melhor, tudo o que foi produzido por uma economia da seguinte forma: A. PRODUTO INTERNO E PRODUTO NACIONAL A produção de um país é analisada de duas maneiras: a do Produto Interno e a do Produto Nacional. Tanto um como o outro procuram representar o nível de atividade em todos os setores de uma economia de um país em determinado período de tempo. A única maneira de se realizar esta análise é saber a quantidade de produtos vendidos multiplicada pelo valor de cada uma das respectivas unidades. IMPORTANTE: NO CALCULO DO PRODUTO, É FUNDAMENTAL COMPREENDER QUE SOMENTE AS VENDAS AOS CONSUMIDORES FINAIS SÃO CONSIDERADAS, POIS SE CONSIDERARMOS AS VENDAS AO MERCADO INTERMEDIÁRIO, PODEREMOS TER DUPLICIDADE NOS CÁLCULOS DA PRODUÇÃO DE UMA ECONOMIA. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 20 - PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) Como o próprio nome já diz, é toda a produção realizada DENTRO DO PAÍS, não importando a origem da empresa, desta forma, ela pode ser de origem nacional ou estrangeira. Abaixo também temos o conceito de PIB pela ótica da produção e a derivação cada um dos seus agregados: O PIB é a soma do Consumo das Famílias (C), do Investimento (I) (que é o excedente do que as Empresas gastam), dos Gastos do Governo (G) (com Salários, Programas Assistenciais e todo o gasto com produtos e serviços de fornecedores e com o Saldo da Balança Comercial, que é o resultado da conta de Exportações (X) subtraindo as Importações (M). PIB = C + I + G + (X – M) C = Consumo I = Investimento G = Aquisições do Governo X = Exportações M = Importações O PIB é uma forma de se medir, em valores monetários, na moeda do país de toda a produção de bens e serviços realizados dentro da fronteira do país. Porque realizamos o cálculo do PIB dessa forma e por que fazemos essa conta? Se não somássemos tudo o que produzimos considerando o que vale cada produto, como conseguiríamos medir a economia? É como se somássemos bananas com maçãs. São frutas diferentes, portanto não poderiam ser medidos separadamente. É fundamental tomarmos uma unidade de medida comum para que se compreenda o que aconteceu com o volume de comercialização de bens e serviços de um país. Medir a economia é uma das principais funções da macroeconomia. Somente através destas análises, é possível elaborar contra medidas para eventuais correções ou definições de políticas econômicas. Aí vem outro questionamento.... Mas porque Produto Interno BRUTO ? Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 21 - É agora que iremos compreender melhor, entendendo o conceito de Produto Interno Bruto. Mas isso é mais fácil quando compreendemos o que é.... PRODUTO INTERNO LÍQUIDO (PIL) PIL, ou melhor, Produto Interno Líquido é o PIB subtraindo as Depreciações (D). PIL = PIB - D Mas o que é Depreciação, sob a ótica da Economia ? Depreciação é o consumo do estoque de capital físico, em dado período. De maneira mais prática... As máquinas e equipamentos fazem parte do processo de produção. O desgaste dessas máquinas e equipamentos é o que chamamos de depreciação. De maneira mais simplificada, podemos entender que Depreciação é o uso dos bens de capital (máquinas e equipamentos) e até mesmo dos bens de consumo duráveis como automóveis, caminhões, móveis e utensílios, etc... As empresas quando entregam seus dados para o fisco informando seu imposto de renda, discriminam o que descontaram como depreciação nos balanços patrimoniais de suas empresas. Estas informações são utilizadas pelo governo para mensurar o total da depreciação e descontar este importante número e estabelecer o Produto Interno Líquido. PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) Toda produção do país DENTRO E FORA DELE, realizada SOMENTE por empresas nacionais. PNB Real → Mede a taxa de crescimento da economia a preços constantes, levando em consideração uma variação real ou física (ano base). Indica que houve aumento ou queda do volume físico da produção sem considerar a variação de preços, para cima ou para baixo, durante o ano. O PNB Real leva em consideração todas as mercadorias e serviços produzidos no país a preços constantes, ou seja, tendo como base o preço das mercadorias em um determinado momento do ano. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 22 - PNB Nominal → valor que considera a variação de preços, ou seja, leva em consideração a inflação (mede produção considerando os preços do ano). O PNB Nominal leva em consideração todas as mercadorias e serviços produzidos no país considerando suas variações de preço durante o ano, para isso os dados de preços das mercadorias são mensurados mensalmente e os índices de inflação e deflação são utilizados para o cálculo desde indicador. PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO (PNL) É o produto nacional bruto descontando-se a depreciação, que é considerada neste caso a produção de maquinas destinada para a reposição. PNL = PNB - D DEMANDA AGREGADA (DA). É a quantidade de bens e serviços que a totalidade dos consumidores adquirirem por determinado preço em determinado tempo. Podemos considerar também como demanda de mercado, ou mesmo, demanda global. Se a Demanda Agregada é a totalidade do consumo, este mesmo consumo foi propiciado pela totalidade da produção da economia de um país. Sendo assim, podemos admitir que se tudo o que produzimos é consumido, então: DA = PIB OFERTA AGREGADA (OA) É a quantidade de bens e serviços que a totalidade das empresas produz a determinado preço em determinado tempo. Podemos considerar também como oferta de mercado, ou mesmo, oferta global. A Oferta Agregada mostra todos os níveis de preços para os quais as empresas em s eu conjunto estão dispostas a oferecer. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 24 - Classificamos os tipos de Políticas Fiscais como expansivas ou restritivas. Política Fiscal Expansiva Estas políticas são adotadas através da redução dos impostos, principalmente por meio de adoção de subsídios3 nos impostos. Esta medida visa aumentar o consumo por parte das empresas e das famílias, pois com impostos mais baixos, os preços ficam mais acessíveis aos consumidores. Exemplo: Redução da alíquota do IPI para alimentos da cesta básica, automóveis e materiais para construção civil. Problemas que podem acontecer com essa política Um aumento na demanda agregada, por conta das reduções nos impostos, pode fazer com que as empresas (oferta) aumentem os preços dos seus produtos, gerando inflação no médio prazo. Também no médio/longo prazo, uma redução na arrecadação de impostos pode gerar um déficit orçamentário, ou seja, um saldo negativo entre o que o governo arrecada de impostos e o que paga pela aquisição de produtos e serviços para o funcionamento de suas autarquias. 3 Subsídios. Redução ou alguma ajuda financeira ou isenção de determinados impostos que o governo concede para um determinado produto ou setor da economia. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 25 - Política Fiscal Restritiva São políticas que aumentam as alíquotas dos impostos, fazendo com que os preços dos produtos aumentem e reduzam o consumo. Uma política fiscal restritiva levará á uma diminuição da demanda agregada. Se o governo resolver aumentar os impostos isso implicará em diminuição do poder de compra4 das pessoas logo haverá queda da demanda agregada. Exemplo: Aumento da alíquota do IPI para produtos derivados do tabaco e bebidas alcoólicas. Outro exemplo é quando o governo deseja incentivar as vendas de um certo produto produzido por empresas nacionais e aumentam os impostos de importações dos mesmo produtos importados. B. POLÍTICA MONETÁRIA A política monetária também é uma política governamental, e se refere a uma reforma monetária ou aumento/diminuição de dinheiro em circulação, política de taxas de juros, etc. Estas políticas se referem a formas nas quais são disponibilizadas, ou não, para as empresas, famílias e governo a quantidade de moeda que estes agentes necessitam para se relacionar economicamente. 4 Poder de compra é o nível de capacidade financeira que um consumidor ou mercado tem para um bem ou serviço, isso é, o quanto ele pode pagar. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 26 - Para controlar este fluxo de moeda, o Governo, que é responsável por fiscalizar os Sistema Monetário Financeiro, utiliza, principalmente, de 3 ferramentas para adequar a quantidade de moeda disponibilizada e a produção gerada através do trabalho. Deve existir um equilíbrio entre a disponibilidade de moeda e a produção de uma economia. Caso o governo disponibilize moeda em excesso na economia, poderá gerar um processo inflacionário e a respectiva desvalorização da moeda. Se ele não disponibilizar moeda suficiente, poderá gerar uma queda geral nos preços, ocasionando prejuízos as empresas e posteriormente desemprego. Por fim, este desaceleração da economia poderá causar uma queda no Produto Interno do país. Portanto, economicamente falando, um aumento no estoque de moeda implica em aumento da demanda agregada, as pessoas tendo maior poder de compra tendem a aumentar o seu consumo. Por outro lado se o governo resolve retirar dinheiro de circulação teremos uma queda da demanda agregada. A seguir temos algumas ferramentas para aumentar ou reduzir o volume de moeda na economia: a. Emissão de Moeda Polícia Monetária Expansiva: O Governo deseja expandir o volume de moeda na economia e, através do Banco Central e da Casa da Moeda, imprime dinheiro novo os disponibiliza ao Sistema Monetário Financeiro. Polícia Monetária Restritiva: O Governo mantém o mesmo volume de moeda existente na economia, sem emissão nenhuma de dinheiro novo. b. Taxa de Juros A Taxa de Juros é a principal ferramenta que o Governo tem para aumentar ou reduzir a demanda por moeda em uma economia. A Taxa de Juros é quanto custa o dinheiro em determinado período de tempo. O Governo disponibiliza dinheiro ao SMF ao custo mínimo, definido pelo Banco Central através da Taxa SELIC. A SELIC é o Sistema Especial de Liquidação e Custódia do Banco Central e ele que define qual é o custo mínimo de dinheiro no Brasil. Hoje (Maio/2010) a taxa de Juros SELIC é de 9,5% a.a.. Assim, a Taxa de Juros é o “termômetro” que indica se as empresas e famílias desejam maior quantidade de moeda para aquisição de bens e serviços ou realizar investimentos (isso quando eles consideram a Taxa de Juros baixa) ou se mantém seu dinheiro aplicado junto aos Bancos Comerciais e “rendendo juros” de forma segura e sem nenhum risco. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 27 - Dessa forma podemos considerar o seguinte: Polícia Monetária Expansiva: O Governo deseja expandir o volume de moeda na economia e, por meio da redução da Taxa de Juros (SELIC). Essa redução ocasiona um efeito cascata em todas as instituições que “vendem” dinheiro no varejo (Bancos Comerciais) e os preços de crediários, parcelas de veículos financiados e vendas de máquinas e equipamentos ficam mais acessíveis ao consumo. Isso porque a Taxa SELIC é o custo do dinheiro no atacado, ou seja, quanto é o custo do dinheiro a prazo. Esta taxa de juros mais baixa também encorajam os investidores a retirarem seus recursos de aplicações financeiras (pois rendem pouco com os juros) e investirem na economia real, aumentando assim o Investimento. Este impacto ocasiona um aumento no PIB e na Demanda Agregada. Uma redução excessiva na taxa de juros pode ocasionar uma corrida desenfreada ao consumo e conseqüentemente aumento de preços, ou seja, inflação. Polícia Monetária Restritiva: O Governo deseja reduzir o volume de moeda na economia e, por meio do aumento da Taxa de Juros (SELIC). Esse aumento gera maiores custos aos financiamentos de bens de consumo e de capital e conseqüentemente uma redução nas vendas por gerarem preços mais altos. Essa redução nas vendas gera uma redução na Demanda Agregada e no PIB. Estas taxas de juros mais altas encorajam os investidores a manterem seus recursos de aplicados e rendendo juros mais altos nos Bancos e não investir na economia real, reduzindo assim o Investimento. A seguir, podemos expor um fluxo relacionando os efeitos de políticas monetárias utilizando a Taxa de Juros como ferramenta e seus impactos no Investimento, no PIB e na Demanda Agregada. Investimento Taxa De Juros Produto Nacional & PIB Demanda Agregada Investimento Taxa De Juros Produto Nacional & PIB Demanda Agregada Investimento Taxa De Juros Produto Nacional & PIB Demanda Agregada Investimento Taxa De Juros Produto Nacional & PIB Demanda Agregada Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 28 - c. Depósito Compulsório O Depósito Compulsório é uma ferramenta que o Banco Central utiliza para controlar a disponibilização de moeda pelos bancos comerciais através da retenção ou disponibilização de parte dos recursos depositados, por estes mesmos bancos como garantia para atuarem no mercado brasileiro. São depósitos sob a forma de reservas bancárias que cada banco comercial é obrigado legalmente a manter junto ao Banco Central. É calculado como um percentual sobre os depósitos à vista nos bancos comerciais. O Banco Central obriga os bancos comerciais a guardarem uma parcela dos depósitos à vista como reservas, com a finalidade de atender ao movimento de seu caixa. É uma espécie de custódia exigida pelo Banco Central, de parcela dos depósitos recebidos da população pelos bancos comerciais. Através deste instrumento é possível atuar diretamente sobre o nível das reservas bancárias, reduzindo desta forma o chamado efeito multiplicador e a liquidez na economia. Política Monetária Etapa 1 Efeito da Política Monetária sobre a Taxa de Juros Taxa De Juros Etapa 2 Efeito da a Taxa de Juros sobre a demanda de Investimentos Demanda de Investimentos Etapa 3 O Multiplicador: A demanda de Investimentos afeta o Produto Nacional que, por sua vez tem impacto sobre o consumo, causando impacto ampliado na renda nacional Demanda Agregada E Produto Nacional Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 29 - Como funciona ? Política Monetária Restritiva Se a taxa de reserva se eleva, ocorre uma diminuição dos meios de pagamento, reduzindo assim as disponibilidades dos bancos realizarem empréstimos, fazendo com que as taxas fiquem mais altas e assim as Famílias e Empresas paguem mais caro por empréstimos junto aos Bancos Comerciais. Política Monetária Expansiva O Banco Central permite que os Bancos Comerciais emprestem mais dinheiro com seus recursos próprios para seus clientes através de uma alíquota de depósito compulsório menor que deve ser disponibilizada ao BC. Se o Banco Central reduz o percentual do compulsório, as disponibilidades para empréstimo aumentam, provocando uma elevação dos meios de pagamento, conseqüentemente do volume de moeda disponível na economia, por conta do aumento do dinheiro emprestado. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 30 - C. POLÍTICA CAMBIAL Está, fundamentalmente, baseada na administração da taxa de câmbio e no controle das operações cambiais. Embora indiretamente ligada à política monetária, destaca-se desta por atuar mais diretamente sobre todas as varáveis relacionadas às transações econômicas do País com o exterior, basicamente Importações e Exportações. Para falarmos sobre políticas cambiais, é fundamental falarmos sobre o que é Taxa de Câmbio TAXA DE CÂMBIO. A taxa de câmbio: é um instrumento monetário que permite as transações internacionais. Ou seja, ele permite que uma moeda de um país seja convertida em valores em relação à outra. Tipos de taxa de câmbio: Taxa de câmbio nominal mensura quanto á moeda de um país vale em relação á moeda de outro país. Exemplo U$1,00R$1,65. Quando a moeda de um país vale mais que a de outro dizemos que ocorreu uma valorização nominal da taxa de câmbio. Quando a moeda passa a valer menos ocorre uma desvalorização. A Taxa de câmbio real é utilizada nas relações comerciais entre os países, que determina quanto um produto estrangeiro vale em relação ao produto nacional. Exemplo: Um automóvel vale R$ 36.000,00 no Brasil, o mesmo automóvel custa nos EUA U$12.000,00. O valor nominal do dólar é de U$1,00 para R$1,00. A paridade é de um para um, logo significa que o carro nos EUA está mais barato que no Brasil. Significa que esta ocorrendo uma desvalorização real. No caso de U$1,00 valer R$3,00 significa que o valor real é o mesmo. Taxa de câmbio efetiva é a taxa de câmbio utilizada por parceiros comerciais como Mercosul, União Européia, etc. Exemplo: O Brasil e a Argentina adotam uma taxa de câmbio fixa entre os dois países para a comercialização de trigo e de soja, sem a influência do dólar americano como indexador entre as duas moedas. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 31 - Políticas cambiais: Regime de câmbio fixo: Quando o Banco Central determina o valor da moeda. Nesse caso ele tem que possuir grande quantidade de moeda estrangeira no caso de ocorrer um aumento da demanda por moeda estrangeira. Regime de câmbio flutuante: A taxa de câmbio varia de acordo com o mercado. Se houver um aumento da demanda por moeda estrangeira ela terá um aumento do seu preço, significa que ocorrerá desvalorização da moeda nacional. Quando houver um excesso de oferta de moeda estrangeira seu preço vai diminuir e ocorrerá uma valorização da moeda nacional. É o regime vigente no Brasil atualmente. Regime de bandas cambiais: A taxa de câmbio poderá flutuar dentro de um intervalo estipulado. Se atingir o máximo o Banco central intervém no mercado vendendo moeda estrangeira (câmbio fixo). Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 32 - 8. DETERMINANTES DA TAXA DE DESEMPREGO E DO NÍVEL DE PREÇOS. A. DESEMPREGO Força de trabalho: Significa toda a força de trabalho disponível. Soma das pessoas desempregadas e empregadas. Taxa de Desemprego: é a porcentagem de pessoas que estão desempregadas. A taxa de desemprego é medida pelo numero de pessoas desempregadas dividida pela força de trabalho. Taxa % de Desemprego = Desempregados x 100 Empregados + Desempregados Tipos de desemprego: Desemprego involuntário (sazonal): independe dos donos de recursos de produção, é causado pela demanda. Exemplo: Desemprego em regiões turísticas – Litoral de São Paulo Desemprego natural (estrutural): é o desemprego que persiste mesmo com a economia operando em pleno emprego. Exemplo: Sempre haverá alguém desempregado, buscando recolocação profissional. Desemprego friccional: é o desemprego que existe temporariamente na economia. Exemplo: O setor de calçados na década de 80 sofreu uma forte queda nas vendas no mercado interno porque os calçados importados da China eram muito mais baratos. A queda nas vendas fez com que os empresários demitissem seus empregados, gerando um forte desemprego no setor. Desemprego cíclico: ligado aos períodos de recessão e expansão da economia de um país. Exemplo: A crise na economia dos Estados Unidos em 2008, fez com que as demissões ocorressem em todos os setores daquela economia. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 33 - B. INFLAÇÃO: Mede a variação do nível de preços em um dado período de tempo. Para medir a inflação utilizamos um dado período de tempo e um bem ou produto. Medimos então a variação de preços que ocorreu com esse produto durante esse tempo. A inflação também demonstra a redução do poder de compra da moeda. A inflação tem causas distintas e pode variar de um país para outro dependendo também de fatores como produtividade, desenvolvimento, etc. Tipos de inflação Inflação de demanda: Quando o governo possui um déficit orçamentário, uma das formas de financiá-lo é através da emissão de papel moeda. Um aumento da expansão monetária sem conseqüente aumento de produção poderá implicar em uma demanda maior que a oferta, provocando a expansão dos preços. Inflação de custos: Quando um sindicato negocia com o empresário um aumento de salários, ele repassa esse aumento de salário para os produtos. Os aumentos dos preços de produtos implicarão em novas exigências de aumento de salários provocando uma espiral inflacionária. Inflação estrutural (cepal): Segundo esses teóricos as causas da inflação é devido a fatores como baixa elasticidade de produtos agrícolas, desigualdade social, desequilíbrio da balança comercial. Inflação inercial: A inflação corrente é alimentada pela inflação passada, ou seja, há uma realimentação da inflação. Efeitos da inflação sobre a economia. Há inflações rastejantes, que são caracterizadas por uma leve e quase imperceptível modificação dos preços, mas há também inflações galopantes e hiperinflações que ocorrem por uma violenta expansão dos níveis de preços. Deflação: Quando as pessoas reduzem seu consumo, ou seja, há uma preferência pela liquidez, os vendedores ofertam mais produtos do que as pessoas estão demandando. Isso provocará uma redução dos preços desses produtos. Hiperinflação: Há hiperinflação ocorre quando a inflação é extraordinariamente alta. Então ao invés de inflação ela se transforma em hiperinflação. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 34 - Hiatos inflacionários e deflacionários Hiato inflacionário: Um excesso de moeda na economia em relação a produção, vai provocar uma elevação dos preços. Hiato deflacionário: Haverá neste caso um excesso de produção em relação ao consumo, provocando uma queda dos preços. Principais conseqüências da inflação: Sobre o poder aquisitivo: Quando ocorre um processo inflacionário vai ocorrer uma diminuição do poder de compra principalmente de assalariados. Sobre investimentos produtivos: quando recursos que poderiam ser direcionados para o processo produtivo, são direcionados para outros setores como especulação. Sobre balança comercial: Caso ocorra uma expansão dos preços de outros países que se mantenham relações comerciais sem desvalorizar a taxa de câmbio, poderá ocorrer o encorajamento as importações e desestímulo das exportações. C. CURVA DE PHILLIPS - RELAÇÃO ENTRE INFLAÇÃO E DESEMPREGO Existe uma relação entre desemprego e inflação. Quanto menor a taxa de inflação maior a taxa de desemprego e vice-versa. Essa relação é demonstrada através da Curva de Phillips. Baseando-se em dados da economia do Reino Unido no período 1957 a 1961, A.W. Phillips mostrou haver uma correlação negativa entre a inflação e o desemprego. Poucos anos depois, Paul Samuelson e Robert Solow confirmaram a descoberta ao utilizarem dados da economia dos Estados Unidos e resolveram batizar o modelo como curva de Phillips. Na década de 70 as grandes economias experimentaram altas taxas de inflação e de desemprego de forma simultânea, o que contrariava a relação estabelecida pela curva de Phillips. Quando o período de crise foi superado, a correlação mais evidente passou a ser entre a taxa de desemprego e a variação da taxa de inflação. Assim, a taxa de inflação tenderá a variar positivamente com a inflação antecipada e negativamente com a taxa de desemprego. É válido lembrar que existem coeficientes dão maior ou menor peso a esses fatores determinantes da taxa de inflação. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 35 - 9. MOEDA A. ORIGENS E FUNÇÕES O dinheiro surgiu como forma de pagamento das transações comerciais. O dinheiro pode ser definido como o que é aceito por todos como forma de troca. Sua origem se dá pelos processos de escambo que ocorriam antes e durante o mercantilismo. Esta evolução se deu para o padrão moeda, pois atendia os seguintes requisitos: Durável: uma moeda deve ser durável, ou seja, que não se deteriore em pouco tempo Transportável: Se for necessário transportar grandes quantidades de moeda, os volumes não poderão ser grandes, inclusive no tocante ao peso. Divisível: A moeda poderá ser divisível em várias partes menores, sem perda de valor, objetivando também os pagamentos em menores valores Homogênea: Qualquer unidade de uma determinada moeda deve ser igual as demais Oferta limitada: Se a oferta dessa moeda for muito grande, ela perderá seu valor. A principal função do dinheiro é servir como meio de troca, ou como intermediário da troca. Porém o dinheiro tem outras funções. Ele pode servir também como reserva de valor, quando uma pessoa recebe um dinheiro e guarda para gasta-lo depois. E como unidade de contabilidade, ou seja, o dinheiro é utilizado como padrão monetário. Sendo assim, papel moeda veio surgir como uma alternativa a moeda metal. No papel podemos imprimir as quantidades desejadas e torná-las divisíveis à vontade, além de serem fáceis de serem armazenadas e transportadas. No entanto seu valor como mercadoria pode ser considerado como nulo, pois é somente um pedaço de papel impresso, no entanto seu valor é referendado por quem imprime o mesmo. As pessoas têm a confiança que o emissor responderá pelo papel emitido e irá cuidar para que as quantidades emitidas sejam limitadas. B. A MOEDA NO SISTEMA FINANCEIRO ATUAL Como dito acima, o papel moeda e as moedas metálicas não tem nenhum respaldo em termos de metais preciosos, e seu valor está no respaldo que ele será aceito como meio de pagamento pelos demais e por ter sido estabelecido como meio de troca por força da lei. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 36 - O público aceita porque sabe que todos o aceitarão como meio de pagamento. Sem essa confiança, mesmo com o respaldo do governo, a moeda perderia valor, fazendo com que as pessoas procurassem substituir esta moeda por outra de mais confiabilidade. Existem também as moedas que chamamos de moedas escriturais, e como o próprio nome já diz, foram escritas, ou melhor, escrituradas, por bancos. É como, por exemplo, um Certificado de Depósito Bancário. Você troca seu dinheiro por um papel, um certificado que foi escrito pelo banco, dizendo que aquele papel tem valor de troca dentro de suas instituições e pode ser resgatado em determinado período de tempo, a uma determinada remuneração sobre o que você acordou com o banco. C. AGREGADOS MONETÁRIOS Exatamente pela dificuldade em se definir o que é moeda e por questões práticas, os economistas chegaram a uma classificação dos diversos tipos de moeda e “quase moeda”, de acordo com a satisfação dos requisitos de suas principais funções (meio de troca, unidade de conta e reserva de valor) e com sua liquidez. Alguns agregados mais comuns são: MEIOS DE PAGAMENTO RESTRITOS M1 → moedas em circulação (papel moeda em poder do público–PMPP) + cheques de viagem + depósitos à vista. É o agregado mais líquido, ou seja, o mais fácil de ser trocado no mercado e a vista. MEIOS DE PAGAMENTO AMPLIADOS M2 → M1 + depósitos especiais remunerados (ex: CDB’s / RDB’s) + depósitos de poupança + Títulos emitidos por instituições bancárias. M3 → M2 + fundos de renda fixa + Operações compromissadas registradas na Selic (Ex: depósitos a prazo de grande valor, acordos de recompra, eurodólares) Geralmente são necessário alguns dias para obter estes recursos liberados e convertidos em M1 POUPANÇA FINANCEIRA M4 → M3 + Títulos Públicos de Alta Liquidez Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 37 - D. DEMANDA POR MOEDA A definição de demanda por moeda é similar à definição de demanda por qualquer outro bem. Ela pode ser definida como a quantidade de riqueza que os agentes decidem manter na forma de moeda. A maioria dos livros-texto refere-se à demanda por moeda como uma demanda por encaixes reais, ou seja, isso quer dizer que os indivíduos retêm moeda por aquilo que irão comprar em bens e serviços, isto é, os agentes econômicos estão interessados no poder aquisitivo dos encaixes monetários que possuem. Também é praticamente consenso entre os economistas que a demanda por moeda é determinada basicamente por: taxa de juros (quanto maior a taxa, menor o incentivo para reter moeda) nível de preços (que afetaria somente a demanda nominal por moeda) custo real das transações (se fosse possível transformar, imediatamente e sem custos, os fundos em dinheiro, não seria preciso manter dinheiro, já que seria possível realizar transações com a transformação do ativo rentável em moeda ocorrendo somente no exato momento em que ela se mostrasse necessária, o que permitiria que o ativo ficasse mais tempo rendendo) renda É importante observar que demanda por moeda não é igual à demanda por dinheiro. A demanda por moeda M1 pode aumentar e a demanda por dinheiro diminuir, se as transações forem efetuadas diretamente entre contas bancárias, sem necessidade de o usuário sacar papel moeda. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 38 - E. ENTESOURAMENTO DE MOEDA As pessoas resolvem guardar moeda por três motivos: Especulação: A incerteza de rendimentos quando se guarda esse dinheiro, eles podem resolver optar por outras formas de guardar esse dinheiro. A incerteza quanto à moeda do país também gera especulação. Transação: Quando não ocorre uma coincidência entre datas de recebimento e pagamento. As pessoas guardam moeda para arcar com futuros compromissos. Precaução: Quando as pessoas resolvem reter moeda por imprevisibilidade, ou seja, situações que poderão ocorrer. Relação entre demanda por moeda e taxas de juros: Quanto maior a taxa de juros menor a demanda pôr moeda e vice-versa. A relação é inversamente proporcional. F. OFERTA DE MOEDA A oferta de moeda (em inglês, “money supply”) pode ser definida como o estoque total de moeda na economia, geralmente o estoque de M1. Se a relação (M1)/(PIB) for muito grande, os juros tendem a cair e os preços a subir, e se for muito pequena a tendência é oposta. Os bancos centrais controlam a oferta de moeda principalmente através da alteração da taxa de reservas bancárias (uma taxa maior de reservas bancárias reduz a oferta de moeda) e da compra e venda de títulos, mas também através do controle da quantidade de papel moeda emitido. G. SISTEMA MONETÁRIO E FINANCEIRO Emissão de dinheiro: A emissão de dinheiro é feita pelo banco Central um órgão do governo que emite moeda de acordo com a necessidade e expansão dos meios de pagamento. Banco Central: O Banco Central é também chamado de Banco dos Bancos, é responsável pela estabilidade do sistema financeiro nacional, sendo regulador e fiscalizador de todos os componentes deste sistema. Bancos Comerciais: Estão subordinados ao Banco Central. São autorizados a receber depósitos a vista, a emprestar dinheiro, ganhado com taxa de juros apostando que as pessoas não vão sacar esse dinheiro imediatamente. Também fazem parte do SMF outros agentes financeiros como: Bancos Múltiplos, Bancos de Investimentos, Bancos de Fomento (ex. BNDES), Caixas (ex. CEF), DTVM – Distribuidoras, CTVM – Corretoras, Bolsas, Fundos de Investimentos, entre outros. Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 Faganelo & Machado Este material não pode ser copiado ou distribuído sem a autorização dos Autores - 39 - 10. BIBLIOGRAFIA EMVI – Enciclopedia Multimedia Interactiva y Biblioteca Virtual de las Ciencias Sociales, Económicas y Jurídicas http://www.eumed.net/cursecon/index.htm GREMAUD et. al. Economia Brasileira Contemporânea. 4 ed. São Paulo. Editora Atlas, 2002. HARPER, Douglas (Novembro de 2001). Online Etymology Dictionary - Economy (HTML). Página visitada em 27 de Outubro de 2007, LOPES, Luiz Martins & VASCONCELLOS, Marco Antonio. Manual de Macroeconomia. São Paulo. 2ªed. Editora Atlas, 2000. PASSOS, Carlos R. Martins & NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. 4ªed. São Paulo. Editora Pioneira, 2003. ROBBINS, Lionel . An Essay on the Nature and Significance of Economic Science. London: Macmillan and Co., Limited, 1945 ROSSETTI, José Paschoal. Introdução a Economia. 20ed. São Paulo: Editora Atlas, 2003. SIMONSEN, Mario Henrique. Macroeconomia. 2ed. São Paulo: Atlas, 1995. TÍMACO, Fauzi & MOREIRA, José Octavio. Economia: notas introdutórias. São Paulo. Editora Atlas,1995. TROSTER, Roberto & MOCHÓN, Francisco. Introdução a Economia. São Paulo. Editora Makron, 2004. VASCONCELLOS, Marco Antônio & OLIVEIRA, Roberto. Manual de Microeconomia. 2ed. São Paulo. Editora Atlas, 2000. VASCONCELLOS, Marco Antônio. Economia: macro e micro. 3ed. São Paulo. Editora Atlas, 2002.
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