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Sugestões de Adubação e Calagem no Estado do Ceará Leoncio

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Transcrito por: Leoncio Gonçalves Rodrigues 2013
Recomendações de Adubação e Calagem para o Estado do Ceará
Tecnologia em Irrigação e Drenagem
N
P
K
INTRODUÇÂO
Este manual contém as recomendações de adubação e calagem para a maioria das culturas exploradas no Estado do Ceará. As informações aqui contidas, resultantes dos trabalhos de pesquisa existentes na região, e da experiência de campo adquirida pelos extensionistas ao longo dos anos, se traduzem numa tentativa de que elas possam representar um importante suporte básico à assistência técnica.
O trabalho da revisão da publicação Recomendações de Adubação para o Estado do Ceara, editado em 1978, surgiu da necessidade sentida pelos professores, pesquisadores e extensionistas que trabalham com fertilidade do solo e adubação e de sugestão surgida no Simpósio sobre Pedologia e seus Problemas no Ceará, promovido pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Ceará (AEAC) e Comissão Estadual de Solos do Ceará (CESSOLOS-CE), em abril de 1990. Logo após o evento, por iniciativa dos próprios técnicos, uma equipe interinstitucional de trabalho (UFC/EMATERCE/EPACE/FUNCEME) foi formada para efetivar a então reivindicada revisão. Na estratégia traçada, técnicos de diferentes regiões do Estado foram convidados a participar, procurando-se, desta maneira, somar os conhecimentos e as experiências adquiridas nas diversas culturas em diferentes microrregiões. Uma vez formuladas, as propostas de recomendações para as principais culturas foram submetidas à apreciação dos diversos técnicos ligados a pesquisa, ao ensino, a assistência técnica e a extensão rural do Estado do Ceará. Destes contatos resultou o aprimoramento do trabalho da equipe que se consolidou na elaboração deste manual de Recomendações de Adubação e Calagem para o Estado do Ceará, dirigido aqueles que, direta ou indiretamente, estão envolvidos com a atividade agrícola.
As recomendações aqui enunciadas pressupõem que todos os demais fatores de produção (especialmente água, recurso limitante no semiárido) estejam em condições satisfatórias, ou ótimas, incluindo-se a correção da acidez do solo e o manejo adequado do solo e da cultura. Como se trata de recomendações gerais, estas poderão ser modificadas de acordo com as variações de solo, clima, cultivar, orientação agronômica, etc. Poderão, ainda, ser alteradas num futuro próximo, de acordo com o desenvolvimento da pesquisa e a introdução de novas praticas.
AMOSTRAGEM DO SOLO
2.1.	Considerações Gerais
A coleta de amostras de solos é o primeiro passo para a caracterização da fertilidade de um solo. Portanto, trata-se de uma fase importante, e deve ser executada com bastante critério e cuidado, a fim de que os resultados analíticos retratem as reais características e propriedades dos solos.
 Os principais objetivos da analise da fertilidade do solo são: a) avaliar o nível da fertilidade atual do solo; e b) orientar a aplicação correta de corretivos, fertilizantes minerais e orgânicos as culturas.
2.2.	Material Necessário para a Coleta de Amostras
Para a coleta adequada das amostras de solo, comumente necessita-se de um dos seguintes materiais (Fig. 2.1): a) Trado holandês: adequado para amostragem de até 80 cm de profundidade; tem bom desempenho em qualquer tipo de solo, embora exija grande esforço físico; b) Trado de rosca: mais usado em solos arenosos e úmidos; c) Trado de caneco: ideal para solos secos e compactados, d) Calador: ideal para solos de textura médios e úmidos; e e) Pá de corte: mais simples e disponível para o agricultor.
Figura 2.1 Equipamentos mais comuns para a coleta das amostras de solo.
Para a coleta de amostras. Profundas, pode-se usar a cavadeira ou trado com cabo alongado. Além dos instrumentos citados, são necessários ainda, para a coleta, recipientes limpos, lápis, sacos plásticos e etiquetas. Um modelo de etiqueta é sugerido a seguir:
	Propriedade
	
	Proprietário
	
	Município
	
	Identificação
	
	Cultura
	
	Data da coleta
	
2.3 Procedimentos para a coleta da amostra de solo.
 As áreas a serem amostradas são geralmente aquelas que irão ser cultivadas na pr6xima safra agrícola.
 A propriedade agrícola deverá ser dividida em áreas que apresentem características uniformes. Para tal, leva-se em conta a cor o solo, a textura da camada superficial (arenosa ou leve, argilosa ou pesada, franca ou média), a posição topográfica (partes baixas ou altas e encostas), o tipo de cobertura vegetal ou cultura existente, as condições de drenagem e o histórico da área quanto à adubação ou correção anterior (Fig. 2.2).
Zoneamento da propriedade agrícola em áreas com características uniformes para a coleta da amostra de solo.
A coleta da amostra de solo para a análise de fertilidade deve ser realizada na camada superficial (0 a 20 cm de profundidade). A área escolhida deve ser percorrida em zig-zag (Fig. 2.3) e coletadas, com auxilio de ferramentas adequadas (Fig. 2.1), várias sub-amostras em diferentes pontos (no mínimo vinte), tendo o cuidado de retirar sempre o mesmo volume de terra e a mesma profundidade. É conveniente amostrar o subsolo (20 a 50 cm de profundidade) seguindo-se os mesmos critérios anteriormente citados, nos seguintes casos: a) novas áreas a serem plantadas, principalmente, aquelas destinadas à implantação de culturas perenes; e b) áreas com suspeita de problemas químicos no subsolo, tais como: acidez elevada (revelada pela presença de raízes pequenas dilaceradas e fibrosas das plantas nativas ou cultivadas), camadas salinizadas (comuns em solos Aluviais, Planossolo Solódico ou Solonetz Solodizado).
Figura 2.3. Procedimento para a coleta da amostra de solo para a análise da fertilidade.
O envio da amostragem de solo para o laboratório deve ser acompanhado de informações complementares que ajudarão na interpretação dos resultados. Um modelo de formulário com estas informações é apresentado a seguir. 
	Informações Complementares para Auxiliar na Avaliação da Analise de Fertilidade do Solo:
	Propriedade
	
	Proprietário. 
	
	Município: 
	
	Estado: 
	
	Amostra composta de:
	
	Sub-amostras.
	
	Profundidade da amostra: (cm) 
	
	Área amostrada (ha):
	
	Vegetação nativa: 	
	
	Cultura anterior: 	
	
	Produção (kg/ha): 	
	
	Cultura atual:
	A ser plantada
	Existente
	Idade
	
	
	
	
	Itens
	SIM
	NÃO
	Vai ser irrigado?
	
	
	Já fez calagem? 
	
	
	Recebeu adubação mineral? 
	
	
	Recebeu adubação orgânica?
	
	
	 Data da coleta:
	
	
	
RESULTADOS DA ANALISE DO SOLO
3.1. Unidades de Expressão dos Resultados da Analise
Os resultados das analises de solos são, comumente, expressos em dois sistemas de unidades. Um sistema indica a quantidade do nutriente por peso de solo e, o outro, por volume de solo. A conversão de um sistema em outro requer o conhecimento da densidade do solo usado na análise (Terra Fina Seca ao Ar - TFSA, ou, na estufa - TFSE). Por outro lado, a quantidade de nutriente também pode ser expressa em unidades de massa física (quilograma - kg, grama - g, miligrama - mg, micrograma - ug) ou químicas (moles-mol, equivalente - eq., miliequivalente - meq, microequivalente - ueq) e relaciona-se com a quantidade de solo, em peso ou volume, para expressar os resultados das analises. A seguir são indicadas algumas formas mais comuns de expressar os resultados,
Percentagem (%) — é uma medida de proporção que indica quantas partes do nutriente estão presentes em 100 partes de solo. É importante que ambas as partes estejam na mesma unidade. Usualmente a relação é massa/massa. Exemplo: 2% de CaCO3 no solo, significam que em 100g (ou kg) de solo ha 2 g (ou kg) de CaCO3..
Partes por milhão (ppm) - a semelhança da percentagem, é uma medida de proporção usada para concentrações muito pequenas. Indica as partes dos nutrientes presentes em um milhão de partes de solo. Usualmente se usaa relação massa/massa e para seu cálculo são usadas as mesmas unidades. Exemplo: 5 ppm de P no solo significa que haverá 5 gramas de P em um milhão de gramas de solo, que equivale a: 5mg/kg de solo ou 5 ug/g de solo.
Microgramas por centímetro cúbico (ug/cm3) — é uma relação massa / volume. Exemplo: 5 ug/cm3 de P no solo, indica que em cada cm3 de solo existem 5 microgramas de fósforo. Conhecendo a densidade aparente do solo (d) pode transformar-se em ppm e vice-versa pela expressão:
Miligrama por cem gramas (mg/100g) — É uma relação massa/massa. Exemplo: 2mg/100g de P no solo significa que em 100g de massa de solo existem 2 miligramas de fósforo. Os resultados em mg /100g podem ser transformados em ppm usando o fator 10 (2mg/100g = 20ppm de P).
miliequivalente por cem gramas (meq/100g) — É uma relação entre a quantidade do elemento ou substancia em unidades químicas (Nº. de miliequivalentes) e massa do solo (gramas). Conhecendo o peso equivalente do elemento (Tabela 3.2), os resultados em meq/100g podem ser transformados em percentagem ou vice-versa, pelas expressões:
Miligramas por cem centímetros cúbicos (mg / 100cm3): È uma relação massa/volume. Exemplo: 5 mg / 100cm3 de P no solo significa que no volume de 100cm3 de solo existem 5 miligramas de fósforo, Conhecendo a densidade aparente (d) do solo (TFSA) os resultados em mg/100cm3 podem ser expressos em mg / 100g, usando a expressão:
Miliequivalentes por centímetros cúbicos (mg/100cm3) - Indica o número de miliequivalentes do elemento ou substancia presente no volume de 100 cm3 de solo. De maneira similar ao caso anterior, conhecendo a densidade aparente (d) do solo é possível sua transformação para meq / 100g usando a expressão:
3.2. Apresentação dos Resultados: 
Os laboratórios do Estado do Ceará que executam análises de fertilidade do solo estão capacitados para realizarem as seguintes determinações abaixo relacionadas, com a simbologia e unidade comumente usadas:
	Determinação
	Símbolo
	Unidade
	pH em água (1:2,5)
	pH
	-
	Fósforo disponível
	P
	ug/cm3
	Potássio disponível
	K
	ug/cm3
	Sódio trocável
	Na+
	meq/100cm3
	Cálcio trocável
	Ca2+
	meq/100cm3
	Magnésio trocável
	Mg2+
	meq/100cm3
	Alumino trocável
	Al3+
	meq/100cm3
	Hidrogênio + Alumínio trocável
	(H+ + Al3+)
	meq/100cm3
	Capacidade efetiva de troca cátions
	T
	meq/100cm3
	Saturação do Al na CTC efetiva
	M
	%
	Capacidade de troca de cátions
	T
	meq/100cm3
	Percentagem de saturação das bases
	V
	%
	CEes
	C.E.
	dS/m
	Matéria orgânica
	M.O
	%
Observações:
 
O P e o K disponíveis são determinados em extrato HCI 0.05N + H2SO4 0.025N na relação 1:10 (10g de solo /100ml de extrato)
O Ca2++, Mg2+ , Na+ e Al3+ são determinados no extrato KCl N a pH 7.
A matéria orgânica e a condutividade elétrica somente são determinadas quando solicitadas pelo interessado, igualmente o NA+ e (H+ + Al3+) tocáveis que tem seus valores usados nos cálculos de T e V.
3.3. Transformações de Unidades
Os dados fornecidos pelas análises freqüentemente precisam ser transformados, de acordo com as necessidades do usuário para a solução de problemas práticos. Assim por exemplo, é comum a necessidade de se transformar quantidades do elemento de meq/100cm3, ug/100cm3, ppm, etc., para kg/ha. Essas transformações podem ser realizadas de maneira rápida com o auxilio das Tabelas 3.1, 3.2, e 3.3 que indicam fatores de conversão de unidades, pesos equivalentes e compostos químicos, respectivamente. A seguir são dados alguns exemplos da utilização das referidas tabelas.
Exemplo 1: Uma análise de solo dá como resultado 25 ug/100cm3 de fósforo disponível.
Quantos ppm de P dispõe o solo?
25ug/100cm3 x 0,714 (Tabela 3.1) = 17,85 ppm de P.
Quantos kg/ha de P disponível possui o solo?
25ug/480cm3 x 2 (Tabela 3.1) = 50 kg de P/ha.
ou, usando o resultado em ppm:
17,85 ppm x 2,8 (Tabela 3.1) = 49,98 = 50 kg de P / ha
Tabela 3.1
Fatores Multiplicativos para transformar Unidades de Resultados Analíticos (A-- B). Do Solo (*).
	A\B
	g/100cm3
	mg/100cm3 
	ug/cm3 
	Kg/ha 
	t/ha 
	g/100g 
	mg/100g 
	Ppm
	g/100cm3
	1
	1.000
	10.000
	20.000
	20
	0,714
	7,14
	1.143
	mg/100cm3
	0,001
	1
	10
	20
	0,02
	0,000714
	0,714
	7,14
	ug/cm3
	0,0001
	0,1
	1
	2
	0,002
	0,0000714
	0,0714
	0,714
	Kg/ha
	0,00005
	0,05
	0,5
	1
	0,001
	0,000035
	0,0357
	0,357
	t/ha
	0,05
	50
	500
	1.000
	1
	0,0357
	35,7
	357
	g/100g
	1,4
	1.400
	14.000
	28.000
	28
	1
	1.000
	10.000
	mg/100g
	0,0014
	1,4
	14
	28
	0,028
	0,001
	1
	10
	ppm
	0,00014
	0,14
	1,4
	2,8
	0,00028
	0,0001
	0,1
	1
 (*) Considerando-se um hectare de 2.000m3 ou 2.800 t de solo (profundidade de 20 cm e densidade aparente (TFSA) = 1,4.
c) Quantos kg/ha de P2O5 representam 50 kg de P/ha?
50 kg de P x 2,2914 (Tabela 3.3) = 114,5 kg de P2O5/ha?
d) A quantos kg de Superfosfato simples (18% de P2O5) equivalem 50 kg de P ?
50 kg de P x 2,2914 (Tabela 3.3) = 114,5 kg de P2O5 
114,5 kg de P2O5 x 5,556 (Tabela 3.3) = 636,16 kg de Superfosfato simples.
 Exemplo 2: Um solo possui 2 meq de Ca / 100g de solo. Quantos kg de Ca / ha e de CaO / ha possui o solo?
	
a)	Quantidade de cálcio:
0,02004g
20,04 (Tabela 3.2)
1meqdeCa = 	
1000
2 meq x 0,02004g/meq = 0,04008g / 100g de solo
Em um hectare de solo:
0,04008g/100g x 28.000 (Tabela 3.1) = 1.122,24kg de Ca / ha
b)	Quantidade de oxido de cálcio (CaO):
1.122,24kg / ha de Ca x 1,3992 (Tabela 3.3) = 1.570,24 kg de CaO / ha
Tabela 3.2
	Pesos Equivalentes de Alguns íons e Compostos Químicos
	Símbolo ou Formula
	Nome Comum
	Equivalente Grama
	
	Na+
	íon Sódio
	23,00
	K+
	Íon
	39,10
	Ca2+
	Potássio
	20,04
	Mg2+
	íon Magnésio
	12,15
	Al3+
	íon Alumínio
	9,00
	Fe3+
	íon Ferro (III)
	18,62
	Fe2+
	ion Ferro (II)
	27,92
	NH4
	ion Amônio
	18,03
	PO43-
	íon Fosfato (orto)
	31,66
	HPO42-
	Íon Hidrogenofosfato
	47,99
	H2PO4
	Íon Dihidrogenofosfato
	96,97
	SO42-
	Íon Sulfato
	48,03
	CO32-
	Íon Carbonato
	30,00
	HCO3
	íon Bicarbonato
	61,01
	NaCl
	Cloreto de Sódio
	58,45
	Na2SO4
	Sulfato de Sódio
	71,03
	Na2CO3
	Carbonato de Sódio
	53,00
	NaHCO3
	Bicarbonato de Sódio
	84,01
	CaCl2
	Cloreto de Cálcio
	55,49
	CaSO4
	Sulfato de Cálcio
	68,07
	CaSO4.2H2O
	Gesso
	86,09
	CACO3
	Carbonato de Cálcio
	50,04
	MgCl2
	Cloreto de Magnésio
	47,62
	MgSO4
	Sulfato de Magnésio
	60,19
	MgCO3
	Carbonato de Magnésio
	42,16
	KCl
	Cloreto de Potássio
	74,55
	K2SO4
	Sulfato de Potássio
	87,13
	K2CO3
	Carbonato de potássio
	69,10
	KHCO3
	Bicarbonato de Potássio
	100,10
	H2SO4
	Acido Sulfúrico
	44,54
	Al2(SO4)3.18HO
	Sulfato de Alumínio
	111,07
	FeSO4.7H2O
	Sulfato de Ferro (II)
	139,01
	(NH4)2SO4
	Sulfato de Amônio
	63,03
	NH4NO3
	Nitrato de Amônio
	80,01
	NaNO3
	Nitrato de Sódio
	84,99
	KNO3
	Nitrato de Potássio
	101,11
	Ca(H2PO4)2
	Fosfato Monocálcico
	112,01
	CaHPO4
	Fosfato Dicálcico
	68,03
	Ca3PO4)2
	Fosfato Tricálcico
	51,60
	H3PO4
	Ácido Fosfórico
	32,56
Tabela 3.3
 Fatores de Conversão para Elementos, óxidos e Compostos Químicos
	Elemento ou Oxido
(A)
	Composto (*)
(B)
	Fator
	
	
	(A) para (B)
	(B) para (A)
	N (Nitrogênio)
	Sulfato de Amônio - (NH4)2SO4
	4,7612
	0,2100
	
	(21% N)
	
	
	N
	Nitrato de Amônio - NH4NO3
	3,0300
	0,3300
	
	(33% N)
	
	
	N
	Uréia - CO(NH2)2
	2,2220
	0,4500
	
	(45% N)
	
	
	N
	Nitrato de S6dio - NaNO3
	6,2500
	0,1600
	
	(16% N)
	
	
	N
	Fosfato Monoamônico - NH4H2PO4
	9,0910
	0,1100
	
	(11% N)
	
	
	N
	Fosfato Diamônico - (NH4)2HPO4
	5,5560
	0,1800
	
	(18% N)
	
	
	P (F6sforo)
	Pentóxido deFósforo - P2Og
	2,2914
	0,4364
	P2O5
	Fosfato Bicalcico - CaHP04.2H2O
	2,5640
	0,3900
	
	(39% P205)
	
	
	P2O5
	Fosfato Monoamônico - NH4H2PO4
	2,0830
	0,4800
	
	(48% P2O5)
	
	
	P2O5
	Fosfato Diamônico - (NH4)2HPO4
	2,1740
	0,4600
	
	(46% P2O5)
	
	
	P2O5
	Superfosfato Simples - Ca(H2PO4)2.CaSO4
	5,5560
	0,1800
	
	(18% P2O5)
	
	
	P2O5
	Superfosfato Triplo - Ca(H2PO4)2
	2,2220
	0,4500
	
	(45% P2O5)
	
	
	K (Potássio)
	Óxido de Potássio - K2O
	1,2046
	0,8302
	K2O
	Cloreto de Potássio – KCI
	1,6670
	0,6000
Tabela 3.3
Fatores de Conversão para Elementos, Óxidos e Compostos Químicos
(Continuação)
	Elemento ou Óxido (A)
	Composto (*) (B)
	Fator
	
	
	(A) para
(B)
	(B)para
(A)
	
	(50% K2O)
	
	
	K2O
	Nitrato de Potássio - KNO3
	2,2730
	0,4400
	
	(44% K2O)
	
	
	Ca (Cálcio)
	Oxido de Cálcio – CaO
	1,3992
	0,7147
	CaO
	Carbonato de Cálcio - CaCO3
	1,7848
	0,5604
	CaO
	Sulfato de Calcio - CaSO4
	2,4277
	0,4119
	CaO
	Gesso - CaSO4.2H2O
	3,0702
	0,3257
	CaO
	Hidrodoxido de Calcio - Ca(OH)2
	1,3212
	0,7568
	CaO
	Fosfato Tricalcio - Ca3(PO4)2
	1,8437
	0,5425
	CaO
	Superfosfato triplp - Ca(H2PO4)2
	7,6930
	0,1300
	
	(13,0% Ca)
	
	
	CaO
	Superfosfato Simples
	
	
	
	-Ca(H2PO4)2.CaSO4.2H2O
	4,9600
	0,2020
	
	(20,16% Ca)
	
	
	Mg (Magnésio)
	Oxido de Magnésio – MgO
	1,6579
	0,6032
	MgO
	Sulfato de Magnésio - MgSO4.7H2O
	10,5260
	0,0950
	
	(9,5% Mg)
	
	
	S (Enxofre)
	Trioxido de Enxofre - SO3
	2,4969
	0,4005
	S03
	Sulfato de Amônio - (NH4)2SO4
	1,6550
	0,6040
	
	(24,2% S)
	
	
	S03
	Sulfato de Potássio - K2SO4
	2,3560
	0,4240
	
	(16,0% S)
	
	
	S03
	Gesso - CaSO4.2H2O
	2,1505
	0,4650
	S03
	Sulfato de Magnésio - MgSO4.7H2O
	3,0790
	0,3250
	
	(13,0% S)
	
	
	S03
	Superfosfato Simples - Ca(H2PO4)2.CaSO4
	3,3380
	0,2990
	
	(12,0% S)
	
	
(*) Compostos com o teor de nutriente ou óxido expresso entre parênteses são produtos comerciais e, os demais, são substancias puras.
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA ANALISE DO SOLO
 	Os critérios para a interpretação dos resultados da análise do solo, em uso nos laboratórios do Estado do Ceará são apresentados na Tabela 4.1. Embora esses critérios sejam gerais para todos os tipos de solo e cultura, a sua utilização permite separar áreas com alta probabilidade de resposta a determinado nutriente, daquelas de baixa ou media probabilidades de resposta. A determinação desses critérios, traduzidos em classes de teores de nutrientes no solo (baixo, médio, alto) e estabelecida a partir da correlação entre a produção relativa (de uma ou varias culturas) e o teor de nutriente (P ou K) no solo (Fig. 4.1).
Teores de P e K no solo (ug/cm3) 
Interpretação dos Resultados da Analise do Solo para Fósforo e Potássio.
O principio da recomendação da adubação fosfatada e potássica está baseado no fato de que quanto menores forem os teores de fósforo e potássio no solo, maiores serão as quantidades de fertilizantes recomendados. Para a determinação dessas quantidades são, também, levadas em consideração as exigências nutricionais da cultura, a manutenção da fertilidade do solo em níveis adequados, a eficiência da adubação e a sua viabilidade econômica. Em solos com teores "muito alto" de fósforo e potássio é dispensável a adubação com esses nutrientes. Entretanto, ela poderá ser efetuada, desde que, seja considerado um investimento e não um custo direto de produção.
A adubação nitrogenada e recomendada em função da exigência nutricional da cultura, da produção a ser alcançada e da sua eficiência e viabilidade econômica, dada a dinâmica do nitrogênio no solo.
 A determinação do cálcio e do magnésio tem por objetivo avaliar a necessidade de calagem. Esta é recomendada quando os teores de cálcio e magnésio somam valores inferiores a 3meq/100cm3, no caso de cultivos irrigados e, 2meq/100cm3, no caso de cultivos não irrigados. Para solos com teores de cálcio + magnésio inferior a 1meq/100cm3, a determinação é realizada em conjunto dada a imprecisão do método analítico de rotina para separá-los.
O alumínio, embora sendo um elemento nocivo as plantas, e determinado com a finalidade de verificar a necessidade ou não de neutralizá-lo através da pratica da calagem. Teores de alumínio superiores a 0,5meq/100cm3 (médio ou alto, Tabela 4.1) são considerados nocivos para a maioria das culturas, sendo então recomendada a calagem. Nestas condições, é interessante amostrar a camada subsuperficial do solo (20 a 50 cm de profundidade) para avaliar a presença do alumínio e a necessidade da sua correção nas camadas inferiores. A medida do pH do solo se faz necessária para a avaliação das condições de acidez ou alcalinidade do meio. Solos muito ácidos ou alcalinos são indesejáveis para a maioria das plantas. A faixa de pH ideal para o cultivo situa-se entre 5,5 a 6,5. Algumas culturas produzem adequadamente em valores de pH inferiores a 5,5 enquanto outras, em pH acima de 6,5. Quando o pH do solo encontra-se fora desta faixa e a cultura não e tolerante, e recomendada a sua correção.
A determinação da matéria orgânica na análise da fertilidade do solo é opcional. No entanto, o seu conhecimento é importante para estimar a necessidade da adubação orgânica. Em geral, os solos do Estado do Ceará apresentam baixos teores de matéria orgânica. Nos solos cultivados é importante que esse valor seja mantido pelo menos em torno de 1,5% (Tabela 4.1)
Níveis de fertilidade para interpretação dos Resultados da Análise do Solo Utilizados pelo laboratórios do estado do Ceara 
	
Determinações 
	
Unidade
	Classificação	
	
	
	Baixo
	Médio
	Alto
	Muito Alto
	Aluminio (Al3+)
	meq/100cm3
	0-0,5
	0,6-1,0
	>1,0
	-
	Cálcio (Ca++)
	meq/100cm3
	0-1,5
	1,6-4,0
	>4,0
	-
	Magnésio (Mg2+)
	meq/100cm3
	0-0,5
	0,6-1,0
	>1,0
	-
	Potássio (K+)
	Ug/cm3
	0-45
	46-90
	>91-180
	>180
	Fósforo (P)
	Ug/cm3
	0-10
	11-20
	21-40
	>40
	Matéria Orgânica (M.O)
	%
	0-1,5
	1,6-3,0
	>3,0
	-
	Acidez
	Neutralidade
	Alcalinidade
	
	Alta
	Médio
	Baixa
	
	Baixa
	Médio
	Alta
	pH em água (1:2,5) 
	<5,0
	5,1-5,9
	6-6,9
	7
	7,1-7,4
	7,5-7,9
	>7,9
Alterações nos critérios de interpretação dos resultados da análise do solo e recomendações de adubação e calagem podem ocorrer com base em trabalhos de campo e, quando cabíveis, são apresentadas no Capítulo 15 que se refere as sugestões de adubação e calagem para as principais culturas do estado do Ceara.
Nem sempre os resultados analíticos são aqueles esperados pelos técnicos. Nestes casos, a primeira atitude a ser tomada é verificar até que ponto a interpretação dos resultados foi afetada. Muitas vezes, diferenças entre resultados, que podem parecer importantes, não o são do ponto de vista prático da utilização da análise do solo (por exemplo: 50 ou 70ug/100cm3 de solo têm a mesma recomendação de adubação). É recomendável também, verificar se a amostragem foi correta porque a precisão da análise do solo pode ser limitada pela qualidade da amostra. Caso persista a duvida, o usuário deve solicitar ao laborat6rio a verificação dos resultados e, se necessário, a repetição da analise.
FERTILIZANTES COM MACRONUTRIENTES 
5.1. Considerações Gerais
Os elementos químicos necessários ao crescimento e desenvolvimento das plantas, e que são exigidos em grandes quantidades, são chamados de macronutrientes. São eles: nitrogênio (N), f6sforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S). Como os seus requerimentos pelas culturas são grandes, é comum ocorrerem deficiências desses nutrientes em solos intensamente cultivados. As suas exigências pelas culturas obedecem, em geral, a seguinte ordem: N > K > Ca = Mg > P = S. Como se pode verificar, as maiores exigências nutricionais são em nitrogênio e potássio, sendo o fósforo requerido em menores quantidades.No entanto, as adubações fosfatadas são tão elevadas quanto as de nitrogênio e potássio. Esse fato deve-se a uma serie de reações que o fósforo sofre nos solos (sorção do f6sforo) especialmente, em áreas tropicais, deixando-o indisponível as plantas.
5.2. Fertilizantes Nitrogenados
 Em geral, o nitrogênio é o nutriente que as plantas necessitam em maior quantidade. Ele faz parte de muitos compostos da planta, principalmente as proteínas. O seu efeito mais visível é a vegetação verde e exuberante; estimula a formação e o desenvolvimento de gemas floríferas e frutíferas, o maior perfilhamento e aumenta o teor de proteínas. Quando fornecido em excesso (desequilibrado em relação aos outros nutrientes) pode atrasar o florescimento e a maturação dos frutos e predispor as plantas ao ataque de doenças. A sua adição ao solo é feita através dos fertilizantes nitrogenados. Estes, quando aplicados ao solo estão sujeitos a perdas por lixiviação (arraste pelas águas de drenagem), erosão (arraste pelas águas de escoamento superficial), volatilização e desnitrificação (perdas sob formas gasosas que escapam para a atmosfera). Em face dessas perdas, os fertilizantes nitrogenados não têm efeito residual. A sua distribuição deve ser conduzida no sentido de reduzir essas perdas para que as plantas possam aproveitar ao Máximo o nitrogênio incorporado (vê Capitulo 10). Quando as adubações não são bem planejadas, essas perdas chegam a 40-50%, sendo a eficiência da adubação de 50 a 60%. Isso significa dizer que, do nitrogênio incorporado ao solo, no Máximo 50 a 60% é utilizado pelas plantas. Os fertilizantes nitrogenados mais comuns encontram-se na Tabela 5.1.
5.3. Fertilizantes Fosfatados
O fósforo é, entre os macros nutrientes, o que as plantas requerem em menor quantidade. Ele participa da estrutura dos ácidos nucléicos, fosfolipídios e coenzimas e têm as seguintes funções na planta: a) acelera a formação de raízes; b) aumenta a frutificação; c) apressa a maturação dos frutos; d) aumenta o teor de carboidratos, óleos, gorduras e proteínas; e e) ajuda a fixação simbiôntica do nitrogênio. As necessidades de fósforo podem ser supridas através dos fertilizantes fosfatados. Esses, quando incorporados aos solos, especialmente aqueles que têm reação ácida, textura argilosa e CTC (capacidade de troca de cátions) elevada, estão sujeitos a uma serie de reações que tendem a deixá-lo sob formas indisponíveis as plantas, pelo menos em curto prazo (sorção do fósforo). Com o tempo, parte dessas formas de fósforo pouco solúveis, vão se transformando lentamente, em formas solúveis, podendo ser absorvidas pelas plantas. É por esta razão que os fertilizantes fosfatados têm efeito residual. Em face dessas reações experimentadas pelo fósforo no solo, a eficiência das adubações fosfatadas é baixa, estando em torno de 20%. Por esta razão, em solos com elevada capacidade de sorção, é recomendado, antes do plantio, uma fosfatagem. Essa prática consiste na adição de fosfatos, em geral, rocha moída (custo mais baixo) com o objetivo de diminuir ou neutralizar o potencial de sorção do fósforo do solo. Em seguida, por ocasião do cultivo, é feita a adubação fosfatada recomendada para a cultura, tendo o cuidado de reduzir ao mínimo o contato do adubo com o solo (vê Capitulo 10). Dessa forma, e possível aumentar a eficiência da adubação, pois, as reações de sorção já ocorreram anteriormente com a fosfatagem. Esta prática, têm ainda a função de, com o tempo, elevar os níveis de fósforo do solo. Os fertilizantes fosfatados mais comuns encontram-se na Tabela 5.2.
Tabela 5.1
Principais características dos fertilizantes nitrogenados mais comuns.
	Fertilizante
	Percentagem de
	Forma do
	
	N
	P2O5(*)
	K2O
	Ca
	S
	Nutriente (N)
	Composto
	Fosfato Diamônico
	18
	40
	-
	-
	-
	Amoniacal (NH4)
	(NH4)2HPO4
	Fosfato Monoamônico (MAP)
	11
	18
	-
	-
	-
	Amoniacal (NH4)
	NH4H2PO4
	Nitrato de Amônio
	33
	-
	-
	-
	-
	Nítrica (NO-3) e amoniacal (NH4+)
	NH4NO3
	 Nitrato de Potássio 
	15
	-
	44
	-
	-
	Nítrica (NO3-)
	Ca (NO3)2
	Nitrocálcio
	22
	-
	-
	7
	-
	Nítrica (NO3-)
	KNO3
	Salitre do Chile
	16
	-
	-
	-
	-
	Nítrica (NO3-)
	NH4NH3CaCO3
	Sulfato de Amônio
	21
	-
	-
	-
	24
	Amoniacal (NH4+)
	(NH4)2SO4
	Sulfonitrato de Amônio
	26
	-
	-
	-
	15
	Amídica (NH2)
	CO(NH2)2
*Solúvel em água
Tabela 5.2
Principais características dos fertilizantes fosfatados mais comuns
	 Fertilizantes
	Percentagem de
	Forma do Composto
	
	P2O5(*) 
	P2O5(**) 
	N
	Ca
	S
	Nutrientes(p)
	
	Fosfato Diamônico (DAP)
	40
	46
	18
	-
	-
	HPO42-
	(NH4)2HPO4
	Fosfato Monoamônico (MAP)
	48
	50
	11
	-
	-
	H2PO4-
	(NH4)2HPO4 
	Superfosfato Simples
	17
	18
	-
	19
	12
	H2PO4-
	Ca(O4O4)2.CaSO4. H2O
	Superfosfato triplo
	39
	45
	-
	13
	1,2
	H2PO4-
	Ca (H2PO4)2 
	Fosfato Bicálcico
	0
	30
	-
	21
	-
	H2PO4-
	CaHPO4.2H2O 
	Apatita do Araxá
	0
	6
	-
	29
	-
	PO43-
	Ca5(PO4)3(F,Br,OH,Cl * 
	Apatita de Patos
	0
	4
	-
	25
	-
	PO43-
	Ca5(PO4)3(F,Br,OH,Cl *
(*) Fórmula genérica 
5.4 Fertilizantes Potássicos
	
	As necessidades de potássio pelas culturas são muito maiores que as de fósforo, equiparando-se às exigências de nitrogênio quando se considera as quantidades desses três nutrientes contidos na planta. O potássio estimula a vegetação, o perfilhamento e o enchimento dos grãos, aumenta o teor de carboidratos, óleos, lipídeos e proteínas: promove o armazenamento de açúcar e amido: ajuda a fixação do nitrogênio, regula a utilização da água e aumenta a resistência à seca, geada e moléstias. O suprimento de potássio é feito com a adição ao solo dos fertilizantes potássicos. Estes quando incorporados ao solo sofrem perdas por lixiviação e erosão. Essas perdas serão tanto maiores quanto menores for a CTC do solo. Por esta razão, devem-se tomar cuidados por ocasião da sua distribuição no solo evitando-se que ele entre em contato com uma faixa muito estreita de solo o que poderá acarretar uma saturação da CTC, naquela região, favorecendo as perdas por lixiviação. Em geral, a eficiência da adubação potássica está em torno de 70%. Outro aspecto a ser considerado é o elevado índice de salinidade apresentado pelo cloreto de potássio (adubo mais utilizado) e que pode causar danos à semente ou a muda; por esta razão, é recomendável evitar o contato fertilizante- semente ou fertilizante-raiz, quando por ocasião da sua distribuição. Os principais fertilizantes potássicos encontram-se na tabela 5.3. dentre eles convém ressaltar a importância das cinzas pelo fato de poder ser obtida na própria fazenda, a um baixa custo e fornecer quantidades consideráveis de potássio, cálcio e magnésio, dependendo do material que lhe deu origem.
Fertilizantes com Cálcio, magnésio e enxofre
O Cálcio, magnésio e enxofre são considerados Macronutrientes secundários o que não significa dizer que sejam menos necessários ás plantas que N P K. Adubações N P K na ausência de um desses três nutrientes resultam em produções irrisórias. A presença do cálcio na planta estimula o desenvolvimento das raízes, auxilia a fixação simbiótica do nitrogênio, evita o abortamento das flores e aumenta a resistência ás pragas e moléstias. O magnésio é parte essencial da molécula da clorofila, promove a formação de açúcares e lipídeos, atua como carregador do fósforo nas membranas celulares e auxilia a absorção de outros nutrientes. O enxofre aumenta a vegetação e a frutificação, o teor de óleo, gorduras e proteínas e favorece a fixação simbiótica do nitrogênio.
É comum, nos programas de adubação, a preocupação com o fornecimento no N PK, esquecendo-se os outros três macronutrientes. Como as adubações são antecedidas da calagem, em solos deficientes de cálcio e magnésio, as suas disponibilidades para as plantas ficam asseguradas. A avaliação da relação Ca/mg nos solospoderá ser elevada em consideração quando se tratar, em especial, de culturas mais exigentes em cálcio e ou em magnésio. Um desequilíbrio nesta relação poderá acarretar distúrbios nutricionais. Para a maioria das culturas a relação Ca/mg deverá oscilar entre 4 e 5:1. Caso apresente valores superiores (maior que 5) é recomendável a aplicação de 50 Kg/ ha de sulfato de magnésio na cova ou no sulco do plantio. Entretanto, se, nestes solos, for realizada a calagem com calcário dolomítico, a adição do sulfato de magnésio torna-se desnecessária. O cálcio é, em geral, muito mais abundante no solo que o magnésio. Em solos onde ocorra o contrário, ou seja, a relação Ca/mg igual ou inferior a 1:1, é recomendável a aplicação de 500 kg/ ha de gesso na cova ou no sulco do plantio. Com relação ao enxofre, é necessário que, nas adubações NPK, ele seja incluído, de forma indireta através de um fertilizante que o contenha. O uso das combinações uréia (fonte de N) e superfosfato simples (fontes de P, Ca e S) ou, sulfato de amônio (fonte de N e S) e superfosfato triplo (fonte de P), garantem o seu suprimento. É possível ainda, dispor do sulfato de potássio (fonte de K e S), entretanto, o seu custo em relação em relação ao cloreto de potássio (fonte de K) torna-o proibitivo, exceto em culturas onde o seu uso é obrigatório (fumo, batatinha). Os fertilizantes mais comuns contendo cálcio, magnésio e enxofre encontram-se na tabela 5.4.
5.6 Manejo dos fertilizantes
	 
	O manejo dos fertilizantes deve levar em consideração os seguintes aspectos: a) indicações de quantidades adequada de acordo com as necessidades da cultura e as disponibilidades de nutrientes no solo; b) modo de distribuição do fertilizante adequado ao sistema radicular da planta, textura do solo e forma como se encontra o nutriente; c) parcelamento de acordo com as fases de maior demanda da planta, textura do solo e disponibilidade de água; d) preservação da qualidade do solo ( avaliando os efeitos do fertilizante na poluição do solo e dos mananciais de água) ; e e) custo da adubação, o que é imprescindível por se tratar de uma atividade econômica.
	O sucesso da adubação depende da observação de todos esses pontos mencionados. Só assim é possível manter a produtividade elevada, com custos compatíveis e garantir a preservação do solo e da água, recursos naturais responsáveis pela manutenção das condições de vida na terra.
Tabela 5.3
Principais Características dos fertilizantes potássicos mais comuns
	
 Fertilizantes 
	 
 Percentagem de
	
Forma do
	
	 K2O
	N
	Ca
	Mg
	S
	Nutrientes
	Composto
 
	Cinzas
	1-20
	-
	4-18
	1-3
	-
	K+
	K2O, K2CO3
	Cloreto de potássio
	60
	-
	-
	-
	-
	K+
	KCl
	Nitrato de potássio
	44
	13
	-
	-
	-
	K+
	KNO3
	Sulfato de potássio
	50
	-
	-
	-
	17
	K+
	K2SO4
	Sulfato de potássio e
 Magnésio 
	22
	-
	-
	11
	22
	K+
	K2SO4.MgSO4
Principais características dos fertilizantes mais comuns contendo Cálcio, Magnésio e Enxofre:
 
	
Fertilizantes
	Percentagem de Nutrientes (Ca, Mg, S)
	Forma do Composto
	
	Ca
	Mg
	S
	N
	P205(**)
	K2O
	
	Sulfato de cálcio
	16
	-
	13
	-
	-
	-
	Ca²+, S042-
	CaSO4
	Gesso
	23
	-
	13
	-
	-
	-
	Ca2+,SO42-
	CaSO42H2O
	Nitrato de Cálcio
	20
	-
	-
	15
	-
	-
	Ca2+
	CaNO3
	Nitrocálcio
	7
	-
	-
	22
	-
	-
	Ca2+
	NH4NO3CaCO3
	Superfosfato Simples
	19
	-
	12
	-
	17
	-
	Ca2+,SO42-
	Ca(H2PO4)2CaSO42H2O
	Superfosfato Triplo
	11
	-
	1
	-
	39
	-
	Ca2+, SO42-
	Ca(H2PO4)2
	Sulfato de Magnésio
	-
	9
	13
	-
	-
	-
	Mg2+,SO42-
	MgSO4
	Magnesita
	-
	55(*)
	-
	-
	-
	-
	Mg2+
	MgO
	Carbonato de Mg
	-
	26
	-
	-
	-
	-
	Mg2+
	MgCO3
	Sulfato de K e Mg
	-
	11
	22
	-
	-
	22
	Mg2+,SO42-
	K2SO4MgSO4
	Sulfato de potássio
	-
	-
	16
	-
	-
	50
	SO42-
	K2SO4
	Sulfato de Amônio
	-
	-
	24
	20
	-
	-
	SO42-
	(NH4)2SO4
	Sulfonitrato de amônio
	-
	-
	15
	26
	-
	-
	SO42-
	(NH4)2SO4NH4NO3
 
 (*) Magnésio total na forma de Óxido
(**) Solúvel em água
 FERTILIZANTES COM MICRONUTRIENTES 
 Alguns dos elementos químicos necessários ao crescimento e desenvolvimento das plantas são exigidos em pequenas quantidades e, por isso, chamados de micronutrientes. Os seus requerimentos pelas culturas obedecem à seguinte ordem decrescente: Ferro (Fe), manganês (Mn), Zinco (Zn), Boro (B), Cobre (Cu), molibdênio (Mo) e cloro (Cl). As suas deficiências em solos originalmente férteis são pouco frequentes, só ocorrendo, quando estes são submetidos a cultivos intensivos e com produtividades elevadas. Os solos de baixa fertilidade natural, originados de sedimentos arenosos, apresentam baixos teores de micronutrientes. A disponibilidade dos micronutrientes no solo está relacionada com as condições de solo (principalmente pH, umidade, textura, material de origem, matéria orgânica), do clima, do tipo de planta e das interações da planta com o ambiente. A aplicação de quantidades elevadas de calcário pode reduzir as disponibilidades de ferro, cobre, zinco, manganês, que, embora presentes no solo em quantidades satisfatórias, não poderão ser aproveitados pelo fato de se encontrarem sob formas indisponíveis às plantas.
 A disponibilidade do boro é afetada pelo pH ( Fig.6.1), textura do solo, teor de cálcio e umidade do solo. A elevação do pH e do teor de cálcio no solo reduzem a sua disponibilidade para as plantas. Os solos mais argilosos adsorvem mais o boro dificultando a sua absorção pelas plantas. Em condições de seca, as deficiências de boro se acentuam. 
 O cobre, o ferro, o manganês e o zinco têm as suas solubilidades reduzidas com a elevação do pH a valores acima de 6,0 (fig. 6.1); neste caso, deficiências podem ser induzidas através da prática da calagem. Em solos orgânicos é comum ocorrerem deficiências desses micronutrientes pelo fato de serem complexados ou quelatizados pela matéria orgânica. Em solos argilosos eles podem ser fortemente retidos o que reduz as suas disponibilidades. O molibdênio e o cloro são os micronutrientes cujas disponibilidades no solo aumentam com o pH (Fig.6.1). A participação dos Micronutrientes no crescimento e desenvolvimento das plantas encontra-se na tabela 6.1.
 Figura 6.1 Disponibilidade dos nutrientes e pH do Solo ( Adaptada de MALAVOLTA Et Alii 1989b)
Tabela 6.1
Funções dos Micronutrientes na Formação e na Qualidade da Colheita
	Elemento 
	Funções
	Boro
	Colabora com o cálcio; germinação do grão de pólen e crescimento do tubo polínico, maior pegamento da florada; aumenta a granação; menor esterilidade masculina e chochamento de grãos
	Cobalto 
	Fixação de nitrogênio; maior crescimento de raízes 
	Cobre
	Aumenta a resistência às doenças; menor esterilidade masculina (cerais).
	Ferro 
	Fixação do Nitrogênio
	Manganês
	Aumenta a resistência a algumas doenças (mal-do-pé no trigo, por exemplo)
	Molibdênio
	Fixação simbiótica do nitrogênio
	Zinco
	Estimula o crescimento e a frutificação
FONTE: MALAVOLTA et alii (1989b).
	
 As deficiências de micronutrientes podem ter efeitos drásticos sobre a produtividade das culturas embora as suas ocorrências sejam mais raras que as deficiências de macronutrientes. Em geral, essas deficiências não são muito generalizadas e os sintomas diferem entre os micronutrientes; para um mesmo micronutriente, poderá haver diferenças de sintomas entre espécies e, entre as variedades da mesma espécie de planta. Essas deficiências são difíceis de serem determinadas através de análises em laboratórios devido às pequenas quantidades em que esses elementos estão presentes no solo e na planta. A contaminação da amostra de terra pela própria ferramenta utilizada na sua coleta (micronutrientepresente no próprio material), e a dificuldade na escolha de métodos analíticos eficientes que sejam simples e barato limita a determinação dos micronutrientes nas análises de rotina. Por estas razões, poucos são os laboratórios de analises de fertilidade do solo que fazem determinações de micronutrientes e, quando executadas, elas são caras.
	Na prática, os conhecimentos sobre deficiências micronutrientes vêm se acumulando por região e por cultura e, em função dessa experiência, as recomendações para as correções de micronutrientes são incorporadas às tabelas de adubações regionais e servem de orientação básica.
	Um aspecto a ressaltar no comportamento dos micronutrientes são as interações que ocorrem entre eles e os macronutrientes. Elas são importantes e muitas vezes ajudam a identificar deficiências não esclarecidas pela avaliação dos teores individuais dos nutrientes. Devido a estas interações, a presença de um nutriente em quantidade elevada pode prejudicar a absorção de um outro nutriente . As interações mais conhecidas entre os macro e micronutrientes são as seguintes: fósforo x zinco, zinco x nitrogênio, ferro x fósforo, cobre x fósforo, molibdênio x fósforo, molibdênio x enxofre, zinco x magnésio, e boro x cálcio. E entre os micronutrientes são: zinco x ferro, ferro x manganês, ferro x molibdênio, cobre x ferro, cobre x molibdênio, e cobre x zinco.
	Os fertilizantes mais comuns contendo micronutrientes encontram-se na Tabela 6.2. Entre as fritas disponíveis, são comercializadas no estado do Ceará (PRODUQUÍMICA) contendo 10% de zinco, 1,5% de boro, 0,8% de cobre, 3% de ferro, 2% de manganês e 0,1% de molibdênio e a FTE BR 12 ( NUTRIPLANT), contendo 9% de zinco, 1,8% de boro, 0,8% de cobre, 3% de ferro, 2% de manganês e 0,1% de molibdênio. Alguns fertilizantes com macronutrientes contêm micronutrientes como impurezas o que, dependendo da quantidade aplicada, poderá ser suficiente para atender as necessidades da cultura. As quantidades de micronutrientes contidas nos fertilizantes NPK encontram-se registradas na tabela 6.3.
Principais Características dos Fertilizantes mais Comuns Contendo Micronutrientes
	Fertilizante
	Percentagem de
	Forma do
	
	B
	Cu
	Fe
	Mn
	Mo
	Zn
	Nutriente
	Composto
	-
	BORO
	Bórox
	11
	-
	-
	-
	-
	-
	B4O72-
	Na2B4O7.10H2O
Ou NaB4O7.5H2O
	-
	Ácido Bórico
	17
	-
	-
	-
	-
	-
	BO33-
	H3BO3
	-
	Pentaborato de Na
	18
	-
	-
	-
	-
	-
	B10O162-
	Na2B10O16.10H2O
Na2B10O16
	-
	Fritas (FTE)
	(**)
	-
	-
	-
	-
	-
	BO33-
	Silicato
	(*****)
	COBRE
	Sulfato de cobre
	-
	13
	-
	-
	-
	-
	Cu2+
	CuSO4
	16-18%S
	Fosfato Cúprico Amonical
	-
	32
	-
	-
	-
	-
	Cu2+
	CuNH4PO4H2O
	34-36%P2O5(**)
5-7% de N
	Cloreto Cúprico
	-
	16
	-
	-
	-
	-
	Cu2+
	CuCl2
	50-52 de Cl
	Óxido Cúprico
	-
	75
	-
	-
	-
	-
	Cu2+
	CuO
	-
	Óxido Cuproso
	-
	89
	-
	-
	-
	-
	Cu2+
	Cu2O
	-
	Fritas (FTE)
	-
	(**)
	-
	-
	-
	-
	Cu2+
	Silicato
	(*****)
	Quelato
	-
	5
	-
	-
	-
	-
	Cu2+
	(*****)
	-
	FERRO
	Fosfato ferroso amonical
	-
	-
	29
	-
	-
	-
	Fe2+
	Fe(NH4)PO4H2O 
	36-38%P2O5***; 5-7% N*
	Polifosfato de Fe e Amônio 
	-
	-
	22
	-
	-
	-
	Fe2+
	Fe(NH4)HP2O7 
	55-59% P2O5***;4-5% N*
	Sulfato Férrico 
	-
	-
	23
	-
	-
	-
	Fe2+
	Fe2(SO4)34H2O 
	18-20% S
	Fritas (FTE)
	-
	-
	(**)
	-
	-
	-
	Fe2+
	Silicato
	(****)
	Quelato
	-
	-
	5
	-
	-
	-
	Fe2+
	(****)
	-
	MANGANÊS
	Sulfato manganoso 
	-
	-
	-
	26
	-
	-
	Mn2+ 
	MnSO4
	-
	Óxido Manganoso 
	-
	-
	-
	41(*)
	-
	-
	Mn2+ 
	MnO
	-
	Fritas (FTE) 
	-
	-
	-
	(**)
	-
	-
	Mn2+ 
	Silicato
	(*****)
	Quelatos 
	-
	-
	-
	12
	-
	-
	Mn2+ 
	(****) 
	-
	MOLIBDNÊNIO
	Molibdato de Amônio 
	-
	-
	-
	-
	54
	-
	Mo7O246-
	NH4)6MO7O24.2H2O 
	5-7% N Total
	Molibilato de Sódio
	-
	-
	-
	-
	39
	-
	MoO42- 
	NaMoO4.2H2O 
	-
	Fritas (FTE) 
	-
	-
	-
	-
	(**)
	-
	MoO42- 
	Silicato 
	(*****) 
	ZINCO
	Sulfato de zinco 
	-
	-
	-
	-
	-
	20
	Zn2+ 
	ZnSO4.7H2O 
	16-18% S
	Carbonato de zinco 
	-
	-
	-
	-
	-
	52(*)
	Zn2+ 
	ZnCO3
	-
	Óxido de Zinco 
	-
	-
	-
	-
	-
	50(*)
	Zn2+ 
	ZnO
	-
	Fritas (FTE) 
	-
	-
	-
	-
	-
	(**)
	Zn2+ 
	Silicato
	(*****)
	Quelato 
	-
	-
	-
	-
	-
	7
	Zn2+ 
	*** 
	-
 
 (*)Teor total, não solúvel em água; (**) Teor variável, não solúvel em água; (***) Solúvel em citrato de amônio neutro + água; (****) ligados a EDTA, HEDTA, poliflavonóides, ligno-sulforados; (*****) outros micronutrientes presentes.
Tabela 6.3
Quantidades de Micronutrientes Contidas em Alguns Fertilizantes com Macronutrientes
	Fertilizantes
	Micronutriente
	
	Boro
	Manganês
	Cobre
	Zinco
	Molibdênio
	g/l
	Nitrocálcio
	-
	-
	22
	15
	1
	Salitre do Chile
	-
	8
	3
	1
	-
	Sulfato de Amônio
	6
	6
	2
	-
	-
	Superfosfato
	11
	11
	44
	150
	2
	Cloreto de Cálcio
	14
	8
	3
	3
	-
	Sulfato de Potássio
	4
	6
	4
	2
	-
	Calcário
	4
	330
	3
	31
	1
	Esterco Bovino
	20
	310
	62
	120
	2
FERTILIZANTES ORGÂNICOS
7.1. Matéria Orgânica do Solo
A matéria orgânica do solo é constituída pelos resíduos de origem vegetal ou animal depositados no solo, não decompostos ou em diferentes estágios de decomposição. O húmus se constitui numa massa escura, de composição e relativamente estável, e é a parte da matéria orgânica que perdeu, por decomposição, as suas propriedades originais. A matéria orgânica, bem como o húmus, exerce influências benéficas sobre as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo:
 Propriedades físicas - Melhora a agregação aumentando a estabilidade dos agregados e favorecendo o desenvolvimento de estruturas dos tipos granular e grumosa; estas, contribuem para aumentar a capacidade de armazenamento da água dos solos, reduzem os riscos de compactação, erosão e lavagem, melhoram as condições de aeração do solo favorecendo a germinação das sementes, o crescimento e o funcionamento das raízes. 
Propriedades Químicas – Aumenta a capacidade de troca de cátions dos solos; fornece nutrientes às plantas (principalmente N,P,S); atua como agente quelante ( especialmente para Fe, Cu, Zn, Mn); aumenta o poder tampão do solo (para pH, nutrientes, temperatura e umidade).
Propriedades biológicas - Aumenta a atividade biológica do solo, especialmente dos organismos aeróbicos, responsáveis pelo oxidação do N,P,S, fixação do nitrogênio e solubilização do fósforo mineral.
Em geral, os solos do estado do Ceará são pobres em matéria orgânica em face das condições climáticas associadas à escassa cobertura vegetal e ao manejo inadequado dos solos. A preservação da matéria orgânica ou a sua incorporação, quando possível, se constitui num excelente recurso capaz de manter a produtividade do solo. O uso de práticas de conservação do solo, tais como rotação de culturas, consorciação de culturas e o plantio direto podem ser apontados como responsáveis pela manutenção e aumento da matéria orgânica no solo. Outras práticas podem ser recomendadas com o objetivo de adicionar matéria orgânica ao solo, por exemplo, o uso de resíduos orgânicos disponíveis na própria fazenda ou adquiridos, desde que sejam economicamente viáveis. Esta prática, além de preservar a matéria orgânica do solo, mantendo o seu potencial produtivo, contribui para reduzir os custos com a adubação mineral.
7.2 Fertilizantes orgânicos
 
Fonte: http://www.valoriza.net/apresentacao/	
 De acordo com a legislação vigente (Art. 30 do Dec. 86.955/82) entende-se por fertilizante orgânico todo resíduo de origem vegetal ou animal contendo um ou mais nutrientes dasplantas e, por fertilizante composto, o produto obtido por processo químico, natural ou controlado, com mistura de resíduos de origem vegetal ou animal. Na tabela 7.1 encontra-se a composição dos fertilizantes orgânicos e compostos de maior interesse agrícola. A escolha do fertilizantes orgânicos e compostos de maior interesse agrícola. A escolha do fertilizante orgânico está relacionada com a sua disponibilidade na fazenda. O emprego de alguns produtos requer cuidados especiais, as tortas, os adubos verdes e as palhas fermentam no terreno e, por isso, devem ser incorporadas ao solo (no sulco do plantio ou na cova) 15 a 20 dias antes da aplicação de fertilizantes minerais e do plantio. Os estercos, quando aplicados frescos, requerem os mesmos cuidados. O uso de palhas sem a complementação com um fertilizante mineral nitrogenado poderá acarretar deficiências deste elemento nos estágios iniciais do crescimento da planta. A pratica de adubação verde é recomendado em pomares e cultivos irrigados. No entanto, cuidados devem ser tomados para que a cultura utilizada como adubo verde não venha a competir com a cultura principal em luz, água e nutrientes. Os principais adubos verdes e suas características encontram-se na tabela 7.2. É aconselhavel que o agricultor aproveite ao máximo os resíduos orgânicos disponíveis na própria fazenda. Estes materiais podem ser utilizados na produção de composto orgânico. As informações necessárias sobre as técnicas de produção do composto poderão ser obtidas através do serviço estadual de extensão rural (EMATERCE).
	As recomendações de adubação orgânica são, em geral, fornecidas em função do esterco de curral. Quando o agricultor dispõe de outro fertilizante orgânico é necessário verificar a equivalência entre as quantidades indicadas. Na tabela 7.3 estão registrados alguns fatores multiplicativos aproximados que poderão ser utilizados para realizar esta substituição, quando não se dispõe da analise química dos matérias.
Tabela 7.1
Composição Mineral de Alguns Fertilizantes Orgânicos
	
Fertilizante
	Macronutrientes 
	Micronutrientes
	
	N
	P2O5
	K2O
	Ca
	Mg
	S
	B
	Mn
	Zn
	
	%
	Bagaço de cana
	0,3
	0,03
	0,02
	0,07
	-
	-
	-
	-
	-
	Esterco de cabra
	3
	2
	3
	-
	-
	-
	-
	-
	-
	Esterco de cavalo
	0,7
	0,4
	0,5
	-
	-
	-
	-
	-
	-
	Esterco de coelho
	2
	1,3
	1,2
	-
	-
	-
	-
	-
	-
	Esterco de boi(seco)
	1,3
	2
	1,1
	0,5
	0,6
	0,04
	0,1
	0,4
	0,5
	Esterco de galinha
	2,4-3,5
	3,4-5,8
	1,7-2,7
	3,3-4,1
	0,3-0,9
	0,3-0,5
	-
	0,4
	0,3
	Esterco de ovelha
	2
	1
	2,5
	-
	-
	-
	-
	-
	-
	Torta de algodão
	6
	3
	1,4
	0,2
	0,6
	0,3
	-
	-
	0,2
	Torta de mamona
	5
	2
	1
	0,4
	0,5
	0,04
	0,1
	0,4
	0,5
FONTE: MALAVOLTA (1989)
Tabela 7.2
Principais Espécies de planta Vegetais Utilizadas como Adubos Verdes e Algumas Características
	Nome comum
	Nome Cientifico
	N
	P2O5
	K2O
	C/N
	
	
	%
	Feijão de porco
	Canavalia ensiforme
	3,39
	0,35
	2,65
	10
	Crotalaria
	Crotalária juncea
	1,80
	0,24
	1,26
	15-17
	Guandu
	Cajanas cajan
	2,55
	0,25
	1,57
	15
	Lab-Lab
	Dolichos lab-lab
	2,04
	0,46-1,15
	1,45-2,77
	19-30
	Mucuna preta
	Styzolobium aterrimum
	2,67
	0,33
	1,95
	12-15
	Caupi
	Vigna sinensis
	2,73
	0,23
	2,15
	15
	Stylosanthes
	Stylosanthes guinensis
	2,30
	0,27
	1,23
	-
FONTE: IAPAR, 1984 citado por MALAVOLTA et alii, 1989a.
Tabela 7.3
Fatores Multiplicativos Aproximados de Equivalência (A/B) entre
Alguns Fertilizantes Orgânicos
	A\B
	Esterco de gado
	Esterco de galinha
	Torta de mamona
	Composto
	Esterco de gado
	1,00
	0,50
	0,22
	2,00
	Esterco de galinha
	2,00
	1,00
	0,44
	4,00
	Torta de mamona
	4,50
	2,25
	1,00
	9,00
	Composto
	0,50
	0,25
	0,11
	1,00
	Exemplo: São recomendados 30 t de esterco de gado/ha para a adubação orgânica da batatinha e o agricultor dispõe de esterco de galinha. Como fazer a substituição? Consultando a tabela 7.3, o fator multiplicador é 0,50; multiplica-se a quantidade de esterco de gado recomendada por 0,50 e tem-se a quantidade de esterco de galinha equivalente, ou seja, 30 x 0,50 = 15 t de esterco de galinha/ha.
	As recomendações de esterco de gado são fornecidas ora em peso, ora em volume. Em geral, para o agricultor torna-se mais fácil trabalhar com o volume e isso requer o conhecimento das transformações de peso em volume. Para transformar litro de esterco de gado em quilos, multiplica-se a quantidade, em litro, pelo peso de esterco em gramas, contido em um litro. Exemplo: para transformar 20 litros de esterco de gado em quilogramas sabendo-se que 1 litro de esterco pesa 400g (este valor é variável e deverá sempre ser determinado), faz-se o seguinte cálculo: 20 x 400= 8.000g ou 8kg. Para transformar quilogramas de esterco de gado em litros, procede-se da seguinte forma: divide-se o peso do esterco (expresso em kg) contido em um litro. Exemplo: Para transformar 10t de esterco de gado em litros, sabendo-se que 1 litro de esterco de gado pesa 500g, faz-se o seguinte cálculo; 10.000/0,5= 20.000 litros. Fig 7.3.1
Fonte: http://www.planetamecanico.com.br
MISTURAS DE FERTILIZANTES
8.1. Considerações Gerais
As misturas de fertilizantes são constituídas por mais de um fertilizante simples e contêm dois ou três dos macronutrientes primários (nitrogênio, fósforo e potássio). A maioria das misturas é obtida através da mistura mecânica de produtos simples, podendo ser adicionadas fontes de micronutrientes. Elas são apresentadas sob a forma de pó, grânulos, granulados (cada grânulo contém todos os nutrientes presentes na mistura) ou fluidas. No Brasil, a maioria das misturas são comercializadas na forma de grânulos.
Fonte: http://manualdejardinagem.blogspot.com.br
8.2. Compatibilidade
A compatibilidade entre os fertilizantes simples a serem misturados deve ser levada em consideração por ocasião da mistura. Desta forma, a eficiência do produto resultante é garantida, evitando-se o comprometimento de suas propriedades, especialmente se a mistura é preparada na própria fazenda. A Fig. 8.1 apresenta a compatibilidade entre os principais fertilizantes utilizados no preparo de misturas.
8.3. Preparo das Misturas
As misturas, também chamadas de formulas, são preparadas, na maioria dos casos, em indústrias misturados. Nestas, uma serie de cuidados devem ser observados para garantir a sua qualidade: a) evitar a segregação decorrente do tamanho dos grãos; b) verificar a compatibilidade entre os produtos a serem misturados; c) manter a granulometria do produto dentro de um certo intervalo de variação; d) garantir a homogeneização do produto. É possível o preparo de misturas na própria fazenda, entretanto somente é recomendado quando em pequenas quantidades. Neste caso, o agricultor necessita apenas de uma balança, pá e peneira. Caso os adubos estejam empedrados, deve moê-los e peneirá-los antes de preparar a mistura. O local para executar esta operação deve ser um piso liso, limpo e seco. O fertilizante presente em maior proporção na mistura é o primeiro a ser distribuído, sendo os demais adicionados em camadas alternadas, procedendo a homogeneização até adquirir aspecto uniforme. A mistura deve ser armazenada em ambiente seco, e acondicionada em sacos dispostos em pilhas de no máximo oito a dez unidades, sobre estrado de madeira, para evitar o empedramento daquelas que ficarem em baixo. As pilhas devem ficar bem próximas umas das outras para não haver circulação de ar úmido. Os sacos furados precisam ser retirados para não prejudicar os outros, pois o material exposto pode absorver umidade. É importante aproveitar os dias ensolarados e secos para arejar o deposito. Ao utilizar a mistura, é recomendável revolver bem o saco para garantir a homogeneização dos seus constituintes. Em caso de empedramento, triturá-la (com auxilio de pá, enxada ou moinho) e peneirá-la antes de usá-la.Figura 8.1
Compatibilidade entre os Principais Fertilizantes Utilizados nas Misturas. (Adaptada de LOPES 1989)
8.4. Principais Fórmulas Comercializadas no Estado do Ceará
As principais misturas ou fórmulas comercializadas encontram-se abaixo relacionadas bem como o seu emprego mais comum.
	Fórmula
	Relação (*)
	Aplicação
	04-14-08
	1:3,5:2
	Hortaliças, Arroz (implantação)
	04-30-10
	1:7,5:2,5
	Feijão (implantação)
	04-30-16
	1:7,5:4
	Feijão (implantação)
	06-24-12
	1:4:2
	Hortaliças, Mamão (implantação)
	08-30-10
	1:4:1
	Milho, Algodão, Soja (implantação)
	08-30-16
	1:4:2
	Maracujá, Melancia, Melão (implantação)
	08-30-20
	1:4:2,5
	Maracujá, Melancia, Melão (implantação)
	10-05-10
	2:1:2
	Melão, Hortaliças (cobertura)
	10-10-10
	1:1:1
	Fruteiras em geral
	10-25-10
	1:2,5:1
	Pastagens (implantação)
	10-28-10
	1:2,8:1
	Cana-de-açúcar, Mandioca (implantação)
	15:15:15
	1:1:1
	Fruteiras em geral (implantação)
	20-10-20
	2:1:2
	Cana-de-açúcar (cobertura)
	34-04-05
	8,5:1:1
	Gramados (manutenção)
 (*) Aproximada, em alguns casos.
8.5. Misturas Fluidas
	Atualmente, as misturas de fertilizantes na forma liquida vêm sendo largamente utilizadas, especialmente através da fertirrigação ou em pulverizações foliares. A adubação foliar e uma excelente alternativa para complementar a adubação aplicada no solo. No entanto, ela não e suficiente para, por si só, suprir todas as necessidades das plantas. As principais vantagens das misturas fluidas são: a) absorção mais rápida dos nutrientes; b) facilidade de serem transportadas e manuseadas; c) melhor uniformidade na distribuição; d) redução das perdas e/ou imobilização de nutrientes; e e) aplicação conjunta com defensivos e/ou água de irrigação. A utilização dessas misturas ainda é restrita, uma vez que requer maiores conhecimentos técnicos ( precários nesta região) e, em certos casos, uso de equipamentos especiais.
 8.6. Vantagens e Desvantagens das Misturas de Fertilizantes
As misturas de fertilizantes oferecem as seguintes vantagens: a) uniformidade da mistura, facilitando a sua distribuição no solo; b) evita a incompatibilidade de fertilizantes, o eu pode ocasionar o empedramento da mistura e/ou a perda parcial ou total do nutriente; e c) permite obter misturas com altas concentrações de nutrientes assimiláveis, o que resulta em reduzo dos custos de transporte e aplicação. Como desvantagens é possível citar: a) uso indiscriminado de micronutrientes, elevando os custos da mistura; e b) nem sempre e possível encontrar uma mistura (formula) adequada às necessidades da cultura e do solo.
 RELAÇÕES BASICAS ENTRE NUTRIENTES
Em geral, os resultados da analise de fertilidade do solo vêm acompanhados da sugestão de adubação para a cultura indicada pelo agricultor. Essa sugestão, que está em função dos níveis de nutrientes do solo, poderá ou não ser modificada pelo engenheiro-agrônomo de acordo com a situação do local.
Uma vez definidas as doses de NPK (leia-se N, P2O5, K2O) a serem utilizadas na adubação, cabe ao técnico escolher os fertilizantes e calcular as quantidades a serem aplicadas. Por exemplo, a adubação sugerida de acordo com a analise do solo foi 20:60:30 kg/ha de N:P:K, respectivamente, para o plantio de algodão, em um solo com baixo teor de fósforo e médio teor de potássio. Em primeiro lugar, o engenheiro agrônomo deve decidir se vai adquirir fertilizantes minerais simples e fazer a mistura dos mesmos, desde que sejam compatíveis (Fig.8.1), ou optar por uma fórmula já preparada e disponível no mercado. A escolha dependerá das vantagens de cada alternativa em particular.
Na escolha da primeira alternativa o procedimento deverá ser o seguinte:
Escolher os fertilizantes minerais simples, por exemplo:
- fonte de nitrogênio
 Uréia – 45% de N (tabela 5.1)
- fonte de fósforo:
 Superfosfato simples – 17% P2O5 (tabela 5.2)
- fonte de potássio:
 Cloreto de potássio – 60% K2O (tabela 5.3)
Verificar se são compatíveis (consultar fig. 8.1) – caso haja problemas de compatibilidade, substituir aquele fertilizante que apresenta problema quando em mistura, por um outro;
Calcular a quantidades dos fertilizantes minerais simples:
- quantidade de uréia para fornecer 20 kg de N:
 100 kg de uréia..................................45kg de N
 X kg de uréia.....................................20kg de N
 X kg de uréia = 100 kg de uréia x 20 kg de N
 45 kg de N
 
 X= 44,4 kg de uréia 
 
 Quantidade de Superfosfato simples (SS) suficiente para fornecer 60 kg de P2O5:
 100 kg de SS......................................17kg de P2O5
 X Kg de SS.........................................60 kg de P2O5
 X kg de SS = 100 kg de Superfosfato simples x 60 kg de P2O5
 17 kg de P2O5
 
 X = 352 kg de Superfosfato simples
 
 Quantidade de cloreto de potássio (KCl) suficiente para fornecer 30 kg de K2O:
 100 kg de KCl .....................................60 kg de K2O
 X kg de KCl .......................................30kg de K2O
 X=kg de KCl = 100kg de cloreto de potássio x 30kg de K2O
 50 kg de K2O
 X= 60 kg de cloreto de potássio
 Preparar a mistura a ser distribuída em um hectare:
Misturar: 44,4 kg de uréia + 352 kg de superfosfato simples + 60 kg de cloreto de potássio.
Na escolha de fertilizantes minerais simples para o preparo das misturas recomenda-se o uso de uma fonte de enxofre; desta forma, são fornecidos N, P, K e S na adubação e o Ca e Mg, por ocasião da calagem, estando assim, presentes todos os macronutrientes. No exemplo dado, a fonte de enxofre foi o Superfosfato simples (tabela 5.2) .
Caso a escolha recai sobre uma fórmula, proceder da seguinte maneira:
Verificar a relação N: P: K na adubação sugerida.
Para encontrar a relação dividir cada dose sugerida por aquela de menor valor. Por exemplo:
- doses sugeridas: 20 kg N: 60 kg P: 30 kg K
- dose menor: 20 kg N
- 20:20=1; 60:20 = 3; 30:20 = 1,5
- a relação é 1:3: 1,5
b) escolher a formula que atenda essa relação
 
	Fórmulas Comerciais
( %N; %P; %K)
	Relação
 (N:P:K) 
	5:10:10
	1:2:2
	10:30:15
	1:3:1,5
	5:30:15
	1:6:3
	10:28:20
	1:2,8:2
Dentre as fórmulas comerciais citadas como exemplos, e possível escolher a formula 10:30:15, pois mantém a mesma relação da adubação recomendada (1:31,5).
C ) calcular a quantidade da fórmula a ser aplicada em um hectare: 
Para encontrar a quantidade aplicar, dividir a dose do elemento recomendado para o hectare, pelo teor do mesmo elemento presente na fórmula comercial e multiplicar o resultado por 100.
Exemplo: Doses recomendadas – 20 kg N; 60 kg P; 30 kg K
- fórmula indicada – 10:30:15
-Quantidade a aplicar:
-Usar, para o cálculo, a dose do nitrogênio:
20:10 = 2x100 = 200kg da fórmula
-Usar, para o cálculo, a dose de fósforo:
60:30 =2x100 200kg da fórmula
- Usar, para o cálculo, a dose de potássio:
30:15 = 2 x 100 200kg da fórmula
Para o cálculo, basta usar apenas a dose de um nutriente, pois o resultado será sempre o mesmo qualquer que seja o nutriente considerado.
Outra forma utilizada para o cálculo da quantidade da formula e a seguinte: somar as doses dos nutrientes recomendados para a adubação ( 20 + 60+ 30, no exemplo), dividir pela soma dos teores dos nutrientes na fórmula (10 +30+ 15, no exemplo), e multiplicar por 100.
Quantidade a aplicar = 20 + 60+ 30 x 100 = 200 kg da mistura
 30 + 15
MODO DE APLICAÇÃO DOS FERTILIZANTES
Fertilizantes Nitrogenados
Os fertilizantes nitrogenados mais utilizados naagricultura brasileira são: sulfato de amônio [(NH4)2 SO4] e uréia (NH2CONH2). Após serem aplicados no solo, as formas de nitrogênio amoniacal do sulfato de amônio (N-NH4+) e de nitrogênio amidico da uréia (N-NH2) rapidamente se transformam em nitrato (NO3-) mediante a ação das bactérias dos gêneros Nitrossomonas e Nitrobacter existentes no solo. Os colóides do solo por apresentarem predominantemente cargas negativas irão repelir o NO3- que, livre na solução do solo, ficara sujeito a lixiviação (lavagem) para as camadas mais profundas dos solo, longe do alcance das raízes. Para se evitar, ao máximo, as perdas de N por lixiviação, a providencia imediata e o parcelamento da dose do fertilizante nitrogenado recomendada. O parcelamento deve ser programado de modo que a dose principal coincida com o período de maior exigência da cultura. Em culturas anuais, parte do N é aplicada no plantio juntamente com P e o K, o restante, em cobertura (em faixa ou em linha) ao lado das plantas. Para culturas perenes, considerando que o solo esteja úmido, a dose total do fertilizante poderá ser distribuída em 2 a 4 aplicações. A pesquisa tem claramente demonstrado que e necessidade total de nitrogênio e enxofre da planta pode ser satisfeita por fluxo de massa (estes nutrientes são arrastados pela água até as raízes onde são absorvidos). Portanto, a manutenção do solo úmido e o conhecimento da distribuição do sistema radicular ( em profundidade e lateralmente) determinam a época e o local onde o nutriente deve ser aplicado como fertilizante.
 No caso mais especifico da aplicação de uréia, cuidados dêem ser observados quanto as perdas de N por volatilização. Logo depois de aplicada, e sob ação da enzima uréase existente abundantemente no solo, a uréia s e transforma em NH3 (gás amônio) e CO2; a subida inicial e temporária do PH do solo, causada pela transformação de uréia, estimula as perdas pro volatilização de NH3. 
Em resumo, as seguintes condições causam a perda do NH3 do solo: a) alcalinidade de (pH elevado); b) temperatura elevada; c) baixa CTC (principalmente solos arenosos e pobres em matéria orgânica que possuem pouca capacidade para reter o NH4+); d) altas doses de uréia. E e) aplicação de uréia em superfície úmida que depois seca.
No que diz respeito à aplicação de sulfato de amônio, apesar de haver pouca referência na literatura quanto às perdas por volatilização, cuidados devem ser observados para evitar a lixiviação e/ou desnitrificação do N-NO3. A desnitrificação é a redução biológica (realizada por bactérias facultativas) do N-NO3- a formas gasosas de nitrogênio que na sua maioria são tóxicas às plantas:
NO3- + e- + ....... N2, N2O + ......
 (elétrons) (forma gasosas)
A reação anterior e favorecida; a) pela ausência de oxigênio. B) pelos altos teores de matéria orgânica (doadora de elétrons); e c) pela presença de nitrato no solo. Em condições de aeração deficiente e teores elevados de matéria orgânica poderá ocorrer a redução de SO42- a H2S que tem um efeito depressivo na nutrição (inibe a absorção de íons) da planta, principalmente em solos inundados:
 Matéria orgânica + SO42- H2S
 	No caso de solos em que prevaleçam as condições acima mencionadas, a aplicação de sulfato de amônio, Superfosfato simples e sulfato de potássio pode ocasionar o aparecimento de quantidades abundantes de H2S (tóxico) na camada arável dos solos. Em solos ricos em Fe o problema pode ser contornado pela precipitação do S como pirita:
 H2S + Fe FeS (pirita)
 
Por outro lado, em condições normais de cultivo aplicações de uréia e sulfato de amônio levam a uma acidificação do solo, tanto pelo processo de nitrificarão (produção de NO3- e H+) como pela lixiviação do Ca2+ acompanhado pelo NO3- ou SO42-. A lixiviação de bases trocáveis, com consequente diminuição do pH, aumenta os teores de alumínio (Al3+) e de manganês (Mn2+), que por seu turno, determinam uma queda na produção da cultura. Estima-se que cada kg de N adicionado como sulfato de amônio necessita o equivalente de 6 kg de calcário para manter inalterado o pH do solo.
Deve-se salientar que a aplicação de fertilizantes nitrogenados (por exemplo, uréia e sulfato de amônio) na água de irrigação pode ser feita sem risco ou complicações. Apenas dependendo do tipo de irrigação ( sulco, aspersão, inundação, etc.) deve-se observar a estratégia de aplicação que permita uma distribuição uniforme do N na área plantada. 
Fertilizantes Fosfatados
 Os fertilizantes fosfatados solúveis mais aplicados na agricultura brasileira são: superfosfatados solúveis [Ca (H2PO4)2. CaSO4.2H2O] e superfosfatado triplo [Ca (H2PO4)2]. Logo depois de adicionado, todo ou parte do fósforo solúvel do fertilizante reage rapidamente com as partículas do solo tornando o P insolúvel e, desta forma, indisponível para as plantas. A quantidade de fósforo solúvel transformado em formas insolúveis depende de fatores do solo tais como: a) tipo e quantidade de argila; b) pH e c) teores de ferro e alumínio livres. Em solos fortemente intemperizados, como os latossolos, o pH baixo, os elevados teores de ferro e alumínio livres e as presenças de argila do tipo caulinita e de óxidos de ferro e alumínio são os fatores responsáveis pelo elevado grau de insolubilização do fósforo aplicado como fertilizante solúvel. Deve-se observar então que quanto maior o contato do fertilizante com o solo, maior a quantidade de fósforo insolubilizado ou retido no solo. Portanto aplicação de fertilizante a lanço implicam em maior retenção do P do que aplicações em sulco (5cm ao lado e abaixo da linha de plantio). A adubação em sulco propicia um menor volume de solo em contato com o fertilizante, consequentemente, menor probabilidade de reação do P com as partículas do solo. A aplicação localizada (faixa, linha ou sulco) é principalmente recomendada para os solos pobres em P e doses baixas de fertilizantes. Em solos muito pobres em fósforo, dependendo do aspecto econômico da cultura, pode ser vantajoso a combinação de uma aplicação inicial, a lanço (adubação corretiva com dose relativamente elevada), e as subsequentes em sulco (doses menores). Para fosfatos insolúveis (também denominados de fosfatos naturais ou de rochas) a regra é inversa. Quanto maior o contato do fosfato com o solo e quanto mais baixo o pH, maior será a probabilidade de solubilização do P, consequentemente, maiores os benefícios de aplicação destes fosfatos. Em resumo, pode-se chegar as seguintes regras básicas par ao uso de fertilizantes fosfatados: a) os fertilizantes solúveis em água (superfosfato simples, superfosfato triplo, etc.) devem ser aplicados em grânulos e de forma localizada (sulco, faixa, etc.); e b) os fosfatos insolúveis de vem ser aplicados em pó, e lanço, misturados com o solo.
	A adubação em culturas perenes (fruteiras, essências florestais, etc.) devera ser realizada na cova por ocasião do plantio, visando obter um desenvolvimento radicular em profundidade. Adubações de manutenção, quando necessárias, são aplicadas a lanço, abaixo da projeção da copa da árvore. Em pastagem, a aplicação do fertilizante deve ser feita a lanço, com posterior incorporação; no caso de manutenção ou recuperação de pastagem já estabelecida, a aplicação deve ser feita na superfície do solo.
 
 Fonte: http://www.fertipar.com.br/tecnico/fosforo
 Fonte: http://www.fertipar.com.br/tecnico/fosforo
Fertilizantes Potássicos
O fertilizante potássico mais comumente usado no Brasil é o cloreto de potássio (KCl). Contudo algumas culturas, como a do fumo, exigem o uso, por exemplo, de sulfato de potássio (K2SO4). Os fertilizantes potássicos, principalmente o KCl, são capazes de causar grande mudança na pressão osmótica do solo (efeito salino). Alterações bruscas na pressão osmótica do solo podem provocar danos as sementes (prejudicando a germinação) ouas plantas (seca fisiológica ou crestamento das folhas) por inverter o fluxo de água entre o solo e os tecidos da planta, alem do efeito tóxico direto dos elementos contidos no sal. Os solos arenosos estão mais sujeitos a mudanças na pressão osmótica do que a os solos argilosos. Vale salientar que as alterações e efeitos da elevação da pressão osmótica do solo podem ser provocadas por qualquer tipo de fertilizante, isto em função da sua quantidade e localização inadequada. 
Levando-se em consideração que as quantidades de fertilizantes potássicos recomendadas não são elevadas, e considerando-se que o K é um elemento facilmente levado do perfil do solo, o modo de aplicação para culturas anuais adotado no Brasil é em sulco (5cm ao lado e abaixo da semente). Por razões já explicadas, deve-se sempre evitar o contato direto do fertilizante com a semente, principalmente quando a quantidade a aplicar for elevada. A pesquisa tem demonstrado que em solos muito pobres em K, como os do cerrado brasileiro, pode ser vantajosa uma adubação corretiva, a lanço, em área total e incorporada com arado. Para solos com K-trocável de área total e incorporada com arado. Para solos com K-Trocável de 0-25 ppm, recomenda-se 100kg de K2O/ha; para solos de 26-50 ppm, recomenda-se 50 kg de K2O/ha. A adubação a lanço deve ser também adotada nos casos de culturas perenes e pastagens já estabelecidas.
Do ponto de vista fisiológico, o K exerce papel fundamental no crescimento, na conformação e na qualidade do fruto. É necessário, portanto, que no estagio critico do crescimento do fruto o solo tenha quantidades adequadas de K disponível a fim de propiciar um suprimento adequado para a planta. Tendo em vista estes aspectos, a aplicação parcelada de K, juntamente com o N, tem resultado em maior produção de frutos e qualidade superior. 
Fertilizantes com Micronutrientes 
 	Os laboratórios de analises a fertilidade do solo do estado do Ceará ainda não executam analises de micronutrientes, portanto, as adubações para estes nutrientes, recomendadas neste manual, tem caráter preventivo e destinam-se às culturas de alto valor econômico, ou no caso, a corrigir deficiências já comprovadas através da experiência. A adubação preventiva tem sido usada para adicionar pequenas quantidades que serão removidas pelo cultivo, num programa de manutenção como não se considera as necessidades especificas das culturas, nem os níveis de micronutrientes disponíveis do solo, pode ocorrer que alguns nutrientes adicionados não sejam necessário. Para culturas de alto valor econômico, como hortaliças e certas fruteiras, e importante adotar este programa de manutenção desde que os decréscimos em lucros, decorrentes da queda da produção ou da qualidade dos seus produtos, sejam grandes.
	A eficiência de uma adubação com micronutrientes não depende apenas da escolha do fertilizante a utilizar e da quantidade a aplicar, mas, também, do modo da sua aplicação. Muitos são os métodos de aplicação recomendados para adubação com micronutrientes e a escolha depende da sua eficiência agronômica para cada caso em questão. Dentre os métodos de aplicação possíveis de serem empregados, destacam-se os seguintes:
Aplicação no solo: os métodos mais comuns de aplicação de micronutrientes no solo são a lanço, antes do preparo do solo, ou em sulco, por ocasião do plantio. Nas aplicações a lanço permite-se que um volume maior do solo, na zona das raízes, seja beneficiado pela aplicação. Entretanto, a sua eficiência agronômica e reduzida em face da maior possibilidade de reações entre as partículas do solo e os micronutrientes. Em se tratando dos micronutrientes metálicos (ferro, cobre, zinco, manganês) a redução da eficiência e ainda maior por eles não se movimentarem ou se movimentarem pouco no solo. A sua aplicação na forma de quelato reduz os dois inconvenientes, ou seja as reações com as partículas do solo e a lenta movimentação. As aplicações em sulco apresentam maior eficiência agronômica quando comparadas com as aplicações a lanço, especialmente para fertilizantes contendo ferro e manganês;
Aplicação com Fertilizantes NPK: as aplicações de micronutrientes em combinação com fertilizantes NPK têm sido recomendadas em face da dificuldade de se aplicar fertilizantes contendo micronutrientes de maneira uniforme nas doses em que são recomendadas ( em geral menores 10kg/ha). Nestas condições, a distribuição dos micronutrientes misturados aos fertilizantes NPK é mais uniforme, podendo ser realizada com equipamentos convencionais. Aplicação conjunta representa, além da uniformidade, a vantagem de eliminar o custo adicional resultante da sua aplicação em separado. Entretanto, em alguns casos, essas misturas com N, P e K, por problemas de compatibilidade, podem resultar na redução da eficiência agronômica dos micronutrientes quando comparadas as aplicações isoladas. Por essa razão recomenda-se que seja verificada a compatibilidade entre esses fertilizantes antes de misturá-los;
Adubação foliar: o uso de soluções contendo um ou mais micronutrientes vem se tornando cada vez mais comum para correção de suas deficiências. A aplicação de micronutrientes via foliar apresenta algumas vantagens: a) podem-se aplicar doses menores que nas aplicações via solo; b) é mais fácil a uniformização da aplicação; c) a resposta à aplicação é quase imediata e, consequentemente, as deficiências são corrigidas durante o crescimento da planta; e d) as suspeitas de deficiências podem ser facilmente diagnosticadas através de ensaios de pulverizações. Embora seja um método eficiente, apresenta também algumas desvantagens: a) quando as plantas estão muito pequenas, a área foliar e insuficiente para atendera demanda do nutriente; b) altas concentrações salinas podem causar queima das folhas; c) pode ser muito tarde para corrigir as deficiências e ainda obter produções máximas; d) pequeno efeito residual; e e) custos mais elevados devido à necessidade de mais de uma aplicação durante o ciclo da planta.
Para melhorar a eficiência da adubação foliar com micronutrientes deve-se levar em conta os seguintes pontos (LOPES E CARVALHO, 1988): a) adicionar uréia a soluções usadas em adubação foliar; b) aumentar a concentração de zinco em misturas contendo zinco, boro e cobre; c) usar surfactantes nas soluções a serem aplicadas; d) não misturas sais de zinco com óleos minerais; e) não misturas sais de cobre com sulfato de magnésio, acido bórico ou boratos; f) em soluções com alta concentração, ajustar o pH 5,5 a 6,5; g) utilizar, se possível, pesticidas que contenham micronutrientes; h) em misturas com pesticidas, adicionar os micronutrientes na forma de quelatos: e i) pulverizar no final da tarde ou inicio da manhã.
CORREÇÃO DO SOLO
Considerações Gerais
A correção dos solos ácidos se faz necessária por cinco razões: a) elevar o pH do solo a nível satisfatório de modo a propiciar um melhor desenvolvimento da cultura; b) corrigir deficiências de cálcio e magnésio; c) eliminar toxidez do alumínio trocável; d) melhorar o ambiente físico para as raízes; e e) melhorar o aproveitamento dos fertilizantes. Deste modo, a calagem é importante tanto na correção da acidez do solo e toxidez de alumínio como na nutrição das plantas. Vale lembrar que calcário em demasia é tão prejudicial quanto a sua não utilização.
Métodos Utilizados para a determinação da necessidade de calcário (NC)
Inúmeros métodos têm sido descritos na literatura, com objetivo de estimar a quantidade de calcário a ser aplicada (NC). O método padrão consiste na incubação do solo com quantidades crescentes de corretivo, recaindo a dose naquela quantidade que eleva o pH do solo ao valor mais adequado. Embora preciso, não é utilizado nos trabalhos de rotina, por ser muito demorado e consumidor de material e de mão-de-obra. No entanto, é utilizado como padrão para calibração de outros métodos. Nos trabalhos rotineiros, são utilizados os seguintes métodos: a) teores de alumínio trocável e/ou cálcio + magnésio trocáveis; b) tampão SMP e c)

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