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Cap 1 Métodos de estudo da célula

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1 Introdução 
 
Este e-book abordará os principais tópicos discutidos durante a disciplina!!! 
Consulte-o sempre!!! 
 
2 Métodos de estudo da célula
A Biologia Celular baseia
processos celulares. Para isso, faz
microscopias, permitindo o reconhecimento da célula como um 
componente dinâmico e partici
Basicamente, estes estudos utilizam como ferramentas, lâminas com 
colorações citológicas e citoquímicas. Cada tipo de microscopia oferece 
diferentes tipos de imagens possibilitando a obtenção de informações 
diversificadas sobre as células. Além dos microscópios é imprescindível 
que sejam obtidos bons preparados citológicos que sejam passíveis de 
serem analisados. Para isso é importante que se tome alguns cuidados 
durante todas as etapas do processamento das amostras bi
Nesse capítulo serão apresentados os principais tipos de microscopias 
e será comentada uma visão geral das etapas de preparo das lâminas 
para a análise nos microscópios.
 
 
 
book abordará os principais tópicos discutidos durante a disciplina!!! 
2 Métodos de estudo da célula 
A Biologia Celular baseia-se principalmente no estudo das estruturas e 
processos celulares. Para isso, faz-se uso de diferentes tipos de 
microscopias, permitindo o reconhecimento da célula como um 
componente dinâmico e participante do metabolismo dos seres vivos. 
Basicamente, estes estudos utilizam como ferramentas, lâminas com 
colorações citológicas e citoquímicas. Cada tipo de microscopia oferece 
diferentes tipos de imagens possibilitando a obtenção de informações 
das sobre as células. Além dos microscópios é imprescindível 
sejam obtidos bons preparados citológicos que sejam passíveis de 
serem analisados. Para isso é importante que se tome alguns cuidados 
durante todas as etapas do processamento das amostras bi
Nesse capítulo serão apresentados os principais tipos de microscopias 
e será comentada uma visão geral das etapas de preparo das lâminas 
para a análise nos microscópios. 
 
book abordará os principais tópicos discutidos durante a disciplina!!! 
se principalmente no estudo das estruturas e 
se uso de diferentes tipos de 
microscopias, permitindo o reconhecimento da célula como um 
pante do metabolismo dos seres vivos. 
Basicamente, estes estudos utilizam como ferramentas, lâminas com 
colorações citológicas e citoquímicas. Cada tipo de microscopia oferece 
diferentes tipos de imagens possibilitando a obtenção de informações 
das sobre as células. Além dos microscópios é imprescindível 
sejam obtidos bons preparados citológicos que sejam passíveis de 
serem analisados. Para isso é importante que se tome alguns cuidados 
durante todas as etapas do processamento das amostras biológicas. 
Nesse capítulo serão apresentados os principais tipos de microscopias 
e será comentada uma visão geral das etapas de preparo das lâminas 
2 Métodos de estudo da célula 
2.1 Microscopias 
 Alguns conceitos importantes 
Antes de comentarmos a respeito dos tipos de microscopia é 
importante abordar: as unidades de medida e os conceitos de limite e 
poder de resolução. 
 
UNIDADES DE MEDIDA 
O estudo das estruturas celulares exige a utilização de medidas 
adequadas ao material estudado. Na tabela abaixo, estão algumas 
dessas dimensões. 
 
Unidade Símbolo Referência Dimensões 
citológicas 
Milímetro mm 0,001 metros Vista desarmada 
Tecidos, células 
grandes 
Micrômetro µm 0,001mm Microscopia de luz 
Maioria das células e 
organelas maiores 
Nanômetro nm 0,001 µm Microscopia eletrônica 
Organelas menores 
Ângstron Å 0,1 nm Microscopia de força 
atômica 
Moléculas 
 
 
LIMITE E PODER DE RESOLUÇÃO
*Limite de resolução (LR):
existir entre dois pontos para que apareçam individualizados na 
imagem formada pelo sistema óptico utilizado.
*Poder de resolução (PR):
dois pontos muito próximos e é inversamente proporcional ao Limite 
de Resolução. PR=1/LR.
 
Ex.: O limite de resolução do olho humano é de 0,2mm. Se a 
distância for menor que esse valor, dois pontos serão vistos 
como um ponto apenas.
 
MICROSCOPIA DE LUZ
*O limite de resolução de um microscópio de luz é de cerca de 
 
Existem diferentes tipos de microscopia de luz:
A. Microscopia de luz de campo claro
O microscópio de luz apresenta dois sistemas de lentes convergentes; 
a objetiva e a ocular.
apresenta pequena distância focal e que fornece uma imagem real e 
LIMITE E PODER DE RESOLUÇÃO 
*Limite de resolução (LR): refere-se à menor distância que pode 
existir entre dois pontos para que apareçam individualizados na 
imagem formada pelo sistema óptico utilizado. 
*Poder de resolução (PR): refere-se à capacidade de distinguir 
dois pontos muito próximos e é inversamente proporcional ao Limite 
de Resolução. PR=1/LR. 
 
Ex.: O limite de resolução do olho humano é de 0,2mm. Se a 
distância for menor que esse valor, dois pontos serão vistos 
como um ponto apenas. 
 
 
MICROSCOPIA DE LUZ 
 
*O limite de resolução de um microscópio de luz é de cerca de 
0,2µm ou 200nm. 
Existem diferentes tipos de microscopia de luz: 
A. Microscopia de luz de campo claro 
O microscópio de luz apresenta dois sistemas de lentes convergentes; 
a objetiva e a ocular. A objetiva é um conjunto de lentes que 
apresenta pequena distância focal e que fornece uma imagem real e 
se à menor distância que pode 
existir entre dois pontos para que apareçam individualizados na 
se à capacidade de distinguir 
dois pontos muito próximos e é inversamente proporcional ao Limite 
Ex.: O limite de resolução do olho humano é de 0,2mm. Se a 
distância for menor que esse valor, dois pontos serão vistos 
*O limite de resolução de um microscópio de luz é de cerca de 
O microscópio de luz apresenta dois sistemas de lentes convergentes; 
A objetiva é um conjunto de lentes que 
apresenta pequena distância focal e que fornece uma imagem real e 
ampliada do objeto que é observado. Além disso, tem a necessidade 
de uma fonte de luz branca. A ocular, também formada por lentes 
convergentes, funciona como uma lupa, que nos dá uma imagem 
virtual e aumentada da imagem real que se formou pela objetiva. A 
potência do microscópio ou poder de resolução é resultado do produto 
da ampliação linear da objetiva pela potência da ocular; seu valor será 
elevado quando as distâncias focais da objetiva e ocular forem 
pequenas. 
 
Microscópio de luz de campo claro 
Nesse tipo de microscopia, podem ser analisados tecidos ou células in 
vivo ou in vitro. A observação in vivo é feita imediatamente após a 
coleta, conservando-se todas as características vitais das células e 
tecidos. Esse tipo de preparação acarreta a confecção de lâminas 
provisórias, uma vez que o material inicia um processo de autólise 
após certo período de manipulação. 
Já na análise in vitro, é necessária a fixação (morte) das células de 
forma a preservar e estabilizar as suas estruturas para uma 
observação mais próxima da realidade possível, o que permite a 
confecção de lâminas permanentes e semi-permanentes. Os fixadores 
devem ter um bom poder de penetração, para garantir sua distribuição 
por igual no tecido ou nas células, ser capaz de causar a morte 
imediata das células, para que não ocorram processos degenerativos, 
manterem a morfologia das células e tecidos e evitar a geração de 
artefatos e propiciar uma boa conservação do material, impedindo a 
proliferação de microorganismos. 
A análise in vivo é particularmente importante quando se deseja 
estudar fenômenos dinâmicos, além de ser rápida e simplificada. A 
observação in vitro não permite esse tipo de estudo, em contrapartida 
permite que tenhamos um material para observação por tempo 
indetemrinado, o que mão ocorre no primeiro caso, devido às reações 
de autólise naturais (oxidação, por exemplo), que ocorremapós a 
retirada de uma amostra do organismo. 
Para que amostras (in vivo ou in vitro) sejam analisadas ao 
microscópio, é necessário que elas absorvam e emitam luz, 
apresentem diferenças no índice de refração em relação ao meio que a 
envolve, ou seja, é necessário haver contraste. 
 Para atender ao primeiro requisito, é necessária a realização de cortes 
delgados, os quais permitem a passagem de luz e consequentemente 
à formação de imagem. Além disso, permite o estudo de estruturas 
complexas, por possibilitar uma visão ampla das camadas mais 
internas e individualização de células. 
Com relação ao contraste, como a célula é na maioria das vezes, 
incolor e translúcida, torna-se necessário, de uma maneira geral, sua 
coloração para que se torne visível. Os corantes são substâncias 
capazes de transferir cor de outras substâncias, propiciando contraste 
entre as estruturas celulares. A escolha do corante é uma fase crítica e 
deve ser feita em função do objetivo do estudo. Por exemplo, quando 
se deseja estudar células vivas é preciso usar corantes vitais, os quais 
não alteram a estrutura e fisiologia celular como por exemplo, Verde 
janus, Azul de metileno, vermelho neutro, azul de Nilo, azul de 
toluidina, azul de tripan, tinta da china. 
Outro critério de escolha é a propriedade química do corante, os quais 
podem ser ácido (sais cuja base é incolor e o ácido é colorido, 
reagindo com substâncias básicas da célula), por exemplo, eosina e 
carmim; básico (sais cuja base é colorida e o ácido é incolor, reagindo 
com substâncias ácidas da célula), como por exemplo, azul de 
metileno, hematoxilina e feulgen; neutros (sais cujo ácido e base são 
coloridos e normalmente são conseguidos a partir da mistura de outros 
corantes, por exemplo o Giemsa (eosinato de azul de metileno, 
hematoxilina-eosina ) ou indiferentes (são insolúveis em água , mas 
solúveis em solventes orgânicos , por exemplo, os corantes vermelho-
escarlate e Sudam III). 
Em ambos os tipos de análise é necessário o uso de lâminas como 
suporte da preparação e lamínulas para cobrir a preparação. As 
lâminas são feitas de vidro transparente para que a luz passe por elas. 
O uso da lamínula é importante por formar uma superfície contínua e 
plana, diminuindo os efeitos de profundidade de campo e além disso, 
impede o contato da amostra com as objetivas. As lamínulas possuem 
uma espessura mais delgada que as lâminas para facilitar a focalização 
do material. 
 
 
Exemplos de cortes de tecidos visualizados sob microscópio de luz de campo 
claro. (A) Células dos ductos coletores renais; (B) Corte de raiz de uma planta 
jovem. 
 
B) Microscopia de luz de fluorescência (MLF) 
Este microscópio é similar ao microscópio de luz de campo claro, 
apresentando as mesmas características em relação ao limite e poder 
de resolução. A grande diferença está na fonte de luz que é mais 
potente. Além disso, o MLF apresenta filtros que permitem a passagem 
de comprimentos de onda específicos. Para utilizá-lo é necessário que 
as amostras biológicas sejam tratadas com corantes fluorescentes. 
 Entende-se por fluorescência a propriedade que algumas substâncias 
possuem, após serem excitadas com radiação de baixo comprimento 
de onda, resultando na emissão de radiação de maior comprimento de 
onda. Assim, determinadas substâncias absorvem a energia da luz 
ultravioleta e emitem depois radiação dentro do espectro de luz visível. 
Um dos equipamentos que permite a observação da fluorescência 
denomina-se microscópio de fluorescência e a sua descoberta 
constituiu um enorme progresso nos estudos das estruturas celulares e 
dos seus constituintes. O microscópio de fluorescência é uma variação 
do microscópio de campo claro de luz visível no qual as amostras são 
iluminadas por raios de um determinado comprimento de onda. A 
imagem observada é o resultado da radiação eletromagnética emitida 
pelas moléculas que absorveram a excitação primária e re-emitiram 
uma luz com maior comprimento de onda. Vários corantes 
fluorescentes podem ser utilizados como 4,6 diamino 2-fenil indol 
(DAPI) (com coloração azul), isotiocianato de fluoresceína (FITC)(com 
coloração verde), iodeto de propídeo (PI)(com coloração vermelha), 
rodamina (RHO)(com coloração vermelha), diacetato de fluoresceína 
(FDA)(com coloração verde), etc. Cada comprimento de onda excita 
determinado corante que emite a fluorescência com sua cor específica. 
 
Microscópio de luz de fluorescência 
 
Corantes Fluorescentes e seus respectivos comprimentos de onda 
 
Sistema óptico ou caminho da luz no microscópio de luz de fluorescência 
 
Exemplo de imagem gerada pelo microscópio de luz de fluorescência. Nesse 
caso foram utilizados três corantes fluorescentes diferentes. 
 
 
 
 
MICROSCOPIA ELETRÔNICA 
 
 Muitas estruturas celulares e macromoléculas que possuem 
dimensões na casa dos nanômetros, como por exemplo, mitocôndrias, 
membranas, entre outros, não podem ser visualizadas detalhadamente 
por meio da microscopia de luz, devido ao seu limite de resolução. 
No final da década de 40 do século XX, foi construído o primeiro 
microscópio eletrônico que, até os dias atuais, possui um poder de 
resolução bem superior aos microscópios de luz. 
 
O limite de resolução dos microscópios eletrônicos é de 0,2nm 
 
A implementação e o aperfeiçoamento da microscopia eletrônica teve 
um grande impacto no avanço da biologia molecular e celular, visto 
que permitiu desvendar a composição molecular, a morfologia e o 
funcionamento de diversos compartimentos celulares. 
Há dois tipos de microscópios eletrônicos: o Microscópio Eletrônico de 
Transmissão (MET) e o Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV). Em 
ambos os casos, a formação da imagem baseia-se na aceleração de 
elétrons que se convergem ao travessar campos magnéticos e atingem 
a amostra. 
A) Microscopia eletrônica de transmissão (MET) 
 
 
 
Microscópio eletrônico de transmissão 
 
Na MET, os elétrons atravessam a amostra que encontra-se em sua 
trajetória. As imagens formadas apresentam regiões claras e escuras, 
mais ou menos eletrondensas, respectivamente. Neste caso, é 
necessário utilizar amostras organizadas em cortes ultrafinos (50-100 
nm) para que as mesmas sejam atravessadas pelos elétrons. Além 
disso, a amostra precisa ser corada com corantes específicos como o 
tetróxido de ósmio, que permitem obter contraste entre as estruturas, 
contribuindo para uma melhor imagem. A imagem é também 
resultante da absorção diferenciada de elétrons por diversas regiões 
da amostra, seja por variação de espessura ou por interação de 
átomos com menor ou maior número atômico. Nesse tipo de 
microscopia é possível visualizar detalhes internos da célula. 
 
 
 
Preparo das amostras para MET 
 -As amostras são fixadas com glutaraldeído e tetróxido de ósmio: 
 
 
-Posteriormente são emblocadas em resina específica para microscopia 
eletrônica: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São realizados cortes ultrafinos em ultramicrótomo: 
 
 
-Os cortes são motados em lâminas especiais (telas) para a obtenção 
de fotomicrografias eletrônicas. 
 
Exemplos de micrografias geradas pelo MET:
 
Fotomicrografia eletrônica de transmissão das microvilosidades das células do 
Exemplos de micrografias geradas pelo MET: 
Fotomicrografia eletrônica de transmissão das microvilosidades das células do 
intestino delgado 
 
 
Fotomicrografia eletrônica de transmissão das microvilosidades das células do 
 
Fotomicrografia eletrônica de transmissão de vírus 
B) Microscopia eletrônica de varredura (MEV) 
 
Microscópio eletrônico de varredura (MEV) 
Na MEV a imagem é formada pela captação dos elétrons que varrem a 
superfície daamostra. Desse modo, a imagem formada é 
tridimensional. Durante o preparo da amostra, não é necessário o 
preparo de cortes ultrafinos. No entanto, o material passa por um 
processo de secagem especial, em um aparelho denominado de 
secagem ao ponto crítico, que retira toda a umidade da amostra 
substituindo-a por CO2 que evapora em seguida. Posteriormente, a 
superfície da amostra é coberta por ouro, que a torna mais condutiva 
para que os elétrons atuem. Esse tipo de microscopia é útil na análise 
da superfície das células, demonstrando aspectos tridimensionais da 
morfologia externa das mesmas. 
Preparo das amostras para MEV: 
-As amostras são fixadas em glutaraldeído e tetróxido de ósmio. 
-Posteriormente, são submetidas ao aparelho de secagem em aparelho de 
ponto crítico: 
 
 
-As amostras são montadas em suportes especiais (Stubs) 
-Em seguida, as amostras são cobertas com ouro no aparelho Sputter Coater:
-Obtenção de fotomicrografias eletrônicas
 
Em seguida, as amostras são cobertas com ouro no aparelho Sputter Coater:
 
 
 
 
Obtenção de fotomicrografias eletrônicas 
 
 
 
 
 
 
Em seguida, as amostras são cobertas com ouro no aparelho Sputter Coater: 
Exemplos de micrografias geradas pelo MEV: 
 
 
Micrografia eletrônica de varredura de um linfócito 
 
 
 
Micrografia eletrônica de superfície de uma folha de tabaco 
 
 
 
Tabela 1. Principais diferenças entre as microscopias de luz e eletrônica quanto aos aspectos 
de funcionamento e formação da imagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 Métodos de estudo da célula 
2.2 Preparações citológicas para microscopia de luz 
As etapas de preparo das amostras são fundamentais ao estudo da 
estrutura, organização e funcionamento da célula. A seguir serão 
discutidos os métodos de preparo de lâminas, que dependem do tipo 
celular e do objetivo de estudo. 
 
A) MONTAGEM TOTAL 
 
Consiste em coletar o material, que deverá ser fino e transparente o 
suficiente para que possa ser colocado diretamente sobre a lâmina. As 
amostras podem ser fixadas e/ou coradas diretamente e em seguida 
cobertas com lamínula. Esse procedimento será muito utilizado para a 
visualização de células in vivo durante as aulas práticas da disciplina. 
Aspectos de 
comparação 
Microscopia de luz 
convencional 
Microscopia 
eletrônica de 
transmissão 
Fonte Luz visível Elétrons 
Lentes de vidro, convexas Eletromagnéticas 
Limite de resolução 200 nm 0,2 nm 
Formação da 
imagem Absorção Elétron-opacidade 
 
Montagem total de tecido vegetal
B) ESFREGAÇO 
 Nesse caso, células presentes em fluidos corpóreos como sangue, 
linfa, sêmen, líquor e hemolinfa podem ser dispostas sobre a lâmina 
formando uma fina camada. O método consiste em colocar uma gota 
de material a ser analisado sobre a lâmina (a) e 
outra lâmina (b), promover o deslizamento do líquido (c) de forma que 
se faça uma camada de células sobre a lâmina. Em seguida a lâmina é 
seca e corada (d). Essa técnica é muito utilizada para a análise de 
células sanguíneas. 
 
 
Montagem total de tecido vegetal 
Nesse caso, células presentes em fluidos corpóreos como sangue, 
linfa, sêmen, líquor e hemolinfa podem ser dispostas sobre a lâmina 
formando uma fina camada. O método consiste em colocar uma gota 
de material a ser analisado sobre a lâmina (a) e com o auxílio de uma 
outra lâmina (b), promover o deslizamento do líquido (c) de forma que 
se faça uma camada de células sobre a lâmina. Em seguida a lâmina é 
seca e corada (d). Essa técnica é muito utilizada para a análise de 
 
A técnica de esfregaço 
 
Nesse caso, células presentes em fluidos corpóreos como sangue, 
linfa, sêmen, líquor e hemolinfa podem ser dispostas sobre a lâmina 
formando uma fina camada. O método consiste em colocar uma gota 
lio de uma 
outra lâmina (b), promover o deslizamento do líquido (c) de forma que 
se faça uma camada de células sobre a lâmina. Em seguida a lâmina é 
seca e corada (d). Essa técnica é muito utilizada para a análise de 
 
Células sanguineas preparadas por esfregaço. A: eritrócito; B) neutrófilo; C) 
eosinófilo; D) linfócito 
 
C) ESPALHAMENTO 
O espalhamento consiste em promover uma raspagem das camadas 
superficiais de mucosas (mucosa bucal, mucosa vaginal em exames 
preventivos, por exemplo) com um palito e, posteriormente, realizar 
um deslizamento desse material sobre uma lâmina. Em seguida o 
material é seco e corado. Nesse tipo de preparação as células ficam 
inteiras, embora sua forma celular nem sempre seja preservada. 
 
 
Células da mucosa bucal: lâmina preparada por espalhamento e corada com 
azul de metileno. 
D) ESMAGAMENTO 
Consiste em esmagar, entre lâmina e lamínula, o material a ser 
analisado. É muito empregado na análise de células vegetais mitóticas. 
 
Células mitóticas de cebola: lâmina preparada por esmagamento e corada com 
Giemsa. 
 
E) DECALQUE 
É uma técnica utilizada para o preparo de lâminas de tecidos com 
consistência mole, tais como fígado, baço, rins e timo. A técnica 
consiste em retirar um fragmento do órgão do animal a ser estudado, 
o pedaço é lavado em solução salina e com o auxílio de uma pinça, o 
pedaço de órgão deverá ser pressionado contra uma lâmina 
repetidamente (como se a lâmina fosse carimbada). Os núcleos das 
células ficam impressos sobre a lâmina que é tratada com um fixador e 
um corante. 
 
Fonte: Carvalho & Recco-Pimentel (2007) 
 
F) CORTE HISTOLÓGICO 
 
Em muitos estudos, como na histologia, a manutenção das inter-
relações entre as células é importante . Assim, é necessário promover 
cortes dos órgãos a serem analisados de forma que o tecido mantenha 
a sua organização intacta. Nesse caso, é necessário a realização de 
cortes histológicos. Há diferentes etapas: 
 
 
-Fixação do tecido 
 
 
-Emblocamento em resinas ou ceras (parafina, resinas 
plásticas, etc) 
 
 
-Cortes do tecido emblocado com um micrótomo 
 
 
-Montagem em lâminas, coloração e adição de lamínula 
 
 
2 Métodos de estudo da célula 
2.3 Fixação biológica e agentes fixadores 
A fixação é a etapa mais importante do processamento citológico e 
histológico. 
A) Funções 
-Promove a preservação de características morfológicas e 
macromoleculares de células e tecidos. 
-Impede a autólise ou degradação bacteriana do material biológico. 
-Facilita os processos de coloração. 
A escolha do fixador depende de vários fatores como: tipo celular ou 
de tecido, objetivo do estudo e tipo de corante a ser utilizado. 
 
B) Tipos de fixação 
-Agentes físicos: alta temperatura (principalmente para células 
bacterianas) 
-Agentes químicos: atuam sobre proteínas, ácidos nucléicos, 
carboidratos e lipídeos. Coagulam essas moléculas e tornando-as 
insolúveis 
 
Tabela 1. Alguns exemplos de fixadores comumente usados na análise 
citológica e histológica. 
 
 
2 Métodos de estudo da célula 
2.4 Citoquímica 
A citoquímica é a área da biologia celular estrutural dedicada aos 
estudos dos métodos de coloração dos tecidos e constituintes celulares 
ou subcelulares. Preocupa-se com: 
-Os princípios químicos das reações de coloração; 
-Os procedimentos metodológicos para a obtenção de preparações 
citoquímicas. 
Dependendo do corante a ser utilizado, diferentes reações citoquímicas 
entre o corante e o substrato podem ocorrer: 
 
 
 
 
A) Reações mediadas por ligações eletrostáticas: Um corante 
ionizado em uma solução reage com o substrato de carga iônica 
oposta por meio de afinidades eletrostáticas. 
Tipos de reações mediadas por ligações eletrostáticas: 
 -Acidofilia 
 Um substrato carregadopositivamente (catiônico, positivo) reage 
eletrostaticamente com um corante carregado negativamente 
(aniônico, negativo). 
A reação resulta em uma coloração que é observada sob microscópio 
de luz. Exemplos de corantes que realizam esse tipo de reação: Sirius 
Red, Fast Green, Eosina, Xylidine Ponceau. 
 
Proteínas básicas presentes no citoplasma têm afinidade por corantes ácidos (aniônicos, 
carregados negativamente) como a eosina. A reação ocasiona a formação de uma coloração cor 
de rosa. 
-Basofilia: 
Um substrato carregado negativamente (aniônico, negativo) reage 
eletrostaticamente com um corante carregado positivamente 
(catiônico, positivo). A reação resulta em uma coloração que é 
observada sob microscópio de luz. Exemplos de corantes que realizam 
esse tipo de reação: Azul de Toluidina, Azul de Metileno, Azul de 
Alcian, Hematoxilina. 
 
O núcleo e os cromossomos das células são substratos ácidos (carregados negativamente) e 
têm afinidade por corantes básicos como o Azul de metileno e o Giemsa (carregados 
positivamente e básicos), resultando na coloração azul. 
 
 
B) Reações mediadas por ligações covalentes: Necessitam ser 
facilitadas por outras substâncias chamadas mordentes. Reagem por 
meio de ligações covalentes com o substrato. 
Tabela 1. Exemplos de corantes que reagem por meio de ligações 
covalentes. Tais reações só ocorrem com o auxílio de um mordente, 
que atua como facilitador para que as reações ocorram. 
 
C) Reações mediadas por interações hidrofóbicas: São 
específicas para a coloração de lipídeos não polares. Exemplos de 
corantes que fazem esse tipo de reação: Sudan Black, Sudam III, Azul 
de Nilo. 
 
 
Corte de um tecido vegetal tratado com sudam. A seta mostra uma gotícula de lipídeo 
na cutícula. Fonte: Lopes et al (2009) 
 
 
Ebook Biologia Celular
2 Métodos de estudo da célula
2.5 2.5 Fracionamento celular
Fracionamento celular é uma técnica que consiste na utilização de metodologias para obter frações
relativamente puras de organelas  ou componentes subcelulares. Tais técnicas contribuíram muito
para o desenvolvimento da biologia celular nos últimos anos.
As organelas ou outros componentes subcelulares podem ser separados por centrifugação de um
homogeneizado de células. Para isso, a membrana plasmática é rompida e os constituintes celulares
ficam dispersos em meio líquido que mantém as integridade dos compoentes celulares e evita que as
organelas se aglutinem.
O isolamento de organelas específicas por meio de centrifugação depende do seu coeficiente de
sedimentação, isto é, do seu tamanho, sua forma e densidade. A separação de organelas por
centrifugação é denominada centrifugação fracionada ou centrifugação diferencial, que consiste em
uma série de centrifugações a velocidades crescentes (veja a figura a seguir). As organelas ou
inclusões maiores e mais densas sedimentam primeiro, e o sobrenadante de cada centrifugação é
centrifugado novamente a uma velocidade maior. Desse modo, componentes celulares vão sendo
sucessivamente separados.

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