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Resumo Fundamentos do Direito Empresarial.pdf

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O Direito pode ser definido como aquilo que é mais adequado para o indivíduo que, vivendo em 
sociedade, tal direito deve compreender fundamentalmente o interesse da coletividade. 
Flávia Leal Vilanova afirma que, diante da realidade social em que vivemos, de inseguranças e 
incertezas, onde a fronteira entre o que é moralmente correto ou incorreto não pode ser avistada com 
clareza, talvez seja o momento de repensar sobre a razão e como esta deve ser aplicada às questões que 
a sociedade enfrenta. 
Para que a coletividade viva num bem estar comum, devem ser estabelecidas normas jurídicas que 
estejam para além do mero formalismo, que atuem em simbiose( Associação entre duas espécies que 
resulta em vantagens mútuas). 
Com a realidade socioeconômica e que correspondam aos anseios sociais de justiça, de equilíbrio 
socioeconômico e de dignidade. 
Ética é um conjunto sistemático de conhecimentos racionais e objetivos a respeito do comportamento 
humano moral. 
É a teoria ou ciência do comportamento moral do homem em sociedade. 
Ética -Parte de uma série de práticas morais e busca determinar a essência da moral, sua origem, as 
condições objetivas e subjetivas do ato moral, as fontes de justificação desses juízos e o princípio que 
rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais. 
Moral- A moral não é estática. É um fato histórico mutável e dinâmico que acompanha as mudanças 
políticas, econômicas e sociais e onde a existência de princípios absolutos se torna impossível. 
 
O Direito nasce para harmonizar não só os conflitos sociais e políticos do homem, mas também para 
compor, juntamente com a moral, o seu comportamento ético perante seus pares. 
A empresa compõe o cenário de atuação de um ramo do Direito designado Direito Empresarial. 
O Direito Empresarial desdobra-se num dos ramos do Direito Privado e se estrutura por meio de um 
conjunto de normas, cujo objetivo é harmonia nas relações empresariais. 
A aplicação da Teoria da Empresa foi inserida no sistema jurídico brasileiro com o advento do Código 
Civil de 2002. 
Longe de parecer somente uma mudança de vocábulo, a Teoria da Empresa consagra o que há muito 
tempo os tribunais já aplicavam: a relevância da atividade economicamente organizada. 
 
Princípio da Isonomia: 
O princípio que afirma que todos são iguais perante a lei. 
Princípio da Ampla Defesa e Contraditório- O princípio que concretiza e possibilita 
que os litigantes e acusados em geral em processo judicial ou administrativo 
possam ser ouvidos e de refutarem e discordarem dos argumentos de uns e de 
outros, bem como, pela possibilidade de utilizar todas as formas permitidas de 
defesa e recursos. 
 
 
 
 
Você conhece o significado da palavra Empresário para o Direito Empresarial? 
Segundo a Teoria da Empresa, é considerado empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
O empresário pode ser pessoa natural ou jurídica. Veja os requisitos para a atividade empresarial. 
Profissionalismo: 
 O empresário deve exercer sua atividade de forma habitual e não esporádica. 
 O empresário exerce uma atividade, que é a própria empresa. 
 A busca do lucro na exploração da empresa. 
Segundo Fábio Ulhoa Coelho, os fatores presentes na empresa são: 
 o capital, a mão-de-obra, os insumos e a tecnologia. 
A fabricação de mercadorias ou a prestação de serviços. 
A intermediação de mercadorias ou de serviços. 
A pessoa natural que opta em abrir o seu próprio negócio individualmente, sem a constituição de 
sociedade com amigos ou conhecidos, é chamado de empresário individual. 
Até o advento do novo Código Civil, sob a orientação da teoria dos atos de comércio, seu conceito 
técnico-jurídico era de comerciante. 
Para nós, as leis e normas aplicáveis à pratica mercantil eram exclusivas de quem realizava atos de 
intermediação das mercadorias com habitualidade, finalidade de lucro e em nome próprio, ficando 
ausentes do conceito as atividades oriundas da cadeia de produção, bem como as de prestação de 
serviço. 
Hoje, independentemente do negócio ser relacionado à produção, circulação de bens ou serviços, o que 
importa é que a atividade fim tenha se concretizado por meio de uma atividade economicamente 
organizada. 
As ciências econômicas classificam a atividade economicamente organizada como empresa. 
É realizada sob o comando do seu dono, agregando valores de produção para a realização da atividade 
final. 
Exemplo: 
A pintura de uma casa realizada por um pintor de residências, certamente ficará inacabada se o 
profissional vier a adoecer. Isso porque o trabalho do autônomo necessita exclusivamente dele para que 
a obra seja concluída. 
Uma empresa de obras residenciais, o afastamento de um do seu titular (empresário individual) por 
conta de uma enfermidade, não inviabiliza que os empregados, os tratores, os maquinários dêem 
continuidade a obra. Nessa segunda hipótese, a estrutura empresarial está economicamente organizada 
com outros fatores de produção que se alinham à atividade da empresa, a ponto da ausência do seu 
titular não impedir a conclusão da obra. 
 
Art. 966 do Código Civil (...) Parágrafo único. 
Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou 
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão 
constituir elemento de empresa.” 
 
ATIVIDADES EXCLUÍDAS DA ATIVIDADE EMPRESARIAL 
 Pela leitura do parágrafo único do artigo 966CC, conclui-se que as atividades intelectuais, as de 
natureza cientifica, artística e literária quando prestada com teor de pessoalidade pelo seu titular, serão 
atividades disciplinadas pelas normas do direito civil. 
 Quando, porém, imperar a impessoalidade, entenda: o afastamento do profissional para a realização da 
atividade fim, que se concretiza por meio de empregados, maquinários, frotas etc. teremos as então 
atividades intelectuais, científicas, artísticas, literárias como sendo também enquadradas em práticas 
empresariais. 
 PRESSUPOSTOS PARA O REGULAR EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL 
O artigo 972 do Código Civil estabelece dois pressupostos de regularidade da atividade empresarial: 
 1) o pleno gozo da capacidade civil e 
2) nenhum impedimento legal. 
A capacidade civil é um instituto do Direito Civil que estabelece a condição legal para a pessoa exerce 
atividade da vida civil e empresarial de forma autônoma. 
 O critério adotado pelo sistema jurídico brasileiro para conferir a capacidade civil plena às pessoas 
naturais foi o parâmetro biológico, com isso todos nós nos tornarmos capazes civilmente para comprar 
uma casa ou vender um automóvel, sem a assistência dos pais, a partir dos 18 anos. 
É bem verdade que a regra apresente exceções, concentradas naqueles que não obstante a maioridade 
não possui discernimento para os atos do dia-adia, como, por exemplo, aqueles que são interditados 
pelos familiares. Outra questão fica por conta de algumas pessoas que, pelo instrumento da 
emancipação, se tornam capazes antes dos 18 anos. 
 Nesses casos, a lei civil exige que elas tenham no mínimo 16 anos completos. As situações que levam à 
emancipação estão previamente enumeradas pelo legislador no Código Civil no artigo 5º parágrafo 
único e, dentre outras hipóteses, temos a concessão pelos pais, tutor ou juiz; o casamento e exercer 
atividade empresarial com economia própria. 
a) maiores de 18 anos, no gozo de seus direitos civis; 
b) maiores de 16 e menores de 18 anos, desde que emancipados. 
Em princípio, por não ter adquirido a 
capacidade civil plena, o menor não poderá 
exercer regularmente a atividade de 
empresárioindividual, exceto duas exceções. 
 
Existe algum impedimento nas sociedades entre marido e mulher? 
Há um impedimento chamado relativo. Pela Lei Civil, no seu artigo 977CC, ele determina que marido e 
mulher podem contratar sociedade entre si, desde que o regime de casamento não seja o da comunhão 
total ou da separação de bens obrigatória. 
Outro tipo de sociedade é o casamento entre sócios, já que o impedimento legal estabelecido no Artigo 
977CC não se estende para aqueles que já constituíram a sociedade e são designados sócios. 
Sociedade entre pessoas com união estável 
Sociedade entre homoafetivos 
SOCIEDADE ENTRE CONJUGES SOB O REGIME DE COMUNHÃO PACIAL DE BENS. 
Na prática, pode-se perceber que a sociedade constituída por marido e mulher que segue o regime 
tradicional da cultura brasileira não foi atingida pelo impedimento da constituição societária. 
Em outras palavras, pode-se afirmar que o regime de comunhão parcial de bens (comunicação entre os 
cônjuges de bens adquiridos na constância do casamento) não impede a sociedade entre marido e 
mulher. 
 SOCIEDADE ENTRE PESSOAS COM UNIÃO ESTÁVEL- Aqueles que não são casados, mas convivem numa 
união estável são equiparados nos direitos decorrentes da convivência ao regime de comunhão parcial. 
Para eles, também não há que se falar em impedimento estabelecido pela Lei Civil. 
SOCIEDADE ENTRE HOMOAFETIVOS- Dentro do contexto da convivência entre homoafetivos, da mesma 
forma não há que se falar em impedimento, uma vez que a lei faz referência aos casais sob o regime de 
comunhão total ou separação obrigatória de bens, mas fundado nos dois casos na diversidade de sexos 
(homem e mulher), caso contrário as sociedades constituídas entres duas mulheres ou entre dois 
homens, não apresentam nenhum impedimentos, pois os agentes que integram a sociedade são 
classificados como sócios daquele empreendimento. 
 O CASAMENTO ENTRE SÓCIOS- O impedimento legal estabelecido no artigo 977CC entre casais cujo 
regime seja o da comunhão universal ou o da separação obrigatória não se estende para aqueles que já 
constituíram a sociedade e, portanto, são designados de “sócios”. Estes, pretendendo contrair 
matrimônio entre si no decorrer da sociedade, não apresentaram os impedimentos dos regimes de bens 
estabelecidos na Lei Civil. Isso porque a interpretação das regras restritivas de direitos deve ser sempre 
no sentido estrito da norma, dessa forma o impedimento é para aqueles que são casados e querem 
constituir a sociedade, não se aplicando àqueles que já são sócios e resolvem contrair matrimônio entre 
si. 
O Artigo 973 do Código Civil determina que aquele que exercer atividade empresarial violando o 
impedimento legal para tal, responderá pelas obrigações contraídas. 
Para cumprir as suas obrigações, o empresário deve registrar-se na Junta Comercial, manter 
escrituração regular de seus negócios e levantar demonstrações contábeis periódicas. 
VIOLAÇÃO AO IMPEDIMENTO LEGAL PARA EXERCÍCIO DA ATIVIDADE –impedimento legal para tal, 
responderá pelas obrigações contraídas. “Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade 
própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.” 
 Nesse momento a lei o equipara ao empresário apenas no contexto das obrigações e deveres. A 
proposta do legislador é proteger o terceiro de boa-fé que desconheça do impedimento legal, com isso 
o impedido deverá honrar as obrigações assumidas não podendo se prevalecer dos direitos inerentes ao 
empresário regular. 
Pode-se trazer aqui, à título de exemplo, tome por base a aplicação da Lei 11.101/2005 que trata dos 
institutos da recuperação judicial , extrajudicial e da falência da empresa aplicados exclusivamente à 
empresário ou sociedade empresária. 
Os dois primeiros são procedimento benéficos ao empresário, já que se trata da possibilidade do 
reerguimento da sua empresa que passa por crise econômico-financeira , já a falência é um processo 
agressivo de execução dos bens do empresário devedor que concentra todos os seus credores numa 
única ação, este último procedimento de benefício não tem nada. 
Aquele impedido legalmente de exercer a atividade empresarial , se assim o fizer, ficará submetido a 
uma possível ação de falência , se porventura não cumprir com as obrigações decorrentes da sua 
atividade, pois deverá honrar com as obrigações contraídas; por outro lado nunca poderá se valer dos 
pedidos de recuperação judicial ou extrajudicial, destinados aos empresários que exercem regularmente 
a atividade empresarial. 
 REGISTRO DE EMPRESA- O registro de empresas é regulado pela Lei 8.934/94 – Sistema Nacional de 
Registro de Empresas Mercantis, composto pelo Departamento Nacional do Registro do Comércio 
(DNRC) e pelas Juntas Comerciais. 
O DNRC integra o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, cuja finalidade consiste 
em supervisionar, orientar, normatizar, coordenar e fixar diretrizes básicas para a prática de atos 
registrários a cargo da Junta Comercial. 
Atos do registro na Junta Comercial 1- Matrícula e seu cancelamento – Compreendem os leiloeiros, 
tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns. 
2- Arquivamento – Refere-se à constituição, alteração, dissolução e extinção de sociedades empresárias, 
cooperativas, firmas individuais, atos relativos a consórcio e grupo de sociedade anônima, sociedades 
estrangeiras, microempresas e demais documentos de interesse do empresário ou da sociedade 
empresária. 
3- Autenticação – Relaciona-se aos instrumentos de escrituração, dentre eles os livros contábeis, 
balanços, demonstrações financeiras etc. 
EMPRESÁRIO DE FATO E SOCIEDADE EM COMUM (SOCIEDADE IRREGULAR E SOCIEDADE DE FATO) É 
aquela que não inscreve seus atos constitutivos no registro competente. Assim, o empresário e a 
sociedade empresária, antes de iniciar suas atividades, deverão proceder ao registro na Junta Comercial, 
e a sociedade simples, no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (art. 1.150, CC). 
A falta de registro implica sanções de natureza administrativa e judicial: ela não tem direito de ingressar 
com recuperação judicial ou de pedir a falência de outra empresa. Porém, por tratar-se de sociedade 
irregular, estará sujeita a falência. 
Você sabe o que é um Estabelecimento Empresarial? 
Estabelecimento Empresarial é a reunião organizada dos bens corpóreos e incorpóreos para o exercício 
da empresa, por empresário ou por sociedade empresária. 
Antes da Teoria da Empresa, este instituto era conhecido como Fundo de Comércio. 
Após o Código Civil, com a previsão no seu artigo 1.142CC, passou a ser classificado como 
Estabelecimento- O dia-a-dia do empresário e da sociedade empresária está direcionado a angariar – 
dentro das práticas mercadológicas – o maior número possível de clientes. 
Na realidade a cliente se diferencia da freguesia, aquela consiste na fidelização ao produto ou ao titular 
que apresenta o produto ou, aos dois. 
Dessa forma a atividade principal do empresário deve estar agregada aos elementos aliados ao negócio 
pelo empresário com a finalidade do melhor exercício possível da sua atividade empresarial. Com isso, 
não basta - diante da concorrência do mercado - que o empresário venda, por exemplo, sapatos sem se 
preocupar com elementos que venham a facilitar a formação da sua carteira de clientes e - 
consequentemente - a sua lucratividade. 
No nosso exemplo, o empresário da atividade da sapataria deve se preocupar em exercê-la num ponto 
empresarial de fácil acesso ao consumidor, o ambiente deve oferecer conforto como refrigeração, sofás, 
oferecer acesso na linha de crédito como cartões e cheques, trabalhar uma marca respeitada nomercado, revender um produto com selo de procedência, dentre outros elementos. Percebe-se que a 
composição de todos esses elementos faz com que o empresário se diferencie do seu concorrente. No 
entanto, requer a injeção de capital por parte do empresário, o que comporta num sobre valor ao 
empreendimento Empresarial ou Fundo de Empresa. 
O trespasse consiste na venda do estabelecimento empresarial. Não podemos confundi-lo com a venda 
do ponto empresarial. 
No trespasse há alienação de todo o complexo de bens. 
 
Na venda do ponto, subentende-se que a empresa somente mudará o local de exercício da sua atividade 
empresarial. 
No discurso popular usa-se aleatoriamente a expressão “passo o ponto” que, por vezes, resume-se tão 
somente repasse do ponto empresarial e, em outras vezes, na venda do próprio estabelecimento 
empresarial. 
 AUTORIZAÇÃO DOS CREDORES DO EMPRESÁRIO PARA A REALIZAÇÃO DO TRESPASSE- Uma questão 
importante quanto ao trespasse fica por conta da necessidade da anuência ou não dos credores do 
empresário para a alienação do estabelecimento. 
Dispõe a lei que a concordância dos credores do empresário só se faz necessária quando na venda o 
empresário não tiver saldo suficiente para honrar as obrigações com seus credores. Desta forma, se a 
empresa saudável for negociada com terceiros, o empresário-vendedor não precisará da concordância 
de seus credores, pois os mesmos não serão prejudicados com a alienação. Ao contrário, se o 
empresário-alienante do empreendimento – não tiver saldo para honrar as dívidas contraídas, caberá - 
antes de efetivar a transação de venda – a notificação de seus credores para que os mesmos possam se 
manifestar nesse sentido. 
 O silêncio em relação à notificação de venda significa aprovação dos credores no trespasse do 
estabelecimento empresarial. Isso significa que a manifestação de reprovação por eles deve ser de 
forma expressa (escrita). No entanto, nada impede que o empresário continue o processo venda, desde 
que - por meio de pagamento ou depósito em juízo - desconstitua a relação da dívida, cujo titular se 
mostrou contrário à venda. A violação desta notificação fará com que os credores - diante da ausência 
de saldo para a satisfação da dívida - possam ingressar com o pedido de falência do empresário (art. 94, 
III “C” da Lei 11.101/2005). 
TRESPASSE E A RESPONSABILDADE DOS DÉBITOS ANTERIORES: ALIENANTE X ADQUIRENTE. Havia um 
dito popular de que as dívidas do estabelecimento eram assumidas pelo novo dono. Na realidade, a lei 
civil firmava que os débitos não eram bens e, sim gravames sobre os bens, portanto, não ingressavam 
no conjunto de bens do estabelecimento empresarial. Com isso, os débitos anteriores à venda ficavam 
sob a titularidade do antigo dono, salvo se houvesse um acordo entre as partes por meio de previsão 
contratual. Como a prática do acordo entre as partes era muito utilizada, era comum se afirmar que a 
dívida era de quem comprava o empreendimento. 
Algumas leis especiais como as trabalhistas e as tributárias apresentavam disposições próprias no 
sentido do trabalhador e o fisco poderem acionar os dois: tanto o alienante como aquele que adquiria o 
estabelecimento empresarial. 
Hoje a questão encontra-se disposta no artigo 1.146 do Código Civil, que estabelece a responsabilidade 
solidária (dos dois: alienante e adquirente) dos débitos anteriores na ocasião do trespasse por um ano a 
contar da publicação do negócio ratificado na Junta Comercial para as dívidas que foram contraídas 
antes da venda e que já estejam vencidas, ou a contar da data do seu vencimento se a dívida foi 
assumida antes da venda, porém com a data de vencimento posterior à da venda. 
As leis trabalhistas e tributárias apresentam, como já mencionado, tratamento especial e, portanto o 
prazo para que o empregado acione solidariamente as partes envolvidas na venda é de dois anos ao 
passo que para o fisco de cincos anos. 
Bens Corpóreos-São bens materiais como: mercadoria, maquinários, frota, utensílios, entre outros. 
Bens Incorpóreos-Também conhecidos como Imateriais, são bens como: nome e título do 
estabelecimento, bem como a marca do produto utilizado pelo empresário. 
Ponto e Locação Empresarial-É o espaço físico, fixo ou não, onde o empresário se estabelece, 
constituindo um dos elementos incorpóreos do estabelecimento comercial. Em virtude dos 
investimentos pelo empresário despendidos para sua organização, o ponto gozará de proteção 
decorrente da Lei do Inquilinato (8.245/91). 
Marcas dos Produtos-Apresenta uma proteção em lei especial conhecida como Lei de Propriedade 
Industrial, que disciplina a invenção, o modelo de utilidade, o desenho industrial e a marca. 
Direito Societário-A grande relevância no estudo do Direito Societário é a personificação da sociedade 
que, ao invés dos sócios, atua nas relações jurídicas negociais. Isso faz com que a própria sociedade 
assuma e honre com as obrigações decorrentes da atividade empresarial. 
Pelo empresário, individualmente-Apresenta a tranquilidade na lucratividade individual, porém, tem-se 
o fantasma da responsabilidade ilimitada do empresário, que exerce sua atividade em nome próprio, 
respondendo com todo o seu patrimônio pelas dívidas contraídas. 
Pela constituição de uma sociedade-É uma pessoa jurídica do direito privado que atende aos interesses 
de seus membros, atuando com objetivo de lucro, exercendo atividade economicamente organizada. 
O conceito de sociedade trata de um perfil doutrinário para designar as sociedades empresárias, haja 
vista outras pessoas jurídicas atuarem no contexto jurídico. 
 O momento da personificação da sociedade se dá com o registro bem como estabelece o artigo 985 CC 
“Art. 985 CC - A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma 
da lei, dos seus atos constitutivos.” Num cenário de incerteza do mercado optar em constituir uma 
sociedade representa – dentro das práticas legais – uma proteção ao patrimônio pessoal dos sócios, que 
responderam sim, mas de forma subsidiária. 
Entenda-se como responsabilidade subsidiária aquela que é atingida após o esgotamento dos bens da 
sociedade. 
Concluindo-se que sendo a sociedade saudável financeiramente, honrando com os pactos assumidos na 
atividade empresarial, os sócios terão seus respectivos patrimônios resguardados. Tratando-se – dessa 
forma – de outra pessoa diferente da pessoa dos sócios, a sociedade produz alguns efeitos decorrentes 
desta personificação, tais como: legitimidade processual, titularidade negocial, autonomia patrimonial 
bem como, domicílio e nacionalidade próprios. 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA- A teoria da desconsideração da personalidade 
jurídica é aplicada todas as vezes em que os sócios atuarem de forma fraudulenta em detrimento dos 
credores. 
A prática de alguns sócios maquiarem suas condutas ilícitas utilizando-se da pessoa jurídica é possível, 
uma vez que a sociedade ao ser enquadrada como uma pessoa, não possui cérebro e nem comando dos 
seus atos. A sua personificação consiste numa abstração do direito; daí a facilidade do manuseio pelos 
sócios. Uma vez detectado a fraude aos credores, com provas que instruam essa prática, a teoria 
aplicada consiste em desconsiderar a pessoa jurídica para atingir o patrimônio dos sócios envolvidos na 
fraude, preservando o principio maior na relação jurídica que é o da boa-fé garantindo dos direitos dos 
credores. 
 
Você sabe o significado de contrato social? 
Sua elaboração deve obedecer as normas legais, contendo cláusulas que são essenciais para seu 
arquivamento na Junta Comercial como, por exemplo, o nome da sociedade, qualificação dos sócios, 
indicação da sede, dentre outros. A doutrina estabeleceelementos de validade para o contrato social e 
os classifica em elementos gerais e elementos específicos. 
Vamos conhecer os elementos comuns do contrato social? 
Veja os elementos comuns a qualquer ato jurídico. 
Capacidade. 
Objeto Lícito. 
Forma prescrita ou não defesa em lei. 
Veja agora os elementos específicos do contrato social, que são chamados assim por tratarem de 
questões próprias do Direito Societário. 
PLURALIDADE DE SÓCIOS- O mínimo de integrantes para se constituir uma sociedade no Brasil é o 
mínimo de dois sócios, em regra, não há exigência que sejam pessoas naturais ou jurídicas, salvo as 
exceções das sociedades em nome coletivo e as subsidiárias integrais. Dessa forma, tal requisito afasta a 
possibilidade da sociedade unipessoal no Brasil ser uma regra. Na realidade a sociedade como um único 
sócio é admitida na sua constituição apenas na modalidade subsidiária integral. Quando a 
unipessoalidade ocorrer após a constituição da sociedade, como a morte de um dos dois únicos sócios, a 
lei concede um prazo de 180 dias para a reposição da pluralidade sob pena da abertura de dissolução da 
sociedade. A mesma regra se aplica às sociedades anônimas, sendo que para elas o prazo aumenta para 
um ano a contar da unipessoalidade superveniente. 
PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS -Todos os sócios devem participar dos resultados, quer de ordem 
positiva, quer negativa, na proporção de sua participação na sociedade. Antes do Código Civil de 2002 se 
admitia que os sócios dispusessem de forma contrária, ou seja, era permitido que um deles ficasse com 
os lucros e o outro sócio com as perdas. Eram as conhecidas sociedades leoninas. O princípio que 
norteava tal liberalidade era o principio da liberdade de contratar. Hoje, O Código Civil no artigo 1008CC 
estabelece a nulidade da clausula que não fizer previsão proporcional entre as perdas e lucros. 
AFFECTIO SOCIETATIS O elemento affectio societatis consiste na afeição de se associar estabelecida 
entre os sócios, este requisito é próprio das sociedades de pessoas, onde a pessoalidade entre os sócios 
pode impedir que um estranho ingresse na sociedade posteriormente a sua formação inicial. Nas 
sociedades de capitais a sua presença é quase imperceptível, uma vez que o que impera nessas 
sociedades é a circulação de riquezas. As sociedades anônimas são exemplos de sociedades de capitais. 
CAPITAL SOCIAL Elemento específico indispensável para a formação da sociedade. Consiste na 
contribuição dos sócios para a formação de um contingente pecuniário pertencente à pessoa jurídica. 
Esta contribuição pode se ocorrer em espécie, bens ou créditos. 
 Nos dois últimos casos, a responsabilidade por eventuais vícios redibitórios, evicção ou não satisfação 
do crédito, recai sobre o sócio que apresentou o respectivo bem ou crédito como forma de realização 
do capital social. Excepcionalmente, temos a contribuição em forma de serviços, caso único previsto no 
Novo Código Civil, quando dispõe o legislador a respeito das sociedades simples. A finalidade do capital 
social é oferecer garantia aos credores. 
 Na realidade, apesar de integrar o patrimônio da empresa, em conjunto com outros bens, o capital 
social não se confunde com este. Isso ocorre porque o capital social é estático enquanto que o 
patrimônio é dinâmico. 
São três os princípios que regem o capital social: 
intangibilidade, veracidade e unicidade. No primeiro deles, o capital social mostra-se intangível, ou seja, 
não é um capital para ser utilizado como capital de giro. 
 A veracidade determina que deve haver uma transparência entre o montante declarado no contrato 
social e o valor real existente do capital social. O último princípio norteia que cada sociedade apresenta 
um único capital social. O capital social poderá ser modificado e, isso, não contraria o princípio da 
intangibilidade. 
Com efeito, a alteração só ocorre por provocação dos sócios, por procedimento assembleiar anterior. A 
modificação poderá ser para o aumento da redução do capital social, neste último caso, é necessário a 
notificação dos credores quirografários para que possam se manifestar a respeito. A notificação é 
necessária porque sendo o capital social uma garantia para os credores, devem esses tomar ciência que 
tal garantia está sendo reduzida. A resistência de alguns deles ( ou todos) não inviabiliza o procedimento 
de redução do capital , porém requer o pagamento dos credores contrários à diminuição ou, então, o 
respectivo valor depositado e juízo. A não notificação aos credores acarreta a possibilidade do seu 
pedido de falência (Lei 11.101/2005). 
A Natureza Jurídica dos sócios é discutida na doutrina e, sustentada por alguns como sendo um direito 
de propriedade do sócio sobre a sociedade que ele integra. Outros afirmam que ser sócio é um direito 
de crédito sobre a sociedade, por ter contribuído na formação do capital social. A doutrina majoritária 
inclina-se para a formação de um regime jurídico próprio entre sócio/sociedade com regras específicas 
que delimitam direitos e deveres peculiares. 
 
 
 
 
Você verificou que a resolução do sócio perante a sociedade poderá ocorrer de quatro formas: pela 
morte do sócio; de forma voluntária; cessão de suas quotas à terceiros ou exclusão (obrigatória). Veja 
como pode ocorrer a exclusão: 
 sócio remisso; 
 sócio falido; 
  falta grave – via ação judicial; 
 incapacidade superveniente – via ação judicial; 
 justa causa – para sociedades limitadas - via administrativa (desde que haja previsão contrato social; 
 penhora das quotas – Art. 655 do CPC. A importância do estudo dos administradores das sociedades – 
até há pouco tempo, conhecidos como sócio – gerente ocorre pelo fato de ser o agente responsável em 
corporificar a vontade da sociedade assumindo assim pessoalmente a responsabilidade pessoal pelos 
atos realizados. Distinguir sua atuação como gestor norteada pela autonomia de vontade x submissão às 
normas sociais compõe no contexto societário extrema relevância no sentido da responsabilidade 
pessoal pelos atos do administrador da sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sociedade em nome coletivo Constituição – Mediante contrato escrito, particular ou público, com 
cláusulas pactuadas pelos sócios, especificando: 
a) qualificação dos sócios; 
 b) objeto social; 
c) sede; 
d) prazo de duração; 
e) capital social; 
f) contribuição de cada sócio (em bens ou serviços); 
g) participação nos lucros e perdas; 
 h) indicação do gerente e suas atribuições. 
Dissolução – A sociedade pode ser dissolvida: 
 a) findo o prazo estipulado de sua duração; 
 b) pela vontade unânime dos sócios; 
 c) por deliberação da maioria absoluta dos sócios, quando se tratar de sociedade por prazo 
indeterminado; 
d) por falta de pluralidade de sócios; 
e) por cassação de autorização para funcionar; 
 f) por falência (art. 1.044, CC). 
Sociedade em comandita simples O sócio comanditário é mero prestador de capital e não participa da 
administração da sociedade. No entanto, poderá ser constituído procurador da sociedade com poderes 
especiais para realizar determinado negócio. Uma vez considerado sócio, tem direito de participar das 
deliberações e de fiscalizar as operações sociais. Dissolução – A sociedade pode ser dissolvida: 
a) pelo vencimento do prazo de duração; 
b) por vontade unânime dos sócios; 
 c) por deliberação da maioria dos sócios, quando se tratar de sociedade constituída por prazo 
indeterminado; 
d) por falta de pluralidade de sócios, no prazo de 180 dias; 
e) por cassação de autorização para funcionar; 
 f) por falência; 
g) por falta de uma das categorias de sócio por mais de 180 dias. 
NaSociedade em Comandita Simples há duas categorias de sócios. Marque as duas opções que 
representam essas categorias. 
A Sociedade Limitada é considerada uma das sociedades mais usuais no Direito Brasileiro, já que a 
responsabilidade dos sócios está restrita ao valor de suas quotas, estabelecendo nítida separação entre 
o patrimônio pessoal dos sócios, que não podem ser atingidos pelas obrigações. 
Seu capital social é a contribuição inicial dos sócios para a formação da sociedade. 
 
O ato inicial para a contribuição do capital social representa uma manifestação de vontade em tornar-se 
sócio da sociedade, podendo a subscrição ocorrer de imediato ou em até 180 dias. 
 
 
 
 
Deliberações dos sócios Assembléia – As decisões que comprometerem o funcionamento da sociedade 
limitada só podem ser tomadas em assembléia, regularmente convocada (art. 1.071, CC). Esta é 
obrigatória quando o número de sócios for superior a 10; quando inferior ou igual a 10, os sócios 
poderão pactuar o contrato que matérias serão deliberadas em reunião de sócios. 
Tanto a assembléia como a reunião poderão ser substituídas por um documento firmado entre os 
sócios. A assembléia instala-se em primeira convocação com o quorum de 3/4 do capital social e em 
segunda, com qualquer número. Assembléia geral pode ser: 
 a) ordinária: realizada nos quatro primeiros meses ao término de cada exercício anterior; b) 
extraordinária: (arts. 1.071 e 1.076, CC): realizada sempre que houver necessidade, para deliberar 
assuntos de interesse da sociedade. Instalada a assembléia, os sócios deverão observar o quorum de 
deliberação: a) para designação de administrador não-sócio, enquanto não integralizado o capital social: 
aprovação unânime; após sua integralização: no mínimo 2/3; 
b) para destituição de sócio administrador: 2/3; 
c) para modificação do contrato social, incorporação, fusão, dissolução: no mínimo 3/4; d) nomeação de 
administrador extra, bem como sua remuneração ou destituição e pedido de concordata: 50% + 1 do 
capital; e) nos demais casos, na forma da lei: 50% + 1 dos presentes. 
 Conselho fiscal – Composto, no mínimo, por três membros e respectivos suplentes, sócios ou não, 
eleitos em assembléia ordinária para apreciar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço 
patrimonial e o resultado econômico. Constitui órgão facultativo. 
Dissolução da sociedade limitada- 
 A sociedade limitada pode ser dissolvida: 
a) vencido o prazo de duração, salvo se, vencido este, e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade 
em liquidação, caso em que será prorrogada por prazo indeterminado; 
 b) por consenso unânime dos sócios; 
 c) por deliberação por maioria absoluta dos sócios, na sociedade por prazo indeterminado; 
 d) por falta de pluralidade de sócios não reconstituída no prazo de 180 dias; e) por extinção, na forma 
da lei, de autorização para funcionar (art. 1.087, CC). 
 
 
Na Sociedade anônima aberta, os valores mobiliários estão em negociação no mercado de valores 
mobiliários, a cargo do mercado de balcão ou das bolsas de valores. Já na fechada, seus valores 
mobiliários não estão em negociação nesses mercados. 
Mercado Primário-Opera a subscrição de valores mobiliários emitidos pela companhia. 
Mercado Secundário-Opera a compra e venda de ações por intermédio das bolsas de valores. 
Mercado de Balcão-Opera emissão de valores mobiliários de companhia aberta, perante terceiros, por 
meio de um banco. Integra tanto o mercado primário como o secundário. 
Bolsa de Valores-Pessoa jurídica de direito privado cuja função é ampliar o volume de negócios nos 
mercados de capitais, operando a compra e venda de ações ou de outros valores mobiliários. 
 
A Sociedade Anônima poderá ser constituída por escritura pública ou particular, devendo em ambos os 
casos atender a certos requisitos. 
Veja quais são- 
Subscrição, de pelo menos, duas pessoas de todas as ações em que se divide o capital social. 
Realização inicial de 10%, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro. 
Efetivação do depósito da parte do capital em dinheiro no Banco do Brasil ou em outro estabelecimento 
bancário autorizado pela CVM. 
Ações Classificação quanto à natureza 
a) Ordinárias – Atribuem a seu titular os direitos comuns de um acionista, isto é, o direito a voto na 
assembléia geral. 
 b) Preferenciais – Atribuem a seu titular certa vantagem, como o direito a dividendos mínimos de 10% 
acima dos atribuídos às ações ordinárias. 
 c) De fruição – São utilizadas para a amortização das ordinárias ou das preferenciais. A amortização 
consiste na distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital social, dos 
direitos a que fazem jus, em caso de liquidação da companhia. Classificação quanto à forma a) 
Nominativas – Ações em que se declara o nome de seu proprietário em livro de registro de ações 
nominativas. 
b) Escriturais – Nelas não há emissão de certificado. São mantidas em conta de depósito, em nome de 
seus titulares, junto a uma instituição financeira. Principais valores mobiliários a) Partes beneficiárias – 
Sem valor nominal e estranhas ao capital social, dão direito de crédito eventual contra a companhia na 
participação nos lucros, não podendo ser superior a 10%. 
b) Debêntures – Conferem a seu titular direito de crédito contra a companhia emissora, podendo ser 
conversíveis em ações. 
 c) Bônus de subscrição – Conferem o direito de preferência em subscrever novas ações. 
 d) Commercial papers – São idênticos às debêntures, diferenciando-se pelo vencimento: o commercial 
paper vence em 30 a 180 dias; a debênture, em 8 a 10 anos, em geral. Acionista É o titular de ação de 
uma companhia emissora. Seu dever principal é o de pagar o preço de emissão das ações que 
subscrever. Direitos essenciais dos acionistas 
 a) participação nos lucros sociais; 
 b) participação no acervo da companhia, em caso de liquidação; 
 c) fiscalização da gestão dos negócios sociais; 
d) direito de preferência na subscrição de novas ações ou valores mobiliários; 
 e) direito de retirada ou recesso. Órgãos da sociedade anônima Assembléia geral – Constitui um órgão 
deliberativo dos acionistas, podendo ser: 
 a) ordinária: realizada nos quatro primeiros meses do exercício seguinte, consiste basicamente em 
aprovar as contas relativas ao exercício social, encerrado em 31 de dezembro do ano anterior (art. 132, 
CC); 
b) extraordinária: realizada a qualquer momento, conforme o quorum de instalação (art. 135, CC). 
Quorum – O quorum de instalação da assembléia em primeira convocação será de 1/4 do capital 
votante, ou de 2/3 no caso de constar da ordem do dia a reforma do estatuto social, e em segunda, 
qualquer número. O quorum de deliberação é a maioria, exceto quando a lei determina quorum 
qualificado (arts. 136 e 129, LSA). Diretoria – É um órgão executivo composto, no mínimo, por dois 
membros, acionistas ou não, eleitos pelo conselho de administração ou pela assembléia geral, cuja 
finalidade, de modo geral, é representar legalmente a sociedade. Conselho de administração – É um 
órgão deliberativo composto, no mínimo, por três membros acionistas, eleitos pela assembléia geral 
com a finalidade de agilizar a tomada de decisões (art. 140, LSA). É obrigatório nas sociedades anônimas 
abertas, de capital autorizado ou de economia mista (arts. 138, § 2º, e 235, LSA). 
Administradores – Nessa condição inserem-se os membros da diretoria e do conselho fiscal (art. 145, 
LSA), e devem ser pessoas físicas residentes no país, desde que legalmente não impedidas (art. 146, 
LSA). Assim, são deveres dos administradores: 
a) diligência ou cuidado com os negócios da sociedade; 
b) lealdade; 
 c) informação; 
d) sigilo.Conselho fiscal – É composto por, no mínimo, três membros e, no máximo, cinco, acionistas ou não 
(arts. 161 e 162, LSA). Sua função é convocar, fiscalizar, denunciar e examinar os documentos da 
administração. Demonstrações financeiras Ao fim de cada exercício, compete à diretoria elaborar: 
 a) balanço patrimonial; 
b) demonstração dos resultados; 
c) demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
 d) demonstração das origens e aplicações de recursos. Dissolução A dissolução da companhia poderá 
ocorrer: 
 a) de pleno direito; 
b) por decisão judicial; 
c) por decisão de autoridade administrativa competente. Liquidação A liquidação da companhia pode 
ser: a) extrajudicial: determinada pelos órgãos da sociedade; 
 b) judicial: determinada por decisão judicial. Extinção A sociedade se extingue: 
a) pelo encerramento da liquidação que se segue à dissolução; 
 b) pela incorporação; c) pela fusão; 
d) pela cisão com versão de todo o patrimônio para outras sociedades; 
e) após a sentença declaratória de encerramento da falência. Modificação na estrutura da S/A a) 
Transformação – Ocorre quando a sociedade passa de um tipo societário para outro (art. 220, LSA). b) 
Incorporação – Ato pelo qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em 
todos os direitos e obrigações (art. 227, LSA). 
c) Fusão – Operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar uma nova, que lhe sucede 
em todos os direitos e obrigações (art. 228, LSA). 
d) Cisão – Ato em que a companhia transfere parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedades 
(constituídas para esse fim ou já existentes), extinguindo-se a primeira cindida, se houver versão de 
todo o seu patrimônio, ou dividindo-se seu capital, se parcial (art. 229, LSA). 
 
Se um grande fornecedor no mercado demite o seu funcionário e não honra o pagamento das 
obrigações trabalhistas, temos uma relação jurídica entre os dois agentes (entendam: uma relação 
protegida pelo direito), mas as normas jurídicas aplicadas nesta questao não são de proteção ao 
consumidor, e sim da CLT que disciplina as relações trabalhistas. Dessa forma, até se tem na presença de 
um dos pólos a figura do fornecedor, mas falta – para ser uma relação de consumo – a sua interação 
com o consumidor. 
 
Princípios da Relação de Consumo- 
a) Vulnerabilidade do consumidor. É a espinha dorsal da proteção ao consumidor, sobre o qual se 
assenta toda a linha filosófica do movimento. É induvidoso que o consumidor é a parte mais fraca das 
relações de consumo; apresenta ele sinais de fragilidade e impotência diante do poder econômico. Há 
reconhecimento universal no que tange a essa vulnerabilidade. Nesse sentido já se manifestou a ONU e 
sob esse enfoque o tema é tratado em todos os países ocidentais. No Brasil, a Constituição Federal 
reconhece claramente essa situação de hipossuficiência, ao declarar que o Estado promoverá a defesa 
do consumidor, de um lado assumindo a postura de garantidor, e, de outro, outorgando tutela a quem, 
filosoficamente, reconhece carecedor de proteção. 
b) Boa –fé . Espera-se das duas partes envolvidas na relação de consumo a boa fé no pacto firmado 
entre elas, ou seja, que não se negocie utilizando de torpeza e engano consciente em relação à outra 
parte. 
A má-fé vicia o negócio realizado e acarreta as indenizações pertinentes pelos danos causados as partes 
prejudicadas. 
 c) Transparência. Os contratos devem ser firmados entre o consumidor e o fornecedor de forma mais 
clara e direta possível, sem entrelinhas que conduzam à confusão de uma das partes. 
O Código de Defesa do Consumidor estabelece, nesses casos, a condução de entendimentos sempre 
favorável ao consumidor. 
d) Presença do Estado. O princípio da presença do Estado nas relações de consumo é, de certa forma, 
corolário do princípio da vulnerabilidade do consumidor, pois, se há reconhecimento da situação de 
hipossuficiência, de fragilidade e desigualdade de uma parte em relação à outra, está claro que o Estado 
deve ser chamado para proteger a parte mais fraca, por meio legislativo e administrativo, de sorte a 
garantir o respeito aos seus interesses. 
e) Harmonização de interesses. Interessa às partes, ou seja, aos consumidores e fornecedores, o 
implemento das relações de consumo, com o atendimento das necessidades dos primeiros e o 
cumprimento do objeto principal que justifica a existência do fornecedor: fornecer bens e serviços. 
Colima-se, assim, o equilíbrio entre as partes. Por outro lado, a proteção ao consumidor deve ser 
compatibilizada com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, em face da dinâmica 
própria das relações de consumo, que não podem ficar obsoletas e entravadas, em nome da defesa do 
consumidor. Novos produtos e novas tecnologias são bem-vindos, desde que seguros e eficientes. f) 
Coibição de abusos. Deve-se garantir não só a repressão aos atos abusivos, como a punição de seus 
autores e o respectivo ressarcimento, mas também a atuação preventiva tendente a evitar a ocorrência 
de novas práticas abusivas, afastando-se aquelas que podem causar prejuízos aos consumidores, como a 
concorrência desleal e a utilização indevida de inventos e criações industriais. A coibição preventiva e 
eficiente dessas práticas representará o desestímulo dos potenciais fraudadores. A contrario sensu, a 
ausência de repressão, ou mesmo o afrouxamento, representará impunidade, e, pois, estímulo. g) 
Incentivo ao autocontrole. 
Apesar do Estado interpor-se como mediador nas relações de consumo, procurando evitar e solucionar 
os conflitos de consumo, não deve, por outro lado, deixar de incentivar que tais providências sejam 
tomadas pelos próprios fornecedores, mediante a utilização de mecanismos alternativos por eles 
próprios criados e custeados. Essa é a solução ideal e significa modernização das relações de consumo. 
De três maneiras pode-se dar o autocontrole. Em primeiro lugar, pelo eficiente controle da qualidade e 
segurança de produtos defeituosos no mercado, o que refletirá na diminuição ou eliminação de atritos 
com o consumidor. Em segundo lugar, a prática de recall, ou seja, a convocação dos consumidores de 
bens produzidos em série e que contenham defeitos de fabricação que possam atentar contra a vida e a 
segurança dos usuários, arcando o fornecedor com as despesas de substituição das peças defeituosas. 
Há o reconhecimento do defeito, mas ao mesmo tempo ele é sanado pelo próprio fabricante, sem 
prejuízo ou custo para o consumidor1 . 
E, em terceiro lugar, pela criação, pelas empresas, de centros ou serviços de atendimento ao 
consumidor, resolvendo diretamente a reclamação ou queixa apresentada contra seu produto ou 
serviço. stica utilizou-se largamente do recall, notando-se que a partir de 1991, cresceu enormemente 
no País o número de convocações dirigidas aos consumidores, por montadoras nacionais e estrangeiras, 
o que pode ter ocorrido tanto pela conscientização do fabricante como pelo efeito da vigência do CDC. 
h) Conscientização do consumidor e do fornecedor. Se o que se busca é o equilíbrio nas relações de 
consumo, para que se atendam às necessidades do consumidor e o interesse do fornecedor, sem grande 
conflituosidade, é natural que a maior conscientização das partes no que toca aos seus direitos e 
deveres conduzirá fatalmente a esse objetivo. Pode-se adiantar que, quanto maior for o grau de 
conscientização das partes envolvidas, menor será o índice de conflito nas relações de consumo. Por 
conscientização entende-se a educação, formal e informal, para o consumo, bem como a informação do 
consumidor e do fornecedor. 
Responsabilidade Fato e Vício do Produto ou Serviço Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva do 
FornecedorLeciona Sérgio Cavalieri filho a respeito da distinção entre obrigação e responsabilidade, 
afirmando que a “Obrigação é sempre um dever jurídico originário; responsabilidade é um dever 
jurídico sucessivo, consequência à violação do primeiro”. Ilustra o jurista Cavalieri, que “Se alguém se 
compromete a prestar serviços profissionais a outrem, assume uma obrigação, um dever jurídico 
originário. Se não cumprir a obrigação(deixar de prestar os serviços), violará o dever jurídico originário, 
surgindo daí a responsabilidade, o dever de compor o prejuízo causado pelo não cumprimento da 
obrigação. O Código do Consumidor chegou a elencar causas de exclusão de responsabilidades em 
numerus clausus(art.12,§ 3º e art. 14 § 3º), buscando assim não permitir que a parte obrigada ao dever 
jurídico, pudesse eximir da sua responsabilidade, aventurando outras causas de exclusão. Consigna o 
CDC. a responsabilidade civil objetiva do fornecedor pelo fato do produto/ serviço, no qual o fabricante, 
contrutor, o produtor, importador e os prestadores de serviços respondem independentemente da 
existência de culpa pela reparação dos danos causados ao consumidores por defeitos nos 
produtos/serviços ofertados ao mercado de consumo(art.12, art. 14 do CDC). Na responsabilidade 
objetiva não é necessário a demonstração subjetiva da culpa, em outras palavras: mesmo não tendo 
agido com culpa, o fornecedor deve indenizar os danos que seus produtos e serviços venham causar ao 
consumidor. Destarte, a responsabilidade do fornecedor do produto e do serviço é objetiva, significando 
que o fornecedor será responsabilizado pelo dano provocado pelo produto ou serviço, mesmo que não 
tenha agido com negligência, imprudência ou imperícia, (culpa). É relevante consignar, que a 
responsabilidade dos profissionais liberais o Código do Consumidor não atribuiu a responsabilidade 
objetiva e sim a responsabilidade subjetiva, ou seja: a responsabilidade com culpa, expressando a norma 
jurídica do consumidor no art. 14, § 4 do CDC: “art. 14. A responsabilidade pessoal do profissionais 
liberais será apurada mediante a verificação de culpa.” A Responsabilidade pelo Fato do Produto e do 
Serviço O CDC distingue as responsabilidades por danos causados aos consumidores pelo fato do 
produto ou serviço, denominados acidentes de consumo da responsabilidade pelos vícios de qualidade 
ou quantidade dos produtos ou serviços. A responsabilidade pelo fato do produto acarreta um dano ao 
consumidor ou terceiros como, por exemplo, o refrigerante que explode nas mãos de consumidor, 
ocasionando uma lesão nas mãos. 
Neste caso a responsabilidade é daquele fabricante, o produtor, o construtor, nacional / estrangeiro ou 
importador do produto será direita e independentemente da existência de culpa, pela reparação dos 
danos causados ao consumidor por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, 
fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por 
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. 
 O fabricante, o construtor, o produtor ou importador, no entanto, não será responsabilizado quando 
provar: I - que não colocou o produto no mercado; II - que, embora haja colocado o produto no 
mercado, o defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
 O intermediador do produto, ou seja, o empresário que atua no ramo do varejo, agindo com o repasse 
da mercadoria, a princípio não será responsável pelo dano causado ao consumidor, isso porque a 
responsabilidade sobre o fato do produto/serviço atua no campo da produção do bem. No entanto, há 
casos em que o intermediador apresentará responsabilidade pelos danos causados ao consumidor, 
dispõe o artigo 13 do CDC: “Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo 
anterior, quando: I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser 
identificados; II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor 
ou importador; III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.” Já as hipóteses de 
responsabilidade pelo vício de qualidade produto e serviço bem como do vício de quantidade estão 
previstas nos art. 18 usque 20 do CDC., considerados vícios de qualidade por inadequação do 
produto/serviço. Não se pode deixar de considerar que os vícios de adequação, previstos nos arts. 18 e 
segs. do Código de Defesa do Consumidor, suscitam uma desvantagem econômica para o consumidor, 
mas a perda patrimonial não ultrapassa os limites valorativos do produto ou serviço defeituoso, na 
exata medida da sua inversibilidade ou imprestabilidade. Nas duas modalidades – responsabilidade 
sobre o fato/vício do produto - basta o consumidor provar a existência do fato(produto ou serviço com 
vício) e do nexo causal(que o dano foi provocado em decorrência do produto ou serviço). 
 
Contratos nas Relações de Consumo Em regra, os pactos estão consubstanciados num contrato escrito, 
mas a rotina do dia-adia, por vezes, banaliza contratos realizados entre os consumidores e fornecedores 
sem a devida formalização, como por exemplo, a compra de um pão na padaria pela manhã, ou então, a 
locação de um vídeo na locadora do bairro, são da mesma forma que ou contratos escritos, protegidos 
pelas leis consumeristas. O grande vilão, no entanto, desses instrumentos de acordo, chama-se clausula 
abusiva, onde pelo poderio econômico, financeiro e jurídico de muitos fornecedores, os contratos 
incluem nos seus textos cláusulas que violam a igualdade de tratamento entre as partes, causando com 
isso, um desequilíbrio econômico a ponto de causar um dano patrimonial ao bolso do consumidor. Já se 
foi a época de que o jargão “contrato é lei entre as partes” era absoluto e sinônimo da assinatura da 
sentença de morte de um dos contratantes, a figura da função social dos contratos , operante no século 
XIX, nos traz a possibilidade da sua revisão quando um fato inesperado , irreversível e imprevisível 
causar onerosidade extrema a uma das partes. É a conhecida teoria da imprevisão aplicada nas relações 
contratuais. 
O Código do Consumidor prevê no art. 6, IV, como direito básico do consumidor, a proteção contra 
cláusulas contratuais abusivas, assegurando assim o equilíbrio entre as partes num determinado 
contrato de consumo. Verifica-se assim, a necessidade de tutelar a parte mais fraca na relação de 
consumo, em decorrência dos inúmeros abusos praticados em detrimento do consumidor. Dentro do 
contexto de sempre clarear as convenções entre o consumidor e o fornecedor, recentemente o Código 
de Defesa do Consumidor foi alterado pela lei 11.785 de 20 de setembro de 2008, do sentido de conferir 
o tamanho 12, no mínimo, das letras digitadas nos contratos escritos. Outra novidade , fica por conta a 
nova lei que disciplina os serviços de call centers, em vigor desde 1º de Dezembro de 2008 o Decreto de 
nº 6.523/08, que regulamenta a Nova Lei dos call centers, que dentre outras mudanças disciplina que as 
empresas de telefonia, planos de saúde e até as televisões por assinatura terão - no máximo - 1 minuto 
para atender um cliente. As instituições bancárias, porém, terão limite de 45 segundos de espera. 
Contrato de Adesão Verificamos no conceito de contrato de adesão, que o consumidor não possui o 
direito de liberdade de escolha das cláusulas contratuais, sendo estas pré-redigidas e impostas pelo 
fornecedor de produtos ou serviços. Nessa linha de entendimento é correta a premissa que nos 
contratos de adesão há a liberdade de contratar, todavia inexiste a liberdade contratual, razão da tutela 
da norma consumerista, buscando mitigar cláusulas abusivas. O Direito do Consumidor de Proteção 
contra Cláusulas Abusivas Narelação de consumo, limitações vão surgir no tocante ao contrato firmado 
entre as partes. Obrigatoriamente deverão observar, sob pena de nulidade da cláusula, os princípios 
mencionados e, principalmente, o da transparência que permite ao consumidor, inclusive, amplo e 
pleno conhecimento das condições reguladoras do negócio. Diante dos conflitos de consumo, que 
surgem a cada dia entre o fornecedor e o consumidor, verifica-se o desequilíbrio entre as partes, em 
face da submissão, por exemplo, a uma cláusula abusiva (dado o princípio da imutabilidade do 
contrato); ou mesmo a uma prática comercial abusiva ditada pela parte mais forte, demonstrando a 
manifesta vantagem excessiva. Surge assim a necessidade do intervencionismo estatal, permitindo 
inclusive a revisão das cláusulas contratuais pactuadas em razão do abuso, que implica lesão ao direito 
do consumidor. Os contratos de adesão são muitas vezes contratos de consumo, nos quais os 
fornecedores impõem cláusulas abusivas aos consumidores. 
 
Práticas Empresariais Oferta A escassa regulamentação pressupunha a igualdade das partes e tinha 
presente o entendimento de que a oferta se dava entre pessoas determinadas: proponente e aceitante. 
Fruto dessa insuficiência normativa e da constatação de que a oferta nas relações de consumo poderia 
dar-se entre pessoas indeterminadas, alcançando tanto o consumidor efetivo (aquele que atua 
adquirindo produtos ou serviços), como o potencial (aquele que está propenso a consumir ou exposto 
às práticas de consumo, como oferta, publicidade e práticas abusivas), verificou-se que este último 
também merecia proteção especial da lei. 
 Requisitos da Oferta As informações devem ser verdadeiras e corretas, guardando correlação fática 
com as características do produto ou serviço, redigidas em linguagem clara, lançadas em lugar e forma 
visíveis. Além disso, devem ser escritas em língua portuguesa. Em caso de oferta por telefone ou 
reembolso postal há um requisito extra: para possibilitar a responsabilização, o nome do fabricante e 
seu endereço deverão constar obrigatoriamente da embalagem, publicidade e impressos utilizados na 
transação comercial (art. 33). Propaganda Enganosa e Abusiva Os Publicitários diferenciam a 
propaganda da publicidade, estabelecendo que a propaganda possui caráter ideológico e a publicidade 
o caráter negocial-comercial, sendo que a publicidade possui sentido mais estreito (mais comercial). As 
regras que proíbem a propaganda enganosa estão previstas no art. 36, p. único e art. 37 §§ ambos do 
CDC. O conceito de publicidade enganosa ou abusiva está expresso na lei , nos §§ 1º e 2º do art. 37 do 
CDC. Defesa do Consumidor em Juízo Na defesa do consumidor em juízo, pretende-se aplicar medidas 
eficazes para efetivar os direitos instituídos no Código. Era preciso fortalecer o consumidor não apenas 
na celebração do contrato, como também em juízo. A palavra defesa não trás apenas seu sentido 
restrito, de contestação, resposta, trata de defesa lato sensu. No que concerne a defesa do consumidor, 
o código assegura tanto a defesa individual como coletiva, portanto, tudo aplicável no individual cabe 
também ao coletivo. O tempo mostra que as lesões não são pulverizadas e sim massificadas, sendo 
assim, não se faz possível julgar essas macro lesões, lesões em massa como micro lesões. Cada vez mais 
a demanda átomo, como é chamada à defesa individual, é substituída pela demanda molécula, defesa 
coletiva. Em regra a relação processual atua em três áreas : acesso ao judiciário( justiça gratuita); defesa 
de direitos coletivos ( predominância das ações coletivas sobre as individuais), como fenômeno da 
massificação das lesões e o ressarcimento pelo dano sofrido. No que se refere à defesa individual, o 
legislador dispôs algumas regras para fortalecê-lo: a. Competência das ações (Art. 101, I). A ação tem 
que ser proposta no domicílio do Autor. Ou seja, entre as cláusulas abusivas está aquela em que o 
contratado designa um foro distante do domicílio do contratante para dirimir dúvidas ( foro de eleição), 
com o evidente propósito de dificultar seu acesso à justiça. b. Vedação da denunciação da lide (Arts. 88 
e 101,II). Pois tem-se que esta tumultua o processo, por inserir um outro gerando o embate entre o 
lidedenunciante e o lidedenunciado, sendo assim tardaria a ação. O regresso, quando cabível, procederá 
em ação autônoma. c. Assegurar o uso de toda e qualquer ação (Art. 83). Não há no C.D.C um rol de 
ações especificas à relação de consumo, ou seja, qualquer ação presente no direito positivo pode ser 
movida, ampliando assim os horizontes do consumidor. d. Execução específica da obrigação de fazer ou 
não fazer (art 84, §4 C.D.C, transpassado do art.461 do CC). Essas execuções específicas derivam de um 
caso que tornou-se corriqueiro em nosso direito. Até a promulgação do presente código, o fornecedor 
que se negasse a fazer, sofreria conseqüentemente ação de perdas e danos desprendendo mais tempo 
para o fornecedor executar o serviço ou entregar o produto tão necessário ao consumidor. O diploma, 
no referido artigo inovou ao delegar poderes ao juiz, podendo hoje, aplicar multas diárias compelindo o 
fornecedor a fazer o que lhe compete. Sendo assim, a regra de converter ação de obrigação de fazer ou 
de não fazer em perdas e danos deixa de ser regra e torna-se exceção, e a culminação de astreinte 
(multa diária) não impede essa conversão. e. Inversão do ônus da prova. Que opera: ope judice, 
(art.6,VIII) ou ope legis, determinada por lei, quanto à publicidade (art.38). f. Desaguar as demandas de 
consumo nos J.E.C.s (art. 5º IV) . Atualmente noventa por cento das causas nos Juizados Especiais Cíveis, 
dizem respeito à relação consumerista. g. Assistência Jurídica (art. 5º ,I) . E esta se faz integral e gratuita, 
para o consumidor carente de recursos financeiros, como já era garantido pela Lei 1.060/50. h. Garantia 
do Hábeas Data (art.43, §4.º) . A segurança constitucional ( art. 5º , LXXII e LXXVIII da CF) se repete, é um 
direito que assiste ao consumidor, ir a cadastros e bancos de dados, ver tudo que consta a seu respeito. 
i. Ação coletiva erga omnes (art.103). A extensão das ações coletivas, quando procede, estendem-se às 
ações individuais. j. Defesa coletiva (demanda molecular) (art.81). Esta sim, a grande novidade deste 
inovador código, em prol do princípio da igualdade entre as partes. A demanda molecular aumenta a 
força política do lado mais fraco, que geralmente é o consumidor. O C.D.C. não foi o pioneiro desta idéia 
de defesa coletiva, surgiu com a ação civil pública, porém o que o Código defensor dos consumidores faz 
é abrir o leque, implantando mais órgãos capacitando-os a moverem tais ações. 
Saiba Mais Aula 08 – Títulos de Crédito A inserção do papel nas relações entre empresários e 
empresários e consumidores se deu na idade média como uma das formas de viabilizar o mercado de 
compra e venda de mercadoria nas grandes feiras da época bem como, amenizar a prática de saques 
àqueles que trafegavam entre as cidades para aquisição de mercadoria fora do seu município. Daquele 
período até os dias atuais, pode-se afirmar que o mundo não vive sem as relações cambiárias. A 
presença de documentos que venham temporariamente substituir o dinheiro em espécie propicia a 
realização do negócio atendendo assim, interesses das partes envolvidas. 
Os atributos do Título de Crédito são: literalidade, cartularidade e autonomia. 
Título de Crédito é todo documento que o portador necessita ter em mãos para poder exigir ou provar o 
seu direito de crédito contra aquele que assinou o título, dentro dos limites dos valores, datas e 
segurança de vícios contidos nesse título. 
 
Os Títulos têm três características: 
negociabilidade;força executiva; 
 
formalismo. 
 
Livres: não existe um padrão definido para sua confecção, podendo ser emitidos de forma livre, 
observados os requisitos da lei. Exemplos: nota promissória e letra de câmbio. 
 
Vinculados: a lei atribuiu um padrão específico, não permitindo sua livre confecção. Exemplos: cheque e 
duplicata. 
 
Promessa de Pagamento: o título apresenta duas relações jurídicas, o emitente – sacador – e o 
beneficiário – tomador. Exemplo: nota promissória. 
 
Ordem de Pagamento: título em que há três relações jurídicas: a do sacador – que dá a ordem; a do 
sacado – destinatário da ordem; e a do tomador – beneficiário da ordem. Exemplos: cheque e duplicata. 
Ao portador: títulos em que o emitente não identifica seu beneficiário. Estão praticamente abolidos 
desde o início dos anos 90. 
 
Nominativos: títulos em que o emitente identifica o beneficiário, registrando-o em livro próprio. 
Exemplo: ações nominativas das S/A. 
 
À ordem: títulos passíveis de endosso, em branco (lança-se a assinatura sem indicar a favor de quem se 
endossa) ou em preto (endosso com indicação do nome do beneficiário). 
Não causais: títulos cuja criação independe de uma origem específica. Exemplos: nota promissória e 
cheque. 
 
Causais: necessitam de uma origem para sua criação. Exemplo: duplicata mercantil. 
 
Agentes Cambiários são as pessoas envolvidas nas relações cambiárias que, de acordo com a sua 
posição, apresentam direitos e obrigações diferenciadas. 
 
 
Aceite – A letra de câmbio é uma ordem de pagamento dada pelo sacador em face no sacado. E este 
não é obrigado a obedecer à ordem contra sua vontade; somente após o ato do aceite o sacado estará 
vinculado ao cumprimento da obrigação cambial. 
Endosso – É o ato cambial pelo qual o credor de um título de crédito com cláusula “à ordem” transfere 
seus direitos a uma terceira pessoa. Dessa forma, produzem-se dois efeitos: transferência e 
coobrigação. O endosso pode ser em branco ou em preto, devendo ser puro e simples, sendo nulo o 
endosso parcial (art. 12, LU). 
 Cessão de crédito – O portador do título cambial pode não permitir sua circulação por endosso, 
inserindo, assim, cláusula “não à ordem”. Com tudo, o título ainda poderá circular, utilizando-se da 
cessão civil, em que o cedente transfere o crédito a um terceiro, o cessionário. 
 Aval – É o ato cambial pelo qual o avalista se compromete a garantir o pagamento do título de crédito 
em favor do avalizado. Ao contrário do endosso o aval pode ser total ou parcial, isto é, o avalista garante 
o pagamento de toda a importância avalizada ou apenas de uma parte. Vencimento – É o ato cambial 
pelo qual se opera a exigibilidade da letra, podendo ocorre: à vista – quando o sacado recebe o título, 
devendo honrar, imediatamente a obrigação; a certo termo da data – o vencimento começará a ser 
contado da emissão da letra; a certo termo da vista – o prazo para contagem do vencimento ocorrerá 
somente a partir do visto ou do aceite do sacado; a dia certo – quando as partes estipulam um dia certo 
e determinado para seu vencimento. A falta ou recusa de aceite, a falência do sacado ou a falência do 
aceitante poderão ensejar seu vencimento por antecipação. Protesto – É o ato solene e formal pelo qual 
se comprova o descumprimento de uma obrigação. Encontra-se regulado pela Lei 9.492/97. Os prazos 
para protesto da letra de câmbio poderão variar conforme a obrigação assumida pelo devedor: por falta 
de aceite – a letra deve ser entregue a protesto findo o prazo de apresentação para aceite, ou no dia 
seguinte, se o sacado a recebeu para aceite; por falta de pagamento – a letra deve ser apresentada a 
protesto no prazo de dois dias úteis após seu vencimento. 
Ação cambial e prescrição – A ação cambial é um meio processual pelo o qual o credor visa a satisfazer 
os direitos decorrentes de um título. O portador da letra deverá ingressar com a ação cambial em tempo 
hábil, sob pena de supressão do direito pelo decurso do tempo. Assim, o prazo prescricional será: contra 
o aceitante e seu avalista, de três anos a contar do vencimento; contra os endossantes e seus avalistas e 
contra o sacador, de um ano, a contar do protesto; dos endossantes, uns contra os outros, e contra o 
sacador, de seis meses, a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi 
acionado. 
Modalidades de Títulos de Crédito Letra de Câmbio É regulada pela Lei 57.663/66 e parcialmente pelo 
Decreto 2.044/08 (Lei Uniforme). 
São partes da letra de câmbio: 
o sacador – aquele que dá a ordem para pagamento; 
 o sacado – a quem a ordem é dirigida; o tomador – o beneficiário da ordem. Nota Promissória Quando 
emitida, enseja duas relações jurídicas: emitente ou sacador – aquele que se compromete a pagar; 
beneficiário ou tomador – aquele a quem assiste o direito de receber. Aplica-se à nota promissória a 
legislação da letra de câmbio no que couber. 
Prazos para a apresentação – A letra deve ser apresentada a protesto no prazo de dois dias úteis após 
seu vencimento. A inobservância do prazo acarretará a perda do direito contra os coobrigados, 
endossantes e seus avalistas. 
Ação cambial e prescrição – O prazo prescricional para a propositura da a ação cambial da nota 
promissória será: contra o emitente e seu avalista, de três ano, a contar do vencimento; contra os 
endossante e seus avalistas de um ano, a contar do protesto; dos endossante, uns contra aos outros, e 
contra o emitente, de seis meses, a contar do dia em que o endossante pagou a nota. Cheque Previsto 
na Lei 7.357/85 (Lei do Cheque), estabelece as seguintes relações jurídicas: sacador ou emitente – 
aquele que dá a ordem; sacado ou banco – a quem a ordem é dirigida; tomador ou portador – o 
beneficiário da ordem. 
Aceite – O cheque não admite aceite, apesar de uma ordem de pagamento, uma vez que o banco 
(sacado) não é o devedor da relação jurídica 
. Endosso – Assim como na letra de câmbio e na nota promissória, o cheque admite endosso e produz os 
mesmos efeitos já vistos 
. Aval – O pagamento do cheque pode ser garantido no todo ou em parte, por aval prestado por terceiro 
exceto o sacado ou o mesmo pelo signatário do título. Modalidades – Cheque visado – O sacado, a 
pedido do emitente ou do portador legitimado, lança e assina, no verso do título, visto, certificado ou 
declaração de suficiência de fundos para fins de liquidação (só pode ser emitido de forma nominativa e 
não endossável – art. 7º, LC); Cheque Administrativo - é emitido pelo próprio sacado para liquidação em 
uma de sua agências; cheque cruzado – tem dois traços transversais e paralelos no anverso do título ( 
art. 44, LC); cheque para se levar em conta – o emitente ou portador legitimado proíbe o pagamento do 
título em dinheiro, mediante inscrição transversal, no verso do título da cláusula “para se creditado em 
conta”, ou outra equivalente. Prazo para apresentação - O cheque deve ser apresentado para 
pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de trinta dias, quando emitido na mesma praça, e 
sessenta dias, quando emitido em praça diversa no exterior. Prazos para protesto – O cheque deverá ser 
apresentado para protesto a cartório no prazo de 30 dias, a contar da emissão, quando emitido na 
mesma praça, e 60 dias, em praça diversa. Ação cambial e prescrição – A ação de execução do cheque 
prescreve em seis meses, contados da expiração do prazo de apresentação (art. 59, LC). Por sua vez, a 
ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra o outro prescreve em seis meses, 
contados do dia em que o obrigado efetuou o pagamento ou do dia em que foi acionado. Duplicata 
Regulada pela Lei 5.474/68 (Lei das Duplicatas), é um título causal, pois só podeser emitida para 
documentar uma compra e venda mercantil ou uma prestação de serviço. Representa uma ordem de 
pagamento que estabelece as seguintes relações jurídicas: sacador ou vendedor; sacado ou comprador; 
tomador ou vendedor. Aceite – A duplicata deverá ser enviada ao sacado para aceite, reconhecendo a 
exatidão das informações e da obrigação de pagar. O aceite é obrigatório; o devedor se obriga ao 
pagamento ainda que não assine a letra. O prazo para remessa da duplicata será de 30 dias, contados da 
emissão, quando emitida pelo próprio sacador. O comprador poderá liberar-se da obrigação de aceitar 
somente nas hipóteses previstas no art. 8º da LD: avaria ou não recebimento das mercadorias, quando 
não expedidas ou não entregues por sua conta e risco; vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na 
quantidade das mercadorias, devidamente comprovados; divergência nos prazos ou nos preços 
ajustados. Endosso – A duplicata circula livremente, isto é, admite endosso e produz os mesmos efeitos 
da legislação cambiária. Aval – O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, sendo avalista 
equiparado àquele cujo nome indicar. Prazo para protesto – A duplicata será entregue a cartório para 
protesto dentro de 30 dias, a contar de seu vencimento. 
 
A duplicata é protestável por: falta de aceite; falta de devolução; falta de pagamento. O protesto será 
tirado conforme o caso, mediante apresentação da duplicata, da triplicata ou por simples indicações do 
portador, na falta de devolução. Caso o portador não tire o protesto da duplicata em forma regular e 
dentro de 30 dias, contados da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os 
endossantes e seus avalistas (art. 13, § 4º, LD). Duplicata de prestação de serviço – Os prestadores de 
serviços poderão emitir fatura e duplicata para documentar as obrigações assumidas entre o sacador e o 
sacado. 
Algumas características próprias do contrato de compra e venda não se aplicam, por exemplo, aos de 
locação. No entanto, algumas características são comuns a todos os contratos, tais como: ser realizado 
entre - no mínimo – duas pessoas diferentes, o pacto contratual vincular as partes contratantes a um 
elenco de direitos e deveres, o contrato dispor sobre um objeto que pode se traduzir numa obrigação de 
dar, fazer ou não fazer. 
 
 
Saiba Mais Aula 09 – Contratos Empresariais 
  unilateral: apenas uma das partes possui obrigações (ex.: contrato de mútuo); 
 bilateral: ambas as partes possuem obrigações (ex.: compra e venda mercantil); 
 consensual: nasce da simples manifestação de vontade dos contratantes (ex.: o contrato de compra e 
venda mercantil, o qual estará perfeito e acabado logo que as partes acordem no preço, na coisa e nas 
condições); 
  real: além da simples manifestação de vontade, é necessária a entrega da coisa (ex.: contrato de 
mútuo bancário); 
 solene: firma-se a partir da emissão de um documento; 
 comutativo: as partes conseguem prever como será executado (ex.: contrato de representação 
comercial); 
 aleatório: as partes não conseguem prever, no início da contratação, como será executado (ex.: 
contrato de dívida de jogo); 
 típico: os direitos e deveres dos contratantes estão previstos em lei; 
 atípico: os direitos e deveres dos contratantes não estão previstos em lei. 
Saiba Mais Aula 09 – Contratos Empresariais Modalidades de Contratos Compra e Venda Principais 
obrigações do vendedor: 
a) transferir o domínio da coisa; 
b) responder por vícios; 
c) responder por evicção. 
Principais obrigações do comprador: 
a) pagar o preço; 
b) receber a coisa. 
Espécies de Compra e Venda Mercantil Compra e venda pura e simples – É a que produz seus efeitos 
mediante o consentimento das partes, as quais não se subordinam a qualquer evento posterior. Compra 
e venda por atacado – O comprador adquire mercadoria em grande escala, não a revendendo em 
pequenas quantidades. Compra e venda por varejo – O comprador adquire a mercadoria, mesmo que 
em grande quantidade, distribuindo-a em pequenas parcelas. Contrato de escambo – É a mais antiga 
modalidade de compra e venda. As partes trocam mercadorias entre si. Contrato de consignação ou 
estimatório – O consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, 
pagando ao consignante o preço ajustado no prazo estabelecido, ou pode restituir a coisa consignada. 
Contrato Mútuo Uma das partes empresta à outra coisa fungível, com a obrigação de restituí-la, quando 
reclamada, ao mesmo gênero, quantidade e qualidade. O contrato assume o caráter mercantil quando o 
mutuário for empresário e a coisa mutuada derive de causa mercantil. Mandato Empresarial Contrato 
em que um empresário (mandante) confia à determinada pessoa (mandatário), a gestão de um ou mais 
negócios. A procuração é o instrumento do mandato.  Responsabilidades do mandante e do 
mandatário – O mandante será responsável pelos atos praticados pelo mandatário se estes estiverem 
em conformidade com os poderes a ele atribuídos. O mandatário responderá perante o mandante se 
exceder os poderes do mandato, causar prejuízos a terceiros ou incorrer em culpa, dolo, simulação e 
negligência.  Extinção do mandato mercantil – O mandato mercantil extingue-se: a) pela revogação ou 
pela renúncia; b) pela morte ou interdição de uma das partes; c) pela mudança de estado que inabilite o 
mandante a conferir os poderes ou o mandatário a exercê-los; d) pelo término do prazo; e) pela 
conclusão do negócio. Comissão Mercantil Contrato em que uma das partes (comissário) se obriga a 
praticar atos em nome próprio, por conta de outra (comitente)  Responsabilidade do comissário – O 
comissário não responde pela insolvência das partes com quem contratou, exceto nos casos de culpa ou 
se do contrato constar a cláusula “del credere”, pela qual o risco do descumprimento das obrigações 
transfere-se do comitente para o comissário.  Extinção – A comissão mercantil extingue-se: a) pela 
revogação ou pela renúncia; b) pela morte ou interdição de uma das partes; c) pela mudança de estado 
que inabilite o comitente a conferir os poderes ou o comissário a exercê-los; d) pelo término do prazo; 
e) pela conclusão do negócio. Representação Comercial Segundo Frans Martins, “entende-se por 
contrato de representação comercial aquele em que uma parte se obriga, mediante remuneração, a 
realizar negócios mercantis, em caráter não eventual, em favor de outra. A pessoa que se obriga a 
agenciar propostas ou pedidos em favor da outra tem o nome de representante comercial; aquela em 
favor de quem os negócios são agenciados é o representado”.  Rescisão do contrato – Quando firmado 
por prazo indeterminado, pode ser denunciado por qualquer uma das partes. Se existe há menos de seis 
meses, não cabe nenhuma indenização. Se vigora há mais tempo, só pode ser rescindido sem culpa das 
partes, mediante aviso prévio de 30 dias pelo interessado ou pagamento da indenização 
correspondente, devidamente calculada pela média das comissões recebidas nos três últimos meses. 
Havendo culpa do representado, o valor mínimo devido ao representante será de 1/12 do total das 
comissões recebidas durante o tempo de duração do contrato, acrescido de correção monetária. 
Contrato de Agência É aquele em que um dos contratantes (agente) assume, sem vínculos de 
dependência e em caráter não eventual, a obrigação de promover, à conta do outro (proponente), 
mediante retribuição, a realização de certos negócios em zona determinada. Contrato de Distribuição É 
o contrato pelo qual o fabricante compromete-se a vender produtos, com vantagens especiais, ao 
distribuidor, para revenda em zona determinada. Contrato de Seguro Segundo o professor Fábio

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