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TEORIA GERAL DO ESTADO

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Unoesc- curso de Direito- 1° Período
Teoria Geral do Direito- Prof. João Rudinei Belotto 
Aluno- Gilmar de Oliveira
Ciêcia política- Teoria Geral do Estado
Teoria: tese + Antítese +sintese
Ciência
Organização- método-idéias – pesquisas e resultado.
Teorizar : expor teorias sobre: “reduzir a teoria, metodizar, tratar assunto teoricamente.
Definição de política: a) ciência dos fenônimos referêntes ao Estado . b) Sistemas de regras que diz respeito a direção dos negócios públicos. c) Arte de bem governar os povos.
Conceituação sobre teoria do Estado
Para formação do jurista contemporâneo o estudo da teoria do Estado é, indispensável. O Estado é universalmente reconhecido como pessoa jurídica. Expressa sua vontade por meio de determinadas pessoas ou derterminados orgãos .
Conceituação de Teoria Política e Teoria do Estado
A ciência política faz tudo da organização política e dos comportamentos políticos , tratando dessa forma a luz da teoria política, sem levar em conta os elemantos jurídicos. Tal enfoque e devidamente util para completar os estudos de teoria fo Estado, mas, obviemente é insuficiênte para compreensão dos direitos das obrigações e das implicações jurídicas e se contém do fato político ou decorre dele. (Dalmo).
SOCIEDADE-DIREITO – ESTADO
Indicações – Ives Granda da Silva Martis (rede vida- Anatomia do poder);
Miguel Reale- Silvo de Salvo Venosa
Sites: O direito . com
Objeto de Teoria Geral do Estado
De maneira amplâ é o estudo do Estado sob todos os aspectos, incluindo a origem,a organização do funcionamento e as finalidades, comprendendo-se no seu âmbito tudo o que considere-se extinguindo no Estado e influindo sobre ele.Tem como principais temas:
Poder Político
Os Fatores materiais do poder Político (teritório e População).
Origens sociais do Estado.
Grupos de pressão.
Luta de classes.
Sistemas de governos e suas crises.
Reformas, revoluções e golpes de Estado.
Conceito: Rousseau; “ Se houvesse um povo de Deuses, esse povo se govenaria democraticamente.”
Aula -4 
Elementos essenciais do Estado - São três; 
Sobrenia , povo e território!
População: conceito demográfico
Povo: Cidadão- cidadania- virculo Jurídico
Lingua: cultura, Religião- Nação
Soberania: (O poder do Estado)
Para , Bourdieu ( soberania), “O poder do Estado é a força de idéia representada pelos ideais e objetivos de uma sociedade. É uma invensão dos homens para não obedecer os homem”.
Espécies de Poderes: 
O poder do Estado tem caracteristica próprias. Para , Jellinak: “Há poderes dominantes (Estados), e poderes dominandos (sociedades).
Carcteristicas do poder dominante:
Originário 
Inressistível (dotado de coação), mas regulado e limitado pelo direito.
Soberania ; é uma caracteristica essencial do poder do Estado. So o poder do Estado é soberano e não há Estado sem poder soberano.
É a qualidade que torna o poder do Estado supremo internamente e externamente- O Estado é igual e independente em relação aos demais.
Caracteristicas: Para , Bodin ; “ Soberania , é o poder absoluto e perpétuo no Estado, pertencente ao monarca”.
Para , Rouseau; “A soberania pertence ao povo , expressa a vontade geral, é uma indivisível ,inalienável e impresindivel”.
Fundamento:
Evoluiu de uma base exclussívimente política (força de vontade). Para uma justificatia Jurídica (direito), culminando com uma combinação dos dois fundamentos.
Concepção Política de Soberania:
Poder , é a força dominação e eficácia.
Para Jherring; “ A força produz direito”. Segundo esta concepção soberania é o poder incontestável de querer coercitividade – fixar competência”.
Concepção Jurídica de soberania: O poder é originado pelo direito.
Kelsen- A norma impotética suporte como fundamento da ordem jurídica. Para esta teoria , soberania , é o poder de decidir em ultima instância sobre a atributividade das normas.
Concepção (direito), culturalista de soberania: Para Reale: “ o Estado é ao mesmo um fenônimo social e(fato), político (valor), jurídico (norma). Poder é subsocialmente político , mas não há organização social sem direito. O que há são graus de juridicidade.
Conceito : Jurídico Político:
Soberania é a capacidade de um povo de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território , a universalidade de suas decisões , nos limites dos fins éticos de convivência humana . (Reale)
Política= valor, princípios
Fato= Fenônimo social
Jurídico= norma
Justificação de soberania?
Doutrina teocratica: “ O poder vem de Deus”, sendo transmitido ao monarca ou ao povo conforme a ideologia política dominante.
Doutrine democrática : “ O poder se origina do povo , sendo por ele exercido , diretamente ou por meio de representantes “.
Titularidade de soberania:
Para, Bodin : “ a soberania pertencia ao monarca”.
Para , Rousseau: “ Soberania pertence ao povo”.
Na cocepção que norteou a revolução Francesa e cujo maior defensor é Sieyés, pertence a nação.
Para doutrina Alemã: Jelhinek , “ Pertence ao Estado”, sendo este ultimo e a mais aceita aualmente, todavia não excluindo o povo , visto que este é o elemento essencial do Estado- soberania.
Objeto de significação.
Internamente em relação ao povo do Estado e quem se encontra em território, soberania é o poder supremo , externamente , soberania- significa; Igualdade e independência de um Estado em relação a outros.
Relativação da soberania
Segundo Ferrajoli: “ internamente a soberania é relativamente pelo Estado de direito, pela separação de poderes pelos grupos de pressão entre outros, embora ainda seja o grau máximo de poder, externamente é alterada por tratados internacionais e organismos internacionais , como a UNU, blocos economicos e uso da força.
Para, Dugvit: “ A soberania não existe de fato o que existe é a crença na soberania”.
Território:
Conceito: Hans Kelsen; “ É o âmbito espacial da ordem juridica de um Estado com exclusão do poder de qualquer outro dentro do que esta fixado – o povo”. 
Sobre a natureza do território
Território patrimônio – trata-se de concepção medieval, beseada no dominio. O território é propriedade dos Estados.
Territórioobjeto- o Estado exerce um direito real da (propriedade) , de caracter público sobre o território. Há uma determinação entre o domínio eminentemente e o domínio util exercido pelo cidadão.
Território em espaços :
Estado exerce sobre o território em poder de império que é o poder exercido sobre as pessoas.
Território competência( Kelsen). “é o âmbido de validade da norma em um determindo Estado (prevalece a teoria de kalsen).- interesse do Estado.
Limites de território
Limites das Fronteiras geográficos onde se aplicam as regras de impenetrabilidade, espaço aéreo , territórial, subsolo(jazidas e minerais). 
Extra territorialidade
Representação diplomática (embaixadas e consulados), por convensão não consideradas como território do Estado que representa os navios e submarinos militares, onde quer que estejam , são territórios dos Estados de origens da mesma ordem os Aviões. São consideradas embarcações civis de Estado de origens enquanto estiver sobe território deste ou em outro mar , quando engressarem em mar territorial ou espaço de outro Estado, são considerados , deste.
É o elemento humano do do Estado; composto pelo conjunto de cidadões , ou seja, conjunto de pessoas que mantém um virculo político com o Estado.
Para, Kelsen: “ É o âmbito pessoal de validade da ordem juridica estatal”.
População 
É um conceito meramente demográfico. É um conjunto de pessoas que habitam o Estado , independentemente de serem cidadões.
Nação:
Conceito político de cunho sociológico (de nascer)- nascimento;
É o grupo humano, no qual os indivíduos se sentem grupamente unidos, por laços materiais como espirituais , bem como consciêntes daquele que os distigue dos indivíduos de outros grupos nacionais . (ler bonavisa- livro para prova).
REGIMES DE GOVERNO
Tem –se a organizaçã do poder estatal conservante critérios adotados para determinação da natureza. 
OS CRITÉRIOSSÃO:
Números de titulares do poder soberano.
Separação de poderes nas relações.
 Os princípios essenciais que ameaçam práticas governativas e o exercício limitado ou absoluto do poder estatal.
Divide-se a lição de Aristóteles em: 1- Formas puras; Monarquia, Aristocrácia e democracia.
2- Impuras: Tirania, oligarquia, demagogia.
Mornaquia:
Encontra-se naturalmente , passa o governo por virculo sanguino ao descendentes , portanto trazendo caracteristicas de vitalidade e hereditariedade
Democracia:
Governo popular, teve sua origem na Grécia Antiga- “Atena” , distrito na pelíncia Ántigola “ Demos” cidade não Estado
Democracia: Participação das pessoas na Grécia Antiga de forma direta nas cidades Estado e representativa nas “DEMOS”, atualmente verficamos três formas de democracias , sendo; 
Direta: o povo toma as decisões sem intermediadores.
Indireta: representantes.
Semi- direto: o povo escolhe representantes para deliberar da maioria dos temas , porém , reserva-se instrumentos de deliberação direta do povo para assuntos de grandes relevância.
Aristocracia: É o governo de um grupo de pessoas , selecionando os melhores de cada àrea, tem a possíbilidade de corropção para forma “impura”- tornando-se oligarquia.
 Ocloclacia:
 Consequência da inlegalidade democrática – governo para multidão. Poder do povão..
Sistemas de governos ( todos) m ciência política, o sistema de governo é a maneira pela qual o poder político é dividido e exercido no âmbito de um Estado. O sistema de governo varia de acordo com o grau de separação dos poderes, indo desde a separação estrita entre os podereslegislativo e executivo (presidencialismo), de que é exemplo o sistema de governo dos Estados Unidos, até a dependência completa do governo junto ao legislativo (parlamentarismo), caso do sistema de governo do Reino Unido.
O sistema de governo adotado por um Estado não deve ser confundido com a sua forma de Estado (Estado unitário ou federal) ou com a sua forma de governo (monarquia, república etc.).
Os sistemas de governo mais adotados no mundo são:
Parlamentarismo
Presidencialismo
Semi-presidencialismo
Parlamentarismo
///O parlamentarismo é um sistema de governo no qual o poder executivo de um Estado depende do apoio direto ou indireto do parlamento, usualmente manifestado por meio de um voto de confiança. Assim, não há uma clara separação dos poderes entre os poderes executivo e legislativo.
Embora alguns critiquem o parlamentarismo por não adotar os freios e contrapesos encontrados no presidencialismo, outros arguam que o sistema parlamentarista é mais flexível do que o presidencial, pois enquanto neste último uma crise política poderia levar a uma ruptura institucional, naquele o problema seria resolvido com a queda do governo e, eventualmente, a dissolução regular do parlamento.
Os sistemas parlamentaristas costumam adotar uma diferença clara entre o chefe de governo e o chefe de Estado, sendo este uma figura simbólica eleita indiretamente ou um monarca hereditário com pouco ou nenhum poder, e aquele, um primeiro-ministro responsável pelo governo perante o parlamento. Entretanto, alguns sistemas parlamentaristas possuem chefes de Estado eleitos e, por vezes, com alguns poderes políticos. Em geral, as monarquias constitucionais adotam sistemas parlamentaristas de governo.
Presidencialismo 
O presidencialismo é um sistema de governo no qual há uma nítida separação dos poderes entre oexecutivo e o legislativo, de maneira que o poder executivo é exercido independentemente doparlamento, não é diretamente responsável perante este e não pode ser demitido em circunstâncias normais.
A noção de separação estrita de poderes surgiu de forma clara na obra de Montesquieu, como resultado de suas observações da história dos sistemas políticos da França e dos Estados da Grã-Bretanha, e foi primeiramente adotada de maneira sistemática pela constituição dos EUA, ao instituir o cargo de presidente.
Embora em tese o sistema presidencialista não seja exclusivo de repúblicas, uma monarquia presidencialista é absoluta.[carece de fontes]
Semi-presidencialismo 
O semi-presidencialismo é um sistema de governo no qual o chefe de governo (geralmente com o título de primeiro-ministro) e o chefe de Estado (geralmente com o título depresidente) compartilham em alguma medida o poder executivo, participando, ambos, do cotidiano da administração pública de um Estado. Difere do parlamentarismo por apresentar um chefe de Estado, geralmente eleito pelo voto direto, com prerrogativas que o tornam mais do que uma simples figura protocolar; difere, também, dopresidencialismo por ter um chefe de governo com alguma medida de responsabilidade perante o legislativo.
IMPEDOMENTO :
processo instaurado com base em denúncia de crime de responsabilidade contra alta autoridade do poder executivo (p.ex., presidente da República, governadores, prefeitos) ou do poder judiciário (p.ex., ministros do S.T.F.), cuja sentença é da alçada do poder legislativo.
- figura penal que permite o afastamento do presidente se ele cometer crime de “responsabilidade”. 
As concepções históricas das Formas de Governo
A mais antiga e célebre concepção das formas de governo e, inexoravelmente, a concebida por Aristóteles. Em seu livro “Política” expõe a base e o critério que adotou: “Pois que as palavras constituição e o governo é a autoridade suprema nos Estados, e que necessariamente essa autoridade deve estar na mão de um só, de vários, ou a multidão usa da autoridade tendo em vista o interesse geral, a constituição é pura e sã; e que s e o governo tem em vista o interesse particular de um só, de vários ou da multidão a constituição é impura e corrompida.”
Aristóteles adota, pois, uma classificação dupla. A primeira divide as formas de governo em puras e impuras, conforme a autoridade exercida. A base desta classificação é pois moral ou política.
A segunda classificação é sob um critério numérico; de acordo com o governo, se ele está nas mãos de um só, de vários homens ou de todo povo.
Ao combinar-se o critério moral e numérico Aristóteles obteve:
Formas Puras: MONARQUIA: governo de um só
ARISTOCRACIA: governo de vários
DEMOCRACIA: governo do povo
Formas Impuras: OLIGARQUIA: corrupção da aristocracia
DEMAGOGIA: corrupção da democracia
TIRANIA: corrupção da monarquia
Os escritores políticos romanos acolheram com reservas a classificação de Aristóteles. Alguns como Cícero acrescentaram às formas de Aristóteles uma quarta: a forma mista de governo.
O governo misto aparece para a redução dos poderes da monarquia, aristocracia e democracia mediante determinadas instituições políticas, tais como um Senado aristocrático ou uma Câmara democrática.
Como forma de exemplificação têm-se a Inglaterra, na qual, o quadro político combina três elementos institucionais: a Coroa monárquica, a Câmara aristocrática e Câmara democrática ou popular; tendo assim, um governo misto exercido pelo “Rei e seu Parlamento”.
De Aristóteles a Cícero, passemos a Maquiavel, o secretário florentino, que se imortalizou na ciência política com o livro “O Príncipe” no qual ele afirmava que “todos os Estados, todos os domínios que exerceram e exercem poder sobre homens, foram e são, ou Repúblicas ou principados.”
Com essa afirmação, Maquiavel classifica as formas de governo com somente duas vertentes: República e Monarquia.
De Maquiavel vamos para Montesquieu, cuja classificação é a mais afamada dos tempos modernos. Montesquieu distingue três espécies de governo: República, Monarquia e Despotismo; em várias passagens de seu livro O Espírito das leis “ele procura achar um fundamento moral que caracterize as três formas clássicas. Segundo ele, a característica da democracia é o amor à pátria e à igualdade; da monarquia é a honra e da aristocracia é a moderação. A república compreende a democracia e a aristocracia.
Das classificações de formas de governo aparecidas modernamente, depois da de Montesquieu, de ressaltar a da autoria do jurista alemão Bluntschli,que distinguiu as formas fundamentais ou primárias das formas secundárias de governo.
Como se vê Bluntschli enumera as formas de governo, à luz de Aristóteles, acrescentando, porém uma quarta: a ideologia ou teocracia, em que o poder é exercido por “Deus”.
Rodolphe Laun, professor da universidade de Hamburgo, em seu livro LA DEMOCRATIE, fornece uma classificação que permite distinguir quase todas as formas de governo, classificando-as quanto à origem, à organização exercício.
Quanto à origem – Governos de dominação
– Governos democráticos ou populares
Quanto à Organização – Governos de Direito -> Eleição -> Hereditariedade
– Governos de fato
Quanto ao Exercício – Constitucionais
– Absdutos
A idéia de governo, se entrelaça com a de regime e ideologia dominante. Mediante as idéias é que se irá explicar as formas de governo, sendo que esta faz-se secundária e o que realmente deve importar são as ideologias trazidas para os governos, procurando-se então aqualitá-los.
Formas de Governo
O regime representativo é colocado em prática nos Estados modernos sob modalidades diferentes, cada uma constituindo uma variante da democracia e tendo na linguagem corrente a denominação de formas de governo.
As formas de governo a partir do momento que a separação de poder deixou de ter um cunho aristotélico. São elas: governo parlamentar, governo presidencial e governo convencional ou governo de assembléia.
As formas de governos foram deduzidas por Barthélemy, baseada nas relações entre os poderes Executivos e Legislativos. Ele deduziu que se a Constituição dá ênfase ao Legislativo, há o governo convencional. No entanto, se a Constituição dá predominância ao Executivo, há o governo presidencial, e se manifestação desses dois poderes for equilibrada, temos o governo parlamentar.
Na opinião de Darcy Azambuja, podia-se atingir mais diretamente a característica dessas formas de regime representativo derivando-as do modo pelo qual é exercido o poder Executivo. Se ele gozar de plena autonomia em relação ao legislativo, temos o governo presidencial, em que o Executivo é exercido pelo Presidente da República, como um verdadeiro Poder de Estado, sem qualquer subordinação jurídica ou política ao Legislativo.
Mas, quando o Executivo está subordinado completamente ao Legislativo, há o governo de assembléia, e quando sem haver subordinação completa, o Executivo depende da confiança do Parlamento, surge o governo parlamentar ou de gabinete.
O governo parlamentar assenta fundamentalmente na igualdade e colaboração entre o Executivo e o Legislativo. Já o governo presidencial resulta num sistema de separação rígido dos três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Diferente das outras formas de regime representativo, o governo convencional se toma como um sistema de preponderância da assembléia representativa, em matéria de governo; com isso, surge também a designação de “governo de assembléia”.
Com a aparição dessas três formas de governo, em substituição habitual das arcaicas classificações pertinente ao número de titulares do poder soberano, se instituiu num considerável progresso tocante à separação histórica do dualismo monarquia-república.
O governo de assembléia apareceu durante a Revolução Francesa, com a Convenção Nacional e na atualidade, com o nome de governo diretorial ou colegiado, só existe na Suíça. Neste país, o Legislativo é formado pele Assembléia Federal e o Executivo pelo Conselho Federal(Bundesrat).
O Conselho Federal é composto por ministros eleitos pela assembléia por três anos e um deles é o Presidente da República. Esse poder Executivo é simplesmente um corpo de comissários da Assembléia; ela é que dá impulso à administração e governa o Estado. As resoluções do Conselho podem ser modificadas e mesmo anuladas pelo Legislativo. Assim dispõe a Constituição suíça, se bem que na realidade o Conselho goza de certa autonomia e é afinal um governo semelhante aos dos Estados parlamentares.
O governo presidencial caracteriza-se pela independência dos Poderes, mas essa independência não no sentido de oposição e separação entre eles e sim no sentido de não haver subordinação de um para o outro.
A característica essencial do sistema presidencial é que o Poder Executivo é exercido de maneira autônoma pelo Presidente da República, que é um órgão do Estado, um órgão representativo como o Parlamento, pois, como este, é eleito pelo povo.
O sistema presidencialista foi criado pela constituição dos Estados Unidos da América do Norte, em 1787, e depois adotado por todos os Estados do continente, com ligeiras modificações.
Nessa forma de governo, o Presidente da República assume uma posição “autoritária” no que diz respeito ao poder de veto, isto é, negar aprovação a leis feitas pelo Legislativo, caso em que este terá de votá-las novamente, só se tornando obrigatórias se aprovadas por dois terços dos membros do Parlamento.
O governo parlamentar foi uma criação da história política da Inglaterra. O governo de gabinete, refletiu exatamente, na sua formação e evolução, as vicissitudes e peculiaridades do ambiente jurídico e político daquele país.
À margem dos textos constitucionais, o governo de gabinete organizou-se e evoluiu conforme tendências que cada vez mais se acentuaram e precisaram, tornando-se a forma de governo quase unânime na Europa.
Monarquia e República
Ainda que realmente Machiavelli não haja reduzido as formas de governo a duas, são a monarquia e a república os dois tipos comuns em que se apresenta o governo nos Estados modernos. Se ainda há aristocracias, não há mais governos aristocráticos, e os outros tipos da classificação de Aristóteles não são formas normais, como o grande filósofo mesmo acentuou.
No entanto, são tão complexas as relações que estabelecem entre os órgãos do Estado, são tão sutis às vezes as mudanças que separam uma de outra forma, que não é fácil conceituar rigorosamente a forma republicana e a monárquica.
No conceito clássico, e verdadeiro afinal, monarquia é a forma de governo em que o poder está nas mãos de um indivíduo, de uma pessoa física. “Monarquia é o Estado dirigido por uma vontade física. Esta vontade deve ser juridicamente a mais alta, não deve depender de nenhuma outra vontade”, disse Jellinek (L’État moderne, vol. II, p. 401.) Substituindo o adjetivo impróprio “física” por “individual”, temos a definição corrente de monarquia. Acontece, porém, que somente, nos governos absolutos se encontra o Estado dirigido por uma única vontade individual, que seja a mais alta e não dependa de nenhuma outra. A definição, pois, não se aplica aos Estados modernos. Dir-se-á, então, que não há mais monarquias, de vez que modernamente o órgão supremo do poder não é nunca um indivíduo só, e a vontade dos reis não é nunca a mais alta e independente de qualquer outra?
Porque, de fato, nas monarquias modernas, todas limitadas e constitucionais, o rei, ainda quando governe, não governa sozinho, sua autoridade é limitada pela de outros órgãos, coletivos quase sempre, como por exemplo os Parlamentos. E a verdade é que os reis modernos “reinam, mas não governam”, segundo o aforismo tradicional, e por isso mesmo são irresponsáveis. De qualquer forma, não dirigem o Estado sozinhos, nem sua vontade é a mais alta e independente. Na melhor das hipóteses, é a sua vontade juntamente com a de outros órgãos criados pela Constituição que dirige o Estado; quase sempre são esses outros órgãos, Ministério e Parlamento, que dirigem o Estado.
Muitos escritores têm procurado definir os traços característicos da monarquia e, assim, distingui-la da república, cuja conceituação também é difícil.
Artaza entende que “monarquia é o sistema político em que o cargo de chefe do Poder Executivo é vitalício, hereditário e irresponsável, e a república é o sistema em que o citado cargo é temporário, eletivo e responsável”.
Se nos ativéssemos apenas ao texto das Constituições das monarquias e repúblicas modernas o ponto de vista do autor espanhol seria plenamente satisfatório, pois ali se declaraque o rei ou o Presidente da República é o chefe do Poder Executivo. Acontece, porém, que de fato, nas monarquias e repúblicas de governo parlamentar, nem o rei nem o presidente são os chefes do Poder Executivo; essa função na realidade cabe aos Primeiros-Ministros ou Presidentes do Conselho. Desta sorte, a definição harmonizar-se-ia somente com os textos das Constituições e não com a realidade.
Parece, pois, que uma noção, ao mesmo tempo formal e material, de monarquia e república seria esta: nas monarquias o cargo de Chefe do Estado é hereditário e vitalício; nas repúblicas, o cargo de Chefe do Estado é eletivo e temporário.
A irresponsabilidade não pode ser um caráter distintivo porque, se nas repúblicas de governo parlamentar o Presidente é politicamente irresponsável, não se dá o mesmo nas de governo presidencial, como veremos ao tratar destas novas modalidades.
Ao nosso ver, o conceito de república foi resumido pelo grande Rui Barbosa que inspirado nos constitucionalistas americanos, disse ser a forma de governo em que além de “existirem os três poderes constitucionais, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, os dois primeiros derivem, realmente, de eleição popular”.
É verdade que o Poder Executivo nas repúblicas parlamentares não é exercido pelo Presidente e sim pelo Gabinete, que não é eleito mas nomeado. No entanto, como esse Gabinete, para se manter, depende da confiança do Parlamento, pode-se considerar que ele deriva, pelo menos indiretamente, de eleição popular.
O que é certo é que não há uma definição cuja compreensão e extensão se adapte exclusiva e perfeitamente às duas formas de governo. Por isso, a noção que lembramos, de que na monarquia o cargo de Chefe do Estado é hereditário e vitalício e nas repúblicas temporário e eletivo, talvez seja a que melhor satisfaça. Todos os demais traços de ambas as formas são variáveis e nenhum é absolutamente exclusivo a uma delas. Até mesmo a eletividade não é característico exclusivo da república, dado que houve monarquias eletivas.
Modalidades de Monarquia e República
Costumam os autores distinguir algumas espécies de monarquia e de república. Assim, haveria monarquias eletivas e hereditárias, de que acima falamos; e monarquias absolutas e constitucionais, de que tratamos também na classificação do parágrafo anterior.
Quanto à posição do monarca, Jellinek distingue três modalidades: a) o rei é considerado deus ou representante de Deus, como acontecia nas monarquias orientais e mesmo quanto aos monarcas medievais, que se davam como os representantes divinos; b) o rei é considerado proprietário do Estado, como acontecia na época feudal, em que os reis dividiam o Estado entre os herdeiros; c) o rei é o órgão do Estado, é um quarto poder, como acontece nas monarquias modernas em que o monarca representa a tradição, é um elemento moral, um poder moderador entre os demais poderes.
Quanto às repúblicas, geralmente são classificadas em aristocráticas e democráticas. Nas primeiras, o direito de eleger os órgãos supremos do poder reside em uma classe nobre ou privilegiada, com exclusão das classes populares. É o que se dava nas Repúblicas italianas de Veneza, Florença, Gênova, etc. Na república democrática o direito de eleger e ser eleito pertence a todos os cidadãos, sem distinção de classe, respeitadas apenas as exigências legais e gerais quanto à capacidade de praticar atos jurídicos. É a democracia propriamente dita.
Quanto à distinção entre repúblicas unitárias e federativas, é matéria diversa; não são formas de governo, pois o unitarismo e o federalismo são formas de Estado.
Em síntese, poderíamos definir a república democrática nestes termos: é uma forma do regime representativo em que o Poder Legislativo é eleito pelo povo, e o Poder Executivo é eleito pelo povo, ou pelo Parlamento ou nomeado pelo Presidente da República mas depende de aprovação do Parlamento.
Teocracia
Das classificações de Formas de Governo aparecidas modernamente, é de ressaltar a de autoria do jurista alemão Bluntschli que distinguiu as formas fundamentais ou primárias de governo das secundárias. A primária atendeu à qualidade do regente, ao passo que na secundária o critério a que obedeceu era o da participação que tem no governo os governados.
São Formas fundamentais: a monarquia, a aristocracia, a democracia e a ideocracia ou teocracia.
Com efeito, assevera esse pensador que há sociedades políticas organizadas onde a concepção do poder soberano não reside em nenhuma entidade temporal, em nenhum ser humano, singular ou plural, senão que se afirma ter uma soberania por ser uma divindade. Conseqüentemente, em determinadas formas de sociedade impera uma doutrina teológica da soberania. Não se deve, por conseguinte, menosprezar semelhantes modelos de sociedade, onde a teoria do poder político, debaixo da imperação sobrenatural, forma um sistema governativo de teor sacerdotal.
A teocracia como forma de governo, segundo Bluntschli, degenera na idolocracia: a veneração dos ídolos, a práticas de baixos princípios religiosos extensivos à ordem política, conseqüentemente se perverti.
A teocracia é um ordenamento político pelo qual o poder é exercido em nome de uma autoridade divina, por homens que se declaram seus representantes na Terra. Bem característica do Sistema Teocrático, é a posição preeminente reconhecida a hierarquia sacerdotal, que direta ou indiretamente controla toda vida social em seus aspectos sacros e profanos. A subordinação das atividades e dos interesses temporais aos espirituais, justificada pela necessidade assegurar antes de qualquer outra coisa a “salus aninarum” dos fiéis, determina a subordinação do Laicato ao clero: a teocracia que etimologicamente significa “Governo de Deus” traduz-se assim em hierocracia, ou seja, em Governo da casta sacerdotal, à qual, por mandato divino, foi confiada a tarefa de prover, tanto a salvação eterna como o bem estar material do povo.
Não faltam na história, exemplos de regimes teocráticos: o TIBETE DE DALAI LAMA, o Japão Imperial, o Egito Faraônico, e em termos bastantes conspícuos a organização política do povo hebreu. Pelo que tange a civilização ocidental, a tentativa mais séria de dar vida a um modelo político-teocrático deu-se entre o final do século XI e o início do século XIV opor obra do papado.
A subordinação ratuone fenuim do poder temporal ao poder espiritual dá vida a um sistema de relações entre Igreja e Estado, no qual este último é vedada urgência no que diz respeito às pessoas e aos bens eclesiásticos pertencentes à esfera das realidades espirituais. Dessa forma caem por terra todas as intervenções da autoridade cure na organização interna da Igreja que caracterizam os últimos séculos do Império Romano e mais tarde do Império Carolíngio: a eleição do pontífice, a nomeação dos bispos, a administração dos bens eclesiásticos voltam a ser problemas de exclusiva competência da Igreja. Sempre, pela mesma razão, se afirma o princípio de que as propriedades da Igreja estão isentas se qualquer imposto fiscal a favor do Estado, os eclesiásticos estão isentos da obrigação de prestar serviço militar e, se envolvidos em controvérsias civis ou pessoais, tem o direito de ser julgados por tribunais da Igreja.
A Reforma Protestante, ao romper a unidade religiosa européia, marca o acaso definitivo do sistema teocrático: aos seus princípios está legada a teoria da protestas indirecta ecclesiae in temporalibus, foi elaborada no século XVI por Billarmino Suarez e se tornou a doutrina oficial da Igreja em matéria de relações com Estado. Com base nesta teoria, a Igreja conservou o poder de julgar e condenar a atividade do Estado e dos soberanos todas as vezes em que a mesma puser de qualquer maneira em perigo a salvação das almas. O grande interesse pelas almas torna-se justificação(e o limite embora difícil de definir) das intervenções do Papa em matéria temporal.
Democracia e Aristocracia
Democracia é uma forma de governo onde o povo escolhe seus representantes, esses agem de acordo com os interessesda população. Porém , mesmo tendo o poder de usar da decisão, mecanismo político, para escolher as ações públicas que deseja que o governo empreenda, o povo não sabe “de onde veio, nem para que serve a democracia”. Junto aos seus governantes, desconhece o poder que tem nas mãos, e com isso, deixa ser governado conforme interesses de alguns. A população não sabe que a democracia é uma forma de governo “do povo para o povo”. Ou seja, o poder emana da população, para atuar de forma justa de acordo com os interesses desta.
Existe uma bifurcação histórica onde define a democracia como:
Democracia Antiga;
Democracia Moderna.
O primeiro momento da democracia, democracia na antigüidade, na historia foi em Atenas, onde o governo do povo era regido por uma assembléia da qual apenas os cidadãos atenienses faziam parte, ou seja, apenas os homens livres nascidos em Atenas, ficando de fora os escravos, os estrangeiros e a mulheres. Caracterizando-se assim uma “falsa Democracia”.
A Democracia Moderna, por sua vez, divide-se também em duas:
Parlamentarismo;
Presidencialismo.
O Presidencialismo é uma forma de poder governamental baseada num Presidente (pessoa física eleita em votação direta ou indireta), e o Parlamentarismo é também uma forma de poder governamental baseada num Parlamento (representantes direto do povo, onde segmentos da sociedade são representados de forma unilateral).
Como exemplo de presidencialismo e Parlamentarismo temos o Brasil que participou, no seu processo histórico, dessas duas estruturas governamentais. Quando por exemplo, Jânio Quadros renunciou ao poder, foi instalado o Parlamentarismo, tendo figuras representativas como integrantes dessa estrutura, temos Tancredo Neves e Ulises Guimarães como representantes cruciais do regime parlamentar. Retornando o Presidencialismo com a posse de Jango.
Como outra forma de governo, temos a Aristocracia, que é governo de um pequeno número. A classe social que detém o poder político por título de nobreza ou de riqueza. Na classificação de Aristóteles, que associava ao critério qualitativo o critério quantitativo, o termo seria aplicado unicamente aos governos constituídos de um pequeno numero de cidadãos virtuosos. Era forma ideal de governo, preferida pelos filósofos políticos da antigüidades. Distinguia-se da Democracia, pela quantidade. Historicamente, porém , as formas da Aristocracia afastaram-se do padrão clássico, passando a identificar-se com a forma Aristotélica da Oligarquia, em que um pequeno número de dirigentes privilegiados usufrui o poder em beneficio próprio. Entretanto, como governo dos melhores e mais aptos, aristocracia não é, em si mesma, incompatível com os idéias da democracia representativa. Na Democracia indireta, o Governo é sempre exercido por uns poucos. A questão fundamental não reside, assim, na quantidade de dirigentes, mas na sua representatividade, o que depende, essencialmente, do processo de sua escolha. Na sociedade onde esse processo eficaz, a ascensão de uma elite não macula o caráter democrático das instituições.
Concluindo, com uma interpretação absolutamente democrática, poderíamos dizer que o poder reside em cada indivíduo que compõe o corpo social, que participa de um Contrato para constituição de uma sociedade política, estabelecendo seus fins, seus órgãos de direção, com suas atribuições, formas de escolha e responsabilidades bem definidas. Acredito, hoje, que só a partir destes postulados se pode ter uma discussão realista e concreta de questões constitucionais.
- OS SISTEMAS ELEITORAIS
1- O SISTEMA MAIORITÁRIO
O sistema maioritario tem o propósito de assegurar apenas a prepresentação dos candidatos mais votados em uma determinada eleição. Em geral a forma maioritaria é utilizada em distritos uninominais. O candidato mais votado, neste caso, recebe a totalidade da representação e os outros, independentemente da votação, ficam sem representação.
O sistema maioritaria divide-se em: maioria simples, sistema de dois turnos e voto alternativo.
1.1- A MAIORIA SIMPLES
Para este sistema o candidato eleito é o que recebe mais votos que seus concorrentes. Neste tipo de sistema o candidato vencedor precisa assegurar um número de voto superior dos seus adversários. No sistema de maioria simples quando aplicado nas eleições plegislativas, a representação parlamentar de pequenos partidos e de grupos sociais minoritários depende de como os votos são distribuídos pelo território.
Várias críticas têm sido emitidas a este sistema por produzir intensas distorções quando se compara a votação com a representação dos candidatos. Em 1993 as eleições para câmara dos Deputados do Canadá demonstram esta distorção.
Os defensores deste sistema dizem que ele permite aos eleitores mais controlo da actividade dos eleitos, já que a eleição de um único nome por área geográfica permite que os eleitores tenham mais facilidades para identificar seu representante no legislativo, acompanhar o desempenho do seu mandato e manter contacto permanente. Estes defensores ainda enfatizam uma dimensão específica da representação: territorial. O principal argumento em defesa deste sistema é a sua capacidade de criar governos em que apenas um partido controla a maioria absoluta dos assentos no parlamento.
1.2- O SISTEMA DE DOIS TURNOS
O sistema de dois turnos quando é utilizado para as eleições legislativas tem as características semelhantes do sistema de maioria simples. A diferença de fundo que existe entre os dois sistemas é a exigência de que um dos concorrentes obtenha a maioria absoluta dos votos ( mais de 50%). Caso isso não ocorra, os candidatos mais votados disputam uma nova eleição. Este sistema é normalmente utilizado para as eleições presidências, mas a França e o Mali são os únicos que utilizam para as legislativas.
1.3- O VOTO ALTERNATIVO
A versão do sistema maioritario é o voto alternativo. Este sistema consiste na transferência de votos dos candidatos menos votados para outros, de modo a garantir uma maioria absoluta e sem necessidade de realizar uma segunda volta.
Neste sistema os partidos apresentam em cada circunscrição eleitoral uma lista uninominal. Os eleitores em vez de atribuírem um único voto para um determinado candidato ordenam os candidatos. Ao lado de cada nome um número de acordo com a sua preferência. O voto é valido se o eleitor ordenar os candidatos.
O candidato que recebe mais de 50% de votos em primeira preferência é eleito. Nas situações em que isso não ocorre há um sistema de transferência das cédulas do candidato menos votado, que é eliminado, para os outros. Se após a transferência um candidato obtiver maioria absoluta ele estará eleito. Este processo repete-se até que se conclua a eleição.
O sistema de voto alternativo dificulta a eleição de candidatos com forte rejeição, mesmo que estes recebam uma votação em primeira preferência. Por isso, os partidos colocados no extremo do espectro partidário têm chances muito mais reduzidas de eleger seus representantes. Este sistema garante alta representatividade ao candidato eleito.
1.4- Vantagens do sistema maioritário
- impedir a fragmentação do sistema de partidos, sendo que os partidos pequenos têm poucas possibilidades de obter representação parlamentar.
- induzir o sistema de partidos num formato de tipo bipartidário, pelo menos a nível parlamentar.
- fomentar a estabilidade governativa ao facilitar as maiorias monopartidárias no parlamento.
- o eleitor através do seu voto tem uma influência directa na formação do governo.
- um único partido controla o poder executivo, por isso é mais claro o seu controlo.
2. SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL
O sistema de representação proporcional tem duas preocupações fundamentais: assegurar a diversidade de opiniões de uma sociedade esteja reflectida no parlamento e garantir uma correspondência entre os votos recebidos pelos partidos e sua representação. A principal virtude da representação proporcional esta na sua capacidade do parlamento espelhar todas as preferências e opiniões relevantesexistentes na sociedade. O expoente máximo desta concepção foi o líder Frances Mirabeau, que durante a constituinte de Proença em 1789, defendeu que a função do parlamento era reflectir o mais fielmente possível as feições do eleitorado, tal como um mapa reproduz em miniatura os diferentes traços geográficos de um território.
Existem duas variantes de representação propocional. O voto único transferível e o sistema de lista. O primeiro tem como propósito garantir que as opiniões relevantes da sociedade estejam no parlamento. O segundo procurar distribuir as cadeiras do parlamento utilizando os partidos como unidade fundamental.
2.1- O VOTO ÚNICO TRANSFERÍVEL
Neste sistema os eleitores podem ordenar as suas preferências no boletim de voto, assinalado o número 1 ao lado do nome da primeira preferência, 2 ao lado da segunda preferência e assim sucessivamente. Para apuramento o primeiro calcula-se uma quota pela seguinte formula: votos\ cadeiras + 1. O candidato cujos votos em primeira preferência atinjam ou ultrapassa a quota é declarado eleito. Este sistema de apuramento de mandatos é dos mais complexos que existe. Ele é aplicado na Irlanda a várias décadas.
2.2- A REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL DE LISTA
O mecanismo para distribuição de cadeiras do sistema proporcional de lista é aparentemente bem simples: cada partido apresenta uma lista de candidatos; os votos de cada lista são contados; as cadeiras são distribuídas entre os partidos porporcionalmente à votação obtida pelas listas; as cadeiras são ocupadas por alguns dos nomes que compõem a listas.
Na prática cinco grandes questões operacionais da representação proporcional:
- a) a formula eleitoral utilizada para distribuir mandatos;
No geral duas principais fórmulas: a de maiores médias e de maiores sobras.
A fórmula de maior média subdivide-se emformula de D`Hondt, a Sainte Langue e a Sainte Langue modificada. A formula de D´Hondt dá um bônus para o partido mais votado numa determinada circunscrição eleitoral, e é a menos proporcional quando se compara os votos e as cadeiras dos partidos. A fórmula Saint-Langue produz os resultados mais proprcionais. A Sainte-Langue modificada ao aumentar o divisor de 1 para 1,4 dificulta o acesso dos pequenos partidos à distribuição de cadeiras o que gera um resultado menos propocional do que o obtido na versão moriginal.
As fórmulas de maiores sobras operam em dois estágios. O primeiro é o cálculo de uma quota que será utilizada como denominador da votação de cada partido: quanto às quotas um partido atingir, tantas cadeiras ele elegerá; geralmente, após a divisão dos votos de cada partido pela quota algumas cadeiras não são preenchidas. O segundo momento é a distribuição desta sobras que irão para os partidos cujos votos mais se aproximam do valor da quota ( maiores sobras).
- b) a magnitude das circunscrições eleitorais
A magnitude de uma circunscrição eleitoral é um dos aspectos importantes para que os resultados de uma eleição sejam proporcionais. Quanto maior a magnitude, mais fácil é para um partido obter representação.
c) cláusula da exclusão
A cláusula de exclusão determina que um partido só possa obter representação caso recebe pelo menos um determinado número de votos. O principal propósito da cláusula de exclusão é dificultar o acesso dos pequenos partidos no parlamento. Os defensores desta teoria entendem que a proporcionalidade extrema poderia produzir um parlamento muito fragmentado que afectaria a estabilidade do governo.
-d) a possibilidade de os partidos fazerem coligações eleitorais
As coligações ampliam as chances dos pequenos partidos obterem representação parlamentar. Um partido sozinho teria dificuldades de atingir o patamar mínimo de votos exigidos para a eleição de um representante pode se beneficiar da soma de seus votos com os de outros partidos.
As legislações eleitorais que permitem coligação, o processo de distribuição de cadeiras ocorre em duas fases. Na primeira há a distribuição dos assentos dos círculos eleitorais entre os partidos. Na segunda as cadeiras conquistadas são distribuídas entre os partidos que compuseram a coligação.
- e) as regras para a escolha dos candidatos
Nos sistemas democráticos modernos as listas dos candidatos a eleição são fechadas. São os partidos, neste modelo, que decidem antes das eleições a ordem em que os candidatos aparecerão na lista. O eleitoral apenas vota em um dos partidos não podendo expressar a preferência por um determinado candidato. Os mandatos que cada partido conquistar serão ocupados pela ordem da precedência na lista. Este modelo permite que certos grupos dominantes no partido se beneficiem colocando seus quadros entre os primeiros da lista. A principal desvantagem da lista fechada é a impossibilidade dos eleitores influenciarem na escolha de representantes individuais.
3-vantagens do sistema de representação proporcional
- facilitar a representação de todos os interesses e opiniões políticas no parlamento, tendo em conta o seu peso relativamente no eleitorado;
- impedir a formação de maiorias parlamentares demasiado artificiais, ou seja, evitar as maiorias parlamentares sem mínima correspondência percentual;
- estimular as negociações políticas entre as diversas forças sociais;
- impedir mudanças políticas extremas causadas mais pelas distorções do sistema eleitoraldo que pela mudanças nas atitudes e opiniões do eleitorado;
- impedir a formação de sistema de partidos dominantes, onde partidos devem a sua posição mais aos efeitos do sistema eleitoral do que o seu peso efectivo no eleitorado.
III-OS EFEITOS DOS SISTEMAS ELEITORAIS
Não vejo por que os sentimentos e os interesses que organizam os homens segundo localidades seriam os únicos que se julgassem dignos de representação, ou por que indivíduos que têm outros sentimentos nem interesses a que emprestam mais valores do que aos geográficos, a esses se limitassem como principio único de classificação política. ( John Stuart Mil 1861)
Estas palavras foram proferidas pelo John Stuart Mil na sua obra “o governo representativo”, que defendeu a introdução do sistema eleitoral proposto pelo jurista Thomas Hare em 1859. Hare no seu “tratado sobre eleição de representantes, parlamentares e municipais” considerou como propósito fundamental de um sistema eleitoral era assegurar a representação das opiniões individuais, e não das comunidades ou partidos políticos. Para Hare os eleitores deveriam ter mais ampla possibilidade de escolha não só de partidos, mas, sobretudo de seus representantes individuais. Era para Hare inconcebível que as opiniões dispersas pelo país não estivessem representadas no parlamento somente porque não estavam confinadas a uma área geográfica.
Estas posições visam o sistema maioritário que vigorava na Inglaterra por limitar a representação política apenas à representação das comunidades e não permitir que os políticos de talento chegassem ao parlamento. A alteração do sistema britânico para representação proporcional poderia elevar a qualidade do parlamento inglês.
Os sistemas eleitorais seguindo a perspectiva analítica dos dois ilustres especialistas referenciados, e acrescentando o Maurice Duverger, produzem três principais efeitos nomeadamente fragmentação partidária, as maiorias unipartidarias e desproporcionalidades entre votos e cadeira.
IV-O sistema eleitoral na constituição de 1992
1- sistema eleitoral para eleição do Presidente da República
- O Presidente da República é eleito por sufrágio universal, directo, igual, secreto e periódico, pelos cidadãos residentes no território nacional, nos termos da lei.
- O Presidente da República é eleito por maioria absoluta dos votos validamente expressos. Se nenhum candidato a obtiver, procede-se a uma segunda votação, à qual só podem concorrer os dois candidatos que tenham obtido o maior número de votos na primeira e não tenham desistido.
- As candidaturas para Presidente da República são apresentadas pelos partidos políticos ou coligações de partidos políticos legalmente constituídos oupor um mínimo de cinco mil e um máximo de dez mil cidadãos eleitores.
- As candidaturas são apresentadas ao Presidente do Tribunal Supremo, até sessenta dias antes da data prevista para a eleição.
2- sistema eleitoral para eleição do parlamento
- Os Deputados à Assembleia Nacional são eleitos segundo o sistema de representação proporcional, adoptando-se o seguinte critério:
a) por direito próprio cada província é representada na Assembleia Nacional por um número de cinco Deputados, constituindo para esse efeito cada província um círculo eleitoral;
b) b. os restantes cento e trinta Deputados são eleitos a nível nacional considerando-se o país para este efeito um circulo eleitoral único;
c) c. para as comunidades Angolanas no exterior é constituído um círculo eleitoral representado por um número de três Deputados, correspondendo dois à zona África e um o resto do mundo.
- O mandato dos Deputados inicia-se com a primeira sessão da Assembleia Nacional após as eleições e cessa com a primeira sessão após as eleições subsequentes, sem prejuízo de suspensão ou de cessação individual do mandato.
V- os modelos de eleição nos três projectos apresentados pela Comissão Constitucional
1- projecto A
a) modo de eleição do Presidente da República
- O Presidente da República é eleito por sufrágio universal, directo e secreto dos cidadãos angolano eleitores residentes no território nacional e no estrangeiro.
- Para efeitos da eleição do Presidente da República, o território da República de Angola e o estrangeiro constituem um círculo eleitoral único.
- A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realiza-se
simultaneamente, no primeiro domingo de Setembro, em primeira volta, e no último domingo de Setembro, em segunda volta, se houver, do ano em que termina o mandato presidencial vigente.
- A eleição do Presidente da República importa a do Vice-Presidente com ele registado.
- É considerado eleito Presidente a candidatura que obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os votos em branco e os votos nulos.
- Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação faz-se nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
- Se, antes de realizada a segunda volta ocorrer morte, desistência ou
impedimento legal de candidato, convoca-se de entre os remanescentes, o de maior votação.
- Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
- São elegíveis os cidadãos eleitores, angolanos de origem maiores de 35 anos e não titulares de uma segunda nacionalidade.
- Se o Presidente da República renunciar ao cargo, não pode candidatar-se nas eleições imediatas nem nas que se realizem no quinquénio imediatamente subsequente à renúncia.
- As candidaturas para Presidente da República são apresentadas até cento e vinte dias antes da data constitucionalmente marcada para a eleição.
- Podem apresentar candidaturas para Presidente da República os Partidos
políticos legalmente constituídos, as coligações de partidos políticos, ou um mínimo de cinco mil e um máximo de dez mil cidadãos eleitores.
b) modo de eleição dos deputados
- Os Deputados à Assembleia Nacional são eleitos segundo o sistema de
representação proporcional, de forma a assegurar o sistema de representação proporcional e o método de média mais alta de Hondt na conversão de votos em número de mandatos;
- Por direito próprio cada Província ou entidade autónoma é representada na Assembleia Nacional por um número de cinco Deputados;
- Por direito próprio as comunidades angolanas no exterior são representadas na Assembleia Nacional por um número de três Deputados, constituindo, para a conversão dos votos em mandatos, um único círculo eleitoral;
- Os restantes cento e trinta Deputados são eleitos nos termos da lei, considerando-se o País para este efeito um círculo eleitoral único;
- A eleição dos Deputados à Assembleia Nacional é feita por listas
plurinominais de partidos políticos ou de coligações de partidos, dispondo
cada eleitor de um voto singular por lista.
- As listas são apresentadas aos eleitores durante a campanha eleitoral para que estes tomem conhecimento dos nomes dos candidatos a Deputados de cada partido ou coligação de partidos.
- Os Deputados são eleitos por círculos eleitorais geograficamente definidos na lei e de acordo com o sistema eleitoral estabelecido pela Constituição e a lei.
2- projecto B
a) modo de eleição do Presidente da República
- O Presidente da República é eleito por sufrágio universal directo, igual, secreto e periódico pelos cidadãos angolanos residentes no território nacional, nos termos da lei.
- O Presidente da República é eleito por maioria absoluta de votos validamente expressos.
- Se nenhum candidato obtiver a maioria referida no número anterior, procede-se a uma segunda votação, a qual só podem concorrer os dois candidatos mais votados e que não tenham desistido.
- A segunda votação realiza-se até 45 dias, contados da divulgação oficial dos resultados do primeiro sufrágio.
- Em caso de desistência ou morte de um candidato à segunda volta, é substituído pelo candidato que se lhe seguir na ordem de votação da primeira volta, desde que tenha alcançado mais de 15% dos votos validamente expressos, salvo se a desistência resultar de vontade unilateral ou de acordo político no sentido de se declarar o candidato mais votado como vencedor.
b) modo de eleição dos deputados
Os Deputados à Assembleia Nacional são eleitos segundo o sistema de representação proporcional, adoptando-se o seguinte critério:
- Cada província é representada na Assembleia Nacional por um número de cinco Deputados, constituindo para o efeito um círculo eleitoral;
- Cento e trinta Deputados eleitos a nível nacional considerando-se o país para o efeito um círculo eleitoral único;
- Para as comunidades angolanas no exterior é constituído um círculo eleitoral representado por um número de cinco Deputados, correspondendo três à zona África e dois ao resto do Mundo.
3- Projecto C
a) modo de eleição do Presidente da República
- O Presidente da República é eleito por sufrágio universal, directo, igual, secreto e periódico, nas listas dos Partidos ou coligações de partidos concorrentes às eleições gerais, pelos cidadãos angolanos maiores de dezoito anos de idade residentes no território nacional, considerando-se igualmente como tal, os cidadãos angolanos residentes temporariamente no estrangeiro por razões de serviço, estudo, doença ou similares.
- É eleito Presidente da República o cabeça de lista do partido ou Coligação de Partidos mais votado no quadro das eleições gerais, realizadas ao abrigo do artigo
- As candidaturas podem incluir cidadãos não filiados no partido ou coligação de partido concorrente.
- As candidaturas previstas nos números anteriores devem ser subscritas por um número mínimo de mil cidadãos eleitores residentes em cada uma de, pelo menos, três quartos das Províncias do país.
- As candidaturas são apresentadas ao Tribunal Constitucional até sessenta dias antes da data prevista para as eleições gerais.
- Em caso de indeferimento ou recusa pelo Tribunal Constitucional ou de
impossibilidade definitiva do candidato a Presidente da República proposto nos termos dos números anteriores, pode haver indicação de um novo candidato em substituição do candidato proposto, nos termos da lei.
- O candidato aprovado pelo Tribunal Constitucional é o cabeça de lista, pelo círculo nacional, do partido ou coligação de partidos proponente e concorrente nos termos da presente Constituição.
b) modo de eleição dos deputados
- Os Deputados são eleitos segundo o sistema de representação proporcional, por sufrágio universal, livre, igual, directo, secreto e periódico pelos cidadãos nacionais maiores de dezoito anos de idade residentes no território nacional, considerando-se igualmentecomo tal, os cidadãos angolanos residentes no estrangeiro por razões de serviço, estudo, doença ou similares;
- Os Deputados são eleitos por círculos eleitorais, existindo um círculo eleitoral nacional e círculos eleitorais correspondentes a cada uma das províncias:
- Para a eleição dos Deputados pelos círculos eleitorais é fixado o seguinte critério:
a) Um número de cento e trinta Deputados é eleito a nível nacional, considerando-se o País para esse efeito um círculo eleitoral nacional único;
b) Um número de cinco Deputados é eleito em cada província, constituindo para esse efeito um círculo eleitoral provincial.
VI - Análise juridico-constitucional aos sistemas eleitorais constantes dos projectos de constituição.
a) projecto A
Este projecto vem retomar em todo o sistema eleitoral maioritário de duas voltas para a eleição do Presidente da República e em parte o sistema de representação proporcional para eleição dos deputados. Adopta a fórmula de média alta para apuramento de mandatos e abandona a fórmula da maior sobra, também prevista na actual constituição. Esta proposta ao abandonar a fórmula da maior sobra, eventiualmente pretende evitar qual interpretação casuística, como a que ocorreu nas últimas eleições legislastivas, na atribuição dos mandatos que sobravam depois da distribuição proporcional ao número de votos de cada partido.
Entedemos que havendo clara diferente entre os círculos provinciais e nacional quanto a forma da vontade de voto seria prudente manter a fórmula da maior sobra, por ser aquele que representa de modo fiel a vontade eleitoral.
b) Projecto B
Está opção constitucional não consagrou o sistema maioritário de duas voltas para eleição do Presidente da República, mas não clarificou o modo de eleição dos deputados à Assembleia Nacional. Somos de entendimento que tal falhas é grave, pois as regras de transformação de votos em mandatos devem ser bem claras no texto constitucional evitando atribuir total liberdade ao legislador ordinário. Se a vontade dos proponentes foi, de facto, deixar que ao livre arbítrio do legislador ordinário definir as regras de apuramento de mandato para a Assembleia Nacional, somos de opinião que não foi boa opção politicamente, atendendo a simplicidade procedimental na elaboração, discussão e aprovação de uma lei. As matérias com dignidade constitucional devia constar necessariamente da Constituição.
c) Projecto C
Para eleição do Presidente da República este projecto consagra um modelo que operativa tem execução com a eleição do Parlameto, ou seja, o modelo proposta pretende falsamente fazer querer que a eleição do Presidente da República far-se-à pelo voto direito dos cidadãos. Apesar de consaggrar alguns procedimentos para a propositura da candidatura próprios de uma eleição directa, porém peca quanto a atribuição do voto que é o fundamental numa eleição. Qualquer eleição não pode ser vista pelos meios através dos quais são apresentadas as candidaturas, mas sim pelo modo como o voto do eleitoral vai exprimir a sua vontade.
Esta proposta pretende, no seu fundo político, evitar os limites matérias previstos na actual Constituição, quanto aos poderes constituintes, sejam eles derivados ou orginários. O artifício político- jurídicos usado para sustentar uma vontade política, acabou por se constituir num verdadeiro caos.
Os proponentes querem com esta proposta fazer querer que é uma eleição desta natureza, onde o Presidente da República é eleito na lista do partido vencedor das eleições legislativas, representa uma coesa na acção do governo por resultar de uma vontade da maioria parlamentar. Lamentavelmente, os proponentes se esqueceram que o sistema que propõem para eleição do parlamento é de representação proporcional onde a fragmentação do voto é constante. Nota-se, por exemplo, que na Europa de hoje dificilmente os partidos ganhadores constituem maiorias absolutas, porque a representação proporciona, como acima demonstramos, visa fundamentalmente assegurar ampla representação social de todos os interesses comunitários, sejam políticos, religiosos, étnicos, econômicos, etc.
O sistema proposto exige que no mesmo boletim de voto, para as eleições legislativas, os cidadãos expressam também a sua vontade quanto ao Presidente da República. Esta opção claramente viola o princípio da liberdade de escolha que gozam os cidadãos na democracia representativa. Ou seja, é proibida qualquer forma de coação ao eleitoral na escolha de quem vai exercer os poderes estaduais. Vejamos, por exemplo, que ao cidadão não será dada a possibilidade de votar contra um determinado partido e a favor de um candidato ou vice-verse, sendo que um voto representa duas eleições, isto é votar no candidato as presidências é igualmente votar no partido. Que estranho modelo eleitora? É caso para dizer que é mesmo atípico.
Dois princípios que constituem limites a alteração constitucional estão a ser violados pela proposta em análise, nomeadamente, o da separação de poderes e eleição directa, previsto as alíneas d) e f) do artigo 159º da actual constituição.
O princípio da separação de poderes está presente não só no exercício das funções do Estado, mas no modo de provimento dos órgãos de soberania, principalmente os elegíveis pelo voto popular. É nosso entendimento que é violação a este princípio submeter a eleição do Presidente da República através de uma das listas plurinominais concorrentes às eleições legislativas. Não há aqui qualquer argumento técnico- jurídico que possa demover cumprimento deste princípio.
Quanto ao princípio da eleição directa, fica claro que o modelo proposto em nada se assemelha a uma eleição directa. É nosso entendimento que este modelo é caracterizado como eleição indirecta no quadro de uma eleição directa. Indirecta porque resulta da eleição parlamentar e directa, já que é realizada nos termos de uma eleição de deputados.
Esta proposta tem como condição sine quo non a integração na lista de candidatura a deputado, ou seja, é primordiar ser candidato a deputado para que a suposta eleição presidência seja possível. Mas aqui abre outra controvérsia que tem haver com a lista de candidatura. Se tiver em conta que as listas de todos os círculos eleitorais que concorrem têm mesmo valor eleitoral não sei por que se pretenderá valorizar uma das listas? Mais ainda, no quadro do sistema proposto a eleição primaria é feita às listas dos círculos provinciais, representando aqui um voto direito aos candidatos daqueles círculos, enquanto que os do círculo nacional é consequência dos votos dos círculos provinciais.
Os proponentes desta proposta procuraram, erradamente, imitar a eleição parlamentar da África do Sul e o formato do seu boletim do voto. Na Verdade naquele país existem dois tipos de eleição: uma para constituição do conselho das províncias (espécie de ma segunda câmara),onde concorrem os candidatos das listas províncias e a outra para formação do parlamento nacional, para o qual cada partido apresenta uma única lista.
Quanto ao boletim de voto ele é constituído pelas bandeiras partidárias e a efígie do Presidente do Partido. Nos termos da legislação eleitoral sul africana o Presidentedo Partido aparece na lista não como candidato a Presidente da República como sim um símbolo do respectivo partido. Importa sublinhar que na África do Sul moderna existem vozes que pretendem alterar a eleição do Presidente da República pelo parlamento por não representar a verdadeira vontade dos eleitores, apesar da legitimidade do parlamento por resultar da eleição directa.
Sufrágio universal
O sufrágio universal, em oposição ao sufrágio restrito, consiste na extensão do sufrágio, ou o direito de voto, a todos os indivíduos considerados intelectualmente maduros (em geral os adultos). No Brasil, os adolescentes acima de 16 anos têm direito ao voto, sem distinção de etnia, sexo, crença ou classe social. Até ao século XIX, por "Sufrágio Universal" compreendia-se apenas o voto de homens adultos. Entretanto, a partir do início do século XX, com o movimento das sufragistas,o direito ao voto foi estendido às mulheres na maioria dos países democráticos.
O sufrágio universal pode ser direto, quando todos os eleitores votam, ou indireto, quando, normalmente, os eleitores elegem um colégio eleitoral o qual, por sua vez, elege um dos candidatos à legislatura em questão.
O termo 'sufrágio universal' refere-se apenas ao direito ao voto quando se trata de política ou termos propostos por ela, não cabendo ser tratado como Sufrágio Universal quando envolver qualquer tipo de votação que não interfira significamente na vida da sociedade. Exemplos como direito de votar em qual seria o melhor cantor do país ou mulher mais bonita NÃO pode ser tratado como Sufrágio Universal.
Sufrágio indireto[editar | editar código-fonte]
O caso dos Estados Unidos[editar | editar código-fonte]
Este método é usado, por exemplo, nos Estados Unidos para escolha do Presidente e do Vice-Presidente da República, onde todos os eleitores individuais qualificados para tal elegem um colégio eleitoral, que por sua vez escolhem os dois cargos políticos em questão. Neste caso, os eleitores individuais participam ativamente mas indiretamente nas eleições.
 
 
(estudar - celso Bandeira de Mello).

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