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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CURSO DE BIOMEDICINA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE- CCBS Seminário de Virologia Citomegalovírus Juliana Maciel Aspectos gerais • Isolado pela primeira vez por SMITH (1954) a partir de células da glândula salivar de ratos. • O termo “citomegalovírus” é devido a característica de citomegalia observada nas cél. infectadas pelo CMV. Pneumócito infectado por CMV. Aspectos gerais • Grupo: Grupo I (dsDNA) • Reino: Vírus • Ordem: Herpesvirales • Família: Herpesviridae • Gênero: Cytomegalovirus Espécies Hospedeiro Cercopithecine herpevirus 5 (CeHV-5) Chlocebus sp. Cercopithecine herpevirus 8 (CeHV-8) Macaco-reso Human herpesvirus 5 (HHV-5) Humanos Pongine herpesvirus 4 (PoHV-4) ? Aotine herpesvirus 1 (AoHV-1) ? Aotine herpesvirus 3 (AoHV-3) ? • DsDNA. • Capsídeo icosaédrico – 162 capsômeros. • Membrana Bicamada lipídica – glicoproteínas virais. • Envelope viral • O CMV é o maior vírus da família herpes, com apx. 200 nanômetros de diâmetro. Transmissão • Reservatório do CMV o próprio homem. • Contaminação com secreções biológicas - Sêmen - Saliva - Urina - Sangue • Transmissão durante a gestação - Via transplacentária (hipótese: leucócitos infectados). - Parto. - Período pós-natal – via leite materno. Transmissão • Transfusão sanguínea. • Transplante de órgãos: - Infecção do órgão. - Imunossupressão causada pelos medicamentos. - O risco para desenvolvimento de CMVD varia de acordo com alguns fatores, dentre eles: Tipo de órgãos transplantado (↑ Pulmão, rins, fígado). A sorologia do doador (D) e do receptor (R). Infecção por CMV é uma das mais comuns em órgãos transplantados. D-/R- - Sem infecção. D+/R- - Risco de 50-70% de desenvolver CMVD. D-/R+ e D+/R+ - Risco de 10-20% de desenvolver CMVD. Epidemiologia • Infecção universal • Estudos de soroprevalência de anticorpos anti-CMV na população mundial demonstraram que o CMV ocorre em todas as regiões do mundo. • Mais frequente em países em desenvolvimento. • Estima-se que entre 30% e 90% dos adultos imunocompetentes apresentam anticorpos IgG-CMV presentes no organismo. Patogenia • Replicação do DNA viral – 14 e 24 horas após a infecção. • Ciclo Viral – dura aprox. 24 horas. • Período de encubação – 4 a 12 semanas. • Indivíduos Imunocompetentes – maior parte dos vírus são contidos pelo sistema imune (cél. T) e a infecção se torna assintomática (latente). • Indivíduos Imunocomprometidos – a infecção se torna sintomática. • O tratamento imunossupressor é provavelmente a maior causa de reativação de infecção latente. Patogenia • Principais sítios de latência do CMV: • O CMV causa um amplo espectro de manifestações clínicas. - LEVES: sintomas gripais, febre, astenia, mialgia; - GRAVES: dependem do órgão acometido. TGI Pulmões Fígado Medula Óssea SNC TGI - Ulcerações do TGI - Gastrite - Pancreatite - Hepatite Granulomatosa Retinite - 85% dos casos sintomáticos de infecção por CMV SNC - Alterações psiquiátricas - Meningites Patogenia • Infecção congênita - 10% das crianças infectadas apresentam-se sintomáticas ao nascer. - 95% das crianças sobreviventes terão sequelas neurológicas. • Assintomáticos - 90% irão desenvolver os sintomas em alguns meses ou anos. - Retardo do crescimento intra-uterino. - Prematuridade. - Plaquetopenia. - Pneumonite intersticial. Manifestações neurológicas - Microcefalia. - Calcificações intracranianas. - Convulsões. - Deficiência de acuidade visual e auditiva. Patogenia • Infecção Iatrogênica - CMV e suas complicações são responsáveis por 20% de toda chance de falha de transplante de órgãos. - “Síndrome do CMV” febre, leucopenia, linfócitos atípicos, hepatomegalia, mialgia e artralgia. • CMV em pacientes com HIV - CMV é um importante patógeno oportunista do paciente imunocomprometido por HIV. - Retinite – 85% das manifestações da doença. - Esofagite, pneumonite, hepatite e encefalites. Diagnóstico • Baseia-se em resultados clínicos e laboratoriais. • Isolamento viral em cultura de fibroblastos – Tecidos de biópsia ou fluido corporal (principalmente urina). - 3 semanas – dificulta o rápido diagnóstico. - Considerada padrão-ouro no diagnóstico de CMV. • Técnica de Shell-vial - Semelhante ao isolamento viral. - Utiliza Imunofluorescência indireta (IFI) para detecção viral. - Tempo de 24 a 72 horas. - Anticorpos monoclonais contra os antígenos de CMV e uso de centrífuga para facilitar o processo de penetração do vírus no fibroblasto. Diagnóstico • A PCR (Polymerase Chain Reaction) - Amplificação seletiva das sequencias de DNA viral. - Rápida (~ 6 horas), alta sensibilidade. • Detecção de IgM e IgG através dos métodos sorológicos - Imunofluorescência indireta. - ELISA (Enzime-Linked Immunosorbent Assay). - Alta sensibilidade. - Existe a possibilidade de resultados falso- positivos devido a reações cruzadas com alguns vírus da família Herpesviridae. Tratamento • Administração de drogas antivirais. - Ganciclovir e Foscarnet. • HAART (highly active antiretroviral therapy) pacientes com HIV. - Combinação de 3 ou mais drogas anti- retovirais. - Resultados importantes na reconstituição do sistema imune desses pacientes. • Vacina – em desenvolvimento. O melhor prognóstico é observado se o tratamento for iniciado precocemente. Prevenção • Uso de preservativos nas relações sexuais. • Evitar utilizar copos, xícaras e talheres de procedência desconhecida. • Acompanhamento médico durante a gravidez. • Boa alimentação e estilo de vida saudável. Referencias bibliográficas • JUNQUEIRA, J.J.M.; et al. Citomegalovírus: Revisão dos Aspectos Epidemiológicos, Clínicos, Diagnósticos e de Tratamento. NewsLab, edição 86, pg. 88-104, 2008. • HOPPE, LISIA. Impacto da infecção pelo citomegalovírus na sobrevida de pacientes transplantados de fígado. 2011. 96 f. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA. Programa de pós-graduação em medicina: hepatologia, 2011. • DEBONI, Luciane. Estudo da incidência de citomegalovirus através da técnica de antigenemia, em uma coorte de pacientes transplantados renais. 2001. 145 f. Universidade Federal do Rio grande do Sul, 2001.