Buscar

Analise clinica de conduta em enfermagem

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA.
DEPARTAMENTO DE MEDICINA E ENFERMAGEM.
PROFESSORA: MARA RÚBIA MACIEL.
“AVALIAÇÃO ÉTICA DAS CONDUTAS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM”
Alicia Beatriz Moreira de Queiroz
VIÇOSA- MINAS GERAIS, 2017.
CASO 1: “Durante sua atuação numa unidade de saúde da família, o enfermeiro, não se preocupava em identificar as necessidades de sua comunidade, deixando de traçar o perfil epidemiológico, identificar os problemas e locais de prioridade de atuação. Não realizava visitas domiciliares, não trabalhava a prevenção, não realizava busca ativa dos casos. Não se preocupava em vacinar suas crianças e idosos em campanhas de vacinação. Possuía um comportamento agressivo para com sua equipe, não respeitando as individualidades, expondo seus funcionários sempre que fosse necessário adverti-los. Recusava os convites e convocações para reuniões do Conselho municipal de saúde. Não realizava o processo de enfermagem, preocupava-se apenas em prescrever medicações diversas, solicitar exames, mal ouvia a queixas de seus clientes.”
Análise:
Ao não identificar as necessidades da comunidade o enfermeiro entra em desacordo com a lei 7.498, de 25 de junho de 1986, artigo 4º A programação de enfermagem inclui a prescrição da assistência de enfermagem, e também artigo 11° Inciso I, em especial, c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem e inciso II: a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde; f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela durante a assistência de enfermagem. Toda a conduta do profissional é caracterizada por negligência e imprudência, indo em desacordo com o código de ética do COREN, no capítulo I artigo 12, responsabilidade da Enfermagem assegurar à pessoa, família e coletividade uma assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.
Na formação acadêmica é necessário ensinar o profissional o seu código de ética e as leis que regem toda a profissão, deste modo é incabível o mesmo não ser conhecedor de tal código e leis. Neste caso, cabe aos companheiros de equipe denuncia-lo ao Coren para que ele possa ser julgado pelas infrações cometidas. Porém inúmeros fatores podem culminar nessa conduta inapropriada, o excesso de trabalho, aliado a má remuneração poderiam ter causado no enfermeiro uma aversão ao que está fazendo, e o mais apropriado seria ele abandonar ou se afastar da unidade de saúde, pois sua conduta está afetando não só os clientes e sim a equipe como um todo. 
Caso 2: “Recém formado, o enfermeiro foi convidado para exercer suas atividades de coordenação em uma maternidade. Ao se deparar com uma funcionária realizando um parto, questionou. Punindo essa funcionária e até demitindo-a. A mesma era uma parteira com muitos anos de serviço nessa instituição.”
Análise: Na formação acadêmica é necessário ensinar o profissional o seu código de ética e as leis que regem toda a profissão, deste modo é incabível o mesmo não ser conhecedor de tal código e leis. Assim a lei 7.498 de 25 de junho de 1986, Art. 9º define parteiras com base, I - a titular do certificado previsto no art. 1º do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; II - a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, até 2 (dois) anos após a publicação desta lei, como certificado de Parteira. Caso a parteira não tenha o registro no Cofen e Coren o enfermeiro agiu com respaldo legal, pois não estando em regularidade com esses órgão as parteiras práticas não estão autorizadas a exercer sua profissão caso o contrário, o mesmo exerceu abuso de poder,e imprudência, cabendo ao Coren julgar suas ações. 
Caso 3: O enfermeiro RT de um hospital, contratou uma série de novos funcionários, todos aprovados no processo seletivo e passados pelo psicólogo da instituição. Após apresentação dos setores dividiu os novos técnicos por afinidade de setor, relatados por eles. Foi solicitado a uma técnica de enfermagem durante suas atividades no puerpério a solucionar um problema junto a uma das puérperas, que se encontrava com a mama engurgitada. A mesma aplicou uma bolsa de água quente provocando a queimadura da mama dessa mulher.”
Análise:
A lei 7.498, de 25 de junho de 1986 Artigo 11, concede ao enfermeiro a coordenação dos técnicos e auxiliares em enfermagem, com direito a designação de funções ao mesmo sem delegar as próprias funções do enfermeiro, o que se caracteriza por crime. No fato ocorrido, o enfermeiro agiu corretamente em delegar a função, porém foi negligente em não passar as informações corretamente de que a compressa deveria ser morna para aumentar a fluidez de sangue, e não quente o que causou a queimadura, e ainda assim técnicos e auxiliares só podem realizar procedimentos com supervisão do enfermeiro. Cabe ao profissional ser punido por estar em desacordo com o código de ética e leis da profissão, de acordo com o artigo 29 do código Penal Brasileiro.
Caso 4: “Durante um plantão noturno a enfermeira da UTI NEONATAL foi trocar a alimentação de um dos clientes, e não acendeu a luz para realizar o procedimento, colocando a infusão da alimentação enteral na via parenteral, resultando no óbito do bebê.”
Análise:
O ato da profissional se resume em imprudência e se caracteriza por ser gravíssimo, pois o procedimento é de exímia delicadeza, e o cliente também, assim esperávamos que ela acendesse a luz para realizar o procedimento com a maior cautela possível. Como ocorreu o dano, levando o bêbê a óbito de acordo com o Artigo 951, a enfermeira tem de reparar o dano, se responsabilizando pelo funeral da vitima e demais gastos.
Caso 5 :“ O enfermeiro participa de um evento científico e inscreve um trabalho para apresentação, registra como único autor, excluindo outros autores e acrescenta sua namorada como co-autora apesar da mesma não ter participado da elaboração do mesmo, realiza citações que não são de sua autoria e não referencia essas citações. Além de expor os sujeitos da sua pesquisa e o local de realização da mesma sem o termo de consentimento”
Análise:O enfermeiro entra em desacordo com o Art.53º - Realizar ou participar de pesquisa ou atividade de ensino, em que o direito inalienável
do homem seja desrespeitado ou acarrete perigo de vida ou dano à sua saúde.
Parágrafo único-A participação do Profissional de Enfermagem, nas pesquisas experimentais,dever ser precedida de consentimento, por escrito, do cliente ou seu representante legal. Art.54º - Publicar trabalho com elementos que identifiquem o cliente, sem sua autorização. Art.55º - Publicar, em seu nome, trabalho científico do qual não tenha participado ou omitir em publicações, nome de colaboradores e/ou orientadores; Art.56º - Utilizar-se sem referência ao autor ou sem autorização expressa, de dados, informações, ou opiniões ainda não publicados; Dependendo do histórico do profissional ele poderá receber uma penalidade verbal, censura ou suspensão do exercício de enfermagem.

Continue navegando