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Resumo de Direito Empresarial OAB

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Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com
Do Direito Comercial ao 
Direito Empresarial
 Origem e Conceito: Comércio é uma palavra que tem origem no 
latim commercium, significando: “permuta” (troca), “negócio” ou 
“mercado”. O comércio é um fato social e econômico que advém da 
atuação humana, no qual produz, coloca em circulação e/ ou aumenta a 
utilidade das riquezas a partir da aproximação de pessoas, sempre com o 
objetivo de lucro. Ademais, encontra-se também presente na prestação de 
serviços e nas atividades ligadas ao terceiro setor.
Fases do Direito Comercial: 
a) Fase subjetiva – Corporações de Ofício;
b) Fase objetiva – Atos de Comércio;
c) Fase subjetiva moderna – Teoria da Empresa.
Na Idade Média existiam as figuras das Corporações de Ofício, nas 
quais se encontravam os comerciantes (burgueses). O Direito Comercial 
surge às margens do Direito Civil (ligado principalmente aos senhores 
feudais) e só se aplica aqueles inscritos nas corporações. No início do 
século XIX, logo após a Revolução Francesa, surge o Código Comercial 
francês (1808), que inaugura a fase objetiva do Direito Comercial. 
Trata-se de uma lista taxativa com Atos de Comércio, as atividades 
que porventura não estivessem na lista não eram consideradas atividades 
comerciais, logo, eram regidas pelo Código Civil. Esta teoria foi substituída 
pela Teoria da Empresa, criada pelo Código Civil italiano de 1942, 
marcando o retorno ao aspecto subjetivo do Direito Comercial.
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Objeto, Fontes e 
Características
O Direito Empresarial é poliobjetivo, uma vez que se preocupa com 
mais de um elemento socioeconômico: a) proteção do empresário, 
enquanto núcleo imprescindível no desenvolvimento econômico; b) 
regulamentador das relações jurídicas dos empresários entre si ou com 
particulares; além de c) estabelecer diretrizes para regulamentação do 
Direito Empresarial como direito custo no desenvolvimento da atividade 
lucrativa.
Características do Direito Empresarial:
Especialidade: uma vez que regulamenta relações jurídicas da empresa.
Cosmopolitismo: por apresentar cunho universal e tendência à 
internacionalização, que se intensifica com a globalização da economia, 
recebendo influência de tratados e convenções internacionais. A 
superação de fronteiras nacionais no desenvolvimento do comércio, a 
efetivação de contratos mercantis com pessoas domiciliadas em países 
diferentes e a criação de um mercado maior, sem se importar com 
fronteiras, aumenta sua índole de cosmopolita, obrigando, inclusive, à 
uniformização de vários diplomas legais. Aliás, essa é a tendência. Veja 
alguns exemplos: Convenção de Varsóvia para transporte aéreo, 
Convenção de Bruxelas para transporte marítimo, leis uniformes para 
regulamentar a letra de câmbio, nota promissória e cheque etc.
Individualismo: busca do lucro, do resultado econômico. Essa 
característica ainda está intimamente ligada ao empresário. 
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ainda está intimamente ligada ao empresário.
Onerosidade: uma vez que a atividade econômica produz riqueza, afinal o 
lucro é a retribuição por todo esforço empreendido na atividade 
empresarial.
Liberalismo: por ter como princípios norteadores a liberdade contratual, a 
livre iniciativa e a livre concorrência.
Dinamismo: a evolução dessa área do direito segue o ritmo das 
necessidades empresariais, suas normas disciplinam os novos contratos 
mercantis que vão surgindo, alteram o regime de falência, instituem as 
recuperações de empresas, entre outros pontos que têm sofrido inovação 
nos últimos anos.
Informalismo: em virtude da celeridade nas relações empresariais.
Fragmentarismo: por abranger um complexo de normas aplicáveis às 
relações jurídico-empresariais.
Massificação: em virtude do advento de dois importantes contratos, o de 
adesão e o contrato-tipo, que vêm acentuando as operações empresariais 
de massa.
 
 
- Fontes do Direito Empresarial:
 
Leis: Código Comercia, Código Civil, e Legislação empresarial;
Costumes; 
Analogia; e
Jurisprudência.
Fique sabendo!
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Empresário Individual
Empresário é quem exerce com habitualidade, atividade econômica de 
maneira organizada.
 
Requisitos (art. 972, CC)
a) Capacidade: o incapaz (menor ou incapacidade superveniente) não 
pode começar atividade empresarial, mas pode continuar (974, CC). 
Requisitos: deve estar devidamente assistido ou representado, necessita 
de autorização judicial;
b) Livre de impedimentos: o falido e o servidor público estão impedidos de 
exercer a atividade empresarial. O servidor púbico e o militar na ativa 
podem ser sócios, mas não podem exercer a atividade empresarial 
diretamente (administrar).
1. O empresário individual casado pode alienar bens destinados à 
atividade empresária, sem a autorização do cônjuge, independente do 
regime de bens.
2. Quem exerce atividade rural tem a faculdade de se registrar na junta 
comercial, tornando-se empresário desta forma (971, CC)
 ATENÇÃO
REGISTRO (Lei 8934/94, art. 5° e 32; art. 967 a 969, CC):
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 Órgãos:
 
• DNRC – Departamento Nacional de Registro Comercial – autarquia 
federal vinculada ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio 
Exterior. Sua principal função é fiscalizar as Juntas Comerciais.
• Juntas Comerciais – órgão estadual. Já que o nome empresarial é 
registrado na Junta Comercial, que é estadual, sua proteção é Estadual. 
Quando sede e filial estiverem em estados diferentes é necessário averbar 
no registro da sede e registrar no Estado em que está a filial. Funções: 
arquivamento (registro ou averbação); autenticação (dos livros e 
certidões); o que é arquivado na junta é público, o que é autenticado não 
é.
 
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Microempreendedor 
Individual
Conceito: É Micro Empresário Individual todo aquele que fatura 
anualmente bruto até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), sendo essa 
categoria reservada ao empresário individual.
Características: 
a) Registro na Receita Federal: Não é necessário o registro na Junta 
Comercial. 
b) Responsabilidade por dívidas: Responde pelas dívidas com seu 
patrimônio. 
Lei complementar nº 123/2006: Art. 18-A: § 1: Para os efeitos desta Lei 
Complementar, considera-se MEI o empresário individual que seenquadre 
na definição do art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código 
Civil, ou o empreendedor que exerça as atividades de industrialização, 
comercialização e prestação de serviços noâmbito rural, que tenha 
auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 81.000,00 
(oitenta eum mil reais), que seja optante pelo Simples Nacional e que não 
esteja impedido de optar pelasistemática prevista neste artigo. 
c) Impostos: 
Lei Complementar nº 123/2006: “Art. 18-A, § 3º: 
V - o Microempreendedor Individual recolherá, na forma regulamentada 
pelo Comitê Gestor, valor fixo mensal correspondente à soma das 
seguintes parcelas: a) R$ 45,65 (quarenta e cinco reais e sessenta e cinco 
centavos), a título da contribuição prevista no inciso IV deste parágrafo; b) 
R$ 1,00 (um real), a título do imposto referido no inciso VII do caput do art. 
13 desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ICMS; e c) R$ 5,00 
(cinco reais), a título do imposto referido no inciso VIII do caput do art. 13 
desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ISS;
VI - sem prejuízo do disposto nos §§ 1º a 3º do art. 13, o MEI terá isenção 
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dos tributos referidos nos incisos I a VI do caput daquele artigo, ressalvado o 
disposto no art. 18-C.
Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante 
documento único de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições: I - 
Imposto sobre a Renda da PessoaJurídica - IRPJ; 
II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no 
inciso XII do § 1º deste artigo; 
III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; 
IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, 
observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo; 
V - Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do § 1º 
deste artigo;”
d) Empregado: Lei 
Complementar nº 123/2006: Art. 18-C. Observado o disposto no art. 18-A, e 
seus parágrafos, desta Lei Complementar, poderá se enquadrar como MEI o 
empresário individual que possua um único empregado que receba 
exclusivamente 1 (um) salário mínimo ou o piso salarial da categoria 
profissional. 
e) Documentos: Lei 
Complementar Nº 123/2006: Art. 26: § 1º O MEI fará a comprovação da 
receita bruta mediante apresentação do registro de vendas ou de prestação 
de serviços na forma estabelecida pelo CGSN, ficando dispensado da emissão 
do documento fiscal previsto no inciso I do caput, ressalvadas as hipóteses 
de emissão obrigatória previstas pelo referido Comitê.
A Lei Complementar n° 123/06 instituiu uma série de benefícios para as 
empresas qualificadas como Microempresas ou Empresas de Pequeno Porte 
optantes pelo Simples Nacional, Apesar disso, permanecia a dificuldade para 
o registro de pequenos autônomos e ambulantes que viam na 
burocratização e nos custos da abertura de seu empreendimento um grande 
entrave ao seu desenvolvimento.
 Pensando nesta situação foi que referido diploma legal teve sua redação 
alterada pela Lei Complementar n° 128/08 que, dentre outras disposições, 
trouxe maiores oportunidades de regularização das pessoas físicas que 
exercem a empresa de forma autônoma, com a criação do 
Microempreendedor Individual (MEI).
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 O conceito de MEI encontra-se disposto no Art. 18-A, §1º da Lei 
Complementar n° 123/06, onde afirma tratar-se do empresário individual, ou 
seja a pessoa física que desenvolva uma empresa nos termos do Art. 966 do 
Código Civil, que, não estando impedido de optar pelo referido regime, tenha 
auferido receita-bruta no ano-calendário anterior de até R$ 36.000,00 (trinta e 
seis mil Reais), ou quando em início de atividade, o valor de R$ 3.000,00 (três 
mil Reais) multiplicado pela quantidade de meses de efetivo funcionamento no 
ano-calendário anterior, bem como que seja optante pelo Simples Nacional. 
Tal regramento possibilita aos autônomos, ou mesmo ambulantes, como a 
costureira, manicure, professores particulares, dentre outros, a sua 
regularização, contribuindo com o pagamento de tributos de forma mais 
“benevolente”, e em troca, usufruindo de benefícios antes apenas deferidos 
para os que já participavam do mercado formal.
 
No que se refere a abertura, inscrição, registro, alvará, licença, cadastro e 
demais atos necessários ao regular funcionamento, a Lei Complementar n° 
123/06, em seu Art. 4º, §3º, defere a sua gratuidade, inexistindo taxas, 
emolumentos e demais custos a serem pagos, o que representa um grande 
avanço, uma vez que possibilita a regularização de uma maior quantidade de 
autônomos que não podiam arcar com as elevadas custas exigidas dos 
empresários que optem pelo regime comum.
 
Estabelece ainda um procedimento simplificado de registro, onde se utilize nos 
formulários a serem preenchidos apenas com os requisitos mínimos 
constantes no Art. 968 do Código Civil, reduzindo toda a burocracia do 
processo comum de registro de empresas.
 
Por tratar-se de um empresário individual, deverá ser adotado um nome 
empresarial no ato de sua constituição que deverá ser do tipo firma, composto 
do próprio nome do empresário, ou de suas abreviações, podendo ser 
acrescido da atividade explorada.
 
De acordo com o Art. 7º, Parágrafo Único, o MEI possui ainda o direito de 
receber alvará expedido pelo município para o devido funcionamento mesmo 
se estiver instalado em área desprovida de regulação fundiária legal ou com 
regulamentação precária, ou quando a empresa for desenvolvida na sua 
própria residência, desde que, neste caso, a atividade exercida não demande 
grande circulação de pessoas. 
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 A opção por este regime deverá acontecer no início do ano-calendário, e será 
irretratável até o seguinte, mas produzirá seus efeitos a partir do início das 
atividades, desde que observadas as instruções do Comitê Gestor.
 
A partir da opção pelo enquadramento, o Microempreendedor individual será 
considerado optante pelo Simples Nacional, nos termos do Art. 13 da Lei 
Complementar n° 123/06, passando a contribuir com um valor fixo na forma do 
Art. 18, V da referida lei, abaixo transcrito:
 
“V - o Microempreendedor Individual recolherá, na forma regulamentada pelo 
Comitê Gestor, valor fixo mensal correspondente à soma das seguintes parcelas:
a) R$ 45,65 (quarenta e cinco reais e sessenta e cinco centavos), a título da 
contribuição prevista no inciso IV deste parágrafo;
b) R$ 1,00 (um real), a título do imposto referido no inciso VII do caput do art. 13 
desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ICMS; e
c) R$ 5,00 (cinco reais), a título do imposto referido no inciso VIII do caput do art. 
13 desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ISS;”
 
Vale ressaltar que em conformidade com o Art.18, VI, não estarão os optantes 
por este regime diferenciado sujeitos à incidência dos impostos constantes no 
Art. 13, I a VI, abaixo transcritos:
 
“Art. 13...
 
I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ;
II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no inciso 
XII do § 1o deste artigo;
III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;
IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, observado 
o disposto no inciso XII do § 1o deste artigo;
V - Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do § 1º 
deste artigo;
VI - Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que 
trata o art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso das 
pessoas jurídicas que se dediquem às atividades de prestação de serviços 
previstas nos incisos XIII a XXVIII do § 1o e no § 2o do art. 17 desta Lei 
Complementar;”
 
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 Apesar disto, para o empresário fazer a opção por estes benefícios deferidos 
pelas alterações introduzidas pela Lei Complementar n° 128/08, deverá sofrer 
algumas limitações no desenvolvimento de sua atividade.
 
Primeiramente não poderá a empresa ser tributada pelas formas constantes nos 
Anexos IV e V da Lei Complementar n° 123/06. Não poderá ainda possuir mais 
de um estabelecimento, e, para evitar possíveis fraudes ao sistema pretendido 
pelo legislador, está impedido de participar como titular, sócio ou administrador 
de outra empresa, mesmo que meramente como sócio investidor.
A lei autoriza apenas a contratação de um único empregado que receba apenas 
o valor correspondente a 1 (um) salário mínimo ou o valor referente ao piso 
salarial da categoria, sendo que o gasto com previdência será de 3% (três por 
cento) sobre o salário do empregado.
 
O MEI poderá ser desenquadrado desta condição por comunicação do próprio 
empresário à Secretaria da Receita Federal do Brasil, por opção ou de forma 
obrigatória. Poderá ainda ocorrer de ofício, quando verificado que o empresário 
deixou de fazer a devida comunicação.
 
Quando feita por opção do próprio interessado, deverá ser efetuada no início do 
ano-calendário, produzindo seus efeitos desde o começo do mesmo.
 
Por outro lado o desenquadramento será obrigatório sempre que o empresário 
passa a não possuir alguma das exigências necessárias ao enquadramento, ou 
tornar-se incompatível a tal regime especial, como quando precisa contratar 
mais de um empregado ou quando sua receita bruta ultrapassar a estipulada 
para a opção, devendo neste caso ser comunicado até oúltimo dia útil do mês 
subsequente ao da situação que o originou. Caso a empresa seja desenquadrada 
por comunicação obrigatória, os seus efeitos irão variar de acordo com o motivo 
que o levou a ocorrer.
 
Se extrapolado o limite fixado de receita bruta, os efeitos do desenquadramento 
ocorrerão a partir de 1º de janeiro do ano-calendário subsequente ao da 
ocorrência do excesso quando não houver extrapolado em 20% (vinte por 
cento) do limite fixado. 
Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com
Caso extrapole referida porcentagem os efeitos irão retroagir até o início das 
atividades ou do ano-calendário. Quando a causa for outra que não referente 
aos limites de receita bruta anual, os seus efeitos se darão a partir do mês 
subsequente ao da ocorrência da situação impeditiva.
 
Desenquadrado do regime do MEI, o empresário passará a recolher os tributos 
em conformidade com a regra geral do Simples Nacional a partir da data do 
início de seus efeitos, salvo no caso de ter sido extrapolado a receita bruta anual 
em percentual inferior a 20%, ocasião em que deverá recolher a diferença, sem 
acréscimos, em parcela única, juntamente com a da apuração do mês de janeiro 
do ano-calendário subsequente ao do excesso, na forma a ser estabelecida em 
ato do Comitê Gestor.
 
O novo regramento possibilitou uma grande facilitação à legalização dos 
empresários que exerciam sua atividade de forma autônoma ou mesmo 
ambulante, apesar disso deixou de avançar em alguns pontos fundamentais 
para a sua perfeita aplicabilidade, como o fato de se levar em conta a renda 
bruta no cálculo do limite anual para enquadramento.
 
Agir desta forma poderá dificultar a manutenção dos empresários neste 
sistema, principalmente os que necessitem do pagamento de aluguel de ponto 
ou que possuam obrigações decorrentes da contratação do único funcionário 
permitido. Isto tudo sem levar em conta as despesas necessárias para o próprio 
desenvolvimento da atividade.
 
Espera-se que o sistema pretendido pelo legislador realmente funcione, mesmo 
que necessário maior aprimoramento posterior dos regramentos do instituto, 
atendendo desta forma aos anseios dos empresários que buscam o exercício 
regular de sua empresa e da sociedade que passa a contar com mais uma fonte 
tributária de recursos para seu próprio custeio.
 
Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com
EIRELI
EIRELI - EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) foi instituída 
pela Lei 12.441, de 11 de julho de 2011. Foi criada para desenvolver uma 
alternativa à responsabilização ilimitada que caracteriza o empresário individual, 
que deve responder com todos os seus bens pelas obrigações empresariais 
contraídas, independentemente de estarem vinculados à atividade empresarial.
CONCEITO
Permitir, direta ou indiretamente, o exercício individual da empresa, com 
limitação de riscos, evitando a incidência da responsabilidade da atividade 
empresarial do empresário individual sobre seu patrimônio pessoal.
NATUREZA JURÍDICA
Natureza Simples = Tudo o que pode ser uma sociedade simples poderá ser 
uma EIRELI. Exemplos: sociedade de arquitetos, de médicos, de contadores, de 
dentistas etc. Será registrada no cartório (registro Civil de Pessoas Jurídicas).
Natureza Empresarial = Será registrada na Junta Comercial.
CAPITAL SOCIAL
Conforme o caput do art. 980-A, a empresa individual de responsabilidade 
limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital 
social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o 
maior salário-mínimo vigente no País.
Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com
Esse pagamento poderá ser feito mediante dinheiro ou bens de natureza móvel 
ou imóvel. A integralização deve ser feita no ato da constituição, provando-se 
com a declaração feita e, caso não seja verdadeira, haverá sanções. Por outro 
lado, não há necessidade de alteração do capital social em razão de posterior 
aumento do salário-mínimo.Uma vez subscrito e efetivamente integralizado, o 
capital da empresa individual de responsabilidade limitada não sofrerá 
nenhuma influência decorrente de ulteriores alterações no salário mínimo.
CARACTERÍSTICAS
-Exercício da atividade empresarial por uma pessoa com responsabilidade 
limitada, sem comprometer o patrimônio pessoal;
-Não há necessidade de constituir sócio “fantasma”, como ocorre em 
sociedades limitadas;
-O empresário, mesmo individual, adquire personalidade jurídica;
-Redução da informalidade, com a regularização da situação do empresário 
individual de fato, que exercia a atividade à margem da lei;
-Se o empresário for o único sócio em uma empresa já registrada com outro 
regime jurídico, ele pode convertê-la em Eireli, assumindo, portanto, a 
condição de Eireli derivada;
-O empresário tem a liberdade de escolher o modelo de tributação que melhor 
adapte a sua atividade ao porte da empresa, podendo optar, inclusive, pelo 
Simples Nacional;
-Os ramos de atividade econômica permitidos à Eireli são amplos e abrangem 
todas as atividades comerciais, industriais, rurais e de serviços.
-O empresário não pode ter mais de uma Eireli registrada em seu nome;
-Exigência de capital social mínimo de 100 vezes o salário-mínimo vigente no 
país.
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Estabelecimento 
Empresarial
CONCEITO DE ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
Para Fábio Ulhoa Coelho, o estabelecimento empresarial, é o conjunto de bens 
que o empresário reúne para exploração de sua atividade econômica. 
Compreende os bens indispensáveis ao desenvolvimento da empresa, como 
mercadorias em estoque, máquinas, veículos, marca e outros sinais distintivos, 
tecnologia etc. Trata-se de elemento indissossiável à empresa.
Quanto à definição legal, determina o art. 1.142 do Código Civil que o 
estabelecimento empresarial corresponde ao “complexo de bens organizado, para 
o exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária”.
A partir da leitura do dispositivo legal, tem-se que o Estabelecimento Empresarial 
é a reunião organizada de diversos bens, em um determinado local, a fim de se 
exercer atividade empresarial da forma mais eficiente/lucrativa possível.
O empresário, no desempenho de sua atividade econômica, com o objetivo de 
fazer circular bens e serviços, utiliza-se de bens corpóreos e incorpóreos, os quais 
utiliza-dos de forma organizada, possibilitam o exercício profissional empresarial, 
o qual termina por atrair a clientela da atividade exercida pelo empresário.
ATENÇÃO : Estabelecimento é um elemento indissociável da empresa, mas com 
ela não se confunde, uma vez que esta é a atividade econômica desenvolvida no 
estabelecimento. Da mesma forma que não se confunde com o empresário, que é 
pessoa física ou jurídica, que explora a atividade econômica e é titular dos direitos 
e obrigações dela decorrentes. Estabelecimento também não se confunde com 
patrimônio do empresário.
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NATUREZA JURÍDICA DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
Atualmente, a doutrina dominante entende que o estabelecimento empresarial 
corresponde a uma universalidade de fato, tendo em vista que corresponde a 
um conjunto de bens que se mantém unidos para obtenção de uma 
determinada finalidade, em razão da vontade do empresário.
CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
O estabelecimento empresarial,como visto, compõe-se da reunião de bens 
necessários à confecção do objetivo empresarial. A doutrina costuma dividir os 
referidos bens em materiais e imateriais. Os bens materiais são representados 
pelos bens tangíveis, tais como o estoque, os mobiliários, os utensílios, veículos, 
maquinaria e todas as demais coisas utilizadas na atividade empresária.
Por outro lado, os bens imateriais, são aqueles bens de propriedade do 
empresário que não são suscetíveis de apropriação físicae que são fruto da 
inteligência ou do conhecimento humano, como é o caso dos bens integrantes 
da propriedade industrial (patente de invenção, modelo de utilidade, desenho 
industrial e a marca), o segredo industrial, o nome empresarial e o ponto (local 
onde o empresário está localizado).
A reunião das duas espécies de bens estará sempre presente no 
estabelecimento empresarial. Porém, cabe destacar que alguns doutrinadores, 
entendem que o aviamento, potencial de lucratividade da empresa, está incluído 
dentre os bens imateriais. Contudo, não se trata propriamente o aviamento de 
um bem, tendo em vista que não integra o patrimônio do empresário, mas 
indica o potencial de atração de clientela e, consequentemente, de lucro, sendo 
atributo do estabelecimento empresarial, este sim de propriedade do 
empresário. Portanto, tecnicamente é incorreto classificar o aviamento como 
bem imaterial que compõe o estabelecimento.
Parte da doutrina também classifica a clientela como bem imaterial, tal 
afirmação consiste em absurdo maior do que considerar o aviamento como 
elemento do estabelecimento. Ora, a clientela é composta de pessoas, e como 
tal, não pode ser alvo de apropriação ou propriedade por parte de alguém.
Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com
ELEMENTOS CORPÓREOS
Os elementos corpóreos representam todos os bens, tanto móveis como imóveis, 
que estão destinados para realização da atividade empresária, bem como ocupam 
lugar no espaço. 
Bens Móveis
1. MERCADORIAS:
As mercadorias, são os produtos destinados ao mercado e que estão preparados 
para o consumo, ou seja, são todos os bens que o empresário adquire com a 
finalidade de revenda, tais bens são expostos no estabelecimento empresarial e, 
como tal, fazem parte de sua composição.
Do conceito exposto acima, concluímos que não podem ser mercadorias os bens 
imóveis e os bens fora do comércio, porquanto não podem ser revendidos pelo 
comerciante, em sua atividade empresária, bem como inferimos que as 
mercadorias são corporais, móveis, comercializáveis, valoráveis economicamente 
e permanecem no tráfico mercantil.
A partir destas constatações, temos as seguintes características das mercadorias: 
a)corporalidade: distingue as mercadorias dos direitos e dos bens imateriais; 
b) mobilidade: exclui os bens imóveis; 
c) aptidão para o tráfico: estão prontas para serem postas em circulação; 
d) valor patrimonial próprio: intrínseco, da própria coisa, excluindo-se o título de 
crédito; 
e) permanência atual no tráfico mercantil.
2. ACESSÓRIOS DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL:
Os acessórios do Estabelecimento Empresarial representam todas as coisas 
móveis que são utilizadas na atividade empresarial. Assim como as mercadorias, 
fazem parte do estabelecimento e são tangíveis, contudo, diferenciam-se pelo 
fato de não serem destinados à revenda.
Como exemplos de acessórios podemos citar o mobiliários, as estantes, os 
tapetes, as carteiras, as vitrines, os armários, os quadros, máquinas e utensílios, 
alguns destes se destinam a tornar o ambiente agradável para a clientela, 
enquanto outros tem finalidade direta em relação à atividade empresária. Como 
exemplo desta segunda situação, podemos citar as máquinas registradoras, 
calculadoras e demais elementos com fim útil direto.
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Bens Imóveis
A doutrina indaga se o imóvel no qual se encontra fixado o estabelecimento 
empresarial, trata-se de elemento deste. A fim de responder a este 
questionamento, temos que desde tempos passados, que os imóveis não fazem 
parte da órbita do Direito Empresarial, muito embora possam ser adquiridos 
para revenda com fito de lucro. No entanto, quando os imóveis pertencem ao 
empresário, para o seu estabelecimento ou para um serviço necessário à 
empresa comercial – tais como armazéns para depósitos de mercadorias, 
prédios apropriados para instalação de usinas, estacionamentos para cargas etc. 
-, esses imóveis se incorporam ao estabelecimento empresarial, na hipótese de 
ser vendido o estabelecimento comercial, figuram no mesmo, salvo se de modo 
diverso ficar estipulado pelos contratantes.
Então, percebe-se que o critério para definirmos se o imóvel faz ou não faz 
parte do estabelecimento empresarial é o de determinar a sua utilidade e 
importância para a atividade comercial desenvolvida pelo empresário. Se o 
imóvel está destinado a servir o estabelecimento, logicamente, será um de seus 
elementos constitutivos, contudo, se o imóvel não possui função no 
estabelecimento, consequentemente, dele não fará parte.
ELEMENTOS INCORPÓREOS
Ponto Empresarial
O ponto empresarial é o local em que está situado o estabelecimento comercial 
e é para onde a clientela se dirige. Pode ter existência física ou virtual (exemplo, 
o endereço eletrônico – site – internet). Qualquer que seja a sua realidade, é 
tutelado por lei.
Diante do conceito apresentado, percebemos que o ponto empresarial não é 
apenas uma realidade física, o prédio, casa ou terreno onde está fixado o 
estabelecimento empresarial, mas é, de forma simples, o local onde os clientes 
buscam os serviços ou bens oferecidos pelo empresário, daí os sítios de internet 
também serem considerados pontos comerciais.
O ponto pode ser muito importante para o sucesso da empresa ou ocupar 
posição secundária para a atividade empresarial. Assim, se pensarmos em um 
comércio varejista a localização em rua de grande circulação de pessoas e a 
proximidade de alguns equipamentos urbanos como paradas
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de ônibus ou estações de trem são fatores facilitadores na atração da clientela. 
Contudo, tratando-se, por exemplo, de empresa de telemarkenting, o local onde 
se fixa o seu estabelecimento pouco importará para o sucesso do negócio.
De acordo com o art. 51 da Lei n.º 8.245/91, para que o empresário tenha direito 
à renovação compulsória do contrato de locação do ponto comercial será 
necessário o cumprimento de três requistos – formal, temporal e material, verbis:
“Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito 
a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo 
determinado;
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos 
contratos escritos seja de cinco anos;
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo 
mínimo e ininterrupto de três anos.”
Portanto, para fazer jus à renovação compulsória o empresário deverá ter 
realizado contrato de locação por escrito e com prazo determinado (requisito 
formal); com o prazo mínimo de contrato a renovar ou soma dos contratos 
escritos ininterruptos de 5 (cinco) anos (requisito temporal), bem como deverá 
explorar o mesmo ramo de comércio pelo prazo mínimo e ininterrupto de três 
anos (requisito material).
Preenchido tais requisitos, o direito à renovação deverá ser exercido dentro do 
prazo decadencial de um ano, no máximo, e seis meses, no mínimo, antes do 
término do prazo do contrato a ser renovado, nos termos do art. 51, § 5º da Lei n.
º 8.245/91.
Entretanto, o art. 52, da referida lei, elenca as hipóteses em que o locador, 
mesmo presentes os requisitos do art. 51 não estará obrigado a renovar, in verbis:
“Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se:
I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que 
importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal 
natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade;
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II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de 
comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o 
locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente.”
Impende ressaltar que, na segunda hipótese, o imóvel não poderá ser destinado 
ao usono mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o 
fundo de comércio, com as instalações e pertences, bem como não terá 
cabimento em shopping centers (art. 52, § 1º e 2º, da Lei 8.245/91).
Outrossim, nas referidas hipóteses, o locatário possuirá direito a indenização 
para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com 
mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação 
não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o 
locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado 
ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou 
pretender realizar (art. 52, § 3º da Lei n.º 8.245/91).
Nome Empresarial
Assim como as pessaos físicas, todo empresário, pessoa física ou jurídica, precisa 
de um nome para se apresentar nas relações de fundo econômico, a fim de 
adquirir direitos e assumir obrigações atinentes à empresa que exerce.
O nome é elemento de identificação do empresário, não se confundindo com 
outros elementos identificadores como as marcas, o nome de domínio e o título 
do estabelecimento. O nome identifica o empresário, a marca identifica uma 
determinada categoria de produtos e serviços; o nome de domínio indica a 
página na rede mundial de computadores e o título do estabelecimento 
identifica o ponto. Portanto, por representarem realidades distintas, gozam de 
diferente tratamento pelo Direito.
A partir do registro do nome empresarial, o qual é realizado perante a Junta 
Comercial, ele passa a merecer proteção jurídica, garantindo-se, assim, sua 
exclusividade, nos termos do art. 5º, XXXIX, da Constituição Federal:
"Art. 5º ...
(...)
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
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temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à 
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, 
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico 
do País;"
A referida proteção é reiterada no art. 33 da Lei n.º 8.934/94 (Lei do Registro 
Público de Atividades Mercantis) e no art. 13, § 1º da Instrução normativa n.º 
43/96 do Departamento Nacional de Registro do Comércio. Tais dispositivos 
afirmam, expressamente, que a proteção ao nome da empresa advém do 
arquivamento dos atos constitutivos perante a junta comercial competente.
O sistema da veracidade (adotado no Brasil) baseia-se nos princípios da 
exclusividade e novidade, a fim de se evitar confusão entre os empresários. A 
exclusividade evita que o mesmo nome seja registrado mais de uma vez, e a 
novidade prescreve que não poderão ser criados nomes repetidos ou 
semelhantes aos já existentes. Também, por esse sistema, o nome deve ser o 
mais puro reflexo da realidade, proibindo-se a indicação de informações falsas no 
nome. Por fim, no sistema de liberdade plena, os empresários poderão adotar 
qualquer forma de nome e, no sistema misto ou eclético, inicialmente, deverão 
ser observados os princípios do sistema da veracidade. Apesar disto, neste último 
sistema, caso ocorra a sucessão, o mesmo nome poderá ser usado ainda pela 
pessoa que adquirir os direitos sobre a empresa sem qualquer restrição.
Existem duas espécies de nome empresarial: a firma e a denominação. Alguns 
empresários só podem adotar uma espécie e outros podem adotar qualquer das 
duas espécies. Nesse sentido, o empresário individual só pode adotar a firma, 
enquanto a sociedade anônima só pode utilizar a denominação, por fim, a 
sociedade limitada pode utilizar qualquer uma das duas espécies.
Propriedade Industrial
Propriedade Industrial é o conjunto de direitos resultantes das concepções da 
inteligência humana que se manifestam ou produzem na esfera da indústria. Os 
elementos industriais são protegidos pelo Ordenamento Jurídico, bem como 
podem ser resumidos nos seguintes bens: a patente de invenção, a patente de 
modelo de utilidade; o registro de desenho 
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industrial e da marca, os quais, por estarem a serviço da atividade empresarial 
fazem parte, consequentemente, do estabelecimento empresarial.
O empresário titular dos bens supracitados pode utilizá-los com exclusividade, 
podendo autorizar, por meio de licença, o seu uso por terceiros. Importante 
destacar que tais direitos são concedidos pelo Estado, através do Instituto 
Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Autarquia federal, dependendo a 
exclusividade da concessão da patente ou do registro pela referida entidade.
PATENTE
A patente tanto poder dizer respeito à invenção, como ao modelo de utilidade. A 
invenção consiste em um ato inédito do gênio humano. Assim, se alguém projeta 
algo que desconhecia, terá produzido uma invenção, contudo, para que detenha 
privilégio sobre o projeto, é necessário que nenhuma outra pessoa tenha 
conhecido e registrado o projeto anteriormente.
Modelo de utilidade é o objeto de uso prático suscetível de aplicação industrial, 
com novo formato de que resulta melhores condições de uso ou fabricação. Não 
há, propriamente, invenção, mas acréscimo de utilidade de alguma ferramenta, 
instrumento de trabalho, utensílio, pela ação da novidade parcial que se lhe 
agrega.
Portanto, o modelo de utilidade não é uma criação inteiramente nova, mas algum 
melhoramento parcial em algo já existente, podendo tal “invenção parcial” gozar 
de proteção pelo ordenamento jurídico de forma autônoma à invenção cuja 
utilidade foi melhorada. Ressalte-se que o modelo de utilidade também é 
chamado de “pequena invenção”.
A patenteabilidade de invenções e modelos de utilidade dependem dos requisitos 
da novidade; atividade inventiva; aplicação industrial e não impedimento. O 
requisito da novidade obriga que o invento seja desconhecido da comunidade 
científica, técnica ou industrial, para que possa ser concedido o direito industrial. 
A atividade inventiva impõe para a concessão da patente a necessidade de que a 
invenção não seja uma decorrência óbvia do estado de técnica, e que o modelo 
de utilidade não decorra do uso comum ou vulgar do estado da técnica.
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Por fim, a aplicação industrial obriga que a invenção ou modelo de utilidade sejam 
de aproveitamento industrial, bem como o não-impedimento impõe que a 
invenção ou o modelo de utilidade não estejam dentre aqueles proibidos pela lei, 
tais como, os dispostos no rol do art. 18, da Lei n.º 9.279/96, in verbis:
“Art. 18. Não são patenteáveis:
I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à 
saúde públicas;
II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer 
espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os 
respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de 
transformação do núcleo atômico; e
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que 
atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e 
aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são 
organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, 
mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma 
característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais.”
REGISTRO DE DESENHO INDUSTRIAL E DE MARCA
O uso de desenhos industriais e de marcas dependem de registro no INPI para que 
possam ser explorados de forma exclusiva. O registro industrial é considerado um 
ato administrativo de efeito constitutivo, ou seja, a partir dele se cria o direito 
industrial. Portanto, o uso da marca ou do desenho industrial não confere 
exclusividade a quem o faz, mas apenas o registro pode fazê-lo.
O art. 95, da Lei n.º 9.279/96, define desenho industrial como“a forma plástica 
ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa 
ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua 
configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial.”
Destarte, o desenho industrial diz respeito à forma dos objetos tem como objetivo 
conferir um ornamento harmonioso para distinguir o objeto de outros do mesmo 
gênero.
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Conceitua-se marca: Chamam-se marcas os nomes, palavras, denominações, 
monogramas, emblemas, símbolos, figuras e quaisquer outros sinais usados com 
o fim de distinguir mercadorias, produtos industriais ou serviços de outros 
semelhantes.
Assim, a marca é o signo que identifica produtos e serviços, como Coca-Cola, 
Toyota e Texaco.
O registro do desenho industrial está sujeito aos requisitos da novidade, 
originalidade e desimpedimento. O primeiro tem a mesma conotação da 
novidade no registro de patentes, devendo o desenho ser algo novo, não 
compreendido no estado da técnica; pelo segundo, o desenho industrial deve ter 
configuração própria, não encontrada em outros objetos, ou combinando 
elementos já conhecidos, representar forma nova; por fim, pelo terceiro, o 
desenho industrial não deve estar entre aqueles que a lei proíbe o registro, de 
acordo com o rol do art. 100, da Lei n.º 9.279/96, verbis:
“Art. 100. Não é registrável como desenho industrial:
I - o que for contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou 
imagem de pessoas, ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto 
religioso ou idéia e sentimentos dignos de respeito e veneração;
II - a forma necessária comum ou vulgar do objeto ou, ainda, aquela determinada 
essencialmente por considerações técnicas ou funcionais.”
O registro da marca está sujeito aos requisitos da novidade relativa, 
não-coincidência com marca notória e não-impedimento. De acordo com o 
primeiro, não se exige da marca que seja algo totalmente novo, devendo ser 
nova a utilização daquele signo de identificação de produtos ou serviços em uma 
determinada classe, ou conjunto de atividades econômicas afins. De acordo com 
o segundo, as marcas notórias, mesmo que não registradas no INPI, merecem 
tutela do direito industrial, em razão da convenção de Paris. O último impede o 
registro, como marcas, de determinados signos, de acordo com o rol do art. 124, 
da Lei n.º 9.279/96, verbis:
“Art. 124. Não são registráveis como marca:
I - brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento oficiais, 
públicos, nacionais, estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva 
designação, figura ou imitação;
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II - letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando revestidos de suficiente 
forma distintiva;
III - expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos 
bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou atente contra 
liberdade de consciência, crença, culto religioso ou idéia e sentimento dignos de 
respeito e veneração;
IV - designação ou sigla de entidade ou órgão público, quando não requerido o 
registro pela própria entidade ou órgão público;
V - reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título 
de estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, suscetível de causar 
confusão ou associação com estes sinais distintivos;
VI - sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou simplesmente 
descritivo, quando tiver relação com o produto ou serviço a distinguir, ou aquele 
empregado comumente para designar uma característica do produto ou serviço, 
quanto à natureza, nacionalidade, peso, valor, qualidade e época de produção ou 
de prestação do serviço, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva;
VII - sinal ou expressão empregada apenas como meio de propaganda;
VIII - cores e suas denominações, salvo se dispostas ou combinadas de modo 
peculiar e distintivo;
IX - indicação geográfica, sua imitação suscetível de causar confusão ou sinal que 
possa falsamente induzir indicação geográfica;
X - sinal que induza a falsa indicação quanto à origem, procedência, natureza, 
qualidade ou utilidade do produto ou serviço a que a marca se destina;
XI - reprodução ou imitação de cunho oficial, regularmente adotada para garantia 
de padrão de qualquer gênero ou natureza;
XII - reprodução ou imitação de sinal que tenha sido registrado como marca 
coletiva ou de certificação por terceiro, observado o disposto no art. 154;
XIII - nome, prêmio ou símbolo de evento esportivo, artístico, cultural, social, 
político, econômico ou técnico, oficial ou oficialmente reconhecido, bem como a 
imitação suscetível de criar confusão, salvo quando autorizados pela autoridade 
competente ou entidade promotora do evento;
XIV - reprodução ou imitação de título, apólice, moeda e cédula da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios, ou de país;
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XV - nome civil ou sua assinatura, nome de família ou patronímico e imagem de 
terceiros, salvo com consentimento do titular, herdeiros ou sucessores;
XVI - pseudônimo ou apelido notoriamente conhecidos, nome artístico singular 
ou coletivo, salvo com consentimento do titular, herdeiros ou sucessores;
XVII - obra literária, artística ou científica, assim como os títulos que estejam 
protegidos pelo direito autoral e sejam suscetíveis de causar confusão ou 
associação, salvo com consentimento do autor ou titular;
XVIII - termo técnico usado na indústria, na ciência e na arte, que tenha relação 
com o produto ou serviço a distinguir;
XIX - reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com acréscimo, de 
marca alheia registrada, para distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, 
semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou associação com marca 
alheia;
XX - dualidade de marcas de um só titular para o mesmo produto ou serviço, 
salvo quando, no caso de marcas de mesma natureza, se revestirem de suficiente 
forma distintiva;
XXI - a forma necessária, comum ou vulgar do produto ou de acondicionamento, 
ou, ainda, aquela que não possa ser dissociada de efeito técnico;
XXII - objeto que estiver protegido por registro de desenho industrial de terceiro; 
e
XXIII - sinal que imite ou reproduza, no todo ou em parte, marca que o 
requerente evidentemente não poderia desconhecer em razão de sua atividade, 
cujo titular seja sediado ou domiciliado em território nacional ou em país com o 
qual o Brasil mantenha acordo ou que assegure reciprocidade de tratamento, se a 
marca se destinar a distinguir produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, 
suscetível de causar confusão ou associação com aquela marca alheia.”
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Sociedades
A) PERSONALIZADAS
A partir do registro:
- Na Junta Comercial: sociedade empresária.
No Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas: sociedade simples (não 
empresária). Na OAB: sociedade de advogados.
B) NÃO PERSONALIZADAS: 
Não possui personalidade jurídica, logo não foi registrada em nenhum dos 
órgãos acima citados.
1. Sociedade comum/ de fato/ irregular (art. 986 a 990 do CC) 
Não é registrada, logo não possui personalidade jurídica. Os sócios 
respondem ilimitadamente e solidariamente. Os credores devem atingir, 
primeiramente, o patrimônio especial (bens dos sócios utilizados na 
atividade empresarial). Quando tais bens terminarem, os credores podem 
acionar os sócios. Trata-se de um benefício de ordem legal. Contudo é 
excluído do benefício de ordem o sócio que contratou pela sociedade. 
Pode ser alvo de falência, mas os falidos serão os sócios.
2. Sociedade em conta de participação (art. 991 a 995 do CC)
Não é registrada, logo não possui personalidade jurídica. Malgrado a lei 
falar que esta sociedade pode ser registrada em Cartório de Notas, isso 
não significa que a mesmapossui personalidade jurídica; esta só surge com 
o registro na Junta Comercial, no Cartório Civil de Pessoas Jurídicas e na 
OAB.
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Sócio ostensivo: é o que aprece para terceiros (contrata). É o que realiza o 
objeto social (atividade empresarial). Este tipo de sócio responde 
ilimitadamente. Somente a ele podem ser cobradas as dívidas. Somente 
ele pode ser alvo de falência. Sócio participante/oculto: não aparece 
perante terceiros (não contrata), assim não responde perante terceiros. A 
depender do contrato, o sócio participante pode responder tão somente 
ao sócio ostensivo. Somente o sócio ostensivo pode ser alvo de falência.
3. Sociedade em nome coletivo (art. 1039 e ss do CC) 
Possui personalidade jurídica. A sociedade em nome coletivo pode ser 
simples ou empresária, a depender da atividade. Os sócios são 
necessariamente pessoas físicas que respondem ilimitadamente e 
solidariamente. Os credores devem acionar, primeiramente, o patrimônio 
da pessoa jurídica. Quando tais bens acabarem, os bens dos sócios podem 
ser atingidos.
4. Sociedade comandita simples (art. 1045 e ss do CC) 
Possui personalidade jurídica. Pode ser uma sociedade empresária ou 
simples, a depender da atividade exercida. Sócio comanditado só pode ser 
pessoa física. Este tipo de sócio administra e responde ilimitadamente. 
Sócio comanditário pode ser pessoa física ou jurídica. 
Este tipo de sócio não administra e responde limitadamente (na mesma 
medida do investimento feito). Os credores devem acionar, 
primeiramente, os bens que compõe a pessoa jurídica. Quando esses bens 
acabarem, os bens do sócio comanditado podem ser atingidos. O sócio 
comanditário só perde o que investiu.
5. Sociedade limitada
- Nome empresarial: É registrado na Junta Comercial, logo possui proteção 
estadual. De acordo com o art. 1164 do CC, o nome empresarial não pode 
ser vendido (objeto de alienação) isoladamente.
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A sociedade limitada pode usar tanto a razão social quanto a denominação 
social. Independente da escolha, após o nome escolhido deve constar a 
expressão LTDA. Caso essa expressão seja suprimida, a responsabilidade 
dos administradores será ilimitada e solidária (art. 1158 do CC).
- Capital social (art.1055 do CC)
É no contrato social onde é encontrado o valor do capital social. Este é 
composto pela soma do que os sócios se comprometeram a disponibilizar 
para a sociedade limitada. O capital social pode ser composto por dinheiro 
ou bens (é necessária a avaliação). Nenhum sócio pode contribuir apenas 
com trabalho (art. 1055, §2º, do CC). O capital social é divido em cotas; 
estas podem ter valores iguais ou desiguais.
Responsabilidade dos sócios (art. 1052 do CC)
Razão social/firma social Denominação social
O nome da empresa é composto 
pelo nome (sobrenome) dos sócios.
O nome empresarial é inventado.
As sociedades em nome coletivo e 
em comandita simples só podem 
usar razão social.
As sociedades anônimas só podem 
usar a denominação.
Na sociedade limitada cada, sócio responde pela integralização da cota que 
subscreveu. Assim, a sociedade X LTDA pode cobrar do sócio A, 20. Todos 
os sócios são solidariamente responsáveis até o limite do que falta a 
integralizar. Assim, na sociedade X LTDA, um credor pode acionar qualquer 
dos credores no limite do que falta integralizar. Caso o sócio B pague, ele 
pode mover ação regressiva contra o sócio A. 
 
X LTDA – 100 
capital social
Investimento 
comprometido 
(subscrever)
Investimento 
efetivo 
(integralizar)
Investimento 
devido
Sócio A 70 50 20
Sócio B 30 30 0
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Observação: O incapaz não pode ser sócio se houver risco patrimonial e, 
caso não haja risco, ainda depende de autorização judicial.
- Cessão de cotas (art. 1057 do CC)
Em caso de omissão no contrato social:
• Entre sócios: não precisa da anuência dos demais sócios (livre).
• Entre sócio e terceiro: se não houver a oposição de sócios que 
representem mais de ¼ do capital social. Esse caso não se trata de direito 
de preferência.
- Exclusão de sócios
As seguintes motivações de exclusão podem ser utilizadas por outros tipos 
de sociedades:
* Sócio remisso (art.1058 do CC): o sócio remisso tem direito ao valor 
integralizado.
* Exclusão judicial: os sócios podem ingressar com uma ação para excluir o 
sócio por falta grave ou incapacidade superveniente. Nesse caso, o sócio 
excluído possui direito de ressarcimento no valor atual da sua participação 
na sociedade limitada.
* Exclusão do Sócio Minoritário ou Extrajudicial: falta grave, previsão no 
contrato social para exclusão por justa causa - caso não haja a previsão do 
contrato social, esse tipo de exclusão é inviabilizado – e a concordância da 
maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social – 
maioria de pessoas e da metade do capital social. O sócio excluído tem 
direito a
ressarcimento (apurar exatamente aquilo que ela colocou na sociedade e o 
que isso vale atualmente).
6. Sociedade Anônima
- Companhia aberta: permite negociação de ações na bolsa; 
- Companhia fechada: não permite negociações de ações na bolsa de 
valores; Não existe mista.
Ações: podem ser ordinárias (conferem direitos comuns ao acionista, art. 
110, toda ação dá direito a voto) ou preferenciais (vantagens e 
desvantagens: ex. maior participação no lucro, mas não tem direito a voto, 
art. 111 6404/76)
 
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- Direitos comuns (art. 109):
*Participação nos lucros
*Direito de preferência na aquisição das ações
*Direito de retirada: possui todo acionista que não concorda com o uma 
alteração no estatuto social – acionista dissidente. Possui direito de 
reembolso.
-Direitos específicos (art. 15 da Lei das Sociedades Anônimas):
As ações podem ser:
-Ordinárias: além dos direitos elencados no art. 109, possui direito de voto. 
Nesse tipo de ação, o voto plural é proibido – cada ação representa um 
voto (art. 110, §2º).
Preferenciais: além dos direitos elencados no art. 109, possui outras 
vantagens, quais sejam:
a) política: Possibilita o direito de voto e de veto. (art. 17, § 7o: Nas 
companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial 
de classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual 
o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o 
poder de veto às deliberações da assembleia geral nas matérias que 
especificar. e Art. 18. O estatuto pode assegurar a uma ou mais classes de 
ações preferenciais o direito de eleger, em votação em separado, um ou 
mais membros dos órgãos de administração. Parágrafo único. O estatuto 
pode subordinar as alterações estatutárias que especificar à aprovação, 
em assembleia especial, dos titulares de uma ou mais classes de ações 
preferenciais e patrimonial).
b) patrimonial: está prevista no Estatuto a emissão de uma ação com uma 
vantagem patrimonial – comprometimento de uma determinada quantia.
-Gozo ou fruição: compra de uma ação e sua guarda na tesouraria, por 
qualquer motivo. É usada para amortizar dívidas.
Art. 44. O estatuto ou a assembleia-geral extraordinária pode autorizar a 
aplicação de lucros ou reservas no resgate ou na amortização de ações, 
determinando as condições e o modo de proceder-se à operação.
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§ 1º O resgate consiste no pagamento do valor das ações para retirá- las 
definitivamente de circulação, com redução ou não do capital social, mantido 
o mesmo capital, será atribuído, quando for o caso, novo valor nominal às 
ações remanescentes.
§ 2º A amortização consiste na distribuição aos acionistas, a título de 
antecipação e sem redução do capital social, de quantias que lhes poderiam 
tocar em caso de liquidação da companhia.
§ 3º A amortização pode ser integral ou parcial e abranger todas as classes de 
açõesou só uma delas.
§ 4º O resgate e a amortização que não abrangerem a totalidade das
ações de uma mesma classe serão feitos mediante sorteio; sorteadas ações 
custodiadas nos termos do artigo 41, a instituição financeira especificará, 
mediante rateio, as resgatadas ou amortizadas, se outra forma não estiver 
prevista no contrato de custódia.
§ 5º As ações integralmente amortizadas poderão ser substituídas por ações 
de fruição, com as restrições fixadas pelo estatuto ou pela assembléia-geral 
que deliberar a amortização; em qualquer caso, ocorrendo liquidação da 
companhia, as ações amortizadas só concorrerão ao acervo líquido depois de 
assegurado às ações não a amortizadas valor igual ao da amortização, 
corrigido monetariamente.
§ 6o Salvo disposição em contrário do estatuto social, o resgate de ações de 
uma ou mais classes só será efetuado se, em assembleia especial convocada 
para deliberar essa matéria específica, for aprovado por acionistas que 
representem, no mínimo, a metade das ações da(s) classe(s) atingida(s).
Observação: É proibida a circulação de títulos ao portador a partir de 1990 – 
elas são necessariamente nominativas. Logo, não há ações ao portador.
 
- Valores mobiliários: títulos que são estranhos ao capital social – não se 
tratam de ações. Trata-se de títulos executivos extrajudiciais.
• Debêntures: direito de crédito contra a sociedade anônima, com 
vencimento certo.
Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus 
titulares direito de crédito contra ela, nas condições constantes da escritura 
de emissão e, se houver, do certificado.
 
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Partes beneficiárias: direito de participação nos lucros da sociedade 
anônima. Possui vencimento eventual, pois depende do lucro. Companhias 
abertas (que negociam suas ações na bolsa de valores e no mercado de 
capitais) não podem emitir partes beneficiárias. Hodiernamente, é utilizada 
para remunerar trabalho, não para arrecadar dinheiro.
Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem 
valor nominal e estranhos ao capital social, denominados "partes 
beneficiárias".
§ 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito 
eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais 
(artigo 190).
§ 2º A participação atribuída às partes beneficiárias, inclusive para formação 
de reserva para resgate, se houver, não ultrapassará 0,1 (um décimo) dos 
lucros.
§ 3º É vedado conferir às partes beneficiárias qualquer direitoprivativo de 
acionista, salvo o de fiscalizar, nos termos desta Lei, os atos dos 
administradores.
§ 4º É proibida a criação de mais de uma classe ou série de partes 
beneficiárias.
Art. 47. As partes beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas 
condições determinadas pelo estatuto ou pela assembleia-geral, ou 
atribuídas a fundadores/, acionistas ou terceiros, como remuneração de 
serviços prestados à companhia.
Parágrafo único. É vedado às companhias abertas emitir partes beneficiárias.
* Bônus de subscrição: confere o direito de preferência na aquisição de ações.
 
Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital 
autorizado no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados "Bônus 
de Subscrição".
Parágrafo único. Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, nas 
condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital 
social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia e 
pagamento do preço de emissão das ações.
 
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A primeira oferta de ações, destinada a acionistas e com preço menor, tem 
seu ingresso a terceiros concedido por meio de bônus de subscrição. A 
segunda oferta de ações é para o público.
 
- Órgãos da Sociedade Anônima
Assembleia-Geral: lugar onde as decisões são tomadas. Pode ser ordinária 
(conteúdo administrativo corriqueiro) ou extraordinária (assuntos 
excepcionais).
Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término 
do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para:
I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as 
demonstrações financeiras;
II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição 
de dividendos;
III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o 
caso;
IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo 167).
• Conselho de Administração: fixar diretrizes. Determinada o que será levado 
para a Assembleia. É formada por, no mínimo, três acionistas eleitos pela 
Assembleia-Geral ordinária. É obrigatório nas companhias abertas, nas 
sociedades de economia mistas e nas sociedades de capital autorizado.
• Diretoria: representa e executa as decisões da Assembleia-Geral. É formado 
por, no mínimo, duas pessoas, acionistas ou não, eleitas pelo Conselho de 
Administração. Caso este não exista, caberá à Assembleia-Geral elegê-los.
• Conselho Fiscal: fiscalizar as ações da sociedade anônima.
Desconsideração da personalidade jurídica:
Abuso da personalidade jurídica nos casos de desvio de finalidade ou de 
confusão patrimonial.
Afastamento temporário da personalidade jurídica para afetação dos bens 
dos sócios pelo credor que provar o abuso.
 
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Art. 50 do Código Civil. Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, 
pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público 
quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares 
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Em matéria ambiental ou consumerista, basta a existência de obstáculo ao 
pagamento, logo não precisa de prova de abuso.
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Títulos de Crédito
De acordo como art. 887 do CC, título de crédito é o documento necessário 
ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, cujos efeitos 
cambiários dependem do preenchimento dos respectivos requisitos 
formais.
 
PRINCÍPIOS
 
a) Princípio da Cartularidade: OBRIGATORIAMENTE os títulos de crédito 
necessitam ser reproduzidos em uma cártula (documento). Os títulos de 
crédito são documentos de apresentação, ou seja, aquele que os possuir 
necessita apresentá-lo para o devido pagamento. Ademais, para a 
instrução da inicial da execução exige-se a exibição original do título, não 
sendo suficiente a cópia autenticada.
b) Princípio da Literalidade: somente o que consta expressamente 
consignado no título produz efeito jurídico-cambial perante o seu legítimo 
possuidor. Desse modo, apenas o que está efetivamente inserido na 
cártula terá validade nos títulos de crédito, de modo que o devedor saberá 
quanto irá pagar (obrigação) e o credor saberá quanto irá receber (direito).
c) Princípio da Autonomia: o vício em uma das relações não compromete 
as demais. As relações jurídico-cambiais são autônomas e independentes 
entre si mesmas. Em suma, é a garantia de cumprimento das obrigações 
contidas no título de crédito, já que as relações entre os sujeitos não são 
dependentes entre si. 
d) Princípio da Abstração: é um sub princípio do princípio da autonomia. A 
abstração só ocorre se houver a circulação do título. Quando circular, o 
título de crédito se despreenderá da causa que lhe deu origem.
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CLASSIFICAÇÃO
 
A) Quanto ao modelo:
Título de Crédito Livre - não obedecem a rigidez da legislação quanto ao 
formato gráfico ou qualquer disposição específica. Entretanto, embora 
possam ser elaborados a critério do interessado, devem conter todos os 
requisitos legais quanto aos elementos indispensáveis, conforme estabelece 
a legislação. Estão classificadoscomo modelos livres, a Nota Promissória e 
Letra de Câmbio. 
Título de Crédito Vinculado - é aquele cuja forma ou modelo deve obedecer, 
respeitar, uma padronização obrigatória definida em lei. O Conselho 
Monetário Nacional é quem define em lei a sua padronização. São 
classificados como modelos vinculados, o cheque e a duplicata mercantil e de 
prestação de serviços. 
B) Quanto à Estrutura:
Como Ordem de Pagamento - composta por três partes na relação: 1- parte 
que dá a ordem; 2- parte que recebe a ordem; 3- tomador/beneficiário. Os 
títulos de crédito existentes como ordem de pagamento são: cheque, letra 
de Câmbio e duplicata mercantil. 
Como Promessa de Pagamento - o promitente faz uma promessa de 
pagamento ao tomador/ beneficiário. O único título de crédito que é apenas 
uma promessa de pagamento é a Nota Promissória.
C) Quanto às hipóteses de emissão:
Título de Crédito Causal - para sua emissão e circulação é indispensável que 
esteja vinculado a uma determinada ocorrência prévia, ou seja, uma causa 
prevista na legislação específica. Ex: duplicata.
Título de Crédito Não Causal - representa títulos de crédito cuja existência 
não está vinculada a nenhum fato posterior ou anterior, servem para 
documentar diversos tipos de negócio. Ex: o cheque e a Nota Promissória.
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D) Quanto à circulação:
Título de Crédito ao portador - não identifica o beneficiário do título, sendo, 
portanto, transmissíveis por mera tradição ou entrega do título, não sendo 
necessário o Endosso para sua transferência, podendo de forma prática ser 
transferidos, indeterminadamente, considerado o seu prazo prescricional. 
Desde a Lei 8.021/90, em regra, não se admite mais títulos ao portador, 
exceto se houver previsão expressa em lei especial autorizando a emissão 
deste título.
Título de Crédito Nominativo - que são os títulos que identificam o 
beneficiário que o está recebendo e é efetuado pela tradição. No entanto, 
são estabelecidas duas formas de transferência e responsabilidade junto a 
esta transação:
 1. Nominativo à ordem = circula por meio a tradição e do Endosso. Quem 
transfere por endosso, responde pela existência do título e pelo pagamento.
 2. Nominativo não à ordem = circula por meio da tradição e da cessão civil. 
Quem transfere por cessão civil responde apenas pela existência, não 
respondendo pelo pagamento do título.
Título de Crédito Nominal - corresponde ao título nominativo da doutrina 
tradicional, que poderá ser transferido por endosso ou por cessão civil. (vide 
art. 914 do CC) 
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Principais Títulos de 
Crédito
CHEQUE
Conceito: É uma ordem de pagamento à vista, incondicional, contra um 
banco, em razão de provisão que o emitente possui junto ao sacado, 
proveniente essa de contrato de depósito bancário ou de abertura de 
crédito. Em suma, o correntista (sacador) com o cheque dá uma ordem ao 
Banco (sacado) para que dê determinada quantia a terceiro, credor do 
cheque (tomador ou beneficiário). 
Sujeitos: 
- Sacador (emitente): é a pessoa que emite (saca) o cheque.
- Sacado (banco): é o banco que recebe o cheque tendo o dever de pagá-lo 
com base nos fundos à disposição do sacador.
- Beneficiário (tomador): é a pessoa em cujo benefício o cheque é emitido. 
O tomador pode ser terceiro ou o próprio sacador.
Aceite do cheque: O cheque, por ser uma relação contratual prévia entre 
sacador e sacado, havendo dinheiro na conta do correntista, o banco não 
poderá se recusar a dar o pagamento, em consequência, o cheque não 
poderá sofrer qualquer aceite. Ele sendo dado será esta declaração do 
aceite considerada como uma ação não escrita.
Cheque pós-datado: O STJ entende que o cheque que não é 
pós-datado/pré-datado não perde sua característica de ser título cambial. 
A pós-datação deve ser entendida dentro do cheque como a ampliação 
para o prazo de apresentação para o pagamento do título de crédito. No 
entanto, um cheque emitido com pós-datação, o tomador/credor do 
cheque poderá apresentar o título antes ou protestá-lo. 
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Mas, haverá consequência da quebra da boa-fé objetiva, de acordo com a 
deslealdade com que age este tomador/credor do cheque. Poderá haver a 
caracterização de dano moral a apresentação antecipada de cheque 
pré-datado (vide súmula 370 do STJ).
- A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral (Súmula 
388, STJ).
Endosso no cheque: há endosso no verso, com simples assinatura, e no 
anverso, com a assinatura e a expressão identificadora “endosso à”. Será 
possível o endosso em preto (identificado o endossatário) e o endosso em 
braco (não identificado o endossatário). Não há limite na realização do 
endosso no cheque.
- Somente é possível a execução do endossante do cheque se o cheque for 
apresentado dentro do prazo legal.
Prazo de apresentação: 
30 dias - a contar do dia da emissão do cheque, se na mesma praça do 
cheque e da apresentação.
60 dias - a contar do dia da emissão do cheque, se for a apresentação em 
praça diferente.
- Com a apresentação do cheque, dá-se início ao seu prazo prescricional:
Para o devedor principal/avalista do devedor principal - 06 meses 
contados do fim do prazo de apresentação para o pagamento do cheque 
(mesmo que a apresentação tenha se dado anteriormente, de 30 ou 60 
dias).
Para o co-devedor/avalista do co-devedor/endossante - 06 meses 
contados do protesto (vide art. 47, II, da lei 7.357/85).
Direito de Regresso - 06 meses contados do pagamento (extrajudicial) ou 
de quando foi demandado (citado em processo judicial).
Sustação do cheque: 
Revogação ou contra-ordem - somente o emitente pode dar esta 
contra-ordem ou revogação, e somente produzirá efeitos depois do prazo 
de apresentação do cheque.
Oposição ou sustação - pode ser dada pelo emitente ou pelo portador 
legitimado. A sustação poderá ser feita mesmo durante o prazo de 
apresentação do cheque. 
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- O emitente dá a contra-ordem ao banco. O banco pagará apenas no 
período de apresentação. No entanto, se for após o período de 
apresentação, o banco sustará o cheque.
- Enquanto o título não for protestado, poderá haver sustação; após o 
protesto do título, não poderá haver a sustação, apenas um cancelamento 
do protesto, estando o título prescrito ou não.
Requisitos essenciais do cheque: (art. 1º da lei 7.357/85)
“Art . 1º O cheque contêm:
I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na 
língua em que este é redigido;
II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;
III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado);
IV - a indicação do lugar de pagamento;
V - a indicação da data e do lugar de emissão;
VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes 
especiais.”
- Na falta de qualquer um desses requisitos, haverá configuração da 
nulidade do título, ou seja, não será válido como cheque.
NOTA PROMISSÓRIA
Conceito: É uma promessa de pagamento, constituindo compromisso 
escrito e solene pelo qual alguém se obriga a pagar a outrem certa soma 
em dinheiro. 
Aplicam-se à nota promissória os dispositivos relativos à letra de câmbio, 
com exceção daqueles que se referem ao aceite e a duplicidade. Ademais, 
a nota promissória é título literal e abstrato. Importa frisar que a nota 
promissória é diferente da letra de câmbio, fundamentalmente, no 
seguinte aspecto: a nota promissória é promessa de pagamento, enquanto 
a letra de câmbio é ordem de pagamento.
Sujeitos: 
- Emitente (OU AINDA SACADOR, SUBSCRITOR OU PROMITENTE): é a 
pessoa que emite a nota promissória, na qualidade de devedor do título.
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- Beneficiário (CREDOR OU TOMADOR): é a pessoa que se beneficia da 
nota promissória, na qualidade de credor do título.
Características:
- A notapromissória é legislada pelo Decreto 57663/1966.
- Normalmente, a nota promissória é dada sob a égide de um contrato, 
sendo assim, vincula-se o pagamento do acordado no contrato através de 
uma nota promissória. Porém, a nota promissória vinculada a contrato não 
goza de autonomia (súmula 258, STJ).
LETRA DE CÂMBIO
Conceito: É uma ordem de pagamento à vista ou a prazo e é criada através 
do ato chamado de saque. O sacador dirige-se ao sacado com o objetivo 
de que este pague a importância nela consignada a um terceiro chamado 
tomador.
Sujeitos:
- Sacador (emitente): quem faz o saque, quando da criação da letra de 
câmbio. É quem dá a ordem de pagamento.
- Sacado (pessoa a quem a ordem de pagamento é dirigida): quem deve 
efetuar o pagamento
- Beneficiário/Tomador: é quem receberá o pagamento.
Requisitos:
1. Palavra “letra de câmbio”;
2. Mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;
3. O nome daquele que deve pagar (sacado);
4. A época do pagamento;
5. A indicação da data em que e do lugar onde a letra é passada;
6. A assinatura do sacador.
Prescrição:
Cambiária - contra o sacado/aceitante, contra o sacador e endossantes e 
contra os endossantes (uns contra os outros).
Monitória - “o prazo para ajuizamento de ação monitória em face do 
emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar 
do dia seguinte ao vencimento do título. Súmula 504, STJ.
 
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DUPLICATA
Conceito: A duplicata é o título de crédito à ordem extraído pelo vendedor ou 
prestador de serviços que visa a documentar o saque fundado sobre crédito 
decorrente de compra e venda mercantil ou prestação de serviços, que tem 
como pressuposto a extração de uma fatura.
Sujeitos:
- Sacador: o vendedor da mercadoria, ou o prestador do serviço.
- Sacado: que recebe a venda ou a prestação.
- Tomador/Beneficiário: vendedor ou prestador.
Emissão da Duplicata:
- A duplicata é um título causal, porque apenas será emitida na hipótese de 
ocorrência de uma compra e venda mercantil ou em caso da realização de uma 
prestação de serviços.
- A duplicata é uma Ordem de pagamento.
- Não é obrigatória a emissão de uma duplicata, mas é obrigatória a emissão de 
uma fatura ou também chamada de nota-fiscal fatura.
Aceite: Na duplicata o aceite é ato obrigatório. O sacado está obrigado a dar o 
aceite para demonstrar que recebeu o objeto da compra e venda ou a realização 
da prestação de serviços.
Após a emissão da duplicata (duplicata a prazo) o sacador terá um prazo de 
trinta dias para fazer a remessa deste título ao sacado. O sacado, por sua vez, ao 
receber a duplicata terá prazo de dez dias para devolver a duplicata ao sacador 
com o aceite ou com as razões motivadoras da recusa do aceite.
Vencimento: A duplicata tem de ser emitida somente á vista ou com data certa.
Triplicata: é a segunda via da duplicata. Será emitida apenas no caso de perda 
ou extravio da duplicata.
Protesto na duplicata:
- Protesto por falta de aceite - o sacador realiza o protesto por falta de aceite 
quando o sacado devolver a duplicata emitida sem que no prazo de dez dias 
tenha realizado o aceite ou que o devolva sem a razão de ter sido feita a recusa 
do aceite.
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- Protesto por falta de devolução - será realizado pelo sacador, o protesto 
por falta de devolução, quando o sacado reter a duplicata e a não a 
devolver para o sacador passados os dez dias, prazo que ele tinha para dar 
o aceite ou justificar a recusa.
- Protesto por falta de pagamento - ocorrerá quando o sacado não efetuar 
o pagamento acordado no contrato da compra e venda ou na prestação de 
serviço. Após o vencimento da duplicata só caberá o protesto por falta de 
pagamento.
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Falência
A Lei 11.101/05 revogou a antiga lei de falência consubstanciada no 
Decreto 7.661/45, trouxe inovações legislativas e, dentre outras 
finalidades, destinou-se a: dar proteção ao crédito; assegurar mecanismos 
de recuperação da empresa em crise; e retirar do mercado as empresas 
irrecuperáveis.
 
CONCEITO
É o fato jurídico que atinge o comerciante, submetendo-o a um processo 
judicial, para arrecadar meios de pagamentos devidos ao(s) credor(es), e 
que não foram pagos pela impossibilidade material de fazê-lo, já que o 
patrimônio disponível era menor do que o devido.
PRINCÍPIOS:
 
Destacam-se dois importantes princípios do Direito Falimentar:
1. Princípio da preservação da empresa: Mantendo-se a empresa em 
funcionamento, evita-se que seus ativos se desvalorizem ou se deteriorem. 
Isso contribui para que, no curso do processo falimentar, quando for 
realizada a venda dos bens, consigam-se interessados em adquirir o 
estabelecimento empresarial do devedor, dando continuidade à atividade 
que ele desenvolvia.
2. Princípio da maximização dos ativos: Evitando-se a desvalorização e a 
deterioração, consegue-se fazer com que no momento da venda esta seja 
feita por um preço justo, o que em última análise interessa aos credores da 
massa, visto que o dinheiro arrecadado será usado para o pagamento de 
seus créditos.
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O processo de falência também atenderá aos princípios da celeridade e da 
economia processual.
 
PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA
1. Pressuposto material subjetivo: devedor empresário.
2. Pressuposto material objetivo: insolvência (jurídica ou presumida) do 
devedor.
3. Pressuposto formal: sentença declaratória de falência (natureza 
constitutiva).
QUEM PODE REQUERER A FALÊNCIA
Podem requerer a falência do devedor (Arts. 97, 101 e 105 a 107 da Lei nº 
11.101/2005):
1. O próprio devedor ("autofalência"), observadas as regras que constam 
nos artigos 105 a 107 da Lei de Falências;
2. O cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o 
inventariante (falência de espólio);
3. O cotista ou o acionista do devedor na forma da Lei ou do ato 
constitutivo da sociedade (Contrato ou Estatuto Social);
4. Qualquer credor.
DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA 
Impontualidade:
Conforme artigo 94, I da Lei de Falências, a falência do empresário e da 
sociedade empresária (devedor) pode ser decretada quando, sem 
relevante razão de direito, o devedor não paga, no vencimento, obrigação 
líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma 
ultrapasse o equivalente a 40 salários-mínimos, na data do pedido de 
falência.
Essa hipótese tem como fator determinante a insolvência do devedor, que 
se exterioriza, antes de tudo, pela sua impontualidade, no entanto, ela 
pode ser requerida, pelo próprio devedor, cônjuge sobrevivente, qualquer 
herdeiro do devedor ou o inventariante e pelo próprio credor.
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Outras hipóteses:
Além da impontualidade, a falência do empresário e da sociedade empresária 
(devedor) pode ser decretada quando:
1. Executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia 
à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
2. Pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de 
recuperação judicial:
a- Procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso 
ou fraudulento para realizar pagamentos;
b- Realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar 
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da 
totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c- Transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de 
todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
d- Simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de 
burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
d- Dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar 
com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
e- Ausenta-se sem deixar representante

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