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Figuras de linguagem

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IRONIA
“Uma moça nossa vizinha dedilhava admiravelmente mal ao piano alguns estudos de Lizt”.
Observe que a expressão “admiravelmente” é exatamente o oposto do adjetivo posterior “mal”, deixando bastante clara a presença da ironia ou antífrase, figura de linguagem que expressa um sentido contrário ao significado habitual.
Segundo Pires, existem três tipos de ironia:
asteísmo: quando louva;
sarcasmo: quando zomba;
antífrase: quando engrandece idéias funestas, erradas, fora de propósito e quando se faz uso carinhoso de termos ofensivos.
Veja exemplos na literatura:
“Moça linda bem tratada, 
três séculos de família,
burra como uma porta:
um amor!
(Mário de Andrade)
“A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças”. (Monteiro Lobato)
Exemplo em textos falados:
“Quem foi o inteligente que usou o computador e apagou tudo o que estava gravado?”
“Essa cômoda está tão limpinha que dá para escrever com o dedo.”
“João é tão esperto que travou o carro com a chave dentro.”
O contexto é de fundamental importância para a compreensão da ironia, pois, inserindo a situação onde a fala foi produzida e a entonação do falante, determinamos em que sentido as palavras estão empregadas. 
 Veja estes exemplos:
“Olá, Carlos. Como você está em forma!”
“Meus parabéns pelo seu belo serviço!”
As duas frases só podem compreendidas ironicamente se a entonação da voz se der nas palavras “forma” e “belo”. Entretanto, isso não seria necessário se inseríssemos essas afirmações nos seguintes contextos:
Frase 1 – Carlos está pesando atualmente 140 kilos. 
Frase 2 – O funcionário elogiado é um segurança que dormiu em serviço e, por isso, não viu o meliante que roubou todo o dinheiro da empresa.
Não seria necessário inserir o contexto na frase 1, se a reformularmos da seguinte maneira:
“Olá, Carlos! Como você está em forma... de baleia!”
Portanto, definimos como ironia a figura de linguagem que afirma o contrário do que se quer dizer.
EUFEMISMOS
Leia estes versos do poema “Antologia”, de Manuel Bandeira:
“Quando a Indesejada das gentes chegar
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar”.
Determinadas palavras e expressões, quando empregadas em certos contextos, são consideradas desagradáveis, ou por apresentarem uma ideia muito negativa ou por chocarem quem ouve. Por isso, é muito comum os falantes substituírem essas expressões por outras mais suaves, mais delicadas, que, mesmo tendo o mesmo sentido, causam menor impacto em quem as ouve.
Nesses versos, o poeta Manuel Bandeira refere-se à morte utilizando a expressão “Indesejada das gentes”. Existem varias expressões que suavizam a palavra morte, como “entregar a alma a Deus”, “partir desta para a melhor”, “bater as botas”, “encurtar os anos”, entre outras. Essas formas que atenuam expressões desagradáveis são chamadas eufemismos.
Observe atentamente estas afirmações:
“E fizeste isto durante vinte e três anos (...) até que um dia deste o grande mergulho nas trevas (...)” (Machado de Assis)
“Diante de tanta tristeza, ela preferir faltar com a verdade”.
Na primeira sentença, Machado de Assis usou a expressão “deste o grande mergulho nas trevas” para se referir à morte; na segunda, a expressão “faltar com a verdade” foi uma maneira suave de se referir à mentira. Portanto, são exemplos de eufemismo, figura de linguagem que consiste em empregar expressões suaves no lugar de outra desagradável ou chocante.
Durante muito tempo, as pessoas da raça negra eram qualificadas pelas formas eufemísticas “pessoas de cor” ou “morena”. Nas últimas décadas, entretanto, os movimentos negros brasileiros têm combatido essa forma de tratamento, entendendo que por trás do eufemismo, existe a ideia de que seria “feio” atribuir a característica “negra” a uma pessoa. Atualmente, os negros orgulham-se de ser considerados negros, pois, além da cor, essa característica identifica a cultura e a raça a que estão ligados.
METÁFORA.
Leia esses versos de Chico Buarque:
“Sua boca é um cadeado
E meu corpo é uma fogueira”.
Observe que o eu lírico mantém uma relação de similaridade entre os termos “boca” e “cadeado”, de modo que as características do “cadeado” (fechado) sejam atribuídas à “boca”. O mesmo ocorre entre os termos “corpo” e “fogueira” (ambos são quentes).
Existe aqui uma transferência da significação própria de uma palavra, no caso aqui “cadeado” e “fogueira”, para outra significação quem lhe convém graças a uma comparação existente no espírito do autor, ou seja, acontece de maneira implícita. A isso chamamos metáfora.
Veja outros exemplos de metáfora:
“O samba é o pai do prazer 
O samba é filho da dor”.
(Caetano Veloso)
Nesses versos, o poeta faz referência a duas informações inerentes ao samba. Como “pai do prazer”, refere-se ao espírito festivo e contagiante que envolve a dança; como “filho da dor”, remete-nos a refletir sobre a origem do ritmo, dando ênfase ao sofrimento da raça negra desde o primeiro contato com o homem branco.
Os versos a seguir, de Cecília Meireles, apresentam um tipo diferente de metáfora:
“Pelos vales de teus olhos
de claras águas antigas
meus sonhos passando vão”.
Neste caso, “águas” e “vales” mantém uma relação de similaridade, fazendo-nos entender que os olhos de quem o eu lírico se refere estão marejados de lágrimas. Nesse caso, a metáfora aconteceu por substituição, ou seja, o vocábulo “águas” foi empregado no lugar de “vales”, evitando a repetição e adicionando mais um sentido a ela.
Em suma, metáfora é a figura de linguagem que consiste em empregar uma palavra num sentido que não lhe é comum ou próprio, numa relação de semelhança entre dois termos.
HIPÉRBOLE
Leia a seguinte frase:
“Está muito calor. Os jogadores estão morrendo de sede no campo”.
Quando lemos essa afirmação, nunca imaginamos jogadores agonizando de sede num campo de futebol, pois compreendemos que o autor da frase fez uso do exagero para impressionar o interlocutor. Quando engrandecemos ou diminuímos exageradamente a verdade das coisas, estamos utilizando a hipérbole.
A hipérbole é exatamente oposta ao eufemismo. Enquanto no eufemismo suavizamos uma expressão chocante, na hipérbole expressamos exageradamente uma ideia, a fim de enfatizar essa informação.
Essa figura de linguagem é bastante comum não só nos textos escritos, como na comunicação oral.
Veja os exemplos em textos escritos:
“Rios te correrão dos olhos, se chorares (...)” (Olavo Bilac)
“Brota esta lágrima e cai (...)
Mas é rio mais profundo
Sem começo e nem fim
Que atravessando por este mundo
Passa por dentro de mim”. (Cecília Meireles)
“Queria querer gritar setecentas mil vezes
Como são lindos, como são lindos os burgueses” (Caetano Veloso)
“Pela lente do amor
Vejo tudo crescer
Vejo a vida mil vezes melhor”. (Gilberto Gil)
Exemplo em textos falados:
“Já falei mil vezes com esse menino e ele não me obedece”.
“Vai passar um ônibus pro Inferno, mas não passa o do Novo Juazeiro”.
“Faz umas dez horas que essa menina penteia esse cabelo”.
“A roupa dela está tão curta que daqui a pouco ela está andando pelada na rua”.
“Já faz séculos que esse menino não toma banho, que, quando ele tirar essa roupa, ela vai sair correndo gritando: Me lava, por favor!”
Em suma, hipérbole é a figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia com exagero.
ANTÍTESE
Leia os versos abaixo de Charly Garcia:
“O sonho de um céu e de um mar
E de uma vida perigosa
Trocando o amargo pelo mel
E as cinzas pelas rosas
Te faz bem tanto quanto mal
Faz odiar tanto quanto querer."
Observe que o eu lírico emprega palavras que se opõem quanto ao seu sentido: “céu” se opõe a “mar”, “amargo” a “mel”, “bem” a “mal”, “odiar” a “querer”, com a finalidade de construir o sentido a partir do confronto entre idéias opostas. O mesmo acontece nesses versos de Vinícius de Morais:“Tristeza não tem fim,
Felicidade, sim.”
Na antítese, temos duas teses contrárias, antônimas:
“Estou acordado e todos dormem, todos dormem, todos dormem”.
(Monte Castelo, Renato Russo)
Enquanto o eu lírico está acordado, os outros serem dormem. Seria um exemplo de paradoxo se a mesma construção estivesse da seguinte maneira:
“Estou dormindo acordado”.
Neste caso, temos um exemplo de paradoxo, já que a oposição de idéias se dá num mesmo referente.
Antítese é a figura de linguagem que consiste em construir um sentido através do confronto de idéias opostas.
A colocação dos pronomes átonos, em relação ao verbo ao qual se agregam, ocorre de três formas, conforme indica o prefixo sublinhado na denominação:
Próclise: o pronome se posiciona antes do verbo.
Mesóclise: o pronome se posta ao meio do verbo.
Ênclise: o pronome se coloca após o verbo.
Para a observação do funcionamento dos pronomes átonos, sugere-se a leitura do poema, Toada do amor, escrito por Carlos Drummond de Andrade:
Toada do amor
E o amor sempre nessa toada:
briga perdoa perdoa briga.
Não se deve xingar a vida,
a gente vive, depois esquece.
Só o amor volta para brigar,
para perdoar,
amor cachorro bandido trem.
Mas, se não fosse ele, também
que graça que a vida tinha?
Mariquita, dá cá o pito
no teu pito está o infinito.
O poema Toada do amor trata do relacionamento amoroso, mais especificamente das brigas entre o casal, de modo suave. Na visão do eu poético, o tom do amor, sentimento que dá graça à vida, é regido pelos desentendimentos e posteriores perdões. A escolha do vocábulo pito, próprio do ambiente familiar, que se refere ao ato de repreender o outro, sugere o caráter cotidiano das brigas, representado pela maneira informal de se expressar Mariquita, dá cá o pito [...]. Perceba que se optou pela forma pronominal dá cá no lugar de “dê-me”, conforme prescreve a forma padrão. Pode se concluir que a seleção de uma ou outra palavra deve ser feita em função do contexto comunicativo em que o texto se insere. A seguir, serão explicitadas as ocorrências dos pronomes oblíquos átonos, no que tange à norma culta da Língua Portuguesa:
Próclise
O pronome átono é colocado antes do verbo quando for precedido de:
a) Palavra negativa: "Não lhe devo satisfações. "
É fundamental enfatizar que a colocação adequada dos pronomes harmoniza o texto, evitando ambiguidades. Além disso, atua no plano sonoro. Veja: "Eu não vi ela hoje."
Trata-se de uma expressão utilizada de modo frequente em situações de uso informal da língua. No entanto, deve ser evitada em contextos formais, sobretudo pela cacofonia (som desagradável) por ela gerada. Vale reiterar que “ela”, no exemplo acima, é complemento e, não, sujeito. Por isso: “Eu não a vi hoje”.
Outros exemplos: nunca, jamais, nada, ninguém...
b) Pronome relativo: "Foi meu amigo quem me convidou para a festa."
Mais exemplos: cujo, o qual, que, onde...
c) Pronome interrogativo: "Quem nos explicará as regras?"
Outros exemplos: quanto, qual, como, quando...
d) Conjunção subordinativa: "Ela ficou muito feliz quando a apresentei ao meu primo."
Mais exemplos: que, o qual, se, logo que...
e) Advérbio ou expressão adverbial: "Talvez a jovem se decida ainda hoje."
Outros advérbios: sempre, mais, menos, já...
f) Numeral ou pronome indefinido:
"Ambos se revoltaram com a situação."
"Alguém lhe disse duras palavras."
Mais pronomes: tudo, ninguém, a minoria, poucos...
g) Preposição “em”: "Em se tratando de cálculos, Luís apresenta muitas dificuldades."
Prep. “em” + pronome átono + verbo no gerúndio (terminação “ndo”).
h) Palavra exclamativa ou oração que expressa um desejo: "Que Deus nos acompanhe!"
Mesóclise
O pronome átono é colocado ao meio da forma verbal, flexionada no modo “Indicativo” (que exprime “certeza”), do tempo:
Futuro do presente: "Assim que oportuno, contar-lhe-ei detalhes da cerimônia."
Futuro do pretérito: "A inovação do setor ajudar-nos-ia significativamente."
Ênclise
O pronome átono é posposto ao verbo nas seguintes situações:
Sentença afirmativa imperativa: "Alunos, sentem-se, por gentileza!"
Infinitivo pessoal: "Ligaram-me rapidamente."
Vale comentar que, em situações informais da língua, é recorrente a anteposição do pronome átono, como em: “Me liga, por favor.”.
Gerúndio: "Saiu apressadamente, esquecendo-se de seu celular."
Orações coordenadas sindéticas: Foi à entrevista de emprego e mostrou-se confiante.
Locuções Verbais - mais de uma opção de colocação pronominal
Próclise e Mesóclise - verbo auxiliar + verbo principal no “particípio”:
Naquela ocasião, ele tinha-me confessado.
O acidente tê-lo-ia afetado a memória?
Próclise ou Ênclise - verbo pessoal (auxiliar ou não) + verbo infinitivo:
Precisamos lhe convencer do contrário. [Comum em situações de uso informal da língua].
Precisamos-lhe convencer do contrário.
Precisamos convencer-lhe do contrário.
SONETO
É denominado soneto o gênero lírico de origem italiana. Seu nome deriva do termo franco-provençal "sonet", diminutivo de "suono" (som, melodia), que por sua vez, tem origem na palavra latina "sonus". 
Sua criação é geralmente atribuída a Francesco Petrarca, humanista do século XIV, mas hoje já se sabe que tal forma é pelo menos um século mais antiga, já praticada por Giacomo de Lentino (1210 - 1260). Embora controversa, a teoria mais aceita atualmente é que de Lentino tenha elaborado uma forma estilizada baseando-se na poesia popular de sua terra, a Sicília. 
O soneto é composto por dois quartetos e dois tercetos, ou seja, quatro estrofes (conjuntos de versos), sendo que as duas primeiras devem conter quatro versos e as duas últimas três, num total de catorze versos.
No soneto dito petrarquiano ou regular, as rimas estão organizadas em abba abba cdc (cde) dcd (cde), mas já no período do Renascimento, diversas variações estavam em prática.
	O primeiro ponto importante da estrutura do soneto é a métrica. Cada um dos catorze versos devem possuir a mesma métrica, o que significa que devem apresentar o mesmo número de sílabas poéticas. O soneto é composto geralmente por dez sílabas poéticas em cada verso, mas alguns apresentam versos de doze sílabas poéticas, os chamados dodecassílabos ou alexandrinos.
O próximo ponto na composição do soneto é a ordem em que os versos apresentam rimas, ou o posicionamento das rimas. Para os quartetos, são três as formas principais de posicionamento:
rimas entrelaçadas ou opostas – abba - o primeiro verso rima com o quarto, e o segundo com o terceiro.
rimas alternadas – abab – o primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo rima com o quarto.
rimas emparelhadas – aabb - o primeiro verso rima com o segundo e o terceiro rima com o quarto.
Finalmente, outro conceito que é tratado dentro de um soneto é a sonoridade, ou seja, o posicionamento das sílabas tônicas (ou fortes) em cada um dos versos. Uma vez combinadas, tais sílabas fazem com que o soneto assuma uma dinâmica melódica, aproximando-se da melodia de uma canção.
Sob esse aspecto, o verso decassílabo recebe duas classificações:
heróico - trata-se do decassílabo com sílabas tônicas nas posições 6 e 10.
sáfico - é o decassílabo cujas sílabas tônicas se encontram nas posições 4, 8 e 10.
Já o verso dodecassílabo possui como única característica as sílabas tônicas na sexta e na décima segunda sílabas.

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