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NÚCLEO INTERFÁSICO UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC ÁREA DE CIÊNCIAS DA VIDA CURSO DE BIOTECNOLOGIA INDUSTRIAL BIOLOGIA CELULAR Profª Vanessa W. Agostini INTRODUÇÃO A presença do núcleo é a principal característica que distingue as células eucariontes. O núcleo ocupa 10% do volume total da célula e nele se encontra confinado o DNA, exceto o das mitocôndrias e cloroplastos. No compartimento nuclear estão localizados: 46 cromossomos, cada um formado por uma única molécula de DNA combinada a proteínas. vários tipos de RNAs o nucléolo diversas proteínas e enzimas nucleoplasma Envoltório nuclear (carioteca) O núcleo é delimitado por um envoltório formado por duas membranas concêntricas. A membrana externa se liga a membrana do retículo endoplasmático e a membrana interna é sustentada pela lâmina nuclear. Estrutura responsável pela resistência e forma do envoltório nuclear. Na carioteca existem aproximadamente 3.000 a 4.000 mil poros que possuem uma composição complexa, formado pelo conjunto de proteínas chamadas nucleoporinas. Estas proteínas são responsáveis pelo intercâmbio de macromoléculas entre o núcleo e o citoplasma e vice-versa. Nucléolo O nucléolo é constituído por cromatina e grande quantidade de RNA, sendo o local da síntese do RNAr e da formação das subunidades dos ribossomos. Essa estrutura é bastante desenvolvida em células com alta atividade de síntese protéica, como as células secretoras e dos ovócitos. Nucleoplasma Também denominada cariolinfa, carioplasma ou suco nuclear, é uma solução de água e proteínas, semelhante ao hialoplasma, que preenche o interior do núcleo. Cromatina A cromatina é formada por inúmeros fios, compostos por DNA e proteínas (histonas e não-histônicas). Estes fios, quando finos, chamam-se cromonemas e quando condensados ou espiralizados, durante a divisão celular, chamam-se cromossomos. O DNA cromossomal contém milhões de nucleotídeos arranjados numa sequência irregular, não aleatória, onde está contida a informação genética de uma célula. Na cromatina há uma região mais densa que recebe o nome de heterocromatina e outra menos densa que recebe o nome de eucromatina. Heterocromatina: É onde está o DNA estrutural, ou seja, o material nuclear que se mantém condensado e inativo em todo o ciclo celular, ao contrário do resto do cromossomo. • Eucromatina: É onde está o DNA funcional que possui genes estão ativos que auxiliam na síntese de RNA. Ela está desenrolada e o material genético consegue ter muito contato com as enzimas. É a parte do cromossomo que está sendo usada no momento da duplicação celular. CROMOSSOMOS Nos cromossomos existem estruturas que são importantes para a replicação, ou seja, para a duplicação do DNA antes da divisão celular. São elas: Cromátide: cada uma das metades cromossômicas, identificáveis durante a divisão celular. As cromátides contêm apenas uma molécula de DNA e estão unidas pelo centrômero até que haja a separação na anáfase. Centrômero e cinetócoro: o centrômero ou constrição primária localiza-se na parte mais delgada do cromossomo. O cinetócoro é uma região localizada no centrômero ao qual se fixam as fibras do fuso de divisão. O centrômero divide o cromossomo em dois braços e a sua posição determina a morfologia dos cromossomos. Telômero: localizam-se nas extremidades das cromátides e são constituídos por sequências repetidas especiais de DNA. A presença do telômero impede a fusão entre extremidades cromossômicas, além de, juntamente com a enzima telomerase resolver o problema da replicação das extremidades dos cromossomos. Está relacionado com o envelhecimento celular. Constrições secundárias: trata-se de uma segunda constrição que pode ou não ocorrer nos cromossomos. Quando ocorrem, são constantes quanto à localização e tamanho. Algumas constrições secundárias apresentam genes que codificam para os RNAr e induzem a formação do nucléolo. Nestes casos, essa região é denominada organizador nucleolar e quando localizadas próximas das extremidades formam um corpo arredondado denominado satélite. Tipos de cromossomos Tipos de cromossomos As partes de um cromossomo separadas pelo centrômero são chamadas braços cromossômicos. A relação de tamanho entre os braços cromossômicos, determinada pela posição do centrômero, permite classificar os cromossomos em quatro tipos: Metacêntrico: possuem o centrômero no meio, formando dois braços de mesmo tamanho; Submetacêntricos: possuem o centrômero um pouco deslocado da região mediana, formando dois braços de tamanhos desiguais; Acrocêntricos: possuem o centrômero bem próximo a uma das extremidades, formando um braço grande e outro muito pequeno; Telocêntricos: possuem o centrômero em um das extremidades, tendo apenas um braço. Cariótipo Grandes: Grupo A, (cromossomos 1, 2 e 3), meta e submetacêntricos Grupo B, (cromossomos 4 e 5), submetacêntricos Médios: Grupo C, (cromossomos 7, 8, 9, 10, 11, 12 e os cromossomos X), submetacêntricos Grupo D, (cromossomos 13, 14 e 15) acrocêntricos Pequenos: Grupo E, (cromossomos 16, 17 e 18) submetacêntricos Grupo F, (cromossomos 19 e 20) metacêntricos Grupo G, (cromossomos 21, 22 e Y) acrocêntricos REPLICAÇÃO DO DNA Primase Ribonucleoproteína Liga-se à helicase em procariotos formando o chamado primossomo Sintetiza um primer de RNA contendo aproximadamente 11 bases; fornece 3’ OH DNA polimerase lenta e sujeita a erros Evita a progressão da forquilha uma vez que a fita líder anda mais rápido Replicação das fitas Fita líder ◦ Primase age uma vez Fita retardada ◦ Primase age várias vezes ◦ 1967, Fragmentos de Okasaki Okazaki R, Okazaki T, Sakabe K, Sugimoto K. Mechanism of DNA replication possible discontinuity of DNA chain growth. Jpn J Med Sci Biol. 1967 Jun;20(3):255-60 Desenovelamento do DNA Retirada das histonas Proteínas de ligação a fita simples (SSBPs) DNA helicase ◦ Quebra pontes de H DNA topoisomerases ◦ Tiram a tensão Tipos de DNA polimerase DNA polimerase I ◦ Descoberta em 1956 (Kornberg pai) ◦ Função precisa descoberta apenas em 1969: remove o primer de RNA da fita descontínua DNA polimerase III ◦ Descoberta em 1970 (Kornberg filho) ◦ Principal enzima que realiza a replicação em procariotos DNA polimerase II ◦ Lenta, envolvida em reparo do DNA E as extremidades dos cromossomos? DIVISÃO CELULAR Profª Vanessa Wegner Agostini UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC ÁREA DE CIÊNCIAS DA VIDA CURSO DE BIOTECNOLOGIA INDUSTRIAL BIOLOGIA CELULAR Função UNICELULARES – própria reprodução. PLURICELULARES – multiplicação ou proliferação celular e regeneração ou reposição de células mortas. Tanto o desenvolvimento como a manutenção de tecidos e órgãos no adulto dependem de um balanço cuidadosamente regulado entre a proliferação celular e a apoptose (Junqueira e Carneiro, 2005) Ciclo celular Compreende os processos que ocorrem desde a formação de uma célula até sua própria divisão em duas células-filhas, todas iguais entre si. É divido em duas etapas: 1. intérfase: etapa entre duas divisões, em que a célula cresce e se prepara para nova divisão. 2. Mitose: é a divisão propriamente dita, pela qual se originam duas células-filhas idênticas a célula primordial. (Junqueira e Carneiro, 2005) Intérfase G1 – (gap, intervalo) caracteriza-se pelo reinício da síntese de RNA e proteínas. A célula cresce continuamente. Fatores extracelulares levam a célula, neste período, a “decidir” se deve continuar se proliferando ou retirar-se do ciclo e entrar em um estado de quiescente (G0) S – (síntese de DNA) o início da replicação do DNA,marca o inícioda fase S. G2 – fase de segurança, para que o genoma seja completamente duplicado e reparado (Junqueira e Carneiro, 2005) Mitose Compreende a divisão do núcleo (cariocinese) seguida da divisão do citoplasma (citocinese) originando duas células-filhas idênticas e que apresentam o mesmo número de cromossomos que a célula que lhe deu origem. É subdivida em quatro etapas, para facilitar o estudo: 1. Prófase 2. Metáfase 3. Anáfase 4. Telófase Prófase 1. Condensação dos cromossomos 2. Formação do fuso mitótico ou acromático pelo centrossomo (que é constituído por um par de centríolos) e que junto com as fibras radiais forma os ásteres. Prometáfase 1. Ruptura do envoltório nuclear 2. Cromossomos dispersos no citoplasma 3. Ligação dos microtúbulos nos cinetócoros (Junqueira e Carneiro, 2005) (Robertis e Hib, 2006) Metáfase 1. Os cromossomos atingem o estado máximo de condensação. 2. Alinhamento dos cromossomos na região equatorial da célula, formando a placa metafásica. (Junqueira e Carneiro, 2005) Anáfase 1. Divisão do centrômero. 2. Separação das cromátides (ou cromossomos- filhos). 3. Migração para pólos opostos, devido ao encurtamento dos microtúbulos das fibras cinetocóricas. (Robertis e Hib, 2006) Telófase 1. Chegada dos cromossomos-filhos aos pólos. 2. Desaparecimento das fibras cinetocóricas do fuso. 3. Desespiralização dos cromossomos. 4. Reconstituição do núcleo (descondensação da cromatina, reorganização do núcleo e reconstituição d envoltório nuclear). 5. Divisão citoplasmática (citocinese – actina e miosina). 6. Formação de duas células-filhas.(Junqueira e Carneiro, 2005) Meiose A meiose é o tipo de divisão celular que ocorre na formação dos gametas, resulta da divisão de uma célula germinativa diplóide (2n) em células haplóides (n), ou seja, células que recebem apenas um cromossomo de cada par de homólogos e que apresentam, então, só a metade do número de cromossomos encontrados nas células somáticas da espécie. (Junqueira e Carneiro, 2005) Fases 1. Intérfase – G1, S (mais longa) e G2 2. Meiose I 3. Meiose II Prófase I Metáfase I Anáfase I Telófase I Prófase II Metáfase II Anáfase II Telófase II Leptóteno Zigóteno Paquíteno Diplóteno Diacinese Prófase I Leptóteno 1. Condensação da cromatina. 2. Pontos de maior condensação são denominados cromômeros. Zigóteno 1. Aproximação dos cromossomos homólogos. Paquíteno 1. O conjunto constituído pelos cromossomos homólogos unidos pelos complexo sinaptonêmico é chamado de bivalente ou tétrade. 2. Permuta, crossing-over ou recombinação gênica. A permuta é um evento molecular que envolve troca de genes entre os cromossomos de origem paterna e materna e se dá em três etapas: I. Quebra do DNA ao mesmo tempo nas duas cromátides homólogas. II. Formação de uma molécula de DNA hídrida. III. Substituição de bases inapropriadamente pareadas (reparo) (Junqueira e Carneiro, 2005) Diplóteno 1. Início da separação entre os cromossomos homólogos. 2. Visualização das quiasmas (locais onde as cromátides-irmãs permanecem unidas). Diacinese 1. Aumento da repulsão entre os cromossomos homólogos. 2. Terminação dos quiasmas. 3. Aumento da condensação dos cromossomos. 4. Desaparecimento do nucléolo. 5. Ruptura do envoltório nuclear. 6. Formação do fuso acromático.(Junqueira e Carneiro, 2005) Metáfase I Cada cromossomo do par de homólogos se dispõe na placa equatorial da célula, com seus dois cinetócoros voltados para o mesmo pólo da célula. Anáfase I Os cromossomos unidos pelo centrômero migram para os pólos da célula. Portanto, as cromátide-irmãs de cada cromossomo migram juntas para os pólos da célula. (Junqueira e Carneiro, 2005) Telófase I Reorganização do nucléolo, do envoltório nuclear e descondensação dos cromossomos. Ocorre a citocinese. No entanto, a célula apresenta metade do número de cromossomos, mas estes se encontram duplicados –meiose reducional. Intercinese Etapa entre a Meiose I e a meiose II. Não ocorre replicação do DNA. (Junqueira e Carneiro, 2005) Prófase II – reaparecimento das fibras do fuso, condensação dos cromossomos, desaparecimento do envoltório nuclear. Metáfase II – cromossomos dispostos no plano equatorial da célula. O fuso se liga ao cinetócoro. Anáfase II – divisão dos centrômeros e deslizamentos do fuso, dividindo as cromátides-irmãs para pólos opostos. Telófase II – descondensação dos cromossomos. Reorganização do nucléolo, aparecimento do envoltório nuclear e citocinese. Originando quatro células haplóides. Meiose II - equacional (Robertis e Hib, 2006) Referências DE ROBERTIS, E. M. F.; HIB, Jose. De Robertis. Bases da biologia celular e molecular. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. DAVIDE, Lisete Chamma; PEREIRA, Iara Alvarenga Mesquita; TORRES, Giovana Augusta. Citologia. Lavras: UFLA/FAEPE, 1999. UFSM. Replicação do DNA. Disponível em: http://www.ufsm.br/blg220/hide/replic1.htm. Acesso dia 02 mai 2015 UFSM. Telômeros. Disponível em: http://www.ufsm.br/blg220/hide/telomeros.pdf. Acesso dia 02 mai 2015 USP. Projeto Genona. Disponível em: http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2001/genoma/Projetogenoma.html. Acesso dia 02 mai 2015
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