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Caso Clínico de Patologia Geral Um Menino de 4 Anos de idade é trazido com dor e inchaço na coxa direita depois de uma queda em casa. Uma Radiografia revela fratura aguda do fêmur direito. A Inquirição da mãe revela que o menino teve duas outras fraturas conhecidas — úmero esquerdo e tíbia esquerda — ambas com traumatismo mínimo. A história familiar é notável para um problema ósseo no pai do menino, durante a infância, que melhorou à medida que cresceu até a vida adulta. É aventado um diagnóstico de osteogênese imperfeita. PERGUNTAS a) Quais são os quatro tipos de osteogênese imperfeita? Como são transmitidos geneticamente? No início do século XX, a Osteogênese Imperfeita (OI) era classificada de acordo com a severidade dos sintomas e ordem de apresentação dos mesmos. Era denominada forma congênita quando o indivíduo apresentava as fraturas in útero, ou tardia, quando os sintomas se apresentavam após o nascimento. Contudo, em 1979 foi proposta uma nova classificação, de acordo aspectos genéticos e epidemiológicos. A OI tipo I é a forma mais benigna e frequente, de transmissão autossômica dominante, cujos principais sintomas são a fragilidade óssea – intensidade varia de mínima a moderada -, surdez precoce, déficit estrutural leve. A OI tipo II é a forma grave mais abrangente, caracterizada pela extrema fragilidade óssea, ocasionando a morte intrauterina ou logo após o nascimento e, de acordo com o seu subtipo, pode ser de transmissão autossômica recessiva ou dominante. A OI tipo III é relativamente raro, onde são raros os casos letais, porém todos são afetados gravemente. Por volta de 1 a 2 anos de idade todos apresentam numerosas fraturas que acometem principalmente os ossos longos e as costelas, e é de transmissão autossômica recessiva ou dominante. A OI tipo IV é a forma mais rara, de transmissão autossômica ou recessiva, cujos principais sintomas são fragilidade óssea, deformidade nos ossos longos, escleróticas brancas, déficit estrutural moderado ao grave. Embora seja considerada uma doença hereditária, de transmissão autossômica recessiva e/ou dominante, pode ocorrer também por conta de uma mutação esporádica. Outra classificação adicional foi proposta – V, VI, VII, VIII –, e representam um grupo mais heterogêneo, divididos em diferentes achados clínicos e histológicos. b) Quais os dois tipos mais prováveis neste paciente? Como poderiam ser diferenciados clinicamente? Dada à sintomatologia do paciente, os dois tipos mais prováveis são o I e IV. Entre os sintomas descritos, o fato de os sintomas se manifestarem pós nascimento e dele ter no histórico fraturas em ossos longos (úmero e tíbia) é consequência da fragilidade óssea presente em ambos os tipos de OI. Em relação ao tipo I, o período de aparecimento da primeira fratura é muito variado, assim como o aparecimento das deformidades esqueléticas. Na OI tipo IV, a fragilidade óssea também é responsável por grande parte das fraturas na infância. Além disso, em ambos os tipos a herança é autossômica dominante, corroborado pelo fato do pai do paciente ter histórico de problema ósseo na infância. A presença de surdez precoce ou histórico familiar de perda de audição são sintomas característicos de OI tipo I, mas não foram descritos na apresentação do caso. c) A pesquisa adicional resulta em um diagnóstico de osteogênese imperfeita do tipo I. Quais características clínicas o menino pode esperar na vida adulta? Em geral, as fraturas são mais frequentes durante o período do crescimento do indivíduo, em que ele está sujeito a quedas. Até a puberdade há uma redução progressiva das fraturas. Em homens a frequência de fraturas aumenta com a idade, sendo mais frequente após os 50 anos. Já nas mulheres, a frequência das fraturas costuma aumentar com a menopausa. Os doentes podem apresentar diversas patologias em decorrência da deformidade óssea, como a escoliose, que se agrava com o passar dos anos. Além disso, indivíduos portadores apresentam perda auditiva progressiva, sendo que aos 50 anos cerca da metade dos doentes apresentam perda auditiva. d) Qual é a patogenia da doença deste paciente? A Osteogênese imperfeita é um distúrbio no tecido conjuntivo ósseo, caracterizado por fragilidade óssea e outra manifestações clínica associadas, que variam de acordo com o tipo de OI. Essa fragilidade óssea é consequência do defeito quantitativo ou qualitativo de colágeno, e defeitos na formação e homeostasia óssea. No caso do paciente em questão (tipo I), é resultado de um defeito quantitativo na síntese de colágeno, em que sua produção corresponde somente a metade da necessária. Em geral, indivíduos acometidos pela OI tipo I apresentem estatura normal ligeiramente alterada, e raramente apresentam fraturas no período perinatal, sendo iniciadas mais frequentemente com as quedas subsequentes do crescimento. Referências bibliográficas BOGLIOLO, Luigi; BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Patologia. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. KIM, Chong Ae. Osteogênese imperfeita – revisão. Revisão e ensaios, pg. 8-21, 1992. SANTILI, Cláudio; et al. Avaliação clínica , radiográfica e laboratorial de pacientes com Osteogênese imperfeita. Rev Assoc Med Bras, v. 51(4), p. 214-20, 2005. PALHA, Andreia Vanessa Ribeiro. Osteogénese imperfeita: da etiopatogenia à terapêutica atual. Universidade de Coimbra. (Procurei bastante mas não achei outras informações sobre o trabalho).
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