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Bioclimatologia e ezoognósia de equídeos

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DESCRIÇÃO
Caracterização da bioclimatologia. Aspectos e abrangência da equideocultura como avaliação
do exterior equino. Características de equinos e asininos de importância comercial.
PROPÓSITO
Compreender a relação entre os conceitos da bioclimatologia e ezoognósia de equídeos e a
produção animal no contexto da atuação profissional.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever conceitos gerais e específicos da bioclimatologia e da equideocultura
MÓDULO 2
Reconhecer os critérios utilizados para avaliação do exterior equino
MÓDULO 3
Identificar as principais raças de equinos e pôneis de importância comercial
MÓDULO 4
Reconhecer as raças de asininos e animais híbridos de importância comercial
INTRODUÇÃO
Apresentaremos neste conteúdo os conceitos da bioclimatologia e equideocultura, além dos
efeitos do clima sobre a produção animal, ambiência e climatização. Também estudaremos os
aspectos envolvidos na avaliação do exterior de equinos, incluindo as regiões zootécnicas e
diferentes características dos animais avaliados. Todos são aspectos importantes a serem
considerados na criação desse grupo de animais.
Veremos ainda as raças de equinos e asininos tanto nacionais como internacionais, assim
como os animais híbridos. Todos eles são considerados importantes do ponto de vista
comercial.
MÓDULO 1
 Descrever conceitos gerais e específicos da bioclimatologia e da equideocultura
BIOCLIMATOLOGIA
O conhecimento de que o ambiente possui papel de destaque como um dos grandes
responsáveis pela produtividade animal é fundamental na área de criação, pois ele, combinado
com a genética, é responsável pela expressão de diversas características animais. A
bioclimatologia é uma ciência que estuda as relações entre o clima e os animais, como os
equídeos. Nela, os elementos físicos ligados ao clima e sua relação com o bem-estar animal
são analisados.
Neste módulo, discutiremos vários conceitos ligados ao ambiente que possuem grande
relevância na produção animal – especificamente na equideocultura, que compreende a
criação de equinos, asininos e muares.
EFEITOS DO CLIMA TROPICAL NA PRODUÇÃO DE
EQUÍDEOS
Os equídeos são animais espalhados por quase todo o mundo em uma grande diversidade de
condições ambientais. Eles vivem em um ambiente composto por um conjunto de condições
externas naturais e artificiais a exercer sobre eles sua atuação.
Dos fatores que atuam sobre os equídeos, podemos citar o clima como o mais importante. Ele
pode atuar sobre os animais direta (por meio da temperatura, da radiação solar e da umidade)
e indiretamente (graças à qualidade e à quantidade de alimentos vegetais imprescindíveis à
produção animal).
O clima tropical é caracterizado pela alternância dos períodos úmidos e secos. Em cada região
brasileira, observam-se particularidades do ponto de vista climático. A terminologia “clima
tropical” não pode ser isolada, pois esse clima varia em função de alguns fatores, como
latitude, altitude e distribuição de terra e de água, além de vegetação, ventos e precipitação. A
interação desses fatores resulta em microclimas específicos em regiões específicas.
 SAIBA MAIS
No Brasil, a Região Sudeste, de maneira geral, possui clima tropical quente e úmido, tendo
uma temperatura média anual de 20° C e umidade relativa de 60% a 80%. Na Região Sul, o
clima tropical é do tipo úmido, com verões quentes e invernos relativamente frios. Sua
característica geral é o contraste da temperatura: alguns locais que, no verão, chegam a 40° C
registram até 0° C no inverno. Sua média anual é de 17° C a 20° C, enquanto a média no
inverno é inferior a 10° C. Na Região Norte, predomina o clima tropical quente e úmido, com
uma temperatura média anual de 25° C a 27° C e umidade relativa de 80% a 90%. Na Região
Centro-Oeste, por sua vez, verifica-se um inverno seco e verão úmido, com temperatura média
anual que varia de 19° C a 26° C. Na Região Nordeste, por fim, o clima varia bastante, desde
equatorial tropical propriamente dito e tropical úmido até tropical semiárido.
HOMEOTÉRMICOS
Têm a habilidade de controlar sua temperatura corporal dentro de uma faixa estreita
quando expostos a grandes variações de temperatura.
O clima atua diretamente sobre os equídeos, nos quais a temperatura representa o
componente do clima de maior importância. Os equídeos são animais homeotérmicos, ou
seja, sua temperatura interna é constante, independentemente da temperatura ambiente,
devido à presença de aparelho fisiológico termorregulador.
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Os animais criados nos trópicos possuem sua produção limitada pelo calor ambiente,
principalmente devido às modificações nas funções biológicas deles. Podemos observar o
aumento da temperatura retal, assim como da pele e dos pelos. Verificamos ainda uma maior
sudorese e a elevação das frequências respiratória e cardíaca, bem como uma redução das
perdas de água nas fezes e urina. Por fim, encontramos disfunções em vários metabolismos
(proteínas, energia e minerais), além da energia necessária para que o animal consiga eliminar
calor do corpo.
Além da temperatura do ar, a radiação e a umidade relativa são os elementos que mais podem
interferir na produção animal. A radiação solar direta sobre o animal aumenta bastante a carga
de calor recebida; além de possuir efeito térmico, ela tem uma ação química. Quando
associada à umidade e à alta temperatura, essa radiação representa o pior ambiente; ligada à
falta de sombra, por outro lado, ela completa o quadro de impossibilidade de termorregulação
dos animais.
Quando os equídeos são submetidos a condições de estresse pelo frio ou calor, eles lançam
mão de mecanismos fisiológicos de produção ou perda de calor para manter a homeotermia,
prejudicando seu desenvolvimento e sua produção. Isso leva à dificuldade na locomoção e
respiração, à relutância ao exercício e a um abatimento visível por meio da análise da
expressão facial do animal. A circulação e a respiração representam para um equino, quando
em atividade física, as fontes principais para a troca de calor. Além desses itens, podemos citar
também a sudorese, que ajuda o animal na termorregulação.
Quando o animal é criado em um ambiente inadequado, o desconforto térmico pode ser
gerado, implicando uma situação de estresse devido ao esforço realizado por ele com a
finalidade de manter sua temperatura corporal constante. Podemos definir o estresse térmico
como o resultante da inabilidade dele em dissipar calor em quantidade suficiente a fim de
manter a sua homeotermia. Para que os animais consigam manter a sua produtividade, eles
precisam estar nessa zona de conforto térmico.
Foto: Shutterstock.com
 Animais expostos ao calor.
Além da ação direta do clima, os equídeos também são influenciados de forma indireta devido
aos efeitos climáticos na disponibilidade e na qualidade alimentar. A alimentação dos equídeos,
animais herbívoros pós-gástricos, atém-se quase exclusivamente aos pastos no Brasil, que
apresentam estacionalidade de produção.
As gramíneas tropicais possuem ótimas taxas produtivas e podem ter taxa máxima de
crescimento 1,5 vez maior que as temperadas, porém a estacionalidade das chuvas e outras
condições climáticas não permitem produção uniforme ao longo do ano. O excesso no período
das águas e a escassez na seca influenciam a produção animal.
 Gramíneas tropicais.
 ATENÇÃO
Os equídeos criados na região tropical que recebem alimentação e manejo adequado, mas não
conseguem estabelecer suficiente equilíbrio térmico com o ambiente, apresentarão desperdício
de energia, uma vez que o equilíbrio ocorre principalmente devido ao aumento da frequência
respiratória, uma energia que seria usada para as funções produtivas.
POLIÉSTRICO
Possui vários ciclos reprodutivos ao longo do ano.
ESTACIONAL
O ciclo reprodutivo ocorre em uma única época do ano.
POLIÉSTRICO CONTÍNUO
Possui ciclos de reprodução durante todo o ano.
Os efeitos climáticos nas regiões tropicais exercem também grande influência sobrea
reprodução dos animais, cujos efeitos evidentes resultam muitas vezes na supressão ou
diminuição da eficiência reprodutiva. O equídeo é um animal poliéstrico. Ele pode se
comportar como estacional (em regiões mais distantes do equador), apresentando maior
índice de fertilidade na primavera e no verão, e como poliéstrico contínuo (regiões próximas
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do Equador). Dependendo da região, podemos observar grande variação na eficiência
reprodutiva das fêmeas, principalmente devido aos efeitos climáticos.
ESTRESSE TÉRMICO NA REPRODUÇÃO
EQUINA
Neste vídeo, falaremos sobre o conhecimento dos conceitos ambientais sobre os animais e
seus efeitos sobre a reprodução equina.
 RECOMENDAÇÃO
Ao considerarmos a conjuntura climática na região tropical, veremos que o animal criado
nessas condições deve possuir alta eficiência na utilização de alimentos; habilidade para
promover a perda de calor corporal de forma eficaz e para conservar a produção corporal de
calor, permitindo que os processos produtivos ocorram num nível normal, mesmo quando a
temperatura do ar é alta; isolamento contra a radiação solar (características de pele e pelos);
habilidade para suportar um alto grau de desidratação e elevação da temperatura corporal; e,
por fim, possuir um alto grau de resistência às doenças mais comuns.
ÍNDICES DE CONFORTO/AMBIÊNCIA
Ambiência é a definição de conforto que se baseia no contexto ambiental. Nesse contexto,
analisam-se as características de ambiente em função da zona de conforto térmico associado a
características fisiológicas que atuam na regulação da temperatura interna do animal. A
ambiência também leva em consideração o bem-estar dos animais.
Os equídeos criados nos trópicos, em média, possuem temperatura corpórea entre 37,5° C e
38,5° C. Eles são animais que tendem a manter sua temperatura corporal dentro de
determinada faixa de temperatura ambiente denominada zona de conforto térmico.
 SAIBA MAIS
A zona de conforto térmico pode ser definida como a temperatura do ambiente na qual a taxa
metabólica é constante, assim como a faixa de temperatura ambiente dentro da qual o animal
mantém a sua temperatura corpórea sem a necessidade do mecanismo termorregulador,
variando de 5°C a 25°C nos equídeos.
Imagem: Shutterstock.com
A zona de conforto térmico é dependente de vários fatores referentes ao animal, como a idade,
o peso, o estado fisiológico, a genética e os fatores ligados ao ambiente, como a temperatura,
a velocidade do vento, a umidade relativa, além de outros. Dentro dessa zona, ele mantém
uma variação normal de temperatura corporal. Já seu apetite é normal e a produção, ótima.
Em relação à umidade relativa do ar, a zona de conforto precisa oscilar entre 50% e 70% e
deve possuir proteção e barreiras contra a incidência direta de vento, pois pode estressar os
animais. Como vimos, quando o animal é criado em um ambiente inadequado, uma situação de
estresse pode surgir, o que é capaz de prejudicar seu desenvolvimento e desempenho.
Portanto, para que os equídeos consigam manter a sua produtividade, eles precisam estar
nessa zona de conforto.
A ambiência é muito importante na criação animal, pois ela é formada por diversos elementos
que o circundam em determinado local, que agem diretamente sobre o animal e indiretamente
sobre fatores de disponibilidade e qualidade de alimento, e pelo metabolismo em si, bem como
pela manifestação de ecto e endoparasitismo, doenças tropicais e, principalmente, dificuldades
na reprodução.
MANEJO E TECNOLOGIAS PARA
CONFORTO DOS ANIMAIS
Toda produção animal busca o bem-estar dos animais criados. Na equideocultura, isso não é
diferente; portanto, nos últimos anos, se tem buscado cada vez mais uma adequação na
criação dentro dos princípios de conforto.
A adoção de técnicas gerais de manejo, considerando instalações ou abrigos que objetivam o
conforto térmico, as práticas gerais de nutrição, o controle de doenças e parasitas e as
estratégias de melhoramento e seleção dos animais, devem estar disponíveis no sentido de
tornar o ambiente natural, propiciando boas condições e permitindo boas respostas produtivas
dos animais.
Entre as práticas comuns de manejo a fim de manter o conforto do animal, podemos citar:
Foto: Shutterstock.com
O banho tem como objetivo refrescar o animal e remover partículas externas no corpo. Ele
deve ser iniciado pelas pernas do animal; se for realizado após exercícios, deve-se aguardar a
diminuição da temperatura corpórea dele por alguns minutos, evitando, assim, o choque
térmico.
Foto: Shutterstock.com
A tosquia também pode ser utilizada com o intuito de facilitar a condução, a convecção e a
evaporação do calor.
Vamos compreender um pouco mais tais mecanismos:
CONDUÇÃO
CONVECÇÃO
EVAPORAÇÃO DE CALOR
CONDUÇÃO
É o mecanismo pelo qual ocorre a transferência de energia térmica entre os corpos num fluxo
que passa das moléculas com alta energia para as de baixa energia, ou seja, de uma zona de
alta temperatura para outra de baixa. O animal pode ganhar ou perder calor por condução
quando em contato com substâncias de baixa ou alta temperatura, incluindo o ar, a água e
materiais sólidos.
CONVECÇÃO
Acontece quando há perda de calor por meio de uma corrente de fluido que absorve energia
térmica em um local e se desloca para outro, ocorrendo a mistura entre porções mais frias do
fluido, e para elas transfere a energia. A ventilação favorece as perdas de calor entre o equídeo
e o ambiente.
EVAPORAÇÃO DE CALOR
Esse processo é proveniente da troca de calor por meio da mudança da água no estado líquido
para o gasoso, podendo gerar calor para fora do corpo do animal. Nos equídeos criados em
ambientes quentes, a perda de calor por evaporação ocorre principalmente por conta do trato
respiratório. É importante ressaltar que a perda de água por intermédio da evaporação é
dependente da pressão de vapor d’água: conforme a umidade aumenta, a perda de calor por
evaporação diminui.
O uso de cobertores pode ser uma boa alternativa para os animais em regiões mais frias,
servindo ainda como proteção contra a alta radiação aliada à alta temperatura ambiental.
Foto: Shutterstock.com
Cavalo com manta protetora (tipo cobertor).
Foto: Shutterstock.com
Cavalo com cobertor em região com alta temperatura e radiação solar alta.
Para animais confinados em baias, é recomendado que parte do dia seja destinada à práticas
de exercícios, de preferência nas suas horas mais frescas, a fim de evitar o estresse térmico e
traumas no animal.
Foto: Shutterstock.com
Equino confinado em baia.

Foto: Shutterstock.com
Cavalo fazendo exercício.
LOCAL ALTO
Aproximadamente 30cm a 60cm do chão.
Em relação à baia, que é o local onde o cavalo passa a maior parte do tempo, ela precisa ser
dimensionada de forma a permitir que o animal se movimente e tenha conforto. A baia também
deve estar em condições ótimas, uma vez que representa o abrigo e o local de descanso dos
animais.
O tamanho ideal é de, no mínimo, 16 metros quadrados (4m x 4m), permitindo, assim, que o
animal se movimente tranquilamente. A baia deve possuir cocho e bebedouro instalados em
local alto com profundidade de 20cm, além de um piso que facilite a higienização e que não
propicie a proliferação de microrganismos, mantendo o bem-estar dos animais.
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Foto: Shutterstock.com
 Equino se alimentando.
A alimentação é considerada um dos recursos utilizados pelos animais de forma mais eficiente
para controlar sua produção de calor nas zonas quentes. Os equídeos utilizam o mecanismo
de apetite voluntário para regular o consumo de alimentos como fonte energética.
Nas regiões tropicais, em que a temperatura ambiente excede por um longo período o limite de
tolerância ao calor, a redução na ingestão de alimentos funciona como uma estratégia
fisiológica do organismo para a homeotermia. O fornecimento de alimento adequado em
quantidade e qualidade para o animal,assim como água fresca com qualidade, considerando
as condições climáticas, lhe possibilita desempenhar o máximo da sua capacidade produtiva.
AMBIÊNCIA E CLIMATIZAÇÃO
Grandes criadores de equídeos do mundo têm buscado cada vez mais alternativas para
criação adequada dos animais. Nesse contexto, precisamos considerar a localização e
orientação das instalações dos animais, assim como avaliar o telhado, forros, beirais, a
lanternim, pé-direito, ventilação natural, temperatura da água de consumo, sombreamento e
arborização, além da genética animal.
Em relação à localização das instalações de criação de equídeos, terrenos de baixada têm de
ser evitados a fim de impedir problemas de alta umidade, baixa movimentação do ar e pouca
insolação no inverno. As coberturas das instalações para equídeos, em nosso hemisfério,
precisam possuir orientação leste-oeste para que, no verão, haja baixa incidência de radiação
solar no interior das instalações.
 Exemplo de instalação de criação de equídeos.
Outro ponto a ser considerado sobre a criação adequada de equídeos é o material de
cobertura (telhados), que deve apresentar alta refletividade solar e baixa emissividade térmica
e absortiva. A escolha do melhor material para cobertura reduz a carga de radiação.
Entre os melhores materiais, podemos citar as telhas de barro, cimento e alumínio. O uso de
forros, que funcionam como uma segunda barreira física, contribuindo na redução da
transferência de calor para o interior da instalação e os lanternins, que ajudam na ventilação do
forro, são ótimas alternativas para as instalações de equídeos, assim como os beirais de 1,5 m
a 2,0 m, projetados de forma a evitar entrada de chuva e raios solares.
 VOCÊ SABIA
No Brasil, mesmo que em menor intensidade, pode-se observar criadores investindo em
climatização de ambientes, rações e água com alta qualidade com intuito de obter animais
mais fortes, adaptados e em condições de conforto. Isso é acontece nos lugares onde eles são
criados tanto com a finalidade de lazer e trabalho quanto para os esportes.
Podemos citar como medidas ambientais importantes na criação de equídeos a disponibilidade
de sombra nos piquetes dos animais, principalmente de pastejo e de maternidade. Na
impossibilidade de sombra natural, algumas alternativas podem ser adotadas a fim de propiciar
um sombreamento artificial, como a tela sombrite.
A adoção de piquetes extensos ou baias amplas e arejadas, com boa entrada de luz e
ventilação, cama limpa, cocho com altura adequada e, quando possível, distrações nas baias
por meio de enriquecimento ambiental para evitar vícios, como aerofagia, mantém, assim, o
conforto animal e o bom desempenho.
Foto: Shutterstock.com
 Cavalo criado com sombra natural.
Foto: The Old Major/Shutterstock.com
 Nebulização de equino.
Hoje, os criadores de equídeos, principalmente aqueles voltados para práticas esportivas,
investem alto em ambiência, pois já chegaram à conclusão de que animais criados dentro dos
princípios do bem-estar possuem melhor desempenho. Métodos artificiais mecanizados, como
nebulizadores e ventiladores, têm sido utilizados – e o resultado obtido é considerado
satisfatório. Os ventiladores permitem uma redução no estresse calórico e são importantes
para regular a umidade do ar e eliminar a concentração de gases e poeira.
O uso de nebulização ou aspersão de água, combinado com a ventilação, objetivando reduzir a
temperatura interna do ar ambiente e favorecendo as trocas sensíveis de calor, também
representa uma ótima alternativa para melhoria de conforto para os animais.
Outros tipos de nebulizadores também podem ser usados. Eles são dispositivos ideais para
animais que vivem em climas secos ou com porcentagem de umidade muito baixa, pois ajudam
a melhorar a hidratação das vias respiratórias, evitando inclusive que o animal seja exposto a
patologias respiratórias.
 VOCÊ SABIA
Em animais de competição, os nebulizadores permitem a maximização do seu desempenho
por meio da melhoria da expansão brônquica e da ventilação pulmonar.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. HOJE EM DIA, OS CRIADORES DE EQUÍDEOS, PRINCIPALMENTE OS
VOLTADOS PARA PRÁTICAS ESPORTIVAS, VÊM INVESTINDO BASTANTE
EM AMBIÊNCIA, POIS JÁ CHEGARAM À CONCLUSÃO DE QUE ANIMAIS
CRIADOS DE ACORDO COM OS PRINCÍPIOS DO BEM-ESTAR POSSUEM
MELHOR DESEMPENHO. BASEANDO-SE NOS SEUS CONHECIMENTOS,
JULGUE OS ITENS ABAIXO E MARQUE A ALTERNATIVA QUE CITA
TODOS OS ITENS CORRETOS.
I. MÉTODOS ARTIFICIAIS MECANIZADOS, COMO NEBULIZADORES E
VENTILADORES, TÊM SIDO UTILIZADOS E VÊM OBTENDO RESULTADOS
SATISFATÓRIOS NOS CRIATÓRIOS ANIMAIS.
II. O USO DE VENTILADORES PERMITE UM AUMENTO NO ESTRESSE
CALÓRICO, EVITANDO A REGULAÇÃO DA UMIDADE E MANTENDO O
ANIMAL EM ALTO CONTROLE ENERGÉTICO.
III. O USO DE SOMBREAMENTO NOS CRIATÓRIOS ANIMAIS É UMA
TÉCNICA DE AMBIÊNCIA EXTREMAMENTE EFICAZ EM MELHORAR A
SENSAÇÃO TÉRMICA DOS ANIMAIS.
A) Apenas a III está correta.
B) Os itens I e II estão corretos.
C) Todos os itens estão corretos.
D) Apenas os itens I e III estão corretos.
E) Apenas o item II está correto.
2. TODA PRODUÇÃO ANIMAL BUSCA O BEM-ESTAR DELES – E, NA
EQUIDEOCULTURA, ISSO NÃO É DIFERENTE. NOS ÚLTIMOS ANOS, SE
TEM BUSCADO CADA VEZ MAIS ADEQUAÇÃO NA CRIAÇÃO DENTRO
DOS PRINCÍPIOS DE CONFORTO; POR ISSO, A ADOÇÃO DE TÉCNICAS
GERAIS DE MANEJO TEM SIDO REALIZADA. ENTRE AS PRÁTICAS
COMUNS DE MANEJO A FIM DE SE MANTER O CONFORTO DO ANIMAL,
PODEMOS CITAR.
A) Escovação e banho de sol nas horas mais quentes do dia.
B) Restrição da água de beber e alimentação rica em gordura.
C) Fornecimento de caulim e frutas ao animal.
D) Banhos, uso de mantas e tosquia.
E) Restrição alimentar e confinamento em baia 24 horas por dia.
GABARITO
1. Hoje em dia, os criadores de equídeos, principalmente os voltados para práticas
esportivas, vêm investindo bastante em ambiência, pois já chegaram à conclusão de que
animais criados de acordo com os princípios do bem-estar possuem melhor
desempenho. Baseando-se nos seus conhecimentos, julgue os itens abaixo e marque a
alternativa que cita todos os itens corretos.
I. Métodos artificiais mecanizados, como nebulizadores e ventiladores, têm sido
utilizados e vêm obtendo resultados satisfatórios nos criatórios animais.
II. O uso de ventiladores permite um aumento no estresse calórico, evitando a regulação
da umidade e mantendo o animal em alto controle energético.
III. O uso de sombreamento nos criatórios animais é uma técnica de ambiência
extremamente eficaz em melhorar a sensação térmica dos animais.
A alternativa "D " está correta.
O item II está errado, pois o uso de ventiladores diminui o estresse calórico e ajuda na
regulação da umidade.
2. Toda produção animal busca o bem-estar deles – e, na equideocultura, isso não é
diferente. Nos últimos anos, se tem buscado cada vez mais adequação na criação dentro
dos princípios de conforto; por isso, a adoção de técnicas gerais de manejo tem sido
realizada. Entre as práticas comuns de manejo a fim de se manter o conforto do animal,
podemos citar.
A alternativa "D " está correta.
Os manejos mais usados são o banho, com objetivo de refrescar o animal e remover partículas
externas no corpo; a tosquia, com intuito de facilitar a condução, convecção e evaporação do
calor; e o uso de mantas.
MÓDULO 2
 Reconhecer os critérios utilizados para avaliação do exterior equino
EZOOGNÓSIA
A parte zootécnica que trata das características do exterior dos grandes animais domésticos,
permitindo, assim, a avaliação do animal, utilizam conceitos anatômicos, fisiológicos,
mecânicos e patológicos. Tendo em vista sua aplicação funcional, aptidões e importância
econômica, ela é denominada estudo do exterior ou ezoognósia.
Em equídeos, seu estudo é realizado com a análise minuciosa das partes do exterior do corpo
animal, avaliando, de forma comparativa, suas características morfológicas e funcionais e
estabelecendo correlações com a parte sanitária, funcional, de temperamento e
enquadramento.REGIÕES ZOOTÉCNICAS
A padronização da nomenclatura utilizada para denominar as regiões zootécnicas dos equinos
é de grande importância tanto na padronização das resenhas como na avaliação dos animais
em julgamentos.
Os equinos, zootecnicamente, são divididos em quatro partes:
 ✓ Cabeça, dividida em quatro faces (dorsal, lateral direita, lateral esquerda e ventral) e duas
extremidades (cranial e aboral);
 ✓ Pescoço, dividido em duas faces (laterais ou tábuas esquerda e direita), duas extremidades
(cranial e caudal) e dois bordos (dorsal e ventral);
 ✓ Tronco, dividido em seis faces (dorsal, ventral, lateral direita, lateral esquerda, cranial e
caudal);
 ✓ E os membros (anteriores ou torácicos e posteriores ou pélvicos).
 Divisão zootécnica dos equinos.
SOBRE AS DIVISÕES DA CABEÇA
Em relação às divisões da cabeça, na face dorsal nós temos:
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Rodrigo Oliveira.
A fronte é a região localizada na porção rosto-dorsal da cabeça, tendo como limite caudal a
região da nuca; como limite ventral, o chanfro; e como limites laterais com as orelhas,
têmporas, olhais e regiões orbitárias.
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Rodrigo Oliveira.
O chanfro é a região situada na face dorsal da cabeça, que se estende desde a fronte até as
ventas, tendo como limite dorsal a fronte; como limite ventral, o ápice nasal; como limites
laterais, as bochechas e narinas; e como limite caudal, as regiões orbitárias.
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Rodrigo Oliveira.
A ponta das ventas é a região da face dorsal da cabeça, apresentando-se em região mais
oral. Situada entre as narinas, a ponta das ventas limita-se aboralmente com o chanfro e
oralmente com o lábio maxilar.
Nas faces laterais, estão localizadas as orelhas, fontes, olhais, arcadas orbitárias, bochechas e
narinas.
Foto: Shutterstock.com
As orelhas estão situadas na parte dorsal da cabeça e cranial à nuca, tendo como limite
medial a fronte, e se colocam dorsalmente à glândula parótida, que invade o seu bordo oral.
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Rodrigo Oliveira.
As fontes estão situadas na parte lateral da cabeça, correspondendo à parte exterior da
articulação temporomandibular. Elas têm como limite ventral a porção masseterina e como
limite dorsal, os olhais e a fronte. Aboralmente, separam-se da orelha por diminuta fração da
glândula parótida; oralmente, relacionam-se com a região orbitária.
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Rodrigo Oliveira.
As olhais estão situadas de forma caudodorsal à arcada orbitária, que é representada por uma
depressão correspondente à fossa órbito-temporal. Elas têm como limite aboral os olhos,
limitando-se com a fronte de forma oral e com as têmporas de forma lateral.
Foto: Shutterstock.com
As arcadas orbitárias são compostas por globo ocular, pálpebras, músculos motores do globo
ocular e demais anexos. Estão situadas em cada lado da fronte e dorsalmente à bochecha,
sendo o limite rostral a têmpora e olhais. Têm como limite caudal o chanfro.
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Rodrigo Oliveira.
As bochechas são responsáveis pela maior porção que compõe a face lateral da cabeça,
tendo como limite dorsal a região da têmpora, orbitária e chanfro. Elas possuem como limite
ventral a ganacha. Limitam-se à porção aboral com a glândula parótida e oralmente com a
comissura labial direita e esquerda.
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Rodrigo Oliveira.
As narinas são representadas pelos orifícios exteriores das cavidades nasais. Dorsalmente,
cada narina é limitada pela região do chanfro; lateral e rostralmente, pelo lábio maxilar; e
medialmente, pelo ápice nasal.
Na face ventral, estão a fauce, as ganachas e a barba.
A fauce é a região situada entre os dois ramos da mandíbula. Limita-se aboralmente com a
garganta. Seu limite oral é com a barba; os limites laterais, com as ganachas.
As ganachas estão situadas de cada lado da fauce. Seu limite aboral é feito com a garganta e
glândulas parótidas. Oralmente, continua-se com a barba; medialmente, com a fauce.
A barba está situada caudalmente à protuberância do mento. Limita-se com o lábio mandibular
oral e lateralmente. Seu limite aboral e lateral se estende em cada um dos lados com as
ganachas e caudalmente com o vértice da fauce.
Imagem: Shutterstock.com
 Ganacha no detalhe da imagem.
Na extremidade aboral, a única região a se analisar é a boca, área com destacada importância
em ezoognósia, pois, além das considerações em relação à sua abertura, faz-se necessária a
descrição dos dentes, gengivas, barras, língua, palato e canal lingual. Seu limite dorsal é feito
com o ápice nasal e laterodorsal com as narinas, apresentando ainda como limite lateral as
bochechas e como limite ventral a barba.
Na extremidade cranial, há a nuca, as parótidas e a garganta.
Imagem: Shutterstock.com, adaptado por Rodrigo Oliveira.
 Região da nuca.
A região da nuca, que está alocada entre as orelhas, é a região mais alta da cabeça e dorsal
ao bordo cranial do pescoço. Na região oral, a nuca está limitada pela fronte; na região lateral;
pelas orelhas e glândula parótida; e na caudal, pela porção mais rostral do bordo do pescoço.
As glândulas parótidas estão situadas lateralmente na cabeça. Seu limite dorsal é com as
orelhas; seu limite ventral, com a garganta; seu limite rostral, com a bochecha e a têmpora; e
seu limite caudal, com a tábua do pescoço.
A garganta é a região que compreende toda a prega do pescoço sobre a cabeça, contendo as
duas glândulas parótidas ventralmente. Seu limite rostral é com as fauces. Dorsolateralmente,
seu limite é com as ganachas e glândulas parótidas. Na porção dorsal, ela tem continuidade
com o limite ventral do bordo do pescoço.
SOBRE AS DIVISÕES DO PESCOÇO
Em relação às divisões do pescoço, as faces laterais ou tábuas apresentam-se próximo do seu
bordo medial; paralelamente a ele, existe uma depressão delimitada pelos músculos
braquiocefálico e esternocefálico. As tábuas se iniciam lateralmente na região das glândulas
parótidas e findam no centro do peito, em que se unem.
Imagem: Shutterstock.com, adaptado por Rodrigo Oliveira.
 Divisões do pescoço do equino.
Já em sua porção caudal é verificada a presença de um sulco bem evidenciado que,
dependendo de sua profundidade, apresenta a denominação de pescoço bem-posto, quando
apresenta maior profundidade, e de pescoço implantado no tórax, quando ela é menor. Na
extremidade cranial, há a união com a cabeça pelas regiões das glândulas parótidas, nuca e
garganta.
O bordo dorsal tem por característica o implante de pelos grossos e longos que dão origem à
crineira. Já o bordo ventral apresenta-se com maior espessura e em formato mais
arredondado de um lado a outro, tendo por base a traqueia.
SOBRE AS DIVISÕES DO TRONCO EM SEIS FACES
(DORSAL, VENTRAL, LATERAIS, CRANIAL E CAUDAL)
Em relação às divisões do tronco, a face dorsal é composta de cernelha, dorso, lombo e a
garupa. Já a ventral contém cilhadouro e ventre. As faces laterais são compostas por costado,
flanco e anca. Na face cranial, estão localizados o peito, a axila e a interaxila. Na caudal, estão
localizadas as regiões da cauda e perineal.
A cernelha está localizada na região cranial da face dorsal do tronco, apresentando como
limite dorsal a região das espáduas; como limite cranial, o bordo dorsal do pescoço; como
caudal, a região do dorso; e como ventral, a espádua e parte do costado.
O dorso está situado caudalmente à cernelha e cranialmente ao lombo. Seu limite cranial é
delimitado pela cernelha; o caudal, pelo lombo; e seu limite ventrolateral, pelo costado.
O lombo é a região que se segue ao dorso, localizado entre ele e a garupa. Ele apresenta
como limite cranial o dorso; como caudal, a garupa; e como lateral, o flanco, a região do vazio
e parte da anca.
A garupa faz parte da região dorsal do tronco. Seu limite cranial é delimitado pelo lombo; o
limite caudal, pela base da cauda e nádegas; e lateralmente,pela coxa e anca.
A região do cilhadouro está localizada na parte mais cranial da face ventral. Tem como limite
cranial a interaxila; como caudal, o ventre; e como limites laterais, o costado.
O ventre compreende quase toda a face ventral. Tem como limite cranial o cilhadouro. Seu
limite caudal é delimitado pela face interna da coxa por intermédio da virilha, enquanto seu
limite lateral é o costado e declive do flanco.
A região do costado está situada de cada lado do tronco, sendo a maior parte dessa face. Em
sua porção cranial, ela é limitada com a espádua e o braço. Tem como limite dorsal as regiões
da cernelha e dorso; e como limites ventrais, o cilhadouro e o ventre, continuando com o flanco
em sua porção caudal.
O flanco, constituído completamente por músculos, é composto por vazio, corda e declive.
Tem como limite cranial o costado; como caudal, anca e coxa; como ventral, o ventre; e como
dorsal, o lombo.
A região da anca está localizada cranialmente à garupa; craniodorsalmente, ao flanco e à coxa.
Tem como limite cranioventral o flanco; como caudoventral, a coxa; como caudodorsal, a
garupa; e, como craniodorsal, o lombo.
A região do peito está situada ventralmente à região do pescoço, tendo continuidade, em sua
porção ventral, com a axila e a interaxila e lateralmente com o braço. Tem como limite dorsal o
pescoço; como caudoventral, a axila e a interaxila; e, como lateral, o braço.
A região da axila está situada medialmente à interaxila, sendo limitada pelo antebraço.
Acompanhando a prega existente entre essas regiões, estende-se pela porção ventral do peito
até o codilho.
A região da interaxila é a mais caudal da porção peitoral, situada entre as axilas e cranial ao
cilhadouro. Seu limite caudal é representado por uma linha que corta transversalmente as duas
tuberosidades do olécrano.
A região da cauda está localizada na porção caudal do tronco, estando implantada
caudalmente à garupa e dorsalmente à região perineal. Tem como limite cranial a garupa;
como lateral, a nádega; e, como ventrocaudal, a região perineal.
A região perineal é descrita de forma diferenciada para machos e fêmeas. Nos machos, a
região perineal está compreendida entre o ânus e a base do pênis. Já nas fêmeas, ela fica
entre o ânus e a comissura vulvar dorsal.
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Rodrigo Oliveira.
 Divisões do tronco do equino
SOBRE AS DIVISÕES DOS MEMBROS (ANTERIORES
OU TORÁCICOS E POSTERIORES OU PÉLVICOS)
Em relação às divisões dos membros, os anteriores são divididos em:
Espádua: região do osso da escápula apresenta como limite dorsal a cernelha e como ventral
o braço.
Braço: região relativa ao osso úmero, o braço apresenta-se entre a espádua e o codilho.
Codilho: está situado na porção distal do braço, tendo como limite distal o antebraço relativo à
extremidade da ulna.
Antebraço: é a região do osso rádio situada entre o codilho e o joelho.
Joelho: assim é denominada a região dos ossos cárpicos, possuindo como limites o antebraço
e a canela.
Canela: região relativa ao terceiro metacárpico, ela possui como limites o joelho e o boleto.
Boleto: região que tem como limites a canela e quartela.
Quartela: região da falange proximal e média, a quartela tem como limites o boleto e a coroa
do casco.
Casco: é a região do estojo córneo que envolve a falange distal com a finalidade de
sustentação e proteção. Ele pode ser dividido em coroa do casco, sendo essa a parte dorsal do
estojo córneo; muralha, que é a parte queratinizada e mais visível do casco; sola, a parte que
ocupa a maior porção da face plantar/palmar do casco; e ranilha, em forma de cunha, que está
localizada na metade caudal do casco.
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Rodrigo Oliveira.
 Ilustração das divisões dos membros dos equinos.
Os membros posteriores são divididos em:
Nádega: região que possui como limite dorsal a porção ventral da garupa, estendendo-se até o
jarrete.
Coxa: região relativa ao osso fêmur, tendo como limites a garupa, a nádega e a soldra.
Soldra: região articular existente entre a coxa e a perna. É onde está localizada a patela.
Perna: região dos ossos tíbia e fíbula, tendo como limite a soldra e o jarrete.
Jarrete: região que representa os ossos társicos, o jarrete possui como limites a perna e a
canela.
Canela: região dos metatarsos, a canela tem como limites o jarrete e o boleto.
Boleto: região que possui como limites a canela e a quartela.
Quartela: região da falange proximal e média, ela tem como limites o boleto e a coroa do
casco.
Casco: apenas difere dos membros anteriores por possuir forma mais alongada.
CARACTERÍSTICAS DA PELAGEM
Pelagem é o conjunto de pelos que recobre o corpo animal por toda a sua extensão, podendo
ser de uma ou mais cores, tendo uma grande importância para o registro dos animais nas
associações e para a resenha dos quando nascem. Até o segundo ano de vida, a pelagem dele
ainda não está completamente definida, apresentando sua real definição após o 24º mês.
Os tipos de pelagem para cavalos apresentam uma grande variação. Eles são divididas em
três categorias:
Imagem: Shutterstock.com
Pelagem simples: formada por pelos e crinas da mesma cor.
Imagem: Shutterstock.com
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Pelagem composta: A pelagem composta possui pelos bicolores misturados com crina e
cauda diferentes.
Imagem: Shutterstock.com
Pelagem conjugada: É formada por malhas e pintas de contorno irregular mescladas com
branco.
A seguir, abordaremos os principais tipos de pelagem dentro de cada categoria.
PELAGENS SIMPLES
Apresentaremos alguns exemplos de pelagens simples:
Foto: Shutterstock.com
Branca: quando ocorre a despigmentação completa de pelo e mucosas, ela é classificada
como albina. Quando se apresentar em tom amarelado, é denominada branca suja. Já quando
contém reflexos azulados por causa da mucosa escura, é chamada de branca porcelana.
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Foto: Shutterstock.com
Preta: quando o animal apresentar todo o seu corpo, ou seja, pelo, crina e cauda na coloração
preta, a cor será denominada preta simples. Com um preto bem pronunciado, tendo, no
entanto, alguns reflexos azulados, ela será chamada de preta azeviche. Com a cabeça
completamente preta, com reflexos avermelhados nas axilas e flancos, ela será conhecida
como preta maltina.
Fotos: OLIVEIRA, 2012, p. 13.
Alazã: quando o animal apresentar todo o seu corpo, ou seja, pelo, crina e cauda de coloração
avermelhada, podendo variar até um amarelado, a cor será denominada alazã simples. Com
uma tonalidade vermelha mais pronunciada, alazã cereja. Com uma coloração vermelha mais
escura, alazã tostada. Com um a tonalidade amarela, com crina e cauda nas cores creme ou
branca, alazã amarilha. Já quando houver pelos de tonalidade amarela, com crina, cauda e as
extremidades de coloração vermelha, ela será denominada alazã acima de baia.
Foto: shutterstock.com
Castanha: quando apresentar pelos de tonalidade vermelha e crina, cauda e extremidades de
cor preta, a cor será denominada de castanha simples. Quando o vermelho tiver tonalidades
mais claras e a tonalidade preta não atingir toda a canela do animal, ela será chamada de
castanha clara. Com uma tonalidade dos pelos vermelho-escura, castanha-escura. Quando a
tonalidade vermelha for bem pronunciada, quase preta, castanha pinhão. Quando o animal
apresentar pelagem castanha pinhão sem cor preta na cabeça e nos membros, castanha
zaina.
Foto: Pixabay
Baia: quando o animal apresentar pelos de tonalidade amarela, indo do claro ao bronzeado, a
cor será denominada baia simples. Com pelos amarelos bem escuros, baia escura; já com eles
bem claros, baia palha. Nesses animais, crina, cauda e extremidades possuem coloração
preta.
PELAGENS COMPOSTAS
São exemplos de pelagens compostas:
Foto: Shutterstock.com
Tordilha: Quando o animal apresentar pelos brancos e pretos intercalados por todo o corpo,
crina e cauda, a cor será denominada tordilha simples. A tendência éque o animal nasça com
tonalidade mais escura e vá clareando com o tempo. Com apenas alguns brancos intercalados
na maioria preta, ela será denominada tordilha negra. Quando a maioria dos pelos for de cor
branca com alguns intercalados pretos, tordilha clara. Quando houver poucos pelos e a
pigmentação da pele mais pronunciada, ela será chamada de tordilha ruço.
Foto: Shutterstock.com
Rosilha: apresenta pelos brancos intercalados com outros tipos de pelagem, com a
predominância da pelagem de fundo da cabeça, sendo essa a complementação da
classificação. Caso seja castanha, a cor será chamada rosilha castanha, sendo válido da
mesma forma para as demais possibilidades.
Fotos: OLIVEIRA, 2012, p. 18.
Lobuna: é o animal que possui pelagem amarela e preta intercalada, com o domínio de preto
na cabeça. Pode ser claro ou escuro dependendo da tonalidade que mais predominar no corpo
do animal.
PELAGENS CONJUGADAS
São exemplos de pelagens conjugadas:
Foto: Shutterstock.com
Apalusa: assim será denominado o animal que tiver pelagem de qualquer cor e malha
despigmentada na garupa.
Foto: Shutterstock.com
Pampa: quando um animal tiver como coloração predominante a cor branca, ele será
denominado Pampa. Quando a região de cor branca for a menor, ele receberá a
complementação com a cor de fundo acrescido de, por exemplo, castanho pampa.
Foto: OLIVEIRA, 2012, p. 24.
Persa ou leopardo: o animal tem a pelagem branca e a pele despigmentada em diversas
malhas circunscritas de outro tipo de pelagem de fundo por todo seu corpo.
TIPOS E DIREÇÕES DE CABEÇA E
PESCOÇO
Quando realizamos a avaliação da cabeça e do pescoço de equinos, alguns parâmetros são
necessários para balizar essa análise, como, por exemplo, tamanho, forma, perfil cefálico,
direção e ligação, para a cabeça são aplicados o tamanho, forma e direção em relação ao
pescoço.
QUESITOS AVALIADOS EM RELAÇÃO À CABEÇA:
Tamanho: O primeiro ponto de avaliação é em relação à sua proporcionalidade, devendo ser o
mais proporcional possível ao tamanho do animal, sendo ela mediana no comprimento e no
seu peso. Como o centro de gravidade dos equinos é modificado para frente e para trás
conforme o abaixamento ou a elevação da cabeça, essa região acaba por ter uma importância
funcional e racial.
Forma: É uma característica racial dividida em: retangular, quando apresenta comprimento
médio, olhos próximos e chanfro mais largo, e triangular, quando é curta, tendo os olhos
afastados e um chanfro estreito.
Foto: DITTRICH, 2001.
Cabeça de tamanho retangular.
Foto: DITTRICH, 2001.
Cabeça de tamanho triangular.
Perfil cefálico: Tal quesito pode ser classificado como retilíneo, convexilíneo e concavilíneo
(figura 26), variando entre as diferentes raças e até mesmo entre indivíduos; no entanto, ele
tem pouca influência no desempenho funcional dos equinos.
Foto: DITTRICH, 2001.
 Perfil cefálico retilíneo, convexilíneo e concavilíneo (da esquerda para direita,
respectivamente).
Direção: deve ser considerada com o animal em estado natural, sendo avaliada de perfil e
apresentando o ângulo em relação à horizontal. Quando formar um ângulo de 45° com a
horizontal e 90° com a direção do pescoço, será classificada como diagonal. Já com um ângulo
maior que 45° com a horizontal, sua classificação será como encapotada; e, com um menor
que 45° com a horizontal, o será como horizontal.
Foto: DITTRICH, 2001.
 Direção da cabeça (da esquerda para direita, diagonal, encapotada e horizontal,
respectivamente).
Ligação: trata-se da região onde ocorre a junção da cabeça com o pescoço, possuindo grande
importância no equilíbrio dos cavalos. Quando a cabeça se apresentar bem associada ao
pescoço, com boa distância entre eles, a ligação será classificada como normal. Quando
destacada dele, o será como descosida. Já quando estiver extremamente unida ao pescoço,
será classificada como embutida.
Foto: DITTRICH, 2001.
 Ligação da cabeça (normal, descosida e embutida, da esquerda para direita,
respectivamente).
QUESITOS AVALIADOS EM RELAÇÃO AO PESCOÇO:
Tamanho: deve ser proporcional ao cavalo, permitindo, assim, um perfeito equilíbrio entre
tronco e cabeça.
Forma: tal característica é avaliada com base nos bordos dorsal e ventral. Quando os bordos
dorsal e ventral convergirem para a cabeça de forma retilínea, será denominada piramidal.
Quando o bordo dorsal for todo convexo, será chamada de rodado. Quando esse bordo se
apresentar convexo e o ventral, retilíneo, ela será denominada cisne.
Foto: DITTRICH, 2001.
 Forma do pescoço (piramidal, rodado e cisne, da esquerda para direita, respectivamente).
Direção: com o animal sendo avaliado de perfil, será feita a análise da direção assumida pelo
pescoço em relação à cabeça, ao tronco e à horizontal. Quando o eixo médio do pescoço
formar um ângulo de 90° com a cabeça e de 45° com o horizonte, a direção será classificada
como diagonal. Quando o ângulo com a horizontal for menor que 45°, a direção será
classificada como horizontal. Quando o ângulo do pescoço com a horizontal for maior que 45°,
ela será classificada como vertical.
CARACTERÍSTICAS DO TRONCO E
APRUMOS
A avaliação dos equinos, considerando suas formas e proporções, tem como objetivo principal
verificar as qualidades e os defeitos de cada região ou conjunto. Tal avaliação deve ser
pautada por meio de mensurações, estabelecendo, assim, uma classificação dos equinos
quanto às suas características corporais.
IMPORTÂNCIA DOS MEMBROS E
APRUMOS PARA OS EQUINOS
Neste vídeo, o especialista falará sobre a importância de membros e aprumos, assim como
sobre seu conhecimento para avaliação dos animais.
Em relação à altura, os cavalos serão classificados em grandes, quando a altura for superior a
1,60 m; médios, quando for de 1,50 m até 1,60 m; e pequenos, quando ela for inferior a 1,50 m.
Foto: Shutterstock.com
Cavalo de tamanho grande.
Foto: Shutterstock.com
Cavalo de tamanho médio.
Em relação à largura, as áreas de medição deverão ser peito, tórax e ancas, sendo os cavalos
de tração os que apresentam larguras grandes e comprimento maior que a altura. Já os de sela
têm larguras médias e largura igual ou pouco maior que o comprimento.
Em relação ao peso, os cavalos serão classificados como:
HIPERMÉTRICOS
Quando apresentarem peso acima de 550 kg.
CUMÉTRICOS
Quando pesarem entre 350 kg e 550 kg.
HIPOMÉTRICOS
Quando seu peso for inferior a 350 kg.
Listaremos a seguir os índices utilizados na classificação dos animais:
ÍNDICE DÁCTILO (IDT)
É a razão entre o perímetro da canela (PC) e o perímetro do tórax (PT) do animal. Será
classificado como leve se o IDT for superior a 0,105; médio, quando o IDT for superior a 0,108;
de tração, quando o IDT for superior a 0,110; e de tração pesada, quando o IDT for superior a
0,115.
ÍNDICE CORPORAL (IC)
É a relação entre comprimento do corpo (CC) e o perímetro torácico (PT) do animal. Será
classificado como longilíneo quando o IC for superior a 0,90; mediolíneo, quando o IC for entre
0,86 e 0,88; e brevilíneo, quando o IC for inferior à 0,85.
ÍNDICE DE CONFORMAÇÃO
Será a relação entre o quadrado do perímetro torácico (PT2) e a altura na cernelha (A). Quanto
maior for a razão entre as variáveis, mais apto será o cavalo para tração; quanto menor a razão
entre elas, mais ligeiro ele será.
ÍNDICE DE CAPACIDADE (ICP)
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Será obtido pela relação entre peso (P) e altura (A) do animal. É classificado como cavalo de
sela aquele cujo ICP é menor que 0,20; cavalo de tração ligeira, aquele em que o ICP varia
entre 2,60 e 3,15; e cavalo de tração pesada, o que apresenta um ICP acima de 3,15.
A classificação quanto à garupa do animal é dividida em inclinação e forma.
INCLINAÇÃO
Quanto à inclinação, a garupa poderá ser classificada em horizontal quando apresentar
inclinação entre 12 e 25 graus; inclinada, com inclinação entre 25 e 30 graus;oblíqua, de 30 a
35 graus; e derreada, quando for superior a 35 graus.
Fotos: DITTRICH, 2001.
 Classificação quanto à garupa (horizontal, inclinada e oblíqua, da esquerda para direita,
respectivamente).
FORMA
Em relação à forma, a garupa será observada pela face caudal e receberá a denominação
pontuada ou de marimbondo quando as linhas laterais e superiores convergirem para trás;
garupa dupla, quando ela for sulcada no meio; e garupa cortante, quando apresentar apófises
espinhosas evidentes.
Os aprumos corretos permitem que o animal se locomova com um andamento perfeito,
contribuindo também para o equilíbrio e a boa impulsão dos equinos. As correções de aprumo,
pela correção do casco, devem ser realizadas até seis meses de idade do potro. Após essa
idade, a correção poderá acarretar lesões que comprometam a funcionalidade do animal.
Podemos separar as linhas de aprumos dos cavalos em:
Imagem: DITTRICH, 2001.
Linha AB: linha que parte da ponta da espádua indo até o solo, passando pelo antebraço,
joelho, canela, boleto, quartela e casco, dividindo-os praticamente em duas partes iguais.
Imagem: DITTRICH, 2001.
Linha XY: linha vertical do centro de movimento do tronco sobre os membros, parte do terço
superior da paleta, transcorrendo o meio do braço, joelho e boleto, indo até o solo, atrás do
casco.
Imagem: DITTRICH, 2001.
Linha CD: linha vertical que parte da extremidade da nádega, tangenciando a ponta do jarrete,
descendo pela face posterior da canela e do boleto, atingindo, assim, o solo.
Imagem: DITTRICH, 2001.
Linha EF: na raça Árabe (esquerda), é a linha vertical que parte da ponta da nádega,
tangenciando jarrete e canela e atingindo o solo após o casco. Em raças como Campolina e
Manga-Larga Marchador (direita), trata-se da linha vertical que parte da ponta da nádega e
passa pelo jarrete, canela e boleto, atingindo o solo após o casco.
PRINCIPAIS DEFEITOS DE APRUMO DOS
MEMBROS ANTERIORES VISTOS DE PERFIL
Imagem: DITTRICH, 2001.
Acampado de frente
Inclinação dos membros para frente. Sobrecarga de rins e jarrete.
Imagem: DITTRICH, 2001.
Ajoelhado
O joelho do cavalo se encontra deslocado para frente da linha de aprumo e demonstra a
fraqueza dos membros anteriores.
Imagem: DITTRICH, 2001.
Sobre si de frente
Membros inclinados para trás. Sobrecarga de tendões, ligamentos e músculos anteriores.
Imagem: DITTRICH, 2001.
TRANSCURVO
O joelho do cavalo se encontra deslocado para trás da linha de aprumo. Há prejuízo na firmeza
dos membros anteriores.
PRINCIPAIS DEFEITOS DE APRUMO DOS
MEMBROS ANTERIORES VISTOS DE FRENTE
Entre os principais defeitos de aprumo dos membros anteriores, encontram-se os aprumos
abertos de frente (desvio dos membros anteriores para fora do eixo regular e para fora das
linhas de aprumo) e os fechados de frente (membros deslocados para dentro da linha de
aprumo).
Imagem: DITTRICH, 2001.
 Ilustração dos principais defeitos de aprumo dos membros anteriores vistos de frente (da
esquerda para direita, aberto de frente, fechado de frente, esquerdos e joelhos cambaios).
Há maior incidência de ferimentos causados pelo contato entre os membros esquerdos
(quartela e o casco estão torcidos para fora das linhas de aprumo, provocando o arqueamento
dos pés) e joelhos cambaios (os joelhos encontram-se desviados para dentro da linha de
aprumo).
PRINCIPAIS DEFEITOS DE APRUMO DOS MEMBROS
POSTERIORES VISTOS DE PERFIL
Dos principais defeitos de aprumo dos membros posteriores, podemos citar o acampado de
trás (os membros encontram-se inclinados para trás); a sobrecarga de tendões, ligamentos e
músculos posteriores; e o acurvilhado (desvio completo do membro diante da linha diretriz EF
com pequeno avanço do jarrete e canela. Sobrecarga das articulações do curvilhão e boleto).
Imagem: DITTRICH, 2001.
Acampado de trás.
Imagem: DITTRICH, 2001.
Acurvilhado.
PRINCIPAIS DEFEITOS DE APRUMO DOS MEMBROS
POSTERIORES VISTOS DE TRÁS
Entre os principais defeitos de aprumo dos membros posteriores, podemos citar os membros
abertos de trás (membros desviados lateralmente) e os fechados detrás (membros desviados
medialmente), assim como os jarretes arqueados (o jarrete está voltado lateralmente) e
cambaios (o jarrete está voltado medialmente).
Imagens: DITTRICH, 2001.
Aberto de trás e fechado de trás.
Imagens: DITTRICH, 2001.
Jarretes arqueados e jarrete cambaio).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. EM RELAÇÃO À AVALIAÇÃO DOS EQUINOS, CONSIDERANDO SUAS
FORMAS E PROPORÇÕES, ELA POSSUI COMO OBJETIVO PRINCIPAL:
A) Verificar as qualidades e os defeitos de cada região ou conjunto. Tal avaliação deve ser
pautada por meio de mensurações, estabelecendo, assim, uma classificação dos equinos
quanto às suas características corporais.
B) Verificar a conversão alimentar e a eficiência alimentar com o intuito de aumentar a
produção animal em todas as fases de desenvolvimento animal, permitindo que expressem o
máximo de sua capacidade genética.
C) Verificar as condições sanitárias do animal, gerando valores por meio de mensurações e
permitindo classificação dos equinos quanto às suas características ligadas à saúde animal.
D) Verificar o potencial genético animal por meio de mensurações de sua capacidade produtiva
com o auxílio de testes, estabelecendo, assim, uma classificação dos equinos quanto ao seu
valor genético.
E) Verificar a qualidade nutricional e de manejo dos animais por meio de provas de
desempenho, estabelecendo, assim, parâmetros que permitem comparações com faixas
padrões de qualidade.
2. QUANDO REALIZAMOS A AVALIAÇÃO DA CABEÇA E DO PESCOÇO DE
EQUINOS, ALGUNS PARÂMETROS SÃO NECESSÁRIOS PARA BALIZAR
TAL ANÁLISE, TAIS COMO:
A) Para o pescoço, análise da ligação e forma; para a cabeça, tamanho e forma.
B) Para a cabeça, análise do tamanho, forma, perfil cefálico, direção e ligação; para o pescoço,
tamanho, forma e direção.
C) Para o pescoço, análise do perfil cefálico; para a cabeça, altura e diâmetro.
D) Para a cabeça e pescoço, análise da forma, altura, área e diâmetro.
E) Para a cabeça, análise da direção apenas; para o pescoço, tamanho, forma e direção.
GABARITO
1. Em relação à avaliação dos equinos, considerando suas formas e proporções, ela
possui como objetivo principal:
A alternativa "A " está correta.
A avaliação dos equinos, considerando suas formas e proporções, possui como objetivo
principal verificar qualidades e defeitos relacionados aos aprumos e ao tronco, permitindo uma
classificação dos equinos.
2. Quando realizamos a avaliação da cabeça e do pescoço de equinos, alguns
parâmetros são necessários para balizar tal análise, tais como:
A alternativa "B " está correta.
A avaliação da cabeça e do pescoço dos equinos considera a análise do tamanho, forma e
direção para ambos. Para a cabeça, ela ainda considera a ligação e o perfil cefálico.
MÓDULO 3
 Identificar as principais raças de equinos e pôneis de importância comercial
RAÇAS DE EQUINOS E PÔNEIS
A equinocultura é a parte do agronegócio que versa sobre a criação de equinos, buscando o
desenvolvimento e aperfeiçoamento da criação para os mais diversos fins, como cavalo para a
lida, cavalo militar, esportes, equoterapia, turismo equestre, exposições e eventos, exportações
e importações de cavalos vivos, entre outros exemplos.
Na equinocultura, é muito comum o uso dos cavalos e dos pôneis, mas você sabe quais são as
principais diferenças entre esses equinos?
Cavalos
São equinos classificados como de grande porte, possuindo corpo arredondado, com pelagem
curta e lisa que se alonga nas proximidades da cauda e na tábua do pescoço, o que dá origem
à crina. Seu corpo é adaptado para velocidade e alta capacidade de tração conferida por
músculos bem desenvolvidos ligados aos ossos das coxas, tronco e antebraços.


Pôneis
São equinos de baixa estatura muito utilizados para trabalho e lazer. Com altura na cernelha
menor que 150cm, oscilam entre 86,4cm e 148cm. Possuem cabeça com perfil frontonasal de
reto e subconvexo,olhos grandes, orelhas médias, narinas grandes e elípticas, temperamento
manso, crinas e caudas mais densas que as do cavalo, além de estrutura óssea pesada e
pernas curtas proporcionais.
Os equinos pertencem ao gênero Equus e à subespécie Equus ferus caballus. A partir de
agora, veremos as principais raças nacionais e internacionais de cavalos e pôneis de
importância comercial.
EQUINOS DE IMPORTÂNCIA COMERCIAL
Entre as principais raças de cavalos com importância comercial exploradas no Brasil, podemos
citar as seguintes:
Raça Campolina
Origem: Minas Gerais, a partir do cruzamento de um cavalo da raça Andaluz com uma égua da
raça Crioula.
Características: porte nobre, formas harmoniosas, cabeça levemente convexilínea, crinas
fartas, estrutura óssea e muscular que favorece o marchar. Essa raça pode apresentar
pelagem de todas as cores.
Utilização: voltada para montaria, trabalho com tração leve e lazer.
Raça Crioulo
Origem: Argentina.
Características: é considerado resistente, de compleição robusta, com cabeça grande e curta
e peito amplo. Apresenta pelagem nas cores castanha, baia, rosilha e tordilha.
Utilização: montaria e trabalhos de tração leve.
Raça Manga-larga
Origem: sul de Minas Gerais, a partir do cruzamento da raça Alter com éguas mestiças.
Características: garupa ampla e comprida, além de musculatura das coxas bem definida.
Apresenta pelagem nas cores castanha, ruã, alazã e tordilha. Possui altura média de 1,55 m.
Utilização: montaria e lida com o gado.
Raça Manga-larga marchador
Origem: sul de Minas (por intermédio do cruzamento de cavalos da raça Alter).
Características: boa compleição muscular por todo o corpo, pescoço esguio e peitoral amplo e
profundo. Apresenta pelagem nas cores castanha, ruã, alazã e tordilha. Possui altura média de
1,55 m.
Utilização: lida com o gado e montaria em longas distâncias.
Raça Nordestino
Origem: região Nordeste do Brasil. É observada como uma variação da raça Crioulo.
Características: porte médio e boa compleição muscular. A pelagem mais comum é a tordilha,
seguida pela castanha.
Utilização: sua utilização mais comum é a montaria.
Raça Pantaneiro
Origem: originada do cruzamento de cavalos mestiços com cavalos Crioulos e Árabes.
Características: são animais de compleição muscular forte, pescoço proporcional e peito largo
e profundo. Admitem pelagem em todas as cores, exceto a Albina. Possuem altura média de
1,40 m.
Utilização: montaria e lida com o gado.
Raça Puro-sangue Inglês (PSI)
Origem: Inglaterra.
Características: é famosa por sua agilidade, velocidade e espírito, a PSI possui altura média
de 1,62 m, cabeça refinada, pescoço longo, tórax largo, dorso curto, pernas longas e finas.
Apresenta pelagem variando do castanho, alazão, negro e tordilho.
Utilização: PSIs são muito utilizados em competições esportivas, como turfe e hipismo.
Raça Appaloosa
Origem: possui origem americana.
Características: são animais ágeis e velozes. Têm altura média de 1,52 m e pelagem
característica, com pintas pequenas ou manchas escuras distribuídas de forma irregular,
principalmente sobre o lombo e sobre a garupa.
Utilização: Essa raça é muito apreciada para provas de trabalho, corridas de curta distância,
enduro e lazer.
Raça Árabe
Origem: Oriente Médio, sendo considerada a raça mais antiga do mundo.
Características: é muito apreciada por sua inteligência, sensibilidade e facilidade de se
relacionar com humanos. Esses animais possuem uma cabeça grande, mas fina e elegante,
além de olhos grandes. Contam com um lombo que alonga a parte traseira e possuem o
tamanho padrão em torno de 1,53 m. Sua pelagem varia entre preta, castanho e baio, entre
outras cores.
Utilização: vaquejadas, enduros, hipismo e provas de corrida clássicas.
Foto: Shutterstock.com
Raça Quarto de Milha
Origem: Estados Unidos. Para o registro dessa raça, são aceitos cruzamentos entre animais
Quarto de Milha e Puro-sangue Inglês.
Características: possui, em média, 1,51 m, orelhas pequenas e distantes entre si, narinas
grandes, docilidade, robustez, velocidade e aparência forte e tranquila. As pelagens mais
comuns são: alazã, baia, palomina, castanha, rosilha, tordilha, lobuna e preta.
Utilização: é muito apreciada para o esporte e lida no campo e trabalho.
Em relação às raças de pôneis mais utilizadas no Brasil, podemos citar:
Raça Pônei Brasileiro
Origem: descende da raça Shetland da Escócia, mas também possui ancestral da Argentina,
Paraguai e Uruguai.
Características: os pôneis machos dessa raça não ultrapassam 100cm e as fêmeas, 110cm,
com média de estatura de 90cm.
Utilização: são animais muito utilizados, tendo dupla aptidão para sela e tração leve.
Raça Piquira
Origem: Minas Gerais, porém, hoje em dia, está difundida no Brasil inteiro.
Características: esses animais possuem altura de 122cm para machos e 120cm para fêmeas,
em média. Devido ao seu andamento marchador, rusticidade e resistência, apresenta facilidade
no manejo e docilidade.
Utilização: essa raça é muito apreciada e muito utilizada para lida em fazenda.
Raça Haflinger
Origem: Áustria e Itália.
Características: é muito ativa e dócil. Possui um galope enérgico, porém suave, sendo muito
apreciada pela sua elegância. Os machos dessa raça têm altura entre 142cm e 150cm; as
fêmeas, de 138cm a 148cm.
Utilização: possui aptidão para transporte de carga, hipismo e trekking (Passeio em
montanha.)
Raça Fjord
Origem: Norueguesa, ela é considerada uma das raças mais antigas e de maior pureza.
Características: são animais dóceis, ativos, fáceis de treinar e manejar, tendo uma altura entre
137cm e 147cm.
Utilização: é muito usada para equitação, tração e adestramento.
Raça Welsh Pony
Origem: País de Gales.
Características: é muito forte e compacta, com altura máxima de 122cm.
Utilização: seus animais são muito utilizados para montaria, esporte (destacam-se pelos seus
saltos) e tração.
Raça Reitpony
Origem: Alemanha. Ela passou por um extenso programa de seleção, na década de 1960, com
o intuito de produzir animais para o hipismo infantil.
Características: são animais dóceis, com altura entre 138cm e 150cm e de grande habilidade
esportiva.
Utilização: ao lado da raça Haflinger, está entre as principais raças de pôneis de hipismo no
Brasil. Além do hipismo, são muito utilizados para cavalgada e adestramento.
CRIAÇÃO DE PÔNEIS: ALTERNATIVA DE
LUCRATIVIDADE PARA PEQUENOS
PRODUTORES
Neste vídeo, o especialista abordará a criação de pôneis, explicando como ela pode
incrementar a renda de pequenos produtores brasileiros.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. DIFERENTES ATIVIDADES ECONÔMICAS ESTÃO BASEADAS NA
EQUINOCULTURA; ENTRE ELAS, O ESPORTE, O TURISMO, EVENTOS,
IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO. DAS PRINCIPAIS RAÇAS DE CAVALOS
COM IMPORTÂNCIA COMERCIAL EXPLORADAS NO BRASIL, PODEMOS
CITAR:
A) Jersey
B) Holandesa
C) Jafarabadi
D) Puro-sangue inglês
E) Nelore
2. O PÔNEI É UM EQUINO DE BAIXA ESTATURA MUITO UTILIZADO PARA
TRABALHO E LAZER. DAS PRINCIPAIS RAÇAS UTILIZADAS NO BRASIL,
PODEMOS CITAR O PÔNEI BRASILEIRO, PIQUIRA, HAFLINGER, FJORD,
WELSH PONY E REITPONY. DE MANEIRA GERAL, CITAMOS COMO
CARACTERÍSTICAS DOS PÔNEIS:
A) A altura na cernelha menor que 160 cm, orelhas grandes, temperamento manso, estrutura
óssea leve e pernas grandes proporcionais.
B) A altura na cernelha menor que 150 cm, olhos grandes, temperamento manso, crinas e
caudas mais densas que as do cavalo, estrutura óssea pesada e pernas curtas proporcionais.
C) A altura na cernelha menor que 170 cm, olhos pequenos, crinas e caudas menos densas
que as do cavalo, estrutura óssea leve e pernas curtas proporcionais.
D) A altura na cernelha menor que 120 cm, narinas pequenas, temperamento manso, estrutura
óssea pesada e pernas curtas proporcionais.
E) A altura na cernelha menor que 140 cm, olhos grandes, orelhas médias, temperamento
arredio, crinas e caudas mais densas que as do cavalo.
GABARITO
1. Diferentes atividades econômicas estão baseadas na equinocultura;entre elas, o
esporte, o turismo, eventos, importação e exportação. Das principais raças de cavalos
com importância comercial exploradas no Brasil, podemos citar:
A alternativa "D " está correta.
A raça PSI é muito utilizada para o esporte e melhoramento genético. As outras raças citadas
não são de equinos.
2. O pônei é um equino de baixa estatura muito utilizado para trabalho e lazer. Das
principais raças utilizadas no Brasil, podemos citar o pônei Brasileiro, Piquira, Haflinger,
Fjord, Welsh Pony e Reitpony. De maneira geral, citamos como características dos
pôneis:
A alternativa "B " está correta.
Os pôneis possuem a altura na cernelha menor que 150 cm, olhos grandes, temperamento
manso, crinas e caudas mais densas que as do cavalo, estrutura óssea pesada e pernas curtas
proporcionais.
MÓDULO 4
 Reconhecer as raças de asininos e animais híbridos de importância comercial
ASININOS
Os asininos são animais pertencentes ao gênero Equus e à subespécie Equus africanus
asinus. Eles foram trazidos para o Brasil por volta de 1534 dos arquipélagos da Madeira e das
Canárias. Eles vivem praticamente em todo o planeta, com exceção das áreas mais frias.
Em algumas regiões, eles são conhecidos como asno, jegue ou jumento. Trata-se de animais
extremamente dóceis, resistentes e com alta rusticidade, sendo muito utilizados como animais
de carga e tração.
Eles representam um papel fundamental nos trabalhos no campo, assim como na lida com o
gado, passeios, cavalgadas e concursos de marcha e enduro. Também são utilizados, ao lado
dos equinos, para a produção dos híbridos, burro, mula e bardoto.
 SAIBA MAIS
Os jumentos e os cavalos, apesar de várias semelhanças físicas e de pertencerem ao mesmo
gênero, não possuem as características iguais. Os jumentos possuem força, rusticidade,
resistência e paciência acima da média observada para outras espécies animais, sendo
considerados, portanto, como os equídeos de maior adaptabilidade e ótimos para realizar
serviços longos e rotineiros.
RAÇAS DE ASININOS E ANIMAIS HÍBRIDOS
Das principais raças de asininos utilizadas no Brasil, podemos citar estas três: o jumento Pêga,
o Paulista ou Brasileiro e o Nordestino.
O jumento Nordestino, originário nessa região brasileira, é um asinino pouco musculoso
quando comparado com os outros jumentos, sendo utilizado para carga e montaria. São
animais bem resistentes que possuem altura entre 90cm e 110cm.
Essa raça esteve presente em atividades sociais e econômicas, além de culturais, no Nordeste
brasileiro, participando ativamente da ocupação de terras e instalação de propriedades
litorâneas. Após anos de exploração da raça, foi observada uma queda no uso desses animais
pelo homem.
Os jumentos nordestinos passaram então a ser abandonados e se reproduziram de forma
indiscriminada. Atualmente, uma parte desses animais se encontra abandonada nas ruas do
Nordeste.
Foto: Fernando Santos Cunha Filho/Wikimedia.org/CC 3.0.
 Jumento Nordestino.
Foto: Shutterstock.com
 Jumento Pêga.
O jumento Pêga, raça formada no estado de Minas Gerais, local onde há maior quantitativo de
jumentos dessa raça no país, é um animal extremamente dócil, resistente e inteligente.
Bastante versátil, ele pode atingir a altura de 130cm e possui a criação voltada para o trabalho
no campo, também sendo utilizado para cavalgadas, concursos de marcha, provas funcionais,
sela.
Esse jumento representa a principal raça utilizada para a obtenção de híbridos conhecidos
como muares (mula e burro) a partir do cruzamento com as éguas. As pelagens encontradas
são: pelo-de-rato, ruã e ruça, possuindo faixa e listra de burro. Os machos dessa raça chegam
a pesar 300kg e as fêmeas, 240kg.
O jumento Paulista ou Brasileiro, originário de animais trazidos da Itália que acasalaram com
jumentos portugueses no Brasil, especificamente no estado de São Paulo, possui aptidão para
trabalho, podendo ser utilizado para montaria, carga ou tração. É uma raça bem parecida com
a Pêga em relação à aptidão, ao porte físico e à altura.
São animais musculosos, com altura média de 130cm, e possuem membros mais curtos e
fortes que os do jumento da raça Pêga. Eles são conhecidos por suportar trabalho pesado e
aguentar longas caminhadas.
A criação de jumentos cresce de maneira exponencial, e o mercado está cada vez mais
profissionalizado. Algumas raças, como a Pêga, são muito exploradas no Brasil, enquanto
outras, como a Nordestina, não possuem tanto apelo comercial atualmente.
Foto: Shutterstock.com
 Jumento Brasileiro.
Os asininos, mesmo sendo animais voltados para o trabalho e o esporte, hoje são muito
usados para produção de muares.
Mas o que são os muares?
ESPÉCIES DIFERENTES
Equinos possuem 64 cromossomos e jumentos, 62 cromossomos.
 RESPOSTA
Os muares são animais híbridos resultantes do acasalamento entre asininos e equinos. Sua
obtenção pode ocorrer de duas maneiras: por meio do acasalamento entre o macho jumento e
a égua (acasalamento mais tradicional), originando os burros e as mulas; e por intermédio do
cruzamento entre o garanhão equino e a jumenta, originando os bardotos ou bardotas. Como
são resultantes da junção entre espécies diferentes, os muares apresentam um número ímpar
de cromossomos (63 cromossomos.) e, por esse motivo, tendem a nascer estéreis.
Os muares são animais fortes, ágeis e rústicos com alta capacidade para o trabalho, sela ou
lazer. Trata-se de animais altamente adaptados ao transporte de cargas, sendo muito utilizados
em diversas regiões brasileiras, inclusive as com topografia acidentada.
 Mulas fazendo transporte de carga em terreno acidentado.
Os muares, como burros e mulas, se sobressaem em relação aos asininos devido ao porte
maior herdado da espécie materna. Eles possuem maior destreza e prudência em ambientes
inóspitos que os equinos por serem animais mais atentos, característica herdada da espécie
paterna.
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Foto: Shutterstock.com
 Burro.
Os burros e as mulas têm sido muito utilizados nos últimos anos na lida da fazenda, mas suas
habilidades em esportes equestres chamam a atenção de criadores, habilidades essas que
surgem devido à rusticidade dos jumentos e às habilidades herdadas das raças das éguas
utilizadas nesses cruzamentos.
No Brasil, entre os cruzamentos interespécies mais comuns, se encontram o de jumentos da
raça Pêga com éguas da Manga-larga Marchador com a finalidade de produzir animais
principalmente para marcha, lida e concursos. Outros cruzamentos utilizados ocorrem entre
jumentos e éguas da raça Quarto de Milha voltados para a produção de muares com habilidade
para prática de esportes equestres.
 COMENTÁRIO
Existem várias dificuldades observadas no processo reprodutivo nos cruzamentos
interespécies – entre elas, podemos citar a reabsorção embrionária, que, mesmo com uma
taxa alta de confirmação de concepção, revela uma perda considerável por reabsorção nos
primeiros dois meses de gestação.
Os muares e os asininos são animais muito parecidos, mas características, como o tamanho
das orelhas, pelos, altura e peso, auxiliam na sua diferenciação. O jumento possui orelhas
grandes, sendo bem maiores que as da mula e do burro, além de serem mais peludos.
Já os bardotos possuem pouca disponibilidade no campo, principalmente devido às
dificuldades para seu nascimento e desenvolvimento. Alguns garanhões muitas vezes não
conseguem cobrir ou não são capazes de vencer a cérvix da jumenta, além do fato de elas
possuírem útero pequeno, o que pode dificultar o desenvolvimento dos bardotos.
As jumentas também podem ter também pouca dilatação, que frequentemente não é suficiente
para um filho bem maior nascer, o que pode levar à morte delas. Se o bardoto nascer após ter
vencido todas essas dificuldades, ainda poderá ter problemas de aprumos, pois precisará
mamar em uma mãe com porte menor e que produz pouco leite.
Quando comparamos o bardoto com os muares (burro e mula), vemos que ele é considerado
inferior, principalmentedevido ao maior porte, à beleza e à resistência observados nos muares,
conferindo-lhes, com isso, um maior valor econômico.
De modo geral, os machos híbridos são inférteis, mas possuem forte libido e capacidade de
realizar a cópula normalmente. Já em relação às fêmeas híbridas, existem relatos de que
podem eventualmente ser férteis.
Foto: Shutterstock.com
 Bardoto.
 COMENTÁRIO
A criação de muares tem se mostrado um nicho de negócio bem rentável e, portanto, bastante
apreciada pelos produtores. Atualmente, eles fazem parte do agronegócio, que movimenta
enorme valor econômico internamente e possui grande relevância social por conta da geração
de empregos diretos e indiretos.
O USO DE MUARES NA AGROPECUÁRIA
Neste vídeo, esmiuçaremos a importância do uso de muares na agropecuária brasileira.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ENTRE OS MUARES, SEJAM ELES BURROS OU MULAS, BARDOTOS
OU BARDOTAS, OS MAIS COMUNS DESSES CRUZAMENTOS
INTERESPÉCIE NO BRASIL SÃO:
A) O de jumentos da raça Pêga com éguas da raça Manga-larga Marchador.
B) O de jumentos da raça Nordestina com éguas da raça Campolina.
C) O de jumentos da raça Paulista com éguas da raça Puro-sangue Inglês.
D) O de jumentas da raça Pêga com garanhões da raça Árabe.
E) O de jumentas da raça Brasileira com éguas mestiças.
2. COM RELAÇÃO À CRIAÇÃO DE MUARES NO BRASIL, ANALISE AS
AFIRMATIVAS ABAIXO E MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA.
I. DEVIDO ÀS DIFICULDADES PARA O NASCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO, EXISTE POUCA DISPONIBILIDADE DE BURROS E
MULAS NO CAMPO BRASILEIRO. JÁ OS BARDOTOS SÃO ABUNDANTES
NO MEIO RURAL.
II. OS MUARES SÃO PRODUZIDOS POR MEIO DO ACASALAMENTO
ENTRE EQUINOS DE DIFERENTES PORTES, COMO PÔNEIS E ÉGUAS.
III. OS MUARES SÃO ANIMAIS FORTES, ÁGEIS E RÚSTICOS, POSSUINDO
ALTA CAPACIDADE PARA O TRABALHO, SELA OU LAZER.
A) Apenas o item II está correto.
B) Os itens II e III estão corretos.
C) Apenas o item I está correto.
D) Apenas o item III está correto.
E) Todos os itens estão corretos.
GABARITO
1. Entre os muares, sejam eles burros ou mulas, bardotos ou bardotas, os mais comuns
desses cruzamentos interespécie no Brasil são:
A alternativa "A " está correta.
Os cruzamentos interespécies mais comuns são os que ocorrem entre o jumento da raça Pêga
e as éguas da raça Manga-larga Marchador.
2. Com relação à criação de muares no Brasil, analise as afirmativas abaixo e marque a
alternativa correta.
I. Devido às dificuldades para o nascimento e desenvolvimento, existe pouca
disponibilidade de burros e mulas no campo brasileiro. Já os bardotos são abundantes
no meio rural.
II. Os muares são produzidos por meio do acasalamento entre equinos de diferentes
portes, como pôneis e éguas.
III. Os muares são animais fortes, ágeis e rústicos, possuindo alta capacidade para o
trabalho, sela ou lazer.
A alternativa "D " está correta.
Os bardotos possuem dificuldades para nascimento e desenvolvimento; portanto, são menos
numerosos no campo quando comparados com os burros e as mulas. Já os muares são
produzidos por meio do acasalamento entre asininos e equinos.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entendemos neste conteúdo os conceitos da bioclimatologia dentro da equideocultura. Nossa
ênfase esteve voltada para os efeitos do clima tropical sobre a produção de equídeos, manejo
e tecnologias para conforto, além de índices de conforto e conceitos de ambiência e
climatização. Além disso, compreendemos o funcionamento da avaliação do exterior dos
equinos, passando pelas regiões zootécnicas, pelagem e aprumos.
Como pudemos constatar, associados à diversidade de informações acerca das principais
raças de equinos, asininos e híbridos, os conhecimentos da bioclimatologia e ezoognósia de
equídeos nos permitem uma visão mais aprofundada sobre a importância desses animais para
o agronegócio brasileiro.
Imagem: Shutterstock.com
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
DITTRICH, J. R. Equinos ‒ livro multimídia versão on-line. Laboratório e Grupo de Pesquisa e
Ensino em Equinocultura. Paraná: Universidade Federal do Paraná, 2001.
ETCHICHURI, M. Termorregulação em cavalos submetidos a diferentes métodos de
resfriamento pós-exercício. Tese (Doutorado em Zootecnia). Pirassununga: Universidade de
São Paulo, 2008.
OLIVEIRA, R. A. de. As pelagens dos equídeos. Goiás: UNB, 2012.
RICCI, G. D. et al. Enriquecimento ambiental e bem-estar na produção animal. In: Revista
de Ciências Agroveterinárias. v. 16. n. 3. 2017. p. 324-331.
SILVA, R. G. Introdução à bioclimatologia animal. In: Fapesp. São Paulo: Nobel, 2000.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo, leia:
O artigo “Efeito do estresse térmico e do exercício sobre parâmetros fisiológicos de
cavalos do exército brasileiro”, de Giane Regina Paludo e outros autores.
O artigo “Estresse térmico na reprodução equina”, de Júlio César Ferraz Jacob e demais
autores.
CONTEUDISTA
Thiago Ventura Scoralick Braga
 CURRÍCULO LATTES
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