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LP. Enfermagem - UFRJ. 2017.1 Socorro em Urgência Emergência: “Situação inesperada, que acontece quando indivíduos correm perigo iminente de perder órgão, função corporal ou a vida”. Urgência: “ Situação inesperada, onde não há o risco iminente à vida, que requer pressa ao atendimento, podendo evoluir para emergência”. Primeiros-Socorros: “Tratamento aplicado de imediato ao acidentado ou portador de mal-súbito”. Atendimento Pré-Hospitalar: “Atendimento prestado por equipe especializada, com recursos adequados.” Números em caso de urgência: 147 - Polícia Civil. 190 - Polícia Militar. 1902- SAMU. 193 - Corpo de Bombeiros. 199 - Defesa Civil Municipal-RJ. Aspectos Éticos e Avaliação da Cena Em Situações de Urgência e Emergência Aspectos éticos e legais do atendimento imediato: Imperícia – falta de habilidade, incompetência. Imprudência – falta de cautela, de segurança. Negligência – omissão de socorro. Dimensões da cena - A verificação das condições de segurança: Segurança pessoal; Segurança do paciente; e. Segurança de terceiros (familiares, acompanhantes, testemunhas e curiosos); A adoção de medidas de proteção pessoal (precauções universais); A observação dos mecanismos de trauma ou a natureza da doença; A verificação do número total de vítimas; e. A determinação da necessidade de recursos adicionais (humanos – especializados ou não; e materiais). Apresentação do socorrista - Nome, dizer que é capacitado, perguntar se pode ajudar (ter consentimento da vítima). Feridas e Hemorragias Ferida simples: elevação da parte lesada, impede o fluxo na área lesada. Ferida na cabeça: pressão firme e constante, para controlar a hemorragia. A gaze ou pano deve ser maior que a ferida. Sangramento nasal ou oral: aperte com os dedos a parte bem abaixo do osso no nariz. Na boca, usar chumaços de algodão e mantendo a cabeça inclinada para a frente. Ferimento torácico: tampar com gaze, pano, fazer um curativo, pressionando para evitar hemorragia e entrada de ar. Ferimento abdominal: desabotoar cinto, calça. joelhos erguidos e apoiados para diminuir a pressão na lesão. Pressione de modo uniforme enquanto há tosse ou vômito da vítima. Objeto empalado: expor a lesão, nunca remover o objeto, estabilizar o objeto no local. Hemorragias internas - Objetivo do tratamento: Minimizar o estado enquanto providencia remoção imediata para o hospital. Reconhecimento: Palidez. Pele fria e pegajosa. Pulso fraco e rápido. Dor. Sede. Confusão, irritação, agitação, podendo evoluir para colapso e perda de consciência. Após lesão violenta, arroxeamento. Conduta: Ajude a vítima a deitar-se, elevando discretamente as pernas. Chame por socorro imediatamente. Aqueça a vítima e mantenha vigilância quanto à respiração, afrouxe as roupas, verifique pulso e nível de consciência. Queimaduras Lesão decorrente da ação do calor, frio, produtos químicos, corrente elétrica, emanações radioativas e substâncias biológicas (animais e plantas). Exemplos: contato direto com chama, braza ou fogo, contato com gelo ou superfícies congeladas, vapores quentes, líquidos ferventes, sólidos superaquecidos ou incandescentes, substâncias químicas (ácidos, soda cáustica, fenol, nafta, etc), emanações radioativas radiações infravermelhas e ultravioleta (em aparelhos, laboratórios ou devido ao excesso de raios solares), eletricidade, contato com animais e plantas. Ex: animais: larvas, medusa, água-viva e alguns sapos; plantas: urtiga. Classificação em graus: 1º grau- lesão das camadas superficiais da pele: vermelhidão dor local suportável não há formação de bolhas. Ex: aquelas causadas pelos raios solares. 2º grau- lesão das camadas mais profundas da pele: - formação de bolhas e flictemas (bolhas maiores) - desprendimento de camadas da pele - dor e ardência locais de intensidade variável. 3º grau- lesão de todas as camadas da pele: - comprometimento de tecidos, mais profundos até o osso. QUEIMADURAS DE 1º, 2º E 3º GRAUS PODEM SE APRESENTAR NO MESMO PACIENTE. O risco de vida é maior nos grandes queimados: Criança com mais de 10% de área corporal queimada e adulto com mais de 15% de área corporal queimada. Tem-se uma idéia aproximada da superfície queimada usando a regra dos nove: Cabeça- 9% da superfície do corpo Pescoço- 1% Membro superior esquerdo- 9% Membro superior direito- 9% Tórax e abdome (frente)- 18% Tórax e região lombar (costas)- 18% Membro inferior esquerdo- 18% Membro inferior direito- 18% Área dos órgãos genitais- 1% (está incluída na do tórax e abdome). De forma mais rápida, podemos considerar a medida da palma da mão da vítima correspondente a 1% de região corpórea, medindo com os dedos da sua mão. Conduta: Lave a área atingida com bastante água, por 10 a 20min. Aplique jato de água enquanto retira as roupas da vítima. Proceda prevenindo o choque e a dor. Remova a vítima para um hospital. NÃO aplique unguentos, graxas, bicarbonato de sódio, café, pasta de dente ou outras substâncias em queimaduras externas. NÃO retire corpos estranhos ou graxas das lesões. NÃO toque com as mãos a área queimada. Convulsão e Epilepsia As convulsões são contrações involuntárias e instantâneas de vários músculos do corpo, causadas por alterações nas funções cerebrais. CAUSAS POSSÍVEIS DE CONVULSÕES: Não neurológicas: Traumatismos na cabeça – as vezes, horas ou dias depois; Redução do fluxo de oxigênio – redução da oferta de O2 à célula nervosa (ocorre em grandes altitudes), intoxicação por monóxido de carbono, hipoglicemia com níveis menores que 50mg/dL; Ingestão de substâncias tóxicas ou envenenamentos; Hipertermia – febre persistente acima de 39 graus (nunca dar banho fria ou gelada); Nestes casos, além dos cuidados durante a crise convulsiva generalizada como primeiros socorros, sempre necessitará de ambulância. Neurológica: distúrbios neurofisiológicos - INCLUINDO A EPILEPSIA. A crise pode ser generalizada ou não. Epilepsia- Crise generalizada / Curto circuito – Sinapses desorganizadas. Simples – Uma parte do cérebro. Movimentos involuntários, alterações na visão e olfato - pessoas conscientes. Parciais Complexas – Mais de uma parte do cérebro. Crises simples podem preceder (avisos/aura). Interação durante a crise, após não se recorda. Movimentos automáticos despropositados. Generalizadas Ausências (pequeno mal) – Todo o cérebro é afetado. Sem avisos, com perda total de consciência ( em crianças). Atividade física mínima, ninguém percebe. Convulsivas – ( grande mal) – Descarga elétrica elevada, atinge o cérebro e todo o corpo. Fases: 01 Contração / perda da consciência. 02 convulsão, articulações relaxadas, de O2. 03 Relaxamento. Conduta a ser tomada: Se puder, ampare a vítima antes dela cair. Abra espaço ao redor e peça para os curiosos se afastarem. Afaste da vítima objetos que possam machucá-la. Afrouxe as roupas em volta do pescoço e proteja a cabeça. Mantenha as vias aéreas desimpedidas elevando o queixo, se possível. Quando cessarem as convulsões, coloque-a na posição de recuperação. Fique ao lado dela até sua recuperação total. Emergências Clínicas ♥Ataque cardíaco 60% a 70% das mortes súbitas de causa cardíaca ocorrem antes da hospitalização. Geralmente ocorrem sem que o paciente tenha tido nenhum sintoma prévio. É responsável por 20% dos óbitos do mundo (13 milhões/ano). No Estado do Rio de Janeiro causa 10.000 óbitos/ano, ocorre por oclusão das artérias coronárias por uma placa ateromatosa. Manifesta-se como forte dor no peito ou morte súbita. O atendimento inicial deve ser feito por quem estiver mais próximo, em 3min. ATAQUE CARDÍACO ► PARADA CARDÍACA ► LESÃO CEREBRAL 10 seg. - Perda da consciência 4 min. - Acabam as reservas de glicose 6 min. - Depleção severa de ATP e começa o dano celular16 min. - Morte cerebral completa Conduta: checar o local, avaliar a vítima, pedir ajuda, cuidar da vítima e manter sinais vitais. Características da dor no ataque cardíaco -Faça o diagnóstico diferencial da dor de origem isquêmica cardíaca por meio de duas manobras: 1º) peça para vítima respirar fundo e dizer como a intensidade da dor se comporta; 2º peça para a vítima se virar para o lado que está doendo e dizer como a dor se comporta. OBS: A dor de origem isquêmica cardíaca NÃO SE ALTERA diante de movimentos respiratórios ou mudança de posição. Providências: Chame atendimento móvel imediatamente. Ajude a vítima a tomar a posição que lhe seja mais confortável (geralmente é uma posição entre sentado e deitado). Desaperte-lhe a roupa - cinto, colarinho, gravata etc. Cubra-o para não sentir frio. Mas não exagere a ponto de provocar suores. Mantenha a vítima calma. Sugira a vítima respirar profundamente e lentamente, exalando pela boca. Indague da vítima se já teve outros ataques ou está em tratamento médico. Veja se a vítima traz nos bolsos remédios de urgência. Aplique-os, seguindo as instruções que acompanham os mesmos, desde que a vítima esteja consciente. Não tente levantar ou carregar a vítima sem o auxílio de outras pessoas. Não dê nada de beber a vítima sem que ela esteja plenamente consciente. Caso a ambulância não chegue em até 30 minutos, dê 3 comprimidos de AAS para a vítima mastigar. Hipoglicemia/Hipotensão Definição: Hipoglicemia é o choque por diminuição de açúcar no sangue. Hipotensão é a queda da pressão arterial sistólica (máxima) para menos de 100mmHg. Causas: Excesso de exercícios físicos; Falta de uma refeição regular ou ingesta de líquidos; Pouca quantidade de alimentos; Vômitos ou diarréia; Administração de alta dose de insulina ou ingestão de maior quantidade de hipogliceminantes orais; Exposição excessiva ao sol. Consumo de bebidas alcoólicas. Sinais e sintomas da hipoglicemia - Fome súbita. Fadiga. Tremores. Tontura. Taquicardia. Suores. Pele fria, pálida e úmida. Visão turva ou dupla. Dor de cabeça. Dormência nos lábios e língua. Irritabilidade. Desorientação. Mudança de comportamento. Convulsões. Perda do conhecimento. Providências a serem tomadas: Ingerir algum alimento, copo de leite, suco de frutas ou refrigerante. Se após 10 minutos os sintomas não melhorarem, beber água com açúcar, comer chocolate, uma bala ou tabletes de glicose. O alimento deve ser dado quando a vítima estiver consciente e for capaz de engolir, nunca quando estiver inconsciente. Se a vítima não melhorar ou estiver inconsciente, deve ser feito o seguinte: Deitar a vítima em superfície segura, colocando as pernas acima do nível do tronco. Observar: se for hipotensão, os sintomas melhoram em torno de 3 a 5 minutos; se for hipoglicemia, a coloração da pele e mucosa melhora, mas os outros sintomas não. Neste caso: Colocar na boca, no lado interno da bochecha, açúcar ou mel. Friccione a parte interna da bochecha para facilitar a absorção. Estas medidas devem ser imediatas, por isso você deve informar às pessoas que convivem com você: colega de escola ou trabalho, familiares e amigos. Eles podem salvar sua vida. Se após essas medidas, o diabético continuar inconsciente, leve-o imediatamente ao Pronto-Socorro mais próximo. Como evitar a hipotensão/hipoglicemia: Programar as atividades físicas; Ingerir alimentos extras antes de exercícios físicos; Cumprir o plano alimentar: horário, quantidade e qualidade dos alimentos; Em caso de vômitos e diarréia, procurar orientação médica imediatamente; Utilizar a medicação prescrita (insulina) nas doses e horários indicados; Evitar bebidas alcoólicas. Evitar exposição ao sol por muito tempo. Choque Circulatório- Definição: Depressão circulatória com menor oferta de oxigênio e nutrientes aos tecidos. Em todos os casos de lesões graves pode surgir o estado de choque: queimaduras graves, ferimentos graves ou extensos - perda de sangue - acidentes por choque elétrico - envenenamento por produtos químicos - esmagamentos - ataque cardíaco - exposição a extremos de calor ou frio - dor aguda - uma infecção - intoxicação por alimentos - fraturas. Em síntese, as mais frequentes são: o choque hipovolêmico por hemorragias graves, perda de líquido plasmático (queimaduras extensas) ou desidratação (vômitos e diarréias), em que a perda de volemia circulante leva à queda perigosa da pressão arterial; O choque vasomotor, em que substâncias que inibem o tônus dos vasos são liberadas (envenenamentos, dor aguda, intoxicação), causando vasodilatação de forma inapropriada; O choque cardiogênico, de causa cardíaca por falência desse órgão em manter a pressão sanguínea. SINAIS DE ESTADO DE CHOQUE: pele fria e pegajosa suor: na testa e nas palmas das mãos face: pálida, com expressão de ansiedade frio: a vítima queixa-se de sensação de frio, chegando às vezes a ter tremores náuseas e vômitos respiração: curta, rápida e irregular sede, agitação e confusão mental visão: nublada pulso fraco e rápido poderá estar total ou parcialmente inconsciente. Diante desse quadro, enquanto espera a chegada do recurso médico, ou providência do transporte da vítima, tome as seguintes medidas: Realize uma rápida inspeção na vítima. Combata, evite ou contorne a causa do estado de choque, se possível (controle da hemorragia). Mantenha a vítima deitada com as pernas elevadas em ângulo de 300 , caso não haja fratura. Afrouxe a roupa apertada no pescoço, no peito e na cintura. Retire da boca, caso exista, dentadura, goma de mascar, etc. Mantenha a respiração. Mantenha a cabeça virada para o lado. Se for possível, mantenha a cabeça mais baixa que o tronco. Mantenha a vítima agasalhada, utilizando cobertores, mantas etc. NÃO DÊ: bebidas alcoólicas em nenhuma hipótese, líquidos a uma pessoa inconsciente ou semi-inconsciente, líquidos, caso suspeite de lesão abdominal. Reanimação Cárdio Pulmonar - RCP A- verificar vias aéreas. B- garantir ventilação. C- circulação. D- desfibrilação. O ideal é C, A, B, mas se não houver tais possibilidades, ficar no C. A pessoa precisa estar inconsciente, sem movimento torácico. Ausência de pulso proximal. Conduta: apalpar tórax e abdome, chamar a vítima tocando nela, falar de forma alta e repetitiva, segurando os braços e ombros da vítima. Toda essa identificação não deve passar de 10 segundos. A compressão: Adulto - profundidade de 5 a 6 cm, pois emite fluxo. Frequência de 60 a 100 por min, podendo alcançar o limite que é 120. Ou seja, 2 compressões a cada segundo.
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