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RECURSO DE APELAÇÃO PEÇA 6

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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _______________ESTADO DE _______________.
Autos: ...
Eliete, já qualificada nos autos da ação penal n..., por seu advogado (com procuração anexa, doc. x), vêm, muito respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformada com a sentença prolatada, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com base no art. 593, I, do CPP, dispensando o prazo para oferecimento das razões que seguem em anexo.
Requer seja recebida e processada a presente apelação e encaminhada, com as inclusa razões, ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ... 
Termos em que, pede-se deferimento
Local/Data
Advogado
OAB
RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante: Eliete
Apelado: Justiça Pública
Processo n..,
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COLENDA CÂMARA
DOUTA PROCURADORIA
Em que pese o indiscutível saber jurídico do juízo singular, impõe-se a reforma da respeitável sentença condenatória, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I. Dos Fatos
Trata-se de ação penal intentada contra Eliete, denunciado pelo Ministério Público em 10 de janeiro de 2013, no incurso do crime previsto no artigo 155, § 4º, inciso II, do Código Penal. Ocorre que a autora foi denunciada, pela pratica do crime qualificado por abuso de confiança, ter subtraído em 20 de dezembro de 2012, o valor de R$ 50,00 de seu patrão Cláudio. Após a instrução criminal, a autora foi condenada há dois anos de reclusão, sentença da qual interpôs apelação, vindo o Tribunal de Justiça a anular a instrução criminal devido à ocorrência de cerceamento de defesa em razão do indeferimento injustificado de uma pergunta formulada a uma testemunha.
Mediante nova instrução, verificou-se que à época, Eliete havia sido contratada por Cláudio havia uma semana e só tinha a obrigação de trabalhar às segundas e quartas-feiras, de modo que o suposto fato teria ocorrido no segundo dia de trabalho da doméstica. 
Ademais, foi juntada aos autos a comprovação dos rendimentos da vítima, que giravam em torno de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) mensais. Após a apresentação de memoriais pelas partes, em 02 de junho de 2017, foi proferida nova sentença penal condenando a autora à pena final de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão. 
Ao final, converteu a pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, consubstanciada na prestação de 8 (oito) horas semanais de serviços comunitários, durante o período de 2 (dois) anos e (seis) meses em instituição a ser definida pelo juízo de execuções penais. Novamente não houve recurso do Ministério Público, e a sentença foi publicada no Diário Eletrônico em 09 de junho de 2017.
Inconformado com a mencionada decisum, o Apelante interpõe o presente recurso de Apelação
.
Da reformatio in pejus indireta
A sentença proferida pelo juízo inicial definiu uma pena de dois anos a autora, da qual foi interposto recurso, sendo a nova pena superior a pena originária, fixada em dois anos e seis meses.
A reformatio in pejus indireta, define que a pena interposta ao réu não pode ser agravada quando o recurso for apresentado exclusivamente pela defesa. 
Nestes termos, a Quinta Turma de STJ definiu:
“HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. CONDENAÇÃO. APELAÇÃO CRIMINAL. JULGAMENTO ANULADO EM DECORRÊNCIA DE IMPETRAÇÃO DE PRÉVIO WRIT PELA DEFESA. IMPOSIÇÃO DE REPRIMENDA MAIS GRAVOSA EM NOVO ACÓRDÃO. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO QUE PROÍBE A REFORMATIO IN PEJUS INDIRETA. CONCESSÃO DA ORDEM. ”
1. A doutrina e a jurisprudência desta Corte entendem que a proibição do agravamento da situação do acusado, prevista no art. 617 do Código de Processo Penal, também se estende aos casos em que há a anulação da decisão recorrida, por intermédio de recurso exclusivo da defesa ou por meio de impetração de habeas corpus, de tal sorte que o órgão julgador que vier a proferir uma nova decisão ficará vinculado aos limites da pena imposta no decisum impugnado, não podendo piorar a situação do acusado sob pena de operar-se a vedada reformatio in pejus indireta. 
2. In casu, o Tribunal a quo majorou as penas aplicadas aos pacientes na sentença condenatória, fixando-as em 7 (sete) anos, 7 (sete) meses e 14 (quatorze) dias de reclusão, em regime inicial fechado, e em 17 (dezessete) dias-multa, como incursos nas sanções do art. 157, § 2.º, I, II e V, combinado com o art. 61, II, c, ambos do Código Penal. 
3. Em decorrência da impetração de habeas corpus perante esta Corte, o acórdão foi anulado em razão da ausência de intimação da Defensora Pública para a sessão de julgamento, de tal sorte que o novo aresto fixou as penas em 8 (oito) anos e 2 (dois) meses de reclusão, em regime inicial fechado, e em 21 (vinte e um) dias-multa, pela mesma imputação legal. 
4. Constata-se, portanto, que a situação dos pacientes foi agravada diante de irresignação exclusiva da defesa, razão pela qual houve a inobservância pela Corte estadual do princípio que proíbe a reformatio in pejus indireta. 
5. Ordem concedida em menor extensão para fixar as penas dos pacientes em 7 (sete) anos, 7 (sete) meses e 14 (quatorze) dias de reclusão e de 17 (dezessete) dias-multa - reprimenda fixada no acórdão anulado por esta Corte -, como incursos nas sanções do art. 157, § 2.º, I, II e V, combinado com o art. 61, II, c, ambos do Código Penal. 
Da prescrição retroativa da pretensão punitiva
O recebimento da denúncia ocorreu em 12 de janeiro de 2013, sendo que a nova sentença foi publicada em 02 de junho de 2017.
Desta forma, ocorreu lapso temporal de 4 anos, o que, conforme art.107, IV, c/c art.110, parágrafo 1, ambos do Código Penal, configurando-se a extinção da pretensão punitiva.
 
Da suspenção da qualificadora do abuso de direito
Conforme restou constatado na nova instrução, à época a autora, havia sido contratada somente há uma semana, o que descaracterizaria esta qualificadora, pois como a autora trabalhava somente as segundas e quartas, estava trabalhando somente a dois dias. 
4. Da insignificância do delito e atipicidade material
Conforme verificado, o delito cometido pode ser enquadrado pelo princípio da insignificância, devido ao seu baixo valor (R$ 50,00). 
Segundo decisões do próprio STF, nas palavras do então ministro Gilmar Mendes:
“Não é razoável que o direito penal e todo o aparelho do Estado-Polícia e do Estado-Juiz movimentem-se no sentido de atribuir relevância típica a um furto de pequena monta”. O princípio da insignificância é gênero do qual é espécie, o princípio da bagatela (que abrangem alguns crimes da esfera patrimonial, tais como o furto).
No caso, a atipicidade material da conduta e, consequentemente, o princípio da insignificância ou da bagatela, justificam a limitação da lesividade material da conduta.
O furto no valor de R$ 50,00, não pode ser considerado conduta típica do ponto de vista material, pois, a vítima, o patrão da denunciada, era o presidente da maior empresa do Brasil no segmento de venda de alimentos no varejo. Além do mais, foi juntado aos autos a comprovação do rendimento de Cláudio, suposta vítima, que girava em torno de R$50.000,00 (cinquenta mil reais) mensais. De acordo com o princípio da insignificância os fatos que não são capazes de causarem lesões ao bem jurídico tutelado e consequentemente, a ofensa for irrisória e ínfima, não devem ser considerados relevantes sob o aspecto penal. Apesar de incidir formalmente no tipo penal, no caso, furto, a conduta de Eliete deve ser considerada atípica materialmente, pelo fator de desproporção entre a quantia supostamente furtada e a condição social e rendimentos mensais comprovados da vítima. 
Segue jurisprudência do TJMG neste mesmo sentido:
“PENAL - HABEAS CORPUS - FURTO DE UM BONÉ - VALOR DE R$ 50,00 - OBJETO RESTITUÍDO À VÍTIMA - REINCIDÊNCIA – APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA – POSSIBILIDADE – IRRELEVÂNCIA DA REINCIDÊNCIA E DOSMAUS ANTECEDENTES. PRINCÍPIO DA NECESSARIEDADE DA PENA – ORDEM CONCEDIDA PARA RECONHECER A ATIPICIDADE DA CONDUTA. 1- Se o bem tutelado nem mesmo chegou a ser ofendido, nem há relevância na conduta praticada, o princípio da insignificância deve ser aplicado, afastando-se a tipicidade. 2- A aplicação dos princípios da necessariedade e da suficiência afasta a fixação de pena que se mostra excessiva para reprimir conduta irrelevante. 3- Maus antecedentes e reincidência não impedem a aplicação do princípio da bagatela. 4- Ordem concedida para absolver o paciente pelo reconhecimento da atipicidade de sua conduta. Expedido alvará de soltura, salvo prisão por outro motivo. ” (Processo HC 96929/MS, 6º Turma, Rel. Jane Silva (Desembargadora convocada do TJMG), publicada em 25.08.2008) ”
5. Do furto privilegiado
Tendo em vista que a ré é primaria e o valor do furto é baixo. Nos termos do §2º, do artigo 155, do CP, cuja pena seria a aplicação de multa.
Segue jurisprudência do TJMG:
EMENTA: FURTO QUALIFICADO - CONFISSÃO EXTRAJUDICIAL - AUSÊNCIA DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO - ABSOLVIÇÃO - PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - FURTO PRIVILEGIADO. A ausência da ampla defesa e do contraditório, na fase do inquérito policial, impede somente que a confissão seja considerada como prova isolada a embasar decisão. Impossível a absolvição do agente quando as provas dos autos forem suficientes para sua condenação. Não sendo destituído de valor a coisa furtada, impossível se falar em aplicação do princípio da insignificância, por se fazer presente a lesividade da conduta do agente. A concessão do benefício do furto privilegiado é viável se presentes os requisitos da primariedade e pequeno valor da "res furtiva". APELAÇÃO CRIMINAL N° 1.0145.06.322564-6/001 - COMARCA DE JUIZ DE FORA - APELANTE (S): JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO FILHO - APELADO (A) (S): MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADO MINAS GERAIS - RELATORA: EXMª. SRª. DESª. JANE SILVA 
6. Da suspensão condicional do processo
Em consequência da supressão da qualificadora supracitada, configura-se furto simples, portanto, cabe a análise para que possa ocorrer a suspensão condicional do processo, nos termos do art.383, parágrafo 1, do CPP.
7. Da redução da pena base 
Tendo em vista que a circunstância que originou o cálculo da pena base não foi configurada, conforme argumentação acima, razão pela qual sua configuração originaria o “bis in idem”.
8. Da correção da pena restritiva de direito
A Lei n 9.716/98, definiu que a pena restritiva de direito, quando esta substitui pena privativa de liberdade, não deve mais ser cumprida em 8 horas semanais, mas sim na forma do art.46, parágrafo 3 do Código Penal.
 DOS PEDIDOS
Diante o exposto, requer:
A) requer seja reconhecida a reformatio in pejus, com a aplicação da pena em no máximo 2 (dois) anos.
B) requer seja reconhecida a prescrição nos moldes dos arts. 107, inc. IV, bem como, art. 109, inc. V, com a consequente extinção da punibilidade do agente.
C) em razão da aplicação do princípio da bagatela, requer seja o fato reconhecido como atípico. Se o fato é atípico, não há crime, consequentemente não pode haver punição.
D) seja reconhecido o furto privilegiado e consequentemente, a aplicação da pena de multa.
E) tendo em vista a supressão da qualificadora, solicita-se a suspensão condicional do processo.
F) requer seja reconhecida a não incidência da qualificadora do abuso de confiança, com a consequente desclassificação para furto simples.
 G) requer seja reduzida a pena através do reconhecimento do bis in idem. 
H) A correção da pena restritiva de direitos nos termos do art.46, parágrafo 3 do Código Penal.
Nesses termos,
Pede-se deferimento.
LOCAL/DATA
Advogado
OAB n°.

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