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A Reflexologia Soviética

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A Reflexologia Soviética
 A Rússia foi um país pioneiro no campo de estudo da reflexologia, dentre os numerosos pesquisadores pode-se destacar a influência de pelo menos três: Ivan Michajlovic Sechenov (1929 – 1905); Ivan Petrovich Pavlov (1849 – 1936) e Vladimir Michailovitch Bechterew (1857-1927).
Ivan Michajlovic Sechenov
e a fisiologia russa moderna.
 Séchenov foi um importante agente do estudo dos reflexos condicionados e na sua recusa das explicações mentalistas.
 Uma das principais ideias defendidas e estudadas por Sechnov era que a vida psíquica não era independente do corpo, mas somente uma função do sistema nervoso central, os processos psíquicos seriam dessa forma, componentes de um complexo Arco-Reflexo. Essa foi uma das primeiras abordagens da vida psicológica em termos de reflexo.
 Sechenov lançou as ideias que mais tarde influenciariam a teórica de outros importantes pesquisadores da reflexologia.
Ivan Petrovich Pavlov e a proposição
do reflexo condicionado
 Ivan Pavlov nasceu em Ruazan na Rússia, após formarse em teologia aos 22 anos, mudou-se para São Petesburgo como objetivo de frequentar a Universidade.
 Optou por estudar medicina, especializando-se em fisiologia animal, aprimorou a técnica de abrir fístulas, para observar processos fisiológicos internos em animais vivos.
 Pavlov foi nomeado professor de farmacologia na Academia Militar de Medicina. Em seguida passou ao estudo do sistema endócrino, publicando em 1897 “O trabalho das glândulas digestivas”, que lhe rendeu o Nobel de fisiologia em 1904.
 A partir das investigações acerca das glândulas digestivas, por volta de 1900, Pavlov constata as diferenças na composição salivar de Cães, após alguns experimentos, onde abria uma fístula na mandíbula do cão, e coletava sua saliva, pode perceber que o cão salivava em maior quantidade quando entrava em contato com o alimento, após algumas repetições, o cão salivava apenas por avistar o alimento, o reflexo provocado pelo alimento colocado na boca do cão foi denominado “ reflexo incondicionado”, enquanto o reflexo causado apenas pela visão do alimento de “reflexo condicionado”.
 Pavlov passou então a fazer estímulos não relacionados ao alimento em si. Com um sino que era tocado 5 segundos antes da entrega do alimento para o animal, ele notou que com o passar do tempo apenas o som do sino fazia o animal salivar.
 Pavlov foi fortemente criticado e não recebia apoio governamental. Com a revolução de 1917, a situação melhorou bastante. A revolução russa levou Lênin ao poder, que via com bons olhos as atividades científicas do fisiólogo. O governo socialista financiou a construção da chamada “Cidade da Ciência”, onde Pavlov aprofundou suas observações e experimentos.
 Aos 86 anos de idade Pavlov foi proclamado “Príncipe dos fisiologistas de todo o mundo”, mantendo, até o fim de sua vida, sua luta contra as explicações metafísicas do comportamento.
Vladimir Michailovitch Bechterew
e os reflexos motores
 Assim como Pavlov, Bechterew tentou complementar com dados empíricos e rigor experimental a proposta teórica de Sechenov.
 A sua formação em psiquiatria, fez com que aplicasse o conceito de reflexo a problemas clínicos humanos. Trabalhou também no tratamento de doenças nervosas e mentais. Descobriu um grande número de sintomas e reflexos bastante significativos para o diagnóstico dessas doenças.
 Enquanto Pavlov se ateve principalmente as secreções glandulares, Bechterew interessou-se pelos reflexos motores, utilizando para estuda-los uma metodologia livre de intervenções cirúrgicas. Bechterew utilizava uma pequena descarga elétrica na planta o pé como excitante direto , ao mesmo tempo, aplicava-se um estímulo lumiso na retina, após algumas repetições, a excitação luminosa era, por si só, suficiente para produzis o reflexo.
 É clara, por tanto, a ênfase compartilhada com Pavlov na busca de objetividade científica e o desejo de Bechterew de solidificar o estado psicológico de suas experiências, Ambos os pesquisadores estavam convencidos de que haviam descoberto o caminho que levaria a uma explicação materialista de todo o comportamento.
Behaviorismo: uma proposta
de estudo do comportamento
Nos Estados Unidos do final do século XIX, dois pontos de vista se mostravam fortes na psicologia: o funcionalismo de William James) e o estruturalismo de Edward Titchener. Apesar de as propostas de ambos serem conceitualmente diferentes, elas se aproximavam em um aspecto: consideravam a consciência como o objeto de estudo da psicologia.
 Em 1888, James McKeen Cattell, da Universidade da Pensilvânia, tornou-se o primeiro professor a lecionar formalmente a disciplina de psicologia em território estadunidense. Em 1892, foi criada a American Psychological Association (APA) e dois anos mais tarde, foi fundado o Psychological Review.
 Um dos estudiosos mais destacados da época era Edward Lee Thorndike. Ele foi um dos pioneiros na realização de experimentos controlados com descrição detalhada das atividades dos animais sem se deter na introspecção como abordagem. Por meio desses experimentos, Thorndike formula a “Lei do Efeito”. 
 Os estudos de Thorndike foram de grande influência para os pensadores da psicologia, principalmente os estadunidenses, na área da educação.
 Apesar de fazer uso de experimentos controlados, e de trabalhar com dados empíricos, Thorndike foi criticado, posteriormente por utilizar termos mentalistas como “satisfação” e “desconforto” em suas explicações. Na busca de modelos alternativos aos modelos mentalistas e introspeccionistas surgiu uma nova maneira de pensar e trabalhar a psicologia: o Behaviorismo.
O “manifesto behaviorista”
e os primórdios de uma ciência do comportamento
 JOHN BROADUS WATSON (1878-1958) matriculou-se, em 1894, na Universidade de Furman. Em 1903, Watson se torna a mais jovem pessoa a se doutorar na Universidade de Chicago. Em 1913, publica o artigo “A psicologia como o behaviorista a vê”, que ficou conhecido como o “manifesto behaviorista” e no qual delimitava o campo onde a psicologia deveria focar seus estudos.
A primeira fase do trabalho de Watson é marcada por um grande interesse na psicologia animal. O trabalho com animais visa responder a perguntas que poderiam ser generalizadas ao comportamento humano. Neste aspecto, a psicologia animal se torna o modelo para os estudos do comportamento. Porém, preocupado em dar ao behaviorismo um valor prático, Watson estende seus estudos aos sujeitos humanos, apresentando no livro A psicologia do ponto de vista de um behaviorista, talvez o mais importante de sua carreira, sua proposta de psicologia como uma ciência natural independente.
Mais tarde, na década de 1920, o interesse do autor muda para o estudo de crianças. Watson propôs que, ao nascer, a criança conta com apenas três reações básicas: amor, raiva e medo. Por meio dessas reações, o ambiente seria responsável pela formação dos hábitos. Segundo o autor, as pessoas, ao entrarem em contato com o ambiente que as cerca, aprendem a responder aos estímulos particulares do mesmo. Quando exposta à mesma situação novamente, a pessoa realiza as mesmas ações de forma mais rápida e com a necessidade de menos movimentos diz-se que a pessoa formou um hábito para lidar com essa situação.
Uma abordagem funcional do comportamento:
o conceito de operante
 B. F. SKINNER (1904-1990) graduou-se em inglês no Hamilton College e decidiu seguir a carreira de escritor. Após algumas tentativas frustradas, a escrita, como atividade profissional, foi deixada de lado. Skinner ingressou no curso de psicologia da Universidade de Harvard em 1928 e doutorou-se em 1931. Permaneceu nessa instituição como pesquisador até 1936, ano em que começou a lecionar psicologia na Universidade de Minnesota. Em 1947, retornou à Harvard como professor.
 Skinner propõe um sistema no qual as explicações dadas para o comportamento do organismo em termos de causa e efeito são substituídas por descrições de relações funcionaisentre as alterações ambientais e o comportamento. Esse sistema englobava dois tipos de condicionamento: o que chamou tipo S, ou condicionamento reflexo já estudado por Pavlov e Watson, e o que chamou tipo R, no qual se torna uma conseqüência contingente a uma resposta, o que já havia sido trabalhado por Thorndike, como vimos acima. Os resultados de Skinner em suas pesquisas sobre o comportamento reordenavam as considerações feitas sobre esse objeto de estudo até então. O comportamento dos organismos não seria influenciado apenas por alterações ambientais antecedentes, como proposto pela psicologia estímulo-resposta, baseada no paradigma reflexo. Grande parte do comportamento seria influenciada por suas conseqüências. Um organismo, ao comportar-se, produz modificações no ambiente que, por sua vez, alteram a forma como o indivíduo se comporta. É neste sentido que, na perspectiva skinneriana, pode-se dizer que o organismo produz o meio que o determina.
 Proposto formalmente no ano de 1937, quando Skinner publica o artigo “Dois tipos de reflexo condicionado: uma resposta a Konorski e Miller”, o conceito de OPERANTE marca a distinção em face de uma psicologia proponente de teorias estímulo-resposta diretamente ligadas à noção de causalidade mecanicista. Considerando o significado dado às ações do organismo pelo operante, sobretudo ao fazer do organismo humano, esse conceito proporciona uma ampliação do comportamento como objeto de estudo até então não atingida no âmbito da análise do comportamento reflexo.
A noção de comportamento operante descreve a ação do organismo sobre o meio do qual emergem as conseqüências últimas de seu comportamento. No entanto, quando se trata de sujeitos humanos, deve-se considerar uma forma de comportamento operante distintiva, que age indiretamente sobre o meio, ou seja, que age inicialmente sobre outros seres humanos. Denomina-se esse tipo de operante COMPORTAMENTO VERBAL.
O organismo humano, portanto, quando se comporta verbalmente, tem as conseqüências de suas ações providas por outros seres humanos, e não imediatamente pelo ambiente físico que o cerca. À medida que o comportamento verbal começa a ser estudado, aproximadamente a partir de 1934, abre-se a possibilidade de uma análise funcional dos diversos níveis da ação humana: a linguagem, o pensamento, a moral, a alienação, os propósitos, dentre outros. A complexidade característica a esse tipo de comportamento não justifica uma nova forma de análise, ou seja, os operantes verbais são analisados em termos de sua relação com o ambiente, sobretudo sua relação com o ambiente humano, social.
Desde a proposta watsoniana, que relacionava a linguagem a complexas cadeias de respondentes, os psicólogos behavioristas vêm tentando abordar o fenômeno lingüístico, cada qual baseando-se em concepções específicas do que seria o comportamento e, portanto, a linguagem e outros fenômenos relacionados (como o pensamento). Ressalta-se que, para Skinner, a linguagem é um comportamento operante e, portanto, é selecionada e mantida pelo contato do organismo com contingências de reforçamento específicas.
Durante a década de 1970 e início dos anos 1980, Skinner esboça mais claramente seu interesse nas influências biológicas que atuam sobre o comportamento. A obra Origem das espécies, de Charles Darwin, é utilizada por ele para traçar um paralelo entre os princípios da seleção natural e o comportamento dos organismos. Skinner amplia, assim, a visão de Mach sobre as relações funcionais entre fatos tomando como modelo de causalidade a proposta darwiniana de seleção por consequências. O fenômeno da seleção natural, desenvolvido por Darwin para a explicação da evolução das espécies, aplica-se também à análise do comportamento. 
 Segundo Skinner, o comportamento humano é selecionado não apenas para atender a necessidades de sobrevivência imediata, como também para se adaptar a situações futuras. Os diversos tipos de ambientes com os quais nos deparamos ao longo da vida exigiriam que nosso comportamento também esteja em constante mutação, fazendo com que cada pessoa, entrando em contato com contingências específicas, se torne única, comportando-se de forma distinta das outras pessoas. Duas pessoas, mesmo que possuam idêntico dote genético, não teriam a mesma história de relação com o ambiente, simplesmente pelo fato de ocuparem locais diferentes no espaço.
 Skinner define, dessa forma, três níveis de atuação das contingências: o filogenético, o ontogenético e o cultural. O comportamento humano é fruto da ação integrada e inseparável destes três níveis. O primeiro refere-se à seleção de comportamentos característicos da espécie ao longo do processo evolutivo da mesma. O segundo diz respeito à história de reforçamento, ou seja, é relativo aos comportamentos selecionados ao longo da vida de um indivíduo, considerando-se a interação deste com seu ambiente. O terceiro, o nível cultural, é relativo aos comportamentos selecionados pela interação do organismo humano com seu ambiente social específico, caracterizado por determinadas práticas sociais.
 A análise do comportamento, denominação dada à forma de ciência proposta por Skinner, considera o comportamento dos organismos como sendo fruto desses três níveis de atuação das contingências que, por sua vez, são indissociáveis. Os seres humanos são parte de uma espécie e possuem uma relação única com seu ambiente, que é social e também histórica. Filogeneticamenteseria selecionado um organismo da espécie humana enquanto a ontogenia e a cultura selecionariam, respectivamente, uma pessoa e um eu.
Desdobramentos da análise do comportamento no Brasil
O surgimento dos primeiros cursos de psicologia no Brasil, nos anos 1950, aponta para a necessidade de atualização exigida por parte de profissionais de instituições de ensino, sobretudo de ensino superior, o que levou os docentes desses novos cursos a entrar em contato com tendências recentes do pensamento psicológico, bem como a buscar, com outros profissionais da área, seja em contexto brasileiro ou internacional, apoio para o ensino e para o desenvolvimento da psicologia em âmbito nacional.
 Assim, no início da década de 1960, mais precisamente no primeiro semestre de 1961, a convite do diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, professor Paulo Sawaya, chega ao Brasil, como professor visitante, o psicólogo estadunidense FRED SIMMONS KELLER. Dar-se ia, nesse contexto, o primeiro contato efetivo de profissionais e estudantes em uma instituição de ensino brasileira com a análise do comportamento.
Em 1962, Keller retorna aos EUA. Seus alunos da Universidade de São Paulo estabeleceriam novas contingências a partir daquelas anteriormente propostas, direcionadas ao ensino e à pesquisa em solo brasileiro. 
 Em relação a esse aspecto, é muito cara a contribuição não só à analise do comportamento, mas à psicologia como um todo da professora Carolina M. Bori. Ao elaborar projetos para o financiamento de pesquisa junto a órgãos governamentais ligados à educação, para a construção de materiais para o ensino e também para a pesquisa em laboratórios, e para o estabelecimento de um acervo bibliográfico consistente.
A partir da década de 1970, passam a ser estabelecidos diversos cursos de pós-graduação no país, com forte ênfase em análise do comportamento, por exemplo, na USP, na Universidade de Brasília, na Universidade Federal do Pará, na Universidade Federal de São Carlos e, mais recentemente, na PUC-SP. Analistas do comportamento passam a se organizar em sociedades científicas e a produzir publicações dirigidas tanto à área quanto ao público em geral.

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