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SAÚDE DO TRABALHADOR Anna Paula Chagas QUALIDADEDE VIDA DEFINIÇÃO Organização Mundial de Saúde (OMS): (...) uma condição de bem estar que inclui não apenas o bom funcionamento do corpo, mas também o vivenciar uma sensação de bem estar espiritual (ou psicológico) e social, entendido esse último – bem estar social – como uma boa qualidade nas relações que o indivíduo mantém com as outras pessoas e com o meio ambiente.(...) QV RELACIONADA A SAÚDE “É a valoração subjetiva que o paciente faz de diferentes aspectos de sua vida, em relação ao seu estado de saúde.” (Guiteras & Bayés) “Refere-se aos vários aspectos da vida de uma pessoa que são afetados por mudanças no seu estado de saúde, e que são significativos para a sua qualidade de vida.” (Cleary et al.) “É o valor atribuído à duração da vida, modificado pelos prejuízos, estados, funcionais e oportunidades sociais que são influenciados por doença, dano, tratamento ou políticas de saúde.” (Patrick & Erickson,1993) QV NO TRABALHO 1950/Japão – indústria se adapta a exigências do pós Guerra para aumentar competitividade. 5S (descarte, arrumação, limpeza, higiene, disciplina) A qualidade no trabalho significa diminuir custos ao eliminar defeitos/desperdícios e/ou não-trabalho que encarecem a produção - PQT (Programas de Qualidade Total). Melhoria do processo produtivo. Matéria prima primordial = HOMEM Deming: necessário eliminar o desperdício, o maior deles é a subutilização das pessoas (eleva custos), aproveitar os potenciais do empregados, ajudá-los a trabalharem de modo mais inteligente e não mais. QV e QVT são diferenciados mas entrelaçam-se e tem relação ao equilíbrio, satisfação pessoal e profissional, além de bem-estar. O grau de satisfação no trabalho está relacionado com o contrato psicológico, que se traduz no conjunto de expectativas entre indivíduos e a empresa, que não está explicitado no contrato de trabalho. Qualquer mudança no ambiente de trabalho gera um impacto positivo ou negativo sobre a percepção da qualidade de vida do trabalhador, pois o trabalho ocupa o centro da vida das pessoas. “Companhias gastam milhões de dólares por ano na manutenção preventiva de suas máquinas.Não vemos razão para não fazermos o mesmo com os nossos funcionários.” Peter Thigpen, Presidente da Levi Strauss USA Qualidade de Vida no Trabalho: “é o conjunto de ações de uma empresa que envolve diagnósticos e implantação de melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do ambiente de trabalho, visando propiciar condições plenas de desenvolvimento humano para e durante a realização do trabalho” (Ana Cristina L. França ,1996) Qualidade de Vida no Trabalho: Renda Vida emocional Orgulho pelo trabalho Respeito aos direitos Uso do seu potencial Auto-estima Justiça nas recompensas Imagem da empresa junto a sociedade Equilíbrio entre trabalho e lazer Horários e condições de trabalho sensato Oportunidade e perspectiva de carreira (Edina de Paula B. Sucesso,1998) BREVE - OMS WHOQOL – ABREVIADO Composto por 26 questões e quatro domínios: o físico, o psicológico, o das relações sociais e o do meio ambiente WHOQOL-100, composto por seis domínios: o físico. o psicológico, o do nível de independência, o das relações sociais, o do meio ambiente e o dos aspectos religiosos. As respostas são numeradas de 1 a 5. Sendo 1 (muito ruim, muito insatisfeito, muita ajuda, não freqüente, nunca) e 5 (muito boa, muito satisfeito, nenhuma ajuda e sempre, freqüentemente). QUALIDADE DE VIDA O QUE É PRECISO? Mudanças de hábitos / atitudes Equilíbrio físico e emocional Equilíbrio na vida de relação CUSTO DO TRABALHO HUMANO DesconfortoMonotonia / Fadiga / estresseFadiga visual e muscularInflamações tendinosas – LER/DORTLesões articulares / MuscularesLesões na Coluna VertebralAlterações circulatóriasAcidentes de trabalhoBaixa Produtividade O que é ESTRESSE? Resposta adaptativa do organismo frente à uma agressão Em doses ideais funciona como um motivador Tem como objetivo preservar o equilíbrio interno É um estado de prontidão AGENTEESTRESSOR produz produz SUPRA RENAIS estimulamSÍNTESE DE CORTISOL(HORM DO ESTRESSE) vai pela corrente sanguínea HORM ADRENOCORTICOTROPICO (ACTH) PITUITÁRIA estimula HIPOTÁLAMO HORM LIBERADOR DE CORTICOTROFINA (CRH) Resposta orgânica comum ao estresse Estresse Positivo: EUSTRESS • Área de melhor desempenho e conforto• Boa Associação Estresse Negativo: DISTRESS • Monotonia menos esforço• Sobrecarga mais esforço TIPOS DE ESTRESSE FASES DEEVOLUÇÃO 1. REAÇÃO DE ALARME Aumento da freqüência cardíaca Aumento da pressão arterial Aumento do açúcar no sangue Aumento da FR Dilatação da pupila Ansiedade 3. FASE DE EXAUSTÃO Retorno parcial e breve à reação de alarme Esgotamento por sobrecarga fisiológica Falha nos mecanismos de adaptação Depressão Morte do organismo 2. FASE DE RESISTÊNCIA Aumento do córtex da supra-renal Ulceração do aparelho Digestivo Irritabilidade / Mudança do Humor/ Insônia Diminuição do Desejo Sexual Excesso de Atividade / Má Distribuição do tempo Acúmulo de Raiva e Sentimentos Negativos Dificuldade de Lidar com Doenças e Perdas Descontrole Diante de Situações Críticas Problemas de Relacionamento Falta de Descanso e Lazer Trânsito Dinheiro CAUSAS DO ESTRESSE Alimentação Desequilibrada Estilo de Vida Competitivo Vida Sedentária Obesidade - Colesterol Bebidas Alcoólicas / Fumo Insônia Hipertensão Arterial Gastrite Fadiga FATORES DE RISCO •Alimentação Desmedida •Agressividade •Passividade •Álcool •Drogas FALTA DE CONCENTRAÇÃO ACIDENTES NO TRABALHO FUGAS E CONSEQÜÊNCIAS: “A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro.” (Jonh Lennon) Surgimento das Normas Regulamentadoras NORMAS REGULAMENTADORAS A Lei nº 6514, de 22 de dezembro de 1977, alterou o Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho, estabelecendo princípios e condições mínimas ao seu atendimento. Em 8 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho, através da Portaria nº 3214, aprovou 28 Normas Regulamentadoras – NR, em atendimento ao Capítulo V, do título II da Consolidação das Leis Trabalhistas. Surgimento das Normas Regulamentadoras NORMAS REGULAMENTADORAS NR – 1 Disposições Gerais Define as obrigatoriedades dos órgãos públicos responsáveis pela normalização e fiscalização dos preceitos relacionados à saúde e segurança no trabalho, assim como seu cumprimento pelas empresas que possuam empregados regidos pela CLT. Grau de Risco X Quantidade de funcionários CNAE(Classificação Nacional de Atividade Econômica) Grupo formado com a finalidade de garantir a integridade física e promover a saúde do trabalhador. Área de Segurança:Engenheiro de Segurança do TrabalhoTécnico de Segurança do Trabalho Área de Medicina:Médico do TrabalhoEnfermeiro do TrabalhoAuxiliar de Enfermagem do Trabalho NR – 4 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do TrabalhoSESMT Determina a obrigatoriedade do empregador em manter o SESMT. QUADRO DE DIMENSIONAMENTO DO SESMT NR – 5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA Tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, demodo a tornar compatível, permanentemente, o trabalho com a preservação da vidae a promoção da saúde do trabalhador. NR – 6 Equipamento de Proteção Individual – EPIEquipamento de Proteção Coletiva – EPC São recursos de proteção da saúde e da integridade física do trabalhador. Trata-sede todo dispositivo de uso individual e/ou coletivo,de fabricação nacional ouestrangeira que contenha CA – certificado de aprovação. NR – 7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional –PCMSO Determina a obrigatoriedade da elaboração e implementação do PCMSO, por parte detodos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados.O Programa tem por objetivo prevenir, rastrear e diagnosticar precocemente situaçõesadversas à saúde dos empregados, sendo parte integrante do conjunto de iniciativas daempresa, que visa a promoção da qualidade de vida dos trabalhadores. O empregador deve...... garantir a elaboração;... zelar pela eficácia;... custear os procedimentos;... indicar o médico coordenador do PCMSO. O médico do trabalho deve...... realizar os exames médicos... efetuar exames complementares;... emitir o ASO (Atestado de Saúde Ocupacional). Exame Médico Admissional Avalia a capacidade psico-física do trabalhador para exercer a função determinada. É realizado antes que o trabalhador assuma suas atividades. É o exame mais importante, porque é o meio pelo qual sabemos se a pessoa está apta aexercer a função para qual está sendo contratada. Exame Médico Periódico Avalia se a capacidade detectada no exame admissional se mantém inalterada. Identifica se as tarefas desempenhadas não estão prejudicando a saúde do trabalhador. O exame periódico é realizado de acordo com a seguinte periodicidade: Anual ou a intervalos menores* para trabalhadores:● idade inferior a 18 a superior a 45 anos● expostos a riscos● portadores de doença crônica● expostos a condições hiperbáricas (NR 15) Bienal para trabalhadores: ● entre 18 e 45 anos * A periodicidade pode ser reduzida, a critério do Coordenador, Agente Médico de Inspeção do Trabalho, Acordo Coletivo. Exame Médico de Mudança de Função Verifica se as novas tarefas podem ser executadas sem ônus psico-físico para o trabalhador. É considerada mudança de função toda e qualquer alteração da atividade, posto de trabalho ou desetor que implique na exposição do trabalhador a risco diferente daquele a que estava expostoantes da mudança. Exame Médico Demissional Determina se, durante o período trabalhado, não houve comprometimento da saúde dotrabalhador por causa das tarefas exercidas. Garante que o trabalhador se desligue da empresa nas mesmas condições de higidezcom que foi admitido. Deve ser realizado, de preferência, no último dia trabalhado, e obrigatoriamente até a datada homologação. As rescisões são homologadas, geralmente nos sindicatos, até 10 dias após a demissão. Estão dispensados do exame demissional os trabalhadores das empresas de grau derisco 1 e 2 que tenham realizado qualquer exame ocupacional até 135 dias antes da datada homologação; para empresas de grau de risco 3 e 4 os exames têm validade de 90dias. Exame Médico de Retorno ao Trabalho Avalia se as condições psico-físicas do trabalhador estão adequadas ao exercício da função, apósafastamento do trabalho por motivo de acidente, doenças ou parto. O exame médico de retorno ao trabalho é realizado no primeiro dia em que o trabalhador retorna àsatividades após afastamento por período igual ou superior a 30 dias. ASO Atestado de Saúde Ocupacional Documento onde são assentados os dados da conclusão dos exames médicos ocupacionais. Deve ser emitido em, no mínimo, 2 vias; a 1ª ficará no local do trabalho (pertence à empresa) e a 2ª será entregue ao trabalhador contra recibo. NR – 9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do PPRA por parte de todos osempregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados. O PPRA visa a preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores. É desenvolvido nas seguintes etapas: • Antecipação• Reconhecimento• Avaliação• Controle Riscos Ambientais NR 4 (SESMT) NR 5 (CIPA) NR 9 (PPRA) NR 7 (PCMSO) AMBIENTE DE TRABALHO TRABALHADORES EMPREGADORES ANTECIPAÇÃO RECONHECIMENTO AVALIAÇÃO E CONTROLE DE RISCOS CONTROLE BIOLÓGICO ORGANISMO NR – 17 Ergonomia Tem por objetivo proporcionar aos trabalhadores o máximo de conforto, segurança edesempenho eficiente. Estabelece parâmetros que permitam a adaptação das condições detrabalho às características dos trabalhadores. Anexo I – Trabalho dos Operadores de Checkout Anexo II – Trabalho em Teleatendimento / Telemarketing ERGONOMIA ERGONOMIA Vem das palavras gregas “ergos” = trabalho e “nomos” = estudo de, ou leis naturais de. “Entende-se por ergonomia o estudo das interações das pessoascom a tecnologia, a organização e o ambiente objetivandointervenções e projetos que visem melhorar de forma integrada enão dissociada a segurança, o conforto, o bem estar e a eficácia das atividades humanas.” (ABERGO) ERGONOMIA OBJETIVOS Permitir a adaptação das condições de trabalho às características fisiológicas dos trabalhadores Proporcionar: Conforto e Segurança Aumentar a eficiência do trabalho humano Evitar doenças ocupacionais Melhorar a relação custo / benefícios Macro ergonomia- No diálogo social em condições de trabalho, - Segurança e saúde.- Maior produtividade e competitividade. Micro ergonomia- Adequar a carga de trabalho as capacidades e limitações do trabalhador.- Fomentar o enriquecimento das tarefas: desenvolvimento das personalidades.- Propiciar a ergonomia participativa. ERGONOMIA: contribuições TIPOS DE ERGONOMIA Ergonomia de Concepção - Intervenção na fase do projeto. Ergonomia de Correção – Adequação do posto de trabalho, tarefa, equipamento já existentes ao homem Ergonomia de Conscientização – Correção e conscientização do trabalhador Ergonomia Participativa – Levantamentos de dados e recomendações para trabalhadores como alternativa para viabilizar a Ergonomia de Prevenção de Ler/Dort (Souza Pinto, Oliveira, Martins) ERGONOMIA Anglo Saxônica - Tradicional, enfoca as condições físicas do ambiente de trabalho. Francesa – Análise da atividade de trabalho Análise Ergonômica do Trabalho – Centrada contexto da tarefa e o seu ambiente, identifica as condições que determinam a atividade. Pessoas trabalham diferentemente nas mesmas atividades em razão de suas características individuais. Coloca em evidência a maneira pela qual o trabalhador realiza a sua tarefa e como ele reage as más condições de trabalho. Propõe medidas de prevenção a partir do que fazem as pessoas para proteger a sua própria saúde contra os riscos presentes nos ambientes de trabalho. ERGOMOTRICIDADE BARRETO, NUNES & BAECHTOLD (1999) - aplicação da Psicomotricidade no campo da Ergonomia . Compensa vícios posturais através de exercícios compensatórios e atua sobretodo o ser através de programas de alongamento, respiração, relaxamento emudança cognitiva, desenvolvidos no próprio posto de trabalho.Proporciona o bem estar do ser humano e sua qualidade de vida no ambientede trabalho e além dele. LAPAGUESSE (1998) - mecanismo de compreensão do homem deuma forma mais global na sua relação com o trabalho.Redução do esgotamento físico e mental do trabalhador e a conseqüentediminuição de acidentes, objetivos da Ergonomia, são maximizadas através dodesenvolvimento da consciência corporal, preconizada pela Psicomotricidade. INTERDISCIPLINARIDADE DA ERGONOMIA Interdisciplinaridade da Ergonomia (Hubault, 1992, modificado por Vidal, 1998) ERGONOMIA: dimensão TRABALHO INFORMATIZADO Altura – mínimo de 20cm entre tampo da mesa e assento da cadeira Dimensões – 75cm profundidade e 90cm de largura; alcance manual de 65cm máximo Tampo – cor clara e fosca, bordo arredondado Regulagem independente para teclado e monitor Espaço para as pernas – aprox. 66cm, permitindo encaixe da cadeira Documentos e equipamentos – apoio para documentos Deslizamento/ Distribuição - gavetas MESA Estofado – espuma com densidade de 40 a 50kg/m3.Tecidoque permita a perspiração Bordo anterior - arredondado Braços reguláveis – 20 a 25cm a partir do assento Rodízio/ Recurso giratório - facilita posicionamento de frente e evita torções de tronco CADEIRA CADEIRA Encosto/ espaço para lombar – reclinável , com 5º. de avanço nas vértebras lombares (convexo)Se o ângulo for 90º, as costas ficarão apoiadas mas não haverá distribuição de peso, sobrecarregando o quadril. Distribuição do peso:16% descarregado nos pés34% na região posterior de coxa50% no quadrilEssa distribuição só ocorre quando pé, quadril, coxa, coluna lombar e antebraço estão bem apoiados. REGULAGEM DE ALTURA ANTIDERRAPANTE MOVIMENTO APOIO DE PÉ Limpeza Mesma superfície do teclado, fácil alcance e com espaço suficiente para sua livre utilização. Apoio de punho – limpeza, compressão de estruturas MOUSE Posicionamento Altura Distância – 50cm a 70cm MONITOR Uniforme e bem distribuída, ao redor da superfície de trabalho Equilíbrio entre as fontes de luz Luminárias e janelas deverão ter eixo perpendiculares ao plano da tela ILUMINAÇÃO CONFORTO TÉRMICO E RUÍDO Temperatura entre 20º e 23ºC Velocidade do vento não superior a 0,75m/s Umidade mínima do ar: 40% Máximo permitido é de 65dB (A) Curva de avaliação do ruído (NC) não superior a 60dB RUÍDO RUÍDO Organização do ambiente Diversificação de tarefas Minimizar os efeitos da repetitividade ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Manter o topo da tela ao nível dos olhos edistante cerca de um comprimento de braço Manter a cabeça e pescoço em posição reta,ombros relaxados Manter a região lombar (as costas) apoiada noencosto da cadeira ou em um suporte para ascostas;Manter o antebraço , punhos e mãos em linhareta (posição neutra do punho) em relação aoteclado;Manter o ccotovelo junto ao corpo;Manter um espaço entre a dobra do joelho e aextremidade final da cadeira;Manter ângulo igual ou superior a 90o para asdobras dos joelhos e do quadril; Manter os pés apoiados no chão ou quandorecomendado, usar descanso para os pés. Ê Ë ÌÎÍ Ï Ð 45 cm ~ 70 cm TRABALHO INFORMATIZADO POSSÍVEIS CUSTOS HUMANOS Situação Exigências / constrangimentos Custos Humanos Colocada ou retirada das caixas do palet fora do alcance Esforço das musculaturas flexoras e extensoras da coluna vertebral Lombalgias, Cialtagias, Hérnias discais póstero-laterais EXEMPLO DE UM SETOR FABRIL POSSÍVEIS CUSTOS HUMANOS Situação Exigências / Constrangimentos Custos Humanos Corpo escorregando para frente e torção de tronco Esforço na musculatura da coluna Dores na coluna lombar e tensão muscular na Paravertebral POSSÍVEIS CUSTOS HUMANOS Situação Exigências / Constrangimentos Custos Humanos Retirada dos frascos da esteira para a caixa de papelão Movimentos repetitivos de adução, pinça, oposição, garra, flexo-extensão dos dedos das mãos. Síndrome do túnel do Carpo, Síndrome De Quervain Retirada dos frascos da esteira para a caixa de papelão Flexões constantes dos cotovelos, com rotação interna e externa dos ombros Tendinites bicipitais, Tenossinovites diversas POSSÍVEIS CUSTOS HUMANOS Situação Exigências / Constrangimentos Custos Humanos Colocação de várias caixas ao mesmo tempo Esforço isométrico dos adutores horizontais da cintura escapular, dos flexores de cotovelo e carpo Tendinites bicipitais, Tenosinovites e Tendinites nas mãos POSSÍVEIS CUSTOS HUMANOS Situação Exigências Custos Humanos Colocação manual dos rótulos Movimentos repetitivos de flexão e extensão de ombro, com preensão palmar e movimento de pinça Tendinites bicipitais, Tenosinovites e Tendinites de punho e dedos, De Quervain. EXEMPLO DE UM SETOR INFORMATIZADO MESA Positivo Oferece regulagem para teclado e monitor Bordo do tampo da mesa é arredondado Cor do tampo da mesa é de cor clara Negativo Não oferece espaço para a utilização de papeis e material de uso pessoal CADEIRA / APOIO PARA OS PÉS Positivo Oferece regulagem para o assento, encosto, antebraço e pés Bordo anterior do assento da cadeira é arredondado A cadeira possui recurso giratório e rodízios MONITOR / TECLADO / MOUSE / TELEFONE Positivo Distância adequada entre os olhos do atendente e a tela do monitor Teclado independente permitindo os ajustes necessários Negativo Não tem protetor de tela para minimizar reflexos Não dispõe de apoio para os punhos Alguns mouses não têm um bom deslizamento O aparelho de telefone é muito alto e muito inclinado POSSÍVEIS CUSTOS HUMANOS Problema Exigências / Constrangimentos Custos Humanos Apertar botão com o polegar Estabilização do polegar em desvio ulnar do carpo, principalmente se acompanhado de realização de força Tenossinovite de De Quervain POSSÍVEIS CUSTOS HUMANOS Problema Exigências / Constrangimentos Custos Humanos Apoiar o telefone entre o ombro e a cabeça Compressão sobre o ombro, flexão lateral do pescoço, elevação do braço Tensão muscular, Trigger point POSSÍVEIS CUSTOS HUMANOS Problema Exigências / Constrangimentos Custos Humanos Digitar Movimentos repetitivos de flexão, mas também extensão com o punho, principalmente se acompanhado por realização de força Síndrome do Túnel do Carpo Digitar, operar mouse Fixação antigravitacional do punho. Movimentos repetitivos de flexão e extensão dos dedos. Tenossinovite dos extensores dos dedos POSSÍVEIS CUSTOS HUMANOS Problema Exigências / Constrangimentos Custos Humanos Apoiar cotovelo em mesas ou cadeiras Compressão do cotovelo contra superfícies duras Bursites do Cotovelo (olecraniana) Síndrome do Canal Cubital POSSÍVEIS CUSTOS HUMANOS Problema Exigências / Constrangimentos Custos Humanos Má postura Abdução do ombro e rotação da cabeça Trigger point, tensão muscular Má postura Torção de tronco Tensão, Trigger point Não regulagem da cadeira Corpo escorregando para frente Lombalgias Não regulagem da mesa Antero pulsão da cabeça Cervicalgia, cefaléia Não regulagem da mesa Antero pulsão da cabeça e flexão do tronco para frente Cervicalgia, cefaléia, dorsalgia POSSÍVEIS CUSTOS HUMANOS Problema Exigências / Constrangimentos Custos Humanos Não usar o encosto da cadeira Inclinação do tronco para frente. Esforço isométrico dos Paravertebrais Tensão muscular e Dor na coluna vertebral POSSÍVEIS CUSTOS HUMANOS Problema Exigências / Constrangimentos Custos Humanos Cruzar as pernas Alterações Circulatórias Edema de Membros Inferiores e Formigamento O conselheiro do Império, Francisco Gomes da Silva, após elaborar e redigir aConstituição do Império em um mês relata: “...deu-me com que viver maisfolgadamente e, mesmo tendo muitas dores na mão direita... “ (FOREIO, apudOLIVEIRA, 1998, p. 27).” Charles Bell, em 1833, descreveu a “cãimbra do escrivão”, caracterizada pela altaincidência de espasmos na mão. Em 1895, a tendinite das estruturas do primeiro compartimento dorsal da mão foimencionada por Fritz De Quervain como “entorse das lavadeiras”, ao detectar oquadro em mulheres que lavavam a roupa com conseqüente desgaste sobre ostendões e músculos do polegar (SILVERSTEIN, 1987). Os relatos da adolescente Miles Franklin, em 1901, fazem menção dequeixas ou supostas lesões relacionando-as com a atividade desenvolvida . “Entre os pequenos fedelhos, assim que crescem o suficiente paracarregar o balde, aprendem a tirar o leite. Assim suas mãos se acostumamcom o movimento, e isto não os afeta. Conosco era diferente. Sendo quaseadultos quando começamos a tirar o leite, e só então mergulhamospesadamente neste exercício, um efeito doloroso caía sobre nós. Nossasmãos e braços, até os cotovelos inchavam, de maneira que o nosso sonoera constantemente interrompido pelador”. (CODO & ALMEIDA, 1998, p.8). NOMENCLATURA A sigla LER, foi utilizada durante vários anos, sendo ainda melhor identificada. Muitos osautores que utilizam esta denominação, mesmo após a edição da atualização da Normatécnica de 1997 do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). “Work-related Musculoskeletal Disorders”, foi proposta a sigla DORT, ficando enquadrada nacategoria das doenças relacionadas ao trabalho proposta pela Organização Mundial daSaúde (OMS). GALAFASSI (1998) – Usa DORT diz que LER pode ter conotação errônea, uma vez que jáconfirmaria a presença de uma alteração anatomopatológica. BORGES (2000)- Usa LER e observa as diferenças entre as chamadas doenças profissionais(ambiente de trabalho – doença estabelecem relação causal) e as doenças relacionadasao trabalho (cuja causa é de difícil comprovação). RANNEY (2000) - múltiplos fatores no trabalho associados à doença e até exposições nãoocupacionais podem produzi-la. Por isso opta pelo termo “doença relacionada ao trabalho”. CONCEITO A definição presente na Norma Técnica (ordem de serviço 606 de 05/08/98) do INSS (1998),conceitua como:“Síndrome clínica caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não dealterações objetivas e que se manifesta principalmente no pescoço, cinturaescapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho, podendo afetartendões, músculos e nervos periféricos”. Associa-se a estes fatores um complicador: o tempo insuficiente para a recuperação dostecidos músculo-esqueléticos. Provocadas pelo uso inadequado ou excessivo do sistema que agrupa ossos, nervos,músculos e tendões. Atingem principalmente os membros superiores: mãos, punhos, braços,ombros e coluna cervical. Típicas do trabalho intenso e repetitivo, agravado por pressões queafetam as pessoas tanto fisicamente quanto psicologicamente.” CLASSIFICAÇÃO A partir da norma técnica de 1993 sobre LER do Ministério da Previdência Social, o processo deadoecimento ficou sendo classificado em quatro estágios de forma a diferenciar as fases docurso do adoecimento: Estágio ou Grau I: - Sensação de peso e desconforto no membro afetado, - Dor espontânea localizada em membros superiores ou cintura escapular. - Sinais flogísticos estão ausentes. - Dor não se irradia, melhora com o repouso. - Prognóstico é bom. CLASSIFICAÇÃO Estágio ou Grau II: - A dor torna-se mais intensa e persistente. - Dor intermitente na jornada de trabalho, queda na produtividade. - Demora mais a se recuperar com o repouso. - Os sinais clínicos estão ausentes. - Prognóstico é favorável. Estágio ou Grau III: - A intensidade da dor aumenta, tornando-se mais persistente. - Ocorrência de dor noturna é comum. - Edema, hipertrofia e alterações de sensibilidade. - O sistema nervoso autônomo pode sofrer alterações, provocando sudorese e palidez. - A produtividade é muito afetada, e às vezes a tarefa torna-se impossível de ser realizada. - O prognóstico já não é tão favorável. Estágio ou Grau IV: - A dor torna-se contínua e às vezes insuportável. - O edema persistente. Atrofia e deformidades. - Alterações do perfil psicológico podem acompanhar o quadro. - A capacidade de trabalho é anulada e advém a incapacidade. - O prognóstico é sombrio. Esta norma define que o diagnóstico deve ser clínico e basear-se na história clínica ocupacional, no exame físico, nos exames complementares e na análise das condições de trabalho responsáveis pelo aparecimento da doença. FATORES DE RISCO MIRANDA & DIAS (1999) apresentam três grandes grupos como fatores causais, como sendo consensuais: Fatores de natureza ergonômica - força excessiva, repetitividade, posturas incorretas, compressão das estruturas dos mmss. Incluindo fatores ambientais como frio, vibração, ventilação e ruídos, má adaptação ao mobiliário, falta de manutenção em equipamentos e ferramentas, más concepções de postos de trabalho, exigência física desnecessária em função da disposição ou das dimensões de equipamentos e instrumental de trabalho. Fatores socioeconômicos e culturais - medo do desemprego, baixa remuneração e falta de reconhecimento social, ausência de perspectivas de desenvolvimento humano e pessoal e más condições de vida. Fatores de natureza organizacional e psicossociais - concentração de movimentospara um mesmo indivíduo, horas extraordinárias, dobras de turno, ritmo apertadode trabalho, ausência de pausas, jornada de trabalho exagerada, gratificaçãopor produtividade, cobrança excessiva por produção e qualidade por parte dasupervisão ou da chefia, incompatibilidade entre a formação e as exigências dotrabalho, atividades monótonas, conflitos disfuncionais, problemas nas relações einterações humanas, ambientes de trabalho hostis, privação da criatividade epotencialidades individuais colocadas em segundo plano, empobrecimento efragmentação da tarefa; LER/DORT seria uma manifestação da falência dos mecanismos psicológicos, individuais e coletivos, de resistência por parte dos trabalhadores. MECANISNOS DE LESÃO ASSUNÇÃO (2000): Repetitividade / Ritmo da tarefa não garante a pausa necessária para que a fibra muscular retorne ao seu estado inicial de repouso, não permitindo adequada reperfusão sangüínea. Reações no organismo, gerando uma resposta inflamatória e/ou degenerativa das células dos tecidos moles (músculos, nervos, tendões, ligamentos). BUCKLE (1997): Mecanismos fisiopatológicos - Contrações contínuas e aumento de pressão intramuscular, interrupção do aporte sangüíneo e compressões de feixes nervosos, levando a sofrimento muscular crônico. Repetição de movimentos um dos fatores de risco. MECANISNOS DE LESÃO GRANDJEAN (1998): Importância do esforço muscular. Em especial o trabalho estático, que além de favorecer a instalação da fadiga muscular, conduz também ao surgimento de lesões. A multifatoriedade que envolve LER/DORT, supera a noção que a repetitividade de movimentos pode ser a causa exclusiva do adoecimento. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MAIS FREQUENTES Dedo em gatilho, Doença de De Quervain Síndrome do Túnel do Carpo Epicondilites lateral e medial Bursites Tendinites Tenossinovites Cervicobraquilagia ocupacional ou Síndrome cérvico braquial Síndrome do desfiladeiro torácico Miosites ou síndrome miofascial Síndrome do ombro doloroso Cisto sinovial. CONSIDERAÇÕES IMPORTANTESSOBRE LER/DORT LER/DORT são a segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil (INSS). A cada 100 trabalhadores na região Sudeste, um é portador de LER/DORT (OMS). A região Nordeste, segundo o DATASUS (2002) apresenta crescimento das taxas de incidência de doenças relacionadas ao trabalho. Entre 1996 o índice era 0,9% passando em 1998 para 1,2%. Nos últimos cinco anos 532.434 CATs geradas pelas LER / DORT. A maior incidência ocorre na faixa etária de 30 a 40 anos O custo para as empresas é de R$12,5 bilhões/ano e para o Brasil é de R$ 20 bilhões/ano (aposentadoria, indenizações e tratamento médico). As ocorrências de LER/ DORT em algumas categorias profissionais tem relação com osestudos científicos de Armstrong, no qual demonstraram que o riscos de tendinite de mãose punhos em pessoas que executam atividades repetitivas e forçadas é vinte e nove vezesmaior do que em pessoas que executam tarefas lentas, pouco repetitivas e forçadas.(COUTO, 2006). Neste ínterim, as categorias profissionais que lideram as estatísticas são bancários,digitadores, operadores de linha de montagem, operadores de telemarketing, secretárias,jornalistas, entre outros (AMERICANO, 2000). De acordo com Higgs & Mackinnon (1995), apesar de quase duas décadas de estudo, essasíndrome continua sendo o maior e o mais freqüente problema das extremidadessuperiores relativo ao trabalho. DOENÇAS OCUPACIONAIS / PROFISSIONAIS São as entidades mórbidas que decorrem do exercício profissional. Relacionam-se diretamentecom as condições físicas, cognitivas e sociais da execução da tarefa. PANORAMA BRASILEIRO “Mais do que de máquinas precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência precisamos de afeição e doçura.” Charles Chaplin.
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