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Capítulo 03: Ezoognósia: Exterior dos Eqüinos 1 “Criação, Manejo e Nutrição dos Eqüinos” EZOOGNÓSIA (EXTERIOR DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS) O estudo do exterior dos eqüinos é de fundamental importância para poder se avaliar a conformação de cada raça, suas características, qualidades e defeitos, independente de sua função. Este estudo é baseado nas partes anatômicas dos eqüinos, e dividido em 05 regiões zootécnicas: 1. CABEÇA: 1) Nuca 2) Orelhas 3) Topete 4) Têmporas ou Fonte 5) Testa ou Fronte 6) Olhais ou Covas 7) Olhos (pálpebras, terceira pálpebra, globo ocular, cílios, etc.) 8) Chanfro 9) Narinas ou Ventas 10) Comissura Labial 11) Boca 12) Lábios (inferior e superior) 13) Fauce ou Calha 14) Ganachas 15) Bochechas 16) Focinho ou Nariz (compreende boca, queixo e narinas). A análise dos componentes da cabeça e seu formato podem variar de raça para raça e de animal para animal, em menores proporções, e constituem um importante parâmetro morfológico de avaliação entre raças. Capítulo 03: Ezoognósia: Exterior dos Eqüinos 2 “Criação, Manejo e Nutrição dos Eqüinos” Os padrões mais característicos visto de perfil, são: I) Retilínea: Característica de raças como Mangalarga, Mangalarga Marchador, Raças de Hipismo, etc. (foto a); II) Sub-convexilínea: Característica de raças como Lusitano, Percheron, Campolina, etc. (foto b); também chamado de encarneirado. III) Sub-concavilínea: Característica de raças como Árabe (foto c). Foto a Foto b Foto c Além do formato da cabeça, cada raça define as características morfológicas quanto à implantação de orelhas, formato e tamanho de olhos e narinas, tamanho e musculatura de ganachas e bochechas, etc. 2. Pescoço: 1) Garganta 2) Parótida 3) Bordo Superior do Pescoço 4) Crina / Crineira 5) Tábua do Pescoço 6) Goteira da Jugular 7) Bordo Inferior do Pescoço Capítulo 03: Ezoognósia: Exterior dos Eqüinos 3 “Criação, Manejo e Nutrição dos Eqüinos” No Pescoço se destaca principalmente Tamanho, Forma e Direção. O Tamanho do Pescoço deve ser proporcional ao corpo, para um perfeito equilíbrio entre tronco e cabeça. Quanto à Forma, o Pescoço pode ser: • Piramidal: Quando os bordos superior e inferior são retilíneos e convergem para a cabeça, lembrando um triângulo. • Rodado: Quando o bordo superior é convexo ou sub-convexo. • Cisne: Quando a metade superior é convexa e a inferior retilínea. Figura a Figura b Figura c Quanto à Direção, observa-se o posicionamento em relação ao tronco e à cabeça: • Diagonal: é aquela direção que o pescoço forma 90º com a cabeça e 45º com a linha horizontal do chão (figura). • Vertical: Quando o ângulo do pescoço com a horizontal é maior que 45º. É indesejável, pois sobrecarrega o peso sobre os membros posteriores. • Horizontal: Quando o ângulo do pescoço com a horizontal é menor que 45º. É indesejável, pois sobrecarrega o peso sobre os membros anteriores. Capítulo 03: Ezoognósia: Exterior dos Eqüinos 4 “Criação, Manejo e Nutrição dos Eqüinos” 3. Tronco: 1) Cernelha, Garrote, Cruz ou Cruzeta 2) Dorso 3) Lombo (Rins) 4) Garupa 5) Costado 6) Flanco 7) Vazio do Flanco 8) Nádegas 9) Peito 10) Cilhadouro 11) Ventre ou Barriga 12) Umbigo 13) Bolsa ou Prepúcio 14) Virilha 15) Cauda,Cola,Rabo (Sabugo e Crinas) No Tronco observam-se 05 pontos fundamentais: a) Cernelha: É utilizada como parâmetro para altura do animal. Deve ser bem destacada, principalmente em cavalos de sela, impedindo que a sela tenha movimento de rotação no dorso do animal, sendo alta e relativamente longa e com boa cobertura muscular. b) Dorso: Serve de sustentação para o cavaleiro, portanto deve ser bem constituído, ligeiramente paralelo ao solo, ou com ligeiro aclive no sentido garupa / cernelha. O dorso não deve ser côncavo, indicando um animal selado, nem convexo, com proeminência do processo espinhoso. Capítulo 03: Ezoognósia: Exterior dos Eqüinos 5 “Criação, Manejo e Nutrição dos Eqüinos” c) Lombo: É a região compreendida entra o dorso e a garupa devendo ser curto e musculoso, proporcionando boa cobertura aos rins. Um cavalo com estas características, dizemos que é “bem ligado”, isto é, a ligação dorso/lombo/garupa proporciona boa proteção aos rins do animal, prevenindo lesões. d) Garupa: Deve ser ampla, musculosa e simétrica. Se houver assimetria, o anima é chamado de náfego. e) Peito: Deve ser forte e amplo, demonstrando boa amplitude torácica. 4./5. Membros 4.Membros Anteriores 1) Paleta ou Espádua 2) Codilho 3) Braço 4) Antebraço 5) Joelho 6) Canela 7) Boleto 8) Quartela 9) Coroa 10) Casco 11) Machinho ou Esporão 12) Castanha ou Espelho 5.Membros Posteriores 13) Coxa 14) Soldra, Rótula, Patela 15) Perna 16) Curvilhão, Jarrete ou Garrão 17) Canela 18) Boleto 19) Quartela 20) Coroa 21) Casco 22) Machinho ou Esporão 23) Castanha ou Espelho Capítulo 03: Ezoognósia: Exterior dos Eqüinos 6 “Criação, Manejo e Nutrição dos Eqüinos” Os membros anteriores sustentam cerca de 55% do peso do animal, sendo ponto de sustentação e amortecimento, e os membros posteriores, 45%, sendo mais ponto de sustentação e impulsão, fazendo com que os membros anteriores estejam mais sujeito a lesões que os membros posteriores. Para uma melhor sustentação, amortecimento e impulsão do animal é necessário que o animal tenha aprumos corretos, que lhe permitam melhor desenvolver sua função. Os aprumos serão vistos em um capítulo à parte mais adiante. CASCOS O casco do cavalo é uma parte anatômica de fundamental importância para o animal, pois é a base de sustentação física e funcional do animal. Um animal sem cascos, não tem utilidade, daí a importância de se conhecer sua anatomia externa para prevenir lesões que possam comprometer a vida do animal. 1) Tecido queratinoso 2) Bordo Coronário (Coroa) 3) Região Parietal (Parede) 4) Talão 5) Pinça 6) Barras 7) Lacunas Laterais da Ranilha 8) Lacuna Central da Ranilha 9) Corpo da Ranilha 10) Ponta da Ranilha 11) Ramos da Ranilha 12) Bordo Plantar do Casco 13) Sola 14) Linha Branca Capítulo 03: Ezoognósia: Exterior dos Eqüinos 7 “Criação, Manejo e Nutrição dos Eqüinos” Relações Corporais Peso do Animal: Pode ser obtido através da fórmula: P = (PT)³ x 80, onde PT é o perímetro torácico, em metros, ao cubo. Esta fórmula nos dá o peso aproximado para cavalos de sela, com margem de erro de menos de 5%. Índice Dáctilo-torácico: Relação entre os perímetros da canela e do tórax. Dado pela fórmula: IDt = PC/PT. o O IDt não deve ser inferior a 0,105 em cavalos pequenos; o O IDt não deve ser inferior a 0,108 em cavalos de sela; o O IDt não deve ser inferior a 0,115 em cavalos de tração. Índice Torácico: é a relação entre largura e altura. Dado pela fórmula: It = L/A, onde L é a largura do animal, tomada entre as espáduas ou entre as pontas das ancas e A é a altura do animal medida na cernelha. o Se o índice for inferior a 0,85, o animal é classificado como Longilíneo. Capítulo 03: Ezoognósia: Exterior dos Eqüinos 8 “Criação, Manejo e Nutrição dos Eqüinos” o Se o índice for entre 0,86 e o,88, o animal é classificado como Mediolíneo. o Se o índice for superior a 0,89, o animal é classificado como Brevilíneo. Proporções para o Cavalo de Sela: podem-se estabelecerproporções seguindo-se as linhas da Figura, onde: AB = BC: Cavalo Bom, mas pouco Veloz AB =>BC: Agilidade AB < BC: Cavalo Ótimo para Sela BD =>DE: Resistência AB > BC: Cavalo Ruim para Sela BF =<FG: Elegância Atenção apenas que estes índices predispõem o animal à qualidade de animal de sela e servem apenas como referência e não devem ser tomados ao pé da letra para a seleção e escolha de um animal. Capítulo 03: Ezoognósia: Exterior dos Eqüinos 9 “Criação, Manejo e Nutrição dos Eqüinos” Biometria: Proporcionalidade de Conformação e Aptidão para pistas para animais de CCE (Concurso Completo de Equitação). Deve-se seguir a fórmula: Onde: k = predisposição à performance c = altura do chão ao acessório do carpo d = altura do chão ao ligamento lateral do tubérculo do calcâneo g = comprimento do grande tubérculo do úmero à tuberosidade isquiática h = comprimento do grande tubérculo do úmero à tuberosidade ilíaca i = circunferência do tórax (codilho) Predisposição ? 2,000 < k ? Muito bom ? 1,000 < k < 1,999 ? Boa ? 0,500 < k < 0,999 ? Satisfatória ? k < 0,499 ? Nenhuma k = (1000 x c³ x d³) g² x h² x i² Capítulo 03: Ezoognósia: Exterior dos Eqüinos 10 “Criação, Manejo e Nutrição dos Eqüinos” BIBLIOGRAFIA Beck, S. L.; “Eqüinos: Raça, Manejo, Equitação”, Editora dos Criadores, 1985. Camargo, M. X. & Chieffi, A.; “Ezoognosia”, 1971. Dittrich, J. R.; “Eqüinos – Livro Multimídia”, Centro Mídia Produções, 2001. Naviaux, J.L.; “Cavalos na Saúde e na Doença”, Livraria Roca, 1988. Ribeiro, D. B.; “O Cavalo: Raças, Qualidades e Defeitos”, Ed. Globo, 1989. Santos, R.F.; “O Cavalo de Sela Brasileiro e Outros Eqüideos”, J.M.Varela Editores, 1981. Torres & Jardim; “Criação de Cavalos e de Outros Eqüinos”, Livraria Nobel, 1985. Torres & Jardim; “Manual de Zootecnia”, Editora Agronômica Ceres, 1982.
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