Buscar

18.09 - DEBATES CLÁSSICOS - O Guardião da Constituição Schmitt

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

O Guardião da Constituição- Carl Schmitt
O embasamento democrático da posição do Presidente do Reich- CAPÍTULO 10
Para o autor, a independência dos juízes não tem, no Estado atual, de forma alguma o objetivo de criar um titular da correta volição política, mas de determinar uma esfera da justiça vinculada à lei dentro de um ser estatal ordenado. Outros tipos de independência têm outras funções, dentre elas possibilitarem uma forte volição política, independente dos métodos do Estado partidário pluralista- métodos estes de dissolução do Estado. Isso não é levado em conta em virtude da confusão entre neutralização, despolitização partidária e despolitização, mas se distingue de imediato quando é observado que às diversas independências correspondem diversas inamovibilidades (?), mesmo se nem sempre refletidas e realizadas, imunidades e, para o que, porém parece existir na Alemanha pouca compreensão e inclinação. Sobretudo no direito público alemão, em que se conhece uma incompatibilidade da posição do presidente do Reich com a de um deputado do parlamento. Seu sentido político reside no fato de que, aqui, a autonomia do sistema plebiscitário introduzido pela Constituição se manifesta perante o parlamentar. Ela alude a uma independência político-partidária, mas não apolítica. Em contrapartida, a incompatibilidade introduzida para os membros do tribunal de contas tem o sentido de despolitização; Enquanto em outras democracias ainda existe, de maneira muito natural, uma série de incompatibilidades de funcionários públicos, na Alemanha são pouco conhecidas. Contudo, merece menção o fato de que recentemente, foi proposta, por um lado conceituado, uma incompatibilidade parlamentar geral para os funcionários públicos judiciais. Evidentemente, para membros de um tribunal constitucional estão dispostas as mais rígidas incompatibilidades mesmo onde, de resto, o sentido por claras separações é pouco desenvolvido.
Nos diversos casos de “independência”, portanto, tem-se que observar em primeiro lugar se a independência deve conceder somente defensiva e negativamente uma proteção contra a volição política ou se, ao contrário, é garantida uma participação positiva autônoma a determinação ou influência da volição política. A independência judicial é tão- somente o outro lado da vinculação judicial à lei e, nesse ponto, apolítica. Mas, de resto, é de grande importância que tanto a independência do funcionário de carreira quanto a independência do deputado parlamentar e, por fim, também a posição do chefe de Estado, protegida por uma difícil revocabilidade e por privilégios especiais, estejam estritamente ligadas com a ideia do todo da unidade política. A constituição de Weimar diz: “ os funcionários públicos são servidores da totalidade, não de um partido.” “ Os deputados representam todo o povo”. “O presidente do parlamento do Reich é eleito pela totalidade do povo alemão” e representa o Reich alemão no exterior. 
A referencia à totalidade da unidade política sempre contém uma oposição aos grupos pluralistas da vida social e econômica e deve provocar uma superioridade sobre semelhantes agrupamentos. Quando isso não for o caso, a adoção superficial de tais formas constitucionais atua ou como vã ficção ou expressa apenas a objetividade do parecerista imparcial, assim o é para os membros do conselho econômico provisório do Reich, para os quais o art. 5º do decreto de 1920 determina igualmente que esses membros são “representantes dos interesses econômicos de todo o povo”.
É só em uma relação de comparação entre tais determinações que se distingue a posição que compete ao presidente do Reich de acordo com a Constituição de Weimar. O presidente do Reich encontra-se no centro de todo um sistema de neutralidade e independência político-partidárias, construído sobre uma base plebiscitária. O ordenamento estatal do atual Reich alemão depende dele na mesma medida em que as tendências do sistema pluralista dificultam, ou até mesmo impossibilitam, um funcionamento normal do Estado legiferante. Antes que se institua para questões e conflito relativos à alta política, um tribunal como guardião da Constituição e, por meio de tais politizações, se onere e coloque em risco a justiça, dever-se-ia lembrar desse conteúdo positivo da Constituição de Weimar e de seu sistema constitucional. Segundo o presente conteúdo da Constituição de Weimar, já existe um guardião da Constituição, a saber, o presidente do Reich. Tanto o elemento relativamente estático e permanente (eleições por 7 anos, difícil revogabilidade..) quanto o tipo de seus poderes tem o objetivo de criar um órgão político-partidariamente neutro devido sua relação direta com a totalidade estatal, o qual, como tal, é o defensor e guardião da situação constitucional e do funcionamento constitucional das supremas instancias jurídicas, e em caso de necessidade está dotado de poderes eficientes para uma proteção efetiva da constituição. O juramento político sobre a constituição faz parte, segundo a tradição do direito constitucional alemão, da “garantia da Constituição” e o texto escrito do regulamento constitucional vigente qualifica o presidente do Reich, de forma nítida o suficiente, de guardião da constituição. 
O fato de o presidente do Reich ser o guardião da Constituição corresponde, porém, apenas também ao princípio democrático, sobre o qual se baseia a Constituição de Weimar. O presidente é eleito pela totalidade do povo alemão e seus poderes políticos perante as instâncias legislativas (especialmente a dissolução do parlamento do Reich e instituição de um plebiscito) e são, pela natureza dos fatos, apenas um “apelo ao povo”. Por tornar o presidente do Reich o centro de um sistema de instituições e poderes plebiscitários, assim como político- partidariamente neutro, a vigente Constituição do Reich procura formar, justamente a partir dos princípios democráticos, um contrapeso para o pluralismo dos grupos sociais e econômicos de poder e defender a unidade do povo como uma totalidade política. Para Schmitt, a Constituição de Weimar empreende o povo alemão como uma unidade capaz de ação direta. A Constituição, desse modo, busca em especial dar à autoridade do presidente do Reich a possibilidade de se unir diretamente a essa vontade política da totalidade do povo alemão e agir, por meio disso, como guardião e defensor da unidade e totalidade constitucionais do povo alemão. 
Em resumo...
Quem deve ser o guardião da Constituição?
	SCHMITT
	KELSEN
	Guardião: Presidente do Reich
	Guardião: Tribunal Constitucional 
	Teoria do Poder neutro (Benjamin Constant)
	T. Const. -Com independência do poder judiciário- critica o poder neutro, alegando que este nunca foi neutro, alegando uma posição monárquica de Schmitt.
	Questão da guarda constitucional é meramente POLÍTICA, para ele jurisdição nada tem a ver com política. Direito é decisão- quem decide sobre o estado de exceção tem o poder político
	Questão da guarda constitucional é POLÍTICA E JURISDICIONAL- quando o juiz dá a sentença, ele se baseia na situação perante a lei, mas ao mesmo tempo cria o direito.
	Um tribunal Constitucional só politizaria o judiciário. A Constituição dá unificação política e defende a unidade do povo.
	O Tribunal Constitucional é real, que terá objetivo e procedimento específico. Para ele, é ficção acreditar que é possível dar unidade ao povo, pois há a supremacia das maiorias. O tribunal Constitucional daria voz às minorias também.

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes