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FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURAS DE LINGUAGEM As Figuras de Linguagem são recursos linguísticos Língua Portuguesa que criam significados para as expressões, ao trabalhar com o sentido conotativo em vez do literal, de modo original e criativo. As Figuras de Linguagem são recursos linguísticos Língua Portuguesa que criam significados para as expressões, ao trabalhar com o sentido conotativo em vez do literal, de modo original e criativo. Figuras de LinguagemFiguras de Linguagem Torna a linguagem mais rica e expressiva, revela a sensibilidade de quem os utiliza e traz particularidades estilísticas para o texto. Realçam sonoridade de vocábulos e frases e até mesmo, organizam orações, afastando-a, de algum modo, de uma estrutura gramatical padrão, a fim de dar destaque a algum de seus elementos. É importante destacar que a existência de uma figura de linguagem não exclui outras. Torna a linguagem mais rica e expressiva, revela a sensibilidade de quem os utiliza e traz particularidades estilísticas para o texto. Realçam sonoridade de vocábulos e frases e até mesmo, organizam orações, afastando-a, de algum modo, de uma estrutura gramatical padrão, a fim de dar destaque a algum de seus elementos. É importante destacar que a existência de uma figura de linguagem não exclui outras. Figuras de LinguagemFiguras de Linguagem As figuras de linguagem costumam ser classificadas em figuras de som, figuras de construção e figuras de palavras ou semânticas. Para dominarmos o uso das figuras de linguagem de maneira correta, estudaremos, de modo sintetizado, os conceitos de denotação e conotação. As figuras de linguagem costumam ser classificadas em figuras de som, figuras de construção e figuras de palavras ou semânticas. Para dominarmos o uso das figuras de linguagem de maneira correta, estudaremos, de modo sintetizado, os conceitos de denotação e conotação. DenotaçãoDenotação Denotação – ocorre quando a palavra é empregada em sua significação usual, literal, referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária. Já é a quinta vez que perco as chaves do meu armário. Aquela sobremesa estava muito azeda, não gostei. Denotação – ocorre quando a palavra é empregada em sua significação usual, literal, referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária. Já é a quinta vez que perco as chaves do meu armário. Aquela sobremesa estava muito azeda, não gostei. ConotaçãoConotação Conotação - ocorre quando a palavra é empregada em sentido figurado, associativo, possibilitando várias interpretações. Ou seja, o sentido conotativo tem a propriedade de atribuir às palavras significados diferentes de seu sentido original. A chave da questão é você ser feliz independente do momento. Margarida é uma mulher azeda, está sempre de péssimo humor. Conotação - ocorre quando a palavra é empregada em sentido figurado, associativo, possibilitando várias interpretações. Ou seja, o sentido conotativo tem a propriedade de atribuir às palavras significados diferentes de seu sentido original. A chave da questão é você ser feliz independente do momento. Margarida é uma mulher azeda, está sempre de péssimo humor. FIGURAS SEMÂNTICASFIGURAS SEMÂNTICAS Consistem no emprego de uma palavra num sentido não convencional, ou seja, num sentido conotativo. Consistem no emprego de uma palavra num sentido não convencional, ou seja, num sentido conotativo. 1 - Metáfora1 - Metáfora É provavelmente, a figura de linguagem mais utilizada no dia a dia. Se baseia em uma comparação implícita, sem o elemento comparativo (“como” ou “tal qual”, por exemplo), em que uma característica de determinada coisa é atribuída ao elemento metaforizado. Consiste em usar a palavra referente a essa coisa no lugar da característica propriamente dita, depreendendo uma relação de semelhança que, por termos uma linguagem flexível e complexa, conseguimos entender. É provavelmente, a figura de linguagem mais utilizada no dia a dia. Se baseia em uma comparação implícita, sem o elemento comparativo (“como” ou “tal qual”, por exemplo), em que uma característica de determinada coisa é atribuída ao elemento metaforizado. Consiste em usar a palavra referente a essa coisa no lugar da característica propriamente dita, depreendendo uma relação de semelhança que, por termos uma linguagem flexível e complexa, conseguimos entender. 1 - Metáfora1 - Metáfora “Maria Rita é uma flor” (queremos dizer é que ela é delicada, perfumada, bonita etc., e não que ela seja literalmente uma flor) “Maria Rita é uma flor” (queremos dizer é que ela é delicada, perfumada, bonita etc., e não que ela seja literalmente uma flor) 2 - Símile ou Comparação (similaridade)2 - Símile ou Comparação (similaridade) Assim como a metáfora, a Símile é uma figura de comparação, mas dessa vez, explícita, eis que aponta que existe uma semelhança específica e objetiva entre os dois elementos comparados, ligados por nexos comparativos explícitos (como, tal qual, assim como, que nem etc.) Assim como a metáfora, a Símile é uma figura de comparação, mas dessa vez, explícita, eis que aponta que existe uma semelhança específica e objetiva entre os dois elementos comparados, ligados por nexos comparativos explícitos (como, tal qual, assim como, que nem etc.) 2 - Símile ou Comparação (similaridade)2 - Símile ou Comparação (similaridade) “Maria Rita é bela como uma flor” / “Maria Rita é cheirosa, assim como uma flor” (dessa forma, ressaltamos o determinado atributo que queremos comparar e trazemos um elemento comparativo (“como”, “que nem”, “assim como”, “tal qual”) “Maria Rita é bela como uma flor” / “Maria Rita é cheirosa, assim como uma flor” (dessa forma, ressaltamos o determinado atributo que queremos comparar e trazemos um elemento comparativo (“como”, “que nem”, “assim como”, “tal qual”) 3 - Analogia3 - Analogia Também é uma espécie de comparação, mas, nesse caso, feita por meio de uma correspondência entre duas entidades distintas. O termo também é utilizado no Direito e na Biologia. Na escrita, a analogia pode ocorrer quando o autor quer estabelecer uma aproximação equivalente entre elementos por meio do sentido figurado e dos conectivos de comparação. Também é uma espécie de comparação, mas, nesse caso, feita por meio de uma correspondência entre duas entidades distintas. O termo também é utilizado no Direito e na Biologia. Na escrita, a analogia pode ocorrer quando o autor quer estabelecer uma aproximação equivalente entre elementos por meio do sentido figurado e dos conectivos de comparação. 4 - Metonímia4 - Metonímia A metonímia ocorre quando um único nome é citado para representar um todo referente a ele, em virtude de haver entre eles algum relacionamento. “Adoro ler Clarice Lispector” / “bebi um copo de leite” A metonímia ocorre quando um único nome é citado para representar um todo referente a ele, em virtude de haver entre eles algum relacionamento. “Adoro ler Clarice Lispector” / “bebi um copo de leite” 4 - Metonímia4 - Metonímia Acontece quando substituímos uma marca por um tipo específico de produto (Durex - fita adesiva; Toddy - achocolatado em pó; Maisena - amido de milho). A metonímia ocorre quando se emprega: A causa pelo efeito: vivo do meu trabalho (do produto do trabalho = alimento) O efeito pela causa: aquele poeta bebeu a morte (= veneno) O instrumento pelo usuário: os microfones corriam no pátio = repórteres). Acontece quando substituímos uma marca por um tipo específico de produto (Durex - fita adesiva; Toddy - achocolatado em pó; Maisena - amido de milho). A metonímia ocorre quando se emprega: A causa pelo efeito: vivo do meu trabalho (do produto do trabalho = alimento) O efeito pela causa: aquele poeta bebeu a morte (= veneno) O instrumento pelo usuário: os microfones corriam no pátio = repórteres). 4 - Metonímia4 - Metonímia 5 - Perífrase5 - Perífrase A perífrase acontecequando um nome ou termo de coisa ou lugar (no caso de pessoas, essa substituição tem o nome de antonomásia) é substituído por alguma característica marcante sua ou por algum fato que o tenha tornado célebre. Por exemplo: “rei da selva” – leão / “Cidade Luz” – Paris / “Velho Chico” - Rio São Francisco / “Cidade maravilhosa” – Rio de Janeiro. A perífrase acontece quando um nome ou termo de coisa ou lugar (no caso de pessoas, essa substituição tem o nome de antonomásia) é substituído por alguma característica marcante sua ou por algum fato que o tenha tornado célebre. Por exemplo: “rei da selva” – leão / “Cidade Luz” – Paris / “Velho Chico” - Rio São Francisco / “Cidade maravilhosa” – Rio de Janeiro. 5 - Perífrase5 - Perífrase Pode ser utilizada para evitar a repetição de um nome, dando maior riqueza ao texto. Atenção! Não usar codinomes que não sejam populares, pois isso pode dificultar o entendimento do leitor. Pode ser utilizada para evitar a repetição de um nome, dando maior riqueza ao texto. Atenção! Não usar codinomes que não sejam populares, pois isso pode dificultar o entendimento do leitor. 6 - Sinestesia6 - Sinestesia É uma figura de linguagem bastante utilizada na arte, principalmente em músicas e poesias, uma vez que ela trabalha com a mistura de dois ou mais sentidos humanos (olfato, paladar, audição, visão e tato). Trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos sensoriais. É uma figura de linguagem bastante utilizada na arte, principalmente em músicas e poesias, uma vez que ela trabalha com a mistura de dois ou mais sentidos humanos (olfato, paladar, audição, visão e tato). Trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos sensoriais. 6 - Sinestesia6 - Sinestesia “Um doce abraço ele recebeu da irmã”. (sensação gustativa e sensação tátil) “Um silêncio amargo invadiu a sala”. (há um tipo de gosto (paladar) servindo de adjetivo para o silêncio (audição)) “Um doce abraço ele recebeu da irmã”. (sensação gustativa e sensação tátil) “Um silêncio amargo invadiu a sala”. (há um tipo de gosto (paladar) servindo de adjetivo para o silêncio (audição)) 7 - Hipérbole7 - Hipérbole Figura muito utilizada em nosso cotidiano, serve para exaltar uma ideia, com o objetivo de causar maior impacto e entusiasmo. “Estou morta de fome” / Estou morrendo de sede! / Não vejo você há séculos! (a intenção é enfatizar propositalmente o quanto estamos precisando comer, beber ou intensificar o tempo) Figura muito utilizada em nosso cotidiano, serve para exaltar uma ideia, com o objetivo de causar maior impacto e entusiasmo. “Estou morta de fome” / Estou morrendo de sede! / Não vejo você há séculos! (a intenção é enfatizar propositalmente o quanto estamos precisando comer, beber ou intensificar o tempo) 7 - Hipérbole7 - Hipérbole 8 - Catacrese8 - Catacrese A catacrese é o nome que utilizamos para algo que não tem um nomeou termo próprio. Em outras palavras, pegamos um termo que já existe e o “emprestamos” para alguma outra coisa. Assim, o substantivo representa dois significados diferentes, que não têm associação. Exemplos utilizados no dia a dia: maçã do rosto / pé da mesa / asa da xícara. “Ele comprou dois dentes de alho para colocar na comida.” Ou “O pé da mesa estava quebrado.” Ou “Não sente no braço do sofá.” A catacrese é o nome que utilizamos para algo que não tem um nomeou termo próprio. Em outras palavras, pegamos um termo que já existe e o “emprestamos” para alguma outra coisa. Assim, o substantivo representa dois significados diferentes, que não têm associação. Exemplos utilizados no dia a dia: maçã do rosto / pé da mesa / asa da xícara. “Ele comprou dois dentes de alho para colocar na comida.” Ou “O pé da mesa estava quebrado.” Ou “Não sente no braço do sofá.” 9 – Eufemismo9 – Eufemismo É utilizado quando se deseja dar um tom mais leve para uma expressão — ou seja, é diretamente oposto à hipérbole. O significado permanece, mas a frase se torna menos direta, pesada, negativa ou depreciativa, atenuando um pensamento desagradável ou chocante. “Fulano descansou em paz” (morreu) “Ele sempre faltava com a verdade” (mentia) É utilizado quando se deseja dar um tom mais leve para uma expressão — ou seja, é diretamente oposto à hipérbole. O significado permanece, mas a frase se torna menos direta, pesada, negativa ou depreciativa, atenuando um pensamento desagradável ou chocante. “Fulano descansou em paz” (morreu) “Ele sempre faltava com a verdade” (mentia) 10 - Pleonasmo10 - Pleonasmo O pleonasmo ocorre quando se repete uma palavra ou expressão na mesma frase com o mesmo significado. Do ponto de vista da gramática, ele é considerado um vício de linguagem (“subir pra cima”), porque deixa a frase redundante. Entretanto, na literatura, costuma ser usado para dar ênfase. O pleonasmo ocorre quando se repete uma palavra ou expressão na mesma frase com o mesmo significado. Do ponto de vista da gramática, ele é considerado um vício de linguagem (“subir pra cima”), porque deixa a frase redundante. Entretanto, na literatura, costuma ser usado para dar ênfase. 10 - Pleonasmo10 - Pleonasmo “Vamos fugir / Pra outro lugar, baby!” (Vamos Fugir — Skank) (Fugir sempre será para outro lugar. Ninguém foge para onde já está) “Vamos fugir / Pra outro lugar, baby!” (Vamos Fugir — Skank) (Fugir sempre será para outro lugar. Ninguém foge para onde já está) 11 - Anáfora11 - Anáfora É um recurso utilizado para dar mais ênfase à mensagem, por meio da repetição de palavras. Ela acontece de forma sucessiva no começo das frases, versos ou períodos. “É preciso amor / Pra poder pulsar / É preciso paz pra poder sorrir / É preciso a chuva para florir” (Tocando em Frente — Almir Sater) É um recurso utilizado para dar mais ênfase à mensagem, por meio da repetição de palavras. Ela acontece de forma sucessiva no começo das frases, versos ou períodos. “É preciso amor / Pra poder pulsar / É preciso paz pra poder sorrir / É preciso a chuva para florir” (Tocando em Frente — Almir Sater) 12 - Ambiguidade ou Anfibologia12 - Ambiguidade ou Anfibologia Ambiguidade é uma figura de linguagem muito utilizada no meio artístico, de forma poética e literária. Porém, em textos técnicos e redações ela é considerada um vício (e deve ser evitada). Ela ocorre quando uma frase fica com duplo sentido, confundindo a interpretação. “Um primo contou ao outro que sua mãe estava doente.” (Não se sabe quem morreu, a mãe do primo que contou ou a mãe do primo que ouviu) Ambiguidade é uma figura de linguagem muito utilizada no meio artístico, de forma poética e literária. Porém, em textos técnicos e redações ela é considerada um vício (e deve ser evitada). Ela ocorre quando uma frase fica com duplo sentido, confundindo a interpretação. “Um primo contou ao outro que sua mãe estava doente.” (Não se sabe quem morreu, a mãe do primo que contou ou a mãe do primo que ouviu) 13 - Antonomásia13 - Antonomásia Ocorre a substituição de um nome de pessoa por um conjunto de palavras que a caracteriza (quando a substituição é de um nome comum ou lugar, o recurso utilizado é a perífrase). Por exemplo: “rei do futebol”, no Brasil = ao jogador Pelé. A antonomásia também pode ser utilizada para eliminar repetições e tornar o texto mais rico — e, assim como a perífrase, deve trazer termos que sejam conhecidos pelo público, de modo a não prejudicar a compreensão. Ocorre a substituição de um nome de pessoa por um conjunto de palavras que a caracteriza (quando a substituição é de um nome comum ou lugar, o recurso utilizado é a perífrase). Por exemplo: “rei do futebol”, no Brasil = ao jogador Pelé. A antonomásia também pode ser utilizada para eliminar repetições e tornar o texto mais rico — e, assim como a perífrase, deve trazer termos que sejam conhecidos pelo público, de modo a não prejudicara compreensão. 14 – Alegoria / 15 - Simbologia14 – Alegoria / 15 - Simbologia ALEGORIA - é usada de forma retórica, a fim de ampliar o significado de uma palavra (ou oração). Ela ajuda a transmitir um (ou mais) sentidos do texto, além do literal. SIMBOLOGIA - O conceito é bem simples: trata-se do uso de simbologias para indicar alguma coisa. “A pomba branca Simboliza a paz.” ALEGORIA - é usada de forma retórica, a fim de ampliar o significado de uma palavra (ou oração). Ela ajuda a transmitir um (ou mais) sentidos do texto, além do literal. SIMBOLOGIA - O conceito é bem simples: trata-se do uso de simbologias para indicar alguma coisa. “A pomba branca Simboliza a paz.” FIGURAS SINTÁTICASFIGURAS SINTÁTICAS As figuras de construção ou figuras de sintaxe são desvios que são evidenciados na construção normal do período. Elas ocorrem na concordância, na ordem e na construção dos termos da oração. As figuras de construção ou figuras de sintaxe são desvios que são evidenciados na construção normal do período. Elas ocorrem na concordância, na ordem e na construção dos termos da oração. 16 - Elipse16 - Elipse A elipse consiste na omissão de um termo sem que a frase tenha seu sentido alterado. Por exemplo: na frase “(eu) Quero (receber) mais respeito”, os termos em parênteses podem ser omitidos sem que o sentido da frase seja alterado. “Na sala, apenas quatro ou cinco convidados”. (omissão de havia) A elipse consiste na omissão de um termo sem que a frase tenha seu sentido alterado. Por exemplo: na frase “(eu) Quero (receber) mais respeito”, os termos em parênteses podem ser omitidos sem que o sentido da frase seja alterado. “Na sala, apenas quatro ou cinco convidados”. (omissão de havia) 17 - Zeugma17 - Zeugma É basicamente o mesmo que a elipse, com a diferença de que ele é específico para omitir nomes ou verbos citados anteriormente. Por exemplo, quando dizemos “Eu prefiro literatura, ele, linguística”, e deixamos de repetir o verbo “preferir”. “Nem ele entende a nós, nem nós a ele”. (omissão do termo entendemos) “O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano” (Paratodos — Chico Buarque) É basicamente o mesmo que a elipse, com a diferença de que ele é específico para omitir nomes ou verbos citados anteriormente. Por exemplo, quando dizemos “Eu prefiro literatura, ele, linguística”, e deixamos de repetir o verbo “preferir”. “Nem ele entende a nós, nem nós a ele”. (omissão do termo entendemos) “O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano” (Paratodos — Chico Buarque) 18 - Silepse18 - Silepse Quando há concordância com uma ideia, subentendida, e não com uma palavra — ou seja, ela é feita com um elemento implícito. Pode ocorrer nos seguintes âmbitos: de gênero, de número e de pessoa. De gênero: “Vossa excelência é pouco conhecido.” (concorda com a pessoa representada pelo pronome) De número: “O casal se atrasou, estavam se arrumando”. (o verbo “estar” deveria vir no singular, para concordar com “casal”) De pessoa: “Os brasileiros somos bastante otimistas.” (brasileiros dá ideia de nós (1º p. do plural) somos) Quando há concordância com uma ideia, subentendida, e não com uma palavra — ou seja, ela é feita com um elemento implícito. Pode ocorrer nos seguintes âmbitos: de gênero, de número e de pessoa. De gênero: “Vossa excelência é pouco conhecido.” (concorda com a pessoa representada pelo pronome) De número: “O casal se atrasou, estavam se arrumando”. (o verbo “estar” deveria vir no singular, para concordar com “casal”) De pessoa: “Os brasileiros somos bastante otimistas.” (brasileiros dá ideia de nós (1º p. do plural) somos) 19 - Hipérbato ou Inversão19 - Hipérbato ou Inversão O hipérbato é um recurso de inversão da ordem direta da frase (sujeito-verbo- objeto-complementos). Ou seja, é a mudança da ordem natural dos termos na frase. Quando a inversão é muito violenta, recebe o nome de sínquise e, quando é especificamente da posição do adjetivo, se chama hipálage. “Dorme tranquila a menina” (a ordem natural seria “A menina dorme tranquila”.) “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um povo heroico o brado retumbante” (Hino Nacional — Joaquim Osório Duque Estrada) O hipérbato é um recurso de inversão da ordem direta da frase (sujeito-verbo- objeto-complementos). Ou seja, é a mudança da ordem natural dos termos na frase. Quando a inversão é muito violenta, recebe o nome de sínquise e, quando é especificamente da posição do adjetivo, se chama hipálage. “Dorme tranquila a menina” (a ordem natural seria “A menina dorme tranquila”.) “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um povo heroico o brado retumbante” (Hino Nacional — Joaquim Osório Duque Estrada) 20 - Polissíndeto20 - Polissíndeto Essa figura de linguagem é a repetição de conectivos ligando termos da oração ou períodos. Normalmente, as conjunções coordenativas (as orações não dependem umas das outras) são repetidas, entre elas, o “e” é a mais comum. “...e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre...” (Clarice Lispector) Essa figura de linguagem é a repetição de conectivos ligando termos da oração ou períodos. Normalmente, as conjunções coordenativas (as orações não dependem umas das outras) são repetidas, entre elas, o “e” é a mais comum. “...e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre...” (Clarice Lispector) 21 - Assíndeto21 - Assíndeto Ocorre quando um conectivo é excluído da frase (como o “e”), a fim de trazer uma sequência de informações. Geralmente, é substituído por uma vírgula. “Todo coberto de medo, juro, minto, afirmo, assino.” (Cecília Meireles) “Acordei, levantei, comi, saí, trabalhei, voltei.” Ocorre quando um conectivo é excluído da frase (como o “e”), a fim de trazer uma sequência de informações. Geralmente, é substituído por uma vírgula. “Todo coberto de medo, juro, minto, afirmo, assino.” (Cecília Meireles) “Acordei, levantei, comi, saí, trabalhei, voltei.” 22 - Anacoluto22 - Anacoluto Trata-se de uma alteração na estrutura da frase, a qual é interrompida por algum elemento inserido de forma “solta”. Alguns estudiosos defendem que o anacoluto é um erro gramatical. “Umas carabinas que guardava atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas, de tão imprestáveis.” (José Lins do Rego) Trata-se de uma alteração na estrutura da frase, a qual é interrompida por algum elemento inserido de forma “solta”. Alguns estudiosos defendem que o anacoluto é um erro gramatical. “Umas carabinas que guardava atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas, de tão imprestáveis.” (José Lins do Rego) FIGURAS DE PENSAMENTO 23 - Antítese FIGURAS DE PENSAMENTO 23 - Antítese É o uso de palavras com sentidos opostos. O contraste ocorre quando os termos estão bem próximos e acentuam a expressividade do período. O contraste, além de enfatizar o sentido das palavras, esclarece que a divergência entre elas é o que garante, de certa forma, o argumento colocado. Curiosamente, a antítese é marco da escrita barroca, tida como a arte do contraste, mas ainda tem espaço na escrita atual, principalmente no contexto digital. É o uso de palavras com sentidos opostos. O contraste ocorre quando os termos estão bem próximos e acentuam a expressividade do período. O contraste, além de enfatizar o sentido das palavras, esclarece que a divergência entre elas é o que garante, de certa forma, o argumento colocado. Curiosamente, a antítese é marco da escrita barroca, tida como a arte do contraste, mas ainda tem espaço na escrita atual, principalmente no contexto digital. 23 - Antítese23 - Antítese 24 - Paradoxo ou Oxímoro24 - Paradoxo ou Oxímoro O termo, formado pelo prefixo “para”, que indica “contrário a”, e o sufixo “doxa”, que quer dizer “opinião”, é consagrado pelos filósofos e seus sentidos vão além do uso na escrita. Apesar deser parecido com a antítese, o paradoxo é uma figura de linguagem usada para transmitir sentidos opostos em uma mesma construção sintática. As duas ideias devem estar na mesma frase para expressar essa contradição lógica e, geralmente, estão lado a lado. O termo, formado pelo prefixo “para”, que indica “contrário a”, e o sufixo “doxa”, que quer dizer “opinião”, é consagrado pelos filósofos e seus sentidos vão além do uso na escrita. Apesar de ser parecido com a antítese, o paradoxo é uma figura de linguagem usada para transmitir sentidos opostos em uma mesma construção sintática. As duas ideias devem estar na mesma frase para expressar essa contradição lógica e, geralmente, estão lado a lado. 24 - Paradoxo ou Oxímoro24 - Paradoxo ou Oxímoro “Se você quiser me prender, vai ter que saber me soltar” (Tiranizar — Caetano Veloso) “Se você quiser me prender, vai ter que saber me soltar” (Tiranizar — Caetano Veloso) 25 - Gradação ou Clímax25 - Gradação ou Clímax Ao pensarmos na apresentação de ideias, a gradação é uma figura de linguagem que propõe a organização das palavras de acordo com a progressão — ascendente ou descendente — dos conceitos. O clímax é obtido com a gradação ascendente, enquanto o anticlímax é a organização de forma contrária. “Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados.” (Ocidentais — Machado de Assis) Ao pensarmos na apresentação de ideias, a gradação é uma figura de linguagem que propõe a organização das palavras de acordo com a progressão — ascendente ou descendente — dos conceitos. O clímax é obtido com a gradação ascendente, enquanto o anticlímax é a organização de forma contrária. “Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados.” (Ocidentais — Machado de Assis) 26 - Personificação ou Prosopopeia26 - Personificação ou Prosopopeia Personificar é atribuir características humanas e qualidades a objetos inanimados e irracionais. É comum conceder sentimentos, ações, sensações, gestos físicos e fala aos objetos (nascer do sol). “As casas espiam os homens / Que correm atrás das mulheres” (Poema de Sete Faces — Carlos Drummond de Andrade) (ato de dar ação à casa, que teria a qualidade de espiar os homens). Personificar é atribuir características humanas e qualidades a objetos inanimados e irracionais. É comum conceder sentimentos, ações, sensações, gestos físicos e fala aos objetos (nascer do sol). “As casas espiam os homens / Que correm atrás das mulheres” (Poema de Sete Faces — Carlos Drummond de Andrade) (ato de dar ação à casa, que teria a qualidade de espiar os homens). 26 - Personificação ou Prosopopeia26 - Personificação ou Prosopopeia 27 - Ironia27 - Ironia Muito conhecida e utilizada no dia a dia, na ironia, o interlocutor diz uma coisa, mas o significado é outro, o que quando escrito, pode gerar certa confusão. É utilizada para se expressar de forma sarcástica ou bem- humorada, além de servir como disfarce ou dissimulação. “Moça linda bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: um amor!” (Moça Linda Bem Tratada — Mário de Andrade) Muito conhecida e utilizada no dia a dia, na ironia, o interlocutor diz uma coisa, mas o significado é outro, o que quando escrito, pode gerar certa confusão. É utilizada para se expressar de forma sarcástica ou bem- humorada, além de servir como disfarce ou dissimulação. “Moça linda bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: um amor!” (Moça Linda Bem Tratada — Mário de Andrade) 27 - Ironia27 - Ironia Ironic / Ironico – Alanis Morissette Mr. Play it Safe was afraid to fly He packed his suitcase and kissed his kids good-bye He waited his whole damn life to take that flight And as the plane crashed down he thought "Well, isn't this nice." And isn't it ironic ... don't you think? O Sr. Divirta-se Com Segurança tinha medo de voar Ele arrumou sua mala e beijou suas crianças em adeus Ele esperou toda sua maldita vida para pegar aquele voo E como o avião caiu ele pensou "Bem, isso não é legal. " Isto não é irônico? ... você não acha? Ironic / Ironico – Alanis Morissette Mr. Play it Safe was afraid to fly He packed his suitcase and kissed his kids good-bye He waited his whole damn life to take that flight And as the plane crashed down he thought "Well, isn't this nice." And isn't it ironic ... don't you think? O Sr. Divirta-se Com Segurança tinha medo de voar Ele arrumou sua mala e beijou suas crianças em adeus Ele esperou toda sua maldita vida para pegar aquele voo E como o avião caiu ele pensou "Bem, isso não é legal. " Isto não é irônico? ... você não acha? 28 - Apóstrofe28 - Apóstrofe Trata-se da figura utilizada para invocação ou chamamento. Também é usada para indicar surpresa, indignação ou outro sentimento. Um exemplo comum é a expressão “minha Nossa Senhora!”, usada quando alguém se espanta com algo. “Oh! Deus, perdoe este pobre coitado / Que de joelhos rezou um bocado / Pedindo pra chuva cair sem parar” (Súplica Cearense — Luiz Gonzaga) Trata-se da figura utilizada para invocação ou chamamento. Também é usada para indicar surpresa, indignação ou outro sentimento. Um exemplo comum é a expressão “minha Nossa Senhora!”, usada quando alguém se espanta com algo. “Oh! Deus, perdoe este pobre coitado / Que de joelhos rezou um bocado / Pedindo pra chuva cair sem parar” (Súplica Cearense — Luiz Gonzaga) 29 - Alusão29 - Alusão A alusão é um recurso utilizado para fazer referência ou citação, relacionando uma ideia a outra — o que pode ocorrer de forma explícita ou não. Ao fazer referência a um acontecimento, pessoas, personagens ou outros trabalhos, a alusão ajuda no entendimento da ideia que se deseja passar. “Eles estavam apaixonados como Romeu e Julieta.” (o objetivo é explicar tamanha paixão que uma pessoa sente pela outra). A alusão é um recurso utilizado para fazer referência ou citação, relacionando uma ideia a outra — o que pode ocorrer de forma explícita ou não. Ao fazer referência a um acontecimento, pessoas, personagens ou outros trabalhos, a alusão ajuda no entendimento da ideia que se deseja passar. “Eles estavam apaixonados como Romeu e Julieta.” (o objetivo é explicar tamanha paixão que uma pessoa sente pela outra). 30 - Quiasmo30 - Quiasmo O quiasmo ocorre quando existe um cruzamento de palavras (ou expressões), fazendo com que elas se repitam. Geralmente é usado para enfatizar algum feito. “Ele quase não sai. Vai de casa para o trabalho, do trabalho para casa.” “Cheguei. Chegaste / Tu vinhas fatigada e triste / e triste e fatigado eu vinha.” (No Meio do Caminho — Olavo Bilac) O quiasmo ocorre quando existe um cruzamento de palavras (ou expressões), fazendo com que elas se repitam. Geralmente é usado para enfatizar algum feito. “Ele quase não sai. Vai de casa para o trabalho, do trabalho para casa.” “Cheguei. Chegaste / Tu vinhas fatigada e triste / e triste e fatigado eu vinha.” (No Meio do Caminho — Olavo Bilac) FIGURAS SONORAS FIGURAS SONORAS As figuras de som ou figuras sonoras são aquelas que se utilizam de efeitos da linguagem para reproduzir os sons presentes nos seres. As figuras de som ou figuras sonoras são aquelas que se utilizam de efeitos da linguagem para reproduzir os sons presentes nos seres. 31 - Cacofonia31 - Cacofonia A junção de duas palavras (as últimas sílabas de uma + as sílabas iniciais da outra) pode tornar o som diferente e criar um novo significado — ela é percebida ao falar, com o som fazendo parecer algo diferente do que realmente foi dito. “Alma minha gentil, que te partiste / Tão cedo desta vida descontente, / Repousa lá no Céu eternamente, / E viva eu cá na terra sempre triste” (Luís de Camões) (a cacofonia acontece logo no início: “alma minha“). A junção de duas palavras (as últimas sílabas de uma + as sílabas iniciais da outra) pode tornar o som diferente e criar um novosignificado — ela é percebida ao falar, com o som fazendo parecer algo diferente do que realmente foi dito. “Alma minha gentil, que te partiste / Tão cedo desta vida descontente, / Repousa lá no Céu eternamente, / E viva eu cá na terra sempre triste” (Luís de Camões) (a cacofonia acontece logo no início: “alma minha“). 31 - Cacofonia31 - Cacofonia “eu beijei a boca dela” (cadela); “Já que tinha dito” (jaquetinha); “a prova valia 5 pontos, um por cada acerto” (porcada); “ela tinha uma saia longa” (latinha); “Eu vi ela ontem” (viela); “eu beijei a boca dela” (cadela); “Já que tinha dito” (jaquetinha); “a prova valia 5 pontos, um por cada acerto” (porcada); “ela tinha uma saia longa” (latinha); “Eu vi ela ontem” (viela); 32 - Onomatopeia32 - Onomatopeia A onomatopeia é um recurso utilizado com o objetivo de reproduzir um barulho, som ou ruído. É muito usada em histórias em quadrinhos. “Passa, tempo, tic-tac / Tic-tac, passa, hora / Chega logo, tic-tac / Tic-tac, e vai-te embora” (O Relógio — Vinícius de Moraes) (a onomatopeia “tic-tac” se refere ao barulho que o relógio faz). A onomatopeia é um recurso utilizado com o objetivo de reproduzir um barulho, som ou ruído. É muito usada em histórias em quadrinhos. “Passa, tempo, tic-tac / Tic-tac, passa, hora / Chega logo, tic-tac / Tic-tac, e vai-te embora” (O Relógio — Vinícius de Moraes) (a onomatopeia “tic-tac” se refere ao barulho que o relógio faz). 33 - Aliteração33 - Aliteração Aliteração é a repetição do som de uma consoante na mesma frase. É usada para dar ênfase ao texto e para criar trava-línguas. Ela tem a sonoridade como base, o que ajuda a ditar o ritmo. “Lá vem o pato / Pata aqui, pata acolá / Lá vem o pato / Para ver o que é que há” (O Pato — Vinícius de Moraes) “quem com ferro fere, com ferro será ferido”. “o rato roeu a roupa do rei de Roma”; Aliteração é a repetição do som de uma consoante na mesma frase. É usada para dar ênfase ao texto e para criar trava-línguas. Ela tem a sonoridade como base, o que ajuda a ditar o ritmo. “Lá vem o pato / Pata aqui, pata acolá / Lá vem o pato / Para ver o que é que há” (O Pato — Vinícius de Moraes) “quem com ferro fere, com ferro será ferido”. “o rato roeu a roupa do rei de Roma”; 34 - Assonância34 - Assonância A assonância é parecida com a aliteração, mas ocorre quando existe a repetição da vogal tônica ou de sílabas com as mesmas consoantes e vogais distintas. “É a moda / da menina muda / da menina trombuda / que muda de modos / e dá medo” (Moda da Menina Trombuda — Cecília Meireles) A assonância é parecida com a aliteração, mas ocorre quando existe a repetição da vogal tônica ou de sílabas com as mesmas consoantes e vogais distintas. “É a moda / da menina muda / da menina trombuda / que muda de modos / e dá medo” (Moda da Menina Trombuda — Cecília Meireles) 35 - Paronomásia35 - Paronomásia Consiste no uso de palavras iguais ou com sons semelhantes, mas que têm sentidos diferentes. Um exemplo de como ela é utilizada no cotidiano é o velho provérbio “quem casa, quer casa”, no qual a mesma palavra diz respeito ao casamento e à moradia. “Conhecer as manhas e as manhãs/ O sabor das massas e das maçãs”. (Almir Sater e Renato Teixeira) Consiste no uso de palavras iguais ou com sons semelhantes, mas que têm sentidos diferentes. Um exemplo de como ela é utilizada no cotidiano é o velho provérbio “quem casa, quer casa”, no qual a mesma palavra diz respeito ao casamento e à moradia. “Conhecer as manhas e as manhãs/ O sabor das massas e das maçãs”. (Almir Sater e Renato Teixeira) OBRIGADA PELA PRESENÇA! OBRIGADA PELA PRESENÇA!
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